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Resumo de Direito

Constitucional Descomplicado
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino
10.ª para 11.ª edição

PONTOS DO LIVRO “RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL


DESCOMPLICADO” QUE FORAM MODIFICADOS NA 11ª EDIÇÃO DA OBRA,
EM COMPARAÇÃO COM A 10ª EDIÇÃO.

Pág. 58: Substituir os dois primeiros parágrafos pelo texto abaixo:

Em síntese, tendo em vista o texto constitucional, a jurisprudência do Supremo


Tribunal Federal e a lei específica que regulamenta a matéria (Lei Complementar
105/2001), são as seguintes as hipóteses em que, hoje, a garantia de
inviolabilidade do sigilo bancário pode ser afastada:

a) por determinação judicial;

b) por determinação do Poder Legislativo federal, mediante aprovação pelo


Plenário da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;

c) por determinação de comissões parlamentares de inquérito (CPI), sejam


elas federais (da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
Nacional) ou estaduais (das assembleias legislativas); e

d) por determinação das autoridades e agentes fiscais tributários, quando


houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e
tais exames forem considerados indispensáveis pela autoridade administrativa
competente.

Em relação ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas da União, é firme


na jurisprudência das Cortes Superiores o entendimento de que esses órgãos, em
regra, não dispõem de competência para determinar a quebra do sigilo
bancário. Entretanto, o entendimento jurisprudencial é outro quando se está
diante de operações que envolvam recursos públicos, hipótese em que o
Ministério Público e o Tribunal de Contas da União poderão ter acesso a
informações financeiras protegidas pelo sigilo bancário, tendo em vista que as
operações dessa espécie estão submetidas aos princípios da administração
pública indicados no art. 37 da Constituição Federal, dentre eles o da
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publicidade.

Pág. 76: Incluir o texto abaixo após o último parágrafo:

Por fim, destacamos relevante entendimento do STF acerca do regime


prisional a ser adotado para o cumprimento da pena, segundo o qual a falta de
estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do
condenado em regime prisional mais gravoso. Essa orientação restou
consolidada na Súmula Vinculante 56, nestes termos:

56 – A falta de estabelecimento penal adequado não


autoriza a manutenção do condenado em regime prisional
mais gravoso, devendo-se observar, nesta hipótese, os
parâmetros fixados no Recurso Extraordinário (RE)
641.320.

Como se extrai da parte final do enunciado dessa súmula vinculante, o STF


fez remissão a parâmetros (teses) que firmara em outro julgado (RE 641.320),
que são os seguintes:

a) a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção


do condenado em regime prisional mais gravoso;

b) os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos


destinados aos regimes semiaberto e aberto, para qualificação como
adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se
qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou
“casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto). No
entanto, não deverá haver alojamento conjunto de presos dos regimes
semiaberto e aberto com presos do regime fechado;

c) havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada


de sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade
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eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é


posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas
restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime
aberto. Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas,
poderá ser deferida a prisão domiciliar ao sentenciado.

Págs. 82-83: Substituir o trecho que se inicia no segundo parágrafo do item


4.33 pelo texto abaixo:

Esse princípio não impede a execução provisória da pena antes do trânsito


em julgado da sentença penal condenatória, desde que a condenação já tenha
sido confirmada por tribunal de segundo grau. Assim, embora em face da
decisão de segunda instância ainda sejam cabíveis recursos – o recurso especial,
perante o STJ, e o recurso extraordinário, perante o STF –, a interposição deles
não assegura ao réu o direito de permanecer em liberdade até o trânsito em
julgado da sentença. Esse é o atual entendimento do STF, consolidado na
seguinte tese de repercussão geral:

A execução provisória de acórdão penal condenatório


proferido em grau recursal, ainda que sujeito a recurso
especial ou extraordinário, não compromete o princípio
constitucional da presunção de inocência afirmado pelo
artigo 5.º, inciso LVII, da Constituição Federal.

O princípio da presunção da inocência não impede também que,


excepcionalmente, mesmo antes da decisão condenatória de primeira instância,
seja determinada a prisão cautelar – em flagrante, temporária ou preventiva – do
indivíduo, desde que obedecidos os pressupostos exigidos pela legislação penal
aplicável.

Em resumo, podemos afirmar que, nos dias atuais, a regra no nosso


ordenamento é a execução provisória da pena após a confirmação da
condenação por tribunal de segundo grau, independentemente do trânsito em
julgado da sentença penal condenatória, nestes termos: (i) o condenado em
primeira instância pode recorrer em liberdade para o tribunal de segundo grau; (ii)
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se confirmada a condenação pelo tribunal de segundo grau, inicia-se o


cumprimento provisório da pena, ainda que tenham sido interpostos recursos
perante o STJ e o STF (recurso especial e recurso extraordinário,
respectivamente); (iii) excepcionalmente, poderá haver, ainda, mesmo antes da
decisão condenatória de primeira instância, prisão cautelar – em flagrante,
temporária ou preventiva –, desde que fundamentada concretamente nos
pressupostos previstos na legislação penal pertinente.

O Supremo Tribunal Federal entende, ainda, que o princípio da presunção da


inocência:

a) não impede que a chamada “Lei da Ficha Limpa” (Lei Complementar


135/2010) considere como inelegíveis para determinados cargos eletivos os
que forem condenados por qualquer órgão judicial colegiado, pelos crimes
nessa lei especificados, independentemente do trânsito em julgado da
sentença condenatória;

b) impede o lançamento do nome do réu no rol dos culpados antes do trânsito


em julgado da sentença penal condenatória (o lançamento do nome do réu no
rol dos culpados é o ato de registro da decisão condenatória, destinado a
possibilitar que ela produza os seus diversos efeitos secundários, tais como
caracterizar a reincidência, impedir o benefício da suspensão condicional da
pena, acarretar a revogação de sursis, acarretar a revogação de reabilitação);

c) não permite que processos penais em curso, inquéritos policiais em


andamento, ou até mesmo condenações criminais ainda sujeitas a recurso,
sejam considerados para caracterizar maus antecedentes do réu, tampouco
para justificar a exasperação da pena ou a denegação de benefícios que a
própria lei estabelece em favor daqueles que sofrem uma condenação
criminal;

d) impede que a condenação criminal recorrível (sem trânsito em julgado) seja


causa impeditiva da participação de candidato em concursos públicos ou
cursos de formação, tendo em vista que o princípio da presunção da inocência,
apesar de ser historicamente vinculado ao processo penal, também tem
projeção para as esferas cível e administrativa;

e) impõe que, no julgamento de matéria criminal, havendo empate na votação,


a decisão seja favorável ao réu.
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Por fim, consoante orientação de nossa Corte Suprema, regra legal que
proíba, genericamente, a concessão de liberdade provisória a presos é
inconstitucional, por violar, entre outros, os postulados da presunção da
inocência e do devido processo legal.

Pág. 86: O item 4.37 Direito à não autoincriminação e outros direitos do


preso (art. 5.º, LXII, LXIII, LXIV e LXV) foi completamente reformulado e
passou a ser denominado de: 4.37. Respeito à integridade física e moral,
direito de permanecer calado e outros direitos do preso (art. 5.º, XLIX, LXII,
LXIII, LXIV e LXV)

Pág. 92: Incluir o texto abaixo após o quarto parágrafo:

Em respeito ao direito fundamental de locomoção, nos julgamentos de habeas


corpus no âmbito dos tribunais do Poder Judiciário, sempre que houver empate
na votação, decide-se favoravelmente ao réu.

Págs. 98/101: O item 4.15. Mandado de injunção foi totalmente reformulado


de acordo com a redação da Lei 13.300, de 23 de junho de 2016.

Pág. 102: Substituir os seis últimos parágrafos da página pelo texto abaixo:

O habeas data poderá ser ajuizado por qualquer pessoa física, brasileira ou
estrangeira, bem como por pessoas jurídicas.

No polo passivo, podem figurar entidades governamentais, da administração


pública direta e indireta, bem como as instituições, entidades e pessoas jurídicas
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privadas detentoras de bancos de dados que contenham informações passíveis


de serem transmitidas a terceiros, ou que não sejam de uso privativo do órgão
ou entidade produtora ou depositária das informações.

O Supremo Tribunal Federal já decidiu que o habeas data poderá ser


utilizado para a obtenção de informações fiscais do impetrante – pessoa
física ou jurídica – em poder dos órgãos de arrecadação tributária.

De outro lado, entende o Supremo Tribunal Federal que o habeas data não é
instrumento jurídico adequado para: (a) pleitear o acesso a autos de processos
administrativos, tampouco para a obtenção de cópia destes; e (b) solicitar
informações relativas a terceiros, pois sua impetração deve ter por objetivo
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante.

Pág. 110: Inserir o texto abaixo antes do item 6. Nacionalidade:

Nessa esteira, e conferindo ênfase à péssima situação dos presídios


brasileiros – que impõem aos presos indevido sofrimento físico, psicológico e
moral no cumprimento da pena privativa de liberdade –, nossa Corte Suprema
houve por bem fixar a seguinte tese de repercussão geral:

É lícito ao Judiciário impor à administração pública obrigação


de fazer, consistente na promoção de medidas ou na
execução de obras emergenciais em estabelecimentos
prisionais para dar efetividade ao postulado da dignidade da
pessoa humana e assegurar aos detentos o respeito à sua
integridade física e moral, nos termos do que preceitua o
artigo 5.º (inciso XLIX) da Constituição Federal, não sendo
oponível à decisão o argumento da reserva do possível nem
o princípio da separação dos Poderes.

Pág. 143: Inserir o texto abaixo após o primeiro parágrafo:

Em resumo, a competência para o julgamento de Prefeito está assim


estabelecida:
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a) crime comum da competência da Justiça Estadual: Tribunal de Justiça


(TJ);

b) crime comum da competência da Justiça Federal: Tribunal Regional


Federal (TRF) ou Tribunal Regional Eleitoral (TRE), conforme o caso;

c) crime de responsabilidade “próprio”: Câmara Municipal;

d) crime de responsabilidade “impróprio”: Tribunal de Justiça (TJ).

Pág. 203: Substituir o penúltimo parágrafo da página pelo texto abaixo:

Em relação à fiscalização das contas municipais, dispõe a Constituição que o


parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito
deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços
dos membros da câmara municipal (art. 31, § 2.º). Ressalte-se que esse parecer
emitido pelo órgão competente – tribunal de contas do estado ou órgão de contas
do município, onde houver – sobre as contas do Prefeito, embora imprescindível,
é meramente opinativo, tendo em vista que a competência para o julgamento
das contas do Prefeito – tanto as contas de governo (na qualidade de chefe da
municipalidade) quanto as de gestão (na condição de gestor orçamentário, como
mero ordenador de despesas) – é das câmaras municipais.

Pág. 264: Substituir o último parágrafo da página pelo texto abaixo:

Em que pese a clareza da redação do parágrafo único do art. 52 da


Constituição Federal – da qual deflui que a condenação no impeachment impõe,
como penalidade indissociável, consequente e imediata, a perda do cargo com
inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública –, não foi esse o
caminho trilhado pelo Senado Federal no julgamento da ex-presidente da
República Dilma Rousseff, ocorrido em agosto de 2016. Em vez de se adotar
votação única – na qual, havendo condenação, seria imposta a perda do mandato
com a (automática) inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública
–, decidiu-se pela realização de duas votações distintas – uma quanto à
ocorrência do crime de responsabilidade e à perda do mandato; outra, autônoma,
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para a aplicação, ou não, da inabilitação, por oito anos, para o exercício de função
pública. Consumadas as duas votações, tivemos como resultado: (a) na primeira
votação, condenou-se a Presidente da República ao impeachment (prática do
crime de responsabilidade + perda do cargo); e (b) na segunda votação, não se
impôs à ex-presidente da República a inabilitação, por oito anos, para o exercício
de função pública.

Destacamos que a imposição das sanções pela prática do crime de


responsabilidade não exclui a aplicação das demais sanções judiciais
cabíveis. Desse modo, se o Presidente da República praticou atos que se
enquadram como ilícitos penais, estes deverão ser apurados pelos órgãos
competentes do Poder Judiciário, em ações próprias.

Pág. 270: Inserir o inc. II-A ao artigo 92:

II-A – o Tribunal Superior do Trabalho;

Pág. 304: O item 21. Precatórios Judiciais foi totalmente reformulado de


acordo com as novas disposições trazidas pela EC 94/2016

Pág. 359: O item 10.2.9 Impossibilidade de intervenção de terceiros foi


alterado para 10.2.9 Intervenção de terceiros, e completamente reformulado.

Pág. 365: Inserir após o item 10.2.14.2. Natureza dúplice ou ambivalente o


item 10.2.14.3. Possibilidade de cumulação de pedidos, renumerando os
itens seguintes:
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10.2.14.3. Possibilidade de cumulação de pedidos

O pedido do autor em ADI é a declaração da inconstitucionalidade da lei ou


ato normativo; já na ADC – conforme veremos adiante, em tópico específico – o
autor pede a declaração da constitucionalidade da norma objeto de relevante
controvérsia judicial.

Considerando esse cenário, e tendo em conta que os legitimados para a


propositura das duas ações são exatamente os mesmos (CF, art. 103, I a IX),
indaga-se: seria possível acumular, em uma mesma ADI, pedido típico de ADI (=
inconstitucionalidade) com pedido típico de ADC (= constitucionalidade)? Em
outras palavras: seria possível, em uma mesma ADI, um dos legitimados do art.
103 da Constituição Federal pleitear a inconstitucionalidade do art. 10 da Lei
Federal Y (pedido típico de ADI) e, também, a constitucionalidade do art. 20
(pedido típico de ADC) da mesma lei?

Segundo o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, a resposta é


afirmativa, vale dizer, é possível a cumulação de pedidos típicos de ADI e ADC
em uma única demanda do controle abstrato, desde que cumpridos os
requisitos para a propositura das correspondentes ações (pertinência temática, em
se tratando de legitimado especial; demonstração da existência de relevante
controvérsia judicial, no caso do pedido típico de ADC etc.).

Pág. 382: Substituir a primeira linha do quadro pelo que segue:

1 Pedido. Inconstitucionalid Constitucionalidade, com Constitucionalidade ou


ade, com possibilidade de inconstitucionalidade.
possibilidade de cumulação com pedido
cumulação com típico de ADI
pedido típico de (inconstitucionalidade).
ADC
(constitucionalida
de).
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Pág. 415-416: Substituir o trecho abaixo, iniciado em “O § 1º do art. 173 da


Constituição”, pelo que segue:

O § 1.º do art. 173 da Constituição trata especificamente das empresas


públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades econômicas
em sentido estrito, e não das prestadoras de serviços públicos. Ele prevê a edição
de um estatuto (uma lei ordinária) específico para essas entidades, disciplinando o
seu regime jurídico. O texto constitucional, desde logo, delineia o conteúdo mínimo
que esse diploma deve ter (ou deveria). É a seguinte a sua redação:

§ 1.º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade


de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica
de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
dispondo sobre:

I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;

II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive


quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações,


observados os princípios da administração pública;

IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal,


com a participação de acionistas minoritários;

V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos


administradores.

Em julho de 2016, nosso legislador ordinário, aparentemente pretendendo


exercer a competência prevista no § 1.º do art. 173 da Constituição Federal, editou
a Lei 13.303/2016 – apelidada de “Lei de Responsabilidade das Estatais”.
Achou-se por bem elaborar um “estatuto jurídico” que alcança as empresas
públicas e sociedades de economia mista que exploram atividades econômicas
em sentido estrito (CF, art. 173) e, também, as que prestam serviços públicos
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que configurem atividade econômica em sentido amplo (CF, art. 175). Extrapola
o objeto desta obra a análise do conteúdo da Lei 13.303/2016.

O § 2.º do art. 173 da Carta Política assevera, literalmente, que “as empresas
públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado”. O intuito da norma é evidente: impedir
que o legislador, mediante concessões de benefícios tais como isenções e
reduções tributárias, estabeleça um tratamento anti-isonômico para empresas
públicas e sociedades de economia mista que atuem em áreas compartilhadas
com empresas privadas, violando princípios fundamentais da ordem
econômica, a exemplo da proteção à livre concorrência e à liberdade de
iniciativa.

Sobre esse dispositivo constitucional, duas observações devem ser feitas. A


primeira é que, embora a redação do § 2.º não explicite que sua aplicação
restringe-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista que
exploram atividades econômicas em sentido estrito, é essa a interpretação que
deve ser adotada (isto é, não há impedimento constitucional à concessão de
benefícios fiscais a empresas públicas e sociedades de economia mista
prestadoras de serviços públicos).

A segunda observação é que não existe óbice à concessão de benefícios


fiscais para empresas que atuem em regime de monopólio, mesmo quando se
trate de atuação na área econômica em sentido estrito.

Pág. 433: Inserir o texto abaixo antes do item 1.2.2. Regime de previdência...

Situação objeto de controvérsia doutrinária diz respeito ao instituto da


“desaposentação”, qual seja, o direito de o aposentado pelo RGPS que tenha
continuado (ou voltado) a trabalhar (e, portanto, a contribuir) pleitear o recálculo de
sua aposentadoria, com o fim de aumentar o seu valor, levando-se em conta o
montante dessas novas contribuições. Poderia o segurado do RGPS que
continuou (ou voltou) a contribuir “desaposentar-se” e requerer nova
aposentadoria, com o fim de obter o recálculo e a majoração do valor do benefício,
computando-se o montante das novas contribuições?

Depois de muitos anos de intensos debates doutrinários, tal questão foi


enfrentada pelo Supremo Tribunal Federal, que firmou o entendimento de que a
ausência de previsão legal torna inviável o recálculo de aposentadoria do
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regime geral de previdência social (RGPS) por meio da chamada


desaposentação. Esse entendimento restou consolidado na seguinte tese de
repercussão geral:

No âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS),


somente lei pode criar benefícios e vantagens
previdenciárias, não havendo, por ora, previsão legal do
direito à “desaposentação”, sendo constitucional a regra do
art. 18, § 2.º, da Lei 8.213/1991.

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