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A DPOC é uma doença prevenível e tratável, caracterizada por sintomas

respiratórios persistentes (como a dispneia, a tosse crónica, e a produção de


expectoração), associados a uma limitação do fluxo aéreo comprovada por
testes funcionais respiratórios. Sabe-se que esta limitação do fluxo de ar é
consequência de alterações patológicas em dois níveis principais – as vias
aéreas e os alvéolos – alterações essas que são, por sua vez, secundárias a
uma exposição a partículas ou gases nocivos.

De todas as exposições conhecidas, sabe-se que a que mais contribui para o


desenvolvimento da doença é a exposição ao tabaco. No entanto, existem outros
fatores ambientais, como a exposição ao fumo de biomassa, ou determinadas
exposições ocupacionais, que estão associados a esta doença.

O doente DPOC “típico” é homem, tem mais de 40 anos de idade, e tem uma
exposição significativa ao fumo do tabaco. A prevalência da doença é maior com
o avançar da idade, do que se conclui que, com o aumento da esperança média
de vida, a sua incidência na população mundial tenha tendência a aumentar nos
próximos anos.

Apesar de uma certa estabilidade, esta é uma doença geralmente progressiva,


sendo esta estabilidade intercalada com períodos de agravamento agudo dos
sintomas, determinados “exacerbações”. Para além dos fatores acima referidos,
existem outros fatores de risco conhecidos, que influenciam tanto o
aparecimento da doença, como a sua progressão:

– Fatores genéticos

– Desenvolvimento e crescimento do pulmão

– Status socioeconómico mais baixo

– Asma e hiper-reactividade das vias aéreas

– Bronquite crónica

– Infeções respiratórias frequentes

O objetivo do tratamento na DPOC é, em primeiro lugar, aliviar e reduzir os


sintomas dos doentes, e em segundo, reduzir o risco de eventos adversos
futuros, nomeadamente de exacerbações.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico deve ser considerado em todos os doentes com exposição ao
fumo do tabaco (ou outro fator ambiental ou ocupacional relacionado com a
doença), associada a sintomas respiratórios típicos: 1) dispneia, que é
geralmente progressiva, e frequentemente associada ao esforço;
2) tosse crónica; 3) produção de expetoração(cuja ausência não exclui a
doença); 4) sensação de aperto torácico, agravado com o esforço.
Devido ao seu impacto no prognóstico do doente, devem ser investigadas e
tratadas todas as co-morbilidades, visto que a sua presença está associada a
maior número de hospitalizações e a maior mortalidade. A co-morbilidades mais
frequentes nos doentes com DPOC são:

– Doença cardiovascular

– Doença musculo-esquelética

– Síndrome metabólica

– Osteoporose

– Depressão, ansiedade

– Cancro do pulmão

Deve ser igualmente investigado se existe história familiar de doença respiratória


(DPOC, “bronquite”, ou outra doença pulmonar).

A espirometria é essencial para estabelecer o diagnóstico – um valor de


FEV1/FVC< 0.7, após broncodilatação, confirma a existência de uma limitação
do fluxo aéreo com carácter persistente. Associada a uma história clínica
consistente, pode assim ser estabelecido o diagnóstico de Doença Pulmonar
Obstrutiva Crónica.
Na maioria dos doentes com DPOC, deve ser também avaliado o nível sérico de
alfa1-antitripsina, especialmente os que residem em áreas com maior
prevalência de deficiência da enzima, história familiar ou os com evidência
imagiológica de enfisema panlobular de predomínio basal. Uma concentração
baixa da enzima (<20% do normal) é altamente sugestiva de defeito genético
homozigótico, e necessitará de terapêutica específica.

AVALIAÇÃO DO DOENTE
Uma vez estabelecido um diagnóstico de DPOC, de forma a orientar o
tratamento do doente, e também para efeitos de prognóstico, deve ser realizada
uma classificação do doente, recorrendo a várias ferramentas.

 Classificar o grau de obstrução das vias aéreas – utilizado o valor de FEV1


obtido em espirometria, é possível classificar os doentes em 4 níveis de
gravidade de obstrução, denominados GOLD 1 a GOLD 4:
Fonte: http://www.moreirajr.com.br/images/revistas/8/716/dpoc_q1.jpg

 Avaliar o doente quanto à gravidade da sua sintomatologia: a


sintomatologia deve ser classificada recorrendo aos questionários validados
para a população. Em Portugal, são utilizadas principalmente as seguintes
ferramentas:
 COPD Assessment Test – CATTM
 Modified Medical Research Council (mMRC) questionnaire
–> ambas podem ser encontradas neste site <–
 Quantificar o número de exacerbações no último ano

A avaliação do doente culmina no estabelecimento de uma de 4 categorias


GOLD, que se estendem de A a D e que, desde a última atualização do
documento GOLD em 2017, se baseia unicamente no número de exacerbações
no último ano e na sintomatologia (através dos questionários CAT ou mMRC).

TRATAMENTO

Cessação tabágica – o pilar do tratamento do doente com DPOC. Todos os


doentes devem ser aconselhados a cessar o consumo de tabaco, ou e evitar
outra exposição ocupacional ou ambiental, de forma a minimizar a progressão
da doença. A cessação tabágica deve ser potenciada por medidas
farmacológicas, sempre que possível. O doente pode ainda ser orientado para
consulta especializada sempre que se justificar. Em relação à utilização dos
cigarros eletrónicos, a sua eficácia é ainda incerta, mas a SPP não aprova o seu
uso.

Terapêutica farmacológica – reduz os sintomas, aumentando a tolerância ao


esforço, e diminui a frequência e a gravidade das exacerbações.
O tratamento farmacológico inalatório deve ser orientado com base no grupo
GOLD (A a D).

O tratamento poder ser iniciado com um broncodilatador de longa ação (beta-


agonista de longa ação – LABA- ou antimuscarínico de longa ação – LAMA) ou
com uma associação (LABA+LAMA). A escolha do agente farmacológico e do
inalador deve ser personalizada, atendendo às exigências da técnica inalatória
e ao custo associado, entre outros fatores. A técnica inalatória deve ser revista
frequentemente (de preferência em cada consulta).
Nos doentes menos sintomáticos e com 0 ou 1 exacerbações no ano prévio
(GOLD A), a terapêutica pode basear-se apenas em broncodilatação inalada
de ação curta.
Nos doentes do grupo D, o tratamento inicial, contrariamente aos restantes
grupos, pode ser uma associação LAMA + corticóide inalado, sendo que esta
terapêutica pode ser considerada quando existe eosinofilia no sangue periférico,
ou um quadro designado como Síndrome de Sobreposição Asma-DPOC
(embora esta entidade não seja consensual entre os especialistas da área).
Existem outros agentes farmacológicos disponíveis, principalmente
recomendados para os doentes mais graves: macrólidos (reduzem o número de
exacerbações e a resistência bacteriana), inibidores da fosfodiesterase 4 –
roflumilaste (nos doentes com bronquite crónica e grau GOLD mais
grave), mucolíticos, inaladores com associação de corticoide.
A teofilina (aminofilina) sistémica não está indicada na doença estável, exceto
nos casos em que outros broncodilatadores na forma inalada não estão
acessíveis ou são incomportáveis pelo doente.
A iniciativa GOLD sugere o seguinte esquema de tratamento

Fonte: GOLD GLOBAL INITIATIVE FOR CHRONIC OBSTRUCTIVE LUNG


DISEASE (GOLD) 2017
Está recomendada a vacinação gripal anual de todos os doentes, assim como
a vacinação antipneumocócica nos doentes com 65 ou mais anos.
A reabilitação respiratória é altamente recomendada em todos os doentes
GOLD B a D.
A oxigenoterapia de longa duração deve ser iniciada nos doentes com
hipoxemia grave em repouso – pressão parcial de oxigénio no sangue arterial
inferior a 55mmHg.
Ventilação não invasiva de longa duração – nos doentes com hipercapnia
crónica grave (pressão parcial de dióxido de carbono superior ou igual a
52mmHg), e com episódios de hospitalização por insuficiência respiratória
aguda. A ventilação não invasiva diminui a mortalidade e o número de
exacerbações.

FOLLOW-UP DO DOENTE

Devem ser avaliados os seguintes ponto-chave em ambulatório:

– Função pulmonar: o valor de FEV1 deve ser avaliado pelo menos anualmente.

– Sintomas e exacerbações.

– Consumo de tabaco: a cessação deve ser tentada consecutivamente em cada


consulta.

– Técnica inalatória, efeitos secundários e eficácia do regime terapêutico.

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