Obs: Pneumonia Hospitalar (nosocomial) é aquela que o paciente pega 48-72h da
internação hospitalar, o restante é Pneumonia Comunitária. Definição: PAC é uma infecção aguda do parênquima pulmonar em criança que adquiriu a infecção na comunidade. Fatores de risco (paciente, meio ambiente ou virulência): faixa etária (lactente), estado nutricional e imunológico, baixo peso ao nascimento, IVAS (tosse não é efetiva para eliminar secreções), sazonalidade (outono/inverno), doenças de base (neuropatas – broncoaspiração), fumo passivo, poluição, baixas condições habitacionais e sanitárias. Via de Aquisição: colonização nasofaringe que progride para via aérea inferior por microaspiração, porém também pode ser via hematogênica. Etiologia: Neonatal 1m – 3m 3m – 5 anos > 5 anos Strepto Agalactiae Clamydia Trachomatis Vírus Vírus (grupo B) VSR Strepto Pneumoniae Strepto pneumoniae Bacilos entérico o Influenzae, Staphylo Aureus Mycoplasma Gram – (Listeria Parainfluenzae, Mycoplasma pneumoniae monocytogenes) Adenovirus, Rinovirus Chlamydia pneumoniae Staphylo Aureus Strepto pneumoniae Vírus Staphylococcus aureus Obs: exceto no período neonatal, os VÍRUS são os principais agentes da PAC PNEUMONIA AFEBRIL DO LACTENTE Ocorre geralmente entre 1-3 meses. O achado radiográfico é de uma pneumonite intersticial (infiltrado intersticial bilateral) e o hemograma mostra uma leucocitose com eosinofilia. Cursa com evolução afebril e insidiosa. Sua etiologia é por Clamydia Trachomatis, Ureaplasma ureadyticum, Pneumocystis carinii OU Citomegalovírus. Quadro clínico parecido com pneumonia atípica (mais comum em maiores de 5 anos por mycoplasma e clamydia) Lactentes com vacinação incompleta, deve-se também considerar a possibilidade de infeção pela Bordetella pertussis caracterizada por paroxismos prolongados de tosse seca (tosse coqueluchoide**), podendo ocasionar episódios de cianose, pneumotórax, hemorragia intracraniana e mesmo parada cardíaca **Tosse coqueluchoide: Tosse intensa e prolongada + Guincho (Cianose/ Parada respiratória/Pneumotórax). Clínica de PAC: história de IVAS, febre desconforto respiratório, taquipneia (sinais mais sensível), dor abdominal (lobo inferior), dificuldade de aceitação alimentar, irritabilidade. Rigidez de nuca (lobo superior). Criança gemente (gravidade), prostração, palidez, dificuldade de ingestão de alimentos, entre outros. Verificar presença de tiragem, batimento de asa de nariz (mais grave) Diagnóstico diferencial: broncoaspiração, pneumonia, meningite, sepse Idade FR (irpm) <2m > 60 Expansibilidade Normal OU ↓ 2-12m > 50 Percussão Normal OU ↓ 1-5a > 40 Ausculta MV ↓, estertores, Respiração soprosa ≥5a > 20 Ausculta da voz Pode estar ↑ Diagnóstico Radiológico: Rx (PA ou AP dependendo da colaboração da criança). Fazer perfil caso tenha dúvida diagnóstica e decúbito lateral para avaliar derrame (se necessário – incidência de Laurel). Caso permaneça a dúvida pode-se lançar mão de um USG de tórax (permite guiar a pleurocentese). A tomografia é o último recurso pois além de muita radiação necessita sedação. PADRÃO ETIOLOGIA POSSÍVEL Lobar Bactérias Broncopneumonia Vírus, Bactérias Intersticial Vírus, Micoplasma, Legionella Derrame Pleural Bactérias, Anaeróbios Cavitação Anaeróbios, Gram (-), TB, S. aureus, fungos
Obs: O Staphylo normalmente causa + Derrame Pleural do que o Strepto;
porém, como a PNM por Strepto é muito mais frequente, consideramos este como o agente + frequentemente associado à ocorrência de Derrame Pleural. Diagnóstico laboratorial: hemograma, cultura e pesquisa de vírus respiratório em secreção de nasofaringe. Critérios De Internação Hospitalar: < 2-3 meses; Dificuldade respiratória, apneia intermitente, gemido expiratório; FR ≥ 70 irpm em crianças até 12 meses de idade OU ≥ 50 irpm em crianças maiores; Impossibilidade de se alimentar; Falha da terapêutica ambulatorial; Doença grave concomitante; Complicações da pneumonia; Incapacidade da família de tratar o paciente no domicílio; Oximetria de pulso com SatO2 < 92% OU cianose. Tratamento de Suporte: jejum (se dispneia), hidratação, oxigenioterapia, fisio respiratória, sintomáticos e decúbito elevado. Antibioticoterapia domiciliar: entre 3 meses e 5 anos utilizar Amoxacilina 50 mg/kg/dia (acrescentar clavulanato caso falha terapêutica). Caso maior que 5 anos além da Amoxa, pode ser usado Claritromicina (15 mg/kg/dia) ou Azitromicina (10 mg/kg/dia). Antibióticoterapia hospitalar: < 3 meses: ampicilina 200 mg/kg/dia EV (6/6h) + Amicacina 15 mg/kg/dia EV (12/12h) por 10 dias - Pode Substituir amicacina por gentamicina (5 mg/kg/dia 8/8h). o Em < 3m deve-se cobrir tanto Gram + (ampicilina) como Gram – (Amicacina/Gentamicina). o Opção Ceftriaxona 3m-5a: Penicilina Cristalina 100.000 UI/kg/dia EV 4/4h ou Ampicilina por 7-10 dias (se Pneumo) ou 21-28 dias (se Estafilo). > 5 anos: Penicilina Cristalina ou Ampicilina. Como Opção terapêutica pode-se usar Ceftriaxona (100 mg/kg/dia) + Claritromicina (15 mg/kg/dia). Complicações: Derrame pleural (Punção/drenagem); Sepse / Choque séptico; Insuficiência Respiratória Grave (VPM); Pneumotórax / Pneumatoceles / Cavitações
Obs: se o paciente já toma antibiótico prévio, deve-se iniciar direto amoxa +
clavulanato e reavaliar em 48-72h. Se a criança vomita, interna para tomar EV. Paciente que não melhora com penicilina cristalina, trocar para Ceftriaxone + Oxacilina. Derrame pleural deve puncionar para avaliar se tem empiema e então drenar.