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VIOLÊNCIA E INFÂNCIA: UMA RELAÇÃO ESCOLAR¹

Sabrina Maciel Rubim²

RESUMO: A violência escolar é uma realidade inegável e complexa, diante disso cria-se a
necessidade de desenvolver o presente artigo que pretende discutir as causas e as
consequências da violência no âmbito educacional e de que maneira ela implica na pratica
pedagógica do professor, enfocando principalmente no desvio comportamental da criança
como uma das principais causas de transtornos nas escolas.
PALAVRAS-CHAVE: violência escolar, prática pedagógica, desvio comportamental.

ABSTRACT: School violence is an undeniable reality and complex, before it creates the
need to develop this article which discusses the causes and consequences of violence in the
educational field and how implies the teacher’s pedagogic practice, focusing mainly on
deviance of the child as a major cause of disorders in schools.
KEY WORDS: School violence, pedagogical practice, deviance.

¹ Artigo produzido com o objetivo de obtenção de nota


² Acadêmica do 4° bloco do curso de Licenciatura Plena em Normal Superior da Universidade Estadual do Piauí
- UESPI
INTRODUÇÃO

É de fácil visibilidade que a violência é tema destaque nas mídias de massa,


inclusive mostrando o indicativo da presença da violência no ambiente educativo, lugar que
tem a função de transmitir conhecimentos e valores tem se tornado palco das mais variadas
formas de violência, o autoritarismo na infância e a indiferença preconceituosa geram casos
de ordem criminosa nas escolas mundo a fora. CANDAU et al. (1999): “ refletindo sobre os
riscos de banalização da violência escolar, denunciam a naturalização de atitudes violentas na
sociedade contemporânea e sua repercussão no interior da escola”.

A proposta deste trabalho está centrada principalmente nas implicações que a


violência gera na escola e também na prática pedagógica do professor, sabe-se da importância
que a ordem e a civilidade têm para que o processo ensino-aprendizagem aconteça de forma
satisfatória. Nesse sentido, durante a discussão da problemática serão enfocados alguns
aspectos, tais como: as implicações da violência na pratica do professor, onde se pretende
analisar os entraves que o professor enfrenta; o papel da família na educação e de que maneira
ela pode intervir na educação dos filhos; pretende-se também elucidar alguns dados
estatísticos sobre a violência e de que forma a mesma vem evoluindo ao longo do tempo e por
ultimo e não menos importante, os fatores que levam os educandos a adotarem uma conduta
antissocial.

A violência na escola é um fato preocupante que envolve todas as esferas: família,


escola e governo, porém a mesma não é tratada com tanta ênfase, professores e gestores
deixam a violência passar despercebidos, pensando de maneira equivocada, achando que esse
desvio comportamental da criança são coisas da idade. Segundo SALES e SILVA 2008, p.
150): “No espaço escolar essa interação com o diferente, quando não é problematizada,se dá
por meio de relações interpessoais pautadas por conflitos, confrontos e violência”. A
violência a primeira vista parece ser um ato não intencional, executado por uma criança, mas
no futuro pode deixar marcas, traumas e em casos extremos faz com que a criança abandone a
escola.

Deve-se pensar a violência, durante a elaboração do Projeto Político Pedagógico


da escola, deve-se tentar remediar o problema da violência através de projetos de intervenções
que conscientizem os alunos que a violência não é legal, e que não há necessidade de usar a
força bruta ou verbal quando se pode usar o dialogo, o que nos difere dos animais é a nossa
capacidade de pensar, então não há necessidade de se valer da violência.

HISTÓRICO RECENTE DA VIOLÊNCIA ESCOLAR

A violência nos últimos anos vem aumentando significativamente, essa afirmação


fica bem evidente quando assistimos aos noticiários, tornando-se fonte de preocupação pela
sociedade em geral. A criminalidade aumentou, mas agora está avançando rumo as escolas,
independente mente das classes sociais que as ocupam.

A esse respeito SPÓSITO (2001, p.90) afirma que: (...) “é preciso reconhecer que
a elevação da violência à condição de problema nacional no debate público decorre também
de sua disseminação e diversificação no âmbito da sociedade civil”.

Nos últimos quinze anos, os homicídios triplicaram no Brasil e matam-se mais


jovens em São Paulo do que em Nova Iorque, sendo esta uma das cidades mais
violentas entre as cidades de países desenvolvidos. O assassinato tem sido a
principal causa de morte de adolescentes do sexo masculino em São Paulo – em
cada 100 mil adolescentes paulistanos (...). (Folha de São Paulo. 11 nov. 1996).

CARDIA (1995) diz que: “apesar de as violações dos direitos humanos constantes
no Brasil estarem amplamente divulgados, não tem conseguido tornar-se um tema de debate
social mais amplo, com maior clamor público”.

Esses dados são alarmantes, e em 1996 já existia esse quadro, que só vem
aumentando gradativamente. A violência em todas as suas facetas exige que sejam adotadas
medidas para que se amenizem os impactos que ela causa na sociedade e mis precisamente
neste trabalho, os impactos que ela causa na escola.

O PAPEL DA FAMÍLIA NA EDUCAÇÃO

O mundo contemporâneo está em constante transformação, com a família não


seria diferente, a concepção de família vem mudando ao longo dos tempos, o homem deixou
de ser aquele que ia a caça pra alimentar a família, e a mulher que se dedicava as tarefas
domésticas e a educação dos filhos. Hoje, mulher e homem exercem praticamente os mesmos
papéis. A concepção do que seja criança também não é a mesma de tempos atrás. ARIÈS
(1981, p.51) diz que: (...) até o fim do século XIII, não existiam crianças caracterizadas por
uma expressão particular, e sim homens de tamanho reduzido.

A instituição família só passou a existir no final da Idade Média, que entre outras
incumbências tinha a missão de educar seus filhos.

O processo educativo ultrapassa os limiares da escola, alguns pais acham que o


ato de educar é de única e exclusiva responsabilidade da escola, isso não é verdade, sabemos
que a família exerce papel fundamental nesse processo.

A família é a principal condutora dos caminhos que serão percorridos pela criança
no desenvolvimento educacional e na capacidade de compreensão do mundo que a rodeia.
Que essas potencialidades surjam da experiência empírica ou da instrução dos educandos, o
acompanhamento dos pais é de fundamental importância. Nesse sentido podemos fazer o
seguinte questionamento, a sociedade contemporânea, tem dado condições, em suas relações
cotidianas, que permitam uma forma responsável, o exercício do papel da família no processo
de educação das crianças?

De que maneira a família tem contribuído para que a criança não se aproprie de
comportamentos “ditos” violentos? É inegável dizer que a formação do caráter da criança
passa pela educação que eles recebem em casa, a criança só reflete no âmbito educacional o
que ela vivencia em casa.

A violência em todas as suas facetas, envolve não só a comunidade escolar, mas


envolve também a família, deve haver uma articulação entre ambas as partes, para que haja,
se não uma solução, mas que o assunto para ser debatido e discutido, elaborando assim
métodos e estratégias para que a mesma não tome rumos drásticos.

O PAPEL DO PROFESSOR NA PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA ESCOLAR

Sabemos que a formação dos professores, em alguns casos é deficitária, e não dá


condições necessárias para que o mesmo disponha de ferramentas para lidar com esse “novo”
problema, porem diante de uma realidade tão complexa e multifacetada como é a educação,
cabe ao professor buscar instrumentos para lidar com os diversos tipos de acontecimentos que
são vivenciados no ambiente da sala de aula, dentre eles: a violência escolar, que é o enfoque
desse trabalho.

O tema é complexo, exige pesquisas acerca do assunto, é impossível negar que a


busca pela solução deste problema passa pela formação dos educadores que se deparam com
mais este problema a encarar.

Diante disso o estudo da temática nos ajudará entender e analisar os fatores que
poderão contribuir para o desenvolvimento de educadores capazes de manejar as ferramentas
teóricas na prática escola durante o processo de ensino e aprendizagem, tendo por finalidade o
pleno desenvolvimento de uma sociedade que valorize o bem comum.

FATORES QUE PERMITEM QUE AS CRIANÇAS ADOTEM UMA CONDUTA


VIOLENTA

A violência tornou-se corriqueira e muitas vezes os atos ilícitos ficam impunes,


para caracterizar os fatores que impulsionam a criança a adotar uma postura que não se
encaixa nas normas de vida social, é preciso enfocar em alguns aspectos: a indisciplina, por
exemplo, que se caracteriza pela adoção de comportamentos inadequados na sala de aula por
parte do educando, outra característica peculiar é que o aluno gosta de ter todos os olhares
centrados nele e costumeiramente “mata aulas”, atrapalhando assim o bom andamento do
processo educacional. Outro fator que merece destaque são crianças que moram em áreas
violentas. Segundo DEBARBIEUX (1998, p.39 apud (citado por) ABRAMOVAY; RUA,
2003, p.25):

“(...) a escola está mais vulnerável a fatores e problemas externos(como o


desemprego e a precariedade da vida das famílias dos bairros pobres). Ele menciona,
também, o impacto da massificação do acesso à escola, a qual passa a receber jovens
afetados por experiências de exclusão e pertencimento a gangues, o que implica
consequências para todos os membros da comunidade escolar: alunos, pais e
professores .

Estamos no século XXI, homens e mulheres tem modos de vida iguais, trabalham
e chegam ao fim do dia cansados, o filho quer atenção, mas os pais estão exaustos, a criança
sem outra opção vai assistir aos programas de televisão , assiste a tudo sem o controle dos
responsáveis, gosta de jogos que instigam a pratica da violência, entre outros. Essa é uma
descrição da família na atualidade, constata-se então que se a família não é presente na vida
dos filhos, as crianças fazem de tudo deliberadamente, ocasionando assim uma independência
que não é própria da idade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do que foi exposto, conclui-se que a violência é mais um dos tantos
problemas que o educador enfrenta durante sua vida profissional. Alguns teóricos como
DEBARBIEUX (1998, p.39) falam que a violência se dá por conta de fatores externos, fora
dos muros da escola; ABRAMOVAY; RUA (2003, p.25) chamam a atenção para:

Os aspectos internos, onde se deve levar em consideração: a idade e a serie dos


estudantes; as regras e a disciplina dos projetos pedagógicos das escolas, assim
como o aspecto do sistema de punições; o comportamento dos professores em
relação aos alunos e a prática educacional em geral.

Deve-se chamar atenção também para o contexto social em que o aluno está
inserido, se suas vivencias cotidianas influenciam no seu comportamento perante a sociedade,
cabe saber se a família é presente, dando o amparo e a atenção que a criança necessita. A
escola também exerce uma forte influencia no que diz respeito à formação do individuo, cabe
saber se as suas normas internas condizem com a realidade do educando, e o papel do
professor enquanto mediador e transmissor de conhecimento. O que o mesmo tem feito para
trabalhar com os alunos esse tema tão delicado, mas que precisa ser discutido?
ABRAMOVAY; RUA (2003, p.27) relatam que:

(...) além de enfrentar problemas internos de gestão e precariedades variadas, que


afetam o desempenho pedagógico, a escola passa por um período no qual a ideologia
que a sustentou durante é contestada. A escola é questionada por não preparar para o
mercado de trabalho, por perda de qualidade e centralidade como fonte de
conhecimento sobre a humanidade e transmissora do acervo cultural civilizatório e
por não corresponder a expectativa de abrir possibilidades para um futuro seguro aos
jovens.

A educação no Brasil ainda é defasada comparada a outros países desenvolvidos


economicamente, precisamos melhorar muito; precisamos enquanto educadores repensar
diariamente a nossa prática, pois as crianças que estão sendo educadas hoje são o futuro da
nação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVAY, M; RUA, M das G. Violências nas escolas: versão resumida. Brasília:


UNESCO Brasil, REDE PITÁGORAS, 2003.

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
CANDAU, Vera. Et al. Escola e violência. 1999. In. Marra, C. A dos Santos; TOSTA, S. P.
Belo Horizonte: Autêntica,2008.
CARDIA, Nancy. A violência no futebol e a violência na sociedade. In: São Paulo(Estado).
A violência no esporte. São Paulo: Secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania, 1996.
DEBARBIEUX, Erik. “La violence à l’école: approaches européenes, 1998. In.
ABRAMOVAY Mirian; RUA, Maria das Graças. Violências nas escolas. Brasília: Ed.
UNESCO Brasil, REDE PITÁGORAS,2003.
Folha de São Paulo. 11. nov..1996.
SALES, L. M.F; SILVA, J. M. A. de P. e S. Diferenças, preconceitos e violência no âmbito
escolar: algumas reflexões. Cadernos de Educação FaE/ PPGE/UFPel/ Pelotas[30]:149-
166,janeiro/junho,2008.
SPÓSITO, Marília Pontes. Um breve balanço da pesquisa sobre violência escolar no
Brasil. Educação e pesquisa. São Paulo, v.27, n.1, p.87-103, jan./jun. 2001.

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