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ALCIR JOSÉ MONTICELLI

Professor do Departamento de Engenharia Elétrica da UN/CAMP.


Engenheiro de Eletrônica, ITA
Doutor em Engenharia Elétrica, UNICAMP

flUKO UI CARGA
IM RIUIS UI,
INIRGIA llllRICA

r
\..A"
Cepel
Centro de Pesquisas de Energia Elérrica
Eletrobrás ' ' Centrais Elétricas Brasileiras SA

~
EDITORA EDGARD BLÜCHER LTDA.
A publicação deste livro se tomou possível graças ao apoio do Centro de
Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL).

CIP·BrHIL Catalogaçio·nm·PubUcm96o
CAmara BrHllalra do Livro, SP

Hontieelli, Alcir Jo~, 1946- Nora Imrodutória


M793! Fluxo de carga em redes de energia elétri-
ca/ A1cir J. Monticelli. -- São Pelo : Edgard O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (CEPEL) foi criado em
Bltlchor, 198.}. 1974, pela Eletrobrás e suas subsidiárias regionais, com o objetivo de
Bibliografia.
contribuir para o desenvolvimento tecnológico nacional na área de
energia elétrica. Para tanto, o CEPEL dispõe de dois laboratórios onde
1. Energia elétrica - Sistemas 2. Kirohho!! - trabalham, atualmente, cerca de 500 pessoas: o Laboratório de Siste-
Leia 3. Bedea el:tricaa I. T!tulo. mas Elétricos (LSE), onde são realizados pesquisas e projetos tecnológi-
cos nas áreas de sistemas de potência, materiais para equipamentos elé-
tricos e eletrônica aplicada; e o Laboratório de Equipamentos Elétricos
(LEE), dedicado a estudos, projetos e ensaios em alta potência e alta
tensão nas áreas de linhas, substações e equipamentos elétricos.
No âmbito do LSE, o CEPEL vem há alguns anos desenvolvendo in-
tensa atividade de pesquisa na área de planejamento da expansão de re-
83-0205 CDD-621.31920212 des de transmissão. Este projeto conta com o apoio técnico e financeiro
do pepartarnento de Sistemas de Transmissão (DEST) da ELETRO·
lndlcH para ca..logo alatemitlco: BRAS e é realizado em conjunto com o Departamento de Engenharia
1. cál.culos : Fluxo de carga : Redes elétricas Elétrica (DEE) da UNICAMP. Dentre os resultados alcançados, pode-se
Engenharia 621.31920212
2. Fluxo de carga : Redes elétricas : Leia de mencionar o desenvolvimento de um sistema interativo de planejamento
Kirchhoff : Engenharia 621.31920212 de redes de transmissão. de métodos para síntese automática de redes e
3. Leia de Xirchhof! : Fluxo de carga : Redes elétri- reforços para contingência e de modelos para cálculo de confiabilidade
cas : Engenharia 621.31920212 de sistemas de geração/ transmissão.
O presente livro tem como origem os relatórios de pesquisa da UNI-
© 1983 Editora Edgard Blücher Ltda. CAMP sobre análise de redes. Seu autor, Prof. Alcir Monticelli. é um
pesquisador de renome internacional. cuja contribuição técnica tem sido
extremamente valiosa não só para o CEPEL como para várias empresas
É pr01b1da a reproduç4o total ou parcial do setor elétrico. O CEPEL, ao co·editar o texto, visa divulgar técnicas
por quaisquer meios que representam o "estado da arte" nesta área e que tem amplas possibi-
sem autoriwç4o escrita do editoro
lidades de aplicação no planejamento não só da expansão, como também
da operação e controle em tempo real de sistemas elétricos de potência.
Além de servir como referência abrangente, atualizada e confiável
EDITORA EDGAR D BLÜCHER LTOA. aos técnicos do setor. sua forma didática permite sua utilização em cur-
01000 CAIXA POSTAL 5450 sos de engenharia elétrica, tanto a nível de graduação como pós gradua-
ENO TELEORAflCO: BLiJCHERLIVRO
ção.
SAo PAu 10 - SP - BRASIL
JERZY LEPECKI
Diretor Executivo
Impresso no Brasil Prmted in Brazil CEPEL
CONTEÚDO
CAPÍTULO 1 ...................................................................................... .
Agradec1me11tos
Fluxo de carga - Aspectos gerais................ .......................................... ....... 1
Este livro é, em parte. uma extensão natural do trabalho desen-
1.1. Formulação básica do problema .. .. . . .. .. .. . . . . .. . . .. . . . .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. . .. .. 2
volvido nos últimos sete anos no Departamento de Engenharia Elétrica 1.2. Modelagem de linhas e transformadores ... .... ... .. ... .... .. ... .... .. ... .... .... ... . ... 4
da UNJCAMP, tanto no ensino como em projetos de pesquisa e desen- 1.2.1. Linhas de transmissão............................................................... 4
volvimento. que contaram com o apoio do Centro de Pesquisas de Ener- 1.2.2. Transformadores em-fase.................................. ... ...... ... ............ 5
gia Elétrica (CEPELl. das Centrais Elétricas Brasileiras (ELETROBRÁS) 1.2.3. Transformadores defasadores..... ...................... .. ........................ 8
e, mais recentemente. da Companhia Energética de São Paulo (CfSPl 1.3. Fluxos de potência ativa e rea11va ......................................................... 10
Durante todos esses anos. foi pa ra mim muito gratificante ter podido 1.3.1. Linhas de transmissão............................................................... 10
trabalhar com Anovaldo Verând10 Garcia. Sigmar Maurer Deckmann. 1.3.2. Transformadores em-fase.......................................................... 11
Fernando Urbano, FUJIO Sato, Carlos A. F. M uran. Antonio ChaYes 1.3.3. Transformadores defasadores..................................................... 11
P1zzolante. André L M. França. Vivaldo Fernando da Costa. Anés10 1.3.4. Expressões gerais dos fluxos....................................................... 12
dos Santos Jr.. Orlando Luiz Semensato e Manuel Moreira Bapt1sta. 1.4. Formulação matricial... ..................................................................... 12
como o rientador de seus trabalhos de tese de mestrado e, ou doutorado 1.5. lmpedãncia equivalente entre dois nós ............................................... 14
U ma d1v1da adicional eu tenho com Orlando. Anovaldo e Cario~. pela
CAPfruLO 2 .. ... . ..... ... .. .. . . ... .. . ... . . . . . . .. . . . .. . . . . . . ... . ... .. . . . .... .... . .... .. . ... . .... .. . 17
aJuda na revisão dos originais e pelas sugestões na organização final do
livro. Entre o utros, agradeço a Brian Stott, Ongun Alsaç. Mano V f Fluxo de carga linearizado .. ... ..................................... .............................. 17
Pereira, Sérgio H. Cunha, Gerson Couto e Frederico M Gomes. pela
convivência no desenvolvimento de trabalhos em comum. Estendo meus 2. 1. Linearização.......................................................................... ......... 18
2.2. formulação matricial([! = ll' 0).................. .. ..................................... 20
agradecimentos a Edson Pedro de Lima e Luiz Cláudio Pasqüm1 que.
2.3. Modelo CC.. ....... ... .. ... ..... .................................................. ..... ........ 23
com muita pa<;iência, fizeram os desenhos que compõem este livro. Meu 2.4. Representação das perdas no Modelo CC ............................................. 25
reconhecimento ao Dr. Jerzy Lepecki, não só pelo apoio do CEPEL mas,
também pelo incentivo para que eu preparasse este trabalho. CAPITULO 3 ......................... " ...................... "' "" ' ........ ............ ... ....... 29
Alcir Jo.,é Mont1cel/1 Eliminação de Gauss............................................................................... 29
3.1. Matrizes tipo admitãncia nodal.......................................................... 30
3.2. Método da eliminação de Gauss........................................................... 31
3.3. Matrizes elementares......................................................................... 34
3.4. Decomposição LDU ......................................................................... 38
3.5. Resolução do sistema Ax .. b pelos fatores triangulares............................. 42
3.6. Eliminação de Gauss e r-;dução de circuitos............................................ 45
3.7 Critérios de ordenação ................ .... .................................................. 49
CAPiTULO 4 . . . .. . .. . . .. . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . .. . . .. . . .. . .. .. .. . . . . .. . . .. . .. .. . . .. .. . ... . .. . . .. . .. .. . 53 APÊNDICE A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
Análise de alterações cm redes de transmissão .. .. .. .. .. . . .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. ... .. . .. .. .. .. · 53 Análise de redes cm centros de supervisio e controle cm tempo real . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
4.1. Alterações na matriz admitãncia nodal.................................................. 53 A. l. Introdução aos centros de controle ...................................................... 149
4.1.1 . Alterações simples................................................................... 53 A.1.1. Controle da geração ... ..... ..... .. ........ .... . .... .... .... . .... . ....... .... .... .. 150
4.1.2. Alterações multiplas................................................................. 56 A.1.2. Controle supervisório e de segurança ... .... ................. ............. ... .. 150
4.2. Análise de sensibilidade..................................................................... 58 A.2. Operação em tempo real . .. .... ... .. .... ........ ... .... .... .. ... .............. .... .... .... . 151
4.2.1. Alterações simples ...... .... ......................... .... ..... ............ ....... .... 59 A.2.1. Restrições de carga, de operação e de segurança............................. 151
4.2.2. Alterações múltiplas................................................................. 63 A.2.2. Estados de operação do sistema................................................. 152
4.3. Alterações na matriz impedância nodal.................................................. 64 A.2.3. Transições entre os estados do sistema ....................................... 154
4.3.1. Alterações simples................................ .......... ......................... 64 A.3. Sistema de análise de redes................................................................. 157
4.3.2. Alterações múltiplas................................................................. 66 A.3.1. Configurador ........................................................................ 157
4.4. Têorema da Compensação .. .. . .. .......... .... .. .. .... ................ ... ............ ... . 66 A.3.2. Estimador de estado ............................................................... 158
4.5. Lema de inversão de matrizes.............................................................. 71 A.3.3. Previsão de carga por barra ...................................................... 158
A. 3.4. Modelagem da rede em tempo real (fluxo de carga)........................ 159
A.3.5. Análise de segurança............................................................... 159
CAPiTULO S.............. .. .... ... .. .... ... ...... ......... ... . ... ..... ... ..... .... .... ..... ... ... . 75 A.3.6. Fluxo de carga de operação ...................................................... 160
A. 3. 7. Análise de sensibilidade de tensão .. .. .. .. . .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . 160
fluxo de carga nio-linear: algoritmos búk:os .. . .. .. .. . .. ... .. .. .. . .. .... .. . .. .. .. .. .. ... .. . 75 160
A.3.8. Controle corretivo de emergência...............................................
5.1. Formulação do problema básico.......................................................... 75
5.2. Resolução de sistemas algébricos pelo método de Newton........................ 78
APÊNDICEB....................................................................................... 161
5.3. Fluxo de carga pelo método de Newton.................................................. 82
5.4. Métodos desacoplados ............................ ................................... ....... 93 Análise de sensibilidade ........................................................................... 161
S.4.1. Método de Newton desacoplado.................................................. 94
5.4.2. Método desacoplado rápido ....................................................... 100 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..... .......... ... .. .... ... ..... .. .. .... ... .. .. .... .... . 163

CAP ÍTULO 6 .. ,. ...................................................... ............................ Ili


fluxo de carga: controles e limites .............................................................. 111
6.1. Modos de representação .................................................................... 112
6.2. Ajustes alternados..... .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. . . . .. ... .. . .. .. . .. . . .. 113
6.3. Conirole de 1ensão em barras P~ ......................................................... 114
6.4. Limites de 1ensão em barras P"g ........................................................... 11~
6.5. Transformadores em-fase com controle automático de top ......................... 116
6.6. Transformadores defasadores com controle automático de fase................... 118
6.7. Controle de intercâmbio entre áreas ...................................................... 120
6.8. Controle de tensão em barras remotas ................................................... 122
6.9. Cargas variáveis com a 1ensão ............................................................. 123

CAPiTUL07 ....................................................................................... 127


Equivalentes externos.............................................................................. 127
7.1. Reações externas.............................................................................. 128
7.2. Equivalente Ward: modelo linear ....................... : ................................. 129
7.3. Obtenção de equivalentes por eliminação de Gauss ................................. 132
7.4. Equivalcn1e Ward: modelo não-linear ................................................... 136
7.5. Equivalente Ward com retenção de barras PV ........................................ 141
7 .6. Equivalente Ward esiendido ......................................... : ..................... 143
7.7. Modelo de fluxo de carga não-reduzido .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. . . 147
Capítulo 1

FLUXO DE CARGA
ASPECTOS GERAIS

O cálculo de fluxo de carga (ou nuxo de potência) em uma rede de


energia elétrica consiste essencialmente na determinação do estado da
rede, da distribuição dos íluxos e de algumas outras grandezas de inte-
resse. Nesse tipo de problema, a modelagem do sistema é estática, sig-
nificando que a rede é representada por um conjunto de equações e ine-
quações algébricas. Esse tipo de representaç~o é utilizada em situações
nas quais as variações com o tempo são suficientemente lentas para que
se possa ignorar os efeitos transitórios. É claro que os transitórios do
sistema só podem ser devidamente levados em conta se for utilizada
uma modelagem dinâmica envolvendo equações diferenciais, além de
equações algébricas. O cálculo de íluxo de carga é, em geral, realizado
utilizando-se métodos computacionais desenvolvidos especificamente
para a resolução do sistema de equações e inequações algébricas que
constituem o modelo estático da rede.
Os componentes de um sistema de energia elétrica podem ser clas-
sificados em dois grupos: os que estão ligados entre um nó qualquer
e o nó-terra, como é o caso de geradores, cargas. reatores e capacitares:
e os que estão ligados entre dois nós quaisq uer da rede. como é o caso
de linhas de transmissão, transformadores e defasadores. Os geradores
e cargas são considerados como a parte externa do sistema, e são mo-
delados através de injeções de potência nos nós da rede. A parte interna
do sistema é constituída pelos demais componentes, ou seja, linhas de
transmissão, transformadores, reatores, etc. As equações básicas do fluxo
de carga são obtidas impondo-se a conservação das potências ativa e
reativa em cada nó da rede, isto é, a potência liquida injetada deve ser
igual à soma das potências que fluem pelos componentes internos que
têm este nó como um de seus terminais. Isso equivale a se impor a Pri-
meira Lei de KirchholT. A Segunda Lei de KirchholT é utiliLada para
expressar os íluxos de potência nos componentes internos como funções
das tensões (estados) de seus nós terminais.
2 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA Fluxo de carga - as{HJCIO$ gertJis 3

1.1. Formulação básica do problema O conjunto de equações do problema do fluxo de carga é formado
por duas equações para cada barra, cada uma delas representando o
Conforme foi dito anteriormente, o problema do fluxo de carga fato de as potências ativas e reativas injetadas em uma barra serem iguais
pode ser formulado por um sistema de equações e inequações algébricas à soma dos fluxos correspondentes que deixam a barra através de liilhas
não-lineares que correspomkrn, n:spt:ctivamt:nte, às leis de KirchhofT e de. lra.nsrnis~ào. trn.nsfomrndon:s, etc. Isso corresponde à imposição da
a um conjunto de restrições operacionais da rede elétrica e de seus com- Primeira Lei de K1rchhofT e pode ser expresso matematicamente como
ponentes. Na formulação mais simples do problema (fonnulação básica). se segue:
a cada barra da rede são associadas quatro variáveis, sendo que duas
delas entram no problema como dados e duas como incógnitas: pk = L
m€!2k
Pkm( vk> vm. ek. Om)
( 1.1)
vk -magnitude da tensão nodal (barra k)
8k - ãngulo da tensão nodal Qk + QZh( V,.) = L Qk,.,( V,.. Vm, ok> O,.,)
m€!2k
Pk - geração liquida (geração menos carga) de potência ativa
Qk - injeção liquida de potência reativa em que

Dependendo de quais variáveis nodais entram como dados e quais k = 1, ... NB. sendo NB o número de barras da rede
são consideradas como incógnitas, definem-se três tipos de barras: n. - conjunto das barras vizinhas da barra k
V,., V,., - magnitudes das tensões das barras terminais do ramo k - m
PQ - são dados Pk e Qk, e calculados V,, e Ok Ok. llm - ângulos das tensões das barras terminais do ramo k - m
Pkm - fluxo de potência ativa no ramo k - m
PV - são dados Pk e Vkt e calculados Qk e Ok Qkm - fluxo de potência reativa no ramo k - m
REFERÊNCIA - são dados Vk e Ok, e calculados Pk e Qk Qi:h - componente da injeção de potência reativa devida ao ele-
mento sh11111 da barra k (Qih = hj,h V,. 2, sendo bih a suscep-
As barras dos tipos PQ e PV são utilizadas para representar. respecti- tância shunt ligada à barra k).
vamente, barras de carga e barras de geração (incluindo-se os conden-
sadores síncronos). A barra VO, ou barra de referência, tem uma dupla Como será mostrado mais adiante, nessas equações os ângulos e e. e,.,
função: como o próprio nome indica, fornece a referência angular do ªl?ªr7c:m sempre na forma Ok - Om, significando que uma mesma dis-
sistema (a referência de magnitude de tensão é o próprio nó terra): além 'tnbu1çao de fluxos na rede pode ser obtida se for somada uma cons-
disso, é utilizada para fechar o balanço de potência do sistema. levando tante arbitrária a todos os ângulos nodais, ou seja, o problema do fluxo
em conta as perdas de transmissão não conhecidas antes de se ter a so- de carga é indeterminado nas variáveis O, o que toma necessária a adoção
lução final do problema (da.i a necessidade de se dispor de uma barra de uma refe.rência. angular (iss? pode ser feito por uma barra tipo VO,
do sistema na qual não é especificada a potência ativa). conforme foi mencionado anteriormente). As expressões (1.1) foram mon-
Esses três tipos de barras que aparecem na formulação básica são tadas considerando-se a seguinte convenção de sinais: as injeções líqui-
os mais freqüentes e também os mais imponances. Entretanto, existem das. de potência são positivas quando entram na barra (geração) e ne-
algumas situações particulares, como, por exemplo, o controle de inter- g.at1vas quando saem da barra (carga): os fluxos de potência são posi-
câmbio de uma área e o controle da magnitude da tensão de uma barra tivos quando saem da barra e negativos quando entram; para os ele-
remota, nas quais aparecem outros tipos de barras (PQ Ir, P e V). Esses ?1~nt_?s s/111111 das barras é adotada a mesma convenção que para as
tipos de barras não são considerados na formulação básica. mas serão mJeçoes. Essas convenções de sentidos para as potências ativas e reativas
incluídos no processo de resolução quando for estudada com mais de- são as mesmas utilizadas para correntes e estão indicadas na Fig. 1.1.
talhes a atuação dos dispositivos de controle existentes no sistema (Cap. 6). O co~junto de inequaçÇíes, que fazem parte do problema do fluxo
Uma outra situação, não representada na formulação básica, refere-se à de ~rga, e f?rmado, entre outras, pelas restrições nas magnitudes das
modelagem das cargas: foi visto que as barras de carga são modeladas tens?es nodais das barras PQ e pelos limites nas injeções de potência
como sendo do tipo PQ. em que Pk e Qk são considerados constantes: reativa das barras PV:
a representação de barras de carga, nas quais as potências ativa e reativa
variam em função da magnitude da tensão nodal, será considerada no
Cap. 6. (l .2)
4 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Fluxo de cerge - espectos gerais 5

enquanto <I adm1tância séne é

® ' ou seja. a condutância série gk,., e a susceptância série hkm são dadas,
/(. \"
km
respectivamente, por
I~
( 1.5)

Quando o modelo n representa uma linha de transmissão têm-se rkm


e x1m positivos, o que implica Ytm pos1ttvo e b4m negativo (tipo indutivo).
Já o elemento hZ~ é positivo. pois o shunt é do tipo capac1t1vo.
A corrente hm (Fig. 1.2) é formada de uma componente série e uma
componente ~1111111. e pode ser calculada a partir das tensões terminais
Ek e Em. e dos parâmetros do modelo equivalente n:
E,,,) + jb'i:., Ek ( 1.6)
Figura 1 1 - Convenção de sinais para nuxos e injeções de corrente, potência ativa e
potência reauva
em que
( 1.7)
Analogamente, a corrente I ,,,1 e dada por
Além dessas restrições, que aparecem na formulação básica. outras do
mesmo tipo serão consideradas no Cap. 6, no qual serão incluídos no fmk = .l'km(l:.,,. - Ed + jbj.~Em ( 1.8)
problema os limites nos valores dos taps dos transformadores em-fase
e defasadores, os limites na capacidade de geração de barras responsá-
veis pelo controle de intercâmbio, os limites nas magnitudes das tensões @----.- Z km : r km + j X km --- @
das barras PV, ele.

1.2 Modelagem de /inl1as e trans/onnadores

Nesta seção, são apresentados os modelos de hnhas de transmtSsão.


transformadores em-fase e defasadores. Os princípios básicos de func10-
namento dos transformadores em-fase e defasadores também são dis-
cutidos. Figura 1 2 Modelo equivalente n de uma lanha de transmissão

1.2 1 Unha.\ de transmissão [ 1]


1.2 2. Trnmformadores em-fase
O modelo equivalente n de urna linha de transmissão, representado
na Fig. 1-2. é definido por três parâmetros: a res1~tcnc1a serie r1 ,,,: a rea- A representação geral de transformadores (em-fase e defasadores)
tãncia sene xk'": e a susceptãnc1a .\lm111 bl!:,. A impedãnc1a do elemento dada na Fig. 1.3 consiste basicamente em uma adm1tância séne Jlm e
sene é um auto-transformador ideal com relação de transformação 1 .1. Para
o transformador em-fase t é um número real (1 =a) e, para o defasador, 1
(1.3) é um número complexo (t = aeJ•).
6 .
FLUXO DE CARCM EM REDES DE ENERGIA ELITR/CA Fluxo de carga - aspectos gttrais 7

E"' =V"'eJ(J,,,
- -@

I,,,,- - r,,,_ B

Figura 1 .1 - Modelo de tran~íormadorc' . em-fa,c. / = 11: dd.i~dor puro. / =e••: e


defa>ador. 1 "" 11 eJ•.

l 1gura 1.5 - Cm;u110 c4u1vah:n1c n lr•m,rormadorc-. cm-fa-.c .-1 - 11y,.,. B = 11111 - l Ir,., :
A Fig. 1.4 mostra o modelo do transformador em-fase, mdicando t ( ( 1 11),r,..
a tensão do nó intennediário p. Para este tipo de transformador. a relação
entre as magmtudes das tensões dos nós tennma1s /.. e p do transformador das admttànc1a-. .J. B e C do c1rcu1to equi,alente é fcna identificando-se
ideal e dada por as correntes 1km e / ,.,1, do modelo da F 1g. 1.4 com as correntes corres-
JI
_ P_ = Cl ( 1.9) pondentes do circuito equivalente da Fig. 1.5. Na Fig. 1.4, tem-se:
V1. = 2
Ji.m1E1 + (- Cl_l'lmlEm
fs.m = -aY1mlE:.m - f.pJ (C1
(1 131
que é a própria relação entre as tensões complexas Er e El. pois Ok = Or: / ,.,l = J'1,,.( E,., Lp) = ( - CIJ'1ml El + {J'1;,.,) E,.,
( 1.10) Para o modelo n da Fig. 1.5. pode-se escrever:
/km = ('1 + B)E1, + ( - A)Em
( 1.14)
f,.,1. = (- llf1. ... (A+ CIEm
ldenuficando-se os coeficientes de E1. e é.'" nas expressões ( 1.13) e ( 1 14),
ohtêm-se:
A= CIJ'lm
l~m (1 15)
B = a(a - 1IY1m
Figura 1.4 - Transformador em·fa~c. ( 1 - a),r1,,.,
(
As expressões ( 1.151 permitem a análise do efeito da relação de trans-
O fato de o transfonnador k - p. que aparece no modelo. :.er ideal formação 1: c1 sohre as m.1gn1tudes das tem.ões terminai-. 11 e 1'". Con-
implica também que as potências complexas na entrada e na sa1da são sidere-se 1111c1almente a= 1. 1\11..-ste caso. as admitãncias B e C são nulas.
iguais. ou seja. não há d1ss1paçào de potência ativa ou rcat1\a entre os e o c1rcu110 equl\·alente n reduz-se à adm1tância séne .11.m Alterando-se
nós k e p· a rd,1çào de transformação para um \alor e1 < 1. B terú -;mal contrario
E." ltm + Ep l!,1. = O ( 1. 11) a 1·1,,,, e. portamo, será do tipo capacitivo, enquanto C será do tipo in-
dut1,·o· isto implicará uma tendência a aumentar ik e reduzir l-m Ao
A partir das relações (1.10) e (1.11 l. obtém-se· contrário. fa1cndo-se a> 1, B sera mdutÍ\O (mesmo sinal que Yi.ml enquan-
hm 1 hm l to ( será do upo capacit1\0 ha,erá uma tendência a diminuir i 1 e au-
-- = - - - = - LI. (1.121 mentar J,., Se urna das barras tcrm111a1s 11ver tensão regulada (PI. l-P. etc).
I m1. J l ml i ou esti\.er elctncamente próxima de uma barra desse tipo, a outra barra
ou seja. as correntes /km e / ml estão defasadas de 180º e sua'> magnitudcs tennmal sofrera os efeitos das alterações na relação 1 a Nestes casos.
estão na razão e1 1 ou seja. quando uma das tensões 1enn111a1s e rígida, tudo se passa como
O transformador em-fase pode ser representado por um circuito equi- se o transfonnador se apoiasse cm um de seus tennma1s para cle\ar
valente do tipo n, conforme está ilustrado na Fig. 1.5. A dctcnninaçào ou d1mmuir a magnitude da tensão do lenninal oposto.
8 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTRICA Fluxo de carga aspectos gttra1s 9

1.2 3. Tran\jármaclon'.\ cll!/Ú.\atlore\ \ersa) f x1stcm. portanto. duas 'iluaçõcs C\trcmas: o ramo/.. - me radial,
ca-;o cm 4ui.: llr,,. = 11;,... s1gn1ficando que o fluxo l'k.., independe de tp :
Este tipo de transformador permite que se controle o flu\O de po- o ramo /.. - 111 nàll é radial e a rede e infinitamente fone entre os nos /..
tência ativa do ramo no qual ele está m-.erido. A situação 1: anúloga a e 111. ca'o cm 4uc llrm = O~m + cp. significando max1ma influência de tp
de um c1rc11110 (rede) cm corrente contíntm no qual "e in\t:rl; uma fonte sobn: Pkn• · As ..,ituaçcu:s prática.., C!-.tào entre os do1., e\lremos. ou scja.
de tensão em um de seus ramos Dependendo da polaridade da fonte. para cp > O. tcm-..,c li~,.,< llr,,, < 11;1n + cp (relação analoga 'ªe para cp < 01.
a corrente que passa no ram9 poderá aumentar ou diminuir de\ ido ú ;"\iotc-sc que toda a d1scu!-.s<io prcccdcnte 'ale para sistemas de trans-
introdução da fonte. C\cntualmente mudando de smal. l:m uma rede de m1ssàll tipicos. nos quais º'fluxos de potência allva dependem basica-
1ramm1ssào em corrente alternada. o defasador. como l) proprio nome mente d,1s ,1her1uras ,1ngul,1n.~., nos ramos (as rcatünci<ls serie são multo
mdica. consegue afetar o fluxo de potência a11va introdu11ndo uma dc- maiores que as resistências série).
fa-.agem entre os nó-. Á. e f1 (rer o moe/elo dl! tle/a,aclor pum 11a Fic/ . 1.61. No caso do dcfasador puro (aquele que só afeta a relação entre as
fases das 11.·nsõe" L~ e L,,. sem afetar a relação entre suas magnitude-.).
® cv.,e.) (V,,,, 8,,,)@ tem-se·

( 1.16)

Ik,,,- j<P - 1 .... o 4uc cqu1valc a d11cr


1:e
( 1.17)
hgura l.ó - Dcfasador puro (1 = c••t
poisª" magnitudcs da-. tcnsõc ... 11 e~'" são iguais. Substituindo-se (1.161
(ons1derc-sc. por exemplo. uma situação na qual. antes de se 1111rn- cm ( 1 11 ). obtrrn-sc
duz1r o defasador. o fluxo de potência ali\'a tem o sentido /..-+ m W~ > H~,1
Seja <P >O o üngulo introduzido pelo defasador. 1-.10 é. H,, = Bk + 1{1 <;1.: /Am = - r* = -e ,., ( 1.181
o ramo /.. - 111 for radlitl. o llu\o P1"' ficara inalterado. pas-..ando .1 n1n 1 I "'"
... bertura angular do ramo /.. - "' a ser dada por Ok,., - o·,:,,, + 1p. ou sc_1a.
a abertura angular -.obre a adm11ânc1a _r1 ,,, ficara inal1erad;i ttlr," = H'; "' l. A-:, correntes I k .. e I mk podem ser escritas cm função das tensões
pois m. n(ls p e /11 ...ofrcn1o a mesma \"<triação angular 1e/I - e~ + 1(1 e term111a1s. da mesma fomrn que foi feito para o transformador em-fa-..e.
O"'= o•,;. -1- q>l. Se o ramo /.. m não for radial. -..itua1,·ào 4m: realn11.'ntc resultando
tem ntercssc pratico. o restante do "1:-tema tenderá a impedir 4ue a aber-
tura angular llkm \ane hHl'mente. e a vanaçào pro\ocada pela 1ntroduçãn ( 1.191
do dcsafadm scrú tanto menor quamo mais ..fone·· for o "''tema de
tramm1-.sào (011 quanto rn.uor for a mag111tude da smccpt;"1nu.i equl\alenle
total c111re º' nús /, e 111. cm rclaçtlo a suscep1anc1a do ddasadm 1 Nl'ste
Ca\O, a abertura angular sobre a adm1tftncia l'1m paso.;arú a -..er e,.,.. H~',,,, . Pode-se ohscrvar facilmente que é 1mpossi\ d a detcrmmação dos rara-
o 4u,: 1mpl1carú um acré-..cnno no lluxo de potência at1\a no ranw /1 111 mctros A. B e C do circuito cqu1valcnle n neste caso. poi-. na!> cxprcs-
O mesmo rac1oc1n10 rode -.cr reretido para 'P negall\O, caso cm que sões ( 1.19) o coeficiente de f."' na equação de li.m difere do coeficiente
o íluxo de potencia ativa no ramo /.. - 111 d1m111u11a com a intw- de E4 na equação de '""' ( r*r1.m c - IJ'••n· rcspectnamcntc).
duçãn do dcfasado1 Uma '>ituaçào extrema ocorre paril -..1qc111.i' Já foram discutidos o transformador cm-fase (r =a) e o defa~ador
lllfillllamcnt<.: '"forlC'>... para Os 4Ua1S º" :ingulO'i 81. e 8,,, 'íÜO ng.1dns puro (1 = e'"I O ddasador com t ac 1" afeta não só o fluxo de potência
1..,to e. não vanam com o úngulo cp introduzido pelo dcfasadrn (ob\ 1a at1\a mas também o fluxo de potênc1.1 rca1in1 (ou as tcn-:,õcs term111a1..,.
mente. c-..ta é uma "1l uaçfü1 ideall. Neste ca-;o. tem-...e Eli.,.,= er"· - cfl =- B'I.,., oo:: o 4uc da no mesmot do ramo onde cstú inserido. O proccd1mcn10 -..cgu1do
e~... ou -..cja. a ahertura angular "obre a adm11ünc1.1 1 k,.. apó ... a intrndt11;ào na obtenção da, cquttçôc-, de lkm e lmk nc.,te caso. e o mesmo do" ca...os
do defasador. C BP'" e~n, + lfl hsO :>tgnifica que todo (l ângulti l{I do de- precedente..,. e podl· ...cr facilmente repelido por analogia. A unic,1 dife-
fa'íador é somado ú abertura angular existente inicialmente entre os pon- rença. em relação ús exprc...sõcs (1.19). é que o coeficiente de E1 na equa-
tos r e 111 ( ...e lf' for pos11l\O. l) íluxo de potência ativa aumentará. e \ice- ção <lc /k,., Pª""ª a .,::r a 1 1l'" cm \CZ de Yi.m· Lma poss1b1lrdadc prática
FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTRICA Fluxo de carga - aspectos gereis 11
10

e simples de se representar aproximadamente um dda..,ador com 11:;, 1 Notar que E4 Em é a magnitude da tensão sobre o elemento séne
consiste em utilizar-se de um moddo constituído de um transfonnador do modelo equivalente n: fhm 1 E4 - E'" 12 são as perdas ôhmica!-.:
em-fase (1 =a) em sénc com um defasador puro (1 = eJ"l
- b4'" l:. 4 - /:..,., 2 são as perdas reatnas no elemento série: e - f>4~( Vf + v;)
corresponde a geração de potência reati\a nos elementos .\/111111 (lembrar
que, em linhas reais. b4'" <O e '14~ > 0}.
1.3. Fluxo.\ de po1ê11cw u1il'a e rea1iw
1.3.2. Traw.Jormculore.\ l!m-faw
As expressões dos fluxos de potência atÍ\a Pk'" e potência rcatmt
Q4'" podem ser obtidas a partir dos modelos apresentados na seção pre- l- 01 v1,to na seção precedente que a corrente Jkm em um transfonna-
cedente, confonne será mostrado a seguir.
dor em-fase é
( 1.25)
1.3.1. Linhas de 1ram1111.mio
O fluxo de potência complexa correspondente é dado por
Já foi visto antcrionncnte que a corrente h,,. em uma linha de trans-
missão é dada por S!m = Plm - jQ4,,. = Et / 4m =
( 1.26)
Jkm = _l'km(E4 - Em) + jbk~E4 11.201 = J'4,,, {/km i~ e - 111
' (a km i--;.
0
l.J • - vm e1°m)
O fluxo de potência complexa correspondente é
Os fluxos P4,., e Q4m são obtidos 1dent1ficando-se as partes reais e imagi-
St'" = P1m - jQk'" = Et / 4'" = nárias dessa equação complexa. resultando
( I.::!) ) Pkm = lt11m l 4 ) 2 Y1m - le11m i 1) l mY4m cos ll4m - (u4m l d i~b4m scn ()4m
(1.27)
2
Os fluxos P1,., e Q1 m são obtidos identificando-se as partes reais e ima- Q4m = - (C14m Vi 1 1>4m + (e14'" Vil Vmb4m cos 114m - (a4,., i ~) li;,,!hm sen 114'"
gmánas dessa equação complexa. resultando
Estas expressões poderiam ter sido obtidas por inspeç-Jo comparando-se
( 1.26) com ( 1.21 l em ( 126) não aparece o tcnno jblch,,.~ f e. no lugar de
( 1.22)
~ 4 , aparece Ui.m l 1 Conseqüentemente. as expressões de P1'" e Q4m para
o transfonnador em-fase são as mesmas deduzidas para linhas de trans-
missão. bastando ignorar o tenno que depende de b;:~ e substituir ~ 1
Os fluxos P,.,1 e Qm1. são obtidos analogamente. por a1m ~4 .

( 1.23) 1.3.3. Tramjormadores de/asadores


Qmi. = - V!(hi.,,. + bi:~) + J1i. Vmbkno COS fhm + l '4 l'nolhm '>en Oi."'
Para o dcfasador puro foi visto que
As perdas de potência ativa e reativa na linha são dadas. rcspcc11-
vamente, por ( 1.28)

Pi.m + P,.,1 = !JLmWf +V!- 2 Vi\.-,,,cos01ml = Y1... l l:.'1. - E,,,j 2 O Ouxo de potência complexa correspondente é dado por
(1 24)
St,,. - Plm jQLm = Etf im =
Qi.m + Q,.,k = -bi:~( V/+ V,!) - bi.,,,1 Vf + V! - 2 l~ l m cos Oi.mi= (129)

= - bLm =•1·km Vl e- J(H• •••"''(V1 eJlff• + ...... - V111 e 111"')


k + Vi) -
<h ( Vi m b1m 1EL - Em 11
12 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA Fluxo de carga - 11sp11ctos gereis 13

Os íluxos Ps.m e Qs.m são obtidos identificando-se as partes reais e 1ma- i\ corrente ls.m cm uma linha de 1ransm1ssào (Fig. 1.2). transforma-
ginánas dessa equação complexa. resullando dor em-fase 1Fig. 1.41 e dclasador puro (fig. 1 6) e dada. rcspec11vamente,
pelas seguintes c\pres..,ões
Ps.m = Vfos.m - lí.lmfümCOs(/llm +'Pi.mi- 11.l'mhs.m"Cn((/1,,., + 'Ps."J
ls.m - ()1,,,, + Jh;.~IEi. + (- Yi.m1Em
( l .30)
Qs.m = - Vfhs.,., + Vi~:,bs.mCOs(Os.m + 'Ps.ml - lí.l:,ys.m'Cn(lls.m +'Pi.mi (1.33)

Estas expressões poderiam ter sido obtidas por inspeção comparando-se


( 1.29) com ( 1.21 ): cm ( 1.29) não aparece o termo 1ht:., l s.~ e. no lugar de
Os.. aparece Os.+ 'Ps.m· Conseqüentemente, as expressões de Ps.,,, e Qs.m para conforme Já foi dcmonstrndo antenormente (expressões ( 1.20). ( 1.25) e
o dcsafador são as mesmas dcdu7idas para linhas de transmissão. bas- ( 1.28). respectivamente). As expressões ( 1.331 podem ser postas na seguinte
tando ignorar o termo que depende de hk!:, e subst1tu1r Os.m por 111,,., + <Ps.nr· forma geral:
( 1.34)

1.3.4. Expre.wie.\ yerui.\ dos fluxo.\ sendo que, para linhas de transmissão. ak,,, = 1 e 'Ps.m =O; para trans-
formadores em-fase. hk,~, =O e 'Pkm O. e. para defasadores puros, hk!;, = O
Os íluxos de potência a11va e reativa em linhas de transm1s..,ào. trans- e as.m = 1. [Lembrar que os defasadores com lls.m '# 1 são representados
formadores em-fase, defasadores puros e defasadore~. obedecem Ú\ expres- como um defasador puro (as.,,, - 11 em série com um transformador em-fase
sões gerais (</>s.m = Ü).]
Considerando-se l s.m dado cm ( 1.34). a expressão de Ik ( 1.321 pode
ser reescrita da -.cguinte maneira:

h = [ihih -'- L Uh4~ + afn,l'km IJ Es. + L (- ªkm e1••m.r1.mlEm ( 1.35)


( 1.31) "' 111 m u,

Esta expressão. para /.. = 1. N B. pode ser posta na forma matricial


l= }t:_. ( 1.36)
No ca\O de lanhas de transmissão. a4m = 1 e cp 4m =O Para trans- em que
formadores cm-fase. b;~ =O e <Ps.m =O. Para os defasadores puros. h'i.~ =O
e a4m 1 Finalmente. para os defasadores. hi~ =O 1- \etor das tnJeçoes de corrente, cujas componentes são
No m1c10 deste capítulo. foi formulado o problema do ílu\o de carga h!/.. l.NBI
como sendo cômposto de dois sistemas alg.ébncos o sistema de cqua- J;, - vetor das tcnsõe-. nodais CUJas. componentes são E4 = ~~ 1.."11"
çôcs ( 1.1) e o conjunto de inequações ( 1.2). Neste ponto. é interessante }' = G t .1B - matriL admllância nodal
notar que os íluxos Ps.,,, e Q4ni. que aparecem em ( 1 l l. são dado-. gene- Os elementos da matriz r são:
ricamente pelas expressões ( 1.31 ).

( 1.37)
1.4 forn111/açcio matnóal }~ 4 = )h'i.h -1 L mEfl•
Uhi:~ + afm.\'s.nil

A in1eçào liquida de corrente na barra k pode ser obuda aplt<.:ando-sc Em geral. essa matn1 e esparsa. ou seja. tem uma grande proporção
a Pnmc1ra Lei de K1rchholT a situação geral representada na 11g. 1 1; de elementos nulos. pois }i.m =O sempre que entre os nós k. em não exis-
tirem linhas ou transformadores. Note-se que. se o elemento existente
Í 1, + /J.h = L f s.m (/.. = 1. \ BI ( l._:\21 entre as barras /.. e 111 for uma linha de transmissão. }4m= - rs.m. se for
"' !l,. um transformador cm fase. lí.m = - cJ.1.m.l •m: e. se for um defasador 11uro.
14 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTRICA Fluxo de carga - aspectos gerais 15

Yi.m = - e-J••"'Yi.m· Se a rede for formada de linhas de transmissão e i) Jmagmc-...c que todas as fontes de corrente (1) são desligadas da rede
transformadores em-fase, a matriz Y será simétrica. A presença de de- e que uma fonte de corrente ideal e unitária seja ligada entre os nós k
fasadores toma a matriz assimétrica. pois neste caso. para o modelo da e 111. conforme esta indicado na Fig. 1.7.
Fig. 1.6. }•m = - e - 1 •'"'Y•m e r:..i. = - e'~""'. Y•m
A injeção de corrente I •· que é a k-ésima componente do vetor 1.
pode ser colocada na forma

( 1.38) ® ®
em que K é o conjunto de todas as barras m adjacentes à barra /... in-
cluindo a própria barra /... ou seja. o conjunto K é formado pelos ele- Rede 1=1 I =1
mentos do conjunto n. mais a própria barra /... Considerando-se que
Ykm = G•m + jBkm e Em= Vm e1u.... a expressão (1.38) pode ser reescrita da
seguinte maneira:
11. = L (Gkm+jBkm)(VmeJO..,) (1.39)
m <K

A injeção de potência complexa Si. é (o) {b)

(140)
F1gurn 1.7 - Dctcrmmaç<io <lc :t~
Substituindo-se ( 1.39) em ( 1.40) e considerando-se que E4• = 14 e Jll•.
0btém-se:
s: = V4 e- JO• L
m<K
(G1.m + jB1.mllVm e1u"') ( 1.41)
1i) l\'e~ta !->ituaçào. a diferença de tensão entre os nós k e m será dada
por
As injeções de potência ativa e reativa podem ser obtidas 1dent1ficando-sc
(143)
as partes real e imaginá na da expressão ( 1.4 J l:

pk =.Vi. L Vm(Gi.m cos lhm + B1.m sen V1.m~ sendo Zu. Lmm e Z,m elementos da matriz Z. conforme é indicado
mEK a seguir
º· = Vi. L V,.,(G1.m sen f11.m -
m<K
B1.m cos 01.ml
(1.42)

L 1
1 ,---"--.

1.5. Impedância equivale111e e/Zfre doi8 nós

Nesta seção será desenvolvida uma expressão que dá a 1mpcdànc1a Zu z.m +I k


(ou a admitânc1a) equivalente entre dois nos quaisquer de uma rede de (1.44)
=
1mpcdânc1as modeladas por J = 1fi. Este resultado é muito importante
e sera utilizado varias vezes nos capilUlos subseqüentes. - 1
Zmm , m
Seja Z = y - • a matriz impedância nodal da rede (} e Z s1metm:as). Zm1.

A impedância equivalente entre os nós k e m pode ser determinada como


se segue:
16 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA

iii) A impedância cqu1\alcnte =::::.é dada pelo cociente da queda de ten.,ào


entre os nós J.. 111 e a corrente aplicada. Como a corrente e un1tana Capítulo 2
tem-se

(1 4'i)
FLUXO DE CARGA LINEARIZADO
Problema.,

1.1 Considerar um sistema constituído de trfa barrai. e três hnha!-t de


transmissão. cujos dados. em p. u., estão tabelados a seguir (1er o
modelo eqw1·a/e111e n reprewnt ado na Fiq 1.2):
O íluxo de potência ativa em uma linha de transmissão é aproxi-
madamente proporciona) à abertura angular na linha e se desloca no
sentido dos àngulos maiores para os ângulos menores. A relação entre
Linha r '.( h'h os íluxos de potência ativa e as aberturas angulares é do mesmo tipo
da existente entre os fluxos de corrente e as quedas de tensão em um cir-
1 2 0.1 o 1,00 0,05 cuito de corrente continua, para a qual é válida a Lei de Ohm. Esta pro-
priedade poss1bilna o desenvolvimento de um modelo aproximado, ch;.1-
1- 3 0.20 2.00 0.10 mado de fluxo de carga CC. que penn1te estimar, com baixo custo com-
putacional e precisão ace1tavel para muitas aplicações. a d1stribu1ção dos
2- 3 0.10 1.00 0.05 íluxos de potência atl\ a em uma rede de transmissão. Este tipo de modelo
lmeanzado tem encontrado mullas apltcaçõ~ na analise de sistemas
elétricos de potência. t<lnto em planejamento como na operação do sistema.
r tomando o nó terra como
ai \i1ontar a matriz. admitânc1a nodal O fluxo de carga CC é baseado no acoplamento entre as variáveis
referência. P e O(potência ativa/ângulo) e apresenta resultados tanto melhores quan-
hl Colocar a matriz }'na forma r = G + 18. cm que G é a matril to mais elevado o n1vel de tensão. Além disso. o mesmo tipo de relação
condutância nodal e B é a matriz '>Usceptünc1a nodal. valida para ltnhas de transmissão pode ser estendido também para trans-
formadores em fa..,e e defasadores. Este modelo lineani.ado. no entanto.
1.2 Detem1mar a matr11 impedância nodal (Z = r - •l para o sistema não e apltcável para sistemas de d1stnbuiçào em baixa tensão, nos quais
do problema precedente. os íluxos de potência ,111va dependem também. e de maneira s1g01ficat1va,
1.3 Determinar a impedftnc1a equnalente .:2~3 entre os nós 2 e 3 da n.~de das quedai. de tensão. Nestes sistemas é poss1vel a utilização de modelos
do Prob 1 1. linearizados baseados cm outras características tisicas da rede. que não
a relação P-0
1.4 Considerar h'j~ 2 = h~~ 3 = h2h 3 =O para a rede do Prob. 1.1 Deve-se obsenar que o Modelo CC não leva em conta as magni-
ai Calcular as matrizes } e Z para o novo sistema. tomando a bar- tudes das tensões nodais. as potências reativas e os raps dos transfonna-
ra 1 como referência (note que não existem ligações para o nó dores. Por esta razão ele não pode substituir por completo os métodos
terra; as matrizes } e Z passam a ter dimensão 2 x 2). não-lineares de íluxo de carga, mas tem, todavia. grande utilidade cm
hl Determinar .i 1mpedüncia equivalente .:!1 3 entre os nós 2 e 3 da
fases preliminares de estudos que exigem a análise de um grande número
de casos, o que dificilmente poderia ser feito utilii.ando-se os métodos
nm a rede; comparar rnm o resultado obtido no Prob. 1.3.
convencionais Em fases subseqüentes dos estudos, se for necessário o
conhecimento de \anúvcis como as magnnudes das tensões. os íluxo.,
de potência reativa e os valores dos tap., de transfonnadores. então deve-se
partir para uma solução exata ut1ltzando-se um dos metodos class1cos
de fluxo de carga (Newton. desacoplado. etc.).
18 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Fluxo dtJ cerge lintJemt•do 19

2.1. Lineari;;açcio (2.8)

Considere-se o Ouxo de potência ativa Pk'" em uma linha de trans- sendo que ak,,, pode ainda ser aproximado por ª"'" ~ 1, caso em que a
missão, dado pela expressão ( 1.22) deduzida no capitulo precedente expressão do Ouxo de potência ativa no transformador se reduz à expressão
(2.6) válida para linhas de transmissão.
o nuxo de potência ativa pk'" em um defasador puro é dado pela
expressão ( 1.30):
o nuxo no extremo oposto da linha é

Desprezando-se o!> termos correspondentes às perdas e considerando-se


Já fo1 visto que as perdas de transmissão na linha sào dadas por V4 = V,,,= 1pu e h4"' = -.:;:'"1 chega-se a

(2.3) (2. 10)

Se os termos correspondentes às perdas forem desprezados nas expres- Os ângulos Okm e r.pkm podem ter, individualmente, valores elevados. O
sões de Pkm e Pmk• ter-se-á mesmo, entretanto. não ocorre com a abertura angular efetiva + r.pkm º"""
existente sobre a admitâneia y 4,,,. que é da mesma ordem de magnitude
Pk,,, = - Pmk = - Jr4 v,,,h4'" scn 04,,, (2.4) das aberturas angulares existentes em linhas de transmissão e transfor-
madores em fase. Isto permite que seja feita a aproximação
As seguintes aproximações podem ainda ser introduzida-; cm (2.4):
(2.11)
Jt4 ;;:; i'" ;;:; 1 p11
O íluxo Pk,,, tem duas componente!-. uma. que depende do estado dos
sen ºkm;;:; º•m (2.5) nós terminais (x",,,1 041,.) e. outra, que só depende do ângulo do defasador
(xk,,,1cpk,,,). Considerando-se cpk,,, como sendo constante (no caso em que
cpb,. vana automaticamente pode-se tomar o valor básico). a expressão
(2.11) pode ser representada pelo modelo linearizado da Fig. 2.1. onde
a componente mvanante do Ouxo (x",,,1r.p",,,) aparece como uma carga
O íluxo Pk,,, pode então ser aproximado por adicional na barra k e uma geração adicional na barra m (ou vice-versa.
para cpk,,, negativo).
(2.6)

Esta equação tem a mesma forma que a Lei de Ohm aplicada a um re-
sistor percorrido por corrente contínua, sendo P"'" análogo ú intensidade
da corrente; Ok e O'" análogos às tensões terminais; ex""' análogo il resis- P =x- 1 (8 +'P )
k"' km k"' k"'
tência. Por esta razão. o modelo da rede de transmissão baseado na re-
lação (2.6) é também conhecido como Modelo CC.
Considere-se agora o nuxo de potência ativa P4m em um transfor- ® __e_k__ x •.., --......-ª"'- @
mador em-fase, dado pela expressão ( 1.27) deduzida no capllulo precedente f '------lÇll-------'
2
P1m = (a1,,, i1t ) Ytm - (a1m V.) V,.. Ykm cos Ot'" - (at,.. Vt l i,,, hl,,, sen 01'" (2.7 l
Desprezando-se os termos correspondentes às perdas e introduzindo-se
as aproximações (2.5), chega-se a figura ~. I - Modelo line;1r11;1do de um lr;m,formador dcía..ador puro
20 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA EttTRICA Fluxo dtt Cllrga lmeanzado 21

2.2. For11111lartio matricial (f = 8'1!) restantes podem ser dctcnn111ados a partir das injeções de potência es-
pecificadas nessas N B 1 barras (supõe-se que a rede seja conexa).
O modelo linearizado descnvol.,,ido anteriormente pode ser expresso Considere-se agora um sistema no qual. além de linhas de trans-
matricial mente por uma equação do tipo 1 = } t Para maior simplici- missão. existem também transfonnadores cm-fase e defasadores. Em re-
dade de exposição, considere-se m1c1almcnte uma rede de transmissão lação ao modelo desen,ohido anteriormente (f = B'J.!). duas observações
sem transformadores em-fase ou defasadores Neste caso, os íluxo-. de de\t:m -.cr feitas: uma referente à formação da matriz dos coeficientes B'
potência at1\a nos ramo~ da rede são dados por e outra quanto ao vetor mdependente f. Transformadores em-fase e
dcfasadores são tratados da mesma fonna que as linhas de transmissão
12.12) na formação da matn7 de B'. ou seja. a regra de formação dessa matriz
é a mesma para os três tipos de componentes. No que se refere ao vetor
em que \"km é a rcatância de todas as lmhas cm paralélo que existem no f. de\e-se levar em conta em sua formação a ex1stênc1a das injeções
ramo /.. - 111. equ1.,,alentes utiluadas na representação de defasadore-.. conforme é in-
A injeção de potência ativa n.1 barra /.. é igual ã soma dos fluxos dicado na Fig. 2.1
que saem da barra, ou seja: Considere-se como exemplo o sistema representado na Fig. 2.2, no
qual a barra 5 foi adotada como referência. Neste caso, o modelo
Pk = l: 1
xk-m olm (/.. = 1. NB) (2.13) E = B'!!. assume a forma
fflEfl1t.

Esta expressão pode ser colocada na forma


P, .x~J + .\~J
-1
-X1.2 o o o,
pk =(L 1
\km )flk + ~ ( -X4m1 fim) (2.14)
m• U1c '11F ri.. p2 - 1
- X1.2
- 1 -1
\1.2+Xz.3+X2 .~
l
-Xi .j o 02
=
que por sua vez admite uma representação matricial do tipo P, o -1
- Xz.3 \d+x.J.! -.\3.! (} 3

-P= B'O (2.15) p4 o o - .\ 3.! ! +.\4J


em que:
- .\3
º"
Q vetor dos ângulos das tensões nodais (}k
.E - vetor das injeções líquidas de potência allva
B - matm tipo adm1tância nodal e cujos elementos são : P, p3
r2
CD ® @
(2.16) X1,2 X2,3
1
84l = L xk:,,
x1,5 Xz,5
,,. .. fh. X3,4

A matn7 B. que aparece cm (2.15). é singular, pois. como as perdas


de transmissão foram desprc1.adas. a soma dos componentes de P é nula.
OU Seja. a inJCÇáO de potência cm uma barra qualquer pode serobtida a
® X.4,5
®
partir da soma algébrica da-. demais. Para resolver este problema. elimi- 05=0 P5: -P1-P2-P3-P4 P.
na-se uma das equações do sistema (2.15) e adota-se a barra correspon-
dente como referência angular 1114 = 0). Desta forma, esse sistema passa
a ser não-singular com dirnensào /1. 8 - 1 e os <ingulos das /\ B 1 barras 1 1gura :!.'.! ~ Rede-c\emplo de ~mco b<irra'
22 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTRJCA Flu110 dtJ carga lin~auzado 23

A uulização do modelo f = B'Q pode ser ilustrada pelo sistema de 2.3. Modelo CC
três barras representado na Fig. 2.3, onde todos os dados aparecem em
p.11 As matrizes IJ; e (8 1 são dadas. respectivamente. por
1
) A relação E= B'Q pode ser interpretada como o modelo de uma
rede de resistores alimentada por fontes de corrente contínua, cm que .f
-2
81=~
é o vetor das 1111eçõcs de corrente, J!. é o vetor das tensões nodais e 8 é
1

1/4 1/8 a matm <1dm11i\ncia (condutância) nodal. Assim sendo, todas as proprie-
• (8') 1 = dades validas para circuitos cm corrente coniínua podem 'icr ullhlada~
-2 4 18 5/16 para facil11ar o entendimento do modelo linearizado da rede de trans-
missão No Modelo CC. a componente /\ do vetor E e a intensidade
de uma fonte de corrente continua ligada entre o nó /.. e a barra de refe-
P2 =-0,5 rência. a reatância xlm é interpretada como uma resistência. e IJl. como
a tensão do nó /... A Fig. 2.4 representa o Modelo CC correspondente
à rede-exemplo de cinco barras dada na Fig. 2.2.
®
~
\P1,3'

® ®

Os ângulos nodais (cm radiano-.) são obtidos da seguinte maneira :

J!. = 1p
1/4 Í /8
~~ Figura :! 4 - M ~>delo CC pM:t a rede-exemplo de cinco barra-, 1.b Fig, ~ .:!
(8') = o-----t---t

5 16 B =G
Uma caractenst1ca importante do modelo linearizado é o fato de
ou seja. 112 = -0.::!'i e o_,= -0.375 Os íluxos .íl<I\ linhas são dadas por ele fornecer uma solução mesmo para problemas que não poderiam ser
rcsol\1dos pelos metodos convenc1ona1s de fluxo de carga Isso ocorre
P1 2 = x ..10 1.2 = 0.75 freqüentemente em estudos de plane1amento quando, para uma dada rede.
testam-se acréscimos de carga geração. Nesses estudos observam-se pro-
P 1 . -' = x~J 0 .. 3 = 0.75 blemas de comergência nos programas de fluxo de carga causados ou
por insuficiência de suporte de potência reativa ou. então. por falta de
P2 ·' = xiJ Ou = 0,25 capacidade de transmissão para atender às novas condições de carga
24 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Fluxo de carga linearizado 25

Em ambos os casos, o modelo linearizado fornece uma solução que pode enquanto a curva 2 corresponde ao Modelo CC
servir como indicativo do que está ocorrendo com a rede. Mesmo sendo
aproximada. a solução do Modelo CC é mais útil que a informação dada (2.18)
por uni programa convencional de fluxo de carga que diz simplesmente
que a convergência não foi obtida A única condição exigida para que Pode-se notar que, para um nível de carga /' 2 , ambos os modelos forne-
o Modelo CC forneça uma solução é que a matriz B' não seja singular, cem uma solução. Ja para um nível de carga mais elevado. P 1 , o modelo
o que equivale a exigir que a rede seja conexa. não-linear não tem solução. A solução fornecida pelo Modelo CC, apesar
de incorreta, pode ser útil pois dá uma idéia de quanto está sendo exce-
dida a capacidade de transmissão da linha, enquanto o modelo não-
-linear simplesmente diz que não há solução viável.
® Conforme foi apontado anteriormente, uma outra razão pela qual
os métodos convencionais de fluxo de carga apresentam dificuldades
de convergência em alguns estudos de planejamento é a falta de conhe-
cimento sobre o comportamento reativo do sistema (reatores, conden-
Figura 2.5 - Rede-exemplo de dua; barra' sadores, taps. barras PV. etc.). O modelo linearizado f = B'Q ignora a
parte reativa do problema. que então só será considerada em fases subse-
qüentes do estudo. quando se tiver uma idéia mais concreta sobre as
Considere-se o sistema de duas barras representado na Fig. 2.5. no condições futuras do sistema.
qual as magnitudes das tensões nodais são unitárias e a resistência da
linha é nula. A Fig. 2.6 apresenta duas curvas P x O para o sistema da
Fig. 2.5. A r:urva 1 se refere ao Modelo CA

(2.17)

'.!.4. Rl.'pn:.w111aç-cio dm perdas 110 Modelo CC

Em redes de transmissão com dimensões elevadas, [2] o montante


Curvo 2 ( modelo CC)
da:- perdas de tran~missão pode ser muito grande quando comparado
com o nível de geração da barra de referência (ou barra de folga). Por
exemplo, perdas totais de 500 MW para um nível de geração na barra de
referência de 1 000 \ifW. Em situações como esta, os fluxos eslimados
pelo Modelo CC nas linhas que estão ligadas diretamente à barra de
referência, ou estão em suas proximidades, podem apresentar erros muito
elevados (100º.,, por exemplo) devido à não consideração das perdas
de transmissão e da conseqüente redução da geração da barra de refe-
Curvo 1 (modelo CA) rência (por exemplo, cm vez de gerar 1 000 MW, gera apenas 500). Visto
de outra íorma, pode-se dizer que as perdas correspondem a cargas dis-
tribuídas por todo o sistema, e que são atendidas pela barra de referência.
Isto porque, na formulação usual do íluxo de carga CA, a injeção de
potência ativa na barra de referência não é especificada, sendo dada pelas
perdas de transmissão (só conhecidas após a resolução do problema)
o mais a carga líquida de todas as demais barras do sistema (cargas menos
geração). Nesta seção será aprc.,cntada uma maneira aproximada e de
baixo custo computacional de !le incluir o eíeito das perdas de trans-
F1!.Lura ::?.6 - Cuna' P >- li para º' modelo• CÇ e C A missão no Modelo CC.
Flu1to de carga lmeanzado 27
26 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA

Considere-se mais uma ve7 a expressão da potência atÍ\a P, ( 1.421. Portanto, o lado esquerdo da Eq. (2.24) é dado pela injeção líquida de
dedu7ida no capitulo precedente e reescrita a <;cguw potência ativa n<t barra J.. menos a metade das perdas ativas de todas as
linhas adjacentes a esta barra Ou SCJa. o efeito das perdas pode ser repre-
P,.. = i,.. L lm((1,.."'cos01..m + B,..msen01..ml. sentado aproximadamen te como cargas ad1c1onais obtidas dividmdtH.e
"1El\. as perdas de cada linha do sistema entre suas barras terminais (metade
para cada lado). Desta forma, o Modelo CC passa a assumir a forma:
em que /\. é o conjunto das barras vizinhas da barra J... incluindo-se a
própria barra J.. Aproximando-s e as magmtudes das tensões nodais por (2.27)
1 p.u. e rearranJando-se o somatório. obtém-se
ou seja, o novo modelo é obtido a partir do modelo original tE= IJ!ll:
P,.. = Gu + L
mFfl1i,
(G1mrCOSOknr + Bk,.,sen o,..ml (2.20) adicionando-se o vetor .frimlu• ao vetor das injeções nodais de potência
ativa.
Um procedimento que pode ser adotado na resolução do sistema
em que 01 é O COnjuntO das barras \ 1zmhas da barra k. e:\clumdo-se a (2.27) consiste em calcular uma solução temporána 11 resohendo-se o
própria barra J... Considerando-s e que sistema E= Bfl. no qual o e~e1to das perdas é ignorado: calcular as perdas
aproximadas a partir da soluçilo 11 e distribuí-las como cargas adicionais
G1..m - gkm
por todo o sistema. conforme foi descrito anteriormente: finalmente,
Gu = L fhm (2.21 l resoher o sistema (2.27). incluindo as perdas calculadas no passo prece-
m º• dente e determinar o estado d<t rede Q. a partir do qual podem ser e\t1-
Bkm;;::; .\i:m1 mados os fluxos de potência ati\a Neste procedimento são resolvidos
dois sistemas lineares (para determinar 1J. e J.!.. respectivamente ), com ve-
obtém-se tores independentes distintos !te f'_ + f'_Jlcrd•'. respectivamente ). ma~ com1
a mesma matriz dos coeficiente-, B'. Ou SCJa. se a matri7 inversa (8)
P1. - I (1 - coso.... l fhm + L \1.-m' sen º""' for calculada para a resolução do sistema E= Bfl. a mesma matm pode
m ,_ ll,,. m 11:: 111 ser uultzada na resolução do sistema f + .fP«d•' = B'!! (o mesmo é \'a lido
se cm lugar da inversa de B' forem utilizados seus fatores triangulares
Aproximando-s e LDL no processo de resolução).
Na análise de contingências de linhas transformadore s é necessana
cos O,..m ;;::; 1 - Of,. 2 a resolução de \à nos sistemas \emelhantcs que correspondem a uma série
(2.23) de configurações da rede obtidas a partir de uma configuração básica
!ien 01.m ~ 01.m
pela remoção de uma (ou mais) linha transformador por vez. Neste tipo
de aplicação, pode-se considerar, sem deteriorar a qualidade dos resul-
obtém-se. finalmente. tado!.. que o vetor _er•rJa, permanece o mesmo para todas as contingências
("'-
Isto significa que basta calcular o vetor de perdas para a configuração
P1. - J 2 L 1/1.mf/f"' = L \i",,,1111.m (2 24) bas1ca.
m t U,. m fl,.

Qual o significado de Y1..mllfm '! Esta pergunta pode ser respondida anali-
sando-se ·a expressão das perdas de transm1ss.10 na linha 1. - 111
Prol>lenw.'
(2.25)
2.1. Coni>1derar uma linha de transmis!>ào J.. - 111 CUJO!> paràmetros do mo-
Fazendo-se V,..= 1~ = 1p.11. e aproximando-s e cos 01.m por l - Ofm.12. delo equivalente ir são· r1m=O.I p.u.. x4,..= I,Op.u. e hl.~,=0.05p.u
obtem-'>c (rer a l 1y 1 2l As magnitudcs das tensões das barras terminais '>àCl
~~ = 1.0 p.u. e 1m=0,98 p.u : a abertura angular na linha é 04'" = 15"
(2.26) al Calcular o íluxo de potência ativa Pi..m·
28 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTRICA

hl Calcular as perdas de tran!.missão de potência at1\ a !potência


<lt1va di-..,1pada na linha). Capítulo 3
e) Calcular o Ouxo de potência ati\a P1111 utili1andl) a 1:4 !2.-.l. 4ue
fo1 obtida de-..pre7ando-se as perda-, de tran,m1""'\o.
e/). Cakular o Ouxo de potência ativa Pi,,.. u111tzando a lq. (2.ól. lJUl'
corre,ponde ao modelo CC. ELIMINACÃO DE GAUSS
I

2.2. Considerar nmamen1e a rede de três barra:. descnta nn Prob. l 1.


do Cap 1. A, 1n_1eçõe:-. de potência ati\a nas barra<~ e J ,,io P, - O.O.°'
e P3 - 0.015 pu Deteff11mar a distnbuiçào do" Ouxo" de potenç1,1
ativa na rede. utilizando o modelo de Ouxo de carga ('( Adotar a
barra 1 como referência angular (0 1 = O"l.
2.3. No sistema utilt7ado no problema precedente. a lmha 1-2 l: "uhst1-
tuida por um defasador puro. cujos parâmetros -;ão \' 1 2 1.0 e
Va110:-. problemas de analise de redes de energia t:létnca envolvem
<f>' 2 = + 1Oº. a resolução di:- si.,tema" algébrico" lineares de grandes dimensões com
a) Determinar o modelo CC do defasador (rer a l-111 21 ).
matn?es de coelic1entes altamente i:-sparsas (por exemplo. matrizes com
h) Dete1minar a distnbuição dos íluxos de potência at1,·a na rede.
99 "" de elementos nulo1,). Além da matn7 admitància nodal }, pode-se
ut1li7ando o Ouxo de carga CC. citar como e\emplos outra.., matrizes que aparecem em programas de
e) Repetir os itens " e h considerando-se. agora. cp 1 2 = - 1O".
llu\ll de carga e que aprewnt.tm estruturas semelhantes à da matriz Y.
como e o caso da matri1 Jac:obiuna do método de Newton (111clu111do
as \ersões (Je..,acopladas) e da malnz B do Ouxo de carga CC.
o, '.J"lcma:-. ltneare'> mencionados anteriormente podem ser reprc-
"cntados d1. uma fom1a geral por

(3.1)

cm que .-t ~amatri; do" coef1c1entes (11 x 11)• .! é o \Ctor dependente (11 x 1)
e.!!. é o \etor independente (11"' 1). t\o caso de soluções repelidas para {
\etore' independemes com a mesma matnz A. tanto ;5_ corno !!. passam
a ser matnzc, (11 x ( l
L ma maneira de -.e resolver o -.istema (3.1) seria pela obtenção da
matn7 4 1 explic11amenle. hlo. no cnlanlo. além de ser computacional-
mente pouco elic1en1c, sena 1mprat1cinel para matrizes A com dimensões
elevadas. A razão e que. apesar de A ser esparsa nos problemas menciona-
dos anlcnonnente, sua mversa A 1 em geral é cheia. As técmcas de fa-
toração triangular de matrizes esparsas [3] (decomposição A= LDVl
utilizadas na resolução de sistemas lineares evitam a utilização da matriz
A 1 • operando só com as matrizes-fatores L. D e V, que são esparsas.
Essas técnica:-. de esparsidade consistem basicamente em armazenamento
compacto dos termos não-nulos da matriz dos coeficientes: determmaçào
ótima da ordem de pivoteamento. aplicação do método da eliminação
de Gauss para a obtenção dos fatores triangulares da matriz dos coeli-
cientes: e. linalrncnlc. obtenção da solução do sistema para um ou mais
\etores mdepcndentcs ut11Jzando-se os fatores lnangulares obudos an-
tenormenie.
30 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELêrRICA Elimmação da Gauss 31

3. 1. M atn:e.\ llpo udm11ãmw nodal NR=2000, o grau de esparsidade é de 99.5" 0 • Nos exemplos preceden-
tes. considerou-se que uma barra tem em média quatro ramos ligados
A matriz admitância nodal r é a matriz dos coeficientes do modelo a ela (NR = 2NB) I::m sistemas reais. entretanto, este numero em geral
linear: é menor que quatro (NR < 21\'8). significando que os graus de esparsi-
I = YE (3 2) dade são ainda maiores que os estimados anteriormente. Outra obser-
"ação importante é que o grau de cspar.;idade cresce com as dimensões
em que 1 é o vetor de mjeções de corrente e J;, é o vetor das tensões nodais da rede. Isto se de"e ao fato de o número médio de ramos li~ados a uma
(ambos complexos). No Cap. J. onde essa expressão fo1 desenvolvida, foi barra ser praticamente independente das dimensões da rede (na expressão
mos trado também que a componente Ik do ·vetor l é dada por (3.4), para uma relação N R /\/ B constante, GE é uma função crescente
de N 81. O efeito das dimensões da rede sobre o grau de esparsidade
Ik = YuEk + L Yí.mE,., (3.3) pode ser a\aliado comparando-se os exemplos dados nas Figs. 3.1 e 3.2.
men, Note-se que a segunda rede é uma expansão da primeira e que o número
de ramos adjacentes aos nós 1, 2 e 3 e o mesmo na rede inicial e na expan-
em que nx é o conjunto das barras vizinhas à barra k. Isto significa que.
dida. o que implica uma maior porcentagem de zeros nas três primeiras
na linha da matriz Y correspondente à barra k, só são diferentes de zero
linhas e colunas da matnz admitância nodal.
os elementos l'í."'' para 111 = k ou menk. Dito de outra forma, a razão pela
qual aparecem zeros na matriz Y é que o fluxo de corrente em uma li-
gação k - m só depende do estado dos nós k e m (lembrar q uc a injeção i23456789
de corrente na barra k é dada pela soma dos fluxos nas ligações adjacentes ® @ X X )( i
mais a corrente no elemento shunt). Um exemplo de matnz admitânc1a
T )( )( X )(
2
nodal é dado na Fig. 3.1. Neste caso. a existência de um circuito entre
os nós 2 e 3 implica que os elementos (2,3) e (3,2) da matriz adm1tânc1a
)( X X 3
são diferentes de ?cro. @) --~~---
® ..® X
X
X

X
X

)( X
X

X
4
5
6
i23456 X X X X
CD ® ® X X X i X X X 7

OJ
X X X X 2 )( X X 8
X X X 3 ® ® X X )( 9
X X X 4 (o) (b)
X X X ·x 5
© ® ® X X )(
6 hgura ':! b1r111ura <l" ma1n1 a<lm11ância nodal. (e1J rede e lhl ma1n1 r
(o) ( b)

hgura 3 1 h1ru1ura da matm admtlânc1a nodal. (e1) rede e (h) ma1ri1

O grau de esparsidade de uma matriz é definido como a porcentagem O sistema algébrico linear (3.1) pode ser reescrito da seguinte forma:
de elementos nulos dessa matriz. Em particular, a matriz admitância
nodal de um sistema de NB barras e NR ramos, com referência no nó- h,
-terra, tem um grau de esparsidade dado por
(/ 1 1 (/ 1. 2 ª1 . J (/ l .n
' 1

CE= NB
2
- INB + 2NR) . IOOº,
(/ 2 ••1 lli n 'i h2
(3.5)
(3.4)
NB 2 "

Para um )olStcma com 100 barras (NB = 100) e 200 mmos (/liR = 200).
o grau de espar..1dadc é de 95°,,. Para um sistema com fvB- 1000 e
Cln,n Xn h"
32 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Elimmação da Gauss 33

A solução desse sistema pode ser obtida aplicando-se o método da eli- Considere-se como exemplo o seguinte sistema de terceira ordem
minação de Gauss em três etapas: na primeira, são zerados os elementos (11 = 3):
do trjâng_ulo inferior da m~triz dos coeficientes pelas combinações linea-
res efetuadas com as equações 3ue constituem o sis~€'.111ª (3.5): na segunda
etapa, os elementos da diagonal E!"mcipal são feitos iguais a l ,_d1vidindo-se 2 4 - 6
cada equação pelo elemento correspondente da diagonal principal da
matriz de coeficientes resultante do passo precedente; e, na tei:_çe1ra etapa. - 4 -7 10
são zerados os elementos do triângulo superior (pelas combinações li-
neares), o que acaba por transformar a matriz dos coeficientes numa 2 7 -9
matriz identidade. Os sistemas resultantes em cada uma das três etapas
descritas anteriormente são dados, respectivamente, pelas Eqs. (3.6), (3.7) Após cada uma das 1rês etapas do processo de resolução por eliminação
e (3.8): de Gauss. o sistema assume, respectivamente. as formas

2 4 6 x, 1
o aí.n o 1 -2 Xi 3
(3.6)
--·
o o 3 X3 -9
o o o '
On.n
1 2 -3 X1 12

a':.2 a'í.J a'; .n .\ 1 h',' o 1 -2 Xi 3

o a'í.3 a'í.n \' 2 h'í o o 1 X3 -3


= (37)

1 o o X1 -512
o o o Xn hn
o 1 o Xi = -3
-
o o 1 X3 -3
1 o o ... o X1 h"'
1

o 1 o ... o X2 h'í' o que fornece a solução '" 1 = - 5/2, xi= - 3 e x 3 = - 3. Note-se que neste
(3.8)
exemplo, pelo fato de a matri7 ser cheia, não aparecem claramente as van-
... ... ... ... . ..
tagens da aplicação do método da eliminação de Gauss a sistemas com
matrizes de coeficientes esparsas, nas quais uma parte dos coeficientes
o o o ... 1 Xn /"'
>,.
ja é formada de Leros, o que reduz o trabalho de eliminação.
Existem dois esquemas básicos de se aplicar o método da el iminação
de Gauss para se zerar os triângulos inferior e superior da matriz dos
coeficientes, conforme esta indicado na Fig. 3.3. Para se zerar o triângulo
Note-se que as mesmas operações efetuadas com as linhas da matriz inferior pelo esquema a. as colunas são operadas uma por vez. da esquerda
dos coeficientes são simultaneamente realizadas com o vetor independente. para a dtrella, sendo os elementos de cada coluna zerados de cima para
34 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA E/1mm11çlo dt1 Gauss 35

são os \iilores atuais dos elementos (l.}I e (j,jl da matriz. Para tornar
unitário o elemento (i.1) da matriz dos coeficientes. basta premultiplicá-la
( pela matnz elementar T;; com e= 1 a,;. Note-se que. quando essas ope-
~ _......_.
rações são feitas ordenadamente, como ocorre no método da eliminação
~~-~
~~~~~ de Gauss, uma operação elementar não destrói o efeito (zeros) produzido
pela operações precedentes.
'' Considere-se mais uma vez o exemplo estudado anteriormente: a
'' primeira operação do processo de eliminação. que consiste cm zerar o
elemento (2.11 da matriz dos coeficientes. pode ser expressa como uma
operação elementar com uma matriz T 2 1 com c 2 • 1 = - a 2 1 a 1 1 = 2.
OU SCJa.
(a) ( b)

Figura 3.3 - Esquema'> de chmmaçào por coluna~ 1ul e por linhas (h} 1 o o 2 4 - 6 2 4 - 6

baixo. No esquema h, as lmhas são operadas uma por vez, de cima para 2 1 o -4 -7 10 = o 1 - 2
baixo. sendo os elementos de cada linha zerados da esquerda para a
f- -
direita. Para se zerar o triângulo supenor. no esquema a as colunas são o o 1 2 - 7 -9 2 -7 - 9
percorridas da esquerda para a direita e. no esquema h. as linhas são
percorridas de baixo para cima. Estes procedimentos garantem que os
O mesmo é válido para a operação correspondente com o vetor É· ou seja:
zeros obtidos nos passo~ in1c1a1s não serão dcstru1dos nos passos subse-
qüentes do processo de eltminação.
1 o o
3.3. M arri:es e/ememares 2 1 o = 3

Foi visto anteriormente que o método da eliminação de Gauss con- o o 1


siste basicamente cm se obter a solução de um sistema do tipo A!= l!
pelas combinações lineares efetuadas com as linhas da matriz dos coefi-
cientes A e com os elemento~ do vetor independente ft. Essas -.:ombinações De maneira análoga. as demais combm.ições lineares efetuadas durante
lineares podem ser interpretadas como operações com matnzes elemen- o processo de eliminação podem ser representadas pelas opcr.1ções com
tares do tipo matrizes elementares.
Prcmult1phcar urna matriz de coeficientes A por uma matnz ele-
j
mentar T,1 de mesma ordem !T,,'1) corresponde a substituir a linha i
da matri7 A pela combinação 1inear da própria linha i com a hnha j multi-
.. ·. plicada pelo fator c,r Analogamente, premultiplicar uma matriz de coe-
ficientes A por uma matriz elementar Tli de mesma ordem (T,;A) corres-
.. ·. T,;=
e,, (3.9)
ponde a mulllplicar a linha ida matriz A por e;,. Isto significa que, quando
uma matri1 elementar (T" ou Tu) premultipl1car uma matriz de coeficientes.
ela realizara nessa matriz as mesmas combinações lineares que devem
ser efetuada!-. em uma matnz identidade de mesma ordem para se obter
a matriz elementar em questão. (Ou seja. a matriz Tij é obtida a panir
da matriz 1dcnt1dade premultiphcando-se a linha j por ciJ e ad1c1onando-se
Em um estágio intermediário qualquer do processo de eltmmação. o resultado à hnha i, que são as mesmas operações realizadas sobre urna
para se zerar o elemento (1.j) da matriz dos coeficientes basta premult1- matriz de coeficientes quando premultiplicada por Tu · Raciocínio aná-
plicá-la pela matriz elementar T, 1 com e;,= - a, 1/a 11, cm que ª•J e a 11 logo vale para a matriz Tíi.)
36 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA EltTRICA Eltmmação de Gauss 37

O método da eliminação de Gauss descrito antcrionnente pode ser


executado por uma seqüência de operações com matrizes elementares.
confonne está ilustrado nas expressões (3.10) e (3.11) Note-se que as 1 o o 2 4 -6 2 4 6
mesmas operações que transformam a matnz A na matriz 1dent1dade ln
(de ordem 11) transformam lambem o vetor independente b no vetor o 1 o o 1 -2 o 1 -2
solução ~·
o -3 1 o 3 -3 o o 3
1
P(Tq ( ... (T 3 (T 2 (T 1 A)))))= ln (3.10)
1
P(P - ( ••• (T 3 (T 2 (T 1J?))))) = ~ (3.11)
T"(T ~1r1 A"')= An {operações na diagonal)
Os parênteses são importantes pois indicam a ordem d<Js operações.
que é a seguinte: 12 o o 2 4 -6 1 2 -3

o 1 o o 1 -2 = o 1 -2
o o 13 o o 3 o o l
(3.12)

em que cada premultiplicação por uma matriz elementar com:sponde ú


el iminação de um elemento da mamz dos coeficientes ou entào ú nor-
1 o o 1 2 -3 1 2 -3
malização (para 1) de um elemento da diagonal principal
Considere-se novamente o exemplo estudado na seção precedente.
o 1 2 o 1 -2 o 1 o
A -;egu1r estão listada-. todas as operaçõe. elementJre-. tnd1cad.1' cm t l 1'.!l. o
que correspondem à aplicação do método da eliminação de C1au-.... para
o o 1 o 1 o o 1
a resolução desse sistema·

T 1 A = 111
1 o 3 1 2 -3 1 2 o
1 o o 2 4 -6 2 4 -ó
o 1 o o 1 o o 1 o
2 1 o - 4 -7 10 = o 1 -2
o {) 1 o o 1 o o 1
o o 1 2 7 -9 2 7 9

T 4 A" =A''

1 () o 2 4 -6 2 -1 -6 1 -2 o 1 2 o 1 o o
o 1 o o 1 -2 o 1 -2 o 1 o o 1 o = o 1 o
- 1 o 1 2 7 -9 o 3 -3 o o 1 o o 1 o o 1
38 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA Eltmmaçio de Gauss 39

3.4. Decnmposiçàv LDU 111 j

A partir das expressões (3.10) e (3.11) pode-se ver que a matriz inversa 1 1
1
A- pode ser posta na forma

(3.13) k (3. 18)

Chamando-se

(3.14) .

a matriz A pode ser colocada na forma fatorada; Ou seja, o produto LkmL•J é dado pela superposição das matrizes Lkm
e LÍJ. Esta propriedade é válida tanto no esquema de eliminação por
(3.15) colunas como no esquema por linhas. Note-se, entretanto, que a relação
(3.18) não é necessariamente obedecida no caso de as matrizes elementares
em que a matrizes elementares invertidas são dadas por L,m e L;1 serem multiplicadas em ordem trocada.
Utilizando-se a relação (3.18), pode-se verificar que
j
"f
L1 i.3 ... ~f = '" + L (J! - /,,) = L (3.19)
p= I

ou seja, o produto da!> matrizes I!, que correspondem às operações ele-


mentares efetuadas no triângulo inferior da matriz dos coeficientes. é uma
T,~1 = ·.e:-: i (3.16) matriz do tipo triangular inferior L obtida pela superposição das ma-
li

trizes !!. O mesmo tipo de propriedade vale para as matrizes elementares


ur que operam no triângulo superior:
n,.
U 1 U2 ..• U""=ln+ L(UP - f,,)=U (3.20)
p=I

Isto significa que, para se inverter a matriz elementar T;p basta trocar em que Ué uma matriz do tipo triangular superior. No caso das matrizes
o sinal do elemento (i, "), assando de e; ara - e· . No caso da matriz DP é fácil verificar que
T;i, o_bviamente, a Jnversa é o ti a pt:la simples inversão do elemen1to cii.
Se as operações elementares md1cadas em (3.12) forem realizadas D 1D 2 ••• D"= D (3.21)
para, pela ordem, zerar os elementos do triângulo inferior, normalizar Note-se que as matrizes L e L' preservam parcialmente a esparsidade da
os elementos da diagonal principal e zerar os elementos do triângulo matriz A. Os elementos não-nulos de L e U aparecem só nas posições
supenor, então a expressão (3. 15) poderá ser reescrita na forma: em que a matriz original A tinha elementos não-nulos e em algumas outras
posições que são preenchidas durante o processo de eliminação (elemen-
A= [L.!J.3 •.. l'.'r][D 1 D2 ••. D"][U 1 U 2 •• • V""] (3.17) tos fi//-111). A esparsidade das matrizes L e U baseia-se nas expressões
(3.19) e (3.20). segundo as quais essas matrizes são dadas pela superpo-
em que J!., D' e U1 operam, respectivamente,. no triângulo inferior. na sição das matrizes elementares correspondentes às operações efetuadas
diagonal e no triângulo superior da matnz dos coeficientes. durante o processo de eliminação. As matnzes inversas C 1 e u- 1, ao
Sejam Lkm e LIJ duas matrizes elementares correspondentes a opera- contráno do que ocorre com L e U, são praticamente cheias. A razão
ções efetuadas no triângulo inferior da matriz dos coeficientes. Considere- para isto é que, para C 1 e U 1, não valem as propriedades (3.19) e (3.20)
se ainda que, no processo de eliminação, o coeficiente (k, m) foi zerado pois L 1 = Lj"Lft 1 • • • L 11 e U 1 = Uj'"Uí'"- 1 .•. U 11 , ou seja, os produtos
antes que o coeficiente (i,j), ou seja, a matriz elementar Lkm aparece antes das matrize5 elementares aparecem na ordem invertida e assim sendo
que a matriz L,i. Nessas condições, pode-se verificar que: a relação (3.18) não é necessariamente observada.
40 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA Eliminação dt1 Gauss 41

lntrodu11ndo-se (3 19). (3.20) e (3.2 1) em (3.17). chega-se finalmente


à expressão da fatoração triangular da matriz A: ® CD
A= LDL (3221
No caso de a matri7 A ser simétrica. pode-se \cnficar q ul' I = C.,
3A
Para o sistema de terceira ordem dado como exemplo anteriormente
=n.
tem-se: I..! L2 =T~. iJ=Tt. D =Tt. D 2 =T:. D 3 =T~. L 1 =r;.
1 rn-1 w-1
U = T~ e L =Ti. As matri1es L. D e L' para este exemplo são dadas.
2 3
-
respectivamente. por
rn-1 @) 3a- 1
1 o o ® ®
L = L! L2
1.:' = -2 1 o 2A 6A

1 3 1

l-1gurn 34 - Rede-exemplo de -.cu. nó-.


2 o o
o 1 ()

A decompos1çào LDL' da matriz dos coeficientes r obtida pela elimina-


o o 3 ção de Gauss. produ1

1 2 -3
1
o 1 -2
' - 1
2 1
o o 1
1. = U' = - 1
12 - 1
I J 1

Considere-se co1110 exemplo a determinação do estado (tcns('>é!-> no- - 2 - 1


1
.1 2
dais) da rede resistiva representada na Fig. 3.4. onde são d.idas U!-> con-
dutâncias de todos os ramos e a intensidade das injeções de corrente ' /2 - I •
'2 1
(as injeções nos nós 1 e 3 siio nulas). Neste exemplo. a equação 1- } !::.
assume a forma:

o 6 -3 -3 E, 6

6 - 3 6 -3 1~ 2 .. 11
-- -- f-

o 3
1
6 - 1· - 2 e.\ D= 4

2 - 3 -1 5 t.°4 2

-3 -2 3 E5 3/ 2
42 FLUXO OE CARGA EM REDES DE ENERGIA EltTRICA Eliminação de Gauss 43

3.5. Re.mfuçào cio si.\tema A,!=]! pelo., juwres tr1c111y11fare., As t'f)l:raç1'ies com matri.tes elementares utilizada-. na resolução do
::.istcma : I~ = !!_ podem ser resumidas da seguinte maneira
As Eqs. (3.5), (3.6), (3.7) e (3.8) dão as pnnc1pa1s etapas s1:gu1das na
resolução de um sistema algébrico do tipo A~= !2 utilizundo-se o mé-
todo da eliminação de Gausl:>. Essas mesmas etapas podem ser descritas Matriz L
mais compactamente utilizando-se a decomposição LDU. ou seja:
Adiciona-se ao conteúdo da po!:>ição i do vetor l!.. (atual) o produto
A!=LDU;s.=l!. (3.23) do c.:onteúdo da posição/ por - {, 1 (h:"'"'-h;••ho_ h,{,1 ). ordenadamente,
para todos os elementos t ,1 da matriz L (pode:se utilizar o esquema de
C A_!= DL ~ = L
1 1
.f!. = /]' (3 24)
dimm,u;<io por linhas ou por colun.1s) Desta etapa result,1 o \Ctor !!.
D- L1 1
A~= {.,'.:! = D- 1
L- .f!. = !!."
1
(3 25)
u - •D 1
L A~=x= L'- •D- L
1 1 1
!2=12'" (3 26)
Matriz D
em que as expressões (3.23), (3.24), (3.25) e (3.26) correspondem. respecti-
D1v1de-se o conteúdo de cada uma das pos1çoes i do vetor J!' por
vamente, às Eqs. (3.5), (3.6), (3.7) e (3.8). A solução cI pode ser obtida em
cf;, Desta etapa resulta o vetor b" cu.ias componentes são h;' h; d"'
três etapas
(3.27)
Matriz U
ou, posto de outra forma
Adiciona-se ao conteudo da posição i do 'vetor!!.." (aluai) o produto
fl' - L /J 1
(3.28) do conteúdo da posição j por - 11,,. ordenadamente. para todos os ele-
h" D 1 h' (329) mt:ntos 11 11 da matriz Li.
Na Tab. 3.1 estão indicadas todas as operações efetuadas para trans-
(3 30) formar o vetor h no vetor .\, utili7i.1ndo-se os fatores L, D e V, para o sis-
tema de orde~ 3 estudado anteriormente. Na formação desta tabela.
Como as matrizes C e U 1 são cheias (ou prat11.:amentc cheias). não
1
por exemplo. para se passar da tcrce1ra coluna para a quarta, adicio-
é conveniente calculá-las explicitamente, e as opcraçc'es indicadas em nou-se ao conteúdo da posição 3 da coluna 3 o produto do conteúdo
(3.28) e (3.30) são efetuadas conforme se indica a seguir da pos1~ào 2 por - { 3 2 .
Na Tab. 3.2 e::.tào indicadas to<las a~ operações efetuadas para a
b'=IL/1 (1.? ' ... (L~IL~f!.11 .. ll 13.3 1) obtenção do \etor-soluçào E para a rede-exemplo representada na I 1g. 3..t.
!!." = WiW'i • ... !D~!D~~·n ... ll (3.J~)
h h ~· ~
~ = !U/"(l'/"
1
•. IL ~({.'~/!." )) . .. ll (3.JJ)

1
1 1 1 ( 1
·~
1
,z
1
2
1
2 - "'2 - ' 2

em que L1 = (l!') • D1 = (DP) 1 e u1 = ((,'PJ 1 -.ão obtidas pelas expressões


1 3 3 3 3 3 3 -3 - 3 J
(3.16). Isto significa que todas as informações neccssúnas para ~e lrans-
fonnar o vetor independente !!. no vetor-solução .l estào contidas nas 1 1 o - 9 - 9 - 9 -3 3 -.1 1
mamzes L. D e Li, pois são constituídas de todos os elementos das ma-
trizes elementares l.!', D" e t r As matrizes inversas l.f e {. f utilizadas 12 t/2 2
"J ' li.:.\ ''1 .J
em (3.31) e (3.33) são facilmente obtidas a partir de /!' e l. 11' f>l:la s1mplc..-s
1
'·' ' 1 ·' : ''• 1 "• 2

troca do sinal do elemento de fora da diagonal principal. Resumindo, -2 1 3 :! 1 J - :! -3 :!


a razão para se utilizar o procedimento indicado cm (3~1),n32) e (3.33) l'
/, [)
cm vez das expressões (3 28). (3.29) e (3.30) é que. apesar <lc as mdtmes
L e
1
u-• serem cheias (OU praticamente che1as). as inver-.as L1 e cr
tem a mesma estrutura que l!' c L'" (diferem apena:- dt.: um sinal). Tabél<1 .l i
44 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Eliminação de Gauss 45

3.6. l:.1111111wçêio ele (wu.\ \ e rec/11ç-ào ele cirrnitos


...., Cons1dere--.e novamenie uma rcdt: representada pela equação }f: = !_ •
agora reescrita da seguintl.! maneira :
00 ..,.. .,., ..... 1 "'7

>11E1 + ... + >141:.4 + ... + r,nE• = 11

13.34)
....,
o

o
..
..;
em que aparece C\plic11<1mente a tensão Ek de um nó gencrico J.. Ôi>
::; coeficientes }~,4 (111· l. 111. que multiplicam Ek. só são diferentes de zero
para Ili E nk.
ou seja. quando m for um nó vizinho do nó k. Observação
o análoga vale para os dcmen!Oi> Y4,,., pois a matriz dos coencientes r é
estruturalmente simétrica (apesar de nem sempre ser simétrica em valores.
o como ocorre quando t:xistcm transformadores defasadoresl
O que se pretende analisar é o que ocorre com o sistema (3.34) quan-
o
- ..,

..,
"'= l
do o nó k é eliminado da rede. A eliminação de um nó qualquer de uma
rede elétrica pode ~er feita pela tramformação Y- !J. generalizada. con-
forme se indica na hg 3 5. Este tipo de transformação corresponde à
o o
--
,

,.... N r-

000..C.Nr-

Resto
do rede

.... r-
N
1

r-
.....

o
.-.

o .... .... ...J

,.., Resto
.... o o
do rede
1 ••
o ....
.-.
,.,
.-. ....

Fígura 35 - Flim i n;i~·ão do n1\ k: 1r;in,torm.1çào } - ó gencrahzada


46 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA EU:TRICA E/1mm11ção de Gauss 47

eliminc1ção da /..-es1ma equação do :.1stema (3.341 (ut1liza1fa para :.e deter- de },1 só se };l e >A, forem, simultaneamente. diferente~ de 1cro. o que
minar El ). A tensão nodal Ll. por -..ua \e~ e -.ub-.1nu1da na-.. demais 11 1 só ocorre se tanto o nó i como o nó J pertencem à vizinhança do nó eli-
equações Obtém-\e desta forma um sistema reduzido no qual não m.11s nado /... conforme se indicou na hg. 3 ') Para todas as ligaçõe:. cm que
aparece a vana\el Ll bem como a equação correspondente ao nó /.. bsas pelo menos um dos nós terminais não pertencem à v1Z1nhança de /... os
operações algebncas podem ser efetuadas utilizando-se a eliminação de elementos >,, da matriz } permanecerão inalterados. pois nesse<., casos
Gauss.. pela qual são efetuadas combinações lineares com ª"
equações } •l e ou },A -;e rã o nulos. A eliminação do nó /.. toma (o;e já não for) ... ua

do sistema (3.341 '1sando a tornar nulos os coeficientes da \ana,el L, \mnhani,;a interligada de todas as maneiras po-;sheis pelas adm1tânc1m.
de todas as equações correspondente~ aos nós '1Z1nhos do no /.. (lembrar - },4 } 1 1 >u colocada-, cm paralelo com as admitàncias }11 preexistentes
que os demais coefic1en11.:-., com exceção de }14 • já eram nuloq Apos A F-1g. 3.6 ilusm algum. casos da transformação } -A generalizada.
~ssas operações. a equação referente ao nó /.. é removida do sistema. e o As lílJCÇÕC<., dos nós pertencentes a \ÍZinhança n. são afetadas pelo
sistema reduzido resultante passa a ter os seguintes coeficientes: processo de redução passando a ser dadas por:

Y' = } .. - t',k }i.1 (3.351 }ml f


1/ IJ r,., }'
kl
l
(3.361

que são os elementos d<.1 matriz admitância nodal da rede reduzida obtida
'iCndo que as 111jeçocs <los demais nós da rede permanecem inalteradas.
pela eliminação do nó /... A expressão (335) mostra que } ~ 1 será diferente
Esta expressão indica como a lnJl'Çào do nó eliminado /.. !>e tl1stnbu1
sobre sua 'mnhança Notl·-se que as no,as adm1tâncias )~, e as no\aS
correntes /~,. são tais que o estado da rede reduzida é o mesmo que o da
ong111al
Original Reduzido C ons1derc--.e como exemplo a rede representada na Fig. 1711 na
qual toda.., as ad'Tl1tanc1as s<io consideradas reais e un1tána" O nó 6
e adotado como referência. A m<.1tnz adm1tãnc1a nodal é .
• •k •
3 5

2 -1
~

..
'l
-1 - 1 2

}' ::-- -1 - 1 3 -1 3

- 1 2 -1 4
r-

- 1 - 1 3 5

A remoção do no 3 tia rede pode ~er representada pela eliminação de


Gaus<., fazendo-se combinaçÕl.~ lineares com as linhas da matri1 } de
tal forma a zerar os elementos da terceira coluna. D1v1dmdo-sc a terceira
linha por 3 e ad:c1onando-;.1 ás linhas 1. 2 e 5. resulta.
48 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA Eliminação de Gauss 49

2 3 4 5 O processo de fatoração triangular de uma matriz admitância nodal


corresponde ao proce,:.o de redução da rede. no qual os nós são eliminados
~, 3 _ 1/ 3 -•13 segundo a ordem dada pela própria numeração. Adotando-se o esquema
de eliminação por coluna~. quando são zerados os elementos abaixo da
- l
5/ 3 -1 - 1/ 3 2 diagonal principal da coluna k. a::. modificações estruturais na matriz
3
correspondem à~ alteraçõés produzidas na rede pela eliminação (redução)
y· = -1 -1 3 -1 3 do nó k. Após a redução do nó k, tendo-se eliminado anteriormente os
nós de 1 a /.. 1. a matri7 admitância nodal assume a forma:
-1 2 -1 4

11 1 K•
- 13 - 13 -1 /3 5

k
k+I
Finalmente. removendo-se a terceira linha e a terceira coluna da matriz (3.37)
Y', obtém-se a matriz do sistema reduzido que está representado na
Fig. 3.7b: o Y'

2 4 5
n
1
5/ 3 - /3 - 1
3 em que )"'é a matri7 admitância nodal da rede que resulta da eliminação
1, 1
dos nós de 1 a k. Os novos elementos que aparecem na matriz Y', e que
- /3 5/3 - 1 - 3 2 não existiam na matnz original. correspondem às novas ligações que
Y'= podem surgir durante o processo de redução da rede.
-1 2 - 1 4
1
- 1 3 - 11 2 -1 i;
I 3 5 3. 7. Cri1ério.\ di> orde1wçlio

A matriz triangular inferior L (da mesma forma que a matnz U)


Pode-se observar pela Fig. 3.7 que só foram afetados pela eliminação os não mantém o mesmo grau de esparsidade que a matriz original Y. A di-
nós vizinhos do nó 3, ou seja. os nós 1. 2 e 5. · ferença é que, em L. aparecem alguns novos elementos em posições que
estavam originalmente vagas. Considerando que o número de operações
e as necessidades de armazenamento dependem basicamente do número
de elementos não-nulos das matrizes L e U, é desejável que o apareci-
® ® (1/3) ® mento de novos elementos seja minimizado. Isto pode ser conseguido por
um processo de renumeração dos nós da rede, visando-se a uma ordem
(1) (q mais favorável de pivoteamento. A idéia básica dos métodos mais usuais
(1 ) (1 l ( 1 l (a) (1 ) ( 1 ) (b) de renumeração consiste em se eliminar primeiro os nós que tenham o
(1 ) (1 ) menor número de ligações.
A título de ilustração. a Fig. 3.8 apresenta uma rede de seis nós (o nó
® ® de referência não é mostrado) com duas numerações distintas. São mos-
tradas também as estruturas das matrizes Y e U para os dois casos. Obser-
va-se que o grau de enchimento da matriz U no caso b é muito maior
que no caso a. porque no caso b são operadas micialmente as colunas da
Figura J.7 - Exemplo de cl!mmaçào de um nó matriz com maior número de elementos não-nulos.
50 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTRICA E/1mmação dt1 Gauss 51

(a) (b) Esquema A

A ordenação i: Íl.'ita segundo o numero de ltgações de cada nó da


© ® @ @ @ ® rede m1c1al
• • • •

I ·1
® ®
l l
® ®
Esquema B

A ordenação é feita segundo o número de ligações de cada nó da


rede reduzida (rede existente após a eliminação dos nós precedentes\.
ou seja. a cada passo do processo de redução escolhe-se para ser eltm1-
nado em seguida o nó da rede reduzida com o menor número de ligações.

X X X X X X
X X X X X X Esquema e
X X X X X X X
>",, = A cada passo é escolhido para ser eliminado o nó da rede reduzida
X X X X X
que, se eliminado. introduzir o número mínimo de novas ligações na
X X X X X X rede resultante.
X X X X X X

Problema:j
X X X X X X
X X X X: X X) 3.1 Considerar o s1stcma algebnco de terceira ordem dado a seguir:
X X X X X X~ X
l ,, = X X x-- X X 'X' 2 - 1 -1 3
X X X X
X X
- 1 1 o
- 1 o J

hgura <K - f.fc1to da numeração do~ nn> sobre a espal">1dade da m<itnz l a) Determinar o::. fatores LD(, da matri7 dos coeficientes.
® cl~m.:nto> novo> h) Dl.'termmar \ 1 • \ 2 e "'-' utilizando o procedimento esquematizado
nas Tab-,. 3.1 e 3.2. da Sec. 3.5. deste capítulo.
3.2. Determinar as adm11ftnc1as e as injeções de corrente da rede reduzida
A seguir são apresentados, em ordem crescente de complexidade. obtida pela eliminação dos nós 1 e 2 da rede representada na Fig.
trfa poss1ve1s esquemas de ordenação. O Esquema A é o ma1~ 'iimples 3.4. ut1lmin<lo o método da eliminação de Gauss (rer a Fiq. 37.
e também o que fornece resultados mais pobres. apesar de ser bem melhor na q11al L'\llÍ t/11,trado o proce,so de eliminação de um nó).
que uma numeração aleawna. O Esquema B apresenta melhonas con- 3.3. Determinar os fatores l.DL para a matriz admitância nodal da rede
s1deràve1s cm relação ao E:squema A. sem apresentar um acréscimo s1g- representada na 1 1g. 3 7a
ntlicat1vo do custo computacional. Já o Esquema (. que e o melhor
dos três. tem um custo que. em geral. não justifica as eventuais melhoria~
na ordenação.
Capítulo 4

ANÁLISE DE ALTERACÕES
EM REDES DE TRANSMISSÃO

S<io c-,1udados neste capitulo alguns métodos de anàlt'>c de alterações


em redes de transmissão de energia elétrica provocadas, por exemplo,
pela ad1ç<10 ou pela remoção de linhas e transíormadorc.... o.., métodos
aqui apresentados são aplicaw1" tanto na analt"c de contingencias (perda
de uma ou ma1'i linhas transformadores) como nos estudos do planeja-
mento da e\pansão de redes de transm1-.são. '>1tuações em que -.ão nc-
cc-.sários métodos rap1dos e dic1cntc" j.· '>C ª'aliar o efeito da remo-
ção adição de componentes do s1sti.:ma

, 4. 1. Alteraçiin na mmn: wbmtú11cia 11odal

l\i.:sta Sl!l,"ào. será visto como a alteração da admttâncm d.: um ou


ma1' ramo" d.: uma rede elétrica afeta a matriz admitânc1<1 nodal da rede.
Além da própria matnz adm1tanc1a nodal. os resultados obtidos neste
capitulo são apltcá\e1s também a outra" matrizes com e... truturas seme-
lhantes a da matn1 E como e o CU!>O, por exi.:mplo. da matri1 B do íluxo
de carga CC.

4. 1 1. Altaapk' .\m1p/es

Considcri.:-se uma rede com 11 nos (i.:xclu1do o nó d~ rekréncia l cuja


matn1 admitúncia nodal é rº {11 < 111 Seja Li.llm a 'ariaçfül introdu1ida
na adm1tanc1a do ramo J.. - 111 dessa ri.:de A nova malrtL admitüncia noda 1
passa a 'ª
(4.1)
FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA
Anlilise de alterações em redes de transm1.ulio 55
54

®
CD Y1,2 Y2,3
®
Ili

Y1,s Y2,5 Y3,4

\} = H.21 Nó de
® @
referência
- Y5,s
® Y4,5

F1gur;1 -11 Redt-c\.:mph> de '.:" "º'

() o o o o
A matn1 !\} tem uma e'>trutura muito particular. o qui: torna pos,í\d
uma dccompos1çàt) do tipo () - .1'2.< o () + i2. <
HJl o o o o o
(l o () o o
em que !.'lm é um \Ctor de d1mcn-.;!l> 111. con,11tuido de :tcnh. com C\CC-
çào Jo., t:lemenw... corri:-.pondcnti:\ aos n1\.., /.. i: 111 qui: \.ikm. rc-.pecti- () o o - .1'2.<
'.l 2.<
vamcntc. + 1 e 1:

Para a mc-.ma redi:. no C<l'>O da retirada da adm1Ltincia .1·, ·" !lembre-se


/.. Ili
de qui: l) 110 6 i: o nt) de rckrência). tcm-w:

fL.. = l___+_'__-___~ 1 r-1.41 /.. - 5. Ili ó. t..i, .h =- .l'<.i.

()
.!'.'•.h = 1 (l 1 o 1 () -ri
1'.otc-sc que. '>C um do' nó' tcnn1na1'> /.. ou 111 f11r o nó de rdáérn:1a. entà11
o elemento corrc-.pondcntc nüo a pa rcci.:ni 11l> 'ct1)r fk..,. da mesma fom1a
qui: a coluna e a linlw corri:spondcntcs núo aparecem na matriL }. () o o o o
( on-.1derc--.c conll! C\cmpll) a n.'tk n:prcsrnt.ida na ) 1g -1.1 Nn
cas1) d.1 ret1rad.1 da ,1dm11:incia 1? •• tcm--.c : () o o o o
f..=1· Ili 'i· () o o o (l

() o o () o
(l +I o o - 1 (l o o (l - y,"
56 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA Anl/1se de Blteraç6es em redes de transm1ssilo 57

4.1.2. Alteraç<ies mú/11pla\ A expressão (4.61 vale também em situações mais gerais. nas quais
ocorrem s1muhaneamcntc variações Ar1 ,., (1 = 1. ( ). Neste caso. as ma-
A expressão (4.3) obtida anteriormente para a situação de alteração tnzes M e D.y. e o vetor e1.,., Pª"'ª~ ser: a
simples pode ser generalizada para o caso de alterações múltiplas, ou
seja, quando ocorrem variações simultâneas nas adm11ânc1as de vános
~kf'"f
ramos da rede (este é o caso, por exemplo. de contingências mult1plas.
1 (11 X () (4.7)
que envolvem o desligamento simultâneo de várias linhas transformadores).
Considere-se inicialmente o caso de alterações duplas. Sejam Ar1 l'''l
e D._1•k2 ,., 2 as variações introduzidas simultaneamente nas admitâncias dos
ramos k 1 - 111 1 e1.. 2 - 111 2 . A matriz D.Ytem a seguinte forma neste caso·
A .1·1. '" •

Ô.J'k 1m i
6.y = (4.8)
+ 6.y., ... ... ...
D.y~,.....,

(4.5)
k 1 nl;

e' m , =1 +I -1 (4.9)
-"

Note-se que. se f' for o numero de ramos da rede, a matnz M dada cm


(·t7) será a matnz de incidência ramo-nó. Neste caso, se A.r1,,., = J'1,,.
(sendo J• .m , a admitância total do ramo /.., - m,). então a matriz !::. Ydada
pela expressão (4.6) será a própria matriz admitância nodal Y. Note-se
ainda que uma alteração múltipla dada pela expressão (4.6) pode !ler
Analogamente ao que ocorre no caso unidimensional. esta expressão pode encarada como a superposição de {' alterações simples. ou seja,
ser colocada na forma:
f
ó.Y= M!::.yM' (4.6) Ô}= Mó.yM' =
1
L ÔJ'i. ,m ,~k ,m,~~,m ,
1
(4.10)

em que M e 6.y são as matri1cs:


Considere-se novamente o exemplo da Fig. 4.1: no raso da remoção
simultânea das admitüncias 1 2 ~ e _1 ~.o tem-se:

sendo g 11 ,,, 1 e f 11,,, 1 vetores do mesmo tipo que o vetor f•,,, dado cm (4.4). r.'2 .~ =I. .-º---l_+_1...i--º-.J..__º_1----l1
Análise de alterações em redes de transm1ss80 59
58 FWXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA EUTRICA

"~ = 5. 1112 = 6. Ó ,h t> = - .'\"


Se o tcnno <.k "egunda ordem A }f:i.~ for dcspreLado. a correçüo n<'
e'tadn da rl·tk \/ poder;°!'ª dctermmada pcl<1 re-..oluçcio do w.tuna linear
} o'\/ = \) r . ..:m que o \ ctor 111dcpcndente t:i.} L' e conhccldll l'
a matnt dos codicicntc.., }-o é a mc:-ma do caso básico F ...te procedi-
mento. no cnl<tnlt. e muno 1111prccr-..o e "º aprt.:-.e111,1 rc-,ult,1do-. '"''"fa-
tórios para vanaçl\c.., L\1 4 m muito pequenas cm relação á admn:1ncia equ1-
' alente entre os nó" J.. e 111 (1 er a nprn.\Cio ( 1 45 l que fornece a 1mped<ioci<l
equl\aknte entreº" no-. J.. e ml Tcndo-'>e err. \.ISta as deficiência., da apro-
ximação }1 'ól: = ó)/". a analise de sensibilidade descn,ol,ida a '>e-
gu1r considera a cxprc;.zão (4.151 sem se desprezar o tenno de segunda
ordem ó 1óf::. ( om '""º· .i n:laçüo entre ~} e t:i.f; fica "endo do tipo n<lo-
o o o o (l
hnear
() - .r2 . ~ o o + 1·2 <
4.2. J. Al1erar1ic•\ .\1111p/c''
() () o o ()

- - Corhrdcrc-sc 1nicialmcntc o ca ...o cm que se introdu1 uma vana-


() (l o () () çào óy,111 na adm1lanc1a do ramo J.. 111 da rede:

t\1·-t:i.1,,., (4 161
() + Y2.' o o - .1'2 ~ - Y~.c·
1-U71

14 18)

\ an.ilr...c dl ...cm.1b1lrdadc aprc~entada ne...1<1 ...cçüo 'j.,a a cktenninar NL'Ste cm.o. <I Eq. 14.15) pode -.er coltK,1d.i na forma:
como a \anaçào n,1 ,1dmitúnc1,1 de Jm ramo de uma rede modelada por
!_ = >"li afeta J dr'>tnbuiç<io dl' correntes. 14.19)
Cnn-.idl'rc-..,e um "•stl'ma que nJ caso bá.,1co (situação inicral) é dc..,-
criw pelo modelo lrni.:ar em que

1-U li 1
/" = 1r11 1

~l· forem introdu11das altcraçôes nas admitüncia-. Jc um ou mai ... ra1m1.., (4.21)
Ja rede. as ti.:n-,ôl''> nodah sofrerão mod1ficaçôe.... ( lll1'>1dcrandn·..,l' ª"
111jcçôc~ <.k corrente inalteradas. na no\.a s1tuaçüo h.:m-"L
sendo f~,,, = I ~· i:::, l' t\J., 111 - t\l.k - t\I.,,,. l 11trodu7111do-se (4.20) l' (4 21 l
I -= ) l:. (4. 12) em (4 19). ohtcm-sc:

) = rº + /:l) = }~' + MórM' (4.111 1\1

-f. = f..º + óE
- (4 14)
Ne... u e\pre"'ào. \/ e... tú col11cad11 cm lunção de t:i.Lkm· que prcci-.a ser
Suh~t1tuindo--.e (4. IJI e (4.141 cm (4 1·2). e con~iderando-'c 14.11 J. tih1l-111-s1.·: cakuladl) para lJlll \!.._ fiqu1.· intc11.1111cntc dctcrm111.1do !dependendo apcn.1 ...
do c-,tado e J,1· rnatnl 1mpcd[111cia rdcrentc.., ao ca..,o-bú,rco) b-,o pode
14. 151 ser fciw prcmul11pl1i.:andn-...c 14.221 por~~..,. como cstú 111d1cado a -.cgu1r
60 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELt 1RICA Análise de a/tera~óes em 1edes dtJ transm1.ssáo 61

" \/ ~11 ... = ,\ nprl'"Ü'' (-L~61 mo,1ra 4u1.· a \anaçthi no est,1do l'lt e uma fun-
1,·:ln n;ln·ltn1:.1r <la 'ariaç:io L'\ r,,,. na atlm1tanc1a do ramo ~ 111. '\n cn-
j1 1.,,, E~',.. 1.11110. ''- \1, 1• 11\l'r magn11udc mu110 ml'nnr que _ri:~•. então ôb podera
..,1:r aprt1\lmad11 por
~''" + y~~'
H.311
H.251
qu1. e uma rdaçih' lini:ar l'lllrl' :"ll:. e L\1 1 ,,, . h .ta aproximação corrcspond1.·
a 'l' di:spri:1ar o tnmn di: 'cgunda ordem ê. }ôJ;_ na expres..,ào (4 151
" " ,áo. n:spc1.:t1\amcntc. a a d m1tanc1a - )< ~
em que .1 i.~,e :,~, e a 'rca1a-nc1a 1.·qu1-
r
' <tklllô l.'111 íl' º' nn' /.. l' Ili. 1.:onformc é \ ,..,to no Cap. 1 l'\ prl''>s:i11 ( 14.;,11
Subst1turndo-'l' (4 241 i:m (4.22). ohtem-se a expres...:'hi di:-,i:jaJa tk \ /
Nó de
H26l ref erência

em q ui:
®
I, =1 ,5
l'-1.271

Si: .1 111.11111 /" for J1-.ponÍ\l'I. l' \l'Wr ~ .... podera 'l'I oh11J11 d11·l·-
tamen11.: pM:


-~
..,:
,1.·nJo ;:l' e_;~, . re-.pccl1\ .1011.·1111:. ,1, colun,1.., da m.11ri1 / 0 c11rrc,ronJl'nt1.•,
ªº' 111), /.. l' 111 da rede \i.: cm \e7 de }"(' fl1ri:m conhi:1:1d11.., "' latull·, tnan-
gul<iri:s L. /)e ( da 01<ilfl/ } . O \CIOí li .,, fllldl.'rÚ ser 11h11d1l ll''Ol\cn-
dU-~C o sisll:ma l mi:a r :

t-t 291

Uma \l'J dL'tl'rminad11 o \ctnr ~·.,,,. podi:-,1. Ji:ti:rm1nar .1 ri:a1 :111c1.1 1.·4u1-
\ah.:n1e =k~t lj\le l' dada por:
Cons1dl'rl'-sl' .i 1i1ulo di: ilustração. i1 rede de três nó... rerri:-.cntad.1
14. ~() 1 na hg. -t.2. 1NolL qui: esta rede pode -.cr encarada com o o Modelo CC
dn sistema di: tres barra ... reprcsc111ado na Fig. :U.) O estado Ja n:de
na situação 1111cial I.· dado por·

A cmri:ç'1l1 ,\/ no \ctnr J1.· cslado d.ida pela i:xpri:-....à11 (-l.261 1wdL
sl.'r utili1ada para se ckti:m1111ar 11 no\O 1.'Stado da ri:d1.· I~ J;." + \U
1'..litt'·'>I.. que o 1.·s1ado assím oht1dl1 e ex.iw i:m rl'laç;i11 ao 11111ddo l111l:ar. 1 1
ou seja. é o mesmo ri:sultado que seria o btido re ...ol\l'lldci-sc o s1..,t1.·ma ~ H

l = (}~'+ó} lf.:. A \anlag1.·m de se utilizar a Lxpre...-,Jn (tl.261 no 1.alculo


do no' o e-.tado é que nüo se lllrna necessana a in' cr-.;io <'li a fawra1,,·;i\1 1
" ltt
triangular da 11\l\:t ma1ri1 de C<ll'Ílc1cntes } = }~' + tl }' "
62 FIUXO DE CARGA EM REDES Dt ENERG'A ELETRICA Am!/1se dealter11çõ1•s em redes de 1ransm1ssão 63

11u 'l.J.i. J.'J. = ~ 1lemhrar 4ue /:': - 0). l'Jr.1 a -.11uaç<i11


1
4 l.' /.\
dl.' n:111111,·•i11 d.1 .iJm11anua 1~ l teo i1111g~1K·1.1 d,1 linha 2-~l tcm--.1.': 1
/~ /.~
1
l '1 i 11 • I ·,• • li./:'· l \' 1 -- 1 1 1 1. '1 1 (1.75: 1 ·- 1 , 1 1 -

1.

1, 2 11 ~ 1. 1 = l l.'i 11 1 I 1 1 - l .O: / 2 1 - !IJ 1

..t 2.2

t\ analN' de -.en,ih1lid;iJe arlil·ada antl.'norml.'nte an ca-.o dl.· .ille-


llll'el.J. J. ~ =- - I " 1.• /. 1 - I ! () 1.''taJn 11,1 Ih 1\ :t 'li lldl,'li1 l rlll.h,: -.1.'J" 1"<1\;iie-. ... imrk:-. (n:lirada \lll adiçÜll de lllll ekmento da rl.'dl.'l rnJ1.· 'l.'r e-.-
e;tleuiadu lamhem u1il11andP-,l.' a anúl1'e tk ,l.'n-.1bilidadl.' Ul.'\l.'ll\ nl\ ida lend1d.1 rMa Sllll;l<;tll.'' 1.'lll ljlll.' 111.'llll"l'lll aileraÇÔl.'S nllllllrlas frl.'llf'ada (Ili
anll.'rÍlirml.'nll.' 'il.'-.ll.' l.'\l.'lllpl11. a l.'.\rrl.'"'''P 1..t.261 a-.-.unll· a fi1m1a: acfo;;lo UI.' \Úl'ln' dl.'mentn' :-.1mul1a11l.'<tllll.'llle). Se.1am L\1, ,,, \ar1<11,:i',.:' ª'
1111wdu11da-.. na' adnlllf1m.:1a' dn.., ramn' /.., 111, li~ 1. { l. Nl.''>ll.' ca-.li. a
t\12 3 L'l ,.\ l.'\rre:-.... <i11 (4 l '\i rode \l.'I u1l111.'ada na forma:
\\ 2 1
+ ~_1'~_1.r:'\
AE =

-.enlh1 ª'
matn1cs M e tl_I Jad.1s, n.:,pl.'cli,amente. pda... l.'\pre:-.-.i'11.·-. (4.7t
1.'1-t.Sl. O produl•.l M'J;;," i: um \etnr Jc Jiml.'n-.füi /11 cuja:-. compllnente-,
1
-.ão as d1fcrern;as Je len,úes /.'~ "'• thi-. r;imo.., /.., - 111, no ca'o ha,ll.'\1: .1n.1-
.1 2-.i = . ,, /: ~. I /:'.? ll)g,1rnl.'nle. (l pn1Ju10 M'!!.L \: um \Clor de mesma dimen-.ão euja-. eom-
:::
ponentes ,;j11 ª'
vana<;Ôl.'' L\f.,,,,, \l.'flÍll.':u.Ja.., na.., dikrl.'n\a" lk len..,ôi.:-.
d11.., ranH1' ondl.' ocorrem altera1;ôe' dl.' admitúncia ....
A dl.'ll.'rm inaç:lo de L\l, e\ igl.' o di kulo pré\. 10 Jn \ l'lor AI'l'l.f::. 11
4uc p11dl.' "'r kllo premultipl1canth1-sc a l'Xprl.'ssàll t4J21 plll M' n1n-
f11m1c 'I.' inJil'a a -.q!uir.

B
!
!! 0
.11
.: l .
M'.1[: =- .\11 /'',\IL\_1·(,\l'f..: + .\/'ilf:J HJ3l
1
' M'ê.f = -111, t- ,\/ '%0 .\ft\1 l 1 \l'/"\/ô.1·,\/ 1[;'1 (..t.3..tl
em qt1l.' 11, é a ma1n1 identidade de ordem t SubstlluinJt>-sc t4.J..t t cm
\\ ~--' .., t..tJ2l. llhlél1Hl.'

Suh-.t11t1111J11--.I.' ;,... ,,d11rl.'' dl.· ,\1 2 ,. 1~~ _.. ~ 1 i l.' ô.I~ = /


1
'.\/1t\1 1
-t \l'í'"\11
1
.\l'!t
L\I.. nhlem--.l.':
l'\011.·-~c 4ul.' a l.'.\pn: ..... <iu t..t.26). dnlu1ida para alten1~iic-. ..,1mpk'.
é um ca,11 part1n1lar da l'\Pf'l.'"Úll t-13.'l. l i 4u1.· pude Sl.'I \,·nfü:ad11 r.1-

ilE = N
D.~_. b = !:/' + ilt =
=
1endo·'l.': .\1 = ~).. : A1'Jl1 = !:1',., . /" .\1 .!.!.1.m: I.' il_r = t._r1"' l\lHl.'•\l.' tam-
hém l.JUl.' /'' .\1 i: uma matn1 dl.' d11nl.'ll-.:io 11 x t. cuja-. { l·ol u11.1, -.ão 'e-
torl.'~ ~' .n• 4UI.' 11beJccem a rdaç:i11 ~l ~" zn ~- m (analogamente afl 4lll.'
llCorre com o H.:tor l!'i.ni do easll u111d1mc1i...ional1. A m:11r11 quadrada
64 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA An"1se de e/tereç6es em redes de trensm1ss60 65

(ór 1
+ \.l' / º Ml tem dimensão { x { e pode ser montada -.em d11icul- Considerando-se que
da.dcs desde que 7 º M seja pre\tameme calculado. i'<as situações prá- (4 39)
tica-. de maior in1ercssc. como. por exemplo. na anâltsc de contingência-.
muh1pla..,. { cm geral e pequeno ( ~ .5). o que penrnte a inversão da ma- pode-se reescreH~r (4.38) na forma
lnz tó1 1 + M'/ºMl sem grandes dificuldades.
(4..l(})

4.3. Altl!ranie' 1w matri: impedci11ci11 nodal Este resultado \.tlc para qualquer \elor l· e isso só e pOSSl\t!I ...e
No inicio deste capítulo (Sec. 4.1 ), foi visto como a alteração da admi- Zºfkmf~m Zº
tânc1a do ramo/.. {da rede afeta a matriz }'{ Y= rº + ó l'= Yº + órk,,.t'kmetml /. = zn 1 (4.41)
ÓJ'km + :f~,
Essas al1eraçôes são facilmente introduzidas na matrt7 original }11 pois
só os ekmcntos (/... /..). (m. m). (/.., m) e (111, k) são afetados (lembrar que. Finalmente. cons1derandtHe que Z ºfk.,, = ~·k = _;? - _;~:•• obtém-...c
se /.. for o nó de referência. então só o elemento (111, 111) apareccrú na ma-
triz e. portanto, estará sujeito a alterações). Alterações múltiplas (Ô.l'k,m : (_:, o • _:~,) (_:, n - _:º,,,)'
i = 1, () podem ser consideradas como a superposição de ( al1eraçõcs Z - Zº + ô./. = /.º - - · - -- -
· --- (4.42)
f
ó_1·,,_,,,1 ...i- =1~,
simples (} = )"°+ó)= MóyM' =
.
L
•= 1
~Yk,m fk ,m f~,,,, ). cada uma delas afe-
Note-'>e que ,1 correção ti/.. que deve ser adicionad;1 a matru / 11 para
lando um ou quatro elementos da mamz ). dependendo de o nó-rde- se obter a nova matn1 /. pode ser obtida a partir da'> tnfonnações con-
rêncrn C'-lar ou não emoh1do. A simplicidade com que são 101rodu11das tidas nas coluna'> correspondentes aos nós /.. e /11 da matriz Zº (lembrar
alterações na matriz rº contrasta com o que ocorre com sua tn\ersa. que :4~, = Zu + Zmm 2 Z,,,,l
a matrt7 / º: enquanto a alteração da admitànc1a de um ramo modifica Com.1dere-'>e novamente a rede de três nó'> representada na Fig. 4.2.
um ou quatro elementos da matriz }11• a matriz Z º em geral fica 10tc1- A matriz Zº dessa rede. conforme fo1 'isto anteriormente. é·
ramente modificada (lodo., º" elementos assumem no"º" \alore-.).
J
Con..,1dere--,e uni.t rede que. na sit uaçào inicial. e repre-.entad,1 pelo
moddl) ltncar 1
' 1~ /8
2

Eº= Zº/ l·U6l Z" -


1
/ li ~J 1h
r\po" a introdução de altnações nas admitúnc1as de um ou ma1-. ramo'>
da rede. o mm.klo linear assumirá H forma A matrt7 / corre-.pondcnte ú '>llUaçào na qual a admitància 12 •1 é re-
mo\.1da pode ser obtida rela expressão (4.42) que. neste caso particular,
i4J71 assume a forma
Por C'>sa l'Xpressüo podc-'>c dctermmar a nova matri7 Z a partir da ma- A/ _ z_· 11 (:2
-º - -º) (:2
:J -º - :J
-º )'
Z - '/li + l \ - - - - - --
tnt i111cml / 11 , como ...crú mostrado a <;eguir • • Ô.J'2 i+ =2~J
sendo

lntrodu110do-"c l·t2ól t:m (4.371. obtém-.,,e

(438)
-º -
.:2 -

EB _li -
-1 -

BJ ~ ' 11>
IH

.1yz 3 = - .1'2..1 = - 2
66 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA An611:~11 de alterai;ões em redes de rransmissâo 67

Subst11uindo-sl' ~"
!: 2. ;~, ÓJ'u e =í~.1 na e\prcs..,àn de z. obtém-se Cnn..,1dt:rc-sc uma rl-dL modclada pl'la l'quaçãn linl'ar 1 =- }E A
idéia has1ca do Teorema da ( ompem.ai;iio L'stú !lustrada na Fig. 4.3. N.i
1 ) par(L' <I da lÍgura L'._la rl·prl'\l'11lada a ll'lk 1111 s1tuaç;\o Ínil'1al. L'U_Íll ITTO-
1 .l K
dl'l11 c 1 } 'f/': apareCl' também nc,1,1 p;ntc d.1 figur.1 um ramo genéncti
L= ~ da rede com adm11fincia .rÃm· Na parlc h c... t:i representada a rcdc apó" a
1'
8 ' 11> intrndu~·ii<i dc um acré..,c1111n L\_1 km na adn111fincia do ram1' /.. 111. o mo-
tkl11 do \l\ll'ma pa-.-.a a -.cr !_ = ( } + 1\} 1l. "cndo [; n nm n c-.tado da
11

rcJl· ~" pdrll' ( .. 1 .idrnllanua l\rk,,, rrn tk,cont:ct.1d.1 da ll'lil' L' \l'll delln
4.3.2. A lterarrit>' 11111/tipfu., é rcprc-.cntadn pela;; 111_1c1,:ôc-. extr<t" + t\ 1k•" I:,,,,. nesta -.it uação. o m<1-
delo do -.1-.tema e I + l' = }~'J;;, em quc J.. L\ 1'kmI-i.,., ~),,, l' f. é o mc-.mo
A expres..,ão da matriz de correções ~/ no caso muludimensional c-.tado da pai tc h.
pode ser obtida se~umdo--.c o mesmo procedimento adotado para <tlte- lmaginc-...c que -.e de,e.1a cakular o no\o cstado da rede l[l. ou
rações simples. Introduzindo-se {4.351 cm (4.371. obtêm-se -.cja. o e..,tado c\istcnt1.: apó ... a introdução da altcraçfü1 L\1 4,,,. hto p11dc
-.er kiw considl'rando-...c o modelo da hg. 4..lh. o que c\ig1ria a re ...o-
Ll = Zºf. - 7°M(ó,1
1
+ M'Lº/1.1) 'M'Eº (4.41) luçüo do sistema !_ = (} .., + t\ }')_f pela 10\L'r...ãu ou pl'la fatlll'aç;.1o trian-
gular da malnz ){> ·I· b. >: Uma maneira altnnati,·a de !>l' calcular o vetor
Substituindo-se /; co1hi"ll' em 'L trabalhar com l' modelo d;i I· Íll. -lJ <. rc,olvcndo-'l'
~ .,j,tenia 1 + !_' = }'°b: A vantagem dl''ll' :;cgund~ proccdimcnto é que
M'b-o = M'Zº!. (4.44)
'l' trabalha com c1 nwtn1 adm11fmc1,1 do e.1-.11 hú,1co }"''. n;i0 ...endl1 111.:-
ce...súri11 porwnto sua reimcrsüo ou rcfator,1,·ii<) : é nece-....ana. n11 entanh).
em (44Jl l:. considerando-se <.jU\.' a expn:ssàu resultante é válida para a dett:nninaçào prévia dl· L'. o que ...crú k-110 a \eguir et1111 a a1uda do
qualquer J, chega-se a c1rcu110 l'qu1vakntc quc .1p.irccc na f.. ig. 4.4.
O ,·ctor /' é compo... to de zeros com c\cCçiili dos ckmcnto-. /.. l' 111
/.e Lº + L\Z = / ' - ZºMl~r 1
+ \J'LºMI º 'M'Lº (445) que \akm. r~pcctn·.imcnll. Li1 ·,,,,.I~,"' ,, + j,_r,,,,1-.4 .,, A-.,1111 'l'lld11, par.i
se conhecer1' basta que ....e determine f. 1 "'' ll que pode -.cr fcllo utili!imdo-...c
Da mesma forma que no ca-.o un1d1mens10nal. a matriz de correçi.lo L\Z o circuito equivakntc rcprc ...cntado na 1 ig. 4.-l 11. no qual a rcdc fo1 rc-
pode 'ª 1ntc1ramente determmada a partir da matn1 orrgma · 1 zº •. duzida ú admitãncia equi,aknte .l'Í:~,: ª'
mjeç1~e, equi\akntc... ± /f'l sà11
calrnl.id;h Jc tal form,1 ljlll' a d1fcrcn,.1 dl· tc11,;i1i L~,,. -.qa .1 mesma na
n:de e no circuilll equivalente (r~·... pe1.:ti\;11m.·n1c. f1g). 4 ·'" c -lA<1). !'ia
parte h da Fig. 4.4 e\tÚ representada a adição da adm1lftnc1a ~r1 ,,,: na
4.4. Teorl!nl<l ela Compemariio [ 4] parte <'. o deito de ~) i.m é compensad11 ix·h1 par de lílJt'çôe-. .i \11 ,,, Ei.m·
l\a pane ,, da Fig. 4.4 tem-\e
O re-.ultado da análi..,e de -.ensibilidadc [expressão (-l.261] deduzido
antenormente por meio de manipulações algébricas pode também ser
obtido utilizando-se uma propriedade lh1ca das redes elétricas conhcc1da
como Tcorema da Compensação, segundo o qual a alteração na admi-
tância de um ramo da rede tem o mesmo efeito que a ligação de uma Da partc e da mc-.ma figura tem-...e
fonte de corrente de intensidade convcmente entre os nós termmais da
admitância. Ou se3a. o efeito da alteração de uma admJtânc1a da rcde 14.471
pode ser compensado por uma fonte de corrente apropriada. Apesar de
o resultado final já ser conhccido, a uuhzaçào do Teorema da Compen-
sação podcrú tra1er um entendimento tisico mais apropriado sobre o Suh-.tituindo-se (4A7l l'lll (4.461. ohtém-\1.'
s1gmftcado da analise de sen,ibilidade estudada anteriormente. Mt:smo
sendo uma propriedade geral, só será estudada aqui a aplicação do Teo-
yr~. l:Tm
rema da Compensação a s11uações nas quais ocorrem alterações simples (-l.48)
(um ramo por ,ez) u_l'lm -t _1~:!,
68 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELETRICA Antiliso de alterações em redes de transmissão 69

Resto
l eq Eº a) Situação inl(:ial
da rede ~ Ykm km

a) Situação inicial 1 = }-oL11

.J.Ykm hl Situação final


L:lykm E km
-1:q
@
Resto Y•rn ®
da rede
YkrnEkm
l
C') Situação final
compensada

hJ Situação final. 1 = ( >i + 6 }).E


1

r1~ura 44

Resto
da rede F- malmentc, ª" componente\ não-nulas de /' são dadas por

- 1;. = /',,, = (4.49J

e 1 Situação final compensada : 1 + J< = >" ~


1

/' (4 50)
l igura 4 J Teorema da Compc:n,açào
70 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTR/CA Análise de 11/rer11ç6es am rades de rransmiss6o 71

® <J
Considere-se novamente o exemplo da Fig. 4.2. A Fig. 4.5 mostra
rede compkta (11). a remoção d.1 .1dmitiincia rulh): e a simulação da re-
! 2 =-0,5 moção pelas injeções compensadoras (e). As injeções podem ser deter-
minadas a partir da expressão (4 50). que neste exemplo particular assume
a) Situação 1mc1al a forma

/' =

em que
E~. 3 = 0.1.,25. ôru = - Yi.3 =- 2

®
----
h) Remoção da adm1tànc1a .ri..1
=í~., = r! ·' / º .ru - z~ .i + /.~ J - 2Z~.3 = 5116

Substituindo-se E~ 3 , ô1 u. :~q3 e fi. 3 na expressão de f. obtém-se

li = 0.66. / j = - 0,66

1'.ote-se que, na F g. 4.Sa. o fluxo de corrente na admitânc1a J'u tem


Y.,2 ® a mesma magnitude que as injeções compensadoras. ou seja. a adm1tân-
c1a y 2 3 só é percorrida pelas injeções compensadoras e. para o resto
do sistema. tudo se passa como se a adm1tânc1a tiYesse sido removida

e) Compensação
4.5. Lema de itn ersüo tfe ttwtri:e\ (5]
1

O efeito da alteração da admitância de um ramo de uma rede de


I~=-0,66 transmissão (modificações na matriz n
foi estudado anteriormente por
dois procedimentos: análise de sensibilidade (Sec. 4.2) e Teorema da
hgura 4 :> - Exemplo de compensação Compensação (Sec. 4.4). Uma terceira alternativa para se estudar este
problema se baselél no lema de innrsão de matrizes. que será deduzido
a seguir por uma generalização do procedimento utilizado na análise
O estado final da rede é dado por ~ = Zº!L + l'l A variação no de sens1b1hdade.
estado produ11do pela adição da admitância ÔJkm é Considere o sistema linear

6.E = LºI' = - ÔJkmErm Zº f'lm (4 51) (4.52)


- - 1+ 6.ykm fY~~ -
que. como era de esperar. é o mesmo resultado dado pela expressão (4.26). em que A é uma matri1 (11 x 111.~º é um vetor (11 x J) e !zé um vetor (n x 1).
72 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTRICA An611se do 11lteraç6es em redes do tr11nsm1s5iio 73

Seja ô 1 uma \ariaçào introduzida na matriz de coelic1ente\ A. o nO\·O Como este rcsultadti 111depende do vetor g, conclui-se que
-.1stema passa a ser
(462)
(4.53)
1'ote-"e que .is e\prc...,õc:-. (4.58) e (4.62) são generalizaçõe-, de (4 35)
( ons1dcre-se a111da que a matriz t:. ~ possa ser colocada na fonna e (4.45), respectivamente t...m método possível de ser adotado para o
e-,tudo da adição remoção de cin.:u1to'> em uma rede cons1stma em partir
AA = CDF (4.54) das expressões (458) e (4.62) e particularizá-las para o caso de alterações
simples e mull1plas. A expressão (4.35), por exemplo, que dá a vana-
sendo C uma matriz (11 x { ), D uma matriz ({ x ( l e Fuma matriz ({ x 11), çào 111. no vetor de estado da rede. pode ser obtida a partir de (4.58) fa-
OU SCJa. zendo-se: t:.x=t:.f... Aº=}'°: CAºJ 1 =Zº: C= M : D=Ar: F=C'= M':
e ~o= gº. - - .

ôA
=
e 1 (1~/)1 Q (455)
Prob/emu.,

(li X 111 (li X fl 4.J. Considerar a remoção da ligação 1-2 do sistema representado na
Fig. 4.2 (ou seja. A1·u = - Y1.2 =- 3).
a) Determin.1r o estado da rede resultante. resolvendo-se a· equa-
Scgu111do-sc o mesmo procedimento adotado na a nálise de sensibilidade. ção }E=l. sendo}= }~ 1 +t:.}:
b) Determinar o estado !; da rede resultante utilizando-se, agora,
pode-se colocar o vetor t:.;s. na fonna
a Eq 14.26).
(4.56) e l C1kular a m.1tn1 /. da rede resultante a partir da matriz Zº da
rede original [Lq (4 4.1 l].
4.2. Para a mesm.i situação de-.cnta no Prob. 4.1:
Premult1phcando-sc esta expressão por F e isolando-se o vetor/ A';(/ x 1).
\em 11) Calcular ª"
111jeçôes compensadoras. A introdução dessas lllJC-
çõcs na n.:de (nós 1 e 21 tem o mesmo efeito que a remoção da
ligação 1-2 Uw a hy. 4.3. ,ohre o teorema du compensação).
Subst1tu111do-sc H 57) cm (4.56). pode-se dctcrmmar o vetor de corre- hl Detcnnmar o estado .!:. da rede da Fig. 4.2 pela resolução d.a
ção 6';
equação Yºg=l +l'· cm que aparece o vetor das injeções com-
pensadoras /'. comparar com o resultado obLido no Prob. 4.1
t:.~ - - (Aºl 1
CD[II,+f(·lºl- 1 CDJ 1
rx
0
(4.58)
4.3. Deduzir as expressões (4.26) e (4.41) a partir do lema de mversào
de matn1cs dado pela Eq, (4.62).
Considerando-se que

(4.59)

isto é

A I~ =(Aº) " 11! + t:.~ (4.60)

e substituindo-se t:.~ cm (4.60). obtém-se


Capítulo 5

FLUXO DE CARGA NÃO-LINEAR:


ALGORITMOS BÁSICOS

No Cap. 1, foi apresentada uma formulação genérica sobre fluxo


de carga. incluindo-se a dedução das equações básicas do problema. a
descrição do modo de operação dos principais componentes da rede de
transmissão e a definição dos tipos mais comuns de barras (PQ. PVe VO).
Foi também mencionado nesse capítulo que. além das equações bási-
cas. existe um conjunto adicional de inequações,equações que represen-
tam as restrições de operação da rede e a atuação de dispositivos de
controle. que também devem ser obedecidas pela solução do problema.
No Cap. 2, foi estudado um método linear (fluxo de carga CC) que per-
mite o cálculo aproximado da distribuição dos fluxos de potência ativa
na rede: nesse método, são ignoradas as equações referentes à parte rea-
tiva do problema, não são consideradas as restrições de operação e a
atuação dos dispositivos de controle. Neste ca pítulo, o problema será
retomado em sua forma mais geral. conforme a formulação não-linear
apresentada no Cap. l, e serão discutidos os métodos que apresentam
maior interesse prático: o método de Newton e os métodos desacoplados.

5.1. Formu/ação do problema básico

As equações básicas do íluxo de carga foram deduzidas no Cap.


pela aplicação das leis de Kirchhoff. resultando:

P. = Ví. I Vm(G,m cos º•m + Bkm sen º•ml (5.1)


m i:: k

Qk = Vi I Vm(Gkm sen º•m - Bkm cos (}km) (5.2)


nt F- 1'

para k = 1. NB: sendo NB o número de barras da rede. Os métodos


computacionais para o cálculo do íluxo de carga cm geral são consti-
tuídos de duas partes: a primeira, também chamada de algoritmo básico,
tn,1ta da resolução por métodos iterativos de um sistema de equações
76 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA Fluxo de carga niio·lmlftJr: elgommos b's1cos 77

algébricas do tipo (51 )-(5.2): a outra parte do procc-.so de resolução processo de re-.oluçào Note-se que o mesmo não ocorre com o Subw.-
do problema considera a atuação dos dispositivos de controle e da re- tema 1, no qual ª"
incógnllus são implícitas. o que exige um processo
presentação dos limites de operação do sistema. As duas partes do pro- iterativo de re..,olução conforme será mostrado mais adiante.
blema podem ser resolvidas alternadamente, intercalando-se a solução
das equações básicas com a representação dos controles e limites de Pi. = '· L 1;,.(Gkm cos (}km + Bi..m sen 01.ml (5.5)
operação. Outra poss1biltdade consiste em alterarem-se as cquaçõ~ "' "'
(5.1 )-(5.2) para incluir a representação dos disposit1rns de controle. parei hurra de re{erê11cia
nesse caso as duas partes do problema são resolvidas simultaneamente
(ver o Cap. 6).
Considere-se 1mc1almente um problema no qual são dados Pk e Q 4
Q. = ~ à L 1m( Gi.m sen º•m -
m • i..
Bi.m cos (}kml (5.6)

para as barras PQ; P4 e l1l para as barras PV: e ij, e Ok para a barra ~·o
para harrm I' 1 e 1h rt'.f eré11cia
(referência angular): e pede-se para calcular Vi e Ok nas barras PQ: 01
e Qk nas barras PV, e P4 e Qi. na barra de referência. Uma ve7 resolvido
este problema, será conhecido o estado (Vi, 0d para todas as barras da No processo de resolução apresentado anteriormente não foram
rede (k = l, NB), o que torna possível o cálculo de outras variáveis de consideradas as restrições de operação e a atuação de dispositivos de
interesse, como, por exemplo, os fluxos de potência nas linhas de trans- controle que correspondem a um conjunto adicional de inequações/cqua-
c;õe~. Um exemplo dessas rcs1nções de operação são os lim11es (máximo
missão, transfonnadores, etc. Sejam: N PQ e N PI~ respectivamente, o
número de barras PQ e PV da rede [note-se que. rnicialmente. será con- e mínimo) na geração de potência reativa das barras PV: se durante o
siderada a existência de apenas uma barra VO). O problema formulado processo iterativo um desses limites for violado, Qk será fixado no valor
anteriormente pode ser decomposto em dois subsistemas de equações extremo correspondente e a barra PI transformar-se-á em PQ: isto sig-
algébrica-., confonne se indica a seguir: nifica que a mag.nnudc da te1N'io da barra PI não pôde o;er manuda
no valor espcc11icJdo. nesse caso. faz-se Qr'P = Qi.lim e a equação cor-
respondente do Subs1-.tcma 2 passa par<! o Subsistema 1: eventualmente.
Subsi.Hema 1 (dimensão. 2 1\PQ .,. 1\Pv 1 cm uma iteração ~egu1nte, a barra poderá voltar a ser do tipo PV. Uma
discussão mais detalhada .,obre limites de operação e disposttivos de con-
Neste :.ubproblema são dados Pk e Qk nas barras PQ, e Pk e "4 nas bar- trole será apresentad.1 mais adiante.
ras PI-: pretende-se calcular Jtk e /Jk nas barras PQ, e Ok nas barras Plt A., incógnn.1s do Subsistema 1 podem ser agrupadas no vetor x
Ou seja, trata-se de um <;1stema de 2 SPQ..,. \PI equaçõ~ algebncas dado a seguir :
não-lineares com o mesmo numero de incógnitas, ou . . eJa

Pl'r - l l L 1mlG1m cos (}km + B1m sen U1ml = O (5Jl


(5.7)
m • i..

p11rn harra~ PQ e PL

Q~'r - l k L 1t;,,(Gkm sen lllm - Bkm cos (}lml = o (5.4) em que li é o vt.:tor dos flngulos das tensões das barras PQ e PV. e ! é
m t A. o vetor das magnitudes das tensões das barras PQ. As expressões (5.3)
para har/'ll.\ PQ e (5.4), que fonnam o Subsistema 1, podem ser reescritas do seguinte
modo:

Subsistema 2 (dimensão: /\'Pv+ 2) 6.P,., = rr 11


- P,!y. ~l = o (5.8)
Após resolvido o Subsistema 1. e portanto Já sendo conhecidos V,. para harra., PQ e P 1
e O, para todas as barras, deseja-se calcular Pk e Q1 na barra de referên-
cia, e Q, nas barras PV. Trata-se de um sistema com \PI ._ :? equ.içõcs (5.9)
algébricas não-lineares com o mesmo número de incógnitas. no qual
todas as incógnitas aparecem de forma explicit.i. o que toma trivial o para harrm PQ
78 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA Fluxo de c•rge niío-lint!er: elgontmos básieos 79

As funções !lPk e !lQk podem ser colocadas na forma vetonal g ( x)

llf!. - f•'P - f(}!,fll (5.10)

llQ = g••P - QC!.!!J !5 11 l


g (xº)

e ª'
em que f é o vetor das injeções de potência ativa nas barras PQ e P~:
o das injeções de potência reativa nas barras PQ.
Seja .!f(~) a função vetorial dada por
g(x1)

(5.12)

Figura ~ 1 Metodo de Nrwton


Por meio dessa função. o Subsistema 1, dado pelas expressões (5.8)-(5.9).
pode ser colocado na forma
íil Calcular o valor da função g(xl no ponto x = \' •
1

(5.13)
iii) ( omparar o valor calculado y(.\') com <1 tolerftncia c... pec11icada 1:
Este sistema de equações algébricas não-lineares pode ser resolvido por se y( x') 1 ~ 1., então x = x' será a solução procurada dentro da faixa
1

um núm ero muito grande de métodos, sendo que os mais eficientes são de tolerância ± 1: se 1y(x')1 > f:, o algoritmo de\ cr;i rro ... ~eguir.
os métodos de Newton e o desacoplado rápido (ambos serão estudados
Lmeanzar (tw" Fiy 5.11 a função y(Y) em torno do ron10 (,\ \: 9(\1 ll
neste capítulo) Na Sec. 5.2. será apresentada uma revisão sumána sobre li')
a utilização do método de Newton na resolução de sistemas de equações por intermédio da senc de Tavlor:
algébricas. cm uma seção subseqüente (Sec. 5.3). o método será aplicado
á resolução do Subsistema 1: na Sec. 5.4. os métodos desacoplados serão
y(x' + !lx');;:: C/l\ + 1
) y'(.x')llx' (5.15)
obtidos a partir do método de Newton. sendo y'(x) = cly ti\. Este passo <.,e resume, de fato, ao cálculo da
dernc1da y (\')

1l RL-..olver o probkma linearizado. tlll seja. encontrar !l \ tal que


5.2 Re..olurcio ele sistemas ulyebricm pelo mecoeio ele N e1\tot1 y(x'I + y (\ 1
)L'\\' =O (5.161

Considere-se inicialmente um sistema unid1mcns1onal do llpo Isto sigmfica que a nova estimai 1va de x passa a ser
y{.\) =o (514) x' + 1 = x' + !l ,.. (5.17)

em que g(xl e \ são escalares. Pretende-se determinar o valor de x para sendo


o qual ,1 fun.;ào c/l \) se anula Fm termo-. geom..!trico.... como mo~·.tra a (5181
Fig. 5.1. a solução da Eq (514) corresponde ao ponto em que a curva
corta o eixo \. A rc)ioluçlio tlcs~e problema pelo método de Newton l'i) L1zcr 11 t 1 __. 1• e voltar para o pas-.o ii
segue os seguintes passos:
A vanante do método de Newton ilustrada na Fig. 5.2 e obtida
Fazer 1· =O e escolher uma solução inicial x = x"' = xc • considerando-se a derivada constante. isto é, no passo (ir) do algoritmo
01
i)
80 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Fluxo de carga nio-llneaf" algoritmos b's1cos 81

g ( )()
tyl _._1ty ?91
t\1 (:! êxn

( ~12 '92 i'g2


J =
!JL_ i'-x1 tx 2 txn (5.23)
g(x') - - - ( :s

_<)n 'Yn
~

g ( x') ---------
( \ 1 rx2

'I
X O vetor de correção Ll_l é calculado impondo-se que

(5.24)
Figura 5.2 Me1odo de Newton com derivada constante 1Von M"c'I
que é maneira hneanntda de se resolver o problema q(:s." -r Ll}) 7 O. No
caso particular em que. por exemplo. 11 = 2. a Eq. (5.22) assume a forma:

faz-se y ( '"') = y'( \ºl l\.l'Sta 'ersào. o número de iterações. para uma
dada tolerância de convergéncia. cm geral e maior que no método original. (5.25)
mas cada uma das iterações se toma mais rápida pois a dcmada não
precisa ser recalculada a cada passo.
C'nn.,1dcrc-'l .1gora .1 resolução do seguinte '>1-.Lema 11-i..11rneri..1l,nal:
O algoritmo para resolução do sistema de equações g(,!) =O pelo mé-
(5 19) todo de J\oc\.\ton e: -
~endo Jl(~) urna função vctonal (11 x 1) e~ o vetor das incognitas (11 x l ). i) Fazer 1· =O e escolher urna solução inicial ;s = .,y'' 1 = .l'".
ou seja,
ii) Calcular J]C~.· ).
(5.20)
iii) Testar convergência: se 1y 1(,x')1 ~ r, para i = l, 11, o processo conver-
(5 21)
giu para solução -~··. caso contrário, passar para (iv).
A resolução da 1-q. (5.19) segue, basicamente. os mesmos passo-. do algorit- it') Calcular matril .1acobiana Jl:s.' ).
mo apresentado anteriormente para o caso un1d1rnens1onal A principal di-
ferença está no passo (li'). no qual. agora. aparece a rnatri7 J<1cobiana. A linea- 1·) Dctenninar nova solução J.<•·+ 11 :
n1açào da íunç;.io vetorial ill:~I para ~ = ~· é dada pelo-. do1-. primeiros
termo' d.i '~rn: de 'Ta~lor ~· + 1 = ~· + Ll~' (5.26)

(5.22)
(5.27)

...endo a matriz jacobiana J dada por l'i) Fazer 1• + 1 -+ 1· e voltar para o passo (ii).
82 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA
Fluxo de carga nlo-lmaer algontmos b's1cos 83

As submatrizcs que compõem a matriz jacobiana J. dada em (5.32), são


5.3. Fluxo de carya pelo método de Newton [6, 7)
geralmente representadas por
Ncst.i ,eção ..,crú aplicado o metodo de Ne\.\ ton para .i rl!'.olução

" - -
do Suh"''tcm.i 1 (e/(\. 1l - 0). O ponto central do processo de rc,olução
consiste em se detenninar o vetor de correção ó;s, o que exige a reso-
li
<'!_
Ili
\1 = tf
tW
lução do sistema linear dado em (5.24), reescrito a seguir: (5.33)
\1 = <'Q. L = i..Q_
y(x') =- J( .~')ô_.,!' (5.28) to iV

No caso em que o s istema de equações a ser resolvido é o Subsistema l. Utilizando-se as expressões (5.32) e (5.33), a Eq. (5.28) pode, finalmente,
têm-se ser colocada na forma·

(5.29)
(5.34 )

= ~lNPQ+NP~ (5.30) por:


As componentes das submatnzcs jacob1anas H, N, Af e L são dadas

0}NPQ

(535)
Hu = tP.tOk = - VfBu.: - vk L ~;,.(GkmsenOk.,. - B1mCOS01ml
t(ófl t'(óf) } SPQ +,\'PI' mE#.
i'fl. t!'
)(~') = (5 31)
t(6Q!_ é'(6Q) (5.36)
} NPQ
to t!'. \u = tP•. tv,. = vkckk + L ltm(GkmcosOlm + BkmsenOkml
mf#.
"---.,,--)~

\PQ + \Pr 'vPQ


li.1lm = r'Qk!NJm =- Vi, "'"(Glm cos flkm + Bkm sen flkml
(5.37)
Considerando-se as expressões dos vetores !:lf e ô.Q dadas cm (5.10) e MH = i'Q.tc'Ok : - J!f Gu + "k L m e #.
Vm(Gkm cos ºkm + Bkm sen (Jkml
(5.11 ), e lembrando-~c de que P"P e Qº'P são constantes, a matriz Jaco-
biana (5.31) pode ser reescrita- da seguinte maneira:

(5.38)

tP tP
Lu = tQk i 1 lí. = - VkBu + L Vm(GkmsenfJkm -
m•#.
BkmcosOkml

((} tv
J(}'l = - (5 32)
Os elemento' Hu. \\l, .\lu e Lu podem 'cr colocados cm função d.ts
iQ. iQ. injeções de potência at1\a e reativa na barra k. conforme pode ser de-
((/ ,~ 1
duzido das expressões (5 35) <1 (5.38)
84 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA Fluxo de ct1rgt1 não-linear: elgonrmos b4sicos 85

HH = - Qk i f Bkk (5.39) ri) Fa1er 1• + 1 -> ,. e voltar para o passo (i1).

,\u-= Vk 1 (Pl+ ~ fGH) (540) Considere-se. a título de ilustração, o sis tema de duas barras re-
presentado na F ig. 5.3. Nesse exemplo, a resolução do Subsistema l se
\/u = Pk - l 'fGu (5.41) re,ume a determinação do ilng.ulo 8. pois V,. B, e V2 são dados. Uma
smtesc do processo iterativo resultante da a plicação do método de Newton
lu = l'k 11Q1 - 1 f Bkk) (542) é dada na tabela a seguir.

A part ir das expressões (5.35) a (5.38) pode-se concluir que, se v .máveis


}~"'' = G1cm + .1Bk,,, for nulo. então os elementos J/km· Nkni· M,,,, e Lk,,, tam- Iteração
bém serão nulos. hto implica que as matrizes li. \. M e L têm as mesmas O'2 6P2 602
caracleríst1cas de esparsidade que <I matriz )'
O método de l\iewton aplicado à resolução do Subsistema 1 é de<,- i· =o o.ooo -0.400 -0,416
cnto a seguir: v=I -0,416 - 0.028 -0.036

i) Fazer ,. =O e escolher os valores iniciais dos â ngulos das tensões v=2 -0,451 - 0.0002 -
das barras PQ e Pv (0 = 0°). e as magnitudes das tensões das bar-
ras PQ ( i = Vº).

ri) Calcular Pd i ;' 0') paraª" barras PQ e Pk e Qkti.' 0') para as bar- Borro VO Borro PV
ras PQ. e determinar os res1duos õP',. e t:,.Qk.

iii) Testar convergência: se M ax :lõP11: ~f.p e M ax il õQk l : ~f.Q• o


processo iterativo convergiu para a solução (V.' 0'): caso contrário
passar para (ir).

ir) Calcular a matriz Jacob1ana

1111-:'f.l"l N(~,' Q')


,_ Dados das barras (p11)
J(~.' !Tl = (5.43)
M (V.'!}') L( I ~' Q') Barra Tipo p Q V o
1 VII - - 1.0 o.o
1) Determinar a nova solução ll''"~ 1 • il-+ 1 l:
2 PV -0.40 - 1.0 ~

Jl' ~ 1 = J..t + /":,.!]' (544)


Dado., dus hnhas (pu)
1 '• I = l ' ' + /":,. ~ ·1 (5.45)
Linha
' \
,,..
sendo t:,.0' i: õ I"' determinados resolvendo-se o sistema linear 1-::! 0.2 1,0 0.02

õf(JÇQ')
õQ(!~'' Q'I
=
li(!:' f.l'I

M l_V.' (}' l
\' (.!'.

L(!<" fl'l
1 {}')

·88 ó!:'
(5.46)

Figura 5J
Tolerância de convergência em ô.P:

Dados do íluito de carga de uma


e= 0.003

rcdc·c~emplo de dua~ barras


86 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTRICA F/uJto de carga nào-lineer: elgoritmos bAsicos 87

Os cálculos efetuado s na obtenção dessa tabela estão detalhad os a seguir. O problema consiste cm se determin ar o valor de 0 2 tal que l:J.P 2 seja
A impedân cta-sene e a adm1t;in cw-séne d,1 linha 1-2 ...ão. respectl\ amente. nulo. Aphcand o-"e o método de Ne\\.ton. resulta:

; 1•2 = rl.l + jxl. 2 = 0.2 + j l,Q


1 • l t eraçcio
1
y 1, 2 = g 1 • 2 + .ih1.2 = (:1.2)- = 0.1923 - j0.9615
i) \'=O: (l~>I =o.o
A adm1tãnc1a-shunt da hnha é: i1) tJ. P2Ul'2º>1 = - 0.40 - 0.1923 ( 1 cos iJ~») - 0.9615 sen O!f 1= - 0.40
y~~l = jh~~l = j 0.020 iiil Af'iº 1 I = 0.40 > 0.003: o processo iterativo continua .

J(Of 1= H 2.z(O~º)) = <"P2/<'02 lo~))=


1
ll')
A matriz admitànc ia nodal é: = 0.192.1 seno~··+ 0.9615 cos {/~» = 0.9615
I') tJ.P'I'' = H~~ i L\fJ~OI
O, 1923 - )0.9415 - 0.1923 + j0.961 5 - 0.40 = 0.961 'i AlJ~»-. AO)» - 0.4160
}- = G + jB = 0~ ' = 0~ ' + L\0~ > = 0.0000 - 0.4160 -
1 1 0
0,4160
- 0.1923 + j0,9615 0,1923 - j0.9415
ri) 1· = O+ 1 = 1

2.• l t era('cio
sendo as matrizes G e B dadas, rcspectih tmentc. por:

ii) LiP 2 (0'i


11
) = - 0.40 - 0.1923( 1 cos Oi' 1) - 0,9615 sen 0~1 > = - 0.029
- 0.9415 0.9615 11
0,1923 - 0,1923 , iii) LiP'2 1= 0.0279 > 0,003: o processo 11erati\ o continua
G= B=
J(0~ >1= H1 2<0~ >)=1 P2 tO!(ljº'=
1 1 1
0.9615 - 0,9415 ÍI')
- 0.1923 0.1923
= O, 1923 sen 0~ + 0,9615 cos 0~11 = 0.8002
1
>

'l Li P'-21' = H ~1.~ /\//~11


A expressã o da potência allva na barra 2 e: - 0,0279 = 0,8002 tJ.0~ -. f!.IJ~ =
11 11
- 0.0349.
Uj
2
' =0i 1
' + t!.Oi 1
' - 0.4160 - 0.0349 = - 0.4'.'09.

l'i) \' = 1 + 1 = 2.
O Subsistem a 1 é formado pela equação

M' 2 = P i'r - P2 O
3.ª lteranio
Apanird osdados têm-se:P í'r= -0.40: i 1 = i 1 c·r-1.o. V2= ltzc'r:__ 1.0.
() 21 Oz- O1-O -
- 2•·G 2.1- ' -· B 21 -0961'i
0192] • . =0.l923 Subs-
: · G 22
1itumdo- se esses valores na equação de P 2 • obtem-se :
iií) 1!l.Pj ' -= 0.0002 "0.003· o procc:-~o itcrati\o comcrgi u e a terceira
2 1

iteração não precisa ~er efetuada.


FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Fluxo de carge nio·lmear: 11lgommos b's1cos 89
88

O processo de resolução está ilustrado graficamente na Fig. 5.4: Barra VO Barra PO


note-se que o problema tem um número infinito de soluções. sendo que ®
a solução fomeetda pelo método de Newton depende basicamente do
ponto inicial escolhido. A solução encontrada é aproximadamente igual
a -6º: as duas outras soluçõe~ ma is próximas estão em tomo de - 154°
e 206°.

Dados das barras lp11}

Barra Tipo p Q V li

1 VII - 1,0 o.o


2 PQ -0,30 0,07 - -

Dados das linhas

Linha r :e /J~.h

1-'.! 0.2 1,0 0.02

To1criinc1a da convergência em.


l\P e /\Q : 1 = 0,003 p.u
Figura 5.5 - D.ido' do nu~o de carga de uma rede-exemplo de duas barras

Uma smtese do processo 1terauvo resultante da aplicação do métod o


de Newto n é dada na 1abela a seguir

Vanave1s
Iteração
Figura S.4 - llustraçio gráfica do prooesso de resolução do problema cujos dados estão Ili ~"
2 ô Pi t.Qi Mi t.v;
na Fig. S.3
1· =o 0.000 1.000 -0.:100 0,090 -0,318 0,031

1• = 1 - 0,3 18 1.031 - 0.006 -0,052 -0.012 -0,053

\' = 2 0,310 0,978 - 0.001 - 0,002 -

No exemplo estudado anteriormente (Fig. 5.3), as tensões das duas Os calculo' cíctuados na construção dessa ta bela estão detalhados
barras são especificadas: a barra 1 é do tipo VO e a barra 2, do tipo PV. a ...eguir. As ma1n1cs (, e B -.ão ª"
mesmas já calculadas anteriormente,
Por isso o Subsistema 1 é formado por uma única equação (óP 2 = 0), OU 'iCJ<I:
que é resolvida para se determinar a incógnita 92 • Considere-se agora
a rede representada na Fig. 5.5: os dados de linha são os mesmos do
0.1923 - 0.1923 - 0,9415 0,9615
exemplo precedente, mas os dados de barra foram modificados; uma
das alterações cons1st1u em subs tituir a barra PV por uma barra PQ. G= B=
- 0,1923 0, 1923 0,9615 - 0,9415
Neste novo exemplo, o Subsistema 1 passa· a ter duas equações (6P 2 = O
e 6Q 2 = 0) e duas incógnitas (02 e V2 ).
90 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA Flu•O de carga não-lmear algoritmos bASJCOS 91

As ex prcssõc-. das potências ativa e reativa da barra são·


01
li 22(111;_> 1. Viº 1J= ( P2/(0 21 11,,••• , 1••1= - Q~ - ( Viº 1) 2 8 2.2 = 0,9615
, , 01111vw1
2 . 2 1
=;1p l 1,, 1,2 1(111º =[Pº,+
~ ~º· 1 2
(v101,2c
2 , 2 2
]i "21º1= 0 . 19.,- -1
P 2 = HGu + V2 Vi(G 2. 1 cos0 2 . 1 +8 21 sen0 2 . .l
' .? 2 1

\1 ~! (li''" l ' '"l 1 ~Q .,, 1 G 2 2-- 0, 1923


l ~ 1 ,=,
n<OI ( 11(0))2
Q1 - V~8u + ~2vi(G2 1 sen02,1 8 21 sen02,il 2< 2 1f1:º'.t1º'i= r 2 - .,2

O Subsistema 1 é formado pela-. equações:


I 1 2(1~º1
1 . v'°1J=,·Q
2 2 ,·v2 I1"1º,·· 'lº'>= [Q'º'
2 - ("'º'12
.. 2 2 • - 15
8 2 l J1v10J=09?

rl
lJ<OI N<01
2.2
ô.Q 2 = Qi'P - Q2 =0 2.2

Vº'
A partir dos dados têm-se: Pi'"= - 0,30;Qí'"= 0.07.
02 • 1 = 02 - 0 1 = 0 2 : G2,1 =
= v•'I' = 1,0:
0,1923: 82.1 = 0,9615: G2 2- = 0,1923.
"I ,'\!~'.~ 2.2

8u = - 0.9415 Substituindo-se esses valores n.I'- expressões de P2 e Q2 ,

~~
0,9615 0,1923 f),.()~0)
obtêm-se:

P2 = 0.19231'2 ( J12 -co~ 02 ) + 0,9615 V2 sen 02 09 - 0.1923 0,9215 ô.Viº'

Q2 0.9415 " ~ - 0,1923 i 2 sen02 - 0,9615 v2 cos02

·E~l
M~'I 0,9984 - 0,2083 0,3 183
Aplicando--.e o método de Newton podem--.c determinar 11cra11va-
mente a magnitude e o ângulo da tensão da barra 2 (respecuvamentc, ô. Viº' 0,2083 1,041 7 0.09 0,0312
0 2 e V2 ):

= 0~ + ô.O<r 1 = 0.0000 - 0.3183 =


11~11 01
0.3183
1! I t naçiiu Vii = Viº +ô. q 01 = 1.0000 + 0,0312 =
1 1
1,0312

i) 1· =O: 11~ 11 = 0,0 e V~º 1 = 1,0 ri) 1·=0+ 1=1


iil P2({1~ • Viº') ,;,,, 0.1923
11
Viº'! V~º 1 - cos 0~º,I + 0.961 5 1 iº 1 sen o~>i = O.O
Q 2 (0~''. V~º 1=0.9415(q 111 1 0.1923 V~ 01 scn0~ 1 ·+
1 1

0.9615 1l°' l:O~ O'[ 1 = - 0.02


f)..pl]ll = - {),JO. ô.Q1ill = (),09 V1 11 sen 0~11
ii) P 2 (t1~11• qn1=0,1923 v~º(Vi 11 - cos o~n) + 0,9615 =
iii) 1f)..p<i I=0.30 > 0.003 e ô.Q~ll I = 0.09 > 0,003; o processo iterativo
11 = - 0,2941
continua. <) 2 10 111
2 , Vl ) = 0.9415 (V~ ll)2 -
11 0.1923 V? 1sen e~n +
il') - 0.961 5 q 11
cos 0~1 1 = 0.12 15
0.9615 0.1923 M,,.211 = - 0.0059: óQ~11 = - 0.05 15

0.1923 0,92 15 iii) 1 A/"211 1 = 0.0059 > 0,()()3 e l ô.Q~11 1 = 0,0515 > 0.003; o processo itera-
tivo continua
92 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELITRICA Fluxo dtt carga nlo lmettr: algontmos Ms1cos 93

il') iii) ó.J>il' ' 0,0011 < 0.003 e ó.Q1} ' = 0.0024 < 0,003: a terceira itera-
H 2.2((101
2 • 2
v•
"1 N'2.2 2 • 2 (011, vi 111 OJ\797 - 0,0869 ção não precisa ser efetuada.
J (<r211. Vi")= i - - - - - - - - ' 1 - - - -- - -1 =
M • (0~11 , Vj 11) Lu(0~ ,
22
11 11
) V4 - 0,4986 1.0888
5.4. M érodo\ desacop/ados [8. 9]
li u(Oi". V? 1) = ,,p 1
2/< 02 !1,,,. •• v;• = Qi11 - (Vi 11) 2 B 2.i =
1
0,8797 Os métodos desacoplados, como o próprio nome ~ugcrc. baseiam-se
no dcsacoplamento PO- Q l, ou scJa. são obtidos considerando-se o fato
Nu(Oi11, V? 1) = t P 2 i' V2 1 11~,". ~·;• 1= [ f>l211 + (Vi 1 G 2 2 ] / Vi = - 0.0869
11 2 11
de as sensibilidades tP tfl e cQ ,- ~ -.crem mais intensas que as scns1b1h-
11 2
Mu(0~11, Vi 11I = i'Q2 t02 !1,,,... 1; .. ,= P'2 - (Vi 1 Gu = - 0.4986 dades tP ,-1-- e tQ tO. Este tipo de relação em geral é verificado para
11

redes de transmissão em extra-alta 1ensào (EAT : > 230 J.. VJ e ultra-alta


Lu({}i1 >, VJI 1) = <")Q2/t V2 \111,.., ~1 ..1= [m11 - (Vi 1 82 2]Wi = 1.0888
11 2 11
tensão (UAT. > 750kV).
O desacoplamento possibilita a adoção de um esquema de resolução
l') segundo o qual m subproblemas Pll e QI são resolvidos alternadamente:
N111 na resolução do subproblema PO são utilizados os valores atualizados
H ill
2.2 2.2 de V. na resolução do subproblema Q 1 são utilizados os valores atua-
1--- - --f =
lizados de O.
Mil'
2.2
v•1
2.2
ó.Vi11 Neste capítulo são apresentadas du,1s \ersões desacoplada-. do mé-
todo de !\iewton N,1 primeira. conhecida como método de Ne\\ton de-
sacoplado. as -.ubmatrizes jacob1ana.., \ e \,f são feitas 1gua1-. a zero.
- 0.0059 0.8797 - 0,0869 !lllil 1 l\:a segunda. ch.1mada de método desacoplado rápido. alem de .,e ignorar
o efeito das 'ubmatrizes jacobianm. \ e M . a-. submatri7e" li e L são
=
- 0,0516 - 0,4986 1.0888 Mit ' man11das con-.tantcs durante o processo 1terat1vo. No1e-se 4ue em ambas
as \Crsões de-.c1copladas do método de Nc\\ton só são 1ntrodu11das apro-
ximações na matriz jacobiana, sendo os vetores dos res1duos ó.P e ó.Q
calculados da mesma forma que no método de Newton. ou sejã. util~
ó.0~11 1,1906 0.0950 0.0059 0.0119 zando-se ª"expressões (5.3) e (5.4) apresentadas no capitulo precedente.
A introdução de aproximações na matnl jacobiana altera o processo
l\Vi1' 0,5452 0,9620 0.0516 - 0.0528 de com ergência. isto e, muda o caminho percorrido entre o ponto 101-
cial e a -.olução. mas não altera a solução final pois o problema rc'.'>ol-
rnJo permanece o mesmo [ ó..fl!~ !!I == O i:\Q! !. !!I =O]. O de...acoplamento
0i2 '=0~1 1 + ô.Oi' '= -0,3 183 -0,0119= -0.3302 é introduzido apenas no algoritmo de resolução. sem afetar o modelo
da rede A.., hgs. 5.1 e 5.2 podem ser usadas para ilustrar o efeito de <tpro-
Vi2' = V1 11 :+ ô.Oi11 = 1,0312 - 0,0528 = 0,9784
ximaçõe'.'> introduzidas no cálculo da ma1I17 Jacobiana: em ambas as fi-
l'Í) 1•= 1+ 1 =2 guras o problem<1 resolvido é o mesmo [modelo 1/(X) = O]. cnt ret,1nto.
na Fig. 5.2, a denvada y'(x) (matri7 jacob1ana) é mantida constante du-
rante o processo de resolução; pode-se observar que as soluções obtidas
3.1 Iteração nos dois casos são idênticas, apesar de as sequências de soluções intcr-
ii) P 2(0i21 • Vi2 11=0,1923 Vi
2
'(Vi21 -cos Oi211 + 0,9615 qi• .,en fli21 = medianas serem dbtmtas. A aprox1maçao mtrodu11da no método da
hg. 5.2 cons1st1u em manter-se a derivada constante: existem. no en-
= - 0,2989 tanto, outros llpos de aprox1maçõei. no cálculo da derivada y ( \) que
Qi(tlll 1• VP'I = 0,9415 (Vf 1) 2 - 0,1923 Vl 2 ' ~en 11~~ +1
também levanam à mesma solução final Re:.umindo. os mctodos desa-
copiados aproximam o cálculo das derivadas mas mantêm .1 mtegnd<1de
- 0,9615 V~ 21 cos0? 1 = 0,0676
do modelo da rede e, por isso. não ,llet.1m a solução fin,il do ílu\O de
ó.P"l' = - 0,0011: ó.Q~21 = - 0,0024 carga
94 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELITRICA Flu1to de c•rg• nlio-línear: 11/gontmos b'&ÍCO$ 95

5.4 J M erodo ele l\"e111t>11 cle''""f'lctdo [8) KP=KO= 1 ( 1)


p = q- : o
O algoritmo básico do método de Newton. desenvolvido no capí-
tulo precedente, pode ser colocado na fonna:
(li)
6f(!:'' Q'l = l/(f,'' Q')6Q' + N(Y.' !]')6};:''
6QU''. {!') = M (Y,' Q')6~' + L(Y,' Q'')L\f' (5.47)
( vi11)

º.+ 1 =Jl' + ó!l' ~P=O •.

Y' + • = !:' + 61,

Resolver o sistema
A dedução do método de Newton desacoplado e feita em duas etapas: ( iv)
..\['( q,tJP)= H(Vq ,(;IP)j () P
desacoplamento e aplicação do esquema alternado de resolução. Pelo
desacoplamento PO-QI os termos N6l e MM!. são ignorados. o que
Atualizar -
toma possível colocar o algoritmo de Newton na seguinte fonna: (V)

6f( V.' O') = H(Y! {!')L\lj'


óQ(!.' !!'I = L(!~:' !!'ló!:''
r ncrementar p (vi)
(5 48)
fl' • 1 = !!' + ófl'
(v11)
Y'. • = !" + 6.!::'' ( xviil)

A recorrência dada pelas Eqs (5.48) ainda está colocada na forma si- SOLUÇÃO
multânea, isto é. Qe l são atualizados ao mesmo tempo. A segunda etapa
da obtenção do método desacoplado consiste em se aplicar o esquema ( xvi)
de resolução alternado. resultando: .------.
KQ=O
L\ftl.' !.!' l - Hl!.' !J' l 6U'
!!' • 1 = !!' + 6!}
(5.49)
6Q(I.' !!' + 1 l = LIY.' !!' 16l' Resolver u sistema
(XII)
.10(Vq IJP) = L( q ,Jll .J yq
1,. 1
- Y" + 61'
Atualizar
Note-se que. colocando-se o algoritmo na forma alternada (5.49). as yqH: yq+ .Jyq (xi ii)
aproximações introduzidas na matriz jacobiana com a passagem de (5.47)
para (5.46) são parcialmente compensadas pelo fato de as variáveis fl
I n crementor q ( xiv)
e Yserem atualizadas a cada meia-iteração: no algoritmo dado em (5.49),
imediatamente após a obtenção de uma nova estimativa de[! ou Y. esses
valores Já "ão ullli7ados no cálculo subseqüente de 6Q e 6f. ( xv)
Existem s1tuaçõc-. nas quais o-. subproblema.., PO e Q 1 tem velo-
cidades de convergência distintas. o subproblema l'O, por r.:xemplo. pode
convergir antes que o -.ubproblema Q 1 Nesses ca-.os. podem-se obter
algumas vantagens computac1ona1s iterando-se apenas com o subproblema
ainda não resolvido. Para que isso seja possível é adotado o esquema
ilustrado na Fig. 5.6, no qual são utilizados dois contadores de iteração Figura 56 M~todo de Newton dcsacoplado
96 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtrRICA Fluxo de carga nlo-llnt1t1r: lflgorttmos bâs1cos 97

llH.kpendentes para os -,ubproblemas Pll ~ Qi Ir e t/. rc-,pect1\,1mente). XII) l. 2 z(qº 1• 0~11 1= t Qi ,~v2 l11j°' ,,. ,= [Q~" -(Viº112 BuJ'Viº'= 1,0270
,\ , \,1rnne1.., l\P e l\Q 'ão ut1liLadas para indicar 'IC ubproblcmas º' . .1Q ( i'iº 1. 0'z11l = Lu( l'jº'. O'z11 )ó Viº': - 0.0155 = 1.0270ó1 ) 01
2
J>(/ e Q i estão convergidos 1 0) ou não ( = 1). No bloco l'ii. após com-
pletada uma iteração /'li. o mdice K Q é feito igual a 1: isso porque o ó Viº' = O.O 151
-.ubprnblcma Q i JÚ poderia c-.tar resolvido. cm uma passagem prece-
de111c IJ\Q = 0). e tcr-\C afastado do ponto-solução devido ú correção xiii) VJ 11 = Viº 1 +ó Viº' = 1.0000 0.0151 = 0.9849
.1fl mtrouu71da no fmgulo H. durante uma iteração PH Comentário aná- xil') q = O+ l = 1
logo pode "er feito cm rcla1,·ào ao bloco xr.
Cons1dere-~e como exemplo a resolução do problema formulado xt·) KP = 1: 1r para o bloco ii.
na hg. 5.5. As equaçõc" que formam o Subsistema 1 Jª foram deduzidas
anteriormente e estão reescrita-. a seguir :
2." /tera(·ào PO
t\1' 2 = Pí'P - Pi= - OJO - 0.1923 i 2(V2 - cos0 2 ) 0.9615 lr2 sen0 2
ii) P 2(Vi 11• O'z11 l = 0.1923 1 i 11 ( 1\ 11 - cos ll'z11l + 0,9615 q 11 scn 0i11 =
t\Q 2 = Qí'P - Q2 = 0,07 - 0,9415 1 '~ + 0,1923 V2scn 02 + 0,9615 V2 cos 02 = - 0,2844
11 11
óP 2(Vi • O'z l = - O.O 156
A seguir. aplica-se o método de Newton desacoplado. conforme o al-
gnr11 mo da Fig. 5.6. n.i rc~oluçào do problema proposto iii) 1 óP 2(Vill. Oi"ll = 0,0156 > 0.003. ir para o bloco 11

i1 /\.P = KQ=I : p=ct=O: 11~' 1 =0.0 e 1.i °'=l,0 ir) H ui Vi 11• Oi11l = ,~P 2/t0 2 !11," "' 1= - Qi11 - f lrl1 1l 2 Bi 2 = 0.8432
M' 21l'j 11. Oi11 l = H 2 . 2( Vi 1 >. Oi1'lóOi11 : - O.O 156 = 0.8432 ó0i11
1 J I t erarliv PI.' óOi11 = · O.O 185
lil P2( Hº'. O'.i,01) = 0, 1923 i'i01( Viº 1 - cos O'zº'l + 0,9615 Viº' scn Oiº'= 0,0 t•) 0i21 = O'z11 + Mi' 1 = - 0,3 120 - O.O 185 = - 0.3305
óP 2( Vim. Oiº'I = - 0,30 t•i) p = 1 + 1= 2
iiil 1 M' 2 ( 1 t". 0~ li= 0.30 >
11
0.003: 1r para o bloco ír t•ii) KQ = 1: ir para o bloco x.
ir l li 2 2l 1~º'. 0~ ) = t P2 t02 1111°
11 1
11t1= -
0
Q'.i, ' - n j°>) 2
= 0.9615
Bu
0.30 = 0.9615 6H? 2.• Jt eraçào Q Ir
~p 1t I t'. H~'' l = 11 2 ,( I _?1 • 8~ J ófJ~ :
11 11 11
-
1 1

\{}~" =- 0.31~0 x) Q2 Wi 11.lli1')=0.941 5(Vi 11) 2 - 0.1923q 11 sen O'l'-


- 0.961 5 Vi 1 ' cos lli2 1 = - 0.0609
r) lli11 = H~ 11 + óH'~,, = 0,0000 - 0.3120 = - 0,3120
óQ2(Vi 11

2
Oi 'l = - 0.0091
ri} p = O + 1 = 1
xi) lóQ 2 (V~ 11 .0'[ 1 JI = 0.0091 > 0.003. 1r para o bloco Yii
l'ii) KQ = 1: ir para o bloco \.
L 2 2 fVi 11• O'z21 ) = t Q2 /<1 V2 111;•· "·"'= [Q~ - (V? ) 8 2.2l, Vi = 1,0076
11 12 11
xii)

óQ 2 1~i 11• 0i21 l = Lu (Vi 11• 0i21 ) A q 11 : - 0,0091 = 1,0076óVi


11
I:' l teranio QV
6q• 1 = - 0,0090
\ 1 Q211 t'. Oi11 1= 0.941 50 ~ 111 1 - 0.19~3 ViOl ~en 0~
2 11
••

- 0,9615 ~ iº' cos 0~11 = - 0.0545 xiiil 1/ ::::. 1 ~ 11 + ó q 11 = 0.9849 - 0.0090 = 0.9759
t\Q 21 ~'iº'. Oj11 ) = - o.o 155 xi11) q = 1 + 1= 2

\i) lóQ 2(l'iº'. 0i1 >J\ = 0.015'i > 0,003: ir para o bloco \ii. xr) KP = 1: 1r para o bloco ii
98 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA Fluxo de c11rg11nlo-lm1111r11/gommos btls1Cos 99

3." Iteração PO ..H~


ií)
21
P2(Vl • (1/ 1) = 0.1923 VF 11V~ 21
- cos fll/ 1l + 0.9615 Vf 1 sen (1~21 =
= -0.2989
tiP 2CVP>. e<f» = - 0,0011
iii) tiP 2( V~ 2 >. í1l 1) 1 = 0,001 l < 0,003; o subproblema PO convergiu e
a) Primeiro iteração Pa
esta iteração não precisa ser efetuada: ir para o bloco viii. (curva calculada
considerando-se V2 ·V~ l)
0
viii) KP =O; ir para o bloco ix.

ix) O subproblema QV ainda não convergiu pois KQ = 1: ir para o


bloco x.

3.1 Iteração QV

= 0,9415( vp>)2 - 0,1923 v~ > sen 0!/ 1 +


x) Q 2(01,.2>, V~ 21) 2

- o,9615 vp• cos 0~ = - o,0693 21

tiQ2UJ<l'. n ) = - 0,0001
21
b) Primeiro iteração QV
xi) 1 ÃQ 2(0'/>, vp 1) I = 0.0007 < 0.003: o subproblema QV convergiu e (curva calculada
esta iteração não precisa ser efetuada: ir para o bloco xt•i. considerando- se e·e<11)
2 2
Xl'i) KQ =O. ir para o bloco xvii.

xl'ii) O subproblema PO também convergiu pois KP =O Figura 5.7 - Primeira i1eração do mctodo de Newton dcsacoplado
xviii) A solução obtida é 0 2 =0 = -
1 1
/ 0,330 e V2 = v~ 21 = 0.976.

Uma síntese do processo iterativo é dada na tabela abaixo.


Q V. é obtida utilizando-se 0 2 =8~11 . Procedimento análogo é seguido nas
iterações subseqüentes, lembrando-se de que. a cada nova iteração, as
Vanáveis curvas tiP 2 x 02 e !:!.Q 2 x V2 são recalculadas tomando-se os valores atua-
Iteração
lizados V~ e O~, respectivamente.
li~ V/ &P~ ô~ MI~ &Vt
O método de Newton desacoplado, esquematizado na Fig. 5.6,
p=q=O 0,000 1,000 -0,300 -0,016 - 0,312 0,015 pode também ser .aplicado em uma versão ligeiramente diferente, que
será descrita a seguir Essa versão pode apresentar, para alguns sistemas,
p=q=I - 0,312 0.985 -0,016 -0,009 - 0,018 - 0,009 uma convergência um pouco mais rápida que a versão descrita anterior-
mente. Seja V a matri7 diagonal cujos elementos não-nulos são as mag-
p=q=2 -0.330 0,976 -0.001 -0,0007 - - nitudes das tensões das barras PQ do sistema. Com a ajuda dessa matriz
V. as submatnzes Jacobianas H e L podem ser postas na forma
A Ftg. 5.7 ilustra graficamente como opera o método de Newton H= VH'
desacoplado . na primeira iteração P(),. a curva AP ..: 0, ;. obuda consi- (5.50)
derando-se V2 = V~º'. a curva !:!.Q 2 x V2 , utiliza<' p leira iteração L = vr
FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA Fluxo de cerg• nlo-lme11r: 11/gontmos ~s1cos 101
100

em que as compon ~ntes da~ submatrizes jacobianas H ' e l'. são dadas Introduzindo-se as aproximações a, h e e nas expressões (5.51) e
por [l'er as Eqs. (5.35), (5.38). (5.39) e (5 42)]: (5.52). obtêm-se:

(5.54)
(5.51)

(5 55)
(5.52) tk< - Bkk

Com1derando-se ainda que i;,. e ~ 4 são aproximadamente unnárias.


As equações do método de Newton desacoplado podem, finalmente. ser podem-se aproximar as submatrizes jacobianas H' e l'. por·
colocadas na forma: H' ~ B'
t:.P V= H't:.~ L' ~ B"
(5.56)

t:.Q V = L't:.Y (5.53)


em que as matrizes B' e B" só dependem dos parâmetros da rede, não
dependendo, portanto. das variá, eis de estado do sistema (ângulos e mag-
Essa formulação será utilizada a seguir na dedução das equações do nitudes das tensões nod.11s). Essas duas matrizes são semelhantes à matriz
método desacoplado rápido de susccptànc1as B (lembrar que a ma1ri1 adm1tância Yé colocada n'a forma
} = G + JB). com a diferença que em B não aparecem as linhas e colunas
referentes às barras Víl, e em B" não aparecem as linhas e colunas referentes
5.4.2. M érodo desacoplado rápido [9] às barras PVe às barras VO. Ou seja, as matrizes B' e B" mantêm as estru-
turas das submatrizes jacobianas H e L
o· método desacoplado rápido tem o mesmo algoritmo básico que Subslltuindo-se (5.56) em (5.53), obtêm-se as equações do método
o método de Newton desacoplado representado na Fig. 5.6. A diferença desacoplado rápido:
fundamental entre os dois métodos desacoplados é que, no método de- !1P V = B' fl(J-
sacoplado rápido. são ut1hzadas as equações !if v 8 '!11] e !1Q 1' B"!iY. -
nas quais aparecem as matrizes constantes B' e B" , respectivamente (como (5.57)
M))V= B" l1Y
se verá a seguir, a matriz B' é a mesma do íluxo de carga CC estudado
no Cap. 2). Essas duas equações entram nos blocos iv e xii do diagrama da Fig. 5.6
Nas expressões (5.51) e (5.52) podem ser introduzidas as seguintes no lugar, respectivamente, das equações t:.f = H!lº e !1Q = Lt:.Y.
aproximações· As matrizes B' e B" têm estruturas diferentes devido à existência de
barras PV (as colunas e linhas correspondentes a essas barras não apare-
a) cos ot... é muito próximo de 1; cem na matriz B'', da mesma forma que não aparecem na matnz jaco-
biana) Pode-se. entretanto, trabalhar com matrizes B e B" de dimen-
b) B""' é, em magnitude, muito maior que G,,,. sen 6,,..; sões e estruturas semelhantes desde que se utilize um artificio que con-
e) B" v.2 é, em magnitude, muito maior que Q,. siste em se construir a matriz B" como se todas as barras PV fossem do
tipo PQ e adicionar-se um número muito grande aos elementos da dia-
As aproximações a e b são em geral váhdas para sistemas de trans- gonal principal correspondentes às barras que, de fato, são do tipo PV.
missão, em particular para EAT e UAT. Para linhas de transmissão acima A relação !1QfV= B''ll!~ expressa a sensibilidade entre os vetores !1Q
de 230 kV, a relação B""' G""' tem magnitude maior que 5, podendo ser e 11!". Do ponto de vista dessa relação. o artificio citado equivale à adição
da ordem de 20 em linhas de 500 kV. A aproximação e em geral também de susceptânc1as slwnr com valores elevados (reatâncias pequenas) nas
é válida pois se baseia no fato de as reatâncias shunt {cargas, reatores, barras que são do tipo PV. o que toma a magnitude das tensões dessas
capacitores, shunts de linhas etc.) de uma rede de transmissão serem barras praticamente insensíveis às perturbações !1Q. Assim sendo, as
muito maiores que as reatâncias séne (linhas e transformadores). componentes do vetor 6!'.' correspondentes às barrãS PV serão nulas e,
102 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELITRICA Flu1to de carga nio·ltnt111r:· 11/gontmos básicos 103

portanto. as magn1tudes das tcn-.Õe\ dessas barra-, permanecerão cons- 1•i) p=O+ 1 = 1
l,tílle.,. como se deseja que ocorra nas barras PI . Para que as compo-
nentes de 6!' associadas as barras PQ não sejam afetada' pelo artifício. ni) /\ Q = 1: ir para o bloco \
a~ componentes de 6Q correspondentes às barras Pi são consideradas
nulas, o que é conveniente, poi~ nessas barras não é especificada a inje- I.ª Iteração QV
ção de potência reativa.
Algumas melhorias no desempenho do método foram observada~ \") Q2 ( vim. 11~ 11 ) = 0.9415 {Viº 1) 2 0,1923 l'iº 1 sen11~11 +
quando. na formação da matm B'. analogamente ao que ..,e faz no fluxo
de carga CC. desprczaram-'>e ª'
re'>1stênc1as 'énc. aproximando-se hk,,.
- 0.9615 Vlº 1 CO!> lli11 = - 0.0602
por - 1 '"•m· Rcsumtndo. os elementos das matrizes B e B" são dados. 6Q 21i t>. Oi 1
»= - 0.0098
respectivamente. por
xi) 6Q 2 (1'iº'. 11~1 ') = 0.0098 > 0.001. 1r para o bloco \ii.
-1
B~m = - Xkm
\H (5.58) xii) t-.Q 2( Vjº1• Oi' 1) i iº' = B" /\ i ~º': - 0,0098 = 0,9415 6 i i°'
1
B'u = I '"'"'
Ili= 1
6ir= 0.0104

B"km -- - Bkm xiii) l'i 11 = Vi01 +61't11 = 1,0000 0.0104=0.9896

B',;• = - Bu
(5.59) \"il') l/ = () + 1 = 1
\T) /\ I' - 1: 1r para o bloco ii.
cm que Blm e Bu são os elementos da matnz de '>usceptânc1as B e Xkm
i: .1 reatüncia !'!ém: de um.1 ltnha ou transformadtlr
C'om.idere-sc. no\amcnte. a resolução do problcm.i íormul.tdo n.1 2.• I rerareio l'/I
1 1g. 5.5. Fs!>e problema. 4uc .1a foi rc"oh ido anteriormente pelo método
de Nc\l.ton e pelo método de Ne~ton de~acoplado. '>era e"tudado a 'c- ii) I' 2li'~ 11• /Jj_11) = 0, 1923 q ll(lli 11 - cos llj_11 J + 0.9615 q 11 sen Oi' 1=
gu1r util1Lando-se o método dcsacoplado rúp1do. (h varios pas'>os do =- 0.2747
processo de resolução estão numerados da mesma forma que o diagra-
L\J> 2 (V~ ./Ji )= -
11 11
ma da Fig. 5.6. As matn7es B' e B" são unidimcns1ona1s e dada~ por 0.0253

iií) 1P 2 (Vi 1 '.ll~1 '1 ! =0.0253>0Jl03: 1r para o bloco i11.


B' = x~J = 1.0
1
B Bu = 0.9415 it) 61' 1( l 'J 1 '. (lj_11 1 l 'i 11 = B Afl~1 ': - 0.0256 = 1.0 6111 '

ti.O~'' = - 0.0256
1) KP =KQ= 1: p=q=O: O~º'=O.O e iiº'= 1,0
!') (}1,i 1 tJ~l I + ôfl11 ' = - 0J000 • 0.0256 - 0.3256
1 ·• 1t eraçü11 PO
ri) r 1+ 1 2
ii) P 2( Vj 01• Oiº 1) = 0.1923 Vi'''( Viº' - cos 0~11 ) + 0,9615 Vi°' scn Olf 1= 0,0
rii) /\ Q 1: ir para o hloco x.
ó.P 2 Wiº 1• 0~01 ) = - 0.30

iri) l õP 2( Vi 01• flf111 = OJO > 0,003 : ir para o bloco i1·. , • l 1erc1r1i11 Q 1

irl 6P 2 f1T 11.t1~' 1 1 Vt 1 B61Jt 1: -0.30= l.OL\Oiº' \1 Q1! 12 1 ' . 11~21 1=0.9-tl51 ~ ~ 1 '1 2 - O 1923 1~ 11 .,en O'l' +
01
.1.11~ = - 0.3000 - 0.9615 1i l t CO" ll'l' = - 0.0586
1') 0~
11
= 0~ + 60 f' = 0,0000 - 0.3000 =
01 1
0,3000 '\Qil 1 1 ·.11~l•1= - 0.011-t
1
104 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Fluxo de carga nào./mtt11r; •/ganimos b<ls1cos 105

l 11• IJ~11 ll= 0.0 11 4 > O.CX13.


.\ÍI i.\Qil V ir para o hloco ,;, 4.~ / /t'f111"ci11 PH

.\ÍI) óQ2(V~ >. 0~ )


1 21
q 11 =B"tdi' 1: - 0,0115 = 0.941'i.111 11 11) P 2(1 f 1
.IJi'1)=0.19'.!3 lF 't lf 1 - co!>H / 1J+0.9615 l i~'senfli''=
1

L\ v1 21 = - 0.0122 = - 0.2990
• ll l 1= - 0.0010
21 1 1
L\f' 2 ( 11
\iii 1 ttjl 1 = Vi 1 ' + t. Vi 11 =- 0,9896 - O.O 122 = 0.9774
iii) !!P2( 11 21, !1~·11 1] = 0.0010 < 0.003. 1r para o blüco 1ii1.
X/l') q = J + 1= 2 J

.\ri /.... P = 1: ir' para o hloco ií.


riii) K P - O: ir para o bloco 1x.

Í\') O subprohkma Q I tamhcm conn'rg1u pois J....Q =O

3.• I 1era1 cio PO xriiil A solução obtida é 82 = Oi' 1 - 0..331 e 12 = 1f 1 = 0.977.


Uma ... 1111ese do processo 11era11vo e dada na tabela abaixo.
ii) P 2 ( Vj2>, 0~21 ) = 0.1923 1 ?,(1;~ 21 - cm, Oj11 ) + 0,%15 1i2' sen 0~21 =
= - 0.2950 Vltrlú\t:i~

t.P( VF 1• llj 1= - 0.0050


21 ltt:raçào
f,/I~
f/Ç l 1' /\/>~ .lQ~ ,\li'

íiil ôP( Vf'. 0~ 1 1= 0.00"0 > 0.001. ir para o hlt1t:<1 ir.


11
p =qs tl 0.000 IJKN> - cuuo - 0.010 0.,<N> 0.lllll

irl t.P2 Wi 11.1J1/ 11 1F 1 = Bi.\11~1 ': - 0.0051 - l.OL'.\ll'./ 1 ,. ~,,~ 1


1
O_,CKI
1
0.990 0,0:!5 IUlll -0,0:!6 O.OI:!
1 1
Ô(/ / = -0.0051 p =•/ .:! UX'h 0.977 0,005 C).(NI~ -0.005

1·) Ofl' = 0~ ' + M~


2 21
= - 03256 - 0,0051 = ~ 0.3307 (' = ·'
-0,.UI ().IM))

1n r = 2 + 1 = 3 Note--.1..· que. <lrntro da 1olerúnc1a especificada (i: = o.om1. os resul-


1•ii) KQ = 1: ir para o hloco '· tados ohtidm. (0 2 e 1 1 1 são os mc-.mos cakulados antenormente. u11h-
1ando-...e o metodo de '-e,qon e o rnetodo de 1\e\\ ton dcsacopl.ido.
p.11,1 4u1..· ,1, 1..·-.1m1.1lt\," de li_ e 12 obt1d.1-. pdo-, trc-. método.., -.e ,1prll-
.\1mem ainda ma>.... b.ista que -.e diminua a 1olcrúnc1a de comcrgi:nc1a 1 .
.:P I /eraçcio Q l o que e\1gma um numero m,uor de iteraçôe-. !S.ote-se também que o
método Je Ne\\ ton desacoplado com ergiu cm dua" 11craçôe... 1'11 e dua"
.\) Q 21~l 11.llj' 1 1=-0.9415(1? 1 2 -0.1923
1
if 1
-.enO'i'' -r- 11eraçôe.., Q1 enquanto o mewdo dcsacoplado rap1do efetuou trcs nc-
raçõe-, l'H e du.is teraçõcs Q1. O l,1!0 de o mctodo des,1coplado rap1do
0.96 l 'i q 11 CO!> flj:' 1 = -0.0684
u1ilm1r uma iteração PH adicional mio de\c ser encarado como um.i
óQ2tvF 11~"1 = -
1
• o.oo 1ó dc-.\an1agem uma \eZ que. como '" ma1n1cs B e B" são constantes.
as ncraçl\c-. ... üo menos trabalhosa"
.\íl lóQ 1 1 1 f'.H~-' 1 1.=0.()()ló<0.003. o suhprohkma QI comergiu e l\J.i oh1ençfü1 de alguns 11po-. de equivalentes externos (ter o Cap. 71.
<.:'>ta lleraçào não pre<.:>'>a ser efetuada. >r para o hloco \TI. roe.km 1p.u-1..·1..·e1 na rcdl' rcdu11d.1 elementos ,/111111 com <1dmt1.rncia-.
.inormalmente ele' ad;ts. o que mui1a-. 'e1es pnl\ oca d1ficuld.idc" de cnn-
\til l\.Q =O: ir para <' hl1K1' .\Tii. \ ergcncia do método dcsacoplad<i rápido (comergenc1<1 lenta ou. até
me, mo. dl\ crgencia 1 Este tipo de dificuld.tde mouvou o dcsenH>h iml.'nto
\IÍI) O .,ubproblema Pll amda não con\'crgiu po1.., 1' f' = 1. >r para o dl.' uma \.ersüo modificada do mctodo de-.acoplado rap1do. que sera
hloco 11. apre...cntada .i '>Cgu>r A diferença cm relação ao método ongmal esta
106 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTR/CA Fluxo dt1 carga nlo·lmt1ar: algofltmos bAs1cos 107

n.'1 maneira como as susceptãnc1as \'111111 são mcluidas n,1 diagonal prin- bastando considerar-se que:
c~pal da matnz~ B" : _enquanto .na versão original do mc1odo as suscep-
tanc1as .\/111m sao ad1c1onada' a diagonal principal de B , na versão mo-
~1 fi~ada essas susceptânc1al> são introduzidas na diagonal l hkm ( J - - :; COS (}km) 1 << bkm 1 (5.64)
principal mul-
~1plicadas por 2. Para se entender o que significa essa modificação. é
~: fÍkm sen (}km
mtcrcssan_te que se ~ctome a dedução do método dcsacoplado rápido
e se analise a maneira como foi obtida a matri1 B" . \ 1 << 1 hkm 1
Co~fo~e f?i vbto anteriormente. a matriz B" é obtida a partir da
submatnz Jacobiana L. CUJOs elementos da diagonal principal são dados o que equivale a aproximarem-se ~k e vm pela unidade e a aplicarem-se
pela Eq. (5.52). que está rec;;cnta a seguir: as aproximações a e h utilizadas na obtenção da versão original do mé-
todo. Observe-se. ainda, que a aproximação (5.63) poderia ser obtida
Lkk =- Bu -r Qk Vf =- I hkm - (fi1h + I hk~) + Q1.1 Vi2 (5 .60) calculando-~e La no ponto J; = 1 e O= O. A Eq. (5.63) estabelece que,
m cU• m•D•
na versão modificada do método dcsacoplado rápido, o elemento B',;k da
O elemento B~k da matriz B" foi obtido considerando-se ,1 magnitude matriL B' contém a soma das susceptünc1as série mais a soma do dobro
das suscept:1ncias .\'111111. Utilizando-se essa versão é possível resolverem-se,
de Qk desprez1vcl cm relação a 11,.2 Bu (aproximação e), levando a:
),Cm dificuldades de comergência. alguns problemas que não poderiam
ser rc,oh1do:-. pela versão original (t•er a Ref. [16]).
Llk ~ B'i;k = · I ho.m - (h~h + I hj;~) (5.61) O efeito das aproximações (5.60) e (5.62) na formação da matriz B"
mcn,,, "'' º"' pode ser observado em um problema muito simples. formulado na Fig.
5.8. Esse sistema é formado por uma única barra em que são conhecidos
significando que. no cálculo de Bu. deve entrar a soma Jc todas as sw.-
o ângulo da tensão nodal (11- 01. a Injeção de potência ativa (P = 0).
ceptãncias (série e shunt) ligadas à barra J...
a injeção de potência reativa (Q = 8 p.u.) e a susceptãnc1a .\/111111
Em algumas aplicações, como é o caso dos equivalentes externo'>
(h'h = 10 p.u.). Pretende-se determinar a magnitude da tensão nodal k
(rer o Cap.•h. em que aparecem elementos \h11111 com altas susceptân-
Esse problema pode ser resolvido pelo método desacoplado rap1do. O
caas, .'' potencia rcatlhl gerada ou consumida nesse elemento podera
sistema de equações a ser resolvido se resume a:
a~mg1r :'ªl~re~ pouco us~1<11s. Ncs-.a'> ~1luações. em geral. a aprox11na-
~ao < nao e valida. ou sqa, a magn1t ude de Qk pode .,cr não-desprezhcl
c'!1 rcla1;ào a ~~2 Bu O cfo1to prá11co da não ,,tl1dadc dc-,s.1 apro\rtna-
~ao. nos casos menc1onado-,, pode ser a conwrgenc1<1 le111.1. ou mesmo
a d1H~rgenc1a do método dcsacoplado rap1do. em sua n:rsüo om!ln 11
A "olu~·;1o desse problema é ao mesmo tempo tn\ 1.tl e muno elic;cntc. (J =o
c~imo -.e \era " --eguar rxplicitando--.c a Injeção de potência reall\a Q,.
V=?
na fq (560). chega-se a :

t;., = - 21h'kh + I n;~, .


Q .= 8 p.u.
mEnk

(5.62) P=O
Ih
b =- ~Op.u

Fssa expressão pode ser aproximada por

Lkk ~ Bk~ -= • ~ hkm - 2 fht+


m t U"'
L hi:~I (5.631
mt.U 111
Figura 5.11 - S1s1cma-exemplo de uma barra
108 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTRICA Fluxo de ~arga não-linear: algoritmos básicos 109

A matriz B". que é unidimensional. é dada por Dados de linhas:

versão original B" = - b'h = 1O p.u.


Linha r X b'h
versão modificada 8" = - 2b'h = 20 p.u.
1-2 0,10 1.00 0,01
Considere-se a estimativa inicial da tensão V como sendo vcoi = 1 p.u.
1-3 Q.20 2,00 0,02
A tabela abaixo dá uma idéia da evolução do processo iterativo para
as duas versões. 2-3 0,10 1,00 O.OI

Iteração 1'=0 v=I 1•= 2 Exato


a) Montar a matriz Y= G + iB. tomando como referência o nó terra.
Versão b) Montar o Subsistema J [Eqs. (5.3) e (5.4)].
1,000 0,800 1,000
original e) Montar o sistema de equações (5.34).
V 0,894
d) Reescrever o sistema de equações (5.34), obtido no item prece-
Versão
modificada
1,000 0,900 0,894 dente, considerando-se V1 = V2 = V3 = 1 p.u. e 81 = 02 = () 3 =O.
e) Determinar a~ matrizes B' e B". e montar os sistemas de equa-
ções (5.57).
Os cálculos correspondentes estão detalhados a seguir. 5.2. Desenvolver um programa computacional para resolver o Prob. 5.1.
pelo método de Newton.
Versão original Versão modificada
5.2. Desenvolver um programa computacional para resolver o Prob. 5.1
V(OI =) p .U. vwi = 1 p.u. pelo método desacoplado rápido.
ôQ(O) = Qesp - JO( V(0))2 = - 2 tJ.Q(O) = Qesp - f0 (V<OIJ2 = _ 2
ôV10 >= (B'T 1 ôQ10 >; v{O) = -0,2 tJ.V<ºl=(B") -1 tJ.Q<º1;v<º1= - 0,I
vc11 = JllOl +ô. vw1 = 0,800 v< 1 1 = v(ºJ + tJ. v101 = o.900
tJ.QCI) = Qesp _ 10( Jllll)2 = 1,6 t'J.Q( 1 ) = QCSP - )o(v< l ))2 = - O, I
ô. Vº 1 = (B"l- 1 tJ.Q< »/ Vº> = 0,2 tJ.V< 11 = (B'r 1ôQ11 >1v(J 1= - 0.0055
v<2 > = v11 1 + tJ.v11 > = 1 p.u. v< 2 1 = viu+ ô. V' n = 0.894

Problemas

5.1. Considerar um sistema constituído de três barras e três linhas, CUJOS


dados, em p.u., estão tabelados a seguir:
Dados de barras:

Barra Tipo p Q V ()

1 vo - - 1.0 o.o
2 PQ -0,05 -0,02 - -
3 PV -0.15 - 0.98 -
Capítulo 6

FLUXO DE CARGA:
CONTROLES ELIMITES

No capitulo precedente, foram apresentados os principais méLodos


de resolução das equações básicas do problema do íluxo de carga. Essas
equações, que foram agrupadas no:- subsistemas 1 e 2, representam os
componentes mais 1mponantes de um sistema de energia elétrica, que são
as cargas, geradores e compensadores sincronos (modelados pelas barras
tipo PQ. PV e Vfl), as linhas de transmissão e os transformadores cm-fase
(representados pelos modelos equivalentes tipo rr). os transformadores
defasadores, os capacitorcs e reatores ,1111111. Além desses componentes.
um :-.istemu de energia elétrica tem uma série de dispositivos de controle
que inílucm diretamente nas condições de operação e, portanto. devem
ser incluídos na modelagem do sistema para que se possa simular corre-
tamente seu desempenhQ (nunca é demais lembrar que as simulações
consideradas aqui são do tipo estático, ou seja. válidas para situações
nas quai~ as variações no tempo são relativamente lentas). À formulação
bús1ca do problema de íluxo de c..·arga devem. então. ser incorporadas as
cquaçôc<, que representam esses d1spos11i\;O~ de controle bem como as
inequações associadas aos l11nites de operação do sistema. O objetivo
deste capitulo é discutir a inclusão desses controles e limites na solução
do problema do íluxo de carga. Será apresentada também, ao final do
capítulo. <1 modelagem de cargas funcionais. ou seja. de cargas que variam
com a magnitude da tem.ão das barras correspondente.-,.
Entre os controles que geralmente são representados cm programas
de íluxo de carga estão: controle de magnitude de tensão nodal (local e
remota) por injeção de reall\os: controle de magnitude de tensão nodal
por ajuste de tap (transformadores cm-fase); controle de íluxo de potência
ativa (transfom1adores defasadores): e controle de intercâmbio entre áreas.
Os limites de operação mais comuns são: limites de injeção de potência
reativa em barras PV; limite~ de tensão em barras PQ: limnes dos wp.,
de transformadores; e limites de íluxos em circuitos.
112 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELêTRICA Fluxo de carga: controles e l1m1tes 1 13

6.1 . Moda.\ de represe11wr<io 6.2. Aj11:s1e.\ aitenwdos [ 1O]

Existem basicamente três maneiras de representar os controles men- O procedimento de ajustes iterativos, efetuados alternadamente com
cionados anterionnente: as iterações do processo de resolução do Subsistema 1, objetiva manter
a variável controlada : em um valor especificado .:•'P, corrigindo-se
a) Classificação por tipo de barra (PQ, PV, VO, etc.) e o agrupamento convenientemente a variável de controle u:
das equações correspondentes nos subsistemas 1 e 2. Isso significa que.
por exemplo, o controle de tensão ern barras PV já está representado
nas equações básicas do íluxo de carga, pela própria definição de L\u = ':X. L\: = =t{:"P _ ;:cal) (6.1)
barras PV Este procedimento é utilizado eficientemente tanto com
o método de Newton como com os métodos desacoplados. em que L\11 é a correção na variável de controle: ~=é o erro na variável
controlada (valor especificado menos valor calculado): e '.X é a relação
h) Mecanismos de ajuste exl.'cutados alternadamente com a solução ite-
de sensibilidade entre as variáveis LI e :.
rativa do Subsistema 1. ou seja, durante o cálculo de uma iteração O esquema geral do procedimento de ajuste é descrito a seguir:
as variáveis de controle permanecem inalteradas e. emre urna neraçào
e outra. essas variáveis são reajustadas procurando-se fazer que as i) Definir os valores iniciais das variáveis de controle LI= u0 .
variáveis controladas se aproximem cada vez mais dos respectivos
valores especificados. iil Obter uma solução inicial do Subsistema 1, que fornece o estado
do sistema. Essa solução pode ser obtida com tolerâncias maiores
e) Incorporação de equações e variáveis adicionais ao Subsistema 1 ou
que as exigidas da solução final ou, então, com um certo número
substituição de equações e- variá veis dependentes desse subsistema por prefixado de iterações.
novas equações e,ou variáveis. Por exemplo, um transfonnador de-
fasador puro. cuja variável de controle é o ângulo 'Pkm e a variável iii) Estimar os valores atuais das variáveis controladas .::<•I e verificar
controlada é o íluxo de potência ativa Pkm (t1er o modelo e/ado pela se os erros L\: já estão dentro das tolerâncias especificadas: depen-
Fig. 1.6). pode ser representado por uma equação adicional anexada dendo dos erros L\P e L\Q das equações do Subsistema l, o processo
ao Subsistema 1 (P~;J' - Pf~ = 0) e pela incógnita 'Pkm agregada ao iterativo pode já estar terminado; se não estiver, ir para w.
vetor de variáveis dependentes :!. (rer a Eq. 5.7). Por outro lado, um
transfonnador cm-fase - cuja variável de controle é a relação de ir) Determinar os novos valores das variáveis de controle utilizando-se
transfonnação akm e a variável controlada é, por exemplo, a magni- das relações do tipo (6.1 ), avaliando-se previamente, quando neces-
tude de tensão v;., (l'er o modelo dado pela Fiy. 1.4) - pode-ser represen- sário. os fatores de sensibilidade =t.
tado pela simples alteração do vetor de variáveis dependentes ~. no
qual a magnitude da tensão controlada vm é substituída pela relação r) Efetuar mais uma iteração (método de Newton ou desacoplado) no
de transfonnação akm• mantendo-se inalterado o conjunto de equações processo de resolução do Subsistema 1 e voltar ao passo iii.
do Subsistema 1. Esse procedimento, em geral, apresenta bons resul-
tados quando aplicado ao método de Newton, apesar de exigir alguns
cuidados adicionais para o cálculo da matriz jacobiana. A convergência desse processo iterativo depende tanto da evolução
dos com roles (Eq. 6. 1l quamo da resolução do Subsistema 1, sendo que,
Em relação ao processo de resolução das equações básicas do íluxo em geral. são os comroles que detenninam a convergência do processo
de carga [ver as Eqs. (5.3) e (5.6l], a introdução da representação de con- como um todo. Isso será tão mais verdadeiro quanto maior o número
troles automáticos traz algumas complicações adicionais que devem ser e a v<1ncdade de controles e limites representados. Deve-se notar, final-
observadas [ 12]. A convergência do processo iterativo gera !mente fica mente. que o efeito dos dispositivos de controle e os limites de operação
mais lenta. A interferência entre controles que são eletricamente próximo~ só dcYem ser mcorporados ao processo iterativo de resolução após ter
pode levar, em algumas situações, à não-convergência do processo ite- sido obtida um<1 convergência parcial na resolução do Subsistema I.
rativo. Além disso, a ocorrência de soluções múltiplas para um mesmo Com isso evitam-se problemas como a atuaÇão indevida de dispositivos
problema torna-se bastante freqüente quando os dispositivos de controle de controle e 'iolações de limites motivadas. pela escolha de valores
são incluídos na modelagem do sistema. inic1a1s multo distantes do ponto solução.
Flwto de carga· controles e limites 115
114 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA EUTRICA

L1:q r~at1\os e'>teJa lix<ida no limlle má\11no, ou '>cja. QZ'" = Ql."'" A variáwl
6.3. Controll' de te11\llo em harra' l'I
1• correspondente. recalculada a cada iteração, poderá ser maior. menor
r-..as barras de geração e nas barras cm que -.ãn ligados compcn,ad1)- ou igual "ºvalor especificado IT". Se 1·~· 1 < 1 ;;'". nad,1 se altera. pois.
res 'itncronos. o controle da magnitude da ten.,;io nodal e fe1t0 pelo .tJll'te para '>C aumentar " magnitude de tensão 1·4• 1, de\er-,c-1a aumentar a
da corrente de campo de maquin.i-. smcmn,1,. qw.: podem operar ...ohn: lnJCÇào de reati\Ch na barra, o que sena imposs1vel Já que Qk'" = Qm"'
ou sube>..c1tada-., injetando ou absorvendo reatl'º' da rede de tran-.- Entretanto. \e 1 Ã.ª 1 > 1 f'", para se diminuir a magn11ude de tensão 1~~· 1 .
missão: o mesmo tipo de controle pode ser conseguido tc1mb~m pcl.1 basta que a injeção de reativos na barra seJa diminuída. o que é perfei:a-
atuação de dispositivos estáltCo!'I. C'onfom1e já foi mcnuonado n.i Se<:. 6.1. mcnte v1á\cl, pois Qf'r - Qk'•'. Isso significa que, se Q;:'" = Q;;••• e v~· 1 >
a representação desse tipo de controle está emhu11da na própria fonnula- ~ Vt". ;1 barra ~ºd.crú ser, reconvertida a seu tipo original, ou seja, ao
ção básica do problema do íluxo de carga. pela definição das barra-. PI · tipo ~I. Por rac1oc1n10 analogo, _chega-se à conclusão de que isso tam-
\s equaçõe" das m1eções de potência reati\a Q4 ll<l'- b.trra-. PI não apare- bem e po<.,-.1\cl quam.lo Qr'"
= Qi:''" e 1 4• 1< 1 ~'r (rer Pro/li 6.5, propo.,w
ao f111al tle\tl' capi111/o)
cem no Sub...1stema 1 e. sim. no Subsistema 2 (1w o Cap. 51. por outro
lado. a m.tgn11ude de tensão 1~ e mantida igu.tl .i seu \alor espec11icado
1 k'"· O fato de Q, não estar no Subsistema 1 e de 14 -;cr constante 1mpl1ca
que a matm jacobiana não contém a:-. linhas cujos elementos seriam
éJQ, i)(}m e éJQ 4 éJI,,,. e as colunas correspondentes its deri\adas iJPm Jlí. 6.4 L111111es ele temiio e111 harras PQ [ 1O, 12]
e iJQ,,, éJ l 4 S11u.1ção análoga é ohsef\ada em rd,1ção ú matn1 B ' Jo
mctodo de-.awpl.1do rápido que. como se ,,1bc. n.1da ma1-. e que uma Para alguns c...tudos de planejamento da operação e da expansão
apro\imação da submatri7 Jacobiana L. de um sistema de ~nerg1.1 eletnca. é muito comeniente que os programa!'.
Como atua o mecanismo de controle de tensão cm um.i barra PI : de ílu\o de carga hm1tcm .t vanação da magnitude das ten<;Õcs dai. barras
cm um programa de cálculo de íluxo de c.1rga i Para respondei <I essa PQ dentro de uma Í<ll\a especificada, mesmo que nessas barras não exis-
pergunta, com1dcre-se uma barra PI · na qual 14 1 j"fl e. inicialmente. tam realmente disposn1vos de controle capaLes de realizar tal tarefa. Por
QI'"" < Q;;•' < Qi.""' lmagine--.c. por e\cmplo. que, a cada Iteração. aumente exemplo. em estudo!-. sohre a expansão a longo prazo da rede de trans-
a injeção de rcall\O., Q~ª 1 neces.,árt.i para m.mtcr a ten-,ão no \,tlor c-.pc- missão, é comum deiermmar-se inicialmente uma (ou mais) rede de trans-
c11icado ate que o 1Jm11e Qr'" seja atingido.,\ parnr dai, a tem.ão 14 ten- missão que atenda ªº"' rcqu1s1tos de geração demanda. utilt7.ando-se um
dera a cair de,·ido à msulic1ênda de suporte de pl1têncía reatl\,1 Rac1oci- modelo simplificado da rede (íluxo de carga CC modelo de transportes.
nío analogo \ale quando é a11ng1do o limite Q4"' ca'o cm que a magni- etc.J Fm uma fase sub-,cquente dos estudos. devem ser avaliados o desem-
tude de tcn ...ão 1, tendera a subir As injeções de rotcm.:1a reativa nas barra ... penho reativo e º. perfil de tensões da rede que está sendo planejada, e
/>I ' devem. portanto. <;er recalculadas ao final de cada iteração utili1ando- para tanto são u1 1.l1za<los métodos convencionai<; de íluxo de carga CA.
"" os \alorc., atualtndos do estado da rede, para ohservar-se ...e esse' Nesse.., ca ...os. devido ao fato de o planejamento reativo ainda não ter
\alore., C'>tào dentro dos l11nitcs espcc11icados ou não Se Q~·' cair fora sido fe1to. são comuns si1uações nas quais não se consegue convergência.
dos limite.... º" tipo' d.t-. barras na" quai-; 1s'o ocorre são redelinid0-,. A ltm11ação das magnlludes das tensões dentro de uma fa1x,1 especificada
p<.bsando de PI para /lQ com Injeções de rcati,·o., espec11icada' no (t.-10", em tomo dos \al~re.,_ nominal'>, por C.\emplol permite em geral
ltm11e \ iolado IQf'r = Ql'm). ao me,mo tempo. •I" magnitude... 1, Jas tcn- que s1.: obtenha a convergencia e. alem disso. ter-se uma indicação das
-.õcs dessas barra-. são liberadas, pass,1ndo a ser calcul.1das a cada 11en11;;.io. barras n<ts quais eXl!'.tem problemas de suporte de potência reativa (barras
como parte do vetor das variúvc1s dependentes \ Quando ocorre uma CUJas magnitudes de tensão estão lixadas no limite).
dc-,sas mudança., de tipo de barra (de PI para J>QJ. dC\Cm ser reinseri- l· m um programa de cálculo de íluxo de carga. as magn1tudes das
da<, na matn7 iacobiana ª' linhas que contêm "" den\,tda., <"Q, dlm e lem.ões das bar~<ts PQ \ão recalculadas a c.td.i iteração durante o pro-
1-Q, ti m. e as colunas corrc.,pondentes as de ri' .1d,1s em relação a 1~. cei.so de r~soluçao do Subsistema l. Quando o h.tlor calculado de V,. cai
t'>tO é. iPm n, e 1"Qm <"lk A mc-.m.i obsenaçàn \ale cm relação ú matri1 fora do.. _limites ~ r'"' e ~ r'ª'. o tipo da barra na qual ocorre a violação
B. Essa' ,11lcraçõcs na m.11n1 jacoh1ana e cm B · decorrem da' próprias e redefinido, passando de PQ para Pi~ com magmtude de tensão espe-
mudanças no Subsistema 1. c11ic~1da no limite \ 10la~o t Vk'P = v~•mi. ao mesmo tempo, a mJeção de
Após um.1 barra PI ter '>Ido transformada cm /lQ. deve-se testar. reativo Qk nessa barra e liberada, passando a ,er recalculada a cada 1tc-
a cada Iteração subseqüente. a pos'1b1hdade de e'"ª barra \Olt.tr a seu ração Considerc-'ie. por e\cmplo. que a magnitude da tensão seja espe-
tipo ongmal Constdere-se por exemplo. um caso cm que a injeção de cificada no \'alor mm1mo. ou seja. 1 r·r = 1 l""' Neste caso. na iteração
116 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA EltTRICA Fluxo de c•rg11· controles 11/.m11es
117

em que ocorre a fixação no lim11c, o \alor c.tlculado da m1eçào de reati- trol.ir .1 magnitude 1,.. de uma das tensões terminais. Conforme foi de-
vos na barra sera Ql" 1 = Q4'r -r- 1Qk. cm que óQk é um valor positivo nwnstrado no Cap. 1. os íluxos de potência cm um transfonnador em-íase
(correspondendo. por exemplo. a um capac11or ltg.1do a harra para im- ohcdcccm .10 me-.nw tipo de equação que os íluxos cm uma linha de
pedir que a magnitude da tensão nodal <.:aia abaixo do m1n1mo permH1do). tran-.m1ss<io. com a un1ca difen:rn.a de lJUe. t'm lug.1r de lk, aparece a 4,..lí..
Analogamente. qu.indo .1 '101.11,,ào ocorre no limite 'upenor. isto é.
V~'"= ir"". o incremento óQk n.1 injeção de reatl\OS 'era negativo (cor-
respondendo. por e\cmplo. a um indutor ,Ji11111 ligado ú narra para im- (6.::!)
pedir que a magnitude da tensão nod.il 'uba .ic1ma do m;i\uno pcrm111doJ
Quando 14 é fixado em um de 'cus \.tlore,-lim1tes. cs.,a vanúvcl
deve ser remO\ida do \etor d,1, \Hf'Ja\e1~ dependente" 2.. enquanto a
equação de resíduo Qr" - Qi'.ª 1 - O correspondente sai cfo Suhs1stenrn 1.
Note-se que o decre-.c1mo do numero de equações que íonnam o Suhs1s- (6.3)
tema 1 é igual à redução no número de incógnila'>. Como dc~orrl:ncia
das alterações no Subsi-,tema 1. qu.indo ocorre e"~ª mudança de 1ipo pode ser u11l11ada n.i determinação da correção óakm a ser introdu7!da
de barra (de PQ para PI ). devcm-~e remover da matnz J.icob1ana a linha na \afl;l\cl de conirole ak,. ObJelÍ\<lndo corrigir o erro
que contém as dcriH1das DQ 4 iJll"' e JQk iJ 1nr· e a coluna correspondente
ás derivadas cm relaç<tO a lk. isto é. DI',.. Dll e DQ'" D1 4 ( omcntario anã- (6.4)
logo vale para a maLri7 B" do método desucoplado r:Jp1do.
Após uma barra PQ ter sido transfonnada cm PI . dc\e-se testar. cm 4Ul' 1·;;,-r e o valor especificado e 1 ~~·' é o valor calculado na iteração
a cada iteração subseqüente. .1 poss1b1lidade de css,1 barra \Oltar a seu ~·li' recente. Se .1 barra /... que e o tennmal oposto do tran'>fonnador.
tipo onginal C'ons1dere-.,e. por exemplo, que a magnnudc da tensão lor ng1da. ou sc,1a. 'e a magn11 ude de ten...ào 14 for pouco ..,uscet1\ d ã,
esteja fixada no hm11e min1mo, islo é. r4'r - l ;:'"' A \anavel <,h corre:-.- \an.1çôl'' da rl'laçào de transformação alm· então o fator de sensibilidade
't ...er:i .1pro\1mad.1mentc umtano.
pondente, recalcultlc..la a cuda iteração. poderá ser maior. menor ou igual
i.IO \alor e~pecdicado Ql'r SL Qt'' .> Qi'. •• n;1d.1 se altera. po1-. a an1cçàll extra
1 Ja 101 mcncionudo anteriormente que os métodos dcsacoplados m-
de reall\os, ou ~cja. óQ 4 Q~ª' Qi:'" ~ O. e 11H.l1srcn~a\cl para não dcl\ar 1rodu1cm .1pro\lm.içôe~ na m,11nz Jacob1ana. mas não no cálculo do-,
a magnnude de tensão 1k cair abaixo de 1 ri". EntreLanto. se Ql'.ª' < Qàw. rcs1duu ... óf:.. e .1Q. 1'10 mé1odo desacoplado rápido. por exemplo. além
u injeção incrcmcnlal t\Q, serú negati\a, significando que. se ela for do de,.1rnrl.1mcn11l da matri.1 ,1.1cob1ana. trabalha-se com ª" matn?cs
eliminada. a magnitude de 1cn.,Jo I~ aumentará. entrando na faixa per- <.:nnstantcs B e.· B (calcul.1das no ponto 1 = 1p.u. e (1 0) durante todo
m111da. Isso -.1gnifica qut:. se 1"k'" = 1'l:"" e Q~·' • Qk'". a barra podera o pro~e""º llcrati\ll. ma.., no ccilculo de llf e llQ são utilizados. a cada
ser reconvertida a "cu upo original. isto e. ao tipo PQ. Por raciocínio 11eraçao. º' ,,tlorc.:... atualu.ado' de !. e f!. Como ,e :.ubc. esta e a razão
análogo. chcg,1-~e <I condusão de que 1~-,0 tamhem é possível quando de º.método dcsacoplado rápido apresentar a mesma solução final que
IT" = 1 ;;-·" e Q~"' .> Qi:'" (1·er Proh ó ó. pmfl0.\/11 ao f111e1t de,te cup1111lo). 11 metoúo dt: '\e\\ ton. apesar de ter convergência d1..,tinta J\o que se
refere aos tran,fonnadorcs com top·vanàvcl. segue-se o mesmo upo de
poht1ca isto e. na fom1açào de 8 ' e B' con,idera-sc '>emprc ª""' afm.
enquanto no calculo do, res1duos tif e llQ ut1lt1;1m-sc os valore!> atuah-
ó.5 Tramjnrmadore., em-la'e rnm n1111mh· c111tomútirn tle lclfl [ 10. 11] 1ado'> de t14,.
[m \C/ dl· ...e ut1l11ar o procedimento de o , .., alternada.... dc'>-
º" tran.,fonnadorc-. com controle automáuco de '''/' podem -,er uti- crilo antcnMmentc, pelo qual as correçõe.., nas vanávc1s de controle
lizado., na regulação de magn11udes de tensões nodais No Cap. 1 ío1 (1 q. t<i 11] ...ão intcrc.,ilada-. ao processo iterat1rn de rc..olução do Subsis-
apresentada uma discussão detalhada sohrc a modelagem de tran-;íor- tema 1. pode-...c alterar o próprio Subi.istcma 1 de tal fonna a incluir-se
madores e foi analJ...ado o efeito d<1 relação de tran-,fonnação sobre as tlirctamcnic il rcprc.·..,entaçào do efeito de transfonnadorcs i1Utomàt1cos.
magmtudes das ten'>õcs terminais do tran-.formador. Nest.i seção será ( ons1derc-'t: no\amcnte o trano;formJdor de termmJ1s J.. em representado
estudada a inclusão do efeito dos transíormadorc" com 1e111 \anávcl no na ~1g 1 4. cm que a variá\'CI de controle aÃm regula a magnitude de
processo ilcrati\.o de rc,oluçuo das equações do fluxo de carga. tcnsao 1,,,. \ harrc1 111 p<1~sa .1 '>Cr classificada como sendo do tipo f'QI.
Considere-se um transfonnador em-fo<,e com terminais k e m (rer a 1'10 é. as \'HílÚ\eis Pm. Q,.. e I"' são especificadas. Com isso, o Subsistemc1 1
Fiy. 1.4), cUJ.i relação de Iram.formação a4 m deve ser \.ariada para con- í1ca com um:i incú~111la .1 meno-, (1,,,). que e então substituída no \'Ctor}
118 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Fluxo d~ c11r9,. controlos 11 ltm11es 11 9

de vanave1s dependentes pela relação de tran..,formaçào Clkm· F~quema-


11camentc, a matn7 Jacob1ana pass.1 a ter a '>cgumtc forma geral:

\/'(!

if rr tP
- ó.O \ l'l
NI t ~! ty_ t (6.5)
\ /'{! 1
M
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((1 ,-- ,
iQ [_Q
Ili !\a
\ /'(!

\ 1 \ /'{_) 1
R•q
k

cm que iVPQ é o número de barra~ PQ: i\"PI é o numero de barras PI . Figura 6.1 l 4u1\alentc reduzido de um,1 rede ul1hLado na análise <la atuac;ão de um
l\ 7 é o número de transformador-:'> com controle automático de 111p. dcfJ,ador puro
e l\ PQ 1 é o número de barra.., PQ i [por simpl1c1dadc de expo..,1<,:ào, na
Lq. (6.5). foi feita a ... upo-.içJo de que todas ª" barras PQ 1 têm sua1., ten-
..,c)es regulada~ por tr;111'form.1dore.... ou :,eja i\' T \ l'Q 1 J \" dcri\ adas sendo Pr~r l) \alor especificado do íluxo no defa ...ador e PI:~ o valor cal-
IP lg e IQ t<:!.. que aparecem na Eq. (6.5). são ..tnalogas ás derivadas culado na iteração mais recente
< f 1! e r"] i!. e podem ser facilmente obtida... a partir da'> [qs. (6.21 O '>ignilicado do fator de ...cn... 1b1lidadc Y pode '>Cr ma"' bem enten-
dido pda anúhsc do circu110 equl\alcnte lmearm.1do d..t Fig 6 1. no qual
a nxk fl)I n:du1ida ,ws do1.., nos termm.iis d0 dcfasador. O cqui\·alcntc
e <.:a ractcri1ado por do1~ pará metros a rea t:1ncm equivalente \k:!, e ª"
6 6. Trnm/ormadore.\ de/me11/ore' com co111 role e111wn1tít irn de /ase m1cçõc.., l'quivalente' P'f..4 e P~q (rer o ( ap. 7 \. ohre eq111rale111e\). ~ote-sc
que ,4';,, é a rcatüncrn equ1\alente entre os nó.., k em, excluindo-se o de-
Esse tipo de transformador pode 5er utilizado para regular o íluxo fasador (pe1ra 111e1i.1 rle1alhes sohre 11 cálrnlo da rearâncw eq11ica/e111e rer
de potência ativa no~ ramo-. onde são inseridos. Conforme foi demons- 11 1í/trma 11'\'cio cio Cap. 1). As duas leis de Kirchhoff aplicada.., ao c1rcu1to
trado no Cap. 1. os íluxos de potência através de um defasador puro da I· ig. 6.1 rc,ultam cm:
(li.m = e'"•m) obedecem ao mc-.mo tipo de equação que os fluxos em uma
linha de transmissão. com .1 unica diferença de que. em \ez da abertura P~q = Pi,.m -+- Pi~ = c0nstantc (69)

angular (}lm• aparece o úngulo º•m.,... <Pkm• em que <P1m e a fo-.c do defa-
(ó.10)
sador (rer a Fiq 1 6)
l: tilmtnthhe a F.q. (6.9) para eliminar o ílu\o P~:!, da Eq (ó 10), obtém-se:
(6.6)
(6.11)

A -.imulaçào do controle do fluxo de potência ativa através do dc- SeJ.l i\l\m a alteração provocada no íluxo P;.,., pela correção Ó<flom no
úngulo dn <lcfasad0í. da relação (ó 11 l chega-se a
fasador pode ser feita u11li1an<lo-sc a relação de sem.1b11ldadc
(6.12)
(6.7)

em que ó.rp1 m e a correção introdu71da na \ariávcl de contmlc cp1m e !'>P1m ou :-.e.ia. o fator de -.ens1b1lidade 1. é dado por
é o erro
(6.13)
(6.8)
120 FLUXO OE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Fluxo de carga: controlas 11 ltm1tas 121

Esse fator pode ser interpretado da seguinte maneira. Se, além do defa- mais (primeira lei de Kirchholl). O intercâmbio líquido de potência at1v.1
sador, existirem caminhos alternativos de baixa reatânc1a entre os nfo. de uma área é definido como a soma algébrica dos fluxos nas ltnhas e
k e m. a reatânc1a equivalente \1::, 'era pequena. o que 1mpltca um ~ pró- nos transformadore s que interligam essa arca com as demais (as expor-
ximo a xkm• ou seja, ~ será pequeno. Neste caso. uma pequena \artaçào tações são consideradas pos1t1'.<h e as importações. nega ti\ as). A cada área
na variável de controle <fJkm será suliciente para produzir uma alteração do sistema é associada uma barra de folga (.\luck). sendo que a barra de
signilicativa no fluxo Pkm· Por outro lado. '>e o único caminho entre /.. folga de uma das áreas funciona também como barra de folga do sistema
e m for pelo próprio defasador ( x:~ = Y. ) ou, se os caminhos paralelos (cm geral é uma barra do tipo VO. que serve também como referência
apresentarem reatânc1as mutto ele,adas (xl::, > .\kml. então />km será in- angular para o sistema). Com exceção da barra de folga do sistema. ª"
sensível, ou praticamente insensível. às variações de <fJkm tnJeções de potência ativa nas barras de folga das demais áreas são aJU\-
Da mesma forma que ocorre com os transformadore s cm-fase, cm tadas para manter os mtercflmb1os líquidos dessas áreas nos valores es-
vez de se efetuarem as correções dadas pela Eq. (6 7), pode-"e representar pecilicados. Note-se que o controle de intercflmbio regula o intercftmbio
o efeito dos transformadore s dcfasadores redclinindo-se o Subsistema 1 : total de uma área, ou seja, mantém em um valor especificado a soma
para cada defasador é incluída uma nova equação ( Pí:!; - Pkm - Ol e uma algebrica dos intercâmbios tnd1\1duais nas linhas e nos transformadorc .,
nova variável dependente (cpkml. ou seja. o Subsistema 1 lica acrescido que interligam <I arca com o resto do sistema. Se, além do 1ntercâmb10
<le uma t.'.4uação e uma incógnita [ 11]. Esquematicame nte, a matriz Ja- líquido. for necessário o controle do fluxo de potência ativa em uma
cobiana passa a ser (para maior facilidade de representação, os únicos ligação específica, deve-se uttlmtr um transformador defasador (obvia-
d1sposit1vos de controle representados são os dcfasadores)· mente, este comentário deix.i de valer se a ltgação for radial).
Lma mancm.1 de se comiderar o controle de 1ntercflmb10 entre arca"
com.iste em -intercalarem-se as correções dadas pela relação de sens1b11t-
?P tf <-.P dadc (6.1) entre duas iterações consecutivas do processo tterativo de re-
- MI solução do Subsistema 1 Neste caso, a Eq. (6.1) assume a forma
NI tr r'p_
IQ (6 151
<"]. ISl M (6.14)
'lPF1 = 1'1.PT,
to n <'<J!.
<,P

NJ
-
,,p

t~
-
<'P
_D
tp Ó<J!. },,, em que ~ = 1; 1'1.PF, é a correção na geração da barra de folga da área i:
e !1PI; é o erro no intercâmbio liquido da barra i, dado por

1'1.PJ, = P/j'P - P/ ~ª 1 (6.16)

em que ND é o número de defasadorcs ; !if0 é um vetor de resíduos cujos


sendo P/7'1' o valor espec11icado para o intercâmbio da área i: e P/~• ,
1

componentes são P~',/; - Pt~: e !1p é o vetor das correções nos ftngulos de
controle <fJ•m As dcmadas i_f t(fl. Q tcp. if 0 i'.!]. c]! 0 i~l e r"'.f 0 icp po- o hllor calculado na iteração mais recente
1

dem .,cr facilmente obtidas a partir-das Eqs. (6.6). - A represen1<1ção do controle de mtercàmb10 entre áreas lambem
pode ser feito por alleraçõcs 1ntrodu71das no Subsistema 1. conforme
seni visto a seguir. As barras de folga das áreas, com exceção da barra
de folga do sistema (barra 1'OI. são classilicadas como do tipo V (só as
magn1tudes das tensões nodais são especificadas). ou seja. as injeções de
potencia atl\ a nessas barra-. dc1x,1m de ser especificadas e a<> equações
6.7 Co111ro/e de 111fercâmhio entre áreus [ 1O. 11] dm. residuos correspondente s (~'P - PI.ª = 0) saem do Subsistema 1 e
Pk passa a ser calculada no Subsistema 2: no lugar dessa equclção e in-
1

Em uma rede interligada é necessáno que sCJam controlados os in- troduzida a equação de intcrcflmbio da área IP/'f'P - P/ ~·· 0). manten-
do-se dessa form,, a igualdade entre o número de equaçõc), e mcógn1tas
intercâmbios de potência attva entre as vana~ areas que compõem o
sistema Em uma rede com \ 1 áreas são controlados os intercâmbios do Subsistema 1 Note-se que o conjunto de \artáve1s dependentes con-
de ,\ 1-l áreas, pois o mtercâmb10 de uma dela-. fica definido pelas de- ttnua o mesmo. Fsquema11camente. a matrít jacobwna passa a ser
122 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELE 1RICA fn.JJH.1 de ca1ya. controles e hmlft!S 123

uma equação (pt'P P'i.' 1 = 0). uma barra llpo PQI coutnbu1 com duas

' .'Q { '\P


IP
1'1/
1'P
,- 1
IP
- \li } '~Q equações ( Pl.'r P~'' =O e QrP Qk• 1 = 0). Por outro l.1do. .i uma barra
do upo P estão associadas duas incógnitas ( vk· 0d do Subsistema 1 e a
\ l'I c(!_I \ /'I
uma barra do tipo PQ v corresponde uma un1ca incógnita (Ok ). D~sa form.i.
um par formado por uma barra do tipo P (barra de controle) e uma barra
i"Q_ 1"Q 1"Q do tipo PQ v (barra controlada) contribui para o Subsistema 1 com três
\ /'(! { l\Q = I(! li <"!!1
~I } ,\ /'<.! (tí.17)
equações e três incógnitas (lembrar que cada barra PQ entra com duas
1 1

}
1 equações e duas incógnitas enquanto uma barra Pr contribui com uma

"{
êPJ IP/ IP! equação e uma incógnlla) Partindo-se da matriz jacobiana do problema
'\PI - .\111 \ 1
- ((}
1
1' 1 e'(!_, " básico e cons1demndo-se a inclusão do controle remoto de magnitude
de tensão por injeção de reativos. chega-se a

cm que .\' 1 é o numero de barra!-> lipo , . e \' 4 é o numt:ro dt: ~líl'il'> r\ 1- VPQI ~
VPQl

{
\ttndo a simplificar a apresentação. o único tipo de controle reprl''>ent.ido + +
na E4. (6.17) é o controle de intercâmbio entre áreas1 A cxprc-.:.<lo alge- NPQ
i''f ?P NPQ
hrica que dú o intercâmbio PJ., da área i, cm função do estado dos nó' ~ ôP - ô(} > +
NPI i"'f!. ;1v NPi
terminai-. das mierligações, é análoga à expressão da inJcÇão de potencia
cm uma barra a única diferença é que a equação de intercümb10 e\prc-..- \P =
,.,.p+ (6 18)
'" a lei de K 1rchhofT cm uma área em ,·e7 de um nó Deve-se obscna1
que é ptw.iwl o aparecimento de 7Cros na diagonal principal da suhm,1-
tn7 IP/ ,-o,.
1s.,o ocorre sempre que a barra de folga não e tenrnnal dL'
nenhuma 1ntcrhgaçào 1linha ou transformador). A existéncia de 1cnl-, na
diagonal principal pode trazer algumas dificuldades durante o pl\Otl'.1-
ment0. Ex1.,tcm duas altematl\a;. p"ra se e\1tar esse tipo dl· diliculdadt::
\/'QI

\PQ
{ ,'\º
tQ
to
?f\
tv
.11'
,\PQ

'f'
-t

dei\ando-se para p1votear por ulumo ª"


linha-. e ª"
coluna~ co!n·~ron­
em que \ P - \ PQ 1 e igual ao número de barras com controle remoto
dt:nte;. ao controle de 1ntercúmb10. ;::onfonne -.e ind1c1 na Lq . 16 171: llll
utili1ando-se c ...quemas espcc1a1-. de numeração dJs equ,1çõe-... confom1c de tensão.
-.e '>ugerc na Ref [ 11]

tí.8 C11111ro/e de temiio em harrm remotas [ 11. 12] 6.9. Carym rnrilÍl't'Í.\ com a tensão [ 1O]

Esse llpo de controle pode ser executado tanto por tran.,lormadort::. A representação de ca rgas por injeções constantes de potência ativa
cm-fase como por injeção de reatirn:.. No caso do controle po1 tran-.- e reativa nem sempre corresponde ao comportamento real do sistema
formadorcs automát1cos. a unica diferença em rdaçào ao qm· fo1 v1 ... to A rigor, a modelagem por injeção de potência constante só seria inteira-
na Se1: 6.:'í é qm~ a barra 1.:u1a tcnsi'io e controlad.t não e um d(h tcrm111a1s mente correta se as magnitudes das tensões nodais das cargas perma-
do transformador. Dessa forma, no cssrnc1al, continuam vúhdas todas necessem iguais t1os respectivos valores nominais. Entretanto, cm algu-
ª" ohscrvaçoc:. feitas naquela seção. inclusive a Fq 16'\) mas aplicações do cúlculo do íluxo de carga, como é o caso dos programa:.
O controle remoto de magnitude de tensão por in.1cção de reativo;. de análise de estabilidade transitória, a modelagem das cargas tem efeito
apresenta algumas diferenças em relação ao caso em que a ln.Jl't,:ào dt: direto sobre os resultados: .i modelagem por potência constante (inde-
reall\os é u11lw.1da para controlar a tensão da propna barra (\er" ~l'c pendente da tensão) e. cm geral, mais critica que a modelagem por adm1-
6.Jl A barra de controle é classific~da como do tipo P tso a 111.1eção de tância constante 1a carga vana com o quadrado da magnitude da tensão)
potência all\a Pk é especificada). enquanto a b.irra cu.ia magnitude dt: Nesse upo de aplicação. freqüentemente são observados casos esta\c1s
11.:n..,ão é controlada. e classificada como do tipo PQ 1 1P1 <.J~ e 1~ sâ1l c..,- classificado~ como instáveis. simplesmente ;:>orque não foram consideradas
pccificados). Uma barra do tipo P é representada no Subs1;.tcma 1 por as \anações das cargas com as magn1tudcs das tensões.
124 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Fluxo de CBrga controles e t1m1tes 125

Um modelo geral para carga~ ativas e rcatl\as e dado pelas cxprcs~õc-.: ó...t btender o programa de cálculo de fluxo de carga pelo método de
l\:cwton. de,cnvolv1do no Prob. 5.2. para resolver o Prob. 6.3. De-
'envolvcr duas versões:
ló 19) a) UtihLando a Eq. (6.1-H.
hl L tilizando o procedimento de ajustes a lternados dado pela Eq.
(6.7).
em que e/+ /1 +e= 1. ou 'cja. para 1~ = 1 p.u.. as carga.., Pl'r e QJ:'r ª"'u-
mcm os \Ulorcs nominais rr 0 1
" e Qrº"'. E'\sa altcruçüo nu definiç<'io da-; 6.5. F.izer um diagrama de bloco~ que represente a lógica utilizada para
cargas provoca algumas pequenas mudança~ na montagem da matriz 'e considerar os limites de reativos da<. barras PV. durante a solução
jacobiana, pois agora P'í..'r e Q~-r deixam de ser constante~ e pas,am a 1terat1va do problema do fluxo de carga. Devem-se prever tanto a
ser funções de ~... São afetados os elementos .Vn e Ln da' 'ubmatnzcs possibilidc1dc da transformação P~ -> PQ como a transfo1T11açào in-
1\ e L. 4ue. cm lugar das Eqs. (5.40) e (5 421 passam a ..,er dado., por. \ ersa PQ -> P 1' ( rer Sec. 6.3.).

(6.20) 6.(1 Repelir n exercicio precedente. com1derando agora os limites de


111;1gnitude de tem.ão nas barras PQ (r<'r Sec 6.4.).
(6.21)

cm que I\ e Qi. são os valores c.dculadns cm função da estunativa mais


recente do estado da rede. durante o processo 1terat1vo de resolução das
equações do fluxo de carga.

Proh/ema.\

6 1. No sistema utilizado no Prob. 5. 1. do capítulo precedente. a J111ha J-2


é substituída por um transfolTllador em-fase. com controle autt,mú-
tico de tap. cujo modelo é dado pela Fig. 1.4 (k = 1. 111 = 2. r 1 .~ - O
e x 1 • 2 = 1 p.u.). Esse transformador é utilizado para regular a magni-
tude da tensão da barra 2 no valor i "2P = 1p.u .. Pede-se para mon-
tar o sistema de equações (6.5).

6.2. Estender o programa de cálculo de fluxo de carga pelo método de


Newton. desenvolvido no Prob. 5.2. para resolver o Prob. 6.1 De-
senvolver duas versões:
a) Utilizando a Eq. (6.5).
h) Utilizando o procedimento de ajustes alternados dado pela F.4.
(6-3).

6.3. No sistema utilizado no Prob. 5.1. do capítulo precedente. a linha


1-2 é substituída por um transformador defasudor. com controle
automático de tap. cujo modelo é dado pela Fig. 1.6 (k = 1. m = 2.
r1, 2 =O e Xi. 2 = lp.u.). Esse transfolTllador é utilizado para regular

o íluxo de potênc1<1 P 1 ~no \alor Pn=<>.05p.u. Pcdc-:-.e para montar


o sistema de equações (6 15)
Capítulo 7

EQUIVALENTES EXTERNOS

Em estudos de planc_1amento da expansão e da operação de s1stcm<1s


de energia elétrica. panes da rede podem ser representadas pelos equi-
' ,ti entes externos 'i~ando-se à redução das dimensões dm. problemas
de ;1nal1se líluxo de cargct, curto-circu110. etc.I t\ con:-.eqüentemente, do
e..,forço computacional. A análise de wnungêncías de linhas de trans-
missi.io e transformadores. a alocação 'ótima de bancos de capacítores
e o planejamento da expansão de redes de transmissão são exemplos de
prohlemas de anúlise de redes que exigem uma seqüêncí,1 de soluções de
ílu\o de carga. Na análise de contingências. por exemplo. para cada uma
da"> cont1ngênc1as (perdas de linhas transfonnadorcs) com.ideradas pos-
s1ve1s é neccssaría a detcrmmaçào de um;1 solução de fluxo de carga
Para esta categorw de problemas (soluções n:pe11das de casos .;emclhantcs).
a redução das dimensões da rede pela ut1lm1<;ào de equl\alentes pode
trazer vantagem. computacionais signilicati\as. 'iestes casos. o procedi-
mento adotado pode "er o -;eguinte: parte-se de uma solução inicial para
a rede completa (caso básico) e obtem-se uma rede redunda (rede de in-
teresse mais o equivalente externo): a seqül!ncia de casos é então analisada
utilizand\>-se a rede reduzida. O que foi dito antcnormente para problemas
que e\lgem soluções repetidas de íluxo de carg.a \ale lambem cm relação
.i outros métodos de análise de redes de energia clétnca. como é o caso.
entre 1)utros. do cálculo de curto-circuito. despacho de potência e esta-
bilidade transitóna.
Por outro lc1do, em aplicações ligadas ú supervisão e ao controle cm
tempo real (rer o 4péwlicl! A), a necessidade de equi\alentes ex ternos
se dt:ve (alem do, problemas computac1onais1 a falta de 111fonnações
wmplct.1s e ,1tualtzadas '>obre o estado atual de toda a rede de transmissão.
L m centro de operação regional geralmente só dispõe de 111fonnações
atualizada" sobre o estado da parte monitorada da rede 1reg1ào da qual
n ccnt ro de operações recebe periodicamente telcmed1das e sobre a qual
comanda ações de controlei. Assim sendo, neste tipo de aplicaçllo e essencial
a repn.:sentaçào !aproximada) das regiões não-mon11oradas 1nào-obser-
\'él\c1sJ ,11ra\cs dL' n.:dcs 1x1ui\alcmcs. De modo diferente do que ocorre
em outras aplicaçõe:-. (mencionadas no parúgrafo anterior). neste caso
geralmente não se dispõe de uma solução da rede completa a partir da
128 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA EUTRICA Equ1valentflts externos 129

qu.tl -.e poderi.1 obter o equi' alente pelo fatl) dt: a rt:de l'\ll..'rn.1 ...i:r não- L m.1 ...otução lrl\ 1al para o problema de equivalente... e\ terno......ena
-monitorada. O equl\,tlenll' e i:ntào obtido uttltzando-,1..' apcn.t\ ,1., infor- a de ...e de ... hgar a rede e\tern,1. sub'>lltuindo-...e os !luxos entreª" barras
m.içói:., -.obre o e-;tado i: a conf1guraçüo da rede de 1nti:re,...e (d1'>pOnl\ eis de fronteira I..' ª"barras externas por 1nJcçôi:... adtctonai-.. n.t-. b<trra., de fron-
1w ccntro de oper<u;àol e '>Obre a conliguraçüo da rede extern.1 1'.ota-\e teira l\o caso bas1co. o estado da rede de interesse seria o me ... rno da rede
que. apesar de o estado da rede e\ terna nüo ...er conhecido i l\tO ex1g1ria completa. Fntretanto. geralmente este tipo de cqui,alente .,eria inaceitúvcl.
.1 tr,1n.,m1ssào periódica de uma quantidade de 1nformaçl\e., muito elevada), pois a rede extern;t {subst ituída por injeçõe., constantes) não reagiria diante
c1 configuração externa pode ,er mantida atualizada pelo centro de opera- de pert urbaçõcs internas. prejudicando a precisão do estado ca leu lado
ç:"io pois ela \aria mu110 kntamentt> (em comparação com as <tllerações na., situações cm que as reaçõc-. externas ...ão s1gnilicati\a:o.. Dito de nutra
no eslitdol e as informações correspondentes podem .,er 1ran,m111da' com forma, para a rede completa obsena-\e 4ue uma perturbação na arca de
maior facilidade. tntere...sc prO\OCa alterações no... ílu\O.., de potência na., linha., que ligam
a fronteira ª" barra., extem,1s (reação c.xtemal: \C a rede externa for 'Ub'>-
titutd<t por 111Jeçõ~ equnalcntcs. tcr-...e-ã um modelo de rede no qual º'
7. 1 Reariie.' ex1enw' intercf1mbto'> entre a fronteira e a rede e\ terna ...ão consideradas constantes.
o que nem ..cmpre corresponde à realtdade.
A Fig. 7.1 representa uma rede subdividida em trê.., partes: rede in-
terna. fronteira e rede externa A redc interna, Juntamente com a fronteira.
con'>t1tu1 a área de mteresse t\a supenisào e no controle cm tempo real 7.'2.. Eqwr·a/e/l{e mm/: modelo lmear [ 13]
.1 are,1 de interesse se confunde com a propria arca monuorada {ou área
{lb...ena\\::ll O ObJett\O ba..,tco do equivalente externo é o de simular as f'..c.,ta .,eçào será apresentado o método ct.h~tco de detenninação de
rt:ações da rede c\terna 4uando ocorrem alterações na rede de mteresse. equl\alentes externos desemohtdos por Ward e sera d1scut1da "lia relação
pn)\ ocada'>. por exemplo. por contingências de linha-.. transformadores com o Teorema de Norton Generaltzado. ( on~1dere-se. m1cialmcnte. uma
ou geradores Para mutla'> pcrt urbações interna .... ,1., reações e\ temas rede repre ...entada por um modelo linear do tipo
podem ...cr tns1gnifican1e... ma'>. para outra:.. principalmente as que ocorrem
n.i., prox1m1dades da fronteira. e'>sas reações geralme11tc ...ão importantes
) /~ I (7.1 l
e e\1gem a utiltzaçào de equi\,tlentcs para representú-la1., F claro que o
1<..kal sena a representação completa da rede externa, mas isto. conforme
fot mencionado antcnormente. nem sempre é posstvcl ou desejável. cm 4uc ) é a matriz admilâncta nodal. Ji ê 0 vetor dali tensôe-. complexas
dos nó-. e 1 é o \Ctor das inJCÇÕes nodat" de corrente. Neste 11po de modelo.
Fronteiro ª" carga., geradores podem ser repre...en1,1da... por corrente con...tante.
(F) adm1tância con\lantc. ou ambos .•1-. corrente' aparecem no \Ctor I e as
adm1túnc1as ..ão tnclu1da-, na diagonal pnnc1pal da ma1r11 ) Scgutndl1-,e
a dt\l\ÜO apresentada f!•l ftg 7 1, a equaç;.itl }"f; = j potk ser colocada
na forma :

Rede Rede
mterna externo ) 1 .. )i.~ ~ .. 11
(!) (E)
) 1 .. )'H ) 11 _L .. 11 (7 '2.l
-
)j .. )j, f 1 J.,

fa.plicttando-w Dr a partir da pnmeira cqu,11,.àt) do '>tstema (7.2). ohtém-se:


Área de interesse

c~terna
(7.3)
hgura 7.1 D<:composu;ào de uma rede cm rede interna. fronteira e rede
130 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTRICA Equrvalentes externos 131

Substituindo-se ~E na segunda equação do sistema (7.2), obtém-se o sis- Foi visto então que uma rede externa pode ser substituída por um
tema reduzido: conjunto de admitâncias série e shunt ligadas aos nós de fronteira e por
um conjunto de injeções de corrente nesses nós. Este resultado é uma
generalização do Teorema de Norton: no caso particular cm que a fronteira
é formada apenas por um nó e pelo nó-referência. tem-se o teorema em
(7.4) sua forma mais simples, ou seja. uma fonte de corrente e uma admitância
equivalente entre esses dois nós substituem a rede externa.
As injeções equivalentes l~q dadas pela expressão (7.6) dependem das
em que injeções de corrente nas barras externas lF. Nas aplicações em tempo real,
entretanto, esta informação geralmente não é disponível. conforme já
(75) foi mencionado no inicio deste capítulo. Neste tipo de aplicação. o vetor
nq pode ser determinado a partir da expressão (7 4):
(7.6)
(7.7)
O sistema de equações reduzido dado cm (7.4) só envolve as variáveis
de estado da rede de interesse (E, e E 1). Da mesma forma que o sistema (7.2) Note-se que os vetores É.F e _E1 constituem o estado da rede de interesse
corresponde à situação reprc~entada na Fig. 7 l. ao sistema (7.4) está que, em um centro de controle em tempo real. é determinado pelo estimador
associada a rede reduzida (rede de interesse e equivalente externo) con- de estado (ver o Apêndice A). Observe ainda que a expressão (7.7) estabelece
forme se ilustra na Fig. 7.2. A matri7 v~i contém as admitàncias das liga- simplesmente que a injeção equivalente de corrente em uma barra de
ções entre as barras de fronteira e também as adm1tâncrns s/111111 das fronteira é dada pelo somatório das correntes em todas as admitâncias
barras de fronteira: a matriz Y ~F corresponde aos elementos existentes ligadas a essa barra (admitâncias fronteira-fronteira, fronteira-interno e
na rede original e a matriz Y1erEE 1 }'EF corresponde aos elementos que shunts da fronteira): a k-ésima componente de l'Fq tem a forma
aparecem devido ao processo de redução O vetor l~q contém as mjeções
de corrente equivalentes, que são formadas por duas componentes: as / kcq _- _ 1,.h. cq f<h
. k k
+ 'L .1.cq
km
E~km + 'L .•km
" Ekm (7.8)
injeções previamente existentes ú mais uma componente correspondente
à distribuição sobre a fronteira das injeções externas ( - };.l l'í,t 11F ). A
matriz de distribuição - }~e YEc' representa a maneira pela qual as inje- em que yf~. e y~';,; eq são admitâncias equivalentes (Fig. 7.2), n[ é o conjunto
ções externas li: se dividem entre as barras de fronteira. das barras vizinhas de k pertencentes à fronteira, n~ corresponde às
vizinhas internas e Ekm é a diferença de tensão Ek - Em existente sobre
Fronteira o ramo k-m.
Apesar de a expressão (7 7) ter sido introduzida tendo-se como mo-
Injeções equivalentes tivação a aplicação em centros de supervisão e controle em tempo real,
ela tem implicações muito importantes que extrapolam este tipo de
aplicação. Considere-se. por exemplo, uma situação na qual exista um erro
nos dados sobre a topologia da rede externa (uma linha consta dos dados
Rede como estando em operação e de fato está desligada). Neste caso, a matriz
r:~, e conseqüememente as admitâncias equivalentes à rede reduzida
interna
(Fig. 7.2), estará errada. Mesmo assim, se as injeções equivalentes l~q forem
Ligações equivalentes
(I) calculadas pclf! expressão (7.7) utilizando-se o estado correto (f;F, g 1) da
rede de interesse. então o modelo reduzido (7.4) reproduzirá corretamente
o ponto de operação desta parte da rede (fluxos, tensões, etc.). Isto sig-
nifica que as injeções equivalentes dadas por (7.7) não permitem que erros
de modelagem externa se propaguem para a rede de interesse: os erros
são automaticamente compensados pelas injeções equivalentes nas barras
F1gurn 7.2 - Rede rcdu71da formada pela rede de interesse e pelo equivalente externo de fronteira. Assim sendo, sempre é possível obter-se um equivalente que
FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA
133
132

reproduza corretamente o caso bá ...ico da rede de interesse, basta que ...e sendo UEE a i:natriz triangular superior ~ue corresponde à decomposição
calculem as inJeçõe'> equivalente"' impondo-se o estado correto E 1 e J:. 1 LDt da matriz Yc l· Note-se que as matnzes YF•· l'íF e l'j1 não são afetadas
As diferenças entre um equ1\alente com erro de configuração e outro pelo processo de r~dução: da mesma f~mna que o vetor 11: a redução do
sem erros 'iÓ podem \Cr observada-. quando são simulada-. perturbaçõc... circuito externo so modifica as adm1tânc1as entre barras de fronteira
que exigem reações da rede externa cqu1valcnciada. pois o equivalente (passando-se de yft para rn) e as injeções de corrente nessas barras
com erro perde parcialmente sua capacidade de resposta tuma linha de (que pass!1m de 11 para Hq ). ~m. fato importante a ser observado é que
tran)im1ssão na qu<ll o íluxo de corrente tinha a poss1b11idade de vanar a obtençao do equivalente foi feita pelo mesmo procedimento utilizado
foi cqu1\alenciada pela-; mJeçõc... constante-..) L m caso e\tremo ocorre na resolução do sistema linear (7 2) por fatoração triangular de màtrizes
quando na forrnação do equi\ alente tod.1s ª'linha-.. externa"' ...ão ignorada-.. esparsas, e ponanto as mesmas sub-ro tinas podem ser utilizadas nos
isto corresponde a se desligar a rede externa da rede de interesse e subs- dois casos (L-er o Cap. 3). A diferença entre a obtenção do equivalente e a
tituir o intercâmbio entre a fronteira e a rede externa por in.1cções equiva- resolução do sistema linear (7.2) é que no primeiro caso o procedimento
lentes na fronteira Ne... te caso. o equivalente seria formado -.ó por mjeçõc-. é truncado após terem sido 1erados os coeficientes de ~F·
na fronteira. po1-. não existiriam admi1áncia-. cqui\alente-. (fig. 7 21 eª" O processo de redução md1cado na expressão t7.9) só envolve a rede
reações externas não podenam -.er simulada-. externa e a fronteira (Fig. 7.3). Asc;1m sendo, a obtenção da matnz rn pode
Para sistemas com pequenas dimensões. a-. ..1dm1tâne1a-. equivalente... ser feita operando-se só com a submatriz admitância nodal correspondente
podem ser obtidas pela expressão (7.5). Para sistemas com um grunde a esta parte do sistema, ou seja:
1
numero de barras. a obtenção da matriz )H pode ser impraticável. ou
então multo ineficiente. Existe. entretanto, um.1 maneira s1mplC\ e direta
de se obter o equivalente externo utilizando-se o método da dimma<,:ào ru }~f
de Gauss Esta técnica, que é baseada na relação ex1-.1ente entre .1 cl1mmação
de Gauss e a redução de circuitos, foi discutida na Sec. 3.6 (C <IP 31 e sera
aplicada a seguir n.i detenninaçào de equi,.dentes. YH YFF
~
Ehmmaçào o rn
(7.10)

de Gauss

em que, na forrnação da matri7 }H, foram considerados todos os com-


7.J Ohte11rào ele eqtlit'a/ente., ror e/imi1wrci11 ele Gau.\.\ ponentes ligados às barras de fronteira, inclusive as· ligações com o sis-

Nc... ta seção....era apresentada uma maneira altemall\a de 'e obter


o sistemc1 reduzido 17.4). Considere-se n0\,1mente o s1stem,1 (7 2): pelo Fronteiro Fronteiro
método da eliminação de Gaus" podem-se 1crar todos o-. coeficiente" de (F) (F)
fa na segunda equação desse sistema. ou seja. pode-se fa1er aparecer uma
matriz de elementos nulos onde ongmalmentc cstahl a matn1 >1-E· J-..to
pode 'icr feito de maneira s1stcmat1ca. 1erando-se os elementos abaixo da
diagonal principal da submatrt7 >iL· tomando--.e uma coluna d<t m;1tn1
por vez., da esquerda para a d1rc1ta. Após a eliminação. o Sl\tema (7.21 Rede Rede
assume a fonna: externo e qu1volente
(E)
Redução
Urr rÉ1- _t.'l /'
_ [

r•Q
ff }H E1- = /'4
_ f (7.91

};f >;, f, 11 Figura 7 J - Redução de rede ex1cmJ


1
13 4 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA Equwalentes .xterros 135

tema interno. conforme se 1nd1ca na Fig. 7.3. l ' ma \C7 determinado rn. Rede Rede
pode-se calcular o vetor das tnJCÇÕCs equl\<1lcntcsl~<i pela expres.,ào (7.7) interna Front eira ext erno
A Fig. 7.4 mol>trn os dados corresponde ntes ao Modelo CC de uma
rede de quatro barras (todos dados em p.u ). A equação !!.. "" 80 para
este sistema é dada por.

2 .l

4 -2 -'.! (/ 1 0.2 ® ~ =-0,3

l 2 4 o (} 2 = -0.3
'--

3 -2 o 4
º-' -1.1 @ X2 ,i1/2 x1, 2=1/2
CD
(a) P4=1,2- P1 J ,2
Procedendo- se a eliminac.;<io de Gau~s para 1crar os elementos da coluna 1.
abaixo da diagonal principal. obtém-se:

J
@ - P3 =-1,1
1 1/ 2 - 1,2 (} 1 0.05

l o 3 -1 º~ = -0.2

o 1 3
º-' -1,0 ® Pr =-0,2

À rede reduzida da Fig. 7.4b está asso<.:iado o s1\h:ma rcdul.ldO de equações:

(b)
·'
1 - 1
~~
-1
~G
@
Note-se nesta equação que as nova" tnjeções das barra\ de fronteira são
Piq = -0.2 e p~<i = 1.0. e que a adm1tán<.:ia equ1\,1lente entre os nos
2 e 1 é .rí~ 1 1 Esse1:. mesmos valore... poderiam ler sido ohtidos <I partir
das expressões (7.5) e (7.6). ou sCJa: Figura 7.4 - F·.xcmplo de cqu1valcntc u11lmmdo Modelo CC
136 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA Equ1v11!11nres externos 137

Quando a rede é representada por um modelo não-linear (injeções de


potência especificadas), a rede equivalente fornece resultados aproxi-
l ·'
mados, mas que são aceitáveis para a maioria das a plicações práticas.

=~-Fl·B·l - 2 1- ~
Quando se utiliza um modelo não-linear da rede de transmissão.
2
1 a obtenção do equivalente Ward pode ser feita em duas etapas: na primeira,

~EJ ~·'
é determinada a rede equl\alente (admitâncias equivalentes na fronteira):
e, na segunda, são calculadas as injeções equivalentes nas barras de fron-
teira. O cálculo das admitânc1as equivalentes segue o mesmo procedimento
adotado para os modelos linel:lres descrito nas seções precedentes [ex-
pressão (7.10) e Fig. 7Jl Na segunda etapa é que aparece a diferença em
relação ao modelo linear; são calculadas mJeções equivalentes de potência

=~ -R·B·§J=~ ativa e reativa em vez de mJeções de corrente. As injeções equivalentes


na fronteira são u:iltzadas para acoplar a rede equivalente à rede de inte-

BEJ B ·' resse de tal fonna a garantir que os estados da rede interna e da fronteira,
no caso básico, não seJarn afetados pela substituição da rede externa pelo
equivalente. Essa~ injeções são dadas por

O sistema equivalente obtido .interiormente e representado na Fig. 7.4h


poderia ser utilizado no estudo do efeito de urna perturbação interna
Plq = ikº L V~ (G~ cos o~... + .Bi! sen o~,,,)
"' ' A
que con)1ste cm se reduzir a .1dm1tánc1a da linha 4-2 para a metade do
valor original. Apó) a perturbação. o estado calculado para a rede de m-
teresse (nó~ 4, 3 e 2) sena o mesmo obtido uuli1.indo-~e " rede completa
representada na Fig 7.4a. A ra1ão para isto é que o modelo adotado é
Qh" = ..L"
1k{J
,,
V~ (Gk:!, sen o~ .. - B;;::, cos o~... )
(7.11)

linear ( B(l = P) e. para esse). modelo~. a redução da rede é exata O mesmo


não ocorre para equi\alcntes nào-ltnearcs. como -.era \isto rnap., itdiante. em que I'º e Oº são as variáveis de estado correspondentes ao caso básico.
para esses equivalentes. os resultados da análtsc de perturbaçÕt..".-.. ~ão 1' 1.: o wnjunto de ba'rras de fronteira e intcrn.1-.. 'lllnha-. ú barra k (in-
aproximados cluindo a própna barra k). e Gí:!. -r jB~';. é um elemento da matriz adrn1-
tiincia nodal r•11 da rede reduzida (rede interna mais equivalente).
7.4. Equiwle11t1! Wcird : nwdl!/o 11üo-lmeur í 13. 141
} ·•11
As 1dé1as bas1ca~ do equivalente Ward foram discutidas antcn0nnente fl
(7.12)
utilizando--.e um modelo linear (}~=D para repre-.cnt.ir a rede de trans-
missão. nes..,c modelo. os geradore, e as cargas são representados por
admitância con~tante (que aparecem na diagonal principal de } ) ou por
corrente constante (componentes de 1). Nas aplicações mais comuns dos
programas de fluxo de carga, entretanto. cargas e geradores costumam Note-se que a injeção de potência complexa?:';.+ Jm:!. Ll'er as Eqs. (7. 11 l]
ser representados pelas mJeções de potência con-.tante. neste caso, o e igual ao sornatóno dos fluxos de potência ém todas as linhas existentes
problema passa a ser do tipo não-linear e a ohtençào do equ1\alente entre a barra k e suas barras \izinhas (pencncentes à fronteira e à rede
externo exige uma discussão adicional O método de redução de circuitos internai mais a potencia no elemento shunt. l:.ssas injeções podem ser
descrito nas seções precedentes é um proces~o linear e, no caso dt: se obtidas rodando-se um programa de fluxo de carga para a rede reduzida
utilizar um modelo linear para a rede de transm1s~ào (do tipo } r /. (I-!g 7 2) considerando-se (temporariamente) as barras de fronteira corno
por exemplo), o equivalente obtido será exato no sentido de q.ue ele for- sendo do tipo Vfl com as magnitudes das tensões e os ângulos especificados
necerá os mesmos resultados que a rede não-reduzida na anáhc;e de per- no~ valores do caso básico ( l'ic~ or):
a'> IOJeçÕeS de potência nas barras
turbações na rede de interesse (análise de contingências. por exemplo). de fronteira calculada), pelo fluxo de carga são as próprias injeções equiva-
FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Equivalentes axternos 139
138

lentes dadas pelas expressões (7.11 ). após o cálculo das tnJeções equiva- que as barr·1s PQ. Acontece. entretanto. que uma barra PV do sistema
lentes, as barras de fronteira devem ser reconvertida s a seus tipos onginais externo loc.ahzada nas prox1m1dadcs da fronteira pode ser responsável
(PV, PQ, etc.). por um suporte de reativos s1gnificat1vo durante uma contingência . Se
o equivalente externo não considerar este fato, os resultados poderão ser
A redução da matnz admitânc1a nodal do sistema externo. confonnc
se indica em (7.10), pode provocar o apareciment o de elementos \/111111 bastante 1mprec1sos. Existem pelo menos duas maneiras de se representar
nas barras de fronteira com admitâncias anonnalmen te elevadas: quando o efeito das barras Plr externas sem se prejudicar as boas característic as
isto ocorre, as injeções equivalentes calculadas pelas expressões (7.J ]") do equivalente Ward no que se refere ao comportame nto da parte ativa
podem ter valores muito elevados. Este tipo de problema ocorre fre- e à simplicidade de implcmenlav àu. Uma das maneiras é trivial: consiste
qüentemente quando as cargas externas são modeladas por adm1tâncias simplesment e na retenção das barras PV externas que estejam eletnca-
constantes, mas pode aparecer também quando as cargas não são mode- mente próximas da fronteira: isto significa que estas barras são excluídas
ladas desta maneira devido à existência dos próprios elementos .\h1111t do processo de redução da rede externa. A outra maneira é o equivalente
da rede (reatores, capacitores. ~h1111ts de linhas de transmissão. etc.). Ward estendido, no qual o efeito das barras PVexternas é simulado por
Valores anonna1s de injeções e adm1tânc1as sl1u11r nas barras de fronteira. um suporte de reativos nas barra~ de fronteira (a cada barra de fronteira
além de detenorarem a qualidade do eqmvalente (precisão). podem pro- e anexada uma barra Pi-fictícia). Estas duas técnicas serão discutidas nas
prox1mas seções.
vocar dificuldades de convergência dos programas de fluxo de carga.
Considere-se como exemplo a rede cujos dados estão na Fig. 7.5.
A possibilidad e do apareciment o de admitâncias sl111nt anonnais nas
barras de fronteira, mesmo quando as cargas externas não são modeladas A chmmaçào da barra externa (barra 4) produz o equi\alente representado
por admitâncias constantes, pode ser entendida da seguinte maneira: na Fig. 7.6. f'<este caso, a impedância da linha equivalente 2-3 é s1mples-
mcntc a soma das impedâncias das linhas 2-4 e 4-3. As injeções equiva-
considere-se uma rede de transmissão com todos os seus componente s
lentes nas barras de fronteira foram obtidas rodando-se um fluxo de carga
ligados, com exceção das cargas e geradores: as adm1tâncias entre barras
(elementos-s éne do modelo equivalente n) são muito maiores que as adm1- para a rede reduzida da hg. 7.6. considerand o-se as barras 2 e 3 como
sendo temporariam ente do tipo l O com tensões especificada s nos \atores
tâncias dos elementos sl11111r, ou seja, é como se as barras estivessem curto-
-circuitadas pelos elementos-sé rie e o::. elementos s/111111 estivessem hgudos
°
do caso bas1co ( V2 O~ e ~3º 1og ); h.to equivale a utilizarem-se as expres-
sões de fk<1 e Qlq dadas em (7.11 ). Para se testar o desempenho do equi-
em paralelo: observa-se então que, quando a matriz Y da rede externa é
reduzida. a soma (aproximada ) desses elementos \/111111 acaba aparecendo \ãlente fot analisada uma perturbação que consistiu em se desligar a
na fronteira, podendo dar origem aos valore:. anonna1s de admitânc1as carga da barra 2 Foram esLudados três casos. rede completa no caso
básico. rede completa na situação perturbada e rede reduzida na situação
.\/11m1 de fronteira para alguns sistemas. Uma solução para esse problema
(nos sistemas em que ele aparece) consiste em se obter a r~de equivalente perturbada, a rede reduzida para a situação inicial não precisa ser analisada
pois o estado é o mesmo da rede completa no caso bas1co Os resultados
de fronteira considerand o-se só os elementos-sé rie da rede externa. ou
do fluxo de carga obtidos nos três casos estão resumidos na tabela dada
seJa. fonna-se a matriz admitância (7 10) ignorando-s e todos os upos de
elementos sh1mt da rede externa (reatores, capac11ores. cargas. etc.)· pela a seguir.
redução da matriz admitância externa obtêm-se as adm1tãncias equiva-
lentes entreª" barras de fronteira. uma vez obtidas as adm1tâncias equiva-
lentes série são calculadas as injeções equivalentes (7 11 ). Vanân:1~ 12 V1 P1 , 2 P1 .J Q, ,2 Q, l MVA 1 2 MVA 13
Quando utilizado na análise de perturbaçõe s na rede de interesse,
0.972 0.948 30.2 37,6 1.9 6.3 30,3 38.0
o equivalente de Ward estudado nesta seção geralmente apresenta boa Caso ba\lco
precisão para a parte ativa (fluxos de potência ativa) e resultados pobres 18.6 33.3 - 1.9 5,9 18,7 33.8
<t'mplctu 0.995 0.951
para a parte reativa (magmtudes das tensões e fluxos de potência reativa). Caso
Por exemplo. na análise de contingência s de linhas da rede de interesse. perturbado 1.007 0.963 18.6 33.4 - 4.3 3,6 19.1 33.5
RcdU71do
utih7ando-se a rede reduzida (Fig. 7.2), os fluxos estimados nas linhas de
intercâmbio apresentam precisão aceitável para as potências ativas mas
podem ser bastante imprecisas para as potências reativas. A origem das
dificuldades na representaçã o das reações reativas do equivalente Ward Mesmo em um exemplo pequeno como este. já se pode observar que as
reside basicamente no fato de ele não considerar o efeito das barras PV estimativas dos fluxos ativos são boas, enquanto os fluxos reativos e as
do sistema externo. ou seja, estas barras são tratadas da mesma fonna magnitudes das tensões deixam muito a desejar. as defic1ênc1as do modelo
140 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELITRICA Equivalentes eKtamos 141

Rede Rede @
interno Fronteira externo

®-
+j·X oq
® Í eq
2,3 2,3

-p•Q
3 t-j
·o·q
3
@

Rede equ1,·alcnte

Linha r b'h
'
2-3 o.w 1.00 o.o
Dados das barra~

Barra 11po p Q I' o


1 Folg" - 1.0 o.o Barra ,.... º'"
:! PQ 0.15 -0.05
:! -0.253 +0.0-13
3 PQ - n.3n -0.10 - 3 - 0.39!< 0.006
-1 l'I - n..:!n . IJI
hgur;1 7 l> - h.1u1' .1kn1c Ward dihSICO para a rede da Fig. 7.5

Linha r '\'. h'h utiluado se devem ao fato de que não foi representado no equivalente o
~uportc de reativos fomec1dos pela barra PVexterna (barra 4). que desem-
1-2 0.10 0.50 o.o penha um papd significauvo na detenninação da reação externa.
1-J O.l li 0.50 o.o
.:!-4 O.lo 0.50 o.o 75 Eq11íl'11/e111c ~mi com re1e11riio de harra~ PV [ 15]

~-4 0,10 0.50 o.o J\c~tc


método. algumas ou todas as barras Pv da rede ex tema não são
ellmmadi.l~durante o processo de redução. Em geral, interessa reter apenas
Figur.i 7.5 - Rcde-cxc:mplo as barra~ Pi externas que possam apresentar reações significativas diante
142 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA Equ1v11!enres axternos 143

do caso básico): os valores de P e Vnas barras PVretidas são conside-


rados conhecidos (caso básico d.i rede completa): e nas aplicações
em tempo real, como não se dispõe de uma solução da rede completa,
podem ser utilizados valores estimados de P e V (a precisão dessas
est1ma11vas não é muito crítica para a qualidade final do equivalente).
Rede ii) l.Jma vez conhecidos os estados da rede interna, da fronteira e das barras
interno P~ externas retidas podem-se calcular as injeções equivalentes nas
barras de fronteira pelas expressões de pkq e Qkq dadas em (7.11).

Toda a discussão precedente foi apresentada visando-se à retenção


de barras PVexternas; o mesmo procedímento pode, no entanto, ser aplí-
Barras de Barras PV cado quando se trata da retenção de outros tipos de barras.
fronteira retidas

Figura 7 7 fqul'\lalente Ward com rl.'tern;ào de barra~ PI internas 7.6. Eq11irulente Ward estendido [ 14]

Este equivalente é uma extensão da versão não-linear do equivalente


Ward discutido na Sec. 7.4, obtida pela introdução de um dispositivo
de ajuste das injeções de potência reativa das barras de fronteira que visa
da ocorrência de perturbações (contingência, por exemplo) na rede de inte-
a representar as reações das barras PV externas eliminadas durante o
resse. A forma geral deste tipo de equivalente está representada na Fig 7 7, processo de redução. Isso significa que, apesar de eliminadas, as barras
e seu processo de obtenção é praticamente o mesmo da versão não-linear
PVexternas têm seu efeito aproximadamente representado pelo disposi-
do equivalente Ward, com uma pequena diferença na detennm<1çiio das tivo de ajuste das injeções reativas da fronteira. A forma geral do equi-
injeções equivalentes nas barras de fronteira. Nesta seção é d1scut1da apena'>
valente Ward estendido está ilustrada na Fig. 7.7: as admítâncias equiva-
a retenção de barras PV, mas o mesmo tratamento pode ser dado para a
lentes que interligam as barras de fronteira entre s1 e as Injeções equiva-
retenção de qualquer tipo de barra. a retenção de barras de outro., llJXh
lentes na fronteira são obtidas da mesma fortJ].a que no equivalente Ward
pode ser mtercssanle em alguns casos, como ocorre. por exemplo. em
(versão não-linear): a simulação do efeito das barras Pi externas é feita
situações. em que se deseja preservar a esparsidade da rede equivalente pelas ligações fictícias que hgam as barras de fronteira às barras PV-fictícias.
Esta versão do equivalente Ward. da mesma fonna que as ver!IÕe!I
precedentes. pode ser obtida cm dois passo!>: determinação da~ ,1dm11ün-
cias equivalentes que interligam as barras de fronteira· e as barras PI re-
tidas. conforme se indica na Fig. 7.7: e cálculo ae injeções equivalentes · B"
J •
V= v:
para anexar a rede equivalente à rede de interesse l\a determinação dao;
admitâncias equivalentes pode ser uuhzado o procedimento indicado cm P=O
(7.10): notar que. neste caso. as barras P~ externas são considerada.., como
se fossem barras de fronteira na formação da matriz adm1tância nodal Rede
que aparece em (7.10). dado que as barras PVexternas, da mesma forma 1
que as barras de fronteira, não são eliminadas interno •
A determinação das injeçces eqwvalentes nas barras de fronteira '
pode ser feita uttliz.mdo-se o .,eguinte procedimento :
i) Inicialmente, são determinados os ângulos das tensões das barras
PVextemas retidas: este cálculo e feito rodando-se um fluxo de carga Barros de Borras PV-
para a rede formada pelas barras de fronteira e as barras PV externas fronteira fict\cias
retidas: as barras de fronteira são consideradas temporanamente como
sendo barras do tipo VO ( Ve Oespecificados nos valores correspondentes Figura 7.7 - Equivalente Ward estendido
Equ1val1mt11s e1tt11rnos 145
144 FLUXO OE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA

As magnitudes das tensões especificadas para as barras Pv-fictícias são


as mesmas das harras' de fronteira correspondente s para o caso bas1co B~fo B~f
(V= J1>), sendo as potências ativas especificadas nulas (P = 0). Assim
sendo, os íluxos nas ligações fict1c1as são nulos no caso básico e as rea-
- ._______) (7.15)

ções das barras ?V-fictícias só ocorrem diante de alterações no estado B~t:. B~" Fliminaçào o
de Gauss
das barras de fronteira provocadas, por exemplo. por uma contmgên-
cia na rede de interesse. Nessas slluações. isto é. quando a magnitude
da tensão de uma barra de fronteira varia. a barra PV-fictícia correspon-
dente injeta (ou retira) reativos que representam aproximadamen te o
efeito sobre a fronteira das barras PVexternas eliminadas. Essas injeções sendo 8~1- uma matriz diagonal. A reação reativa externa dada pela ex-
de potência reativa são dadas por pressão (7.14) pode ser subdividida em duas componentes:
(7.13)
• A primeira devida às susceptâncias equivalentes entre barras de fron-
teira, que correspondem aos elementos de fora da diagonal principal
em que~ V,. é a variação na tensão da barra de fronteira em relação ao caso da matriz B';.d:
básico.
O significado e o modo de obtenção das susceptâncias Bl são dis- • A segunda componente dada pelas susceptânc1as Bk que são uma parcela
cutidos a seguir. A reação reativa do sistema externo (incluindo o efeito das susceptânc1as que aparecem na diagonal principal da matriz B';.d
das barras PV) a uma perturbação interna é dada aproximadame nte por 1B4 é dado pela soma algébrica dos elementos da linha k da ma tnz
(7.14)
B';.d, incluindo o elemento da diagonal principal).

em que ôQ"d é o vetor das alterações nas injeções de potência reativa na A primeira componente Já é representada aproximadame nte no equi-
fronteira provementes do sistema externo: L\l é o vetor dos desvios nas valente Ward, enquanto a segunda é dada pelas barras ?V-fictícias.
magnitudes das tensões das barras de fronteira: e B';.d é a matriz B" (mé-
todo desacoplado rápido) do sistema externo reduzida até a fronteira A pesar de as considerações precedentes terem sido feitas em tennos
A matnz B';.d pode ser obtida reduzindo-se a matriz B" da rede represen- da matriz B" do método desacoplado rápido, o equivalente Ward esten-
tada na Fig. 7.8, onde só aparecem ligações entre barras externas ou entre dido pode ser utilizado em conjunto com qualquer método de cálculo
uma barra de fronteira e uma barra externa· · de fluxo de carga, pois se trata de um equivalente que pode ser representado
fisicamente por meio de uma rede elétrica, conforme se ilustra na Fig. 7.7.
(os dados referentes ao equivalente externo têm o mesmo formato que os
dados sobre as linhas e barras da rede de interesse, e portanto não exigem
tratamento especial).
Considere-se novamente a rede-exemplo representada na Fig. 7.5,
que já foi utilizada para ilustrar o desempenho da versão não-linear do
Rede equivalente Ward. A Fig. 7.9 mostra o equivalente Ward estendido para
externo essa rede: a impedância equivalente riq 3 + J\iq 3 é a mesma do equivalente
Ward . as susccptàncias das ligações fic11c1as (Ê 2 e Ê 3 ) são as próprias
(E) susceptâncias das linhas 2-4 e 3-4: as injeções equivalentes são as mesmas
do equivalente Ward, uma vez que no caso básico os fluxos nas ligações
fictícias são nulos. A tabela dada a seguir mostra os resultados obtidos na
análise de uma perturbaçào que consistiu em se desligar a carga da barra 2.
Para efeito de comparação são também apresentados os resultados obtidos
com o equivalente Ward.
Figura 7.8 - Rede utilizada na obtenção da matnz B·,.d
146 FLUXO OE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA Equ1v11ltJntt1s eKtemos 147

Pode-se ver pelos resultados apresentados que há uma melhoria s1gmli-


Variáveis Vi V P1.2 Pa.J Ql,2 Q, J Ml'Au MVA 1 •1 cativa dJ precisão dos resultados em relação ao equivalente Ward, sendo
'
37,6 1,11 6,4
que agora as grandezas calculadas, utilizando-se a rede redu7ida. pratica-
Ca<>o bas1co 0.972 0,948 30.2 30.3 38.0
mente coincidem com os valores calculados com a rede completa.
Completo 0.996 0.951 18,fl 33.3 - 1.9 5.9 18,7 J1.8

Caso Ward - 1.2


0,992 0,953 18.6 33.5 5.3 18.6 J3.9
perturbado c~1end1do 7.7. Modl'io de fluxo de carga 11âo-red11:ido [ 15, 16]
- Ward 1,007 0,963 18,6 33.4 4,3
-
1.6 19.1 33.5 Na Sec. 7.5 foi apresentada uma versão do equivalente Ward na qual
são retidas barras Pi' da rede externa. Foi mencionado lambem que o
mesmo procedimento pode ser ut1hzado par.i ... 11uac;õl!., 11,1., 4u<11s .,e pre-
tende reter outros tipos de barras (barras PQ. por exemplo). L ma situação
® interessante é o caso extremo no qual todasª' barras C\ternas são retidas.
neste caso. a obtenção da rede equivalente se resume JO calculo das inje-
ções equivalentes nas barras de fronteira. uma vez que nihl há redução
.--+----.-~ PV-fictício
da rede externa. O tipo particular de equivalente assim oht1do é chamado
j82.
de modelo de fluxo de carga não-reduzido
Qual o interesse pratico do modelo não-reduzido. uma vez que ele
não traz ,·antagens computacionais pelo fato de não diminmr as dimen-
sõe:. da rede? Imagine que se pretenda fazer um estudo para determinar
quais as mfonnações sobre o estado da rede externa são e..,senciats para a
determinação das reaçõe~ externas diante de uma perturbação na rede
de interesse. Isso pode ser feito da seguinte maneira: mantendo-se a rede
externa na forma não-reduzida. com1derando-se \alon:... aproximado...
para os dados das barras PQ e PV do sistema externo (no caso de se ima-
ginJr ignorância total sobre a rede externa faz-se P =O e Q =O nas barra...
P3•q+J·o•q
3 PQ. e P =O e J; = 1 nJs barras PV); considerando-se conhecido o estado
da rede interna e da fronteira, determinam-se as inJCÇÕ~ cqut\alentes nJ
fronteira, da mesma forma que foi descnto na Sec. 7.5 (primeiramente,
determina-se o estado da rede externa considerando-se temporariamente
Parâmetros da rede equivalente as barras de fronteira como sendo do tipo 1'1J e. em segu1dJ. calculam-se as
... mJeções equivalentes por meio das expressões 7 11 ). ª"' mJeçõe... assim cal-
,~) '(
2,J 81 i3 J culadas impedem que os erros sobre o estado externo se propaguem para
0.20 1.00 - L.92 - 1.92 a rede de interesse. na qual. por suposto, o estado é correto no caso basico.
e ut1ltzando-se o equivalente não-reduzido pode-~e estudar uma séne
de perturbações na rede de interesse e observar a influência que as apro-
ximações introduzidas têm sobre as reações da rede externa. Testes exaus-
Injeções cqu1\.',1lcntcs
tivos realizados com o modelo de fluxo de carga não-reduzido mostraram
Barra p<• Q.. que. mesmo na situação de ignorância total sobre o estado da rede externa.
os resultados obtidos no estudo de contingénc1as são muito próximos dos
:! - 0.:!53 +0,043 obtidos utilizando-se a rede completa Praticamente a mesma qualidade
dos resultados foi obsenada quando foram chmmada., ª"' h.1rra' PQ do s1-.-
3 - 0,398 Q,()(l(\
tcma externo. Entretanto. geralmente a precisão dos resultado-. se deteriora
de modo significativo se também forem eltminadas as barras PJ; externas.
Figura 7.9 - Equivalente Ward estendido para a rede-exemplo da Fig. 7.5 caso em que se obtém o equivalente Ward na versão não-linear. Resu-
148 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTR/CA

mindo: o conhecimento sobre o estado correto da rede externa não é


essencial na detenninação do equivalente: além disso. a eliminação das Apêndice A
barras PQ externas pode ser feita sem prejudicar a resposta do equivalente.
Desta fonna, as infonnações que importam na determinação do equiva-
lente são a configuração da rede externa e a localização das barras PV
(independentemente das magmtudes das tensões especificadas). Note-se, ANÁLISE DE REDES EM CENTROS
finalmente, que erros de configuração externa podem ser tolerados desde
que os componentes correspondentes estejam eletricamente afastados da DE SUPERVISÃO ECONTROLE
fronteira.
EM TEMPO REAL
Problemas
7.1. Considerar o sistema de quatro barras e quatro linhas representado Uma parte ,considerável dos mécodos de análise de redes apresen-
na Fig. 7.4, na qual a rede é modelada pelo fluxo de carga CC. Obter tados neste livro, além das aplicações usuais. pode ser utilizada também
a rede equivalente considerando a rede elltema fonnada pelas barras na operação de sistemas de energia elétrica por meio de centros de super-
1 e 3 (conseqüentemente, as barras 2 e 4 estarão na fronteira). Utilizar visão e controle em tempo real. Este apêndice faz uma apresentação
os três procedimentos seguintes: sumária sobre as funções executadas por esses centros de controle, dan-
a) Redução de circuitos por combinações série/paralelo e cálculo das do-se ênfase para as funções que utilizam métodos de análise de redes.
injeções equivalentes, impondo-se que o estado das barras 2 e 4,
que constituem a fronteira, pennaneça inalterado, antes e depois
da redução. A.I. Introdução aos centros de co11trole l17]
b) Aplicação direta das Eqs. (7.5) e (7.6).
e) Eliminação de Gauss [Eq. (7.9)]. Os elementos básicos de um centro de controle são o sistema de
aquisição de dados e comunicações: os sistemas de computadores e pro-
7.2. Considerar o sistema de quatro barras e quatro linhas representado gramas: as interfaces homem-máquina; e os operadores. As funções
na Fig. 7.5. Considerar. também, que as barras 3 e 4 constituem a desses centros de controle podem ser divididas em três grupos: controle
rede externa (a ser eliminada) e que. conseqüentemente, as barras da geração. controle supervisório e funções de segurança em tempo real.
1 e 2 formem a fronteira. Os controles da geração e supervisório constituem as funções tradicionais
a) Detenninar o equivalente Ward.
dos centros de controle enquanto a operação em tempo real atualmente
b) Detenninar o equivalente Ward estendido.
encontra-se em fase de desenvolvimento de implantação.
O controle da geração (l'er a próxima serão) inclui a regulação dia
7.3. Utilizar as redes equivalentes detenninadas no Prob. 7.2. para analisar freqüência e dos intercâmbios. e a alocação da geração visando a mini-
mizar o custo de operação levando-se cm conta requisitos de operação
as seguintes perturbações:
e a confiabilidade da geração.
a) Acréscimos de 20 " 0 na carga da barra 2, que passa a ser: P 2 = -0,18 No sistema supervisório (Supcrv1sory Control and Data Aquisition-
e Q 2 = -0,06. -SCADA ), informações lógicas e analógicas sobre o estado atual do
h) Duplicação da linha 1-2, isto é, os parâmetros do ramo 1-2 passam sistema. obtidas por meio de estações remotas. são cransferidas ao cen-
a ser: r u = 0,05. x 1.2 = 0,25 e h~~ 2 =O.O. tro de controle onde são processadas por computador e apresentadas ao
Estudar as mesmas perturbações utilizando a rede completa (Fig. 7.5) operador. Os mesmos canais de transmissão podem ser utilizados então
e comparar os resultados. para comandar. por exemplo. cha\eamenw~ <le componentes do sistema.
A operação em tempo real constitui uma extensão do sistema SCADA
e permite a execução de funções relacionadas com a segurança do sistema
(estimação de estado, análise de contingências, monitoração de segu-
rança, etc.).
150 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA Ap4nd1ce.4 151

A .1 .1. C onrrole da geração e) Atuação do operador sobre componentes do sistema (disjuntores, por
exemplo) por meio dos mesmos canais pelos quais recebeu as infor-
O controle da geração envolve as funções de controle automático mações sobre o estado do sistema.
da geração (intercâmbio e freqüência) e o despacho econômico (aloca- Como a malha de controle se fecha pelo operador. não é apropriado
ção ótima da geração entre as unidades geradoras disponíveis). Nos pri- caracterizar esses ttpos de controles como automáticos. No entanto, em
meiros centros de controle, essas funções eram inteiramente executadas estágios futuros de desenvolvimento das funções de monitoração e con-
por computadores analógicos (controle continuo), passando-se mais tarde trole de segurança, algumas das operações efetuadas via operador po-
à utilização de computadores digitais (controle discreto). derão ser automatizadas, significando que a análise e os comandos resul-
No controle automático da geraçio são previamente conhecidos os tantes serão realizados pelo computador sem interferência direta do
níveis globais de geração interna da área (despacho econômico) e os in- operador.
tercâmbios contratados, sendo a reguJação da freqüência e do intercâm- Uma diferença fundamental entre o sistema SCADA e o controle
bio feitos pelo ajuste da geração de um grupo de unidades geradoras da em tempo real, incluindo funções orientadas para a segurança, está no
área. O procedimento de controle geralmente adotado é o Tie-Line Bias nível do processamento que as informações sofrem antes de ser apresen-
Control (TLB), pelo qual cada área do sistema interligado utiliza um tadas ao operador. No sistema supcrvisório, as medidas analógicas e de
sinal de erro composto pela soma do desvio de intercâmbio (erro em status de disjuntores/chaves são apresentadas ao operador praticamente
relação ao valor desejado) mais o produto do desvio na freqüência pela na forma cm que foram recebidas, a menos de alguns testes de consistência
constante de polarização (Bias), que converte o desvio na freqüência das medidas. Pelo contrário, a execução de funções avançadas de segu-
em um erro equivalente em potência. Neste esquema, todas as áreas par- rança passa inicialmente pela modelagem da rede supervisionada em seu
ticipam da regulação da freqüência e cada uma delas controla o próprio estado atual, o que envolve o configurador e o estimador de estado.
intercâmbio. A partir das informações recebidas sobre o status de disjuntores/chaves,
O despacho econômico fornece os pontos básicos de operação e os o configurador determina a topologia acuaJ da rede. Utilizando-se da
fatores de distribuição utilizados pelo controle automático da geração. topologia da rede, dos parâmetros do sistema armazenados no banco
Os fatores de distribuição dão as proporções em que as variações na carga de dados e das telemed1das de grandezas analógicas, o estimador de es-
do sistema são assumidas pelas unidades geradoras sob controle. O pro- tado fornece o estado (magnitudes e ângulos das tensões) das barras
grama de despacho econômico aloca a geração entre as unidades do que constituem o sistema superv1s1onado. A partir da modelagem da
sistema de tal forma que sejam obedecidos os requisitos de confiabilidade rede supervisionada (sistema interno), pode-se obter um modelo do sis-
(reserva girante) e as restrições de operação do sistema (limites de tema elétrico incluindo áreas não supervisionadas (sistema externo) pela
operação). utilização de representações aproximadas (circuitos equivalentes). Tendo-
-se a representação do sistema elétrico, podem-se efetuar estudos envol-
vendo as funções relacionadas com a segurança (fluxo de potência, aná-
lise de contigênc1as, monitoração de segurança. controle preventivo/cor-
A .1 .2. eon/role St1pervisório e de segurança retivo, etc.).
O sistema supenisório pode ser encarado como um primeiro passo
no desenvolvimento do sistema de monitoração e controle de segurança
em tempo real de sistemas de energia elétrica, sendo que ambos têm as A .2. Operação em tempo real
seguintes características básicas:
a) Coleta de informações no sistema elétrico pelas estações remotas dis- Nesta seção são apresentados os vários estados de operação do sis-
tribuídas pelo sistema e transferência dessas informações aos centr~s tema e d1scut1das as princ1pa1s ações de controle em tempo real.
de controle. Há uma tendência no sentido de se utili7arcm termma1s
inteligentes (microcomputadores) que permitem um pré-processamen-
to das informações antes da transmissão ao centro de controle. A.2.1 Restrições de carga, de operação e de segurança
b) Processamento das informações pelos computadores do centro de con-
trole e apresentação ao operador por meio de d1spos1t1\0S de interação Um sistema de energia elétrica, operando em regime estacionário,
homem-máquina (displa1 s. por exemplo). está sujeito a dois tipos de restrições·
152 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA Af)4nd1ct1A 153

de carga Seguro

de operação bt~. l ~ O tA.I l


Neste estado, também chamado de normal-seguro. são obedecidos
os três conjuntos de restrições (A.2): carga, operação e segurança. Isto
em que _g_ e !! são funções vetoriais das variáveis de estado~·
significa que o sistema está intato, com suprimento total da demanda
As restrições de carga {equações do fluxo de carga) representam as e nenhuma violação de limites de operação. A observância das restri-
injeções de potência ativa e reativa especificadas nas barras de carga. ções de segurança quer dizer que nenhuma das contingências listadas
bem como as injeções de potência ativa nas barras de geração. Entre as como possíveis, se de fato ocorrer, levará o sistema ao estado de emer-
restrições de operação estão os limites impostos às magnitudes das ten- gência. A ocorrência, no entanto, de urna contingência considerada im-
sões nodais, aos fluxos de potência aparente nas linhas de transmissão possível (não listada) poderá provocar uma emergência.
e transformadore s, e às injeções de potência reativa nas barras de geração.
Ao conjunto de restrições (A. 1) podem-se acrescentar as chamadas
restrições de segurança. cuja definição está associada a um conjunto Alerta
preestabelecido de contingências possíveis (as mais plausíveis) de linhas,
transformadore s, geradores e capacitores/rea tores shu111. O novo con- No estado alerta, ou normal-alerta, são obedecidas apenas as res-
junto de restrições passa a ser: trições de carga e operação (A 1): nem todas as restrições de segurança
são obedecidas. entretanto. Da mesma forma que no estado seguro, o
restrições de carga g(~l =o sistema está mtato com atendimento de todas as cargas e sem nenhuma
violação de limites de operação. A não-observânci a das restrições de
restnções de operação l!~) ~ O (A.2)
segurança significa que a ocorrência de pelo menos uma das contingên-
restrições de segurança ~(.:!) ~ O cias listadas como possíveis poderá levar o sistema a uma situação de
emergência.
em que ~ é uma função vetorial que consiste em todas as restrições de
carga e de operação para cada uma das contingências hstadas.
Emergência
Os limites de operação do sistema e de equipamentos, refendas an-
teriormente, em muitos casos não são rígidos, no sentido de que podem
O que caracteriza o estado de emergência é a violação das restrições
ser violados por algum tempo. Em situações de emergência, eles são. em
de operação. A emergência pode ser provocada por uma contingência
geral, mais abertos Assim. a capacidade térmica de uma lmha de trans-
e conseqüente desligamento de um ou ma1s componentes do sistema
missão ou o carregamento má:iomo de um transformador é diferente
(linhas, geradores, transformadore s, etc.). Com exceção dos equipamen-
quando se consideram as sobrecargas possíveis para, por exemplo, 3 mi-
tos que provocaram a emergência, o sistema está intato. A eliminação
nutos ou 1 hora.
da emergência pode ser feita com a passagem do sistema para o estado
É praticamente inviável que a lista de contingências, na qual se ba-
alerta ou, então. pelo desligamento de partes do sistema (cargas. por
seiam as restrições de segurança, inclua todas as contingências possíveis.
exemplo). o que leva o sistema para o estado restaurativo.
Esta lista geralmente mclu1 as contingências simples e um número limi-
tado de contingências múltiplas. Não existem critérios bem estabeleci-
dos para a elaboração dessas listas. podendo-se levar em conta, por Restaurativo
exemplo, a experiência prévia com o sistema e as probabilidades de ocor
rênc1a de falhas. Este estado e atingido quando u_ma emergência é ehmmada por desli-
gamento manual ou automático de partes do sistema, efetuado pelo centro
de controle ou por dispos ui vos locais. As restrições operacionais são
A.2.2. Estados de operação do sistema obedecidas, mas o sistema mio está intato (cargas não-atendidas, ilhamen-
tos, etc.). Na opção de se passar do estado de emergência para o estado
Baseando-se nas definições das restnções de carga, de operação e restaurativo. sacnfica-se a mtegridade do sistema (inclusive com o desli-
de segurança. apresentadas antenormente, podem ser definidos quatro gamento de cargas) em beneficio da observância das restrições de ope-
estados de operação do sistema: seguro. alerta. emergência e restaurativo. ração.
AplndJCeA 155
154 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÉTRICA

A.2.3. Transiç<)es entre os estados do s1srema


ºº
As transições entre os quatro estados definidos anteriormente po-
dem ocorrer tanto em conseqüência de perturbaçõt."S no sistema (transições
ditas involuntárias l como devido a ações de controle (transições volun-
§+=e
U.>
.._e
:::J Q)
oi>
Q)~
(/)a.
~
::>
(.!)
1-----
-, 1
tárias). algumas das quais constituem funções específicas dos centros w
(/)
1
de monitoração e controle. No estágio atual de desenvolvimento, essas o
>
ações de controle ~ão wmandadai> pelo operador que pode dispor de +:
Q)
1
programas computacionais (tipo fluxo de carga ótimo) na determinação o ....
.... 1
das melhores estratégias de cont role a serem seguidas em cada situação
particular (uma emergência. por exemplo). O operador pode também
-...
>
o
o(.) 1

·ºo
1 (.) >
o C.-
1

-a::
:::J
uuhzar-se de um programa de fluxo de carga (fluxo de carga do operador) o o. 1
e l~CC
pelo qual tem a possibilidade de testar o efeito de estratégias alternativas
1/1
Q) ...
o ... Q)
Q) > <(
1
de controle sobre o estado atual do sistema. As várias transições de es-
:::J
OI E~ ~
wa. 1
tado descritas a seguir estão ilustradas na Fig. A. I
Q) a::
~I
(/)
~
Seguro _. a/ata
<(
~I
o
~I
Uma contingência. ou mesmo a evolução normal da demanda. pode -...
.~
o o
'ºe ,g 1
-a:: cl
::J
levar o sistema do estado seguro para o estado alerta. no qual uma ou o
mais das restriqões de segurança deixam de ser obedecidas. o
1/1
o o
:>

.::::
Q)

> gJ
- csl
1/1 u
ê» ~ o
Alerta -+ seguro .......
o(.)
<(
a::
1/1
·:;

~'
::> Q)
Esta transição é feita pela exe1.:ução da função controle de segurança 1 <( 1/1 ....
,g ~ "õ a.
(moe/o fnrreurol e reahzad.1 pelo centro de contwlc C. ons1...1e em deter- (.)
e
Q)

...
1/1
(/)
w
(.)
o lll 81
minar-se uma solução viável para o conjunto de re~tnções (A 2) a partir (Q)
OI
u a:: -1 o

de uma situação na qual apenas as restnções (A. I) são obedecidas. A de- 1 e
~
1/1 1
o Q) IQ)
terminação da estratégia de controle de segurança pode ser feita por ·2 o....
- -
OI
w e 1
meio de um programa do upo fluxo de carga ótimo com restnções de cQ)
e e
segurança. pelo qual se procura determinar uma solução viável que mi-
OI
.... o o
u (.) 1
~
<(
nimize. por exemplo. o de~locamento do ponto de operação. a alteração oz
nas variáveis de controle ou o custo de operação w 1
<W o
(.!)
a:: 1 ""<.>
Seguro -+ seguro w
:E >----
_J "'8-
0
w
A partir de um programa de previsão de demanda a curto pra10.
o estado do sistema pode ser extrapolado para um ponto de operação
futuro (1 hora, por exemplo) Mesmo que o estado atual do si~tema o Q)
"O "O 1/1
seja normal-seguro. para as condições prev1sta's, o sistema podera t.'Slar o
"O
no estado alerta (ou até mesmo no estado de emergência, o qu1 é menos.
provável). Neste caso. pode ser acionada a função controle de segurança
(modo pre1•enril'o). que tentara colocai' o sistema no estado seguro tam-
Ili
Q)

'&.-e
<(
o
...

~
-w
o
1/1

bém para as condições prevÍ)ta...


156 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELÊTRICA Apêndice A 157

Alerta ---> emergência Alerta ---> alerta

Se o sistema estiver no estado de alerta e ocorrer uma das contin- Se o estado presente do sistema for de alerta, e prevendo-se para
gências re::.ponsáveis por este estado, então o sistema passará para o um estado futuro (extrapolado para. por exemplo, 1 hora adiante) uma
estado de emergência. Dilo de outra forma, o sistema estará em alerta snuação de emergência, o operador poderá lançar mão da função con-
quando para uma ou mais das contingências consideradas possíveis (pre- trole de emergência atuando no modo pre1·entivo, visando a mudar o
viamente listadas) são previstas violações de limites. O estado de emer- ponto de operação atual do sistema de tal forma que, para o estado pre-
gência é atingido quando uma dessas contingências, de fato. ocorre antes visto. não se verifique mais a emergência detectada anteriormente.
de se adotarem medidas de controle para colocar o sistema no estado
seguro (transição alerta -+ seguro).

Reswuratfro ---> alerta

Emergência ___. alerta A função do controle restaurativo é religar as cargas e os circuitos


do sistema. desligados durante uma emergência. tentando colocar o sis-
O sistema pode sair do estado de emergêr.cia pela atuação do con- tema de volta ao estado seguro ou. pelo menos. no estado alerta.
trole de emergência, nos modos corretivo ou de cnse. A transição emer-
gência ---> alerta é realizada pelo modo corretivo. Neste caso. uma viola-
ção de limite pode ser eliminada por ações de controle. envolvendo. por
A .3. Sistema de muíli.1e d<' rede.1
exemplo, remanejamento da geração. variação de tensões controladas ou
de lllf1.\ de transforrnadores, chaveamento de bancos de capacitores in-
Um sistema de '>Upcrvisào e controle em tempo real é constituído
dutores, etc. Neste modo de atuação do controle de emergência, ao con-
de váno.., ..,1.,tcrnas rarc1ais. entre os quais está o sistema de anúlisl d1·
trário do que ocorre no modo de cri\L'. não é sacrilicado o atendimento
da demanda ou a integridade do si!>tema. Matematicamente. essa tran- redes. que é rcsponsúvel pela execução de funções como o configurado1.
sição corresponde à determinação 9e uma solução viável para o conjunto o estimador de estado. fluxo de carga. análise de segurança, de despacho
de restrições (A. I ), minimizando-se, por exemplo. o desvio nas variúveis corretivo. ele. Nesta seção. serão apresentados os vários módulos (fun-
de controle. As política~ de controle de cmcrgêm:1a (111mlo rnrrerirn) ções) que compõem o sistema de análise de redes. procurando-se escla-
podem ser preestabelecidas, determinadas com a ajuda de programas recer seu encadeamento na operação cm tempo real, bem como suas
computacionais durante a emergência ou confiadas ao operador (nos interfaces.
casos mais .simples). Para efeitos de análise, conforme está apresentado no Cap. 7, a rede
elétrica pode ser decomposta em sistema interno, fronteira e sistema
externo (Fig. 7.1 ). O sistema interno corresponde à parte supervisionada
da rede (a rigor. as linhas de intercâmbio e as barras de fronteira podem
Emergência -.·restaurativo ser supervisionadas e então deverão ser consideradas como fazendo parte
do sistema interno 1.
Nem sempre é possível a transição do estado de emergência para o
estado de alerta. Em algumas situações, dispositivos locais de controle
e proteção atuam antes que qualquer medida seja tomada pelo centro A ..l 1. Cm~figurador
de controle, colocando o sistema no estado restaurativo pelos desligamen-
tos de cargas; circuitos. Em outros casos. os desligamentos de cargas;cir- O objetivo do configurador é determinar a topologia atual da rede
cuitos são efetuados pelo próprio centro de controle por meio da função interna (supervisionada) em tempo real para posterior utilização pelas
controle de emergência no modo de crise. Esta opção pode ser tomada demais funções do sistema de análise de redes (estimador de estado,
quando não for possível fazer os limites de operação serem obedecidos 11uxo de carga em tempo real. etc.). Para tanto, o configurador se utiliza
por meios mais brandos, como, por exemplo. remanejamento da geração de 111fonnações sobre o srarus atual das chaves e disjuntores que conectam
ou controle de tensão. os vários componentes da rede elétrica supervisionada.
158 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELlTRICA
Apénd1ceA 159

O estimador de estado trabalha só com o sistema interno (podendo tribu1ção efetiva <le carga venticada pelos resultados fornecidos pelo
induir, eventualmente, a fronteira), mas o fluxo de carga cm tempo estimador de estado
real, da mesma forma que a análise de segurança pode exigir a modela- Os resultados forncc1<los pelo programa de previsão de carga têm
gem de outras partes do sistema interligado. A configuração dessas par- aplicações no estimador de estado. no fluxo de carga em tempo real.
tes do sistema externo pode também ser manipulada pelo configurador, no fluxo de carga ótimo. etc No estimador de estado, os resultados extra-
com a diferença de que. nesre caso, não se trabalha com informações polados para cargas de barras podem ser utilizados para completar o
em tempo real, pois se trata de uma parte não-supervisionada da rede. conjunto de medidas d1spomvc1s visando a garantir a observabilidade
da rede supervisionada. O fluxo de carga com dados em tempo real já
supõe seja conhecido o estado fornecido pelo estimador. mas podem ser
A .3.2. Estimador de estado necessárias as cargas de barras do sistema externo para ser possível a
execução desse programa (além dos dados de geração). o que pode ser
O objetivo do estimador de estado é determinar o estado (magnitu- conseguido via previsão de carga. O programa de fluxo de carga ótimo,
des de tensões e ângulos) do sistema interno, podendo incluir a fronteira. ou mesmo um programa de fluxo de carga de operação, pode trabalhar
Isto só é possível se, além da configuração, existirem medidas analógicas
com condições futuras do sistema, daí a necessidade de se dispor de
de grandezas do sistema interno em número su.ficiente par~ permi.tir
cargas previstas.
a execução do estimador de estado. Neste caso, diz-se que o sistema in-
A função de previsão de carga não fornece diretamente as cargas
terno é observável. Problemas com o sistema de telemedição podem re-
duzir o número de medidas disponíveis para o estimador de estado. fa- das barras mas tão-só os fatores de distribuição que em cada aplicação
zendo com que o sistema interno seja apenas parcialmente observável. específica podem ser convertidos em cargas pelo conhecimento da pre-
Essa falta de medidas poderá ser suprida. em algumas situações, por visão de carga do sistema.
pseudomedidas obtidas via um programa de previsão de carga. Uma
outra alternativa para essas situações consiste em redefinir-se o sistema A.3.4. Modelagem da rede em tempo real <fluxo de carga)
interno para fazê-lo coincidir com o sistema observável.
As equações básicas que representam os componentes do sistema O estimador de estado resolve o problema do fluxo de carga para
elétrico são as mesmas no estimador de estado e no problema do fluxo uma parte da rede mterhgada (sistema observável). A modelagem da rede
de carga. A diferença fundamental entre os dois problemas e que o cst1- em tempo real visa a determinar as condições atuais da rede, incluindo
maclor de estado manipula dados redundantes e SUJellos a erros Alem também uma representação do sistema externo. A modelagem do sistema
de calcular o estado da rede observável, pur um processo de filtragem. externo é feita sem se dispor de dados em tempo real. daí a necessidade
o estimador é capaz de processar medidas com erros grosseiros· detectan-
de, por exemplo. utilizar-se a previsão de carga para as barras externas.
do sua presença, identificando-as e eliminando seu efeito no processo
Parte do sistema externo pode também ser substituída por um equivalente
de estimação. Uma outra característica importante do estimador de es-
tado é que ele pode fornecer o estado de barras não-supervisionadas, reduzido.
A modelagem da rede em tempo real é obtida por um programa de
desde que haja informação redundante em número suficiente nas barras
fluxo de carga no qual se consideram todas as barras observáveis como
adjacentes.
sendo barras de referência (V e O especificados), enquanto as barras da
rede externa podem ser dos tipos PV ou PQ. Dessa forma, o estado da
A .3.3. Previsão de carga por barra rede observável não é detenorado pela representação aproximada da
rede externa. A modelagem da rede obtida por meio do programa de
A previsão de carga por barra do sistema em geral se baseie na pre- fluxo de carga em tempo real pode ser utilizada, por exemplo, como o
visão de demanda do sistema como um todo (curvas semanais de consumo caso básico a partir do qual a análise de contingência é executada.
médio horário). A demanda global do sistema pode ser transfonnada
em demanda por barra utilizando-se fatores de distribuição previamente A .3.5. Análise de segurança
calculados. tanto para barras do sistema observável (interno) como para
barras do sistema externo. Para a parte observável. pode-se utilizar um A análise de segurança consiste na simulação de um conjunto de
método de atualização dos fatores de distribuição. baseando-se na d1s- contingências consideradas mais prováveis e da conseqüente verificação
160 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA

dos lunites de operação do sistema. A lista de contingência s mcluj a reti- Apêndice B


rada de linhas, transformad ores e geradores, podendo conter ocorrências
simples ou múltiplas. Esta função pode ser executada para as condições
atuais (dados em tempo real) ou previstas; automaticam ente ou por so-
licnação do operador. O resultado da análise de segurança é que diz se
o sistema está em estado seguro ou não (alerta).
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
A .3.6. Fluxo de carga de operação
O estudo da sensibilidade [18] das variáveis de um sistema de energia
Freqüentem ente, na operação de um centro de controle, o operador elétrica em relação a um certo conjunto de ações de controle tem encon-
tem necessidade de simular o efeito de ações de controle antes de efetuá-las trado aplicação em vários problemas de análise de redes, inclusive na
no sistema elétrico. Em outras situações, pode ser necessária a deter- determinaçã o de ações de controle corretivo a serem comandadas por
minação de estratégias de controle corretivo para retirar o sistema de um operador em um centro de morutoraçâo e controle do sistema.
uma situação indesejável. Estas funções podem ser realizadas pelo íluxo Conforme se apresentou no Cap. 5, as equações básicas do fluxo de
de carga de operação, cuja execução é acionada pelo operador. Algumas carga (duas equações por barra) podem ser agrupadas nos subsistemas
das situações podem ser resolvidas por um programa convenciona l de 1 e 2. O Subsistema 1, cujas equações são
cálculo de fluxo de carga e outras. como a determmaçà o de estratégias
de controle, exigem um programa de fluxo de carga ótimo. Esta função Pk'P - Vi, L Vm(Gkm cos ºkm + Bkm sen ºkm) = o (B.l)
trabalha com dados previstos e portanlO lança mão da previsão de carga.
para barra.\ PQ e PI

A. 3. 7. Análise de sensibilidade de tensão (B.2)


mEA
para harras PQ
Esta função pode fornecer dois tipos de informações ao operador:
quais as ações de controle que têm maior efetto sobre a magnitude da em que Ok,., - Ol - O,.,. A':. incógnitas do Subsistema 1 podem ser agrupadas
tensão de uma determinada barra; e quais as magnitudes de tensão que no vetor A· dado por :
são mais afetadas por uma deterrnmada ação de controle. Entre as ações
de controle que podem ser comandadas pelo operador estão as magm-
tudes das tensões das barras de geração, a posição de tap., de transfor- .,); ~ ~ l NPV+NPQ
(B.3)
madores, o chaveament o de bancos de reatores/cap acitores, etc
0} ~PQ
A.3.8. Controle corretivo de emergênâa Esse vetor também é chamado de vetor das variáveis dependentes .
Seja l o vetor das grandezas especificadas . As componente s de J
Esta função é constituída basicamente de um programa de fluxo de aparecem tanto no Subsistema 1 como no Subsistema 2 e podem ser agru-
carga ótimo e pode ser usada pelo operador para determinar ações de padas no vetor H das variáveis de controle e no vetor E. dos parâmetros
controle corretivo que permitam ao sistema elétrico sair de uma situação do sistema. O vetor das variáveis de controle.!! pode conter, entre outras,
as magnitudes das tensões nodais nas barras de geração e compensado res
em que os limites de operação estão sendo violados (emergência) De
forma diferente do fluxo de carga de operação, o fluxo de carga ótimo síncronos, as injeções de potência ativa nas barras de geração e os raps
utilizado no controle corretivo de emergência trabalha com dados em variáveis de transformad ores. O vetor de parâmetros .!! contém, por
tempo real. A função obJettvo não precisa ser necessariam ente econômica, exemplo, as tnJeções de potência ativa e reativa nas barras de carga.
podendo representar, por exemplo, o min1mo desvio em relação ao ponto Deve-se lembrar. runda, que o estado da rede fica inteiramente defintdo
pelos ângulos e pelas magnitudes das tensões nodajs de todas as barras
de operação atual do sistema (este, sim, determinado por critérios eco-
nômicos). da rede, ou seja, o vetor de estado é formado por todas as componente s
162 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtrRICA

de!. por algumas componen tes de .L (magmtud es das tensões da~ barras
PV, por exemplo) e pela referência angular.
As Eqs. (B.I) e (B.2), que constituem o Subsistem a 1, podem ser
postas na seguinte forma compacta:
(8.4) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A perturbaçã o no vetor das variáveis dependent es .:! produzida por alte-
rações i.ntroduzidas nas variáveis de controle.!!. e nos parâmetro s 1!. pode
ser obtida pela relação:
cg cg cg
.- ÔX + -;;:- ÔU + ·.;;;"- Ôp = Ü (8.5)
<';!, - C!! - <J! -
ou seja:

•01..
• ôp_ {B.61 (1] Elgerd, O. 1. - Electnc Energ} Systems 111eory: An lntroductio n,
'E. McGraw-H ill. New York, 1971.
Chamando -se: [2] Parker, B. J., Tanabe, A e Schillmg. M T. - Precisão do modelo
linearizad o de fluxo de potência para simulação do sistema elétrico
S
u
= - [~]-
?;s_
• 1J.
,,!!..
1
e S
p
=- ['Ji.]-
í'~
1
• ~
<1.J!.
(8.7) brasileiro, Nota Técnica, GPD, ELETROB RÁS, Rio de Janeiro, 1980.
[3] Tinney, W. F. e WaJker, J. W. - "Direct Solutions of Sparse Net-
pode-se reescrever a expressão (B.61 como se segue work Equations by OpumaJly Ordered Triangula r Factorizat ion",
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[4] Tinney, W. F.. "Compens ation M ethods for Network Solutions by
De\.e-se notar que as matrizes S., e SP são cheias. ao contrário do que
Optimally Ordered Triangula r Factorizau ons", lEEE Trans. Power
ocorre com a matriz Jacobiana tg_ i'x Uma maneira de se montar S
App. Syst. PAS-91 , 123-127, New York, 1972.
e Sr (total ou parcialmen te) é peTa Ütilização dos fatores triangular e;
de <fJ t~. d1sponíve1s a partir de uma solução convergida pelo método [5] Alsaç, O .. Stott B. e Tinney W. F. - "Sparsity- Oriented Compen-
de Newton Para tanto. resoh em-se repetidam ente os sistemas lineares sation Methods for Mod1fied Network Solutions" , l EEE-PES Sum-
fo~ados pela matm jacobiana e pelas colunas das matrizes c'y1t!i e mer Meetmg. San F.rancisco, 1982.
,~f!J<p_. -
[6] Van Ess, J. E. e Griffin. J. H. - "EJiminat ion Methods for Load
Além das variaw1s Já mencionad as. existem as chamadas \.anà,eis Flow Studies". AIEE Transactions PAS-80, 299-304. New York, 1961
depcndent1:s func1ona1s ~· entr1: as quais estão. íluxos de potência ativa
e reativa. correntes, injeções de potência reativa cm barras de geração, (7) Tinney. W. F. e Hart, C. E. - "Power Flow Solut1on by Newton's
etc. Essas \.anáveis podem ser postas na forma Method", IEEE Trans. Power App Syst PAS-86. 1449-1456, New
York.. 1967.
~ = ~(~. !.!· l!) (8.9)
(8) Stotl, B. - "Decouple d Newton Load Flow, IEEE Trans. Power
As perturbaçõ es ô~ provocada s por ôy e ôp_ são dadas por: App. S_vst. PAS-91 , 1955-1959. New York.. 1972
[9] Stott, B e Alsaç. O - "Fast Decoupled Load Flow", IEEE Trans.
6~1 ~-õu + eh
~-ô\+ '''
eh .-t.p Pmi·er App. S.1·st. PAS-93, 859-869, New York, 1974.
( .:! - (!! - <'J!. -
(B 101 [10] Stott. B. - "Rev1ew of Load Flow Calculat1o n Melhods" , Procee-
= [~b. + ~h swj ô 1 + [tb. + ~b. S ] A. dings of IEEE 62. 916-929, New York, 1974.
'.!!.e~ ..... ''E c~P E
(11] Tinney W. F. e Powell. W. L. - "Notes on Newton-R aphson Method
Deve-se ~otar finalmente que as componen tes do vetor~· apesar de se- for Solution of AC Power Flow Problem" , lEEE Short Course,
rem vanavc1s dependent es. não são do tipo funcional . Power Systems Plannmg, New York. 1971
164 FLUXO DE CARGA EM REDES DE ENERGIA ELtTRICA

[ 121 CEPEL - Curso SINSC. Parte Prática. vol II 1. Rio de Janeiro. 1981
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