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FRANCISCO DE ASSIS CARVALHO

O uso do editor de texto BrOffice Writer em turmas de primeiro ano do


ensino fundamental da escola municipal “José Rezende da Silva” em
Mauá/SP

SÃO PAULO
2013
FRANCISCO DE ASSIS CARVALHO

O uso do editor de texto BrOffice Writer em turmas de primeiro ano do


ensino fundamental da escola municipal “José Rezende da Silva” em
Mauá/SP

Monografia apresentada ao Curso de Formação


Continuada em Mídias na Educação, realizado pela
Universidade Federal de Pernambuco e pelo Núcleo
de Comunicação e Educação da Universidade de
São Paulo, como requisito parcial para a obtenção
do título de especialista em nível de pós-graduação
em Mídias na Educação.

Orientadora: Profa. Alda Ribeiro Martins Assunção

SÃO PAULO
2013
Francisco de Assis Carvalho

O Uso do Editor de Texto BrOffice Writer em Turmas de Primeiro Ano do Ensino


Fundamental da Escola Municipal “José Rezende da Silva” em Mauá/SP

Monografia apresentada ao Curso de Formação Continuada em


Mídias na Educação, realizado pela Universidade Federal de
Pernambuco e pelo Núcleo de Comunicação e Educação da
Universidade de São Paulo, como requisito parcial para a
obtenção do título de especialista em nível de pós-graduação em
Mídias na Educação.

Aprovado em:

Banca Examinadora

________________________________________
Profa. Alda Ribeiro Martins Assunção
Orientador

________________________________________
Prof.

________________________________________
Prof.

São Paulo
2013
À minha família: minha esposa, Giselle, e
meus lindos filhos, Pedro e Julia pelo apoio
na realização deste estudo.
Agradecimentos

Às professoras Elisabete da Silva Aricó e Maria Sueli dos Santos Marcon,


diretora e coordenadora pedagógica da Escola Municipal José Rezende da Silva,
por me receberem e empreender sérios esforços para que esse trabalho pudesse
ser realizado.
Às professoras dos primeiros anos B e C, do ano letivo de 2013, cuja
colaboração permitiu-me a coleta das informações aqui apresentadas e analisadas.
Às tutoras do curso Mídias na educação: Kelen Cristina Silva do Amaral Teles,
Juçara Maria Montenegro Simonsen Santos.
À orientadora desta monografia Alda Ribeiro Martins Assunção, pelas valiosas
orientações, dicas e motivação constantes.
Prova de inteligência não é possuir todas as ferramentas. É
possuir as ferramentas de que se vai necessitar. Sabedoria
oriental: “O tolo soma ferramentas. O sábio diminui as
ferramentas.” O importante não é ter. É saber onde encontrar.

Rubem Alves
RESUMO

A pesquisa desenvolvida teve a intenção de investigar as possibilidades de


aplicação do software BrOffice Writer ao trabalho educativo com turmas de primeiro
ano do ensino fundamental. Baseada em estudo de caso realizado na escola
municipal “José Rezende da Silva” em Mauá/SP, a pesquisa apresenta a ferramenta
e discorre sobre seu potencial de utilização em turmas de alunos que ainda não
dominam o código escrito. A metodologia de pesquisa, o estudo de caso, foi
escolhida a partir do estudo da obra de Lüdke (2012), que trata das abordagens
qualitativas da pesquisa em educação em oposição à pesquisa baseada na coleta
de dados calcada no pensamento positivista e das suas limitações quanto a oferecer
contribuições e ou soluções para os problemas pesquisados. A concepção de
educação digital que permeia este estudo está presente na obra de Ramos (2009)
que trata da aplicação das mídias à prática educativa de professores do ensino
fundamental, em especial do editor de texto. Para a apreciação dos trabalhos
desenvolvidos pelos alunos, foram utilizados os estudos de Ferreiro e Teberosky
(1999). Nas observações realizadas junto aos alunos, percebeu-se sua identificação
com a ferramenta, apesar de ser desconhecida por todos. Embora alguns alunos
tenham indagado sobre se poderiam “jogar” no computador, a maioria das crianças
apresentaram entusiasmo com a ferramenta, experimentando os recursos
apresentados pelas professoras de modo a enriquecer suas produções através da
possibilidade de formatação dos caracteres e inserção de figuras. As professoras
avaliaram como positivos os resultados decorrentes da aplicação da ferramenta ao
trabalho que desenvolvem em sala de aula. Concluindo, considero que, como
ferramenta que auxilia na presteza e qualidade final das produções dos alunos, além
de mantê-los interessados oferecer-lhes amplas possibilidades diante do texto, em
comparação com o texto manuscrito, produzido em papel, a utilização do BrOffice
Writer pode contribuir positivamente para a implementação dos projetos de ensino
dos professores de turmas do primeiro ano do ensino fundamental

Palavras-Chave: ensino fundamental, BrOffice Writer, alfabetização digital


ABSTRACT

The research developed intended to investigate the possibilities of applying the


software BrOffice Writer to educational work with first year groups of elementary
school. Based on a case study conducted in the municipal school "José Rezende da
Silva" in Maua / SP, the research presents a tool and discusses its potential for use in
classes of students who have not mastered the written code. The research
methodology, the case study, was selected from the study of the work of Lüdke
(2012), which deals with the qualitative approaches of educational research as
opposed to research-based on data collection, grounded in positivist thought and its
limitations in offer contributions and or solutions to problems researched. The
concept of digital education that permeates this study is present in the work of
Ramos (2009) which deals with the application of media for educational practice of
elementary school teachers, especially the text editor. In assessing the work done by
the students, it were used the studies of Ferreiro and Teberosky (1999). In
observations made with the students, it was perceived identification with the tool,
despite being unknown by everyone. Although some students have inquired about
whether they could "play games" on the computer, most children showed enthusiasm
for the tool, experimenting resources shown by teachers to enrich their productions
through the possibility of character formatting and inserting pictures. The teachers
evaluated as positive the results from the application of the tool for their work in the
classroom. In conclusion, I believe that, as a tool that assists in the final quality and
readiness of students' productions, and keep them interested give them ample
opportunity before the text, compared with the handwriting produced paper, the use
of BrOffice Writer can contribute positively to the implementation of teaching projects
to first year classes of elementary school.

Keywords: elementary education, BrOffice Writer, digital education


Índice de Quadros

Quadro 1 – Principais aplicativos dos Pacotes Office e BrOffice.............................25


Quadro 2 – E.M. José Rezende da Silva - Formação de Classes 2013...................31
Quadro 3 – Perfil dos Professores............................................................................32
Índice de Figuras
Figura 1 – Interface do BrOffice Writer............................................................26
Figura 2 – Barra de Ferramentas do BrOffice Writer.......................................26
Figura 3 – Salvar como...................................................................................27
Figura 4 – Salvar como – formato...................................................................28
Figura 5 – Salvar como – formato (cont.)........................................................29
Figura 6 – Produção da aluna 1, 1º ano B.......................................................35
Figura 7 – Produção da aluna 2, 1º ano B.......................................................35
Figura 8 – Produção do aluno 1, 1º ano C.......................................................36
Figura 9 – Produção da aluna 2, 1º ano C.......................................................36
Sumário
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................12
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................................18
2.1 O EDITOR DE TEXTO BROFFICE WRITER........................................................23
2.2 O EDITOR DE TEXTO E OS PROJETOS DE ENSINO.........................................30
3 ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................................................31
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................38
5 REFERÊNCIAS.....................................................................................................................40
ANEXOS..................................................................................................................................41
ANEXO I - INSTRUMENTO DE PESQUISA........................................................................42
ANEXO II – RESPOSTAS DAS PROFESSORAS AO QUESTIONÁRIO............................44
1 INTRODUÇÃO

A tecnologia, como produto do pensar e do fazer dos seres humanos é


surpreendente por si só. Elemento facilitador das tarefas cotidianas e grande aliado no
processo de desenvolvimento humano, organização e reorganização do espaço físico e
social, está presente em conceitos aparentemente simples como a escrita – uma das
primeiras tecnologias voltadas à comunicação – ou em aparatos sofisticados como os
aparelhos de ressonância magnética. Segundo Kenski (2008), o uso de certas tecnologias
determina mudanças importantes na cultura e na sociedade.

A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novos usos de


equipamentos e produtos. Ela altera comportamentos. A ampliação e a
banalização do uso de determinada tecnologia impõe-se à cultura existente e
transforma, não apenas o comportamento individual, mas o de todo o grupo social.
A descoberta da roda, por exemplo, transformou radicalmente as formas de
deslocamento entre os grupos, redefiniu as formas de produção, de
comercialização e de estocagem e deu origem a inúmeras outras descobertas.
(KENSKI, 2008, p.21)

Sempre me interessei por tecnologia e, como educador, sempre acreditei no seu


potencial para aplicação ao trabalho pedagógico.
Comecei a lecionar em 1991, como professor contratado na rede estadual de
ensino, assumindo aulas de história para o que hoje corresponde ao ciclo III do ensino
fundamental (que vai do sexto ao nono ano). Em 1992, ingressei na Prefeitura da cidade
de Mauá, onde atuei como coordenador pedagógico, diretor de escola e, atualmente,
como supervisor de ensino. Meu cargo de admissão é o de coordenador pedagógico,
contudo, em 2002, houve alterações no estatuto do magistério municipal de Mauá para
contemplar mudanças decorrentes da criação do sistema municipal de ensino. Em razão
disso, o meu cargo foi alterado para supervisor de ensino e cargos como os de
coordenação pedagógica, direção e assistência de direção passaram a ser tratados como
função gratificada e ocupados por professores. Concomitantemente com a prefeitura,
permaneci na rede estadual até 1994, lecionando história da educação para turmas de
magistério e história para turmas do ensino médio, sempre como professor contratado.
Na secretaria de educação, fui membro de um grupo de trabalhos voltado a
estudos sobre educação e tecnologia. Esse grupo tinha como atribuições a discussão e

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análise de políticas públicas voltadas à aplicação de tecnologias ao processo de ensino e
aprendizagem, além da organização de formação para professores e gestores para uso
de tecnologias na escola, especificamente em sala de aula. Como supervisor de ensino, a
participação nesse grupo de trabalho, contribuiu para o aperfeiçoamento de meu olhar
sobre a aplicação de tecnologias ao trabalho educativo.
A decisão de estudar a aplicação da ferramenta BrOffice Writer ao trabalho com
turmas de primeiro ano do ensino fundamental, em especial no processo de compreensão
e apropriação do código escrito pela criança, emergiu da necessidade que tenho
detectado ao longo de vinte anos de trabalho em educação na cidade de Mauá, em São
Paulo, de se estabelecerem boas práticas na aplicação de ferramentas do computador às
atividades das séries iniciais do Ensino Fundamental, pois, em minha trajetória
profissional me deparei com inúmeras situações que demonstravam a dificuldade de
professores e gestores escolares em enriquecer e aprimorar a prática de sala de aula por
meio do uso da tecnologia, em especial do computador. Algo, infelizmente, comum a
muitas escolas, segundo Araújo e Glotz (2009):

Ainda há várias escolas – seja no setor privado ou público – em que não há


sequer um laboratório de informática com acesso a internet disponibilizado para a
comunidade escolar.
Outra situação comum é a existência de escolas em que os professores dão
aula e desenvolvem atividades recorrendo unicamente a recursos comuns (e por
isso muitas vezes inadequados e defasados em relação ao perfil dos sujeitos da
aprendizagem e às suas necessidades cognitivas); em outras, até há recursos
tecnológicos, mas a maioria não chega a serem utilizados de forma que o
potencial dos mesmos seja devidamente explorado.(ARAÚJO;GLOTZ, 2009)

Além de minha experiência profissional, como participante do Curso Mídias na


Educação, pude aprender mais sobre a aplicação das mídias no contexto da prática
educativa e, ao mesmo tempo, convivi com dúvidas a respeito de como promover essa
integração. O curso, oferecido pelo Ministério da Educação, através de parceria com a
Universidade Federal de Pernambuco e a Universidade de São Paulo, aborda a aplicação
das TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação – às situações de sala de aula. Os
cursistas são professores que buscam conhecimento sobre o tema e, por tratar-se de um
curso realizado à distância, a interação se dá através de um Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA), no caso o ambiente e-proinfo 1. Em todas as atividades, além dos

1 e-proinfo é um AVA – ambiente virtual de aprendizagem - que permite a concepção, complemento a cursos
presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativos e diversas outras formas de apoio a distância e ao processo

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conteúdos programáticos, cursistas e tutor trocam relatos de experiências, fazem
considerações, sugestões e críticas aos trabalhos postados. Nesses contatos, assim
como nas observações que fiz como supervisor de ensino, muitos professores expressam
as dificuldades que sentem em aplicar os conhecimentos estudados à realidade das
crianças da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental.
Assim, esse trabalho baseia-se em estudo de caso no qual serão estudados
conceitos que julgo importantes para a análise da prática do professor do primeiro ano do
ensino fundamental do sistema de ensino de Mauá, em relação ao uso do editor de texto
em sala de aula.
A aplicação dos editores de texto à alfabetização é vista, com alguma frequência,
nos trabalhos de professores que lecionam em turmas de ensino fundamental. Contudo,
muitos professores ainda veem esse processo como utopia, em se tratando de classes de
educação infantil e primeiros ano do ensino fundamental, em que as crianças ainda não
dominam o código escrito.

A Escola Municipal José Rezende da Silva, onde foram coletados os dados aqui
apresentados, é uma das quarenta escolas que compõem o Sistema Municipal de Ensino
na cidade de Mauá. Foi inaugurada em 13/09/1993, através do decreto municipal nº
5063/93 e está localizada no Parque São Vicente, bairro de classe média da cidade. Além
de atender crianças do Parque São Vicente, também recebe crianças do Jardim Oratório,
bairro originado a partir da maior favela do município, surgida nos anos 1970.

O sistema de ensino de Mauá é formado por 40 escolas, sendo que 21 delas


atuam somente na educação infantil, 16 delas mantém turmas de educação infantil e
primeiro ano do ensino fundamental, 1 atende apenas ao ensino fundamental do 2º ao 9º
ano e duas atuam na educação de jovens e adultos. Todas as escolas dispõem de
laboratórios de informática e, até o ano de 2009, a prefeitura mantinha contrato com a
empresa Positivo Informática. O contrato previa a formação de professores na utilização
de softwares e hardwares fornecidos pela empresa, bem como a contratação de
monitores que auxiliavam o trabalho de professores na escola. Desde o fim do contrato,
professores reclamavam da falta de orientação quanto ao uso do laboratório.
Consequentemente, os laboratórios passaram a ser utilizados com menor frequência e
em atividades previstas no projeto de ensino do professor. É necessário dizer que, mesmo

ensino-aprendizagem. Pode ser acessado pelo endereço: http://www.eproinfo.mec.gov.br

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quando havia contrato com a Positivo Informática, notava-se a ruptura entre as atividades
trabalhadas e o projeto de ensino do professor.

Desde o fim do contrato com a Positivo Informática, não há, na secretaria de


educação do município, um setor ou agente público que atue na gestão de tecnologias
aplicadas a aprendizagem. O processo de gestão é feito na própria escola pelos diretores
e coordenadores pedagógicos.

Além de contextualizar o ambiente e as condições em que se dá a prática


educativa, é importante observarmos, também, os objetivos para o ciclo I (1º e 2º anos) do
Ensino Fundamental, apresentados nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua
Portuguesa:

As práticas educativas devem ser organizadas de modo a garantir,


progressivamente, que os alunos sejam capazes de:
• compreender o sentido nas mensagens orais e escritas de que é destinatário
direto ou indireto: saber atribuir significado, começando a identificar elementos
possivelmente relevantes segundo os propósitos e intenções do autor;
• ler textos dos gêneros previstos para o ciclo, combinando estratégias de
decifração com estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação;
• utilizar a linguagem oral com eficácia, sabendo adequá-la a intenções e
situações comunicativas que requeiram conversar num grupo, expressar
sentimentos e opiniões, defender pontos de vista, relatar acontecimentos, expor
sobre temas estudados;
• participar de diferentes situações de comunicação oral, acolhendo e
considerando as opiniões alheias e respeitando os diferentes modos de falar;
• produzir textos escritos coesos e coerentes, considerando o leitor e o objeto da
mensagem, começando a identificar o gênero e o suporte que melhor atendem à
intenção comunicativa;
• escrever textos dos gêneros previstos para o ciclo, utilizando a escrita alfabética
e preocupando-se com a forma ortográfica;
• considerar a necessidade das várias versões que a produção do texto escrito
requer, empenhando-se em produzi-las com ajuda do professor.(BRASIL, 1997,
p.68)

Como pode-se observar, o professor deve pensar sua prática com base nos
objetivos para a o 1º e 2º anos do ensino fundamental que estabelecem, entre outras
coisas, que os alunos sejam capazes de compreender mensagens, ler e produzir textos.
O editor de texto é, pois, uma ferramenta cujos recursos propiciam o trabalho desses
aspectos. Por isso mesmo, os PCNs de Língua Portuguesa, mencionam o computador,
quando se referem a recursos didáticos e sua utilização:

(...)é necessário que se faça menção ao computador: alguns programas


possibilitam a digitação e edição de textos produzidos pelos alunos para
publicações internas da classe ou da escola; outros permitem a comunicação com
alunos de outras escolas, estados, países; outros, ainda, possibilitam o trabalho
com aprendizagens específicas, sobretudo a leitura.(BRASIL, 1997, p.62)

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Diante do exposto, tanto em relação à realidade do sistema de ensino de Mauá,
quanto às dificuldades relatadas pelos cursistas do “Mídias na Educação”, evidencia-se a
necessidade de se estudar como o computador e, especificamente os editores de texto,
podem ser utilizados para o aprendizado de crianças do primeiro ano do ensino
fundamental. Para tanto pretende-se um melhor entendimento do tratamento dado aos
recursos tecnológicos nos projetos de ensino elaborados pelos professores e de sua
aplicação à prática educativa.
O objetivo geral da pesquisa é analisar as possíveis contribuições do trabalho com
o editor de texto Writer BrOffice no processo de ensino-aprendizagem de alunos do
primeiro ano do ensino fundamental da Escola Municipal José Rezende da Silva, em
Mauá/SP.
Os objetivos específicos da pesquisa são:
• Apresentar a ferramenta Writer da suíte BrOffice;
• Analisar com professores as possibilidades de aplicação do editor de texto
Writer da suíte BrOffice ao processo de ensino – aprendizagem, considerando os
objetivos e ações propostos no projeto de ensino do professor;
• Coletar informações com professores aplicadores em relação ao trabalho com o
editor de texto BrOffice Writer;
• Organizar as informações obtidas através de observação do trabalho e
questionário direcionado aos professores, buscando os seguintes dados: número
de alunos envolvidos, conhecimentos prévios necessários aos alunos, pontos
positivos para o processo de ensino-aprendizagem, dificuldades na aplicação; nível
de motivação dos alunos, objetivos didáticos.

No capítulo dedicado à fundamentação teórica são elencados os autores nos quais


a pesquisa se baseia, com citações de fragmentos das obras que são descritas nas
referências.
Prossigo com “O editor de texto BrOffice Writer”, faço uma comparação entre os
softwares proprietários e softwares livres e prossigo com a apresentação do Writer, editor
de texto da suíte BrOffice.
No subtítulo “O editor de texto e os projetos de ensino”, são abordadas questões
relativas às dificuldades apresentadas pelos professores para a utilização de recursos do

16
laboratório de informática ao trabalho de sala de aula. Discorro sobre a questão do
planejamento, em especial enfatizando a necessidade da previsão do uso do recurso
tecnológico em projeto de ensino.
Na sequência em “Análise dos Dados” são explanados os critérios e metodologia
para coleta e registro dos dados, buscando-se ações que caracterizem a pesquisa
calcada em aspectos qualitativos, conforme disposto na fundamentação teórica, e é feita
a descrição do trabalho de organização e análise dos dados com base nos referenciais
teóricos apresentados.
Ao final, apresento as considerações a que cheguei após a realização da
pesquisa .

17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na busca de respostas às indagações aqui propostas, faz-se necessário o estudo


de conceitos importantes como a relação entre as mídias e as competências do educador,
o papel do educador reflexivo, entre outros. Assim, este trabalho baseia-se nos autores
apresentados a seguir, cujos conceitos contemplam as linhas teóricas que referenciam a
pesquisa.

Definido o objeto de estudo, o uso do editor de texto BrOffice Writer em turmas de


primeiro ano do ensino fundamental, era preciso obter conhecimentos sobre as turmas de
primeiro ano do ensino fundamental como os objetivos propostos para as crianças,
especificamente no domínio do código escrito - uma vez que o aplicativo Writer destina-se
ao trabalho com texto -, e a previsão do uso de computadores e seus recursos nessa fase
do ensino fundamental. Essas informações foram obtidas por meio dos PCNs –
Parâmetros Curriculares nacionais – para o ensino de língua portuguesa no ensino
fundamental (BRASIL, 1997).

Também era necessário encontrar trabalhos que falassem sobre educação digital,
e sobre aplicação de computadores e suas ferramentas, em especial os editores de texto,
à prática educativa de professores de turmas de primeiro ano do ensino fundamental.

Araújo e Glotz (2009) justificam a necessidade de a escola promover a inclusão


digital e falam sobre a aplicação das chamadas TICs – Tecnologias de Informação e
Comunicação á prática educativa:

Nesta Sociedade do Conhecimento, em que as TIC’s e as mídias de uma


forma geral se fazem cada vez mais presentes na vida dos indivíduos, vemos
surgir um novo tipo de excluído: o excluído digital. Quando a pessoa não possui o
domínio, ainda que mínimo, dos conhecimentos que são necessários para que
possa interagir em sociedade a partir do emprego das TIC’s, o não-domínio das
mesmas torna-se, em algumas situações, um fator de exclusão. A nossa
atualidade exige que, além do domínio do ler e escrever, sejamos também
letrados digitais. (ARAÚJO;GLOTZ, 2009, p.3)

Os professores devem também utilizar os recursos tecnológicos disponíveis na


escola de modo a contribuir para a melhoria da qualidade das aulas:
Outra situação comum é a existência de escolas em que os professores dão

18
aula e desenvolvem atividades recorrendo unicamente a recursos comuns (e por
isso muitas vezes inadequados e defasados em relação ao perfil dos sujeitos da
aprendizagem e às suas necessidades cognitivas); em outras, até há recursos
tecnológicos, mas a maioria não chega a serem utilizados de forma que o
potencial dos mesmos seja devidamente explorado. (ARAÚJO;GLOTZ, 2009, p.6)

Perrenoud (2000) evidencia a mesma preocupação quando estabelece, entre as


dez novas competências para ensinar, a utilização de novas tecnologias por parte do
professor destacando, inclusive, o uso de editores de texto:

Tradicionalmente o ensino baseia-se em documentos. Um professor pouco criativo


irá contentar-se em usar os manuais e outros “livros do professor” propostos pelo
sistema educacional ou pelos editores especializados. Ainda assim, é provável
que ele não escape das novas tecnologias, à medida que os documentos
impressos forem cada vez mais completos, atualizado, até mesmo integralmente
substituídos por documentos gravados sob forma digital, colocados à disposição
em CD-ROM ou em rede. A competência mínima requerida consistirá em situá-los,
em conciliá-lo com seu lugar de trabalho e mostrá-los aos alunos, se imprimindo-
os, seja projetando-os em uma tela(...) vê-se que essa simples transferência do
impresso para os suportes digitais supõe que o professor construa uma grande
capacidade de saber o que está disponível, de mover-se nesse mundo e de fazer
escolhas.(PERRENOUD, 2000, p.129)

Ainda sobre o editor de texto Writer, e falando sobre algumas das vantagens no
seu uso em sala de aula escreve Ramos ():

A “plasticidade” da escrita com o uso deste tipo de ferramenta é visível pela


facilidade de alteração de um documento. Ao escrever, o usuário pode selecionar
trechos e realizar edições como mover, apagar, substituir palavras etc. A
estruturação de um texto, com o uso da tecnologia, ganha enorme agilidade, visto
que elimina as operações que ocorreriam no suporte do papel, como rasuras,
“passar a limpo” etc. A eliminação destas atividades morosas permite ao
estudante dedicar seu tempo inteiramente à autoria do material, potencializando
produções mais elaboradas. (RAMOS, 2009, p.132)

Definido o problema, foi necessário escolher uma abordagem para a pesquisa. Por
sugestão de minha orientadora, utilizei as obras de Gatti (2007) e Lüdke (2012).

O trabalho de Gatti (2007) traça um panorama das pesquisas em educação no

19
Brasil e de suas implicações para, em seguida, discorrer sobre a questão do método
nessas pesquisas, bem como sobre os modelos quantitativos e qualitativos de pesquisa e
das críticas ao primeiro.

Observamos que, de pesquisas extremamente instrumentalizadas e de medidas


aparentemente bem definidas, como o uso de modelos estatísticos mais ou menos
sofisticados, nós saltamos para o lado oposto, onde passamos a fazer a crítica
acirrada a inoperância desse modelo. Mas, devemos reconhecer que se caiu no
absoluto de uma crítica que nem sempre explicitou seus princípios e ficou num
discurso na maioria das vezes vago, porque pouco fundamentado em
conhecimento consistentes sobre o outro modelo, no caso o quantitativo(..)(Gatti,
2007, p.28)

A autora defende os chamados modelos qualitativos, mas, no sentido de buscar


uma opção metodológica coerente com as novas concepções no campo da pesquisa, não
descarta as contribuições do modelo quantitativo, esclarecendo que, embora se pretenda
a superação, na pesquisa em educação, de modelos meramente quantitativos de análise
e coleta de dados e a opção por modelos qualitativos não apoiados simplesmente em
medidas operacionais, cuja intensidade é traduzida em números, ambos não são
totalmente dissociados:

É preciso considerar que os conceitos de quantidade e qualidade não são


totalmente dissociados, na medida em que de um lado a quantidade é uma
interpretação, uma tradução, um significado que é atribuído à grandeza com que
um fenômeno se manifesta (portanto é uma qualificação dessa grandeza), e de
outro ela precisa ser interpretada qualitativamente pois, sem relação a algum
referencial não tem significação em si. (Gatti, 2007, p. 29)

Tendo me convencido da importância de realizar um trabalho com base em


modelos qualitativos, restava ainda a busca por uma abordagem qualitativa que
contemplasse as humildes características e diminutas dimensões de minha pesquisa. O
trabalho de Lüdke (2012), contribuiu para a escolha do estudo de caso.

O estudo de caso é o estudo de um caso, seja ele simples e específico, como o de


uma professora competente de uma escola pública, ou complexo e abstrato, como
o das classes de alfabetização (CA) ou o do ensino noturno. O caso é sempre
bem delimitado, devendo ter seus contornos claramente definidos no desenrolar
do estudo. O caso pode ser similar a outros, mas é ao mesmo tempo distinto, pois

20
tem um interesse próprio, singular. (Lüdke, 2012, p.17)

No artigo de Araújo e Glotz (2009), pude confirmar a dificuldade enfrentada por


outras escolas, em especial dos sistemas públicos de ensino, em relação a obter e manter
um laboratório de informática que possa contribuir para o trabalho com os alunos, além de
situações que demonstram a dificuldade de professores e gestores escolares em
enriquecer e aprimorar a prática de sala de aula por meio do uso da tecnologia, em
especial do computador.

(..)sem uma reformulação no próprio funcionamento das instituições de


ensino, de suas propostas pedagógicas, grades curriculares, estrutura física, entre
outros elementos, a questão de as escolas tornarem-se uma instância efetiva de
inclusão digital é algo que ainda se encontra distante de nossa realidade
educacional.(ARAÚJO;GLOTZ, 2009, p.8)

Os autores abordam a função da escola como “instância efetiva de inclusão digital”,


contudo, afirmam que as dificuldades dos estabelecimentos de ensino em trabalhar a
inclusão digital, mesmo através da chamada alfabetização digital, vão além de seus
muros, e implicam em questões relacionadas à estrutura dos sistemas de ensino.

Para compreender como se dá o processo de aquisição do código escrito por parte


das crianças, foram retomados os estudos de Ferreiro e Teberosky (1999), nos quais
encontram-se subsídios para classificar o nível de apropriação do código escrito pelas
crianças que participaram do estudo, ou, utilizando-me de uma terminologia popularizada
por seu mais famoso trabalho, entender com se dá a psicogênese do código escrito na
criança.

Os níveis de psicogênese da língua escrita, descritos por Ferreiro e Teberosky


(1999) são:

Pré - silábica ( Nível 1) : Início da construção, as tentativas das crianças dão-se no


sentido da reprodução dos traços básicos da escrita com que elas se deparam no
cotidiano. O que vale é a intenção, pois, embora o traçado seja semelhante, cada um "lê"
em seus rabiscos aquilo que quis escrever. Desta maneira, cada um só pode interpretar a
sua própria escrita, e não a dos outros. Nesta fase, a criança elabora a hipótese de que a
escrita dos nomes é proporcional ao tamanho do objeto ou ser a que está se referindo.

Pré – silábica (nível 2 ) : A hipótese central é de que para ler coisas diferentes é

21
preciso usar formas diferentes. A criança procura combinar de várias maneiras as poucas
formas de letras que é capaz de reproduzir. Nessa fase, ao tentar escrever, a criança
respeita duas exigências básicas: a quantidade de letras (nunca inferior a três) e a
variedade entre elas, (não podem ser repetidas).

Silábica (Nível 3 ) : São feitas tentativas de dar um valor sonoro a cada uma das
letras que compõem a palavra. Surge a chamada hipótese silábica, isto é, cada grafia
traçada corresponde a uma sílaba pronunciada, podendo ser usadas letras ou outro tipo
de grafia. Há, neste momento, um conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima
de letras exigida para que a escrita possa ser lida.A criança, neste nível, trabalhando com
a hipótese silábica, precisa usar duas formas gráficas para escrever palavras com duas
sílabas, o que vai de encontro às suas idéias iniciais de que são necessários, pelo menos
três caracteres. Este conflito a faz caminhar para outra fase.

Silábico alfabético (nível4): Ocorre, então a transição da hipótese silábica para a


alfabética. O conflito que se estabelece - entre uma exigência interna da própria criança
(o número mínimo de letras ) e a realidade das formas que o meio lhe oferece, faz com
que procure soluções. Ela, então, começa a perceber que escrever é representar
progressivamente as partes sonoras das palavras, ainda que não o faça corretamente.

Alfabética (nível 5): finalmente, é atingido o estágio da escrita alfabética, pela


compreensão de que a cada um dos caracteres da escrita corresponde valores menores
que a sílaba, e que uma palavra, se tiver duas sílabas, exigindo, portanto, dois
movimentos para ser pronunciada, necessitará mais do que duas letras para ser escrita e
a existência de uma regra produtiva que lhes permite, a partir desses elementos simples,
formar a representação de inúmeras sílabas, mesmo aquelas sobre as quais não tenham
exercitado

22
2.1 O EDITOR DE TEXTO BROFFICE WRITER

A secretaria de educação do município de Mauá e as escolas que compõem o


sistema de ensino municipal utilizam em todos os seus computadores, sejam de uso
administrativo ou pedagógico, o pacote de aplicativos BrOffice.

O primeiro lote de computadores adquiridos como o pacote BrOffice chegou à


secretaria de educação de Mauá no ano de 2004, para uso nas escolas municipais, tanto
na administração, quanto nos laboratórios de informática. As máquinas utilizadas na
secretaria de educação continuaram com o pacote office. Isso, obviamente causou muitos
problemas relacionados ao fluxo de dados entre escolas e secretaria de educação, devido
aos formatos diferentes em que eram salvos – gravados - os documentos produzidos.
Houve, inicialmente, muita reclamação, por parte dos usuários das escolas, quanto à
“qualidade” dos softwares do pacote BrOffice. Isso se deu em razão da falta de
capacitação dos usuários para utilização do novo pacote.

Em 2009, foram substituídos todos os computadores da secretaria de educação e


das escolas com a aquisição de quatrocentas e cinquenta máquinas novas. Esse novo
lote de computadores, foi adquirido sem o pacote Office. Desde então, escolas e
secretaria de educação utilizam o pacote BrOffice writer.

A aquisição dos computadores sem o pacote BrOffice representou uma


considerável economia de recursos públicos. Contudo, além da economia de recursos, a
opção pelo pacote BrOffice foi também política, baseada em argumentos apresentados
por muitos estudiosos, entre eles Silveira (2004) que apresenta cinco motivos para o país
adotar o software livre:

1) argumento macroeconômico,
2) argumento de segurança,
3) argumento da autonomia tecnológica,
4) argumento da independência de fornecedores,
5) argumento democrático.
Do ponto de vista macroeconômico, a adoção do software livre permite reduzir
drasticamente o envio de royalties pelo pagamento de licenças de software,
gerando maior sustentabilidade do processo de inclusão digital da sociedade
brasileira e de informatização e modernização das empresas e instituições.
(…)

23
Sob o aspecto de segurança, (…) A base do software livre está no seu código-
fonte aberto.
O modelo do software proprietário se afirma na ausência de transparência do seu
código-fonte, que deve permanecer fechado e escondido de seu usuário.
Assim, o software aberto pode ser completamente auditado pelos seus usuários.
O software proprietário não possui auditabilidade plena.(...)
Usando o software livre, o governo pode analisar todo o código que adquire.
Também pode retirar rotinas duvidosas que estariam presentes no software em
uso; enfim, pode alterá-lo para dar maior segurança. (…)

Sob o terceiro aspecto, a adoção do software livre amplia as condições de


autonomia e capacitação tecnológica do país, uma vez que permite que usuários
nacionais sejam também desenvolvedores internacionais. Com o acesso à
documentação que contém os códigos-fonte, o software livre permite aos técnicos,
engenheiros e especialistas que acompanham a evolução do software se
capacitarem para alterá-lo de acordo com os interesses de cada local.(...)

Do ponto de vista da independência de fornecedores, o software livre é imbatível.


Como não há software livre sem código-fonte aberto, quando o governo opta por
este padrão ele se esquiva do aprisionamento posterior à empresa que tenha
desenvolvido um software para seu uso. Ao contratar uma empresa para entregar
determinado software, o governo pode fazê-lo exigindo seus códigos-fonte e
garantindo sua publicação sob a licença GPL. Dessa forma, terá independência
completa de seu fornecedor e poderá acrescentar novas funcionalidades no
software ou simplesmente melhorar as já existentes sem estar preso à empresa
que o criou (…)

O quinto argumento é o democrático. As tecnologias de informação e


comunicação estão se consolidando como meios de expressão do conhecimento,
de expressão cultural e de transações econômicas. A limitação de seu acesso
começa a ser percebida como uma violação dos direitos fundamentais.
(SILVEIRA, 2004, p. 38 - 42)

Esses argumentos explicam porque entes governamentais buscam, cada vez mais,
o software livre. O governo federal, através do PROINFO, Programa Nacional de
Tecnologia Educacional, tem feito parcerias com governos estaduais e municipais para
fornecimento de laboratórios completos baseados em software livre para escolas de todo
o Brasil, além da formação de professores e da produção de softwares e outros materiais
para uso pedagógico.

Tratando dos dois principais pacotes de softwares aqui apresentados, eles têm
nomes bem parecidos, originados da palavra inglesa “office” - escritório em português- e,
como tal, apresenta uma série de softwares que podem ser aplicados às mais diversas
tarefas de um escritório, especialmente aquelas envolvidas com a criação e edição de
textos, planilhas, apresentações e bancos de dados, entre outras.

O pacote BrOffice é uma alternativa ao conhecido pacote Office da empresa

24
Microsoft.

O quadro a seguir apresenta as características e os principais softwares de cada


um dos pacotes:

Quadro 1 – Principais aplicativos dos Pacotes Office e Broofice:

BrOffice Microsoft Office Aplicação


Writer Word Criação e edição de textos
Calc Excel Criação e edição de Planilhas
Impress Powerpoint Criação e edição de apresentações
Base Access Criação e edição de bancos de dados

Há muitas semelhanças entre os softwares dos dois pacotes mencionados,


contudo o pacote Office é um produto comercial da empresa americana Microsoft.
Portanto, seu código fonte é fechado, não permitindo a alteração e, tampouco, a cópia
de sua estrutura e características. O código fechado é comum aos softwares conhecidos
como “proprietários”, assegurando os direitos de criação e possíveis lucros com a
comercialização à empresa que os produz.

O BrOffice, por outro lado, é composto por aplicativos baseados em softwares livre
ou softwares de código aberto, como são conhecidos. Sua criação e atualização se deve
ao engajamento de uma comunidade12

25
Figura 1 – Interface do BrOffice Writer

A barra de ferramentas apresenta organização e ícones parecidos com os do


Microsoft Word e os menus também são semelhantes:

Figura 2 – Barra de ferramentas do BrOffice Writer

Podem-se observar entre outros, ícones como uma impressora para representar a
ferramenta de impressão, uma tesoura que ilustra a operação de recortar, duas folhas de
papel sobrepostas que indicam a função de copiar. A barra de menus também traz
palavras conhecidas dos usuários do editor Word como “Arquivo”, “Editar”, “Exibir”,
“Inserir”, “Formatar”, que representam categorias de funções que podem ser utilizadas
pelos usuários do aplicativo. Algumas diferenças também podem ser observadas como o

26
ícone dedicado à função de salvar – gravar ou “guardar” um documento no disco rígido do
computador – que apresenta uma seta verde apontando para a gaveta de um arquivo em
oposição ao já conhecido ícone do disquete que representa a mesma função no aplicativo
Word. Também a formatação de caracteres em negrito, itálico e sublinhado, indicados
com as letras “N”, “I” e “S” no Word, são representadas no Writer pela letra “A” nos três
tipos de formatação.

Ainda, encontramos as setas voltadas para a esquerda e para a direita indicando


respectivamente as ações de desfazer e refazer certas funções, as caixas de opções para
formatação da fonte que permitem mudanças de estilo, de nome e tamanho da fonte e as
ferramentas para mudança de cor da fonte.

Outra característica importante e que garante a migração de documentos


produzidos no Writer para outros formatos, de modo que se possa ler e editar seu
conteúdo até mesmo no Microsoft Word, é a possibilidade de salvar os documentos em
diversos formatos.

Para salvar um documento do Writer é só clicar em Arquivo na barra de menus e


escolher a opção “salvar como”:

Figura 3 – Salvar como

27
Quando clicamos em “salvar como”, surge um quadro com o sistema de arquivos e
opções de gravação para o documento.

Figura 4 – Salvar como - formato

Na parte superior podemos digitar o nome do documento. Em seguida, podemos


escolher o local em que o documento será salvo – gravado. Se, por exemplo,
escolhermos salvá-lo no “desktop”, o documento será gravado na área de trabalho do
usuário. Pode-se buscar qualquer local do sistema de arquivos ou criar uma nova pasta
para o documento no canto superior direito, logo abaixo do nome. Na parte inferior,
encontra-se a opção de formatos em que podemos escolher o formato no qual o
documento será salvo. Isso é importante pois, dependendo do formato que escolhermos o

28
documento não poderá ser aberto em outros aplicativos, como o Word, por exemplo. Para
que o documento possa ser utilizado pelo Microsoft Word podemos escolher, entre
algumas opções, os formatos “Microsoft Word 97/2000/XP/2003 (.doc)” ou Rich Text
Format (.rtf).

Figura 5 – Salvar como – formato (cont.)

Em suma, como mencionado anteriormente, a opção pelo estudo da aplicação


desse editor de texto ao trabalho com turmas de 1º ano foi facilitada por sua difusão e uso
no nosso sistema de ensino, contudo a principal razão para sua escolha foi a
possibilidade de acesso gratuito à ferramenta sem que seja necessário ao usuário
desembolsar um alto valor pela sua aquisição. Essa característica tem levado muitos
usuários comuns e até corporações, em especial órgãos e empresas públicas, mas
também da iniciativa privada, a migrarem para o Writer e demais aplicativos do pacote
BrOffice.

29
2.2 O EDITOR DE TEXTO E OS PROJETOS DE ENSINO

Como qualquer atividade desenvolvida com a intenção sistemática de criar


situações de ensino e aprendizagem, o trabalho com o Writer deve ser previsto no projeto
de ensino do professor.

Na atividade de planejar devem ser consideradas todas as variáveis possíveis,


desde o estabelecimento prévio do foco de trabalho e proposição de objetivos para os
alunos, passando por quais características da ferramenta poderão privilegiar os estudos
dos alunos e, até mesmo, questões relacionadas ao agendamento prévio do espaço do
laboratório e condições de manutenção dos computadores. Por exemplo, se trabalhamos
com turmas em que os alunos ainda estão em processo de apropriação do código escrito
é necessário atentar para o tipo de fonte utilizado, seu tamanho e se o software está
configurado para escrever em caixa alta ou baixa (letras maiúsculas ou minúsculas)

Segundo Ramos (2009), é importante considerar que a ferramenta Writer deve


servir ao projeto, não o contrário, por isso mesmo ao professor são necessários
conhecimentos prévios sobre a ferramenta, contudo não é preciso ser um especialista e
ter amplos conhecimentos a seu respeito para começar a utilizá-la no trabalho
pedagógico. A mesma abordagem deve ser trabalhada com o aluno que deve receber
orientações suficientes para que possa realizar as atividades que lhe são propostas.

Com um bom planejamento é possível aproveitar ao máximo as características do


editor de texto como a possibilidade de alterar tamanho, cor, fonte dos caracteres, de
inserir figuras e tabelas, de corrigir o texto.

A estruturação de um texto, com o uso da tecnologia, ganha enorme


agilidade, visto que elimina as operações que o correriam no suporte do
papel, como rasuras, “passar a limpo” etc. A eliminação destas atividades
morosas permite ao estudante dedicar seu tempo inteiramente à autoria
do material, potencializando produções mais elaboradas. (RAMOS, 2009,
p.132)

30
3 ANÁLISE DOS DADOS

A pesquisa foi realizada por meio de trabalho de campo baseado na observação de


atividades com o BrOffice Writer, propostas para crianças de duas turmas de primeiro ano
da escola municipal José Rezende da Silva, em Mauá, São Paulo.

O quadro abaixo apresenta a formação de classes da escola em 2013:

Quadro 2 – E.M. José Rezende da Silva - Formação de Classes 2013

Modalidade Fase Faixa Etária Turmas Alunos


Educação Grupo 1 1 ano 01 19
Infantil
Grupo 2 2 anos 01 24
Grupo 3 3 anos 01 25
Grupo 4 4 anos 05 125
Grupo 5 5 anos 05 160
Ensino
1º Ano 6 anos 05 160
Fundamental

Primeiramente, foi realizado um encontro com as professoras dos primeiros anos


da escola. Nesse encontro, apresentei-me e falei sobre o curso Mídias na Educação e
sobre o tema que escolhi para o trabalho final, a aplicação do software BrOffice Writer ao
trabalho com crianças de primeiro ano do ensino fundamental.

Falei com as professoras sobre o Writer e indaguei se já tinham trabalhado com a


ferramenta no laboratório de informática. Embora conhecessem o software, nenhuma das
professoras presentes havia utilizado o Writer no trabalho com as crianças. Declararam
que o trabalho no laboratório ficava prejudicado pela ausência de um monitor que
pudesse auxiliar na realização das tarefas e que quando utilizavam os computadores,
restringiam-se a softwares de jogos educativos, a maioria da empresa Positivo
Informática.

Fiz uma breve explanação sobre o uso do BrOffice Writer e de como algumas
atividades previstas em seus projetos de ensino poderiam ser adequadas à ferramenta.

Duas professoras dispuseram-se a colaborar com as observações. Nesse trabalho


serão mencionadas como professoras 1 (um) e 2 (dois), responsáveis, respectivamente

31
pelos primeiros anos B e C. Agendamos, então, um encontro para a observação do
trabalho.

Na sequência, são apresentados os perfis das duas professoras que participaram


da pesquisa.

Quadro 3 – Perfil dos Professores

Professor Perfil
29 anos, nascida em São Bernardo do Campo/SP.
Formada em Pedagogia, em 2008 pelo Centro
Universitário Fundação Santo André. Iniciou sua
Professora 1 carreira no magistério em 2009 e ingressou no
município de Mauá em 03/05/2010, ingressando
por meio de concurso público como professora
efetiva.
50 anos, nascida em São Paulo/SP. Formada em
Pedagogia, no ano de 1986, pelo Centro
Universitário Fundação Santo André . Iniciou sua
carreira na Prefeitura de Mauá com cargo em
comissão de 1997 a 2004, quando exerceu as
Professora 2
funções de Diretora de Escola e Supervisora de
Ensino. Em 2009 e 2011, atuou novamente como
professora contratada e em 11/04/2012, foi
selecionada em concurso público atuando como
professora efetiva desde então.

Analisando o perfil das professoras, verifica-se que ambas têm experiência de, pelo
menos, cinco anos no magistério. Formadas em pedagogia, frequentaram em épocas
distintas e mesma universidade. A professora 2, tem experiência nas funções de gestão.
Nas atividades propostas ambas apresentaram o mesmo grau de
comprometimento e manifestaram, oralmente, a vontade de conhecer mais sobre a
plicação de tecnologias ao trabalho educativo.
No dia marcado para as observações esperávamos utilizar todo os computadores
do laboratório que ao todo são quinze máquinas, contudo, encontramos alguns obstáculos
à realização da pesquisa. Na semana anterior, uma pane elétrica causou danos à onze
máquinas do laboratório, sendo que restaram apenas quatro máquinas funcionando.
Outro problema que tivemos foi a falta não prevista de três professoras no período da
tarde. Tive que contar, então, com a boa vontade da professora coordenadora pedagógica
da escola que fez arranjos a fim de garantir que oito crianças do 1º ano B e seis crianças

32
do 1º ano C pudessem participar das atividades ao lado das respetivas professoras. As
duas situações modificaram sensivelmente as expectativas previstas para a observação
das atividades, principalmente em relação ao tamanho da amostra.

Conversei brevemente com as professoras e decidimos que trabalharíamos


com alunos em diferentes níveis de apropriação do código escrito: pré-silábica, silábica,
silábico-alfabética e alfabética, em consonância com os estudos de Ferreiro e Teberosky
(1999).

A professora 1 escolheu oito e a professora 2 escolheu seis dos seus alunos.

Primeiramente, acompanhei os oito alunos da professora 1.

Em sala de aula, a professora já havia orientado sobre o trabalho.

Ao chegarmos ao laboratório falamos sobre a dificuldade com o número de


computadores disponíveis e que, por causa disso, eles teriam que se revezar no uso do
equipamento.

Auxiliei a professora e conduzimos as crianças para a abertura do Writer. Em


seguida, a professora pediu-lhes que escrevessem seus nomes. Notamos que houve uma
dificuldade inicial com o uso das letras que estavam em caixa baixa. Fizemos a
modificação para caixa alta que é mais conhecida dos alunos que utilizam letra bastão em
suas atividades manuscritas. Com exceção de um dos alunos, que está no nível pré-
silábico, todos conseguiram escrever corretamente os seus nomes. Após isso, a
professora sugeriu-lhes que escrevessem a letra da música infantil “A canoa virou”. Duas
crianças escreveram exatamente o título da canção. Os outros alunos que ainda não
conseguiam escrever foram estimulados a apresentarem suas hipóteses de escrita.

Após a escrita, as crianças foram orientadas sobre a possibilidade de alterarem o


tamanho, tipo e cor da fonte, além de inserirem figuras da ferramenta de desenho.
Passaram, então, a fazer diversas alterações até encontrarem o tamanho, tipo e cor da
fonte que os satisfizesse.

Ao final, ensinamos-lhes como salvar seus trabalhos e como criar pastas para
guardá-los.

O tempo de observação foi de aproximadamente cinquenta minutos.

33
Em seguida, a professora 2 trouxe seis dos seus alunos. Para auxiliá-los, deixei o
Writer já aberto.

A professora 2 também conversara previamente com as crianças e chegando ao


laboratório, falou sobre o software BrOffice Writer e explicou que servia para escrevermos
como se fosse uma folha de papel com a vantagem que não estragaríamos o papel e que
era mais fácil consertar caso erássemos alguma coisa.

Da mesma forma que os alunos da turma anterior, os alunos da professora 2


também foram orientados a utilizarem as máquinas em esquema de revezamento.

De seus alunos, dois tiveram muita facilidade em escrever e formatar o texto


conforme nossas indicações. Estes nos informaram que costumavam utilizar
computadores em casa. Os demais necessitaram de ajuda, principalmente no momento
de selecionar o texto para formatação, sendo que precisamos colocar nossas mãos sobre
as deles para guiá-los no movimento de mouse necessário para a realização da tarefa.

As crianças também escreveram seus nomes, segundo suas hipóteses de escrita,


e trechos de canções infantis que conheciam. Após a escrita foram orientados a formatar
o texto buscando novos tamanhos, cores e tipos diferentes de fontes. Também inseriram
figuras e alguns formataram as figuras com diferentes cores.

Com essa turma o tempo de observação foi de aproximadamente trinta minutos.

As professoras, cujas crianças foram observados na prática de laboratório, foram


solicitadas a responder um questionário para a coleta de maiores informações.

A seguir, apresento algumas produções de crianças das duas turmas com


comentários colhidos junto a elas. As produções foram orientadas pelas professoras a
partir do programa desenvolvido em seus projetos de ensino. Nas turmas, que iniciaram
aulas em quatro de fevereiro deste ano, as professoras estão trabalhando a escrita e
leitura de seus nomes para, a partir das letras e sílabas passarem a outras palavras. Além
de seus nomes, são trabalhadas outras palavras de seu universo como as presentes em
letras de canções infantis e outras utilizadas com frequência no cotidiano dos alunos.

34
Figura 6 – Produção da aluna 1 – 1º ano B

Na figura 6, a aluna 1, do 1º ano B, escreveu seu primeiro nome e um trecho das


canções infantis “A canoa virou” e “O sapo não lava o pé”

Figura 7 – Produção da aluna 2, 1º ano B

Acima a produção da aluna 2, do 1º ano B, apresentando seu nome e a hipótese

35
de escrita para a letra de “A canoa virou”.

Figura 8 – Produção do aluno 1 – 1º ano C

A figura 8 traz a produção do aluno 1 do 1º ano C. Além do nome, o aluno inseriu


figuras da ferramenta de desenho, formatou as cores e aplicou o realce de cor ao texto.

Figura 9 – Produção da aluna 2, 1º ano C

36
A aluna 2, do 1º ano C2 (figura 9), escreveu e formatou as letras de seu nome,
inseriu uma figura e a coloriu. Concluiu seu trabalho com sua hipótese de escrita para a
palavra vovô.
A observação das atividades desenvolvidas pelas crianças trouxe-me algumas
indagações, principalmente em relação ao uso do computador. A primeira delas diz
respeito à afirmação presente no trabalho de Araújo e Glotz (2009) de que o uso do
computador demanda de seu usuário um do mínio da leitura e da escrita:
Ao pensarmos no letramento digital enquanto um possível instrumento de
combate ao analfabetismo – tanto o tradicional como o digital - é necessário
analisarmos os aspectos positivos desse recurso e também suas limitações.
Uma primeira questão a ser apontada é que o uso das TIC’s, principalmente
do computador e da internet, demanda de seu usuário um domínio da leitura e da
escrita, pois, por mais superficial que sejam os conhecimentos linguísticos para se
manusear um computador ou navegar na net, é fato que eles são necessários.
(ARAÚJO;GLOTZ, 2009, p.16)

Considerando a afirmação do autor de que o uso das tecnologias de informação e


comunicação – TICs – demanda do seu usuário um domínio da leitura e da escrita, avalio
que, essa afirmação aplica-se tão somente ao uso autônomo, sem acompanhamento, e
não ao uso, com tutoria, de alunos que ainda não dominam o código escrito,
principalmente em relação ao editor de texto, pois, seria o mesmo que disséssemos que o
papel só pode ser utilizado por quem, igualmente, tem habilidades de leitor e escritor.
As observações demonstraram que, mesmo, não sabendo escrever ou ler muito
mais do que seus nomes as crianças, se corretamente orientadas, podem fazer bom uso
do editor de texto e conseguiram utilizar bem as funções que lhe foram ensinadas.
Outro ponto que deve ser considerado é a leitura imagética dos ícones presentes
na barra de ferramentas que tem a função de facilitar a compreensão por parte do
usuário, levando-o a deduzir a aplicação pelo desenho apresentado no ícone. Um
exemplo disso é o ícone da impressora que facilmente nos leva à dedução de que está
relacionado com o trabalho de impressão.
Em relação aos objetivos geral e específicos, considero que, com exceção da
redução da amostra prevista que traz comprometimentos à qualidade dos resultados
obtidos, em razão de reduzido número de computadores, não houve outros problemas
dignos de nota.

37
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Antes de apresentar os resultados, faz-se necessário comentar o prejuízo causado


à pesquisa pelo reduzido número de computadores no laboratório da escola municipal
José Rezende da Silva. A redução do número de máquinas disponíveis teve que ser
acompanhada por uma redução no número de alunos observados o que cria uma variável
que não condiz à situação do cotidiano escolar das classes estudas. Os resultados
obtidos poderiam ser outros com um número maior de alunos, portanto, mais próximos da
realidade.
A partir da análise dos dados colhidos, considero que a aplicação da ferramenta
BrOffice Writer em turmas de primeiro ano do ensino fundamental pode oferecer muitas
vantagens à implementação do projeto de ensino do professor , como a a rapidez no
processo de escrita em comparação com a escrita manual, a facilidade em manter os
alunos motivados pela variedade de recursos, a possibilidade de registrar as produções
das crianças e de guardá-las para consulta ou alterações.
Além dos objetivos propostos para o ensino do código escrito, podem ser
trabalhados outros conhecimentos, mesmo que de maneira transversal, como a
organização do espaço virtual, a partir de orientações voltadas ao aluno no sentido de
localizar seus documentos e da criação de um sistema de pastas onde podem ser
guardadas todas as suas produções segundo sua natureza, sejam textos, imagens,
músicas ou vídeos. Isso porque o software BrOffice Writer não funciona isoladamente,
mas, vinculado ao sistema operacional que é responsável pelas funções de impressão,
criação de pastas, busca e gerenciamento de arquivos, entre outras.
É necessário dizer que o software não substitui o trabalho tradicional com o papel e
a escrita manual o seu uso deve se dar no sentido de complementar e enriquecer esse
trabalho.
Possíveis temores como o maior domínio dos recursos da ferramenta pelo do aluno
em comparação ao professor, podem ser afastados nessa fase, e em outras do ensino
fundamental, pois, a ferramenta constitui meio para se atingirem os objetivos propostos
pelo professor e não um fim em si. Além disso, segundo Freire (2000), um maior domínio
da ferramenta por parte do aluno em relação ao professor pode colocá-lo na posição de
mestre e o professor e outros colegas na posição de aprendizes o que é saudável do

38
ponto de vista dialógico e contribui para a valorização do esforço de aprender e ensinar.
Há que se atentar para a gestão das mídias, não somente na escola, mas, no
sistema de ensino como um todo, pois, assim como é importante equipar as escolas com
laboratórios completos de informática e outros dispositivos tecnológicos que possam
aprimorar o trabalho educativo, também o é cuidar da manutenção desses equipamentos,
orientar o corpo docente para o seu uso e melhor proveito pedagógico e garantir a
previsão do seu uso no projeto político pedagógico da escola e projetos de ensino dos
professores através de acompanhamento sistemático do trabalho pedagógico.
Em suma, o Writer, aliado ao projeto de ensino do professor – e a serviço deste -,
pode trazer contribuições significativas ao trabalho de ensinar e seu uso pode ser
aprimorado pela prática. Cabe mencionar que os resultados aqui apresentados não
esgotam as indagações a respeito da aplicação do editor de texto ao trabalho com
crianças do primeiro ano do ensino fundamental, mas, apontam uma possibilidade de
continuação da pesquisa para obtenção de resultados mais consistentes.

39
5 REFERÊNCIAS

ARAÚJO, V. D. L.; GLOTZ, R. E. O..O Letramento digital enquanto instrumento de


inclusão social e democratização do conhecimento: desafios atuais. Revista Paidéi@,
UNIMES VIRTUAL, Vol. 2, n. 1, jun.2009.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


Língua Portuguesa/Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília, 1997.

FERREIRO, E. e TEBEROSKY, A.. Psicogênese da Língua Escrita. Artmed Editora. Porto


Alegre. 1999

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa, Rio de


Janeiro: Paz e Terra, 2000.

GATTI, B. A..A construção da pesquisa em educação no Brasil. Brasília, Liber Livro


Editora, 2007

GOMES, R. O. A.. Aprendizagem e ensino com software livre: pesquisa intervenção na


formação de professores. Fortaleza. 2007.

KENSKI, V. M. Educação e tecnologias o novo ritmo da informação. Campinas, Papirus,


3ª ed., 2008.

LÜDKE, M.. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo. EPU, 2012

PERRENOUD, P.. Dez novas competências para ensinar: convite à viagem. Porto Alegre:
ArtMed, 2000.

RAMOS, E. M. F.. Introdução à Educação Digital/Edla Maria Faust Ramos, Monica


Carapeços Arriada, Leda Maria Rangearo Fiorentini. – 2. ed. – Brasília : Ministério da
Educação, Secretaria de Educação à Distância, 2009.

SILVEIRA, S. A. Software Livre: a luta pela liberdade do conhecimento. São Paulo: Editora
Fundação Perseu Abramo. 2004

40
ANEXOS

41
ANEXO I - INSTRUMENTO DE PESQUISA

Universidade federal de Pernambuco e Núcleo de Comunicação e Educação da

universidade de São Paulo

Curso de Formação Continuada em Mídias na Educação

Pesquisa: “O uso do editor de texto BrOffice Writer em turmas de primeiro ano do ensino

fundamental da escola municipal “José Resende da Silva” em Mauá/SP”

Pesquisador: Francisco de Assis Carvalho

INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO:

 O presente instrumento de pesquisa tem o objetivo de colher dados para o estudo


da aplicação do editor de texto BrOffice ao trabalho com turmas de primeiro ano do

ensino fundamental.

 Todas as respostas são confidenciais e o preenchimento é individual.

 A sua sinceridade nas respostas é muito importante, assim como o preenchimento

de todas as questões.

Sua contribuição é muito importante para essa pesquisa.

Agradeço sua colaboração!

QUESTIONÁRIO

1. Quantos alunos participaram da atividade de aplicação do BrOffice Writer?


2. Quanto tempo foi utilizado para trabalhar com o BrOffice Writer?
3. Quantos computadores foram utilizados para o trabalho com o BrOffice Writer?
4. Houve algum trabalho prévio antes da apresentação do BrOffice Writer?
5. Quais aspectos observados durante a aplicação podem ser considerados positivos
e por quê?
6. Quais as principais dificuldades percebidas ao longo da aplicação do BrOffice
Writer?

42
7. Durante o trabalho com o BrOffice Writer, os alunos ficaram motivados? Justifique
sua resposta.
8. Após o conhecimento e aplicação do BrOffice Writer, você indicaria essa
ferramenta para o trabalho com o primeiro ano do Ensino Fundamental? Por quê?
9. Quais objetivos podem ser atingidos por meio do trabalho com o BrOffice Writer?
10. Quais conteúdos podem ser trabalhados com o BrOffice Writer?
11. Que diferenças você percebe entre o trabalho com papel, lápis, canetas e outros
meios e com o BrOffice Writer?

43
ANEXO II – RESPOSTAS DAS PROFESSORAS AO QUESTIONÁRIO

Questão Professora 1 Professora 2


1. Quantos alunos participaram da Seis alunos Oito alunos
atividade de aplicação do
BrOffice Writer?
2.Quanto tempo foi utilizado para Trinta minutos Cinquenta minutos
trabalhar com o BrOffice
Writer?
3.Quantos computadores foram Quatro computadores Quatro computadores
utilizados para o trabalho com
o BrOffice Writer?
4.Houve algum trabalho prévio Sim, uma conversa em sala com Utilizamos o que foi
os alunos participantes sobre o desenvolvido em sala: nomes
antes da apresentação do
que iriam fazer na sala de deles e nomes das cantigas
BrOffice Writer? informática
5.Quais aspectos observados Percebeu-se que as crianças A curiosidade, oportunidade de
têm contato em casa com utilizar outro recurso, mostrar
durante a aplicação podem ser
computadores, mas, somente outra possibilidade além dos
considerados positivos e por dois alunos mostraram ter jogos
habilidade em manusear o
quê?
aplicativo de texto selecionando
o texto digitado e alterando a
formatação. Outro ponto positivo
foi o interesse que
demonstraram em ouvir com
atenção a explicação
6.Quais as principais dificuldades A maioria dos alunos, apesar de A principal é o número de
ter contato com computadores, computadores
percebidas ao longo da
não soube formatar o texto
aplicação do BrOffice Writer?
7.Durante o trabalho com
o Sim. Demonstraram interesse Sim. Usaram ferramenta de
realizando a atividade que era troca de cores, tamanho de
BrOffice Writer, os alunos
solicitada, falavam que tinham letras e o próprio instrumento,
ficaram motivados? Justifique computadores em casa e o que que é o computador, facilitou a
faziam motivação
sua resposta.
8.Após o conhecimentoe Sim. Acho importante essa Sim, pois, possibilita que a
ferramenta para auxiliar na criança avance em seu processo
aplicação do BrOffice Writer,
alfabetização e letramento dos de aquisição da leitura e escrita.
você indicaria essa ferramenta alunos, tendo em vista que essa Observando alguns alunos,
tecnologia já é uma realidade no percebi a interação na hora da
para o trabalho com o primeiro
mundo deles escrita do nome da cantiga (A
ano do Ensino Fundamental? Larissa em pé ajudava a
Gyovanna na hipótese de
Por quê?
escrita. A Tainara , ao escrever a
cantiga na hipótese dela, fez a
leitura com ajuste, respeitando
os versos da cantiga
9.Quais objetivos podem ser A aquisição de um maior Reconhecer e nomear as letras

44
atingidos por meio do trabalho repertório de palavras por meio do alfabeto, escrever seu próprio
da escrita, novos conhecimentos nome e utilizá-lo como
com o BrOffice Writer?
referência para escrever outras
palavras, construir as
correspondências letra/som,
conhecer as representações das
letras no alfabeto de imprensa
maiúsculo (para ler e escrever),
localizar palavras em textos
conhecidos, escrever
controlando a produção pela
hipótese silábica com ou sem
valor sonoro convencional
10.Quais conteúdos podem ser Podemos trabalhar a escrita, o Nome, alfabeto, diferenciação
alfabeto, as cores, formas, entre letra e número, letras
trabalhados com o BrOffice
ditados, classificação de iniciais, terminação de palavras,
Writer? palavras, enfim, será um aliado escrita de listas e textos de
para a aquisição de memória
conhecimentos e
desenvolvimento dos alunos
11.Que diferenças, você percebe, No BrOffice Writer podemos É um recurso motivador, que
apagar se errarmos, de forma aguça a curiosidade da criança,
entre o trabalho com papel,
mais rápida, sem sujeira. Não possibilita que ela avance em
lápis, canetas e outros meios e precisamos jogar papel fora. Os sua hipótese e para isso
registros podem ser salvos na encontra mais facilidade, pois
com o BrOffice Writer?
memória do computador e estão em contato com todas as
posteriormente consultados letras, aumentando assim seu
repertório na construção e
formação de palavras, frases e
textos

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