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Prevê que o projeto necessitará ser submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) ou ao Comitê
de Ética em Experimentação Animal (CEEA)?
( ) sim ( x ) não
Em caso afirmativo, verificar no CEP ou no CEEA as exigências adicionais para aprovação do projeto.
O projeto envolve pesquisa com patrimônio genético ou sem conhecimento tradicional associado?
( ) sim ( x ) não
Assinatura do aluno
Assinatura do orientador
Assinatura do coordenador
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RESUMO
No dia a dia das empresas é comum ouvir e falar sobre o estresse, que pode ser definido como uma
resposta às pressões internas e externas que denominamos agentes estressores, com um determinado
resultado de adaptação (FRANÇA, 2005). Este estudo tem por objetivo entender a influência dos fatos
intrínsecos e extrínsecos do estresse ocupacional no contexto do ambiente empresarial, como ele afeta a
saúde emocional, cognitiva e social do indivíduo, e como os profissionais de psicologia podem intervir de
forma preventiva, promovendo a saúde mental no ambiente empresarial. Em relação ao método, foi
adotada uma estratégia de natureza qualitativa mediante revisão da literatura sobre o problema exposto,
nas seguintes bases de dados: SciELO, PePSIC e Google acadêmico, de artigos publicados entre os anos
de 2006 e 2016. Na prática, descobriu-se que os fatores intrínsecos e extrínsecos estão correlacionados e
interligados, e geram consequências negativas para além do ambiente organizacional. Questões
relacionadas a papel na organização, relações de trabalho, desenvolvimento na carreira e estrutura e clima
organizacionais apareceram como fatores estressores, mencionados por Cooper et. al (1988, apud França,
2005).
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INTRODUÇÃO
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o processo como em que a pessoa percebe e interpreta seu ambiente de trabalho em relação à sua
capacidade de tolerá-lo (DOLAN, 2006).
Segundo Dolan (2006), qualquer acontecimento ou situação que represente exigência pode ser
considerado um agente estressor. O estresse costuma acontecer quando o indivíduo é incapaz (ou se
percebe incapaz) de reagir às mudanças e transformações ambientais, ou quando os estímulos do
ambiente prejudicam a saúde do organismo. Esses estímulos podem ser estressores individuais (valores
pessoais, necessidades, habilidades e aspirações), estressores extra-organizacionais, ou seja, fora do local
de trabalho (fatores familiares, políticos, sociais e econômicos que exercem impacto no indivíduo) ou
estressores organizacionais, que surgem dentro do local de trabalho: estressores físicos (luz, ruído,
vibrações e espaço), individuais (sobrecarga de trabalho, conflito e ambiguidade de funções, discrepância
nos objetivos profissionais), grupais (falta de coesão, conflito, clima e pressões do grupo) e
organizacionais (administração, estrutura hierárquica, tecnologia e prazos irracionais).
O estresse é uma doença com causas variadas e diversas, conceituado como multifatorial e
dinâmico, e a definição de estressor depende da avaliação individual de situações específicas. Contudo,
podemos definir e identificar uma série de estressores com base em suas fontes intrínsecas ou extrínsecas.
Para França (2005, p36), o estresse é definido como as “situações em que a pessoa percebe seu
ambiente de trabalho como ameaçador a suas necessidades de realização profissional e pessoal e/ou sua
saúde física ou mental, prejudicando sua interação com o trabalho e com o ambiente de trabalho, à
medida que este contém demandas excessivas a ela, ou que ela não contém recursos adequados para
enfrentar tais situações”.
Em um estudo realizado por Azevedo (2015), avaliou 90 gestoras da alta gerência, da gerência
intermediária e da supervisão operacional, e concluiu que 90% das gestoras têm quadros de estresse,
sendo 60% estresse leve/moderado, 26,7% estresse intenso e 3,3% estresse muito intenso. Fadiga,
ansiedade, nervosismo, dor nos músculos do pescoço e ombros e perda e/ou oscilação do senso de humor
foram os sintomas principais identificados. As fontes de tensões no trabalho foram: realização de várias
atividades ao mesmo tempo, execução de trabalho complexo, filosofia da empresa pautada pela obsessão
e compulsão por resultados e pressão excessiva nos seus diversos aspectos. As fontes de tensão do
indivíduo foram: pensar e/ou realizar frequentemente duas ou mais atividades ao mesmo tempo, levar a
vida de forma muito corrida, ter o dia tomado com uma série de compromissos e não conseguir desligar-
se das obrigações do trabalho.
Outra pesquisa, realizada por Pereira (et al., 2011), teve como objetivo central analisar o estresse
ocupacional em trabalhadores que ocupam a função gerencial em empresas privadas com atuação no
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estado de Minas Gerais, identificando os principais fatores relacionados à pressão excessiva no trabalho,
os níveis de estresse ocupacional, seus principais sintomas e os reflexos dessas manifestações nos
indicadores de produtividade desses profissionais. Identificou-se que de 637 indivíduos, 75,7% ou 482
dos gerentes estudados apresentaram quadro de estresse. Identificou-se também que os gestores que
apresentaram níveis mais significativos de estresse foram aqueles que ocupavam a gerência intermediaria.
Outro dado que chamou atenção foi que 27,0% ou 167 desses gestores apresentaram problemas de saúde.
Assim, as formas de atuação do psicólogo no ambiente empresarial são muito amplas, e cabe a
este profissional compreender o ambiente e as necessidades e valores dos indivíduos, na ajuda da sua
adaptação ao ambiente e às pessoas ali inseridas.
Segundo Camelo (2008), essa intervenção pode incluir mudanças na estrutura organizacional,
condições de trabalho, treinamento e desenvolvimento, participação e autonomia e relações interpessoais
no trabalho. Também prega que um serviço de apoio aos trabalhadores deve, entre outros quesitos,
responder às necessidades individuais, orientando-os sobre os riscos a que estão expostos, oferecendo-
lhes suporte social e psicológico, encontros regulares com profissionais habilitados, oportunidades para
intercâmbio de experiências entre os pares, estímulo e suporte para pesquisa.
OBJETIVOS
O objetivo deste estudo consistiu em: (1) fazer uma revisão bibliográfica sobre o estresse
ocupacional; (2) entender a influência dos fatores intrínsecos e extrínsecos do estresse ocupacional no
contexto do ambiente empresarial; (3) estimular a multiplicação dos conhecimentos obtidos, a fim de
auxiliar futuras pesquisas e ampliar as reflexões acadêmicas.
JUSTIFICATIVA
Entender o conceito de estresse, por que ocorre, qual sua relação com o ambiente no qual o
indivíduo está inserido e como isso afeta outras áreas da vida além da profissional se mostra muito
importante, considerando que seus efeitos causam consequências emocionais, sociais e cognitivas. Assim,
fazendo-se uma análise da situação problema, cabe ao psicólogo analisar, intervir e praticar essas
questões, atendendo a demanda do público, com o intuito de promover, preservar e recuperar a saúde
mental e psicológica.
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METODOLOGIA
Desenho do estudo: adotar uma estratégia de natureza qualitativa mediante revisão da literatura sobre o
problema exposto. Segundo Marconi e Lakatos (2001), este tipo de pesquisa constitui-se em um
levantamento de publicações sobre o tema que se escolheu pesquisar, sua leitura e posterior análise com o
agrupamento em temáticas. Através da pesquisa bibliográfica, pode-se obter a solução de um problema ou
ainda ampliar novas áreas de pesquisa sobre o mesmo.
Fontes de pesquisa: revisão bibliográfica nas seguintes bases de dados: SciELO, PePSIC, Google
acadêmico.
Estratégia de pesquisa eletrônica: respeitar as particularidades de cada base de dados nos seguintes
descritores em português: (1) “Estresse ocupacional”; (2) “Estresse no trabalho”; (3) “Ambiente
empresarial”; (4) “Estresse organizacional”, (5) “Psicologia Organizacional e do Trabalho”.
Seleção dos estudos: pesquisar artigos publicados entre os anos de 2006 e 2016, nas referidas bases de
dados que tenham como temática as influências dos fatores intrínsecos e extrínsecos do estresse
ocupacional no contexto do ambiente empresarial.
Critérios de exclusão: estudos com inconsistência de método, ou seja: que não apresentem objetivos
claros e justificados, que tenham um desenho não apropriado para o cumprimento dos objetivos
propostos, ou que os procedimentos metodológicos não sejam apresentados e discutidos.
RESULTADOS
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Segundo este modelo, a alta sobrecarga de informações somada ao baixo controle sobre o trabalho
podem causar problemas físicos e mentais provenientes do estresse. Avalia como estressores as exigências
do ambiente de caráter psicossocial, e como tensão as manifestações fisiológicas, psicológicas ou
comportamentais resultantes do estresse (KARASEK, 1979 apud França, 2005).
Um trabalho estressante simultaneamente impõe exigências e cria restrições ambientais sobre a
capacidade de resposta do trabalhador (BAKER; KARASEK, 2000), assim considerando que a tensão
aparece como resultado das características do trabalho, e não da percepção individual e subjetiva do
trabalhador.
Karasek (1979) também afirma que a falta de controle do trabalhador sobre seu trabalho é uma
restrição ambiental sobre o indivíduo, pois se o trabalhador tivesse controle das situações (conflitos,
exigências, etc), os fatores estressores poderiam atuar como motivadores para a ação, e a energia
potencial do estresse seria transformada em energia de ação.
Em seu estudo, Baker e Karasek (2000) citam como agentes estressores:
Para Cooper et al., 1988 (apud França, 2005) o estresse é “qualquer força que conduz um fator
psicológico ou físico além de seu limite de estabilidade, produzindo uma tensão no indivíduo”. Sua teoria
explica que a maioria das pessoas busca manter seus pensamentos, emoções e relacionamentos de forma
estável. Cada um desses fatores possui um limite de estabilidade em que o indivíduo se sente confortável,
então, quando algo interfere e sobrepõe esse limite, o sujeito precisa agir para restaurar a situação de
conforto. Os comportamentos resultantes deste processo caracterizam o processo de ajustamento e
estratégias de enfrentamento.
Neste modelo, existe o conceito de vulnerabilidade individual, que atua como uma moderadora do
estresse, e é composta pela personalidade, eventos da vida, suporte social para problemas pessoais e de
trabalho, e estratégias e recursos para enfrentar o estresse.
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Em suma, Cooper et al., 1988 (apud França, 2005) cita os principais fatores estressores, sendo
estes:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMELO, Silvia; ANGERAMI, Emília. Riscos psicossociais no trabalho que podem levar ao
estresse: uma análise da literatura. 2008
DOLAN, Simon L. Estresse, auto-estima, saúde e trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.
FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Stress e trabalho: uma abordagem psicossomática. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2005.
MARCONI, M. A. & LAKATOS, E. M. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Atlas, 2001.
PEREIRA, L.; MARQUES, A.; MELO, M.; BRAGA, C.; ZILLE, G. Tensões Excessivas no Trabalho e
o Estresse Ocupacional: Estudo com Gestores que Atuam em Empresas Privadas de Setores
Diversos. 2011
SELYE, Hans. Stress: a tensão da vida. 2. ed. São Paulo: Ibrasa, 1965.
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