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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL

Processo N° 0076573-40.2016.4.01.3400 - 10ª VARA - BRASÍLIA


Nº de registro e-CVD 00133.2018.00103400.1.00065/00032

PROC. 76573-40.2016.4.01.3400

AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

RÉUS: MAURO MARCONDES MACHADO, CRISTINA MAUTONI MACHADO, LUÍS INÁCIO LULA DA
SILVA, LUÍS CLÁUDIO LULA DA SILVA

DECISÃO

Trata-se de processo penal, cuja instrução aguarda as Cartas


Rogatórias visando à oitiva das testemunhas de Defesa.

O último ato de instrução praticado neste processo foi a oitiva da


última testemunha de Defesa, ocorrida em 03 de outubro de 2017, quase um ano,
restando ainda os interrogatórios dos réus.

O Ministério Público Federal, 3269/3272 (vol. XV), requer a oitiva de


ANTÔNIO PALOCCI FILHO na qualidade de testemunha do juízo.

Decido.

Para a oitiva de Antônio Palocci Filho, nessa condição, o MPF alega


que no Procedimento Investigatório Criminal n. 1.16.000.003701/2015-70,
relacionado com a Operação Greenfield, o nominado prestou depoimento onde
mencionou que tinha conhecimento de fatos em investigação neste processo,
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especialmente "atuação direta do ex-presidente Lula, como dos caças...."

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva é réu no presente processo


criminal, juntamente com Mauro Marcondes, Luís Cláudio Lula da Silva e Cristina
Mautoni, e as declarações sucintas e diretas de Antonio Palocci, que já foi Ministro
da Fazenda e depois Ministro da Casa Civil, precisam ser contrastadas em Juízo com
as demais provas, em especial as provas contrárias produzidas, sob pena de que
palavras soltas, sem os devidos esclarecimentos, possam gerar mais dúvidas com
repercussão na verdade processual, pela juntada aos autos de depoimento de terceiro
em procedimento administrativo ministerial.

De fato, Nelson Jobim, então Ministro da Defesa do Brasil entre 2007


e 2011, foi ouvido como testemunha no dia 13 de setembro de 2017, e não
mencionou que tenha havido alguma reunião que entrou pela madrugada, entre ele, o
então presidente Luís Inácio e o ex-presidente da França Sarkozi, não tendo dito nada
sobre assinatura de documento ou protocolo referente ao caça mirage francês no dia
seguinte à reunião, cujo documento teria ficado de posse de Nicolas Sarkozi, como
afirmara o ex-Ministro Palocci ao Ministério Público Federal (que também dissera ao
MPF que teria já naquela ocasião teria havido "propina").

Essas declarações de Antônio Palocci estão em manifesta contradição


com o depoimento da referida testemunha Nelson Jobim, que afirmara em Juízo que
era ele na qualidade de Ministro que tratava com exclusividade do assunto e que

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também as decisões sobre os caças eram todas dele como Ministro, e que apenas
comunicava ao presidente suas decisões, não tendo havido envolvimento direto do
ex-presidente Lula na aquisição dos caças.

Desse modo, me parece importante que, após a oitiva de Antônio


Palocci, e se mantida por ele a sua versão, sejam reperguntados ao Ministro da
Defesa, testemunha Nelson Jobim, sobre a referida reunião que teria "durado noite
adentro" entre o último, o ex-presidente Lula e o Presidente Francês da época Nicolas
Sarkozy, e se de fato o representante da França saiu com um uma espécie de contrato
ou protocolo de compromisso da compra dos caças franceses mirage, um dos objetos
deste processo criminal, e ainda se houve alguma menção ou negociação de propina
nessa reunião.

Registro que Antônio Palocci Filho não é figura estranha aos autos,
pois, embora não tenha sido arrolado como testemunha das partes, existem diversos
documentos dos autos que fazem referência a ele como Ministro de Estado e em
várias oportunidades, como por exemplo: Vol. 1 , f. 224; Vol. 4 – fl. 578; Vol. 5, fl.
769, 866, 869.

O sistema processual brasileiro permite ao magistrado, antes da


sentença, esclarecer ponto essencial de questão relevante, nos termos do art. 156 do
Código de Processo Penal: "A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo
porém, facultado ao juiz de ofício: II - determinar, no curso da instrução, ou antes de
proferir a sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto
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relevante", onde se inclui a oitiva de testemunha imprescindível para esclarecer


dúvidas ou fatos pertinentes, como é a hipótese dos autos.
O art. 209 do CPP preconiza: "O juiz, quando julgar necessário,
poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes".
Os Tribunais Pátrios assentaram entendimento de que tal dispositivo
não viola qualquer regra constitucional e não gera nulidade. Mesmo porque o
testemunho é livre, e no presente caso será levado ao contraditório em face de outros
depoimentos já prestados, com o direito à ampla defesa das partes.
Além dos julgados mencionados pelo MPF, acresço outros no mesmo
sentido da validade da prova a ser produzida pelo Juízo, ainda que provocada a oitiva
por uma das partes em prazo posterior ao que tinha para arrolar suas testemunhas,
desde que haja relevância desse depoimento e que seja produto de um fato novo,
como é a hipótese dos autos.
Eis alguns julgados:
I - AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA. CORRUPÇÃO PASSIVA. EXPLORAÇÃO
DE PRESTÍGIO. QUADRILHA. INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHA
ARROLADA PELA ACUSAÇÃO EM MOMENTO POSTERIOR AO
OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. INTEMPESTIVIDADE DO PEDIDO.
IRRELEVÂNCIA. PROVA ORAL REPUTADA RELEVANTE PELO ENTÃO
MINISTRO RELATOR. POSSIBILIDADE DE SUA OITIVA COMO
TESTEMUNHA DO JUÍZO. INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 156 E 209 DO
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO À
DEFESA. POSSIBILIDADE DE CONTRADITAR AS DECLARAÇÕES
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COLHIDAS ATÉ O TÉRMINO DA FASE INSTRUTÓRIA. EIVA


RECHAÇADA.
1. Ainda que se possa considerar o requerimento de oitiva de testemunha pela
acusação intempestivo, visto que apresentado após o oferecimento da denúncia, o
certo é que a simples possibilidade de tal pessoa ser ouvida como testemunha do
juízo afasta a ilegalidade suscitada pela defesa.

2. No caso, ao deferir a produção da prova oral, o então Relator desta ação penal
reputou o depoimento necessário para o deslinde da controvérsia, de modo a
tornar hígida sua coleta, nos termos dos artigos 156 e 209 Código de Processo
Penal. Precedentes do STJ.

3. Além disso, não se verificou a ocorrência de qualquer dano à defesa do


acusado, que teve a oportunidade de se contrapor às declarações do testigo até o
término da fase instrutória, o que impede o reconhecimento da mácula suscitada,
fazendo incidir no caso o princípio pas de nullité sans grief, insculpido no artigo
563 do Código de Processo Penal, que dispõe que "nenhum ato será declarado
nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa"(.....)

(APn 626/DF, Rel. Ministro JORGE MUSSI, CORTE ESPECIAL, julgado em


15/08/2018, DJe 29/08/2018)

II - PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM


RECURSO ESPECIAL. TESTEMUNHA. OITIVA. DETERMINAÇÃO PELO
JUIZ. POSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. "O
posicionamento do Tribunal de origem alinha-se ao entendimento desta Corte
Superior, no sentido de que, conforme preceitua o art. 209 do CPP, não configura
nulidade a ouvida de testemunha indicada extemporaneamente pelo Ministério
Público, como testemunha do Juízo" (AgRg no AREsp 383.529/PE, Rel. Ministro
RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, DJe 19/12/2017). Agravo regimental
desprovido.

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(AgRg no AREsp 1180653/RS, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK,


QUINTA TURMA, julgado em 21/06/2018, DJe 29/06/2018)

III - PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS.


SUBSTITUIÇÃO DE TESTEMUNHA. NÃO VERIFICAÇÃO DAS
HIPÓTESES LEGAIS. INDEFERIMENTO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA.
RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

1. Nos termos do Código de Processo Penal, o momento oportuno para


apresentação de testemunhas se dá quando do oferecimento da denúncia ou queixa
e no prazo para apresentação de defesa preliminar.

2. A substituição ulterior de depoentes é medida excepcional e deve observância a


uma das hipóteses descritas no art. 451 do Novo Código de processo Civil, de
aplicação subsidiária, na forma do art. 3º do Código de Processo Penal. São
causas admitidas para substituição da testemunha: o falecimento, a enfermidade
que impeça o depoimento, e a não localização do atestante em razão da mudança
de endereço.

3. No caso dos autos, as instâncias de origem foram claras e assertivas no sentido


da não ocorrência de nenhuma das exceções legais mencionadas, razão pela qual
eventual oitiva somente se dará como testemunha do Juízo, nos termos dos arts.
156, II, e 209, ambos do Código de Processo Penal, hipótese submetida à
discricionariedade do julgador, uma vez demonstrada a real indispensabilidade do
atestante para o esclarecimento dos fatos.

4. Recurso ordinário a que se nega provimento.

(RHC 96.948/BA, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA,


SEXTA TURMA, julgado em 12/06/2018, DJe 22/06/2018)

III - AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. DECISÃO MANTIDA


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POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. PENAL. PROCESSO PENAL.


ESTUPRO. INDEFERIMENTO DE OITIVA DE TESTEMUNHA ARROLADA
A DESTEMPO. PRECLUSÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO
OCORRÊNCIA. (...)

1. Não há como abrigar agravo regimental que não logra desconstituir os


fundamentos da decisão atacada. 2. O direito à prova não é absoluto, limitando-se
por regras de natureza endoprocessual e extraprocessual. Assim é que, na
proposição de prova oral, prevê o Código de Processo Penal que o rol de
testemunhas deve ser apresentado, sob pena de preclusão, na própria denúncia,
para o Ministério Público, e na resposta à acusação, para a defesa. No caso
vertente, não há ilegalidade na desconsideração do rol de testemunhas da defesa,
apresentado fora do prazo legalmente estabelecido, ante a preclusão temporal
desta faculdade processual. (HC n. 202.928/PR, Relator p/ Acórdão Ministro
Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 8/9/2014).

3. Consoante disposto no art. 209 do Código de Processo Penal, ocorrendo a


preclusão no tocante ao arrolamento de testemunhas, é permitido ao magistrado,
uma vez entendendo serem imprescindíveis à busca da verdade real, proceder à
oitiva como testemunhas do juízo, contudo, tal providência não constitui direito
subjetivo da parte.

4. Depreende-se que o juízo de primeiro grau concluiu, diante dos demais


elementos probatórios carreados aos autos, que a pretendida oitiva se mostrava
desnecessária, inexistindo, portanto, a apontada nulidade. (...).

(AgRg no REsp 1671234/PR, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR,


SEXTA TURMA, julgado em 22/03/2018, DJe 03/04/2018)

IV - PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO


REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.TESTEMUNHA
ARROLADA A DESTEMPO PELA ACUSAÇÃO. NULIDADE. PREJUÍZO
NÃO DEMONSTRADO. TESTEMUNHA DO JUÍZO.
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BUSCA DA VERDADE REAL. ART. 209 DO CPP. POSSIBILIDADE.


AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

1. Consoante o princípio pas de nullité sans grief, evidenciado no art. 563 do CPP
("nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a
acusação ou para a defesa"), não há que se falar em declaração de nulidade de ato
processual, se dele não resultou qualquer prejuízo concreto para a defesa do
recorrente.

2. "Nos termos do art. 209 do Código de Processo Penal, não configura nulidade a
oitiva de testemunha indicada extemporaneamente pela acusação, como
testemunha do Juízo [...]" (HC n. 95.319, Primeira Turma, Rel. Min. Dias Toffoli,
DJe de 18/2/2011).

3. Agravo Regimental desprovido.

(AgRg no AgRg no AREsp 898.269/RS, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS,


QUINTA TURMA, julgado em 12/12/2017, DJe 19/12/2017)

V - Habeas corpus. Processual penal. Inquirição de testemunhas por ordem do


juízo. Momento adequado. Nulidade inexistente. Ausência de demonstração de
prejuízo à ampla defesa. Ordem denegada. 1 - Nos termos do art. 209 do Código
de Processo Penal, não configura nulidade a oitiva de testemunha indicada
extemporaneamente pela acusação, como testemunha do Juízo. 2 - Esta Suprema
Corte igualmente assentou o entendimento de que “a demonstração de prejuízo, a
teor do art. 563 do CPP, é essencial à alegação de nulidade, seja ela relativa ou
absoluta” (HC nº 85.155/SP, de relatoria da Min. Ellen Gracie, DJ de 15/4/05). 3 -
Não prevê a legislação processual momento próprio para inquirição das
testemunhas indicada pelo Juízo na forma dos arts. 156 e 209 do CPP, nem se
verifica prejuízo à ampla defesa a inquirição ocorrida antes da oitiva das
testemunhas arroladas pela defesa. 4 - Ordem denegada.

(HC 95319, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em


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19/10/2010, DJe-034 DIVULG 18-02-2011 PUBLIC 21-02-2011 EMENT VOL-


02467-01 PP-00173)

VI - D ECISÃO: Vistos. Trata-se de recurso interposto às folhas 192 a 200, contra


acórdão da Primeira Turma desta Suprema Corte, que denegou a ordem no
presente habeas corpus, nos termos da ementa seguinte: “Habeas corpus.
Processual penal. Inquirição de testemunhas por ordem do juízo. Momento
adequado. Nulidade inexistente. Ausência de demonstração de prejuízo à ampla
defesa. Ordem denegada. 1 - Nos termos do art. 209 do Código de Processo Penal,
não configura nulidade a oitiva de testemunha indicada extemporaneamente pela
acusação, como testemunha do Juízo. 2 - Esta Suprema Corte igualmente assentou
o entendimento de que a demonstração de prejuízo, a teor do art. 563 do CPP, é
essencial à alegação de nulidade, seja ela relativa ou absoluta (HC nº 85.155/SP,
de relatoria da Min. Ellen Gracie , DJ de 15/4/05). 3 - Não prevê a legislação
processual momento próprio para inquirição das testemunhas indicada pelo Juízo
na forma dos arts. 156 e 209 do CPP, nem se verifica prejuízo à ampla defesa a
inquirição ocorrida antes da oitiva das testemunhas arroladas pela defesa. 4 -
Ordem denegada” (fl. 189 – grifos no original). Afirma o recorrente que o
presente recurso tem previsão no art. 310 do Regimento Interno desta Suprema
Corte (fl. 192). Reitera os fundamentos da impetração, contrapondo-se aos termos
do julgado ora questionado (fls. 176 a 190). Examinado os autos, decido.
Conforme relatado, o presente recurso volta-se contra decisão na qual foi
denegada a ordem pela Primeira Turma desta Corte. O pedido não merece
seguimento. Embora o recorrente afirme que o recurso tem previsão no art. 310 do
RISTF, esta Suprema Corte já assentou que “o recurso ordinário a que aludem o
art. 310 RISTF e Súmula 299 é aquele único, admitido pelo art. 102, contra
decisões de única instância denegatórias de habeas corpus, quando emanadas de
Tribunais Superiores, jamais, de Turma do Supremo Tribunal Federal” (HC nº
83.693/RJ-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de
20/2/04). Ante o exposto, com fundamento no art. 21, § 1º, do RISTF, nego
seguimento ao pedido, por ser flagrantemente inadmissível e, ainda, por contrariar

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a jurisprudência predominante desta Suprema Corte. Publique-se. Brasília, 3 de


março de 2011. Ministro D IAS T OFFOLI Relator Documento assinado
digitalmente
(HC 95319, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 03/03/2011, publicado
em DJe-046 DIVULG 10/03/2011 PUBLIC 11/03/2011)

Ante o exposto:

1) Revogo a decisão de fls. 3209-verso, referente à suspensão da


instrução, dando-se continuidade à fase instrutória;
2) Determino a oitiva como testemunha de Juízo, com esteio no art.
209 do CPP, das seguintes pessoas: 1) Antônio Palocci Filho; 2) Nelson Jobim (novo
depoimento), sem prejuízo de oitiva de demais pessoas que possam esclarecer os
fatos relevantes.
3) Designo o dia 20/11/2018, às 10 horas para a realização da
Audiência para a oitiva das testemunhas do Juízo.
À Secretaria para providências necessárias.
Intimem-se. Cumpra-se.

Brasília, 6 de setembro de 2018

VALLISNEY DE SOUZA OLIVEIRA


JUIZ FEDERAL
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