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Livro Eletrônico

Aula 00

Controle da Administração Pública p/ TCE-RS (Todos os Cargos) FCC

Professores: Erick Alves, Time Erick Alves

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Controle na Administração Pública p/ TCE-RS 2018
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves Aula 00

Olá pessoal!

É com grande satisfação que recebi o convite do Estratégia Concursos


para ministrar este curso de Direito Administrativo, especialmente
formatado para o concurso de Auditor do Tribunal de Contas do
Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS).

Mas antes de passar as demais características do curso, vou me


apresentar. Meu nome é Erick Alves, Auditor Federal de Controle
Externo do Tribunal de Contas da União (TCU), formado pela
Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde obtive o 1º lugar no
curso de formação de oficiais de Intendência do Exército Brasileiro, turma
de 2003. Em 2007, após intenso estudo, prestei concurso para o então
cargo de Analista de Controle Externo (ACE), hoje Auditor Federal de
Controle Externo (AUFC), no qual logrei êxito, sendo o 6º colocado para
Brasília-DF. Desde então, trabalho na atividade fim do TCU, o controle
externo, instruindo prestações de contas e realizando fiscalizações, ou
seja, atuando diuturnamente no controle da Administração Pública. Devo
dizer que é um trabalho muito gratificante. Além disso, venho colaborando
com o Estratégia Concursos na disciplina Controle Externo para o TCU e
para os demais tribunais de contas, sempre com ótima avaliação dos
alunos.

A matéria Controle na Administração Pública, também conhecida


como Controle Externo, possui extrema importância nos concursos para
Tribunais de Contas, visto que trata da atividade fim desses órgãos. Após
a aprovação, seu trabalho no Tribunal dependerá em grande medida do
conhecimento da Lei Orgânica, do Regimento Interno do TCE-RS, das
disposições constitucionais sobre o controle da Administração Pública e de
outros assuntos que veremos no curso. Não é por outra razão que, neste
certame do TCE-RS, ela está sendo exigida nos conhecimentos
específicos para todas as especialidades.

Nosso curso será de teoria e exercícios comentados. Meu objetivo


é prepará-lo (a) de forma ampla para resolver as questões de
Controle Externo.

A metodologia das aulas contempla, em cada tópico, a exposição da


teoria seguida da resolução e comentário de questões sobre o assunto.
Nos comentários, pode haver explicações novas. Assim, teoria e questões
se complementam.

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Controle na Administração Pública p/ TCE-RS 2018
Teoria e exercícios comentados
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Resolveremos centenas de questões de provas. As questões que


permeiam a teoria são, em sua grande maioria, do Cespe, banca que, nos
últimos anos, vem organizando os concursos do Tribunal de Contas da
União (TCU), cujo nível de exigência é altíssimo. O Cespe também
organiza a maioria dos demais concursos para tribunais de contas locais,
daí o maior número de questões disponível para trabalharmos. Porém, em
cada aula, especialmente na seção “Mais questões de prova”, apresento e
comento questões da FCC, banca que irá organizar o próximo concurso do
TCE-RS. Sempre que possível, adaptarei os enunciados e/ou os
comentários à realidade do TCE-RS, ajustando os gabaritos quando
necessário.

Além disso, tem ainda um Resumão do conteúdo, na forma de


esquemas, bem como as questões que foram comentadas seguidas do
gabarito, para facilitar a revisão da matéria.

Dessa forma, espero lhe proporcionar uma preparação de alto nível,


mas sem extrapolar os limites do Edital, a fim de que você possa encarar
a prova com tranquilidade.

Caso reste alguma dúvida que não tenha sido esclarecida na aula,
não hesite em postá-la no fórum de dúvidas. O mesmo vale para críticas
ou sugestões. A possibilidade de interação com o professor é um dos
diferenciais dos cursos em PDF; portanto, não deixe de utilizar essa
importante ferramenta!

Ressalto que, no fórum de dúvidas, contarei com a ajuda de uma


equipe de especialistas na matéria.

Dito isso, apresento as características principais de nosso curso:

➢ Conteúdo teórico completo e atualizado, apresentado de forma


clara, objetiva e com exemplos;
➢ Grande variedade de questões resolvidas e comentadas,
com foco na legislação do TCE-RS;
➢ Resumo de todas as aulas, apresentado na forma de
esquemas;
➢ Contato direto com o professor via fórum para retirada de
dúvidas.

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Controle na Administração Pública p/ TCE-RS 2018
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Viram só? Será um curso bastante completo e dinâmico, voltado


tanto para os iniciantes que nunca tiveram contato com a matéria e
necessitam de uma preparação rápida e objetiva para o próximo concurso,
como para os concurseiros experientes que desejam revisar os temas e
adaptar ou atualizar o conhecimento para a realidade do TCE-RS.

O curso será desenvolvido em 06 aulas, mais a demonstrativa, de


acordo com o cronograma apresentado a seguir:

Controle da Administração Pública. Conceito, abrangência.


Aula 00 30/12/2017 Sistemas de controle externo. Controle social e os
Tribunais de Contas.

Controles Externo e Interno na Constituição Federal


(artigos 70 a 75 da Constituição Federal). Constituição do
Estado do Rio Grande do Sul (artigos 70 a 77). Controle
externo no Brasil. Regras constitucionais sobre controle
Aula 01 11/01/2018 externo: fiscalização contábil, financeira, orçamentária,
operacional e patrimonial. Tribunais de Contas: funções,
natureza jurídica e eficácia das decisões. Controle interno
e os Tribunais de Contas. Poder Legislativo e os Tribunais
de Contas.

Constituição Federal (artigos 70 a 75); Constituição do


Estado do Rio Grande do Sul (artigos 70 a 77); Lei
Aula 02 21/01/2018
Orgânica e Regimento Interno do TCE-RS - parecer
prévio e demais competências.

Constituição Federal (artigos 70 a 75); Constituição do


Aula 03 31/01/2018 Estado do Rio Grande do Sul (artigos 70 a 77); Lei
Orgânica e Regimento Interno do TCE-RS – organização.

Lei Orgânica e Regimento Interno do TCE-RS –


Aula 04 10/02/2018
processos, deliberações e sessões.

Lei Orgânica e Regimento Interno do TCE-RS – jurisdição


Aula 05 20/02/2018
e julgamento das contas.

Lei Orgânica e Regimento Interno do TCE-RS –


Aula 06 02/03/2018
fiscalização, sanções e recursos.

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Nosso curso, essencialmente, está ancorado na seguinte legislação:

➢ Constituição Federal (CF)


➢ Constituição Estadual do Rio Grande do Sul (CE/RS)
➢ Lei Orgânica do TCE-RS – Lei nº 11.424/2000 e alterações
(LO/TCE-RS)
➢ Regimento Interno do TCE-RS – Resolução nº 1.028/2015
(RI/TCE-RS)

Evitarei ao máximo reproduzir trechos da legislação; somente o farei


quando indispensável à boa didática. Assim, recomendo que você
imprima e encaderne as normas acima (atualizadas!) para facilitar o
estudo. Elas podem ser encontradas na página do TCE-RS. É interessante
que vocês as consulte sempre que forem citadas. A legislação do RS e a
federal são altamente correlacionadas, de modo que, sempre que
cabível, tratarei das duas conjuntamente. Espero que isso facilite a
assimilação, principalmente daqueles que já vêm estudando para o TCU.

Enfim, espero que você aproveite o curso, tire suas dúvidas, estude
bastante e, na hora da prova, resolva as questões com tranquilidade e
confiança. Desse modo, todo o esforço empregado nessa fase preparatória
será recompensado com a alegria que acompanha a aprovação, a qual
espero compartilhar com você!

Sem mais delongas...


Aos estudos!

Erick Alves

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AULA 00 (demonstrativa)

Bom pessoal, na Aula 00, que além de aula demonstrativa é também


a primeira do curso, nosso objetivo será percorrer os conceitos que
fornecem a base para o estudo do Controle Externo, cobrindo os seguintes
assuntos:
✓ Controle da Administração Pública: conceito e abrangência.

✓ Sistemas de controle externo.


✓ Controle social e os Tribunais de Contas.

✓ Funções dos Tribunais de Contas.

Para tanto, seguiremos o seguinte sumário:

SUMÁRIO

Aspectos gerais do controle ...................................................................................................................................... 6


Conceito e abrangência............................................................................................................................................... 6
Classificações do controle.......................................................................................................................................... 9
Quanto ao posicionamento do órgão controlador ...................................................................................... 9
Quanto ao momento do controle ....................................................................................................................... 9
Quanto à natureza do controle ........................................................................................................................ 11
Controle administrativo ..................................................................................................................................... 13
Controle judicial..................................................................................................................................................... 14
Controle social ........................................................................................................................................................ 15
Sistemas de controle externo ................................................................................................................................ 22
Funções dos Tribunais de Contas........................................................................................................................ 26
Mais questões de prova ............................................................................................................................................ 35
RESUMÃO DA AULA ..................................................................................................................................................... 41
Questões comentadas na Aula .............................................................................................................................. 43
Gabarito ............................................................................................................................................................................. 49

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ASPECTOS GERAIS DO CONTROLE

CONCEITO E ABRANGÊNCIA

Controle é a fiscalização exercida sobre as atividades de pessoas,


órgãos, departamentos, sistemas etc., para que tais atividades não se
desviem dos padrões e das normas preestabelecidas, e para que alcancem
os resultados desejados.
O controle é uma das funções administrativas clássicas: planejar,
coordenar, supervisionar, executar e controlar. De acordo com a teoria
da administração, um sistema de controle eficaz garante que as atividades
sejam realizadas de maneira satisfatória, na direção dos objetivos da
empresa. Além do mais, nas grandes corporações modernas de capital
pulverizado, ou seja, que possuem muitos acionistas, os verdadeiros
donos geralmente estão afastados da administração do negócio. Diretores
executivos são contratados para administrar a empresa com o
compromisso de dirigi-la para satisfazer os interesses dos proprietários do
capital. Nesse contexto, uma estrutura de controle possui a finalidade de
assegurar que a administração da companhia esteja seguindo as diretrizes
estabelecidas pelos proprietários, além de coibir atitudes oportunistas dos
executivos que satisfaçam seus próprios interesses em detrimento da
organização.
De forma semelhante, os recursos financeiros e patrimoniais
utilizados pelo Estado não pertencem ao Presidente da República nem aos
Governadores, Prefeitos, Deputados e demais agentes públicos, mas sim
ao povo, que recolhe tributos. É com esses recursos que o Estado
disponibiliza serviços à sociedade, adquirindo materiais para o
funcionamento das repartições, firmando contratos, realizando obras,
remunerando seus servidores, etc.
Mas é virtualmente impossível que o povo, por si mesmo, consiga
administrar os recursos que disponibiliza ao Estado. Por isso, delega essa
tarefa a intermediários legalmente habilitados, os gestores públicos, que
têm o dever de administrar os recursos em nome e em favor do povo,
obedecendo às normas aplicáveis. Paralelamente, de forma semelhante ao
que ocorre nas empresas privadas, existe toda uma estrutura de controle
atuando para assegurar que os governantes e demais responsáveis por
bens e valores públicos desempenhem suas tarefas com correção, em
consonância com o ordenamento jurídico e com princípios como os da

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moralidade, publicidade, impessoalidade e supremacia do interesse


público.
Hely Lopes Meirelles, em uma definição abrangente, porém concisa,
leciona que “controle, em tema de Administração Pública, é a faculdade de
vigilância, orientação e correção que um poder, órgão ou
autoridade exerce sobre a conduta funcional do outro”.
Os termos chaves dessa definição representam os principais atributos
do controle da gestão pública, que podem ser compreendidos da seguinte
forma:

➢ Vigilância: fiscalização e acompanhamento da gestão, com base nas


normas aplicáveis.

➢ Orientação: atuação pedagógica, preventiva, com vistas ao


aperfeiçoamento das práticas de gestão e à inibição de condutas lesivas
aos cofres públicos.
➢ Correção: assegurar o cumprimento da lei e a recomposição do
patrimônio lesado.

➢ Poder: como corolário do Estado Democrático de Direito, a CF instituiu um


sistema de freios e contrapesos no qual os Poderes se vigiam
mutuamente, cada um fiscalizando e inibindo eventuais excessos do outro
(controle externo).
➢ Órgão: cada instituição pública possui em sua estrutura um órgão com
atribuição de fiscalizar a própria instituição (controle interno).

➢ Autoridade: autotutela da administração, que pode anular ou revogar


seus próprios atos.

Em nosso dia-a-dia, é muito comum nos depararmos com notícias


sobre obras superfaturadas, fraudes em licitações, e outras tantas
falcatruas que têm em comum o fato de envolverem a malversação de
recursos públicos. Veja algumas manchetes:

Ex-prefeito de Canoas deverá ressarcir aos cofres públicos mais de um


milhão de reais (tce.rs.gov.br, em 30/3/2017)

Obras da Copa: TCE-RS abre inspeção para fiscalizar estruturas


temporárias no Beira Rio (tce.rs.gov.br, em 4/4/2014)

Tribunal de Contas da União vê indícios de irregularidades graves e


recomenda paralisação do projeto BRT Palmas (conexaoto, em 22/3/2017)

TCU estima desperdícios de R$ 2,67 bi ligados a gastos extras com usinas


térmicas (valor.com.br, em 19/2/2014)

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Tais notícias somente vêm à tona porque alguma ação de controle


foi realizada sobre a conduta do mau gestor, possibilitando a identificação
da irregularidade.
Ao toparmos com manchetes dessa natureza, podemos perceber que
o controle da Administração Pública pode ser feito de diversas formas e
por diferentes agentes. Nos exemplos acima, assim como em diversas
situações semelhantes, coube aos Tribunais de Contas essa atribuição.
Nos dois primeiros casos, a ação de controle foi empreendida pelo
Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS), em defesa
do patrimônio do Estado gaúcho; nos demais, o controle foi realizado pelo
Tribunal de Contas da União (TCU), a quem cabe zelar pela correta gestão
dos recursos da União. Com efeito, veremos que os Tribunais de Contas
(incluindo o da União, o do Estado do Rio Grande do Sul, bem como todos
os outros Estaduais e Municipais) são os órgãos técnicos diretamente
envolvidos no controle externo da Administração Pública, em auxílio ao
Poder Legislativo, fiscalizando os respectivos órgãos e agentes
jurisdicionados que realizam a arrecadação e a aplicação dos recursos
municipais, estaduais, distritais e federais.
Mas vale lembrar que a Administração também se sujeita ao controle
judicial, realizado pelo Poder Judiciário, ao controle social, realizado pelos
cidadãos, além de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos,
como veremos com mais detalhes adiante.
Quando falamos em controle da gestão pública, estamos nos
referindo à fiscalização de qualquer ato administrativo que envolva
receitas e despesas públicas, como a compra de bens, admissão de
pessoal, arrecadação de impostos, etc. Assim, essa modalidade de
controle é mais perceptível sobre as atividades realizadas pelo
Poder Executivo, cujas funções típicas são as funções administrativas. Mas
o controle da gestão pública também alcança o Poder Legislativo e o Poder
Judiciário, bem como o Ministério Público e o próprio Tribunal de Contas.
Contudo, o controle de que estamos falando não alcança as
funções típicas dos demais Poderes (Legislativo = legislar; Judiciário =
julgar) e órgãos autônomos (MP = fiscal da lei; TC = controle externo),
mas apenas suas funções administrativas. Por exemplo: o TCU não tem
competência para fiscalizar se o processo legislativo que resultou na
edição de determinada lei foi corretamente seguido pelo Congresso
Nacional; também não pode dizer se o Supremo Tribunal Federal decidiu
ou não de forma adequada em determinada ação direta de

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inconstitucionalidade. Mas, por outro lado, poderá sim fiscalizar as


licitações, as admissões de pessoal e todos os demais atos que resultem
receita ou despesa realizados tanto pelo Congresso Nacional como pelo
Supremo Tribunal Federal.
A partir dessas considerações conceituais, vamos avançar
apresentando algumas classificações doutrinárias e legais que se aplicam
ao controle da gestão pública.

CLASSIFICAÇÕES DO CONTROLE

QUANTO AO POSICIONAMENTO DO ÓRGÃO CONTROLADOR

Quando o controle é exercido por um ente não que integra a mesma


estrutura organizacional do órgão fiscalizado é dito controle externo. Por
exemplo: quando o Congresso Nacional julga as contas prestadas pelo
Presidente da República, ou quando um juiz anula um ato do Poder
Executivo, temos exemplos de controle externo, pois, nestes casos, um
Poder exerce controle sobre os atos de outro Poder. No primeiro caso, o
Legislativo e, no segundo caso, o Judiciário exercem controle sobre o
Executivo. Todavia, veremos que, na terminologia adotada pela
Constituição, apenas o controle exercido pelo Legislativo sobre a
Administração Pública, com o auxílio técnico dos Tribunais de Contas,
recebe a denominação de controle externo (CF, art. 70 a 75).
Por outro lado, quando o controle é exercido por órgão especializado,
porém pertencente à mesma estrutura da unidade controlada, é dito
controle interno. A Controladoria-Geral da União (CGU), por exemplo, é
um órgão que exerce controle interno, pois se vincula diretamente ao
Presidente da República (o titular da CGU é um Ministro de Estado), e
possui atribuições específicas de controle dos órgãos e entidades
administrativas pertencentes ao Poder Executivo Federal.

QUANTO AO MOMENTO DO CONTROLE

Controle prévio (a priori): exercido antes da conduta administrativa


se efetivar. Possui caráter preventivo, orientador, e visa evitar a
ocorrência de irregularidades. Exemplos de controle prévio exercido pelos
Tribunais de Contas:

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(i) apreciação prévia da documentação dos processos de


desestatização1;
(ii) assinatura de determinações aos gestores públicos, de modo a
prevenir que irregularidades se repitam;
(iii) decretação de medidas cautelares no controle sobre editais de
licitação.

O ordenamento jurídico atual não mais prevê a necessidade de


homologação prévia pelo Tribunal de Contas como
condicionante para a eficácia de atos administrativos. Isso
estava previsto no período entre as constituições federais de 1946 e 1967, mas não
existe mais.
Naquele período, todos os atos da administração, inclusive licitações e respectivos
contratos para compras, obras e serviços, deveriam passar pelo crivo prévio do Tribunal
de Contas para que pudessem produzir efeitos, num verdadeiro excesso de burocracia.
Já hoje em dia, a regra não é mais essa, visto que gestores públicos firmam contratos e
executam despesas sem precisar de qualquer anuência prévia do Tribunal de Contas.
Porém, em algumas situações específicas, por expressa disposição legal, ainda se realiza
à à à à à à à à à à à à à à à à
concessões de serviços públicos na esfera federal, cujo Edital deve ser enviado ao TCU
para aprovação antes de ser publicado.
A propósito, vale saber que o art. 71, § 1º da Constituição do Rio Grande do Sul prevê
que os contratos de locação de prédios e de serviços firmados entre quaisquer
entidades mantidas pelo Estado e fundações privadas de caráter previdenciário e
assistencial de servidores devem ser encaminhados ao Tribunal de Contas, o qual
avaliará os valores neles estabelecidos.
Porém, nessa situação, o controle exercido pelo TCE-RS não é condicionante para a
eficácia dos contratos, vale dizer, tais contratos não precisam esperar nenhum tipo de
aval prévio do órgão de controle para produzir efeitos. A remessa dos contratos ao
Tribunal é para possibilitar o exercício da competência fiscalizatória da Corte de Contas,
e não para que sejam registrados previamente para produzir efeitos.

1Lei 9.494/1997:
Art. 18. Compete ao Gestor do Fundo [Nacional de Desestatização]: (...)
VIII preparar a documentação dos processos de desestatização, para apreciação do Tribunal de Contas da União; (...)

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Controle concomitante (pari passu): efetuado no momento em que


a conduta administrativa está sendo praticada. Também possui caráter
preventivo, pois permite coibir irregularidades tempestivamente.
Exemplos de controle concomitante exercido pelos Tribunais de Contas:
(i) acompanhamento da arrecadação da receita;
(ii) realização de auditorias sobre atos ou contratos administrativos
que ainda estão sendo consumados, como uma obra ainda não
finalizada.

Controle posterior (a posteriori): efetuado após o ato


administrativo ter sido praticado. Possui caráter corretivo e,
eventualmente, sancionador. É a forma mais utilizada de controle externo.
Exemplos de controle posterior exercido pelos Tribunais de Contas:
(i) julgamento das contas dos administradores públicos;
(ii) emissão de parecer prévio sobre as contas do prestadas pelo
Chefe do Poder Executivo;
(iii) realização de auditorias para fiscalizar a regularidade de atos
administrativos já consumados ou os resultados alcançados por
programas de governo.

Vale registrar que os Tribunais de Contas possuem competências que


lhes são próprias, e que podem ser enquadradas em qualquer dos três
momentos do controle. Embora suas tarefas mais conhecidas e
tradicionais sejam de controle posterior (julgamento das contas e
realização de auditorias), o controle da administração pública tem
evoluído para priorizar ações de controle prévio ou concomitante, a partir
de critérios de materialidade, relevância e risco. Dessa forma, espera-se
que as Cortes de Contas alcancem maior efetividade.

QUANTO À NATUREZA DO CONTROLE

Tradicionalmente, o controle da gestão pública, quanto à natureza, ou


seja, considerando o seu foco, pode ser de:

Legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda consonância com


as normas aplicáveis, de qualquer espécie - leis, regimentos, resoluções,
portarias etc.

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Ex: no controle da legalidade de uma construção de rodovia, pode ser


verificado se a contratação da empreiteira responsável pela obra foi realizada em
conformidade com a Lei de Licitações.

Legitimidade: verifica se o ato atende ao interesse público, à


impessoalidade e à moralidade.
Ex: no controle de legitimidade, pode ser verificado se a construção da
rodovia atende às necessidades da população. Caso, por exemplo, já existirem
outras vias de acesso que atendam satisfatoriamente a demanda do local, ao
contrário de outras localidades mais necessitadas, o investimento poderia não
ser considerado legítimo, mesmo se realizado de acordo com a Lei de Licitações.

Economicidade: analisa a relação custo/benefício da despesa


pública, isto é, se o gasto foi realizado com minimização dos custos e sem
comprometimento dos padrões de qualidade.
Ex: no controle de economicidade, pode ser verificado se os materiais e
serviços necessários à construção da rodovia foram adquiridos e contratados a
preços de mercado e se atenderam às necessidades da obra com qualidade.

Além desses aspectos, com a utilização de técnicas mais modernas de


fiscalização, o controle passou a ter também como foco:

Eficiência: analisa os meios utilizados em relação aos resultados


obtidos pela Administração, com critérios de custo, prazo e qualidade. De
certa forma, se confunde com o conceito de economicidade, eis que
também se preocupa com a relação custo/benefício. A diferença é que o
foco da economicidade são os insumos financeiros, enquanto a avaliação
da eficiência também deve levar em conta os demais insumos (materiais,
humanos, tempo etc.).
Ex: no controle de eficiência, pode ser verificado se os recursos financeiros,
materiais e de pessoal dispendidos na obra foram otimizados, ou seja, se a
rodovia foi construída com qualidade, em tempo razoável e a custo de mercado.

Eficácia: verifica se as metas estabelecidas foram alcançadas, ou


seja, se os bens e serviços foram providos.
Ex: no controle de eficácia, pode ser verificado se o cronograma
estabelecido para a obra foi cumprido, se todas as intervenções previstas foram
realizadas, ou mesmo, se a rodovia foi realmente construída.

Efetividade: analisa se os objetivos da ação administrativa foram


atingidos, em termos de impactos sobre a população-alvo.

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Ex: no controle de efetividade, pode ser verificado se a rodovia, após


construída, realmente melhorou a vida da população, suprindo as carências que
motivaram a realização da obra.

Sintetizando, o controle avalia a legalidade, economicidade e a


eficiência da aquisição e aplicação dos recursos, assim como a
legitimidade, eficácia e a efetividade dos resultados alcançados,
conforme esquema a seguir:

Fonte: Manual de Auditoria Operacional do TCU.

CONTROLE ADMINISTRATIVO

Segundo a Professora Di Pietro, controle administrativo é o “poder


de fiscalização que a Administração Pública (em sentido amplo 2) exerce
sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por
iniciativa própria ou mediante provocação”. Esse tipo de controle,
executado de forma contínua pelos próprios dirigentes e servidores do
poder público, deriva do poder de autotutela da Administração,
expresso na Súmula 473 do STF:

áàá à à anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os


tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial

Portanto, anulação refere-se a controle de legalidade: anulam-se


atos ilegais; por sua vez, revogação refere-se a controle de mérito:
revogam-se atos inconvenientes ou inoportunos, assim classificados
segundo critérios discricionários da Administração. Vale destacar que, em
2 em sentido amplo quer dizer administração direta e indireta de todos os Poderes e esferas de governo.

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qualquer caso, sempre há a possibilidade de apreciação do ato pelo Poder


Judiciário.
Os controles internos administrativos são inerentes às atividades de
uma organização, constituindo etapas de seus processos de trabalho, em
todos os níveis, desde a alta direção até os escalões operacionais. Como
exemplos de controles internos administrativos, pode-se citar: sistema de
autorização e aprovação de transações, segregação de tarefas, controles
físicos sobre os bens e informações, controle da chefia sobre os atos de
seus subordinados (controle hierárquico), instauração de processos
disciplinares, interposição de recursos administrativos etc.

CONTROLE JUDICIAL

O controle judicial ou jurisdicional é aquele exercido pelos órgãos


do Poder Judiciário sobre os atos administrativos do Poder Executivo,
do Legislativo e do próprio Judiciário, quando realiza atividades
administrativas. Esse controle ocorre em atenção ao disposto no art. 5º,
XXXV, da CF: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito.”
Na lição de Hely Lopes Meirelles:
“No nosso sistema de jurisdição judicial única, consagrado pelo preceito
constitucional de que não se pode excluir da apreciação do Poder Judiciário
qualquer lesão ou ameaça a direito, individual ou coletivo (art. 5o, XXXV), a
Justiça ordinária tem a faculdade de julgar todo ato de administração
praticado por agente de qualquer dos órgãos ou Poderes do Estado.”

Assim, aquele que se sinta lesado em seus direitos em razão de ato


praticado pela Administração poderá buscar socorro junto ao Judiciário.
Tal possibilidade caracteriza uma instância de controle sobre a gestão da
coisa pública, proveniente do sistema de freios e contrapesos presente
em nosso ordenamento jurídico.
Diferentemente do controle externo realizado pelo Poder Legislativo
com o auxílio dos Tribunais de Contas (sobre o qual falaremos na Aula 1),
o controle judicial deve ser necessariamente provocado, ou seja, o
Judiciário não age de ofício, por iniciativa própria. Ao contrário, para
ser exercido, é necessária a provocação do interessado ou do legitimado,
mediante a propositura da ação judicial cabível, que pode ser, por
exemplo, um mandado de segurança, um mandado de injunção, uma ação
popular, uma ação civil pública entre outros. Em verdade, todo

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pronunciamento do Poder Judiciário sobre um ato da Administração, em


qualquer espécie de ação, será controle judicial.
Outra peculiaridade é que a doutrina costuma classificar o controle
judicial sobre a Administração Pública como uma espécie de controle
a posteriori, eis que geralmente ocorre depois de o ato ter sido
consumado. Porém, é possível encontrar exemplos de controle prévio,
como os mandados de segurança preventivos.
Ademais, em regra, o controle judicial se restringe ao controle de
legalidade, não se pronunciando sobre a conveniência e oportunidade do
ato em exame, ou seja, sobre o mérito administrativo. Os elementos que
perfazem o mérito do ato administrativo (motivo e objeto) somente
poderão ser objeto de análise pelo Poder Judiciário nos casos em que
contrariarem princípios legais (como moralidade, imparcialidade e
eficiência) ou que forem desproporcionais ou não pautados em critérios
previstos em lei. Por exemplo, conforme ensina a Professora Di Pietro, a
ausência ou falsidade do motivo, isto é, dos fatos que precedem a
elaboração do ato, caracteriza ilegalidade, suscetível de invalidação pelo
Poder Judiciário, não constituindo invasão do mérito administrativo.
Mediante o exercício do controle judicial dos atos administrativos
pode-se decretar a sua anulação, nos casos em que existe ilegalidade ou
ilegitimidade, mas nunca a sua revogação, que é faculdade privativa da
própria Administração.
Não é demais lembrar que, considerando o conceito que leva em
conta a posição do controlador em relação ao controlado, o Judiciário
realiza controle externo sobre a Administração Pública. Porém, segundo a
Constituição Federal, controle externo diz respeito apenas à fiscalização
exercida pelo Poder Legislativo, com o auxílio dos Tribunais de Contas,
sobre os atos administrativos do poder público.

CONTROLE SOCIAL

O controle social é exercido pelo cidadão diretamente ou pela


sociedade civil organizada. O ordenamento jurídico brasileiro, a começar
pela Constituição Federal, estabelece diversas formas de controle social,
que pode ser exercido tanto no momento da formulação da política pública
como na fase de execução. A seguir, alguns exemplos de ações de
controle acessíveis a qualquer cidadão:
- denunciar irregularidades aos órgãos de controle externo (CF,
art. 74, §2º);

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- propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público
e à moralidade administrativa (CF, art. 5º, LXXIII);
- examinar e questionar a legitimidade das contas de todas as esferas
de governo, as quais ficarão à disposição de qualquer contribuinte no
respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável por sua
elaboração (CF, art. 31, §3º; LRF, art. 49);
- conhecer e acompanhar, em tempo real, em meios eletrônicos de
acesso público, informações pormenorizadas sobre a execução
orçamentária e financeira (LC 131/2009);
- enviar reclamações, sugestões, críticas e informações sobre atos de
agentes públicos sob a jurisdição do TCE-RS ou de serviços por eles
prestados.

1. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Tendo em conta o momento no qual a atividade de


controle se realiza, o controle externo, analogamente ao que ocorre com o controle
de constitucionalidade, pode ser classificado em prévio (a priori) ou posterior (a
posteriori).
Comentário: As classificações do controle quanto ao momento da sua
realização em relação ao ato controlado são: controle prévio (a priori),
controle posterior (a posteriori), e ainda controle concomitante (pari passu).
Gabarito: Certo

2. (TCU – ACE 2006 – ESAF) Desenvolva um texto argumentando sobre o


seguinte tema: Prévio, concomitante ou a posteriori: como caracterizar o controle
exercido pelo TCU?
Comentário: Uma boa resposta para esta questão discursiva poderia
iniciar, logo de cara, afirmando que as diversas competências do TCU
permitem enquadrar o controle exercido pela Corte de Contas nas três
classificações de controle apresentadas. Em seguida, a afirmação deveria ser
justificada com exemplos, como os apresentados no corpo da aula. Para
concluir, poderia ser dito que, embora a maior parte do controle exercido pelo
Tribunal seja posterior, sua atuação tem evoluído no sentido de priorizar as
ações de controle prévio e concomitante, com o objetivo de, cada vez mais, se
antecipar às más práticas de gestão e evitar ou minimizar os danos ao
patrimônio público. Lembrando que essa resposta vale tanto para o TCU
quanto para os demais Tribunais de Contas existentes no Brasil, incluindo,
por óbvio, o TCE-RS.

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3. (SEBRAE – Analista Técnico II 2010 – Cespe) No exercício do controle externo,


o Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, analisa a
legalidade, mas não a legitimidade, dos atos administrativos da União e das
entidades da administração direta e indireta.
Comentário: O quesito está errado, pois o art. 70, caput, da Constituição
Federal dispõe que controle externo da União e das entidades da
administração direta e indireta será exercido quanto à legalidade e à
legitimidade, assim quanto à economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas. Pelo princípio de simetria expresso no art. 75 da CF (que
veremos na Aula 1), o mesmo deve ocorrer nas demais esferas de governo. De
fato, é o que ocorre no Rio Grande do Sul do Sul, haja vista o art. 70, caput da
CE/RS, que reproduz o art. 70, caput da CF, de modo que o gabarito também
se aplica à realidade do Estado.
Gabarito: Errado

4. (TCE/TO – ACE 2008 – Cespe) Um sistema de controle externo se diferencia de


um sistema de controle interno na administração pública, pois
a) o primeiro se situa em uma instância fora do âmbito do respectivo Poder.
b) correspondem, respectivamente, à auditoria externa e à interna.
c) o primeiro tem função coercitiva e o segundo, orientadora.
d) o primeiro tem caráter punitivo, e o segundo é consultivo.
e) o funcionamento do primeiro deriva de um processo autorizativo, e o
segundo é institucional.
Comentário: Quanto ao posicionamento do órgão controlador em relação
ao controlado, o controle pode ser externo ou interno. O controle externo é
exercido por um ente não que integra a mesma estrutura organizacional do
órgão fiscalizado enquanto que o controle interno é exercido por ente que
também integra essa estrutura. Portanto, correta a alternativa “a”.
Gabarito: alternativa “a”

5. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) Uma das funções precípuas do Poder Judiciário
é realizar o controle de mérito dos atos administrativos do Poder Executivo que
contribuem para o melhor interesse da sociedade.
Comentário: O quesito está errado, uma vez que o controle judicial, ao
contrário do que diz a assertiva, caracteriza-se por não realizar controle de
mérito dos atos administrativos, restringindo-se ao controle de legalidade.
Gabarito: Errado

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6. (TCDF – Procurador 2012 – Cespe) O controle administrativo é um controle de


legalidade e de mérito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre suas
próprias condutas.
Comentário: A primeira parte da assertiva (O controle administrativo é
um controle de legalidade e de mérito...) está correta. Lembre-se que o
controle administrativo deriva do poder de autotutela, pelo qual a
Administração pode anular atos ilegais (controle de legalidade) ou revogar
atos inconvenientes/inoportunos (controle de mérito).
Todavia, o restante da frase macula o quesito, pois o controle
administrativo não é exercido exclusivamente pelo Poder Executivo, mas pela
Administração Pública em sentido amplo, compreendendo, portanto, a
administração direta e indireta de todos os Poderes e esferas de governo.
Assim, por exemplo, o STF, integrante do Poder Judiciário, pode anular uma
licitação promovida pelo próprio órgão para adquirir material de expediente,
caso constate alguma ilegalidade no procedimento. Nesse exemplo, perceba
que o STF está atuando como Administração Pública, ou seja, exercendo
funções administrativas, ainda que não faça parte do Poder Executivo.
Gabarito: Errado

7. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) Caso não seja empregado o mínimo de recursos
destinados a saúde e educação no DF, poderá ocorrer o controle judicial de ofício
com vistas a garantir — mediante medida cautelar — a ocorrência dos atos
administrativos necessários para o direcionamento dessa parcela do orçamento.
Comentário: Como vimos, o controle judicial deve ser necessariamente
provocado, ou seja, não existe controle judicial de ofício, daí o erro do
quesito.
Gabarito: Errado

8. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Nos termos da Constituição da República, pode o


TCU, em certos casos, apreciar elementos de discricionariedade envolvidos nos
atos da administração pública e aspectos ligados à gestão das respectivas
entidades e ao desempenho das funções destas; não precisa sempre ater-se
unicamente à conformidade desses atos com as normas jurídicas aplicáveis, sob o
prisma da legalidade.
Comentário: De acordo com o caput do art. 70 da CF, a fiscalização
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e
entidades da União deverá ser realizada, essencialmente, tendo como foco os
seguintes critérios: legalidade, legitimidade e economicidade. Quando se
examina a legitimidade, alguns aspectos de discricionariedade podem ser

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questionados, especialmente os ligados à moralidade e à impessoalidade,


como, por exemplo, a escolha feita pelo gestor para executar determinada
obra visivelmente supérflua em detrimento de outra, sabidamente necessária
para a população. Todavia, cuidado com esse conceito: o TCU não avalia
aspectos de conveniência e oportunidade do ato administrativo que estejam
dentro do limite razoável de discricionariedade do gestor. No exemplo acima,
se existissem duas destinações legítimas para o recurso, e o gestor
escolhesse uma delas, não caberia ao TCU questionar a escolha.
Por sua vez, na avaliação da economicidade, verificam-se aspectos
ligados à gestão que podem ter como consequência a prática de atos
antieconômicos, como a interrupção de uma obra importante em função de
falhas no planejamento do gestor público.
0
Gabarito: Certo

9. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) A CF, ao estender aos tribunais e conselhos de


contas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios as disposições aplicáveis
no âmbito da União, destacou, como um dos aspectos objeto do controle, a
legitimidade, que envolve diversos critérios. Não faz parte dessas considerações o
exame da
a) conveniência.
b) legalidade.
c) prioridade.
d) pertinência.
e) oportunidade.
Comentário: O exame de legitimidade vai além da mera verificação das
formalidades legais, adentrando em aspectos da discricionariedade do gestor,
como conveniência, oportunidade, prioridade e pertinência, sempre que esses
critérios ultrapassem a razoabilidade. Mas lembre-se: o controle de
legitimidade deve ser feito com cautela, para não invadir os limites de atuação
da administração. O órgão de controle não pode substituir o gestor.
Gabarito: alternativa “b”

10. (TCE/MG – Auditor 2005 – FCC) No âmbito do controle externo, de


responsabilidade dos Tribunais de Contas, o tipo de exame afeto à avaliação do
mérito da despesa, sob o critério do custo-benefício, denomina-se controle de:
a) legitimidade;
b) economicidade;
c) razoabilidade;
d) proporcionalidade;

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e) finalidade.
Comentário: O caput do art. 70 da CF preceitua que o controle da
Administração Pública será realizado para assegurar legalidade, legitimidade
e economicidade dos atos de gestão. Portanto, somente as alternativas “a” e
“b” podem estar corretas. E daí fica fácil, pois o controle de legitimidade
busca verificar se o ato atende ao interesse público, à impessoalidade e à
moralidade, enquanto o controle de economicidade, gabarito da questão,
procura analisar a relação custo/benefício da despesa pública.
Gabarito: alternativa “b”

11. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, tanto o
Congresso Nacional quanto os sistemas de controle interno de cada Poder podem
exercer fiscalizações da seguinte ordem, exceto:
a) Contábil.
b) Ambiental.
c) Patrimonial.
d) Operacional.
e) Financeira.
Comentário: A natureza da fiscalização exercida pelos sistemas de
controle externo e interno está expressa no art. 70, caput da Constituição
Federal:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de
receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder.

Portanto, a Constituição não prevê que os órgãos de controle interno e


externo realizem fiscalização “ambiental”, de modo que somente a alternativa
“b” está errada. Não obstante a previsão constitucional, atualmente vê-se que
os Tribunais de Contas estão também adentrando nessa seara da auditoria
ambiental. Porém, mesmo nesse tipo de fiscalização, o objetivo do órgão de
controle externo deve ser sempre a proteção ao erário.
Gabarito: alternativa “b”

12. (TCE/PI – Assessor Jurídico 2002 – FCC, adaptada) Dentre os princípios


constitucionais estaduais expressos, a serem observados pelo Tribunal de Contas
do Estado do Rio Grande do Sul no exercício do controle externo destacam-se os
da:

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a) legalidade, legitimidade e economicidade.


b) isonomia, responsabilidade objetiva do Estado e motivação.
c) legalidade, razoabilidade e prevalência do interesse público.
d) legalidade, equilíbrio financeiro do contrato e publicidade.
e) motivação, legitimidade e igualdade.
Comentário: Ao tratar do controle da Administração Pública estadual, a
Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, assim como a dos demais
Estados, praticamente reproduz, com as devidas adaptações, o disposto no
art. 70, caput da Constituição Federal. Veja o texto da Constituição do RS:

Art. 70 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do


Estado e dos órgãos e entidades da administração direta e indireta, e de quaisquer
entidades constituídas ou mantidas pelo Estado, quanto à legalidade, legitimidade,
moralidade, publicidade, eficiência, eficácia, economicidade, aplicação de
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela Assembléia Legislativa
mediante controle externo e pelo sistema de controle interno de cada um dos
Poderes, observado o disposto nos arts. 70 a 75 da Constituição Federal.

Observe que a Constituição do Estado vai além da Constituição Federal e


prevê expressamente os princípios da moralidade, publicidade, eficiência e
eficácia como objetos do controle externo exercido pelo Tribunal de Contas.
Gabarito: alternativa “a”

13. (SUSEP – Analista Técnico 2010 – ESAF, adaptada) As atribuições do


Tribunal de Contas do Estado têm assento constitucional e é possível constatar
alguns tipos de fiscalização a serem desempenhadas por aquela Corte de Contas.
É correto afirmar que não é tipo de fiscalização:
a) o controle da legitimidade.
b) o controle da legalidade.
c) o controle de conveniência política e oportunidade administrativa.
d) o controle de resultados, de cumprimento de programa de trabalho e de metas.
e) o controle de fidelidade funcional dos agentes da Administração responsável por
bens e valores públicos.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa, procurando identificar a que
apresenta um tipo de fiscalização que esteja fora da competência do TCE-RS:
(a) Certa. A natureza das fiscalizações a cargo dos órgãos de controle
externo e interno do Estado está informada no art. 70 da CE/RS, transcrito no
comentário da questão anterior. Como se vê, o controle de legitimidade está
expresso no aludido dispositivo constitucional, sendo, portanto,

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desempenhado pela Corte de Contas.


(b) Certa, pelas mesmas razões da alternativa anterior, só que em relação
ao controle de legalidade.
(c) Errada, pois tais aspectos estão dentro da esfera de conveniência e
oportunidade dos responsáveis pela gestão dos recursos públicos, ou seja,
são aspectos ligados à discricionariedade do ato administrativo. Quando as
decisões tomadas com base em critérios dessa natureza não atentam contra
os princípios da Administração Pública, como moralidade e impessoalidade,
não compete ao Tribunal de Contas exercer sua ação de controle. Como já
disse, o Tribunal não pode substituir o gestor.
(d) Certa, pois o controle de resultados, de cumprimento de programa de
trabalho e de metas refere-se ao controle de eficácia, expressamente previsto
no art. 70, caput da CE/RS.
(e) Certa. Aqui a banca transcreveu o art. 75 da Lei 4.320/64:
Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:
I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da
despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens
e valores públicos;
III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em
termos de realização de obras e prestação de serviços.
Gabarito: alternativa “c”

Compreendidas as principais características da atividade de controle,


vamos avançar estudando as peculiaridades dos sistemas de controle
externo existentes no mundo, como um aperitivo para o que veremos na
Aula 1 sobre os sistemas de controle no Brasil.
Vamos lá!

SISTEMAS DE CONTROLE EXTERNO

As Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) são os órgãos técnicos


de controle externo de maior estatura em cada país. Normalmente é o
órgão que atua na esfera federal. No caso do Brasil, a EFS é o Tribunal
de Contas da União (TCU), cujas competências, prerrogativas, forma de
organização e demais características são replicadas nos demais Tribunais
de Contas estaduais e municipais.
Dependendo da orientação política do país, a EFS pode ser
classificada em um dos seguintes sistemas de controle externo:

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➢ Tribunais de Contas
➢ Auditorias-Gerais
O sistema de Tribunais de Contas ou Conselho de Contas
caracteriza-se por seu caráter colegiado, ou seja, as decisões desses
órgãos são tomadas em conjunto, pelo voto da maioria de seus membros
(decisões colegiadas). Os Tribunais de Contas geralmente possuem
poder para julgar a regularidade da gestão do administrador público (as
chamadas “contas dos responsáveis”). Também, em regra, possuem
competência para punir e emitir determinações compulsórias aos
controlados.
Já o sistema de Auditorias-Gerais ou Controladorias-Gerais
caracteriza-se por seu caráter unipessoal. São comandados por um
auditor ou controlador-geral, que é o responsável pelas decisões do órgão
(decisões monocráticas). Em regra, as Auditorias-Gerais pronunciam-se
conclusivamente sobre as contas, mas não as julgam. Suas decisões
geralmente possuem caráter opinativo ou consultivo, emitidas na forma
de pareceres e recomendações, com o objetivo principal de fornecer
subsídios para que o titular do controle externo e a opinião pública
avaliem a gestão.
Em geral, tanto os Tribunais de Contas como as Auditorias Gerais
estão associados ao Poder Legislativo. Há, contudo, países que colocam os
Tribunais de Contas junto ao Poder Judiciário ou as Auditorias-Gerais
junto ao Poder Executivo. Há também casos em que a EFS não está
vinculada a nenhum Poder.
A tarefa tradicional dos Tribunais de Contas é o controle de
legalidade, enquanto que as Auditorias-Gerais priorizam o controle de
eficácia, eficiência e efetividade. Contudo, os Tribunais de Contas têm
progredido nesse aspecto, expandindo sua atuação para além do mero
exame de legalidade, passando a focar aspectos de desempenho e alcance
de resultados.
Os Tribunais de Contas e as Auditorias-Gerais também possuem
características em comum: são órgãos administrativos; são autônomos
em relação ao Poder que os vincula; em geral, possuem previsão
constitucional; e suas decisões não são sujeitas a revisão por outro órgão
ou instância.

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A Controladoria-Geral da União (CGU) não é órgão de


controle externo, apesar de sua denominação. Como já
disse, a CGU é vinculada à Presidência da República, a quem
assessora por meio de atividades de controle interno, além de exercer, como órgão
central, a supervisão técnica dos órgãos que compõem o Sistema de Controle
Interno do Poder Executivo Federal, prestando a orientação normativa necessária.
Aliás, é importante saber que a CGU, atualmente, se denomina Ministério da
Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União.

14. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Os sistemas internacionais de controle externo têm
em comum a circunstância de que o órgão de controle é invariavelmente colegiado
e ligado ao Poder Legislativo.
Comentário: O órgão de controle (EFS) pode ser constituído na forma de
Tribunais/Conselhos de Contas ou na forma de Auditorias/Controladorias-
Gerais. No primeiro caso, são órgãos colegiados; no segundo, via de regra,
são órgãos monocráticos. Além disso, embora a maioria das EFS pelo mundo
esteja ligada ao Poder Legislativo, como o TCU ou o TCE-RS no Brasil, há
países em que a EFS compõe o Poder Judiciário, como em Portugal; o Poder
Executivo, como no Paraguai e na Bolívia; ou nenhum dos Poderes, como na
França e no Chile.
Gabarito: Errado

15. (TCU – ACE 2006 – ESAF) Na maioria dos países onde existe, o sistema de
controle externo é levado a termo ou pelos Tribunais de Contas (Cortes de Contas)
ou pelas Auditorias-Gerais. Nesse contexto, considerando as principais distinções
entre esses dois modelos de controle, assinale a opção que indica a correta relação
entre as colunas:
1) Tribunais de Contas ( ) São órgãos colegiados.
2) Auditorias-Gerais ( ) Podem ter poderes jurisdicionais.
( ) Podem estar integrados ao Poder Judiciário.
( ) Proferem decisões monocráticas.
a) 1 – 2 – 1 – 2 b) 1 – 1 – 1 – 2 c) 1 – 1 – 2 – 2
d) 2 – 1 – 2 – 1 e) 2 – 2 – 2 – 1

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Comentário: Pelo que estudamos, fica fácil matar essa. Os Tribunais de


Contas: são órgãos colegiados; podem ter poderes jurisdicionais e podem
estar integrados ao Poder Judiciário. Já as Auditorias-Gerais proferem
decisões monocráticas e não possuem poderes jurisdicionais.
Aproveito para ressaltar o detalhe de que, em regra, não se verificam:
(i) Controladorias-Gerais integradas ao Poder Judiciário; (ii) Tribunais de
Contas integrados ao Poder Executivo.
Gabarito: alternativa “b”

16. (TCU – ACE 2007 – Cespe) O sistema de controle externo, na maioria dos
países signatários, é levado a termo ou pelas cortes de contas ou pelas auditorias-
gerais. As principais características do sistema de tribunal de contas são as
decisões colegiadas e o poder sancionatório. No Brasil, bem como nos demais
países que adotam esse sistema, os tribunais de contas, quanto à sua organização,
encontram-se ligados à estrutura do Poder Legislativo.
Comentário: As duas primeiras frases da questão estão corretas.
Ademais, é fato que, no Brasil, os tribunais de contas estão ligados ao Poder
Legislativo. Contudo, há países em que isso não ocorre. Portanto, a
expressão “bem como nos demais países que adotam esse sistema” torna o
quesito errado. Em Portugal e na Grécia, por exemplo, o Tribunal de Contas
situa-se no âmbito do Poder Judiciário. Já na França, a Corte de Contas não
está vinculada a nenhum dos poderes.
Gabarito: Errado

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FUNÇÕES DOS TRIBUNAIS DE CONTAS

As funções nada mais são que uma forma de sistematizar as diversas


competências que foram conferidas pela Constituição Federal – e também
por outras normas infraconstitucionais – ao TCU e, por simetria, aos
demais Tribunais de Contas, dando uma ideia geral sobre a natureza das
atividades exercidas pelos órgãos de controle externo.
De acordo com publicação institucional do TCU 3 , as funções dos
Tribunais de Contas podem ser agrupadas da seguinte maneira:
▪ Fiscalizadora
▪ Judicante
▪ Sancionadora
▪ Consultiva
▪ Informativa
▪ Corretiva
▪ Normativa
▪ De ouvidoria
▪ Pedagógica
A seguir veremos exemplos de algumas competências dos Tribunais
de Contas abrangidas por cada uma dessas nove funções. Por ora, as
referidas competências serão apenas mencionadas, para exemplificar as
características de cada função, visto que seu estudo detalhado será
realizado nas aulas seguintes.

Função fiscalizadora (ou fiscalizatória, ou de fiscalização)


A maioria das competências atribuídas aos Tribunais de Contas está
inserida na função fiscalizadora. As atividades dessa função caracterizam-
se pelo exame de uma situação ou condição (p.ex. a prática de um ato
administrativo) tendo como referência um critério ou padrão (p.ex. uma
norma legal), com o objetivo de verificar em que medida a situação ou
condição está de acordo com o critério ou padrão. A função fiscalizadora
compreende a realização auditorias, inspeções, acompanhamentos e
monitoramentos relacionados com a fiscalização de atos e contratos
administrativos em geral (CF, art. 71, IV).

3 Conhecendo o Tribunal. Brasília: TCU, 2008.

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O exercício da função fiscalizadora envolve ainda a apreciação da


legalidade dos atos de concessão de aposentadorias, reformas e pensões
e de admissão de pessoal (CF, art. 71, III), a fiscalização da aplicação de
recursos repassados mediante convênios e outros instrumentos
congêneres (CF, art. 71, VI), assim como a fiscalização das aplicações do
Poder Público no capital social de empresas (CF, art. 71, V).

Função judicante (ou jurisdicional, ou de julgamento)


Os Tribunais de Contas exercem a função judicante quando julgam
as contas dos administradores e dos demais responsáveis por bens e
valores públicos (contas ordinárias e extraordinárias), e também quando
julgam as contas dos responsáveis por causarem prejuízo ao erário
(tomada de contas especial) (CF, art. 71, II). Ao julgar as contas, o
Tribunal decide se elas são regulares, regulares com ressalva ou
irregulares.
Perceba que, por força da parte final do art. 71, II da CF, sempre
que, na administração do patrimônio público, houver desvio de recursos
ou prática de qualquer ato de que resulte dano ao erário, o responsável
pelo prejuízo deverá ter suas contas julgadas pela Corte de Contas
competente. Se o prejuízo foi causado ao patrimônio da União, o
julgamento caberá ao TCU; se o dano atingiu o patrimônio do Rio Grande
do Sul ou de algum Município do Estado, o julgamento será de
competência do TCE-RS, e assim por diante.
Note também que os Tribunais de Contas não exercem a função
judicante quando realizam atividades de fiscalização (auditorias,
inspeções, apreciação de atos sujeitos a registro etc.). O julgamento das
contas dos responsáveis ocorre sempre em processo específico, chamado
processo de contas, que pode ser um processo de contas ordinárias, de
contas extraordinárias ou um processo de tomada de contas especial.

Contas ordinárias

Processo de Contas Contas extraordinárias

Tomada de contas especial

Assim, por exemplo, caso no curso de uma auditoria seja constatada


ocorrência que resultou em prejuízo aos cofres públicos, a auditoria
(processo de fiscalização) deverá ser convertida em processo de tomada
de contas especial (processo de contas), para aí sim ocorrer o julgamento

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das contas dos responsáveis pelo desfalque e a cobrança do débito


apurado. Nesse caso, ocorre a mutação da natureza do processo, de um
processo de fiscalização para um processo de contas.

Função sancionadora (ou sancionatória, ou punitiva)


A função sancionadora surge quando da aplicação aos responsáveis
das sanções previstas em lei, seja na Lei Orgânica do Tribunal de Contas,
seja em outras leis (CF, art. 71, VIII).
Essas sanções podem compreender, isolada ou cumulativamente:
➢ aplicação, ao agente público, de multa proporcional ao valor do
prejuízo causado ao erário;
➢ cominação de multa ao responsável por contas julgadas
irregulares, por ato irregular, ilegítimo ou antieconômico, por
não-atendimento de diligência ou determinação do Tribunal, por
obstrução ao livre exercício de inspeções ou auditorias e por
sonegação de processo, documento ou informação;
➢ inabilitação do responsável para o exercício de cargo em
comissão ou função de confiança no âmbito da Administração
Pública;
➢ declaração de inidoneidade do responsável, por fraude em
licitação, para participar, por até cinco anos, de certames
licitatórios promovidos pela administração pública;
➢ afastamento provisório do cargo por obstrução a auditoria ou
inspeção;
➢ decretação da indisponibilidade de bens.
No caso do TCE-RS, a Lei Orgânica prevê apenas a possibilidade de
aplicação de multas, de modo que o Tribunal não pode impor nenhuma
outra espécie de sanção.

Três observações importantes:


(1) as sanções podem ser aplicadas tanto em processos de
fiscalização quanto em processo de contas. Assim, caso na realização
de uma auditoria ou no exame de uma prestação de contas se constate
que uma determinação anterior do Tribunal não foi cumprida, o gestor
responsável poderá ser penalizado com multa no âmbito do próprio

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processo em que o não-atendimento foi identificado, seja este um


processo de contas ou um processo de fiscalização;
(2) ao impor sanções o Tribunal deverá permitir o contraditório e a
ampla defesa;
(3) nos processos de contas, a eventual cobrança do prejuízo
causado ao erário (imputação de débito) tem natureza de
responsabilização civil, com a finalidade de recompor os cofres lesados
pela ação do agente público. Ou seja, cobrar débito não é impor
sanção. Logicamente, caso seja cabível, o Tribunal poderá impor sanções
juntamente à cobrança do débito.

Função consultiva (ou de consulta, ou opinativa)


A função consultiva é exercida mediante a elaboração de parecer
prévio, de caráter essencialmente técnico, sobre as contas prestadas
anualmente pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente da República,
Governadores e Prefeitos, conforme o caso), a fim de subsidiar o
julgamento a cargo do Poder Legislativo (CF, art. 71, I). Da mesma forma,
compreende a emissão de pareceres prévios, por parte do TCU, sobre as
contas de governo de territórios (CF, art. 33, §2º).
Inclui também o exame, sempre em tese, de consultas feitas por
autoridades legitimadas para formulá-las, a respeito de dúvidas na
aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentes às
matérias de competência do Tribunal (LO/TCE-RS, art. 33, XIV).
Outro exemplo de atividade abrangida pela função consultiva é o
parecer sobre indícios de despesas não autorizadas (CF, art. 72, §1º),
emitido por solicitação do Poder Legislativo.

Função informativa (ou de informação)


A função informativa é exercida quando da prestação de informações
solicitadas pelo Poder Legislativo ou por qualquer das respectivas
Comissões, sobre a fiscalização exercida pelo Tribunal de Contas (CF,
art. 71, VII).
Compreende, ainda, a representação ao Poder competente sobre
irregularidades ou abusos apurados (CF, art. 71, XI), assim como o
encaminhamento ao Poder Legislativo, trimestral e anualmente, de
relatório circunstanciado e demonstrativo das atividades internas e de
controle externo realizadas pelo Tribunal (CF, art. 71, §4º).

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Inclui também a emissão de alertas destinados aos órgãos e Poderes,


como os alertas sobre ultrapassagem de 90% dos limites de gastos com
pessoal, endividamento, operações de crédito e concessão de garantias e
demais previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF, art. 59, §1º).

Função corretiva
Os Tribunais de Contas exercem a função corretiva ao:
➢ emitir determinações, de caráter compulsório, para corrigir
irregularidades;
➢ fixar prazo para cumprimento da lei, se verificada ilegalidade
(CF, art. 71, IX);
➢ sustar ato impugnado (CF, art. 71, X).

Função normativa (ou regulamentar)


Decorre do poder de normatizar que faculta aos Tribunais de Contas a
prerrogativa de editar os atos normativos necessários para dar fiel
execução à lei, acerca de matérias de sua competência e a respeito da
organização dos processos que lhe devam ser submetidos.

Função de ouvidoria (ou de ouvidor)


Reside na possibilidade de os Tribunais de Contas receberem
denúncias e representações relativas a irregularidades ou ilegalidades que
lhe sejam comunicadas por responsáveis pelo controle interno, por
autoridades ou por qualquer cidadão, partido político, associação ou
sindicato (CF, art. 74, §§ 1º e 2º).
Cabe frisar que, na apuração das denúncias e representações, os
Tribunais de Contas exercem a função fiscalizatória.

Função pedagógica
Os Tribunais de Contas atuam de forma pedagógica, quando orientam
e informam sobre procedimentos e melhores práticas de gestão, mediante
publicação de manuais e cartilhas, realização de seminários, reuniões e
encontros de caráter educativo ou, ainda, quando recomendam a adoção
de providências para correção de impropriedades, de modo a prevenir a
ocorrências futuras semelhantes.
O caráter educativo surge também quando da aplicação de sanções a
responsáveis por irregularidades ou práticas lesivas aos cofres públicos,

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na medida em que tais punições funcionam como fator de inibição à


prática de ocorrências da espécie.
*****
Antes de finalizar este tópico, cabe registrar que os Tribunais de
Contas quase nunca exercem apenas uma das funções isoladamente. O
normal é que suas atuações associem sempre duas ou mais delas. Por
exemplo, ao julgar as contas de gestão, o TCE-RS pode aplicar
penalidades e/ou fazer determinações. Assim, simultaneamente à função
judicante, são exercidas as funções sancionadora e corretiva.
Por fim, vale salientar que o rol de funções apresentado, no total de
nove, não é imperativo ou exaustivo, embora seja uma boa referência
retirada de uma publicação institucional do TCU. Com efeito, pode-se
encontrar na doutrina sistematizações diferentes para as atribuições dos
Tribunais de Contas, mas que são apenas variações das apresentadas
anteriormente. Por exemplo, Nagel4 identifica sete grupos de funções ou
atribuições: opinativa, consultiva e informativa; investigatórias; corretivas
e cautelares; cautelares; jurisdicionais; declaratórias; e punitivas. Já Hely
Lopes Meireles5 reduz sua análise a quatro categorias: técnico-opinativas,
verificadoras, assessoradoras e jurisdicionais administrativas.

17. (TCU – ACE 2007 – Cespe) A função judicante é expressa quando o TCU
exerce a sua competência infraconstitucional de julgar as contas de gestão dos
administradores públicos. Entretanto, no tocante às prestações de contas
apresentadas pelo governo federal, compete ao TCU apenas apreciá-las e emitir
parecer prévio, já que compete ao Congresso Nacional julgá-las, com base na
emissão do parecer emitido pela comissão mista permanente de senadores e
deputados.
Comentário: É verdade que o TCU exerce a função judicante ao julgar as
contas de gestão dos administradores públicos. A competência para tanto
está expressa na própria Constituição (art. 71, II), sendo apenas reproduzida
na LO/TCU (art. 1º, I). Portanto, a palavra infraconstitucional torna a questão
errada. Da mesma forma, a função judicante do TCE-RS tem sede
constitucional, eis que o art. 71 da Constituição Estadual estende ao TCE as

4 Apud. Lima (2011, p. 111). NAGEL, José. A fisionomia distorcida do controle externo. Revista do TCE MG,
edição nº 4, 2000.
5 Apud. Lima (2011, p. 111). MEIRELES, H.L. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo, Malheiros

Editores, 1997.

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competências atribuídas ao TCU pela Constituição Federal, adaptadas ao


Estado.
Cabe lembrar que, no tocante às contas prestadas pelo Governador e
pelos Prefeitos, o Tribunal de Contas emite parecer prévio, não vinculante,
como subsídio ao julgamento realizado pelo Poder Legislativo. Nesse caso, o
Tribunal de Contas exerce a função consultiva.
Gabarito: Errado

18. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe) Com relação aos tribunais de contas,
entre as inovações introduzidas pela LRF, encontra-se a instituição da função
cautelar de alertar os demais Poderes ou órgãos nas situações que especifique.
Comentário: Como vimos, o rol de funções que estudamos, no total de
nove, não é imperativo ou exaustivo, pois pode-se encontrar na doutrina
sistematizações diferentes para as atribuições dos Tribunais de Contas. A
questão em tela menciona a função cautelar, que incluiria os alertas previstos
na LRF. Na aula, classificamos tais alertas na função informativa. Perceba que
as duas classificações estão corretas, pois a informação prevista na LRF sob
a forma de alerta tem caráter cautelar, preventivo. A mesma atribuição poderia
ser também classificada na função assessoradora, segundo as categorias
consideradas por Hely Lopes Meireles. Portanto, para fins de prova, o
importante é conhecer as competências do Tribunal de Contas e utilizar o
bom senso na hora de responder uma questão que as classifique em alguma
função. No caso de uma questão discursiva em que seja necessário discorrer
sobre as funções dos Tribunais de Contas, creio que a apresentação das nove
funções dadas na aula, seguidas de um ou dois exemplos, sejam suficientes
para uma boa resposta.
Gabarito: Certo

19. (TCE/ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) Na CF, o controle


externo foi consideravelmente ampliado. Nesse sentido, as funções que os TCs
desempenham incluem a
a) sancionatória, quando se aprovam as contas dos dirigentes e responsáveis
por bens e valores públicos.
b) de julgamento, quando se emite parecer prévio sobre as contas anuais dos
chefes de poder ou órgão.
c) de ouvidor, quando se respondem e esclarecem as dúvidas de servidores
sobre a aplicação da legislação orçamentária e financeira.
d) corretiva, quando se aplicam multas e outras penalidades aos responsáveis
por irregularidades.

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e) de fiscalização financeira, quando se registram os atos de admissão do


pessoal efetivo.
Comentário: Pede-se para escolher a alternativa correta. Então vamos
analisar cada uma delas.
A letra “a” está errada, pois os Tribunais de Contas exercem a função
judicante ou de julgamento – e não a função sancionatória – quando
“aprovam” as contas dos administradores públicos. Assim, a letra “b”
também está errada. Com efeito, a emissão de parecer prévio faz parte da
função consultiva ou opinativa dos Tribunais de Contas.
Quanto à letra “c”, lembre-se que a função de ouvidor é exercida quando
o Tribunal recebe denúncias e representações sobre irregularidades que lhe
sejam comunicadas pelo controle interno, por autoridades ou por qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato. Ademais, o Tribunal de
Contas somente decidirá sobre consultas - exercendo sua função consultiva -
que sejam formuladas pelas autoridades competentes, as quais, no caso do
TCE-RS, estão elencadas do art. 109 do Regimento Interno e não incluem os
servidores em geral. Portanto, a alternativa “c” também está errada.
A função corretiva, expressa na letra “d”, é exercida quando os Tribunais
de Contas emitem deliberações com o objetivo de corrigir irregularidades ou
impropriedades existentes na Administração Pública que foram constatadas
nas atividades de controle. Assim, a assertiva está errada, pois quando
aplicam multas e outras penalidades, os Tribunais de Contas exercem a
função sancionatória.
Por fim, a letra “e” está correta, pois quando se registram os atos de
admissão de pessoal, assim como outras atividades de caráter investigatório
e que envolvem análise técnica de informações e documentos, os Tribunais
de Contas exercem a função fiscalizadora ou fiscalizatória. A professora Di
Pietro a descreve como de fiscalização financeira6, como está no quesito.
Gabarito: alternativa “e”

20. (TCE/RN – Assessor Técnico de Controle e Administração 2009 – Cespe)


Uma das funções de competência dos TCs, como definido na CF, é a de ouvidor,
caracterizada pelo recebimento de denúncias de irregularidades ou ilegalidades
formuladas tanto pelos responsáveis pelo controle interno como por qualquer
cidadão, partido político, associação ou sindicato.
Comentário: O item está perfeito. Na Constituição Federal, a função de
ouvidor exercida pelos TCs encontra-se positivada no art. 74, §§ 1º e 2º,
consistindo na possibilidade de as Cortes de Contas receberem denúncias e

6 Apud. Lima (2011, p. 111). DI PIETRO, M.S.Z. Direito Administrativo. 19ª edição, Atlas, 2006.

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representações relativas a irregularidades ou ilegalidades que lhe sejam


comunicadas por responsáveis pelo controle interno, por autoridades ou por
qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato.
Gabarito: Certo

21. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) Considerando as funções dos tribunais de


contas, assinale a opção correta.
a) A função opinativa dos tribunais de contas se reveste de conteúdo vinculativo.
b) A função sancionadora ocorre quando os tribunais de contas, por exemplo,
efetuam recolhimento da multa proporcional ao débito imputado.
c) A função de fiscalização dos tribunais de contas compreende as ações relativas
ao exame e à realização de diligências relacionadas a recursos de alienação
dos ativos.
d) O julgamento das contas dos responsáveis por bens e valores públicos constitui
função corretiva dos tribunais de contas.
e) Assiste aos tribunais de contas o poder regulamentar, também chamado de
normativo, que, em certos casos, pode ir além de sua competência e jurisdição.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
(a) errada, pois a função opinativa dos tribunais de contas, como o
próprio nome já diz, não possui conteúdo vinculativo, podendo-se citar como
exemplo a emissão de parecer prévio sobre as contas do Chefe do Executivo;
(b) errada, pois a função sancionadora ocorre na aplicação – e não no
recolhimento – da multa. Ademais, quem a recolhe é o responsável, não o
Tribunal!
(c) certa, tendo como exemplo a fiscalização exercida pelo TCU nos
processos de privatização de instituições públicas federais, em que ocorre a
alienação de ativos para a iniciativa privada;
(d) errada, pois o julgamento de contas é inerente à função judicante, e
não à função corretiva. Esta, por sua vez, é exercida quando da emissão de
determinações para corrigir falhas ou impropriedades, na fixação de prazo
para o exato cumprimento da lei ou, ainda, na sustação de ato impugnado;
(e) errada, pois o poder regulamentar que assiste ao Tribunal de Contas
apenas pode ser exercido no âmbito de sua competência e jurisdição.
Gabarito: alternativa “c”

*****

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MAIS QUESTÕES DE PROVA

22. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) A competência do sistema de controle interno nos
poderes da União restringe-se ao exercício do controle sobre entidades da
administração pública direta, indireta, fundacional e autárquica.
Comentário: O item está errado. O sistema de controle interno também
pode fiscalizar a aplicação de recursos públicos por entidades de direito
privado, conforme prevê o art. 74, II da CF:
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,
sistema de controle interno com a finalidade de:
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração
federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito
privado;
Gabarito: Errado

23. (TJRO – Técnico Judiciário 2012 – Cespe) O abuso de poder é conduta


comissiva, que afronta, dentre outros, o princípio da legalidade e o da moralidade, e
se sujeita, portanto, ao controle judicial, que se sobrepõe ao controle administrativo.
Comentário: O item está errado. Não há predominância entre as formas de
controle. Tanto o controle judicial como o administrativo, o parlamentar ou o
exercido pelos Tribunais de Contas derivam do sistema de freios e
contrapesos que rege a Administração Pública, o qual assegura a harmonia
entre os Poderes.
Gabarito: Errado

24. (TCDF – Procurador 2012 – Cespe) Constitui exteriorização do princípio da


autotutela a súmula do STF que enuncia que “A administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados dos vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência e oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial”.
Comentário: A questão está correta, pois constitui a transcrição da
Súmula 473 do STF.
Gabarito: Certo

25. (INPI – Analista 2013 – Cespe) O controle administrativo, que consiste no


acompanhamento e fiscalização do ato administrativo por parte da própria estrutura
organizacional, configura-se como controle de natureza interna, privativo do Poder
Executivo.

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Comentário: O item está errado. A Professora Maria Sylvia Di Pietro define


o controle da Administração da seguinte forma:
O poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos Poderes
Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de
sua atuação com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico.

Temos então, controle administrativo, judicial e legislativo como espécies


do gênero controle da Administração. O controle administrativo é o poder de
fiscalização e correção que o Estado-administrador efetua sobre sua própria
atuação, nos aspectos de legalidade e mérito, seja por iniciativa própria ou por
provocação. A função administrativa está presente em todos os Poderes do
Estado. Embora o Poder Executivo a exerça tipicamente, os demais Poderes,
de forma atípica, também administram. Isso se dá, por exemplo, quando
==0==

realizam concurso público ou quando adquirem bens e serviços. Dessa forma,


o controle administrativo é exercido no âmbito de todos os Poderes, não só no
Executivo. Os Poderes Judiciário e Legislativo exercem controle
administrativo ao desempenharem sua função atípica de administrar.
Gabarito: Errado

26. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, tanto o
Congresso Nacional quanto os sistemas de controle interno de cada Poder podem
exercer fiscalizações da seguinte ordem, exceto:
a) Contábil.
b) Ambiental.
c) Patrimonial.
d) Operacional.
e) Financeira.
Comentário: A natureza da fiscalização exercida pelos sistemas de
controle externo e interno está expressa no art. 70, caput da Constituição
Federal:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será
exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Portanto, a Constituição não prevê que os órgãos de controle interno e
externo realizem fiscalização “ambiental”, de modo que somente a alternativa
“b” está errada. Não obstante a previsão constitucional, atualmente vê-se que
os Tribunais de Contas estão também adentrando nessa seara da auditoria
ambiental. Porém, mesmo nesse tipo de fiscalização, o objetivo do órgão de
controle externo deve ser sempre a proteção ao erário.
Gabarito: alternativa “b”

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27. (TCE/AP – ACE 2012 – FCC) O controle externo no Brasil é exercido


a) a posteriori, mas não a priori nem de forma concomitante.
b) a priori e concomitante, mas não a posteriori.
c) de forma concomitante e a posteriori, mas não a priori.
d) a priori e a posteriori, mas não de forma concomitante.
e) a priori, de forma concomitante e a posteriori.
Comentário: Questão mamão com açúcar, né? Como vimos, as
classificações do controle quanto ao momento em que ocorre são: controle
prévio (a priori), controle posterior (a posteriori) e controle concomitante (pari
passu). Portanto, correta apenas a alternativa “e”.
Gabarito: alternativa “e”

28. (TCE/MA – Analista 2005 – FCC) No cenário internacional, o Estado


democrático contemporâneo caracteriza-se, dentre outros aspectos, por sua sujeição
a mecanismos de controle externo da gestão pública. Neste sentido, a par da
fiscalização exercida pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público sobre a
Administração Pública, prevalece, no Brasil, o sistema de controle externo exercido
através de:
a) Tribunais de Contas;
b) Tribunais de Contas e Controladorias;
c) Controladorias;
d) Controladorias e Defensorias Públicas;
e) Tribunais de Contas e Defensorias Públicas.
Comentário: O sistema de controle externo vigente em cada país reflete a
organização e as competências do órgão técnico de maior estatura que atua
no controle externo da Administração Pública local. O sistema de controle
externo pode ser: (i) Tribunais de Contas ou Conselhos de Contas; ou (ii)
Auditorias-Gerais ou Controladorias-Gerais. No Brasil, ante o disposto nos
arts. 71 e 73 da CF sobre as competências e a organização do Tribunal de
Contas da União, vigora o sistema de Tribunas de Contas (alternativa “a”).
Gabarito: alternativa “a”

29. (TCE/MG – Auditor 2005 – FCC) No âmbito do controle externo, de


responsabilidade dos Tribunais de Contas, o tipo de exame afeto à avaliação do
mérito da despesa, sob o critério do custo-benefício, denomina-se controle de:
a) legitimidade;
b) economicidade;
c) razoabilidade;

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d) proporcionalidade;
e) finalidade.
Comentário: O caput do art. 70 da CF preceitua que o controle da
Administração Pública será realizado para assegurar legalidade, legitimidade e
economicidade dos atos de gestão. Portanto, somente as alternativas “a” e “b”
podem estar corretas. E daí fica fácil, pois o controle de legitimidade busca
verificar se o ato atende ao interesse público, à impessoalidade e à
moralidade, enquanto o controle de economicidade, gabarito da questão,
procura analisar a relação custo/benefício da despesa pública.
Gabarito: alternativa “b”

30. (TCE/PI – Assessor Jurídico 2002 – FCC, adaptada) Dentre os princípios


constitucionais estaduais expressos, a serem observados pelo Tribunal de Contas
do Estado do Rio Grande do Sul no exercício do controle externo destacam-se os
da:
a) legalidade, legitimidade e economicidade.
b) isonomia, responsabilidade objetiva do Estado e motivação.
c) legalidade, razoabilidade e prevalência do interesse público.
d) legalidade, equilíbrio financeiro do contrato e publicidade.
e) motivação, legitimidade e igualdade.
Comentário: Ao tratar do controle da Administração Pública estadual, a
Constituição do Estado do RS, assim como a dos demais Estados,
praticamente reproduz, com as devidas adaptações, o disposto no art. 70,
caput da Constituição Federal. Veja o texto da Constituição do Rio Grande do
Sul:
Art. 70 – A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do
Estado e dos órgãos e entidades da administração direta e indireta, de quaisquer
entidades constituídas ou mantidas pelo Estado, quanto à legalidade, legitimidade,
moralidade, publicidade, eficiência, eficácia, economicidade, aplicação de
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pela Assembléia Legislativa,
mediante controle externo e pelo sistema de controle interno de cada um dos Poderes,
observado o disposto nos arts. 70 a 75 da Constituição Federal.

Por isso, ainda que seu objetivo seja algum Tribunal de Contas Estadual,
é importante conhecer bem os artigos 70 a 75 da Constituição Federal, dos
quais derivam as regras aplicáveis aos demais entes da federação.
Quanto às alternativas, perceba que apenas a opção “a” apresenta
princípios expressos no art. 70 da Constituição do RS. Todas as demais
alternativas, ao contrário, apresentam pelo menos um princípio que não se
encontra expresso no referido dispositivo constitucional.
Gabarito: alternativa “a”

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31. (Procurador Municipal/SP 2008 – FCC) É correto afirmar em relação ao


controle externo e interno da Administração Pública:
a) a anulação de ato administrativo ilegal somente poderá ser realizada por decisão
judicial, em atendimento do princípio da segurança jurídica.
b) os órgãos do Poder Executivo, assim como os órgãos dos demais Poderes
quando realizem função administrativa, sujeitam-se ao controle interno e externo.
c) admite-se o controle jurisdicional dos atos administrativos discricionários, salvo
em relação aos motivos do ato.
d) no contexto da participação do usuário no controle da Administração, caberá à lei
disciplinar o acesso a registros administrativos, excetuados os atos de governo.
e) os administrados podem provocar o procedimento de controle dos atos da
Administração, hipótese esta restrita à proteção de seus respectivos interesses
individuais.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
a) Errada. A anulação de ato administrativo ilegal poderá ser realizada por
decisão judicial, mediante provocação, e também por decisão da própria
Administração, com base no princípio da autotutela (Súmula 473 do STF).
Portanto, a palavra “somente” torna a alternativa errada.
b) Certa. A função administrativa está presente em todos os Poderes do
Estado. Embora o Poder Executivo a exerça tipicamente, os demais Poderes,
de forma atípica, também administram. Isso se dá, por exemplo, quando
realizam concurso público ou quando adquirem bens e serviços.
c) Errada. Embora o controle judicial, em regra, se restrinja ao controle de
legalidade, os elementos que perfazem o mérito do ato administrativo (motivo
e objeto) também poderão ser objeto de análise pelo Poder Judiciário,
notadamente nos casos em que contrariarem princípios legais (como
moralidade, imparcialidade e eficiência) ou que forem desproporcionais ou não
pautados em critérios previstos em lei. Portanto, a palavra “salvo” macula a
alternativa.
d) Errada. No contexto da participação do usuário no controle da
Administração, caberá à lei disciplinar o acesso a registros administrativos,
inclusive (e não excetuados) os atos de governo, haja vista que atos de
governo, quando ilegais ou arbitrários, são passíveis de tutela jurisdicional.
e) Errada. Os administrados podem provocar o procedimento de controle
dos atos da Administração não só para proteção de seus interesses
individuais, mas também para a tutela de interesses coletivos ou difusos.
Gabarito: alternativa “b”

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32. (TRE/RS – AJ 2010 – FCC) Está correto afirmar que, o controle administrativo
a) é exercido por meio de fiscalização hierárquica, apenas.
b) dos atos do Poder Executivo é exercido pelo Poder Legislativo.
c) permite a anulação dos atos administrativos por conveniência e oportunidade.
d) deriva do poder-dever de autotutela que a Administração tem sobre seus próprios
atos e agentes.
e) não pode ser exercido pelos Poderes Judiciário e Legislativo.
Comentário: Como vimos, controle administrativo, judicial e legislativo
constituem espécies do gênero controle da Administração. O controle
administrativo é o poder de fiscalização e correção que o Estado-
administrador efetua sobre sua própria atuação, nos aspectos de legalidade e
mérito, seja por iniciativa própria ou por provocação. Portanto, correta a
alternativa “d”. Os demais itens estão incorretos. Vejamos a razão.
Na letra “a”, além do controle administrativo hierárquico, exercido tipicamente
no âmbito de uma mesma estrutura organizacional - seja da Administração
Direta seja da Indireta - há também o controle finalístico, não hierárquico,
exercido pela Administração Direta sobre a Indireta.
Na letra “b”, o controle do Legislativo sobre o Executivo é chamado de
controle parlamentar ou legislativo, e não de controle administrativo.
Na letra “c”, o desfazimento dos atos administrativos por conveniência e
oportunidade dá-se por meio da revogação, e não da anulação.
Na letra “e”, o controle administrativo é exercido no âmbito de todos os
Poderes, afinal, no Brasil, todos os Poderes administram. Assim, os Poderes
Judiciário e Legislativo exercem controle administrativo quando do
desempenho da sua função atípica de administrar.
Gabarito: alternativa “d”
*****
Bem, por ora é só. Espero que tenha curtido esse “aperitivo”. Não
deixe de dar uma olhada ainda no Resumão que vem logo em seguida.
No próximo encontro, iniciaremos a todo vapor o estudo dos
dispositivos constitucionais sobre o controle da Administração Pública e
ainda veremos uma série de questões comentadas.
Vejo você lá! Bons estudos!

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RESUMÃO DA AULA
Controle da gestão pública: faculdade de vigilância, orientação e correção que um poder, órgão ou autoridade
exerce sobre a conduta funcional do outro.

➢ Classificações do controle:

Externo: exercido por um ente que não integra a mesma estrutura organizacional
do órgão fiscalizado (na CF, somente o exercido pelo Legislativo).
Posicionamento do
Interno: exercido por órgão especializado, porém pertencente à mesma estrutura
órgão controlador
do fiscalizado.

Legalidade: conformidade às normas.


Legitimidade: interesse público, impessoalidade, moralidade;.
Economicidade: menor custo, sem comprometer a qualidade.
Natureza, tipo ou
Eficiência: meios em relação aos resultados.
foco do controle
Eficácia: alcance das metas.
Efetividade: impactos sobre a população-alvo.

Prévio (a priori): preventivo, orientador.


Momentos do
Concomitante (pari passu): tempestivo, preventivo.
controle
Posterior (a posteriori): corretivo e sancionador.

➢ Controle Administrativo: poder de autotutela da Administração. Anulação refere-se a controle de


legalidade: anulam-se atos ilegais. Revogação refere-se a controle de mérito: revogam-se atos
inconvenientes ou inoportunos.

➢ Controle Judicial: exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos dos Poderes
Executivo, do Legislativo e do próprio Judiciário, quando realiza atividades administrativas.
Necessariamente provocado. Controle a posteriori. Restrito ao controle de legalidade, adentrando no
mérito do ato administrativo apenas em caso de ilegalidade ou ilegitimidade. Pode anular, mas não
revogar o ato.

➢ Controle Social: exercido diretamente pelo cidadão, ou pela sociedade civil organizada. Ex: denúncia aos
órgãos de controle externo, ação popular, ouvidoria do TCU, etc.

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Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS): órgãos técnicos de controle externo, de caráter administrativo, de
maior estatura em cada país (Brasil = TCU). Podem se vincular a qualquer Poder ou a nenhum deles.

➢ Sistemas de controle externo:

Decisões colegiadas;
Tribunais de Contas ou Poder sancionatório e determinações compulsórias;
Conselhos de Contas Função fiscalizadora ou jurisdicional.

Decisões monocráticas;
Auditorias-Gerais ou
Recomendações sem caráter coercitivo;
Controladorias Gerais
Função fiscalizadora, opinativa, consultiva.

➢ Funções dos Tribunais de Contas:

Funções Exemplos

Fiscalizadora Realizar auditorias e inspeções; fiscalizar recursos de convênios.

Judicante Julgar as contas dos administradores públicos ou daqueles que causarem dano ao erário.

Sancionadora Aplicar multa; inabilitar responsável para exercício de cargo em comissão.

Consultiva Emitir parecer prévio sobre as contas do Chefe do Executivo; responder a consultas.

Informativa Prestar informações solicitadas pelo Poder Legislativo.

Corretiva Emitir determinações; fixar prazo para o cumprimento da lei.

Normativa Expedir instruções e atos normativos sobre matérias de sua competência.

Ouvidoria Receber denúncias e representações sobre irregularidades.

Pedagógica Emitir recomendações sobre boas práticas de gestão.

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Tendo em conta o momento no qual a atividade de controle
se realiza, o controle externo, analogamente ao que ocorre com o controle de
constitucionalidade, pode ser classificado em prévio (a priori) ou posterior (a posteriori).

2. (TCU – ACE 2006 – ESAF) Desenvolva um texto argumentando sobre o seguinte tema:
Prévio, concomitante ou a posteriori: como caracterizar o controle exercido pelo TCU?

3. (SEBRAE - Analista Técnico II 2010 - Cespe) No exercício do controle externo, o


Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União, analisa a legalidade,
mas não a legitimidade, dos atos administrativos da União e das entidades da administração
direta e indireta.

4. (TCE/TO – ACE 2008 – Cespe) Um sistema de controle externo se diferencia de um


sistema de controle interno na administração pública, pois
a) o primeiro se situa em uma instância fora do âmbito do respectivo Poder.
b) correspondem, respectivamente, à auditoria externa e à interna.
c) o primeiro tem função coercitiva e o segundo, orientadora.
d) o primeiro tem caráter punitivo, e o segundo é consultivo.
e) o funcionamento do primeiro deriva de um processo autorizativo, e o segundo é
institucional.

5. (TCE/ES – ACE 2012 – Cespe) Uma das funções precípuas do Poder Judiciário é realizar
o controle de mérito dos atos administrativos do Poder Executivo que contribuem para o
melhor interesse da sociedade.

6. (TCDF – Procurador 2012 – Cespe) O controle administrativo é um controle de


legalidade e de mérito, exercido exclusivamente pelo Poder Executivo sobre suas próprias
condutas.

7. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) Caso não seja empregado o mínimo de recursos
destinados a saúde e educação no DF, poderá ocorrer o controle judicial de ofício com
vistas a garantir — mediante medida cautelar — a ocorrência dos atos administrativos
necessários para o direcionamento dessa parcela do orçamento.

8. (TCU - ACE 2004 - Cespe) Nos termos da Constituição da República, pode o TCU, em
certos casos, apreciar elementos de discricionariedade envolvidos nos atos da
administração pública e aspectos ligados à gestão das respectivas entidades e ao
desempenho das funções destas; não precisa sempre ater-se unicamente à conformidade
desses atos com as normas jurídicas aplicáveis, sob o prisma da legalidade.

9. (TCE/AC – ACE 2009 – Cespe) A CF, ao estender aos tribunais e conselhos de contas
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios as disposições aplicáveis no âmbito da

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União, destacou, como um dos aspectos objeto do controle, a legitimidade, que envolve
diversos critérios. Não faz parte dessas considerações o exame da
a) conveniência.
b) legalidade.
c) prioridade.
d) pertinência.
e) oportunidade.

10. (TCE/MG – Auditor 2005 – FCC) No âmbito do controle externo, de responsabilidade


dos Tribunais de Contas, o tipo de exame afeto à avaliação do mérito da despesa, sob o
critério do custo-benefício, denomina-se controle de:
a) legitimidade;
b) economicidade;
c) razoabilidade;
d) proporcionalidade;
e) finalidade.

11. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, tanto o Congresso
Nacional quanto os sistemas de controle interno de cada Poder podem exercer fiscalizações
da seguinte ordem, exceto:
a) Contábil.
b) Ambiental.
c) Patrimonial.
d) Operacional.
e) Financeira.

12. (TCE/PI – Assessor Jurídico 2002 – FCC, adaptada) Dentre os princípios


constitucionais estaduais expressos, a serem observados pelo Tribunal de Contas do
Estado do Rio Grande do Sul no exercício do controle externo destacam-se os da:
a) legalidade, legitimidade e economicidade.
b) isonomia, responsabilidade objetiva do Estado e motivação.
c) legalidade, razoabilidade e prevalência do interesse público.
d) legalidade, equilíbrio financeiro do contrato e publicidade.
e) motivação, legitimidade e igualdade.

13. (SUSEP – Analista Técnico 2010 – ESAF, adaptada) As atribuições do Tribunal de


Contas do Estado têm assento constitucional e é possível constatar alguns tipos de
fiscalização a serem desempenhadas por aquela Corte de Contas. É correto afirmar que não
é tipo de fiscalização:
a) o controle da legitimidade.

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b) o controle da legalidade.
c) o controle de conveniência política e oportunidade administrativa.
d) o controle de resultados, de cumprimento de programa de trabalho e de metas.
e) o controle de fidelidade funcional dos agentes da Administração responsável por bens e
valores públicos.

14. (TCU – ACE 2004 – Cespe) Os sistemas internacionais de controle externo têm em
comum a circunstância de que o órgão de controle é invariavelmente colegiado e ligado ao
Poder Legislativo.

15. (TCU – ACE 2006 – ESAF) Na maioria dos países onde existe, o sistema de controle
externo é levado a termo ou pelos Tribunais de Contas (Cortes de Contas) ou pelas
Auditorias-Gerais. Nesse contexto, considerando as principais distinções entre esses dois
modelos de controle, assinale a opção que indica a correta relação entre as colunas:
1) Tribunais de Contas ( ) São órgãos colegiados.
2) Auditorias-Gerais ( ) Podem ter poderes jurisdicionais.
( ) Podem estar integrados ao Poder Judiciário.
( ) Proferem decisões monocráticas.
a) 1 – 2 – 1 – 2 b) 1 – 1 – 1 – 2 c) 1 – 1 – 2 – 2
d) 2 – 1 – 2 – 1 e) 2 – 2 – 2 – 1

16. (TCU – ACE 2007 – Cespe) O sistema de controle externo, na maioria dos países
signatários, é levado a termo ou pelas cortes de contas ou pelas auditorias-gerais. As
principais características do sistema de tribunal de contas são as decisões colegiadas e o
poder sancionatório. No Brasil, bem como nos demais países que adotam esse sistema, os
tribunais de contas, quanto à sua organização, encontram-se ligados à estrutura do Poder
Legislativo.

17. (TCU – ACE 2007 – Cespe) A função judicante é expressa quando o TCU exerce a sua
competência infraconstitucional de julgar as contas de gestão dos administradores públicos.
Entretanto, no tocante às prestações de contas apresentadas pelo governo federal, compete
ao TCU apenas apreciá-las e emitir parecer prévio, já que compete ao Congresso Nacional
julgá-las, com base na emissão do parecer emitido pela comissão mista permanente de
senadores e deputados.

18. (TCDF – Procurador 2002 – Cespe) Com relação aos tribunais de contas, entre as
inovações introduzidas pela LRF, encontra-se a instituição da função cautelar de alertar os
demais Poderes ou órgãos nas situações que especifique.

19. (TCE/ES – Procurador Especial de Contas 2009 – Cespe) Na CF, o controle externo
foi consideravelmente ampliado. Nesse sentido, as funções que os TCs desempenham
incluem a

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a) sancionatória, quando se aprovam as contas dos dirigentes e responsáveis por
bens e valores públicos.
b) de julgamento, quando se emite parecer prévio sobre as contas anuais dos chefes
de poder ou órgão.
c) de ouvidor, quando se respondem e esclarecem as dúvidas de servidores sobre a
aplicação da legislação orçamentária e financeira.
d) corretiva, quando se aplicam multas e outras penalidades aos responsáveis por
irregularidades.
e) de fiscalização financeira, quando se registram os atos de admissão do pessoal
efetivo.

20. (TCE/RN – Assessor Técnico de Controle e Administração 2009 – Cespe) Uma das
funções de competência dos TCs, como definido na CF, é a de ouvidor, caracterizada pelo
recebimento de denúncias de irregularidades ou ilegalidades formuladas tanto pelos
responsáveis pelo controle interno como por qualquer cidadão, partido político, associação
ou sindicato.

21. (TCE/AC – ACE 2008 – Cespe) Considerando as funções dos tribunais de contas,
assinale a opção correta.
a) A função opinativa dos tribunais de contas se reveste de conteúdo vinculativo.
b) A função sancionadora ocorre quando os tribunais de contas, por exemplo, efetuam
recolhimento da multa proporcional ao débito imputado.
c) A função de fiscalização dos tribunais de contas compreende as ações relativas ao
exame e à realização de diligências relacionadas a recursos de alienação dos ativos.
d) O julgamento das contas dos responsáveis por bens e valores públicos constitui função
corretiva dos tribunais de contas.
e) Assiste aos tribunais de contas o poder regulamentar, também chamado de normativo,
que, em certos casos, pode ir além de sua competência e jurisdição.
22. (TCU – AUFC 2015 – Cespe) A competência do sistema de controle interno nos
poderes da União restringe-se ao exercício do controle sobre entidades da administração
pública direta, indireta, fundacional e autárquica.

23. (TJRO – Técnico Judiciário 2012 – Cespe) O abuso de poder é conduta comissiva,
que afronta, dentre outros, o princípio da legalidade e o da moralidade, e se sujeita,
portanto, ao controle judicial, que se sobrepõe ao controle administrativo.

24. (TCDF – Procurador 2012 – Cespe) Constitui exteriorização do princípio da autotutela a


súmula do STF que enuncia que “A administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados dos vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-
los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.

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25. (INPI – Analista 2013 – Cespe) O controle administrativo, que consiste no
acompanhamento e fiscalização do ato administrativo por parte da própria estrutura
organizacional, configura-se como controle de natureza interna, privativo do Poder
Executivo.

26. (CGU – AFC 2012 – ESAF) Nos termos da Constituição Federal, tanto o Congresso
Nacional quanto os sistemas de controle interno de cada Poder podem exercer fiscalizações
da seguinte ordem, exceto:
a) Contábil.
b) Ambiental.
c) Patrimonial.
d) Operacional.
e) Financeira.

27. (TCE/AP – ACE 2012 – FCC) O controle externo no Brasil é exercido


a) a posteriori, mas não a priori nem de forma concomitante.
b) a priori e concomitante, mas não a posteriori.
c) de forma concomitante e a posteriori, mas não a priori.
d) a priori e a posteriori, mas não de forma concomitante.
e) a priori, de forma concomitante e a posteriori.

28. (TCE/MA – Analista 2005 – FCC) No cenário internacional, o Estado democrático


contemporâneo caracteriza-se, dentre outros aspectos, por sua sujeição a mecanismos de
controle externo da gestão pública. Neste sentido, a par da fiscalização exercida pelo Poder
Judiciário e pelo Ministério Público sobre a Administração Pública, prevalece, no Brasil, o
sistema de controle externo exercido através de:
a) Tribunais de Contas;
b) Tribunais de Contas e Controladorias;
c) Controladorias;
d) Controladorias e Defensorias Públicas;
e) Tribunais de Contas e Defensorias Públicas.

29. (TCE/MG – Auditor 2005 – FCC) No âmbito do controle externo, de responsabilidade


dos Tribunais de Contas, o tipo de exame afeto à avaliação do mérito da despesa, sob o
critério do custo-benefício, denomina-se controle de:
a) legitimidade;
b) economicidade;
c) razoabilidade;
d) proporcionalidade;
e) finalidade.

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30. (TCE/PI – Assessor Jurídico 2002 – FCC, adaptada) Dentre os princípios
constitucionais estaduais expressos, a serem observados pelo Tribunal de Contas do
Estado do Rio Grande do Sul no exercício do controle externo destacam-se os da:
a) legalidade, legitimidade e economicidade.
b) isonomia, responsabilidade objetiva do Estado e motivação.
c) legalidade, razoabilidade e prevalência do interesse público.
d) legalidade, equilíbrio financeiro do contrato e publicidade.
e) motivação, legitimidade e igualdade.

31. (Procurador Municipal/SP 2008 – FCC) É correto afirmar em relação ao controle


externo e interno da Administração Pública:
a) a anulação de ato administrativo ilegal somente poderá ser realizada por decisão judicial,
em atendimento do princípio da segurança jurídica.
b) os órgãos do Poder Executivo, assim como os órgãos dos demais Poderes quando
realizem função administrativa, sujeitam-se ao controle interno e externo.
c) admite-se o controle jurisdicional dos atos administrativos discricionários, salvo em
relação aos motivos do ato.
d) no contexto da participação do usuário no controle da Administração, caberá à lei
disciplinar o acesso a registros administrativos, excetuados os atos de governo.
e) os administrados podem provocar o procedimento de controle dos atos da Administração,
hipótese esta restrita à proteção de seus respectivos interesses individuais.

32. (TRE/RS – AJ 2010 – FCC) Está correto afirmar que, o controle administrativo
a) é exercido por meio de fiscalização hierárquica, apenas.
b) dos atos do Poder Executivo é exercido pelo Poder Legislativo.
c) permite a anulação dos atos administrativos por conveniência e oportunidade.
d) deriva do poder-dever de autotutela que a Administração tem sobre seus próprios atos e
agentes.
e) não pode ser exercido pelos Poderes Judiciário e Legislativo.

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GABARITO

2) - 3) E 4) a
1) C
6) E 7) E 8) C
5) E
10) b 11) b 12) a
9) b
14) E 15) b 16) E
13) c
18) C 19) e 20) C
17) E

21) c 22) E 23) E 24) C

25) E 26) b 27) e 28) a

30) a 31) b 32) d


29) b

Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo. 13ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007.
Aguiar, A. G. Aguiar, M. P. O Tribunal de Contas na ordem constitucional. 2 ed. Belo
Horizonte: Fórum, 2008.
Aguiar, U.D. Albuquerque, M.A.S. Medeiros, P.H.R. A administração Pública sob a
perspectiva do controle externo. Belo Horizonte: Fórum, 2011.
Chaves, F.E.C. Controle externo da gestão pública: a fiscalização pelo Legislativo e
pelos Tribunais de Contas. 2 ed. Niterói: Impetus, 2009.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 20ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007.
Lima, L.H. Controle externo: teoria, jurisprudência e mais de 500 questões. 4 ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2011.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 35 ed. São Paulo: Malheiros, 2009.

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