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A Atitude de Verônica na Via Sacra

A Via Sacra é uma forma de piedade que busca relembrar um pouco da Paixão de Cristo, mais
especificamente do momento em que Ele foi condenado a morte até o seu sepultamento. Cada
uma das estações possui uma riqueza muito grande e poderia ser aprofundada com muito
proveito. Hoje queremos nos concentrar na VI estação dessa Via Dolorosa, momento no qual
uma mulher chamada Verônica se aproxima de Jesus e enxuga seu rosto ensanguentado com
uma toalha, na qual ficou estampada a Sagrada Face de Cristo. O que essa estação nos diz? O
que podemos aprender dessa atitude de Verônica?

O Salmo 27, nos versículos 8 e 9, iluminam um pouco o que poderia estar se passando no interior
de Verônica nesse instante. Eles dizem o seguinte: «O meu coração murmura por Ti, os meus olhos
Te procuram; é a tua face que eu procuro, Senhor. Não desvies de mim o teu rosto, nem afastes, com ira,
o teu servo. Tu és o meu amparo: não me rejeites nem abandones, ó Deus, meu Salvador».

Que bonitas essas palavras! Verônica buscava o Senhor, seu coração murmurava por Ele,
sussurrava a necessidade imensa de estar ao seu lado. Não podia deixar de buscar se aproximar
de Jesus de todas as maneiras possíveis. Quanto amor expressam esses versículos.

Um detalhe importante que aparece no salmo, relevante para esse momento em que
meditamos na atitude de Verônica é quando o salmista diz buscar a face do Senhor. Essa
expressão é muito comum no antigo testamento e é uma maneira de expressar o desejo de
conhecer a Deus. Aquele que vê a face de Deus, conhece a Deus. É muito bonito e significativo
que o rosto de Jesus fique estampado na toalha de Verônica, como um símbolo de que ela
conseguiu isso que o salmista queria. Ela conseguiu a face do Senhor. Mas porque ela conseguiu?

Na Via Sacra realizada no Coliseu, em Roma, no ano passado, quando meditavam sobre a VI
estação, mencionaram a ternura feminina que se pode ver na atitude de Verônica. A meditação
dizia o seguinte: “Então, Jesus para diante de uma mulher que vem ao seu encontro, sem
qualquer hesitação. É a Verónica, verdadeira imagem feminina da ternura. Aqui o Senhor
encarna a nossa necessidade de amorosa gratuidade, de nos sentirmos amados e protegidos por
gestos de carinho e cuidado.”

É dessa maneira que Verônica consegue o Rosto de Deus. Encontrando-o no rosto de Jesus que
sofre. Sendo capaz de enxergar além daquele rosto sofrido, sendo capaz de ver a Deus sofrendo
em Jesus.

De fato, não é apenas para aliviar a dor de Jesus que ela se aproxima. A meditação no Coliseu
continua assim: “Não só para aliviar, mas também para participar no seu sofrimento. Em Jesus,
reconhece todo o próximo que deve consolar com um toque de ternura, querendo chegar aos
gemidos de dor de quantos, hoje, não recebem assistência nem calor de compaixão. E morrem
de solidão.”

Para participar do seu sofrimento! Para fazer sua, de alguma maneira, a experiência da Paixão
de Cristo. É isso que ela faz nesse momento. E é isso que nós somos chamados a fazer hoje
também. Podemos encontrar a Cristo sofrendo hoje nos rostos de tantas pessoas que sofrem
por causa das injustiças, da fome, das distintas formas de miséria, da solidão, do frio, etc.

Jesus continua sofrendo em cada uma dessas pessoas e se queremos encontrar-nos com a sua
Face, com certeza podemos encontrá-la nos que sofrem. Por isso, saiamos ao encontro deles, e
talvez Deus também nos dê a graça de voltarmos com a nossa própria toalha estampada com o
rosto de Jesus.

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