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A espiritualidade da Semana Santa

“Como a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus, Cristo a realizou


principalmente por seu mistério pascal, com o qual destruiu nossa morte morrendo, e
ressuscitando restaurou nossa vida, o sagrado tríduo pascal da paixão e ressurreição do Senhor
brilha como o ponto culminante de todo o ano litúrgico”. Com essa afirmação a Igreja, no
Concilio Vaticano II, expressou a centralidade desse tempo intenso que começamos a viver.
Sendo os mistérios centrais da nossa fé, muitas vezes não se tornam os mistérios centrais da
nossa vida por diferentes motivos que valem a pena serem levados em consideração.

No Domingo de Ramos é comum escutar os sacerdotes animando os fiéis a viverem


intensamente as celebrações que se aproximam. Porque será essa insistência tão grande?
Sabemos da quantidade de trabalho que eles têm nesses dias, mas o seu apelo não é
simplesmente porque não querem trabalhar e depois ver uma igreja vazia. Longe disso. Como
pastores que são, percebem que suas ovelhas muitas vezes passam desapercebidas por aquilo
que é a fonte, o núcleo, o centro capaz de dar sentido e encher de vitalidade toda uma vida. E
como veem isso acontecer ano após ano, o apelo fica cada vez mais intenso. Não deixemos que
esse ano seja apenas mais uma semana santa.

Que ela seja A semana santa. Que ela seja de verdade santa não depende de nós. Mas depende
sim de nós que essa santidade se faça vida em cada um de nós. Um primeiro perigo que podemos
viver essa semana é a de entender as celebrações como um simples memorial de um fato
ocorrido dois mil anos atrás. Sem deixar de ser um memorial, quando celebramos a Eucaristia,
se atualiza o mistério de Cristo, ele se faz presente mais uma vez. Isso também acontece na
semana santa e inclusive poderíamos dizer que é mais importante acentuar a realidade
sacramental, ou seja, de uma real atualização e vivência do mistério, do que uma simples
lembrança de um fato ocorrido a mais ou menos dois mil anos atrás.

Uma outra dificuldade que pode surgir é viver uma espécie de romanticismo pascal que se
esquece ou prefere não olhar toda a dimensão dramática e profunda do que estamos vivendo.
Vive-se a semana santa de forma cômoda, triunfalista e, de certo modo, utópica. Parece uma
páscoa sem calvário. E isso acontece muito se não vivemos uma experiência quaresmal intensa,
na qual unimos as nossas dores e dificuldades com as de Cristo. Afinal, se não experimentamos
em nós nada que precise ser reconciliado, salvo ou redimido, qual o sentido da ressurreição de
Cristo para nós?

Podemos, dessa forma, acabar passando por mais uma semana santa que não modifica muito o
nosso interior. Entre muitas celebrações e trabalhos, acontece de terminar a semana santa e
não experimentarmos essa revitalização pessoal, pelo contrário, por estarmos muito cansados
pelas longas celebrações talvez até nos distanciemos um pouco. E, no entanto, o fundamental
da semana santa é que frutifique em nós uma vida cristã mais intensa, uma vida espiritual mais
robusta.

Não deixemos que esse tríduo que se aproxima passe por nós sem que nos toque
profundamente. Que nos questione em pontos centrais da nossa vida como a vivência do nosso
Batismo e suas consequências. Peçamos ao Espírito Santo que nos conduza nessa semana e que
seja Ele quem abra nossas mentes e corações para vivermos uma santa Semana Santa.

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