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As fronteiras orientais do Império Otomano variaram muito ao longo de séculos de

disputas com os Mongóis e outros povos da Ásia Central, posteriormente seguidas de


disputas com o Império Russo, no século XIX. Na região do moderno Iraque, forças
inglesas haviam ajudado a organizar sublevações regionais contrárias ao domínio
otomano durante toda a I Guerra Mundial. O Iraque moderno nasceu em 1919, quando
o Império Otomano, foi desmembrado, depois da Primeira Guerra Mundial.
Em 1920 a Conferência de San Remo levou à imposição de um mandato da Liga das
Nações para a Inglaterra administrar o Iraque, onde indicaram a britânica Gertrude
como governadora daquela região.[5][6] O Rei Faiçal I foi coroado pelos britânicos como
chefe de Estado, embora tivesse um poder meramente simbólico perante o domínio
inglês. Isto fez eclodir uma nova rebelião independentista. Para dominar o Iraque, as
tropas britânicas realizaram uma verdadeira guerra colonial, utilizando-se de forças
blindadas e bombardeios aéreos contra vilas e cidades iraquianas durante toda a
década de 1920, que incluíram o uso de armas químicas como o gás mostarda lançado
de aviões.[7][8][9]
Em 1932 o Iraque teve sua independência formalizada, embora continuasse sob forte
influência inglesa, já que o Reino Unido conseguiu manter membros do antigo governo
colonial (1920-1932) durante o curto período de independência do Iraque governado
pelo Rei Faiçal (1932-1933) e na sequência, em governos dos seus descendentes da
dinastia hachemita.[9]

Muhammad Najib ar-Ruba'i, primeiro presidente do Iraque

Após a morte do rei Gazi, filho de Faiçal, em 1939, foi instituído um período de
regência, pois o rei Faiçal II tinha apenas 4 anos. Na maior parte do período de
regência, o tio do rei, Abdulillah (Abdel Ila), governou o Iraque. Este era um governo
pró-britânico até o início da II Guerra Mundial. Em Março de 1940, o Primeiro-Ministro
e General Nuri as-Said foi substituído por Rashid Ali al-Gailani, um nacionalista radical,
que adotou uma política de não-cooperação com os britânicos. A pressão britânica que
se seguiu levou a uma revolta militar nacionalista em 30 de Abril de 1941, quando foi
formado um novo governo, pró-Alemanha, encabeçado por Gailani. Os britânicos
desembarcaram tropas em Baçorá e ocorreu uma rápida guerra entre os dois países em
Maio, quando os ingleses restabeleceram o controle sobre o Iraque e Faiçal II foi
reconduzido ao poder. Em 17 de Janeiro de 1943 o Iraque declarou Guerra à Alemanha.
A Grã-Bretanha ocupou o Iraque até 1945 e dividiu a ocupação do vizinho Irã com as
forças da URSS. Durante a guerra o Iraque foi um importante centro de suprimento
para as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que operavam no Oriente Médio
e de transbordo de armas para a URSS. Após a II Guerra Mundial, o Iraque se tornou
área de influência dos EUA, assinando o Pacto de Bagdá em 1955 com EUA e Turquia.
O Iraque participou da guerra árabe-israelense de 1947-1949 (Ver: Guerra árabe-
israelense de 1948), e apoiou os países árabes em guerra contra Israel na Guerra dos
Seis Dias (1967) e na Guerra do Yom Kipur (1973). Com a crise política dos anos 1950, o
Iraque chegou a formar uma confederação com a Jordânia em 1958, que dissolveu-se
com o fim da monarquia e o início da república no mesmo ano. O período 1959-1979
foi bastante conturbado na história iraquiana, com diversos golpes de Estado e
participação em duas guerras.
República Baathista[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Saddam Hussein e Iraque Baathista

Revolução de 14 de Julho

Em 17 de julho de 1968, Ahmed Hassan al-Bakr deu um golpe de estado que derrubou
a república e o presidente Abdul Rahman Arif, colocando os baathistas no poder. Onze
anos depois, em 15 de julho de 1979, o sunita Saddam Hussein (até então vice de al-
Bakr) assumiu a liderança do país, iniciando um governo que duraria até a Invasão
americana ao Iraque em 2003. Saddam lideraria o Iraque contra o Irã, na longa e
sangrenta Guerra Irã-Iraque, apoiado pelos EUA. Entretanto, após invadir o Kuwait em
1990, o país foi duramente atacado pela coalizão de países liderada pelos EUA
na Guerra do Golfo, em 1991. O governo de Saddam foi marcado por avanços
econômicos e desenvolvimento do país, sem paralelo com a história anterior da nação.
Contudo, após a guerra contra o Irã e contra as potências ocidentais pelo Kuwait, a
economia do Iraque entrou em colapso. A corrupção no seio do regime e o
encolhimento econômico foi seguido por anos de tensão sectária, entre sunitas, xiitas e
curdos. Para reprimir uma rebelião deste último, perto do fim da guerra com o Irã, as
forças de Hussein lançaram a chamada Operação Anfal, que resultou em mais de
180 000 mortes.[10]
Saddam Hussein foi presidente e ditador do Iraque entre 1979 e 2003.

Os xiitas também se rebelaram, em 1991, mas sua revolta foi igualmente sufocada,
com um saldo de mais de 230 000 pessoas mortas.[11] Durante a década de 1990, o país
foi assolado com tensão sectária e pobreza extrema (especialmente entre a população
xiita), decorrente da má gestão, da infraestrutura precária e da corrupção do regime
sunita de Saddam. Os Estados Unidos e seus aliados realizaram bombardeios
esporádicos pelo país (como em 1996 e 1998). Duas zonas de exclusão aérea (as
operações Northern Watch e Southern Watch) sobre o Iraque foram impostas
pela OTAN, com o objetivo de limitar a capacidade do exército iraquiano de usar
violência exagerada contra as minorias e tentar impedir repressões étnicas, ao mesmo
tempo que tentava enfraquecer o regime baathista. Isso acabou por deteriorar ainda
mais a infraestrutura civil e militar do país.[12]
Após usar armas químicas e biológicas na guerra contra o Irã e na repressão dos xiitas e
curdos, o regime de Saddam Hussein começou a sofrer pressão internacional para que
ele abrisse mão de tais armamentos. Sanções econômicas foram então impostas pela
comunidade internacional e pela ONU, devido a falta de colaboração das autoridades
iraquianas. O resultado foi em uma acentuação da pobreza e deterioração da
infraestrutura interna.[13] Contudo, apesar de tudo, o regime de Saddam permaneceu
firme até 2003, quando uma coalizão ocidental dos Estados Unidos o derrubou do
poder.
As fronteiras orientais do Império Otomano variaram muito ao longo de séculos de
disputas com os Mongóis e outros povos da Ásia Central, posteriormente seguidas de
disputas com o Império Russo, no século XIX. Na região do moderno Iraque, forças
inglesas haviam ajudado a organizar sublevações regionais contrárias ao domínio
otomano durante toda a I Guerra Mundial. O Iraque moderno nasceu em 1919, quando
o Império Otomano, foi desmembrado, depois da Primeira Guerra Mundial.
Em 1920 a Conferência de San Remo levou à imposição de um mandato da Liga das
Nações para a Inglaterra administrar o Iraque, onde indicaram a britânica Gertrude
como governadora daquela região.[5][6] O Rei Faiçal I foi coroado pelos britânicos como
chefe de Estado, embora tivesse um poder meramente simbólico perante o domínio
inglês. Isto fez eclodir uma nova rebelião independentista. Para dominar o Iraque, as
tropas britânicas realizaram uma verdadeira guerra colonial, utilizando-se de forças
blindadas e bombardeios aéreos contra vilas e cidades iraquianas durante toda a
década de 1920, que incluíram o uso de armas químicas como o gás mostarda lançado
de aviões.[7][8][9]
Em 1932 o Iraque teve sua independência formalizada, embora continuasse sob forte
influência inglesa, já que o Reino Unido conseguiu manter membros do antigo governo
colonial (1920-1932) durante o curto período de independência do Iraque governado
pelo Rei Faiçal (1932-1933) e na sequência, em governos dos seus descendentes da
dinastia hachemita.[9]

Muhammad Najib ar-Ruba'i, primeiro presidente do Iraque

Após a morte do rei Gazi, filho de Faiçal, em 1939, foi instituído um período de
regência, pois o rei Faiçal II tinha apenas 4 anos. Na maior parte do período de
regência, o tio do rei, Abdulillah (Abdel Ila), governou o Iraque. Este era um governo
pró-britânico até o início da II Guerra Mundial. Em Março de 1940, o Primeiro-Ministro
e General Nuri as-Said foi substituído por Rashid Ali al-Gailani, um nacionalista radical,
que adotou uma política de não-cooperação com os britânicos. A pressão britânica que
se seguiu levou a uma revolta militar nacionalista em 30 de Abril de 1941, quando foi
formado um novo governo, pró-Alemanha, encabeçado por Gailani. Os britânicos
desembarcaram tropas em Baçorá e ocorreu uma rápida guerra entre os dois países em
Maio, quando os ingleses restabeleceram o controle sobre o Iraque e Faiçal II foi
reconduzido ao poder. Em 17 de Janeiro de 1943 o Iraque declarou Guerra à Alemanha.
A Grã-Bretanha ocupou o Iraque até 1945 e dividiu a ocupação do vizinho Irã com as
forças da URSS. Durante a guerra o Iraque foi um importante centro de suprimento
para as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que operavam no Oriente Médio
e de transbordo de armas para a URSS. Após a II Guerra Mundial, o Iraque se tornou
área de influência dos EUA, assinando o Pacto de Bagdá em 1955 com EUA e Turquia.
O Iraque participou da guerra árabe-israelense de 1947-1949 (Ver: Guerra árabe-
israelense de 1948), e apoiou os países árabes em guerra contra Israel na Guerra dos
Seis Dias (1967) e na Guerra do Yom Kipur (1973). Com a crise política dos anos 1950, o
Iraque chegou a formar uma confederação com a Jordânia em 1958, que dissolveu-se
com o fim da monarquia e o início da república no mesmo ano. O período 1959-1979
foi bastante conturbado na história iraquiana, com diversos golpes de Estado e
participação em duas guerras.
República Baathista[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Saddam Hussein e Iraque Baathista

Revolução de 14 de Julho

Em 17 de julho de 1968, Ahmed Hassan al-Bakr deu um golpe de estado que derrubou
a república e o presidente Abdul Rahman Arif, colocando os baathistas no poder. Onze
anos depois, em 15 de julho de 1979, o sunita Saddam Hussein (até então vice de al-
Bakr) assumiu a liderança do país, iniciando um governo que duraria até a Invasão
americana ao Iraque em 2003. Saddam lideraria o Iraque contra o Irã, na longa e
sangrenta Guerra Irã-Iraque, apoiado pelos EUA. Entretanto, após invadir o Kuwait em
1990, o país foi duramente atacado pela coalizão de países liderada pelos EUA
na Guerra do Golfo, em 1991. O governo de Saddam foi marcado por avanços
econômicos e desenvolvimento do país, sem paralelo com a história anterior da nação.
Contudo, após a guerra contra o Irã e contra as potências ocidentais pelo Kuwait, a
economia do Iraque entrou em colapso. A corrupção no seio do regime e o
encolhimento econômico foi seguido por anos de tensão sectária, entre sunitas, xiitas e
curdos. Para reprimir uma rebelião deste último, perto do fim da guerra com o Irã, as
forças de Hussein lançaram a chamada Operação Anfal, que resultou em mais de
180 000 mortes.[10]

Saddam Hussein foi presidente e ditador do Iraque entre 1979 e 2003.

Os xiitas também se rebelaram, em 1991, mas sua revolta foi igualmente sufocada,
com um saldo de mais de 230 000 pessoas mortas.[11] Durante a década de 1990, o país
foi assolado com tensão sectária e pobreza extrema (especialmente entre a população
xiita), decorrente da má gestão, da infraestrutura precária e da corrupção do regime
sunita de Saddam. Os Estados Unidos e seus aliados realizaram bombardeios
esporádicos pelo país (como em 1996 e 1998). Duas zonas de exclusão aérea (as
operações Northern Watch e Southern Watch) sobre o Iraque foram impostas
pela OTAN, com o objetivo de limitar a capacidade do exército iraquiano de usar
violência exagerada contra as minorias e tentar impedir repressões étnicas, ao mesmo
tempo que tentava enfraquecer o regime baathista. Isso acabou por deteriorar ainda
mais a infraestrutura civil e militar do país.[12]
Após usar armas químicas e biológicas na guerra contra o Irã e na repressão dos xiitas e
curdos, o regime de Saddam Hussein começou a sofrer pressão internacional para que
ele abrisse mão de tais armamentos. Sanções econômicas foram então impostas pela
comunidade internacional e pela ONU, devido a falta de colaboração das autoridades
iraquianas. O resultado foi em uma acentuação da pobreza e deterioração da
infraestrutura interna.[13] Contudo, apesar de tudo, o regime de Saddam permaneceu
firme até 2003, quando uma coalizão ocidental dos Estados Unidos o derrubou do
poder.
As fronteiras orientais do Império Otomano variaram muito ao longo de séculos de
disputas com os Mongóis e outros povos da Ásia Central, posteriormente seguidas de
disputas com o Império Russo, no século XIX. Na região do moderno Iraque, forças
inglesas haviam ajudado a organizar sublevações regionais contrárias ao domínio
otomano durante toda a I Guerra Mundial. O Iraque moderno nasceu em 1919, quando
o Império Otomano, foi desmembrado, depois da Primeira Guerra Mundial.
Em 1920 a Conferência de San Remo levou à imposição de um mandato da Liga das
Nações para a Inglaterra administrar o Iraque, onde indicaram a britânica Gertrude
como governadora daquela região.[5][6] O Rei Faiçal I foi coroado pelos britânicos como
chefe de Estado, embora tivesse um poder meramente simbólico perante o domínio
inglês. Isto fez eclodir uma nova rebelião independentista. Para dominar o Iraque, as
tropas britânicas realizaram uma verdadeira guerra colonial, utilizando-se de forças
blindadas e bombardeios aéreos contra vilas e cidades iraquianas durante toda a
década de 1920, que incluíram o uso de armas químicas como o gás mostarda lançado
de aviões.[7][8][9]
Em 1932 o Iraque teve sua independência formalizada, embora continuasse sob forte
influência inglesa, já que o Reino Unido conseguiu manter membros do antigo governo
colonial (1920-1932) durante o curto período de independência do Iraque governado
pelo Rei Faiçal (1932-1933) e na sequência, em governos dos seus descendentes da
dinastia hachemita.[9]
Muhammad Najib ar-Ruba'i, primeiro presidente do Iraque

Após a morte do rei Gazi, filho de Faiçal, em 1939, foi instituído um período de
regência, pois o rei Faiçal II tinha apenas 4 anos. Na maior parte do período de
regência, o tio do rei, Abdulillah (Abdel Ila), governou o Iraque. Este era um governo
pró-britânico até o início da II Guerra Mundial. Em Março de 1940, o Primeiro-Ministro
e General Nuri as-Said foi substituído por Rashid Ali al-Gailani, um nacionalista radical,
que adotou uma política de não-cooperação com os britânicos. A pressão britânica que
se seguiu levou a uma revolta militar nacionalista em 30 de Abril de 1941, quando foi
formado um novo governo, pró-Alemanha, encabeçado por Gailani. Os britânicos
desembarcaram tropas em Baçorá e ocorreu uma rápida guerra entre os dois países em
Maio, quando os ingleses restabeleceram o controle sobre o Iraque e Faiçal II foi
reconduzido ao poder. Em 17 de Janeiro de 1943 o Iraque declarou Guerra à Alemanha.
A Grã-Bretanha ocupou o Iraque até 1945 e dividiu a ocupação do vizinho Irã com as
forças da URSS. Durante a guerra o Iraque foi um importante centro de suprimento
para as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que operavam no Oriente Médio
e de transbordo de armas para a URSS. Após a II Guerra Mundial, o Iraque se tornou
área de influência dos EUA, assinando o Pacto de Bagdá em 1955 com EUA e Turquia.
O Iraque participou da guerra árabe-israelense de 1947-1949 (Ver: Guerra árabe-
israelense de 1948), e apoiou os países árabes em guerra contra Israel na Guerra dos
Seis Dias (1967) e na Guerra do Yom Kipur (1973). Com a crise política dos anos 1950, o
Iraque chegou a formar uma confederação com a Jordânia em 1958, que dissolveu-se
com o fim da monarquia e o início da república no mesmo ano. O período 1959-1979
foi bastante conturbado na história iraquiana, com diversos golpes de Estado e
participação em duas guerras.
República Baathista[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Saddam Hussein e Iraque Baathista
Revolução de 14 de Julho

Em 17 de julho de 1968, Ahmed Hassan al-Bakr deu um golpe de estado que derrubou
a república e o presidente Abdul Rahman Arif, colocando os baathistas no poder. Onze
anos depois, em 15 de julho de 1979, o sunita Saddam Hussein (até então vice de al-
Bakr) assumiu a liderança do país, iniciando um governo que duraria até a Invasão
americana ao Iraque em 2003. Saddam lideraria o Iraque contra o Irã, na longa e
sangrenta Guerra Irã-Iraque, apoiado pelos EUA. Entretanto, após invadir o Kuwait em
1990, o país foi duramente atacado pela coalizão de países liderada pelos EUA
na Guerra do Golfo, em 1991. O governo de Saddam foi marcado por avanços
econômicos e desenvolvimento do país, sem paralelo com a história anterior da nação.
Contudo, após a guerra contra o Irã e contra as potências ocidentais pelo Kuwait, a
economia do Iraque entrou em colapso. A corrupção no seio do regime e o
encolhimento econômico foi seguido por anos de tensão sectária, entre sunitas, xiitas e
curdos. Para reprimir uma rebelião deste último, perto do fim da guerra com o Irã, as
forças de Hussein lançaram a chamada Operação Anfal, que resultou em mais de
180 000 mortes.[10]

Saddam Hussein foi presidente e ditador do Iraque entre 1979 e 2003.

Os xiitas também se rebelaram, em 1991, mas sua revolta foi igualmente sufocada,
com um saldo de mais de 230 000 pessoas mortas.[11] Durante a década de 1990, o país
foi assolado com tensão sectária e pobreza extrema (especialmente entre a população
xiita), decorrente da má gestão, da infraestrutura precária e da corrupção do regime
sunita de Saddam. Os Estados Unidos e seus aliados realizaram bombardeios
esporádicos pelo país (como em 1996 e 1998). Duas zonas de exclusão aérea (as
operações Northern Watch e Southern Watch) sobre o Iraque foram impostas
pela OTAN, com o objetivo de limitar a capacidade do exército iraquiano de usar
violência exagerada contra as minorias e tentar impedir repressões étnicas, ao mesmo
tempo que tentava enfraquecer o regime baathista. Isso acabou por deteriorar ainda
mais a infraestrutura civil e militar do país.[12]
Após usar armas químicas e biológicas na guerra contra o Irã e na repressão dos xiitas e
curdos, o regime de Saddam Hussein começou a sofrer pressão internacional para que
ele abrisse mão de tais armamentos. Sanções econômicas foram então impostas pela
comunidade internacional e pela ONU, devido a falta de colaboração das autoridades
iraquianas. O resultado foi em uma acentuação da pobreza e deterioração da
infraestrutura interna.[13] Contudo, apesar de tudo, o regime de Saddam permaneceu
firme até 2003, quando uma coalizão ocidental dos Estados Unidos o derrubou do
poder.
As fronteiras orientais do Império Otomano variaram muito ao longo de séculos de
disputas com os Mongóis e outros povos da Ásia Central, posteriormente seguidas de
disputas com o Império Russo, no século XIX. Na região do moderno Iraque, forças
inglesas haviam ajudado a organizar sublevações regionais contrárias ao domínio
otomano durante toda a I Guerra Mundial. O Iraque moderno nasceu em 1919, quando
o Império Otomano, foi desmembrado, depois da Primeira Guerra Mundial.
Em 1920 a Conferência de San Remo levou à imposição de um mandato da Liga das
Nações para a Inglaterra administrar o Iraque, onde indicaram a britânica Gertrude
como governadora daquela região.[5][6] O Rei Faiçal I foi coroado pelos britânicos como
chefe de Estado, embora tivesse um poder meramente simbólico perante o domínio
inglês. Isto fez eclodir uma nova rebelião independentista. Para dominar o Iraque, as
tropas britânicas realizaram uma verdadeira guerra colonial, utilizando-se de forças
blindadas e bombardeios aéreos contra vilas e cidades iraquianas durante toda a
década de 1920, que incluíram o uso de armas químicas como o gás mostarda lançado
de aviões.[7][8][9]
Em 1932 o Iraque teve sua independência formalizada, embora continuasse sob forte
influência inglesa, já que o Reino Unido conseguiu manter membros do antigo governo
colonial (1920-1932) durante o curto período de independência do Iraque governado
pelo Rei Faiçal (1932-1933) e na sequência, em governos dos seus descendentes da
dinastia hachemita.[9]
Muhammad Najib ar-Ruba'i, primeiro presidente do Iraque

Após a morte do rei Gazi, filho de Faiçal, em 1939, foi instituído um período de
regência, pois o rei Faiçal II tinha apenas 4 anos. Na maior parte do período de
regência, o tio do rei, Abdulillah (Abdel Ila), governou o Iraque. Este era um governo
pró-britânico até o início da II Guerra Mundial. Em Março de 1940, o Primeiro-Ministro
e General Nuri as-Said foi substituído por Rashid Ali al-Gailani, um nacionalista radical,
que adotou uma política de não-cooperação com os britânicos. A pressão britânica que
se seguiu levou a uma revolta militar nacionalista em 30 de Abril de 1941, quando foi
formado um novo governo, pró-Alemanha, encabeçado por Gailani. Os britânicos
desembarcaram tropas em Baçorá e ocorreu uma rápida guerra entre os dois países em
Maio, quando os ingleses restabeleceram o controle sobre o Iraque e Faiçal II foi
reconduzido ao poder. Em 17 de Janeiro de 1943 o Iraque declarou Guerra à Alemanha.
A Grã-Bretanha ocupou o Iraque até 1945 e dividiu a ocupação do vizinho Irã com as
forças da URSS. Durante a guerra o Iraque foi um importante centro de suprimento
para as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que operavam no Oriente Médio
e de transbordo de armas para a URSS. Após a II Guerra Mundial, o Iraque se tornou
área de influência dos EUA, assinando o Pacto de Bagdá em 1955 com EUA e Turquia.
O Iraque participou da guerra árabe-israelense de 1947-1949 (Ver: Guerra árabe-
israelense de 1948), e apoiou os países árabes em guerra contra Israel na Guerra dos
Seis Dias (1967) e na Guerra do Yom Kipur (1973). Com a crise política dos anos 1950, o
Iraque chegou a formar uma confederação com a Jordânia em 1958, que dissolveu-se
com o fim da monarquia e o início da república no mesmo ano. O período 1959-1979
foi bastante conturbado na história iraquiana, com diversos golpes de Estado e
participação em duas guerras.
República Baathista[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Saddam Hussein e Iraque Baathista
Revolução de 14 de Julho

Em 17 de julho de 1968, Ahmed Hassan al-Bakr deu um golpe de estado que derrubou
a república e o presidente Abdul Rahman Arif, colocando os baathistas no poder. Onze
anos depois, em 15 de julho de 1979, o sunita Saddam Hussein (até então vice de al-
Bakr) assumiu a liderança do país, iniciando um governo que duraria até a Invasão
americana ao Iraque em 2003. Saddam lideraria o Iraque contra o Irã, na longa e
sangrenta Guerra Irã-Iraque, apoiado pelos EUA. Entretanto, após invadir o Kuwait em
1990, o país foi duramente atacado pela coalizão de países liderada pelos EUA
na Guerra do Golfo, em 1991. O governo de Saddam foi marcado por avanços
econômicos e desenvolvimento do país, sem paralelo com a história anterior da nação.
Contudo, após a guerra contra o Irã e contra as potências ocidentais pelo Kuwait, a
economia do Iraque entrou em colapso. A corrupção no seio do regime e o
encolhimento econômico foi seguido por anos de tensão sectária, entre sunitas, xiitas e
curdos. Para reprimir uma rebelião deste último, perto do fim da guerra com o Irã, as
forças de Hussein lançaram a chamada Operação Anfal, que resultou em mais de
180 000 mortes.[10]

Saddam Hussein foi presidente e ditador do Iraque entre 1979 e 2003.

Os xiitas também se rebelaram, em 1991, mas sua revolta foi igualmente sufocada,
com um saldo de mais de 230 000 pessoas mortas.[11] Durante a década de 1990, o país
foi assolado com tensão sectária e pobreza extrema (especialmente entre a população
xiita), decorrente da má gestão, da infraestrutura precária e da corrupção do regime
sunita de Saddam. Os Estados Unidos e seus aliados realizaram bombardeios
esporádicos pelo país (como em 1996 e 1998). Duas zonas de exclusão aérea (as
operações Northern Watch e Southern Watch) sobre o Iraque foram impostas
pela OTAN, com o objetivo de limitar a capacidade do exército iraquiano de usar
violência exagerada contra as minorias e tentar impedir repressões étnicas, ao mesmo
tempo que tentava enfraquecer o regime baathista. Isso acabou por deteriorar ainda
mais a infraestrutura civil e militar do país.[12]
Após usar armas químicas e biológicas na guerra contra o Irã e na repressão dos xiitas e
curdos, o regime de Saddam Hussein começou a sofrer pressão internacional para que
ele abrisse mão de tais armamentos. Sanções econômicas foram então impostas pela
comunidade internacional e pela ONU, devido a falta de colaboração das autoridades
iraquianas. O resultado foi em uma acentuação da pobreza e deterioração da
infraestrutura interna.[13] Contudo, apesar de tudo, o regime de Saddam permaneceu
firme até 2003, quando uma coalizão ocidental dos Estados Unidos o derrubou do
poder.
As fronteiras orientais do Império Otomano variaram muito ao longo de séculos de
disputas com os Mongóis e outros povos da Ásia Central, posteriormente seguidas de
disputas com o Império Russo, no século XIX. Na região do moderno Iraque, forças
inglesas haviam ajudado a organizar sublevações regionais contrárias ao domínio
otomano durante toda a I Guerra Mundial. O Iraque moderno nasceu em 1919, quando
o Império Otomano, foi desmembrado, depois da Primeira Guerra Mundial.
Em 1920 a Conferência de San Remo levou à imposição de um mandato da Liga das
Nações para a Inglaterra administrar o Iraque, onde indicaram a britânica Gertrude
como governadora daquela região.[5][6] O Rei Faiçal I foi coroado pelos britânicos como
chefe de Estado, embora tivesse um poder meramente simbólico perante o domínio
inglês. Isto fez eclodir uma nova rebelião independentista. Para dominar o Iraque, as
tropas britânicas realizaram uma verdadeira guerra colonial, utilizando-se de forças
blindadas e bombardeios aéreos contra vilas e cidades iraquianas durante toda a
década de 1920, que incluíram o uso de armas químicas como o gás mostarda lançado
de aviões.[7][8][9]
Em 1932 o Iraque teve sua independência formalizada, embora continuasse sob forte
influência inglesa, já que o Reino Unido conseguiu manter membros do antigo governo
colonial (1920-1932) durante o curto período de independência do Iraque governado
pelo Rei Faiçal (1932-1933) e na sequência, em governos dos seus descendentes da
dinastia hachemita.[9]
Muhammad Najib ar-Ruba'i, primeiro presidente do Iraque

Após a morte do rei Gazi, filho de Faiçal, em 1939, foi instituído um período de
regência, pois o rei Faiçal II tinha apenas 4 anos. Na maior parte do período de
regência, o tio do rei, Abdulillah (Abdel Ila), governou o Iraque. Este era um governo
pró-britânico até o início da II Guerra Mundial. Em Março de 1940, o Primeiro-Ministro
e General Nuri as-Said foi substituído por Rashid Ali al-Gailani, um nacionalista radical,
que adotou uma política de não-cooperação com os britânicos. A pressão britânica que
se seguiu levou a uma revolta militar nacionalista em 30 de Abril de 1941, quando foi
formado um novo governo, pró-Alemanha, encabeçado por Gailani. Os britânicos
desembarcaram tropas em Baçorá e ocorreu uma rápida guerra entre os dois países em
Maio, quando os ingleses restabeleceram o controle sobre o Iraque e Faiçal II foi
reconduzido ao poder. Em 17 de Janeiro de 1943 o Iraque declarou Guerra à Alemanha.
A Grã-Bretanha ocupou o Iraque até 1945 e dividiu a ocupação do vizinho Irã com as
forças da URSS. Durante a guerra o Iraque foi um importante centro de suprimento
para as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que operavam no Oriente Médio
e de transbordo de armas para a URSS. Após a II Guerra Mundial, o Iraque se tornou
área de influência dos EUA, assinando o Pacto de Bagdá em 1955 com EUA e Turquia.
O Iraque participou da guerra árabe-israelense de 1947-1949 (Ver: Guerra árabe-
israelense de 1948), e apoiou os países árabes em guerra contra Israel na Guerra dos
Seis Dias (1967) e na Guerra do Yom Kipur (1973). Com a crise política dos anos 1950, o
Iraque chegou a formar uma confederação com a Jordânia em 1958, que dissolveu-se
com o fim da monarquia e o início da república no mesmo ano. O período 1959-1979
foi bastante conturbado na história iraquiana, com diversos golpes de Estado e
participação em duas guerras.
República Baathista[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Saddam Hussein e Iraque Baathista
Revolução de 14 de Julho

Em 17 de julho de 1968, Ahmed Hassan al-Bakr deu um golpe de estado que derrubou
a república e o presidente Abdul Rahman Arif, colocando os baathistas no poder. Onze
anos depois, em 15 de julho de 1979, o sunita Saddam Hussein (até então vice de al-
Bakr) assumiu a liderança do país, iniciando um governo que duraria até a Invasão
americana ao Iraque em 2003. Saddam lideraria o Iraque contra o Irã, na longa e
sangrenta Guerra Irã-Iraque, apoiado pelos EUA. Entretanto, após invadir o Kuwait em
1990, o país foi duramente atacado pela coalizão de países liderada pelos EUA
na Guerra do Golfo, em 1991. O governo de Saddam foi marcado por avanços
econômicos e desenvolvimento do país, sem paralelo com a história anterior da nação.
Contudo, após a guerra contra o Irã e contra as potências ocidentais pelo Kuwait, a
economia do Iraque entrou em colapso. A corrupção no seio do regime e o
encolhimento econômico foi seguido por anos de tensão sectária, entre sunitas, xiitas e
curdos. Para reprimir uma rebelião deste último, perto do fim da guerra com o Irã, as
forças de Hussein lançaram a chamada Operação Anfal, que resultou em mais de
180 000 mortes.[10]

Saddam Hussein foi presidente e ditador do Iraque entre 1979 e 2003.

Os xiitas também se rebelaram, em 1991, mas sua revolta foi igualmente sufocada,
com um saldo de mais de 230 000 pessoas mortas.[11] Durante a década de 1990, o país
foi assolado com tensão sectária e pobreza extrema (especialmente entre a população
xiita), decorrente da má gestão, da infraestrutura precária e da corrupção do regime
sunita de Saddam. Os Estados Unidos e seus aliados realizaram bombardeios
esporádicos pelo país (como em 1996 e 1998). Duas zonas de exclusão aérea (as
operações Northern Watch e Southern Watch) sobre o Iraque foram impostas
pela OTAN, com o objetivo de limitar a capacidade do exército iraquiano de usar
violência exagerada contra as minorias e tentar impedir repressões étnicas, ao mesmo
tempo que tentava enfraquecer o regime baathista. Isso acabou por deteriorar ainda
mais a infraestrutura civil e militar do país.[12]
Após usar armas químicas e biológicas na guerra contra o Irã e na repressão dos xiitas e
curdos, o regime de Saddam Hussein começou a sofrer pressão internacional para que
ele abrisse mão de tais armamentos. Sanções econômicas foram então impostas pela
comunidade internacional e pela ONU, devido a falta de colaboração das autoridades
iraquianas. O resultado foi em uma acentuação da pobreza e deterioração da
infraestrutura interna.[13] Contudo, apesar de tudo, o regime de Saddam permaneceu
firme até 2003, quando uma coalizão ocidental dos Estados Unidos o derrubou do
poder.
As fronteiras orientais do Império Otomano variaram muito ao longo de séculos de
disputas com os Mongóis e outros povos da Ásia Central, posteriormente seguidas de
disputas com o Império Russo, no século XIX. Na região do moderno Iraque, forças
inglesas haviam ajudado a organizar sublevações regionais contrárias ao domínio
otomano durante toda a I Guerra Mundial. O Iraque moderno nasceu em 1919, quando
o Império Otomano, foi desmembrado, depois da Primeira Guerra Mundial.
Em 1920 a Conferência de San Remo levou à imposição de um mandato da Liga das
Nações para a Inglaterra administrar o Iraque, onde indicaram a britânica Gertrude
como governadora daquela região.[5][6] O Rei Faiçal I foi coroado pelos britânicos como
chefe de Estado, embora tivesse um poder meramente simbólico perante o domínio
inglês. Isto fez eclodir uma nova rebelião independentista. Para dominar o Iraque, as
tropas britânicas realizaram uma verdadeira guerra colonial, utilizando-se de forças
blindadas e bombardeios aéreos contra vilas e cidades iraquianas durante toda a
década de 1920, que incluíram o uso de armas químicas como o gás mostarda lançado
de aviões.[7][8][9]
Em 1932 o Iraque teve sua independência formalizada, embora continuasse sob forte
influência inglesa, já que o Reino Unido conseguiu manter membros do antigo governo
colonial (1920-1932) durante o curto período de independência do Iraque governado
pelo Rei Faiçal (1932-1933) e na sequência, em governos dos seus descendentes da
dinastia hachemita.[9]
Muhammad Najib ar-Ruba'i, primeiro presidente do Iraque

Após a morte do rei Gazi, filho de Faiçal, em 1939, foi instituído um período de
regência, pois o rei Faiçal II tinha apenas 4 anos. Na maior parte do período de
regência, o tio do rei, Abdulillah (Abdel Ila), governou o Iraque. Este era um governo
pró-britânico até o início da II Guerra Mundial. Em Março de 1940, o Primeiro-Ministro
e General Nuri as-Said foi substituído por Rashid Ali al-Gailani, um nacionalista radical,
que adotou uma política de não-cooperação com os britânicos. A pressão britânica que
se seguiu levou a uma revolta militar nacionalista em 30 de Abril de 1941, quando foi
formado um novo governo, pró-Alemanha, encabeçado por Gailani. Os britânicos
desembarcaram tropas em Baçorá e ocorreu uma rápida guerra entre os dois países em
Maio, quando os ingleses restabeleceram o controle sobre o Iraque e Faiçal II foi
reconduzido ao poder. Em 17 de Janeiro de 1943 o Iraque declarou Guerra à Alemanha.
A Grã-Bretanha ocupou o Iraque até 1945 e dividiu a ocupação do vizinho Irã com as
forças da URSS. Durante a guerra o Iraque foi um importante centro de suprimento
para as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que operavam no Oriente Médio
e de transbordo de armas para a URSS. Após a II Guerra Mundial, o Iraque se tornou
área de influência dos EUA, assinando o Pacto de Bagdá em 1955 com EUA e Turquia.
O Iraque participou da guerra árabe-israelense de 1947-1949 (Ver: Guerra árabe-
israelense de 1948), e apoiou os países árabes em guerra contra Israel na Guerra dos
Seis Dias (1967) e na Guerra do Yom Kipur (1973). Com a crise política dos anos 1950, o
Iraque chegou a formar uma confederação com a Jordânia em 1958, que dissolveu-se
com o fim da monarquia e o início da república no mesmo ano. O período 1959-1979
foi bastante conturbado na história iraquiana, com diversos golpes de Estado e
participação em duas guerras.
República Baathista[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Saddam Hussein e Iraque Baathista
Revolução de 14 de Julho

Em 17 de julho de 1968, Ahmed Hassan al-Bakr deu um golpe de estado que derrubou
a república e o presidente Abdul Rahman Arif, colocando os baathistas no poder. Onze
anos depois, em 15 de julho de 1979, o sunita Saddam Hussein (até então vice de al-
Bakr) assumiu a liderança do país, iniciando um governo que duraria até a Invasão
americana ao Iraque em 2003. Saddam lideraria o Iraque contra o Irã, na longa e
sangrenta Guerra Irã-Iraque, apoiado pelos EUA. Entretanto, após invadir o Kuwait em
1990, o país foi duramente atacado pela coalizão de países liderada pelos EUA
na Guerra do Golfo, em 1991. O governo de Saddam foi marcado por avanços
econômicos e desenvolvimento do país, sem paralelo com a história anterior da nação.
Contudo, após a guerra contra o Irã e contra as potências ocidentais pelo Kuwait, a
economia do Iraque entrou em colapso. A corrupção no seio do regime e o
encolhimento econômico foi seguido por anos de tensão sectária, entre sunitas, xiitas e
curdos. Para reprimir uma rebelião deste último, perto do fim da guerra com o Irã, as
forças de Hussein lançaram a chamada Operação Anfal, que resultou em mais de
180 000 mortes.[10]

Saddam Hussein foi presidente e ditador do Iraque entre 1979 e 2003.

Os xiitas também se rebelaram, em 1991, mas sua revolta foi igualmente sufocada,
com um saldo de mais de 230 000 pessoas mortas.[11] Durante a década de 1990, o país
foi assolado com tensão sectária e pobreza extrema (especialmente entre a população
xiita), decorrente da má gestão, da infraestrutura precária e da corrupção do regime
sunita de Saddam. Os Estados Unidos e seus aliados realizaram bombardeios
esporádicos pelo país (como em 1996 e 1998). Duas zonas de exclusão aérea (as
operações Northern Watch e Southern Watch) sobre o Iraque foram impostas
pela OTAN, com o objetivo de limitar a capacidade do exército iraquiano de usar
violência exagerada contra as minorias e tentar impedir repressões étnicas, ao mesmo
tempo que tentava enfraquecer o regime baathista. Isso acabou por deteriorar ainda
mais a infraestrutura civil e militar do país.[12]
Após usar armas químicas e biológicas na guerra contra o Irã e na repressão dos xiitas e
curdos, o regime de Saddam Hussein começou a sofrer pressão internacional para que
ele abrisse mão de tais armamentos. Sanções econômicas foram então impostas pela
comunidade internacional e pela ONU, devido a falta de colaboração das autoridades
iraquianas. O resultado foi em uma acentuação da pobreza e deterioração da
infraestrutura interna.[13] Contudo, apesar de tudo, o regime de Saddam permaneceu
firme até 2003, quando uma coalizão ocidental dos Estados Unidos o derrubou do
poder.
As fronteiras orientais do Império Otomano variaram muito ao longo de séculos de
disputas com os Mongóis e outros povos da Ásia Central, posteriormente seguidas de
disputas com o Império Russo, no século XIX. Na região do moderno Iraque, forças
inglesas haviam ajudado a organizar sublevações regionais contrárias ao domínio
otomano durante toda a I Guerra Mundial. O Iraque moderno nasceu em 1919, quando
o Império Otomano, foi desmembrado, depois da Primeira Guerra Mundial.
Em 1920 a Conferência de San Remo levou à imposição de um mandato da Liga das
Nações para a Inglaterra administrar o Iraque, onde indicaram a britânica Gertrude
como governadora daquela região.[5][6] O Rei Faiçal I foi coroado pelos britânicos como
chefe de Estado, embora tivesse um poder meramente simbólico perante o domínio
inglês. Isto fez eclodir uma nova rebelião independentista. Para dominar o Iraque, as
tropas britânicas realizaram uma verdadeira guerra colonial, utilizando-se de forças
blindadas e bombardeios aéreos contra vilas e cidades iraquianas durante toda a
década de 1920, que incluíram o uso de armas químicas como o gás mostarda lançado
de aviões.[7][8][9]
Em 1932 o Iraque teve sua independência formalizada, embora continuasse sob forte
influência inglesa, já que o Reino Unido conseguiu manter membros do antigo governo
colonial (1920-1932) durante o curto período de independência do Iraque governado
pelo Rei Faiçal (1932-1933) e na sequência, em governos dos seus descendentes da
dinastia hachemita.[9]
Muhammad Najib ar-Ruba'i, primeiro presidente do Iraque

Após a morte do rei Gazi, filho de Faiçal, em 1939, foi instituído um período de
regência, pois o rei Faiçal II tinha apenas 4 anos. Na maior parte do período de
regência, o tio do rei, Abdulillah (Abdel Ila), governou o Iraque. Este era um governo
pró-britânico até o início da II Guerra Mundial. Em Março de 1940, o Primeiro-Ministro
e General Nuri as-Said foi substituído por Rashid Ali al-Gailani, um nacionalista radical,
que adotou uma política de não-cooperação com os britânicos. A pressão britânica que
se seguiu levou a uma revolta militar nacionalista em 30 de Abril de 1941, quando foi
formado um novo governo, pró-Alemanha, encabeçado por Gailani. Os britânicos
desembarcaram tropas em Baçorá e ocorreu uma rápida guerra entre os dois países em
Maio, quando os ingleses restabeleceram o controle sobre o Iraque e Faiçal II foi
reconduzido ao poder. Em 17 de Janeiro de 1943 o Iraque declarou Guerra à Alemanha.
A Grã-Bretanha ocupou o Iraque até 1945 e dividiu a ocupação do vizinho Irã com as
forças da URSS. Durante a guerra o Iraque foi um importante centro de suprimento
para as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que operavam no Oriente Médio
e de transbordo de armas para a URSS. Após a II Guerra Mundial, o Iraque se tornou
área de influência dos EUA, assinando o Pacto de Bagdá em 1955 com EUA e Turquia.
O Iraque participou da guerra árabe-israelense de 1947-1949 (Ver: Guerra árabe-
israelense de 1948), e apoiou os países árabes em guerra contra Israel na Guerra dos
Seis Dias (1967) e na Guerra do Yom Kipur (1973). Com a crise política dos anos 1950, o
Iraque chegou a formar uma confederação com a Jordânia em 1958, que dissolveu-se
com o fim da monarquia e o início da república no mesmo ano. O período 1959-1979
foi bastante conturbado na história iraquiana, com diversos golpes de Estado e
participação em duas guerras.
República Baathista[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Saddam Hussein e Iraque Baathista
Revolução de 14 de Julho

Em 17 de julho de 1968, Ahmed Hassan al-Bakr deu um golpe de estado que derrubou
a república e o presidente Abdul Rahman Arif, colocando os baathistas no poder. Onze
anos depois, em 15 de julho de 1979, o sunita Saddam Hussein (até então vice de al-
Bakr) assumiu a liderança do país, iniciando um governo que duraria até a Invasão
americana ao Iraque em 2003. Saddam lideraria o Iraque contra o Irã, na longa e
sangrenta Guerra Irã-Iraque, apoiado pelos EUA. Entretanto, após invadir o Kuwait em
1990, o país foi duramente atacado pela coalizão de países liderada pelos EUA
na Guerra do Golfo, em 1991. O governo de Saddam foi marcado por avanços
econômicos e desenvolvimento do país, sem paralelo com a história anterior da nação.
Contudo, após a guerra contra o Irã e contra as potências ocidentais pelo Kuwait, a
economia do Iraque entrou em colapso. A corrupção no seio do regime e o
encolhimento econômico foi seguido por anos de tensão sectária, entre sunitas, xiitas e
curdos. Para reprimir uma rebelião deste último, perto do fim da guerra com o Irã, as
forças de Hussein lançaram a chamada Operação Anfal, que resultou em mais de
180 000 mortes.[10]

Saddam Hussein foi presidente e ditador do Iraque entre 1979 e 2003.

Os xiitas também se rebelaram, em 1991, mas sua revolta foi igualmente sufocada,
com um saldo de mais de 230 000 pessoas mortas.[11] Durante a década de 1990, o país
foi assolado com tensão sectária e pobreza extrema (especialmente entre a população
xiita), decorrente da má gestão, da infraestrutura precária e da corrupção do regime
sunita de Saddam. Os Estados Unidos e seus aliados realizaram bombardeios
esporádicos pelo país (como em 1996 e 1998). Duas zonas de exclusão aérea (as
operações Northern Watch e Southern Watch) sobre o Iraque foram impostas
pela OTAN, com o objetivo de limitar a capacidade do exército iraquiano de usar
violência exagerada contra as minorias e tentar impedir repressões étnicas, ao mesmo
tempo que tentava enfraquecer o regime baathista. Isso acabou por deteriorar ainda
mais a infraestrutura civil e militar do país.[12]
Após usar armas químicas e biológicas na guerra contra o Irã e na repressão dos xiitas e
curdos, o regime de Saddam Hussein começou a sofrer pressão internacional para que
ele abrisse mão de tais armamentos. Sanções econômicas foram então impostas pela
comunidade internacional e pela ONU, devido a falta de colaboração das autoridades
iraquianas. O resultado foi em uma acentuação da pobreza e deterioração da
infraestrutura interna.[13] Contudo, apesar de tudo, o regime de Saddam permaneceu
firme até 2003, quando uma coalizão ocidental dos Estados Unidos o derrubou do
poder.
As fronteiras orientais do Império Otomano variaram muito ao longo de séculos de
disputas com os Mongóis e outros povos da Ásia Central, posteriormente seguidas de
disputas com o Império Russo, no século XIX. Na região do moderno Iraque, forças
inglesas haviam ajudado a organizar sublevações regionais contrárias ao domínio
otomano durante toda a I Guerra Mundial. O Iraque moderno nasceu em 1919, quando
o Império Otomano, foi desmembrado, depois da Primeira Guerra Mundial.
Em 1920 a Conferência de San Remo levou à imposição de um mandato da Liga das
Nações para a Inglaterra administrar o Iraque, onde indicaram a britânica Gertrude
como governadora daquela região.[5][6] O Rei Faiçal I foi coroado pelos britânicos como
chefe de Estado, embora tivesse um poder meramente simbólico perante o domínio
inglês. Isto fez eclodir uma nova rebelião independentista. Para dominar o Iraque, as
tropas britânicas realizaram uma verdadeira guerra colonial, utilizando-se de forças
blindadas e bombardeios aéreos contra vilas e cidades iraquianas durante toda a
década de 1920, que incluíram o uso de armas químicas como o gás mostarda lançado
de aviões.[7][8][9]
Em 1932 o Iraque teve sua independência formalizada, embora continuasse sob forte
influência inglesa, já que o Reino Unido conseguiu manter membros do antigo governo
colonial (1920-1932) durante o curto período de independência do Iraque governado
pelo Rei Faiçal (1932-1933) e na sequência, em governos dos seus descendentes da
dinastia hachemita.[9]
Muhammad Najib ar-Ruba'i, primeiro presidente do Iraque

Após a morte do rei Gazi, filho de Faiçal, em 1939, foi instituído um período de
regência, pois o rei Faiçal II tinha apenas 4 anos. Na maior parte do período de
regência, o tio do rei, Abdulillah (Abdel Ila), governou o Iraque. Este era um governo
pró-britânico até o início da II Guerra Mundial. Em Março de 1940, o Primeiro-Ministro
e General Nuri as-Said foi substituído por Rashid Ali al-Gailani, um nacionalista radical,
que adotou uma política de não-cooperação com os britânicos. A pressão britânica que
se seguiu levou a uma revolta militar nacionalista em 30 de Abril de 1941, quando foi
formado um novo governo, pró-Alemanha, encabeçado por Gailani. Os britânicos
desembarcaram tropas em Baçorá e ocorreu uma rápida guerra entre os dois países em
Maio, quando os ingleses restabeleceram o controle sobre o Iraque e Faiçal II foi
reconduzido ao poder. Em 17 de Janeiro de 1943 o Iraque declarou Guerra à Alemanha.
A Grã-Bretanha ocupou o Iraque até 1945 e dividiu a ocupação do vizinho Irã com as
forças da URSS. Durante a guerra o Iraque foi um importante centro de suprimento
para as forças dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha que operavam no Oriente Médio
e de transbordo de armas para a URSS. Após a II Guerra Mundial, o Iraque se tornou
área de influência dos EUA, assinando o Pacto de Bagdá em 1955 com EUA e Turquia.
O Iraque participou da guerra árabe-israelense de 1947-1949 (Ver: Guerra árabe-
israelense de 1948), e apoiou os países árabes em guerra contra Israel na Guerra dos
Seis Dias (1967) e na Guerra do Yom Kipur (1973). Com a crise política dos anos 1950, o
Iraque chegou a formar uma confederação com a Jordânia em 1958, que dissolveu-se
com o fim da monarquia e o início da república no mesmo ano. O período 1959-1979
foi bastante conturbado na história iraquiana, com diversos golpes de Estado e
participação em duas guerras.
República Baathista[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Saddam Hussein e Iraque Baathista
Revolução de 14 de Julho

Em 17 de julho de 1968, Ahmed Hassan al-Bakr deu um golpe de estado que derrubou
a república e o presidente Abdul Rahman Arif, colocando os baathistas no poder. Onze
anos depois, em 15 de julho de 1979, o sunita Saddam Hussein (até então vice de al-
Bakr) assumiu a liderança do país, iniciando um governo que duraria até a Invasão
americana ao Iraque em 2003. Saddam lideraria o Iraque contra o Irã, na longa e
sangrenta Guerra Irã-Iraque, apoiado pelos EUA. Entretanto, após invadir o Kuwait em
1990, o país foi duramente atacado pela coalizão de países liderada pelos EUA
na Guerra do Golfo, em 1991. O governo de Saddam foi marcado por avanços
econômicos e desenvolvimento do país, sem paralelo com a história anterior da nação.
Contudo, após a guerra contra o Irã e contra as potências ocidentais pelo Kuwait, a
economia do Iraque entrou em colapso. A corrupção no seio do regime e o
encolhimento econômico foi seguido por anos de tensão sectária, entre sunitas, xiitas e
curdos. Para reprimir uma rebelião deste último, perto do fim da guerra com o Irã, as
forças de Hussein lançaram a chamada Operação Anfal, que resultou em mais de
180 000 mortes.[10]

Saddam Hussein foi presidente e ditador do Iraque entre 1979 e 2003.

Os xiitas também se rebelaram, em 1991, mas sua revolta foi igualmente sufocada,
com um saldo de mais de 230 000 pessoas mortas.[11] Durante a década de 1990, o país
foi assolado com tensão sectária e pobreza extrema (especialmente entre a população
xiita), decorrente da má gestão, da infraestrutura precária e da corrupção do regime
sunita de Saddam. Os Estados Unidos e seus aliados realizaram bombardeios
esporádicos pelo país (como em 1996 e 1998). Duas zonas de exclusão aérea (as
operações Northern Watch e Southern Watch) sobre o Iraque foram impostas
pela OTAN, com o objetivo de limitar a capacidade do exército iraquiano de usar
violência exagerada contra as minorias e tentar impedir repressões étnicas, ao mesmo
tempo que tentava enfraquecer o regime baathista. Isso acabou por deteriorar ainda
mais a infraestrutura civil e militar do país.[12]
Após usar armas químicas e biológicas na guerra contra o Irã e na repressão dos xiitas e
curdos, o regime de Saddam Hussein começou a sofrer pressão internacional para que
ele abrisse mão de tais armamentos. Sanções econômicas foram então impostas pela
comunidade internacional e pela ONU, devido a falta de colaboração das autoridades
iraquianas. O resultado foi em uma acentuação da pobreza e deterioração da
infraestrutura interna.[13] Contudo, apesar de tudo, o regime de Saddam permaneceu
firme até 2003, quando uma coalizão ocidental dos Estados Unidos o derrubou do
poder.

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