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Decisões
Uma decisão só é vinculativa para os seus destinatários
específicos (por exemplo, um país da UE ou uma empresa),
sendo-lhes diretamente aplicável.
Recomendações
Uma recomendação não é vinculativa. Assim, a adoção pela
Comissão de uma recomendação para que as autoridades
judiciais dos países da UE intensificassem o recurso
à videoconferência para reforçar a ação dos serviços
judiciais além-fronteiras, não teve qualquer consequência
jurídica.
Uma recomendação permite às instituições dar a conhecer
os seus pontos de vista e sugerir uma linha de conduta sem,
todavia, impor uma obrigação legal aos seus destinatários.
Pareceres
Um parecer é um instrumento que permite às instituições
fazer uma declaração de forma não vinculativa, ou seja, sem
impor qualquer obrigação legal aos seus destinatários. Um
parecer não é vinculativo. Pode ser emitido pelas principais
instituições da UE (Comissão, Conselho, Parlamento), pelo
Comité das Regiões ou pelo Comité Económico e Social Europeu.
REENVIO PREJUDICIAL
O reenvio prejudicial é um processo exercido perante o
TJUE. Este processo permite a uma jurisdição nacional
interrogar o Tribunal de Justiça sobre a interpretação ou a
validade do direito europeu – regulamento, diretiva,
decisão, etc.
Ao contrário dos outros processos jurisdicionais, o reenvio
prejudicial não é um recurso formado contra um ato europeu
ou nacional, mas sim uma pergunta relativa à aplicação do
direito europeu.
Auxilia a cooperação ativa entre as jurisdições nacionais e
o Tribunal de Justiça e a aplicação uniforme do direito
europeu em toda a EU (artigo 267º TFUE).
Fase contenciosa:
O Tribunal Justiça examina a admissibilidade do pedido,
assim como as alegadas violações do Direito da União.
Note-se que a Comissão não pode suscitar perante o TJUE
questões que não tenham sido abordadas na fase pré-
contenciosa e, em especial, que não tenham sido objeto
do parecer fundamentado.
i. Natureza do recurso
O recurso de anulação consiste numa fiscalização da
legalidade dos atos europeus que pode conduzir à anulação do
ato em questão. Este recurso pode ser interposto contra:
➢ Todos os atos legislativos;
➢ Atos adotados pelo Conselho, a Comissão, o Banco Central
Europeu, o Parlamento Europeu e o Conselho Europeu, se
esses atos forem destinados a produzir efeitos
jurídicos em relação a terceiros;
➢ Atos adotados por órgãos ou organismos europeus, se
esses atos forem destinados a produzir efeitos
jurídicos em relação a terceiros;
➢ Deliberações do Conselho de Governadores ou do Conselho
de Administração do Banco Europeu de Investimento, nos
termos do artigo 271.º do TFUE.
• Por incompetência;
• Por violação de formalidades essenciais;
• Por violação dos Tratados ou de qualquer norma jurídica
relativa à sua aplicação;
• Por desvio de poder.
ii. Recorrentes
Fase pré-contenciosa
Fase contenciosa
O requerente pode demandar a instituição junto do Tribunal.
O recurso pode ser apresentado dentro de um novo prazo de
dois meses.
Quando o ato cuja omissão é objeto do litígio tiver sido
adotado após a apresentação da ação, mas antes da pronúncia
do acórdão, a declaração do Tribunal que constate a
ilegalidade da abstenção inicial deixa de poder conduzir às
consequências previstas no art. 266.º TFUE.
Daí resulta que, nesse caso, tal como no caso de a
instituição demandada ter reagido ao convite para agir no
prazo de dois meses, o objeto da ação desaparece, pelo que
deixa de haver lugar a decisão.
AÇÃO DE INDEMNIZAÇÃO
Faz parte dos recursos que podem ser interpostos perante o
Tribunal de Justiça da União Europeia.
Permite aos particulares ou aos Estados-Membros que sofreram
um dano obterem reparação por parte da instituição que está
na origem do dano.
Existem dois tipos de recursos:
➢ os recursos que põem em causa a responsabilidade
contratual da União quando esta faz parte de um
contrato;
➢ os recursos que põem em causa a responsabilidade
extracontratual da União devido a um dano provocado
pelos seus órgãos ou pelos seus agentes no exercício
das suas funções.
Podem igualmente resultar da atividade normativa das
O EFEITO DIRETO DO DE
O princípio do efeito direto (ou aplicabilidade direta)
permite aos particulares invocarem diretamente uma norma
europeia perante uma jurisdição nacional ou europeia.
O efeito direto do direito europeu foi consagrado pelo
Tribunal de Justiça no acórdão Van Gend en Loos. Neste
acórdão, o Tribunal afirma que o direito europeu acarreta
obrigações para os Estados-Membros, mas também direitos para
os particulares.
Os particulares podem assim prevalecer-se destes direitos e
invocar diretamente normas europeias perante jurisdições
nacionais e europeias.
O PRIMADO DO DIREITO DA EU
Segundo o princípio do primado, o direito europeu tem um
valor superior ao dos direitos nacionais dos Estados-
Membros.
O princípio do primado aplica-se a todos os atos europeus
com força vinculativa. Assim, os Estados-Membros não podem
aplicar uma regra nacional contrária ao direito europeu.
É um princípio fundamental do direito europeu. Não está
consignado nos Tratados, tendo sido consagrado pelo Tribunal
de Justiça da União Europeia nos seus acórdãos.
Perceba-se que se uma regra nacional for contrária a uma
disposição europeia, as autoridades dos Estados-Membros
devem aplicar a disposição europeia. O direito nacional não
é nem anulado nem alterado, mas a sua força vinculativa é
suspensa. Todos os atos nacionais estão sujeitos a este
princípio, seja qual for a sua natureza: lei, regulamento,
portaria, despacho, circular, etc., independentemente de se
tratar de diplomas emitidos pelo poder executivo ou
legislativo dos Estados-Membros. O Tribunal de Justiça
considerou que as constituições nacionais estão também
sujeitas ao princípio do primado.
i. Responsáveis pelo cumprimento do princípio
O Tribunal de Justiça condena os Estados-Membros que não
respeitam estes princípios, através das suas decisões
decorrentes dos fundamentos das diferentes ações judiciais
previstas pelos tratados fundadores, designadamente as ações
por incumprimento.