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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE DIDÁTICA
PLANO DE AULA
REFERÊNCIAS
Garcia, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007.
Marcuschi, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: Dionisio, A.; Machado; A.; Bezerra, A. (orgs.) Gêneros textuais &
ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010, 19-38.
MEC/SEF. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília, 2008, 17-48
Menon, O. P. S. O que é “ler” as HQs?. In: Martins, M. A & Tavares, M. A. (orgs.) Contribuições da sociolinguística e da linguística
histórica para o ensino de língua portuguesa. Coleção Ciências da Linguagem Aplicadas ao Ensino, vol. V. Natal: Editora da UFRN,
2013, p. 213 – 242.
Rojo, R. Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e de linguagens na escola. In: Rojo, R. ; Moura, E. (org.) Multiletramentos
na escola. São Paulo: Parábola Editorial, 2012, p. 11-31.
Soares, Magda Becker. & Campos, Edson Nascimento. Técnica de redação. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1978.
Olimpiá da de ́ gua
Lin Portuguesa. Na Ponta do Lápis, ano VI, n. 14, jun. 2010. Disponível em:
<http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/tiposdeargumentos.pdf>. (Acessado em 24/07/2015)
Sites consultados:
Anexo 1: imagens
Imagem 1:
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Imagem 3:
Imagem 4:
Anexo 2: Texto com as atividades.
Menores de 18 anos raramente são autores de atos de violência. Ao contrário, são as principais vítimas. Tratar adolescentes como Formatted: Font color: Text 2
adultos é sujeitá-los a um sistema de punição menos eficaz
Maria do Rosário
A redução da maioridade penal mexe com dores profundas em um país com índices apavorantes de violações e mortes. A questão não deve ser
tratada com ligeirezas. Devemos reconhecer que muitos que se engajam nessa causa podem ter sofrido as dores insuportáveis da violência ou ainda,
sinceramente, pensam ter encontrado uma solução simples para um problema complexo. A estes, minha total consideração. Muito diferente é o caso dos
que usam o sofrimento alheio para transformar a violência e sua divulgação numa escada para a promoção pessoal.
A criança e o adolescente só passaram a ser considerados sujeitos de direitos com o advento da Constituição Federal de 1988 e do Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990. Desde 1993, várias propostas de emendas constitucionais procuram revisar essa condição e
devolvê-los ao “menorismo” vigente até então. A essas demandas, o Parlamento parece agora inclinar-se a dar uma resposta populista. Admitiu o
Commented [TP1]: Não sei se estou certa, mas tudo isso
avanço da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171, que quer reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos. É uma falsa solução. seria a introdução, certo? Sim!!!
O Artigo 60 da Constituição desautoriza aos congressistas abolir princípios como o regime democrático e os direitos humanos. É o que
faz a proposta de emenda constitucional que reduz a maioridade penal. Além do Artigo 60, ela contraria os Artigos 227 e 228, onde estão
estabelecidos os direitos a serem garantidos às crianças e aos adolescentes até os 18 anos de idade. A PEC 171 também desrespeita a Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas de 1989, da qual o Brasil é signatário, que considera integrantes da infância os
indivíduos até os 18 anos. Assim, a PEC 171 propõe uma violação do princípio constitucional que diz que o menor de 18 anos deve ser Commented [TP2]: Argumentação por evidência. Ainda
tenho minhas dúvidas se é esse mesmo. Sim!
considerado uma pessoa em condição peculiar de desenvolvimento. A família, a sociedade e o Estado são responsáveis por assegurar as
condições mais adequadas para que esse desenvolvimento ocorra. Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
A redução da maioridade penal poderá, na prática, ampliar a violência. O sistema de privação de liberdade em unidades específicas para Commented [TP3]: Argumento de princípio??? Acho que
não!
adolescentes tem um índice de reincidência da ordem de 20%. Um número muito expressivo se observarmos que a Lei 12.594/2012, que institui
o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), nem sequer está sendo cumprida em sua plenitude porque o país não conta com
unidades adequadas ao atendimento integral juvenil. Em contrapartida, o sistema carcerário para maiores de idade, que viu sua população de Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
internos crescer 511% entre 1990 e 2012, tem taxas de reincidência no crime de mais de 70%. Portanto, colocar esses adolescentes nas Commented [TP4]: Argumento por exemplificação. OU
Argumento por causa/consequência.OK!
delegacias e penitenciárias brasileiras é oferecê-los ao comando dos agentes do crime para o cometimento de atos mais violentos.
A defesa da redução da maioridade penal parte da premissa de que os adolescentes são os maiores responsáveis pela violência no Brasil. Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
A realidade indica exatamente o contrário: são os adolescentes e jovens as principais vítimas da violência. A maioria dos que cometem os crimes Commented [TP5]: È a conclusão do parágrafo
mais violentos já ultrapassou essa faixa etária. Conforme o pesquisador Julio Jacobo afirma no Mapa da Violência 2012, as causas externas de Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
mortalidade de crianças e adolescentes no Brasil cresceram de forma assustadora nas últimas décadas. Representavam 6,7% do total de óbitos em Commented [TP6]: Contra-argumentação???SIM!!!
1980. Passaram a 26,5%, em 2010. Os homicídios representam 22,5% do total de mortes por causas externas nessa faixa etária. Commented [TP7]: Argumento de autoridade.SIM!!!
Criminalizar os adolescentes, portanto, mascara a realidade de uma nação que não tem sido capaz de salvar suas crianças e jovens da morte. A PEC Commented [TP8]: Argumentação por evidência. SIM!!!
171 é uma tentativa de responsabilizar uma parcela deles por essa realidade. Não é verdade. Menos de 1% dos atentados contra a vida no Brasil são cometidos
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por adolescentes – apenas 0,013% dessa parcela da população. Isso significa que não são eles os principais responsáveis pelo absurdo número de mortes
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violentas. Significa que nossa prioridade deveria ser analisar mais profundamente as questões de segurança pública e cultura para transformar essa realidade.
É preciso implementar plenamente a Lei 12.594/2012, que constitui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, e traçar estratégias para a Commented [TP9]: Argumentação por evidência.SIM!!!
redução da violência, observando um conjunto de medidas necessárias no âmbito da segurança pública, educação e cultura. Devemos assegurar aos adolescentes
brasileiros a possibilidade de se engajar em projetos de vida baseados nos valores da solidariedade e do respeito mútuo, em que eles possam contribuir com a
sociedade e estejam livres da violência. Commented [M10]: Acho que você poderia propor uma
questão ou comentar sobre essa conclusão que aponta
Se é moralmente inaceitável um pai abandonar seus filhos, é antiético uma nação desistir de sua infância e juventude. soluções para o tema.
Commented [TP11]: Sim, é uma analogia para fechar o
MARIA DO ROSÁRIO é deputada federal pelo PT do Rio Grande do Sul. Foi ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos entre 2011 e texto com uma espécie de “moral”
2014, durante o governo de Dilma Rousseff. Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
Adaptado de: http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/04/contra-reducao-da-maioridade-penal.html
Parte 1:
a) Qual é o gênero textual?
b) Quais os meios de comunicação em que esse gênero textual circula?
c) Quem é o seu público alvo? A resposta pra essa pergunta é bastante aberta, qual é o seu objetivo com essa questão?
d) Qual é o seu propósito / objetivo? Poderia trocar essa pergunta por algo como “Esse gênero costuma apresentar a defesa de uma tese. Qual é a
tese defendida no texto?” Assim, você poderia fazer um gancho com a segunda parte.
Eu sublinhei as estratégias de retomada do objeto de discurso “menores de idade”, vc pode mostrar aos alunos como, nesse caso, há uma
ênfase na ideia de que são menores, jovens e não adultos. A repetição é importante para reforçar a tese defendida.
Parte 2:
Textos que pertencem a esse gênero textual costumam sustentar seu ponto de vista por meio de diferentes estratégias argumentativas, são
construídos por meio de diferentes estratégias, que podem ser:
1. Argumento de autoridade No argumento de autoridade, o interlocutor é levado a aceitar a validade da tese ou conclusão
defendida a respeito de certos dados, pela credibilidade atribuída à palavra de alguém publicamente
considerado autoridade na área.
2. Argumento por evidência No argumento por evidência, pretende-se levar o interlocutor a admitir a tese ou conclusão,
justificando-a por meio de evidências de que ela se aplica aos dados considerados.
3. Argumento por comparação (analogia) No argumento por comparação, o argumentador pretende levar o interlocutor a aderir à tese ou
conclusaõ com base em fatores de semelhança ou analogia evidenciados pelos dados apresentados.
4. Argumento por exemplificação No argumento por exemplificação, o argumentador baseia a tese ou conclusaõ em exemplos
representativos, os quais, por si sós, já saõ suficientes para justificá-la.
5. Argumento de princípio No argumento de princípio, a justificativa é um princípio, ou seja, uma crença pessoal baseada numa
constataçaõ (lógica, científica, ética, estética etc.) aceita como verdadeira e de validade universal. Os
dados apresentados, por sua vez, dizem respeito a um fato isolado, mas, aparentemente, relacionado
ao princiṕ io em que se acredita. Ambos ajudam o leitor a chegar a uma tese, ou conclusaõ , por meio
de deduçaõ .
6. Argumento por causa e consequência No argumento por causa e consequência, a tese, ou conclusão, é aceita justamente por ser uma causa
ou uma consequência dos dados.
Em duplas / trios, identifique os argumentos e as estratégias. No final, explique como os argumentos, aliados às estratégias, contribuíram para a
proposta do texto. Boa questão!
Talvez, não dê tempo, mas fica como sugestão discutir aspectos linguísticos do texto, como a estrutura gramatical dos argumentos, como no
exemplo abaixo, que os conectivos vão articulando as ideias até chegar à conclusão do raciocínio sinalizada pelo “portanto”.
A redução da maioridade penal poderá, na prática, ampliar a violência. O sistema de privação de liberdade em unidades específicas para
adolescentes tem um índice de reincidência da ordem de 20%. Um número muito expressivo se observarmos que a Lei 12.594/2012, que institui Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), nem sequer está sendo cumprida em sua plenitude porque o país não conta com Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
unidades adequadas ao atendimento integral juvenil. Em contrapartida, o sistema carcerário para maiores de idade, que viu sua população de Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
internos crescer 511% entre 1990 e 2012, tem taxas de reincidência no crime de mais de 70%. Portanto, colocar esses adolescentes nas Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
delegacias e penitenciárias brasileiras é oferecê-los ao comando dos agentes do crime para o cometimento de atos mais violentos. Formatted: Font: Bold, Font color: Text 2
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É uma forma, por exemplo, de trabalhar o valor das orações adverbiais se vc estivesse trabalhando esse conteúdo em sala.
A aula está boa e de acordo com o que os alunos viram em sala. Formatted: Font: Not Bold