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Centro Espírita Léon Denis

o
10 Encontro Espírita
sobre “Dependências”
Tema:

Dependências
Um desafio para o desenvolvimento das virtudes

Data:
4 de agosto de 2013

Mentores do Encontro

Teatro Thereza d’Ávila


15h às 16h30min
Coordenação Geral: Elisa Goulart
Equipe de Coordenação: Alcenir Moreira, Ângela Paiva, Heronilde Melo, Irany
Silva, Júlio Rodrigues, Naila Segóvia, Márcia Neves, Monaliza Silva, Renata Neves,
Selma da Cunha, Valéria Machado, Williane Porto, e, Wilma Ribeiro.
Organização do conteúdo da apostila: Equipe de estudo
Capa: Elisa Goulart
Diagramação e Finalização: Depto. Editorial do CELD
“Bem-aventurados os pobres de espírito,
porque deles é o Reino dos Céus.”
(Mateus, 5:1 a 12.)

3
“A desgraça é a alegria, é o prazer, é a fama, é a vã agitação, é a tola satisfação
da vaidade que faz calar a consciência, que reprime a ação do pensamento, que
confunde o homem sobre o seu futuro; a desgraça é o ópio do esquecimento que
buscais ardentemente.”1

Sumário

Objetivos do 10o Encontro Espírita sobre Dependências ............................................. 5

Apresentação ...................................................................................................................... 7

Módulo 1:
1- Espiritismo e dependências: principais conceitos ...................................................... 9

Módulo 2:
2- Cair em si e o despertar espiritual .............................................................................. 19

2.a- A Parábola do Filho Pródigo e as dependências ........................................... 19

2.b- Os elementos psicológicos da Parábola do Filho Pródigo ............................ 20

2.c- O mal e o remédio – uma análise da dor e do sofrimento ............................ 23

2.d- O cair em si : a percepção e a aceitação do sofrimento ............................ 23

2.e- As Bem-aventuranças e o autoconhecimento com Jesus ........................... 25

2.f- Reflexões sobre os aspectos psicológicos da Parábola do Filho Pródigo


relacionadas às compulsões ...................................................................................... 28

2.g- O desafio para o desenvolvimento das virtudes ............................................. 29

1
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. V – “A verdadeira desgraça”, item 24. Celd.

4
Objetivos do 10o Encontro Espírita sobre Dependências

Desde 2002 estamos “em marcha” com Jesus para apreender o sentido das
dependências nas etapas de desenvolvimento do espírito.
Começamos os estudos em 2002... E nesse processo de aprofundamento e
compreensão sobre o assunto, apresentamos os seguintes estudos nos Encontros:
2004 – Dependência Química e Espiritismo. Medos, Inibições e Fraquezas
2005 – Dependências e Espiritismo. Pensamento, Vontade e a Busca da Verdade
2006 – Viver sem Drogas. Um Projeto Reeducativo para o Homem
2007 – Espiritismo, Família e Dependências
2008 – Adolescência na Visão Integral
2009 – Mulher. Outros Olhares
2010 – Educação para a Busca de Sentido
2011 – O Sentido da Consciência. A Transformação pelo Amor
2012 – O Sentido da Criatividade. O Trabalho do Amor

O tema central para o 10o Encontro Espírita sobre Dependências é


Dependências. Um desafio para o desenvolvimento das virtudes. E o eixo temático —
O cair em si e o despertar espiritual, cujos objetivos são:

Objetivo GeraL:
• Compreender o tema Dependências. Um desafio para o desenvolvimento das
virtudes na perspectiva do Espiritismo, da Filososfia e da Ciência.

Objetivos Específicos:
• Conhecer a relação existente entre a Parábola do Filho Pródigo e as depen-
dências.
• Compreender a dinâmica psicológica contida na Parábola do Filho Pródigo.
• Analisar como as bem-aventuranças podem ser utilizadas como roteiro para o
amadurecimento do espírito nas lutas evolutivas.

5
Como desenvolver as virtudes, apesar de estar
na experiência da dependência emocional?

“A matéria exerce sobre o espírito seus poderes mis-


teriosos. (...) A alma humana sente todas as atrações da
vida inferior, e, ao mesmo tempo, percebe o apelo da
vida elevada.” 2
Este é o trabalho de nossa luta evolutiva, abrir mão daquilo que nos amarra e
prende às verdades efêmeras para ascendermos aos cimos da divina evolução.

2
Denis, Léon. O Grande Enigma. Cap. III – “Solidariedade; comunhão universal”. Celd.

6
Apresentação

A décima edição do Encontro Espírita sobre Dependências (EED)


propõe resgatar os principais conceitos sobre o Espiritismo e as
dependências, que foram trabalhados e desenvolvidos desde o
nascimento do Núcleo de Estudos sobre Dependências e Espiritismo
(NEDE), em 2002.
O tema deste Encontro versa sobre a experiência das depen-
dências e o seu papel no desenvolvimento das virtudes.
A escolha do tópico seguiu um percurso natural de pesquisas e
estudos, tanto da área do conhecimento quanto do sentimento,
acumulados nesses anos em que nos debruçamos para compreender
a natureza humana e suas vicissitudes à luz do Espiritismo e da Ciência.
Por tudo que experimentamos durante esse último ano de estudo,
só nos resta compartilhar nossos corações que transbordam de fé e de
esperança. E desejamos, ainda, que tudo que descobrir neste traba-
lho possa colaborar para que você também encontre a sua paz.

7
Módulo1
Espiritismo e dependências: principais conceitos

Dependência ou dependências?
As drogas representam um real problema da alma encarnada no planeta?
Quem é o dependente?...

Existem tendências viciosas que, evidentemente, são inerentes ao espírito, porque


estão ligadas mais ao moral do que ao físico; outras parecem antes consequência do
organismo, e, por esse motivo, acreditamos que somos menos responsáveis por elas,
tais são as predisposições à cólera, à indolência, à sensualidade, etc.

Está perfeitamente reconhecido hoje em dia, pelos filósofos espiritualistas, que os


órgãos cerebrais, correspondentes às diversas aptidões, devem seu desenvolvimento à
atividade do espírito; que esse desenvolvimento é, portanto, um efeito e não uma
causa. Um homem não é músico porque tem vocação pela música, ele tem vocação
pela música porque seu espírito é músico.

(...) o guloso sente a boca encher-se de saliva ao ver uma iguaria apetitosa. Não é a
comida que pode superexcitar o órgão do paladar, pois que não existe contato; é,
pois, o espírito, cuja sensibilidade é despertada, que age pelo pensamento sobre esse
órgão, enquanto que, sobre um outro espírito, a visão dessa iguaria não produziria
nenhum efeito.
Allan Kardec. O Céu e o Inferno, Cap. VIII – “As Penas Futuras Segundo o Espiritismo”. A carne é fraca.

A questão referida em nossos O corpo não dá impulsos de cólera a quem que


estudos, não se liga apenas aos não a possui, assim como não dá outros vícios.
aspectos cerebrais e aos objetos de Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes
compulsão. O cérebro é a caixa de ao espírito (…)
ressonância do espírito, portanto, há Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
soberania deste último sobre Cap. IX – “Bem-aventurados os que são
a material, o que justifica Mansos e Pacíficos”.
sua influência sobre o
organismo.
(...) Admiti, ao contrário, que os órgãos especiais, se é
que existem, são consecutivos, que se desenvolvem
pelo exercício da faculdade, como os músculos pelo
“O corpo reflete o que há no espí- movimento, e nada tereis de irracional. Façamos uma
rito; sendo assim, o espírito precisa comparação trivial, à força de ser verdadeira. Por
ser curado primeiro.” alguns sinais fisionômicos reconheceis um homem
dado à bebida; serão esses sinais que o tornam
Ignácio Bittencourt (Espírito). Psicofonia bêbado, ou a embriaguez é que dá origem a esses
de Altivo Carissimi Pamphiro. Apostila
o
do 12 Encontro Espírita sobre Medicina
sinais? Pode-se dizer que os órgãos recebem a marca
Espiritual. Seção Doutrinária. 2001. das faculdades.
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Parte 2. Cap. VII,
q. 370a. Nota de Kardec.

As drogas representam um real problema para a alma terrena?

9
Muita gente imagina que os comportamentos compulsivos estão apenas
associados às drogas como álcool, maconha, cocaína e nicotina, por
exemplo. De fato, dependentes de droga manifestam esse tipo de
comportamento, mas a compulsão não está relacionada, exclusivamente,
com o uso de substâncias químicas. Pode estar ligada a outras situações
que provocam prazer, como fazer compras ou passar horas em frente do
computador. Quem não conhece pessoas que compram compulsivamente, estouram o
limite do cartão de crédito, do cheque especial e a conta no banco, de uma forma
deletéria para si mesmas. Esses comportamentos, tanto quanto os relacionados com o
uso de drogas, interferem com o mecanismo de prazer e podem adquirir características
patológicas, de certa forma incontroláveis.

André Malbergier – médico, professor do Departamento de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da


Universidade de São Paulo e coordenador do GREA, Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e
Drogas. “Comportamento Compulsivo”.

Alguns conceitos:

 Dependência Emocional: Que o vosso coração não se perturbe. Crede em Deus, crede
É inerente ao estágio de de- também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se
senvolvimento psíquico do es- assim não fosse, eu já vos teria dito, porquanto eu vou para
pírito, que na grande maioria
preparar o lugar para vós; e depois que eu tiver ido, e
preparado o lugar, voltarei, e vos retirarei para mim, a fim de
da população do orbe terreno, que, lá onde estou, vós estejais também.” (João, XIV: 1 a 3.)
se apresenta em condições (...) Independente da diversidade dos mundos, essas pala-
de imaturidade emocional. As vras também podem ser entendidas como o estado feliz ou
particularidades deste espírito infeliz do espírito na erraticidade. Segundo a situação do
em etapa de dependência espírito — mais ou menos depurado e desprendido dos
laços materiais — o meio onde ele se encontra, o aspecto
emocional são as seguintes:
das coisas, as sensações que experimenta e as percepções
padrão permanente de neces- que possui variam ao infinito.
sidades emocionais insatisfei- (...) Nos mundos inferiores a existência é toda material, a
tas, provenientes de vidas vida moral é quase nula, as paixões reinam soberanas.
anteriores, como também de Porém, à medida que a vida moral se desenvolve, a
vivências atuais, associado à influência da matéria diminui, de tal forma que, nos mundos
mais avançados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual.
educação familiar deficiente,
(...) Nos mundos intermediários há a mistura do bem e do
o que faz com que a alma mal, com a predominância de um ou de outro, segundo o
tente se satisfazer, inadequa- grau de adiantamento existente.
damente, por meio de relacio- Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo – “Há Muitas
Moradas na Casa de Meu Pai” – cap. III, itens 1, 2 e 3.
namentos difíceis com outras
pessoas e/ou com o uso de outros objetos de compulsão, para tentar suprir o vazio
existencial. A Dependência emocional está por trás dos diferentes tipos de
dependência. Assim, quando se fala em dependência química, por exemplo,
estamos fazendo referência ao tipo de dependência da alma, que se ligou ao objeto

10
de compulsão “droga”. Deste mesmo modo, temos a dependência por compras,
dependência por jogos, dependência tecnológica, dependência por comida e assim
por diante.
É importante ressaltar que existem variações no padrão dos relacionamentos do
espírito, que está dependente emocional com o objeto de compulsão de sua
escolha, o qual se vincula diretamente ao seu nível de carência afetiva. Assim, de
acordo com essa ideia, teremos diferentes padrões de “ligação” do espírito depen-
dente emocional ao objeto de compulsão, que vai desde a fase de contato com
objetivos de experimentação até estágios de subordinação, com as consequentes,
perda de controle e sérios prejuízos à saúde física, mental e espiritual.
 Dependência Química: Ela é gerada por um comportamento rebelde e de risco
do usuário. Ela representa um agravamento progressivo do uso indevido de objetos
de compulsão, que se inicia, passando pelo uso experimental, ocasional/habitual
e ancorando-se num uso depen-
dente. Para desenvolvê-la é ne-
(...) Jamais haverá corpo físico que não seja resultante
exato das necessidades do espírito, que lhe utiliza a
cessário que haja “códigos gené-
arquitetura e comanda as reações químicas de todas as
ticos da hereditariedade em con- modalidades, onde nada será esquecido e onde as
sonância com o conteúdo vibratório manifestações, desde as mais simples do cadinho
dos registros perispirituais”, predis-
3 celular até as mais complexas do psiquismo, serão a
posição psíquica ou social, e que expressão real de suas fontes vorticosas.
Andréa, Jorge. Dinâmica Psi.
se faça habitualmente, uso de uma “A Personalidade nas Reações Cármicas.”
substância qualquer que altere o
humor.
 Dependências: As dependências aos variados objetos de compulsão escoam na
mesma química cerebral. Assim, tais objetos não são importantes por si mesmos, mas
pelo que representam. As compulsões não se ligam especificamente a tais objetos,
cada qual está ligado a sentimen- Precisamos revisar nossas concepções sobre vícios.
tos íntimos de solidão e desvalia. Não podemos entendê-los como uma problemática
Então, abordamos, a temática das que abrange, exclusivamente, delinquentes e vadios.
dependências, e não, apenas da (...) viciados são todos aqueles que se enfraqueceram
dependência química. Então, nós diante da vida e se refugiaram na dependência de
pessoas ou substâncias.
temos dependentes químicos, de- Hammed (Espírito). Psicografia de Francisco do Espírito Santo
pendentes de comida, dependentes Neto. As Dores da Alma. “Vícios”.
de trabalho, etc.

3
O perispírito arquiva em suas camadas, os conhecimentos adquiridos por meio de nossa evolução individual. Também serve de
modelo para a formação do corpo físico.

11
 Abuso: Qualquer ação humana onde exista Todo aquele que é depositário da
uma pré-condição de desnível de poder, seja ele autoridade, qualquer que seja a sua
sobre objetos, seres, legislações, crenças ou extensão, desde a do senhor sobre o
valores. Ele geralmente vem associado à ideia de seu escravo, até do soberano sobre seu
poder do abusador sobre o “objeto" abusado, que povo, não pode esquecer-se de que é
não pode ou não quer (por motivos intimidatórios um encarregado de almas.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiri-
reais ou não) resistir e/ou se contrapor ao abuso. 4 tismo. Cap. XVII. “Sede Perfeitos”. Item 9.

Muitos de nós aprendemos a ser dependentes desde cedo, dirigidos por adultos superpro-
tetores que nos imprimiram “clichês psíquicos” de repressão, que se refletem até hoje como
mensagens bloqueadoras dentro de nós e que não nos deixam desenvolver o “senso de
autonomia” e de independência. Outros trazem enraizadas experiências em que lhes foi
negada a possibilidade de exercer a capacidade de seleção de amigos e parceiros afetivos, em
virtude da intervenção de adultos prepotentes. Essa nociva interferência torna-os mais tarde
indivíduos de caráter oscilante, indecisos, assustados e inseguros. Outros ainda, por terem
sofrido experiências conflitantes em outras encarnações, em contato com criaturas
desequilibradas e em clima de inconstância e desarmonia, são predispostos a renascer hoje
com maior identificação com a instabilidade emocional.
Dessa forma, entendemos que os fatores que propiciam os vícios e as compulsões ocorrem em
ambientes familiares-sociais desarmônicos, desta ou de outras encarnações, onde deixamos as
pressões, traumas, coações, desajustes e conflitos se enraizarem em nossa “zona mental” ou
“perispiritual”, porquanto os vícios não passam de efeitos externos de nossos conflitos internos.

Hammed (Espírito). Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto. Renovando Atitudes. “Velhos hábitos”.

 Compulsão: São hábitos aprendidos e seguidos por alguma gratificação emo-


cional, normalmente um alívio de ansiedade e/ou angústia. São hábitos mal
O vício do álcool, sexo, nicotina, jogos diversos ou drogas adaptativos que já
farmacológicas são formas amenizadoras que compensam, foram executados inú-
momentaneamente, áreas frágeis de nossa alma desestruturada. meras vezes e acon-
Aliviam as carências, as ansiedades, os desajustes, as tensões tecem quase automa-
psicológicas e reduzem os impulsos energéticos que produzem as ticamente.
insatisfações e o chamado “mal-estar interior”. Pode parecer que
as opções vício-dependência disfarcem ou abrandem a “pressão
torturante”, porém o desconforto permanece imutável.
Inquestionavelmente, as chamadas viciações resultam do medo
de assumir o controle de nossa vida e, ao mesmo tempo, do medo
de nos responsabilizarmos por nossos atos e atitudes, permitindo
que eles fiquem fora de nosso controle e de nossas escolhas.
Hammed (Espírito). Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto.
Renovando Atitudes. “Velhos hábitos”.

4
Wikipédia. A enciclopédia livre. Abuso.

12
Compulsão – É um meio de sobrevivência e enfrentamento de crises e de amortecer a dor
dos abusos sofridos. Ela é acionada por lembranças dos episódios abusivos e tem por
objetivo preencher o vazio existencial.
Carnes, Patrick. Isto não é Amor. Cap. 4 – “Crianças vulneráveis. Abuso na infância: um fator de compulsão”.

Quais são os efeitos da compulsão para os espíritos?

Matéria: Os efeitos do abuso/ dependência de objetos de


compulsão podem trazer inúmeras consequências danosas.
Nos aspectos psicossociais, as atividades sociais, ocupacionais
ou recreativas podem ser seriamente prejudicadas, abando-
nadas ou reduzidas em virtude da dependência ou uso
abusivo da substância, e o dependente pode afastar-se de
atividades familiares a fim de usar os objetos de abuso em
segredo ou para passar mais tempo com
aqueles que compartilham dos mesmos Quantas pessoas arruinadas pela falta de
interesses.
ordem, de perseverança, pela má
conduta, ou por não terem sabido limitar
Nos aspectos físicos, temos as alterações os seus desejos! (...) Quantas doenças e
em exames clínicos, desnutrições, obesidade, enfermidades são o resultado da intem-
traumatismos, por exemplo. Todas essas ques- perança e dos excessos de todos os
tões podem ser consideradas como ponto de gêneros.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o
motivação para as “viradas na vida” daqueles Espiritismo. Cap. V – “Bem-aventurados os
que experimentam as dependências. Aflitos. Item 4.

Espírito: São várias as implicações espirituais do uso abusivo/dependente de objetos


de compulsão, mas nenhuma é tão relevante quanto o fato do retardo provocado
no processo de espiritualização, portanto do progresso espiritual. A cada expressão
do comportamento compulsivo que é gerada para calar as dores e gerar alívio, a
alma deixa de experimentar
(...) a sobre-excitação dos instintos materiais asfixia, por
o aprendizado que essas si-
assim dizer, o senso moral.
tuações proporcionam, por-
tanto, deixamos de desen- Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Parte 3 – “Das Leis Morais”. Nota
de Kardec à questão 754.
volver os sentimentos.

 Objetos de compulsão: São objetos disponíveis para o usuário, onde lhes são
creditados uma capacidade para confortar, consolar e dar excelência pessoal.
Via de regra, acredita-se que tais objetos cumpram a “promessa” de gerar bem-
estar e autoestima positiva.

13
Quais as simplificações do uso de objetos de compulsão para o
crescimento do espírito?

A utilização de objetos de com- (...) Vosso amor pelos bens terrenos é um dos fortes
pulsão representa o maior sím- empecilhos ao vosso adiantamento moral e espiritual;
bolo da materialidade humana. por esse apego às posses materiais, destruís as
Nosso apego à matéria se traduz faculdades de amar levando-as todas para as coisas
em seu maior grau no uso destes materiais.
objetos. O “amor” que dedica-
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XVI –
mos à matéria representa um dos “Não se Pode Servir a Deus e a Mamon”. Item 14.
maiores obstáculos ao processo
de espiritualização. Logo, compreendemos a seriedade do assunto relativo ao
cuidado no trato da questão das dependências, pois estamos lidando com o
óbice do adiantamento moral em seu mais alto nível. As dependências não se
referem apenas a uns poucos seres humanos que, para anestesiar as dores,
bebem, comem, trabalham em demasia.
(...) Os que aceitam estar na condição de compulsivos e buscam a recuperação,
abrem a porta para treinar a faculdade de amar. Amor no seu verdadeiro sentido,
visto que todos já sabemos amar, apesar de aplicarmos este amor às coisas
materiais, como fazemos com os objetos de compulsão.

Por que alguns se tornam alcoólatras ou sexólatras, outros, jogadores compulsivos


ou comedores compulsivos? Por que o uso variado de objetos de compulsão?
Quais fatores estabelecem a relação do indivíduo e o objeto de compulsão?

(…) existem níveis diferenciados de lutas


íntimas, que se moldam de acordo com Disponibilidade do objeto de compulsão
a história espiritual pretérita e o pla- no meio social
nejamento pedagógico para a edu- Dessa forma só existe “compulsão à ingestão de
cação do espírito. Desta forma, quando drogas”onde existem drogas para serem ingeridas;
nos referimos às dependências e sua só existe “compulsão por comprar” onde existem
ligação aos aspectos evolutivos e centros de compra de fácil acesso e mecanismos
planetários, precisamos também con- econômicos que mantenham e incitem, de forma
siderar as escolhas de objetos de com- deliberada, o desejo dos indivíduos de consumir.
Costa, Jurandir Freire. Medicalização do Consumismo. Site:
pulsão.(…) Existem muitas questões http://www.jfreirecosta.com/artigos.html. Acesso 12/3/2006
envolvidas no desenvolvimento das
dependências, como, por exemplo, o
abuso infantil, a viciação físico-perispiritual ou viciação espiritual, o estresse pós-
traumático e a disponibilidade do objeto de abuso no meio social. Todos esses fatores
concorrem para constituir o chamado objeto de compulsão de escolha. A opção de
cada objeto de compulsão se alia tanto à história construída pelo espírito através dos
tempos quanto a oferta no meio social.
O espírito é que dá à carne as qualidades correspondentes ao seu instinto, tal como o artista que
imprime à obra material o cunho do seu gênio. Allan Kardec, Revista Espírita. Março de 1869.

14
Vazio Existencial: É forjado pelo desconhecimento de si mesmo, ou seja, por pessoas
que ignoram o que querem e o que sentem. Deste modo, aqueles que sofrem com a
falta de sentido, via de regra têm suas vidas orientadas por padrões alheios.
Fenômenos como a depressão, a violência e as dependências não podem ser
entendidos se não reconhecermos a falta de sentido.

Sobre esse fenômeno psicológico do vazio existencial, é bom ter em conta que, ao desconhecer-
se, o indivíduo adere aos valores e normas sociais de um modo que a contrapartida inevitável é
a desagregação da própria identidade ante as determinações da “ditadura” das vontades
externas à sua. Nesse contexto, a falta de autonomia conduz o indivíduo à necessidade de
adaptar-se mais do que autorrealizar-se, prática que recalca a criatividade e as potencialidades
do ser. A pessoa simplesmente se ajusta de forma pouco reflexiva e nada criativa à sociedade
enferma.
Lousada, Vinícius. Tristeza, Vazio Existencial e Estratégias de Superação em:
http://oconsolador.com.br/ano6/306.especial.html. Acesso: 13/3/2013

O que dá sentido à sua vida?


Como é esse sentido?
Como está sua animação no seu dia a dia?

A depressão subjaze às dependências

Os processos depressivos estão marcados pela É inevitável, nesta cultura pagã e


ausência de sentido existencial e alteram o perversa, a presença do vazio exis-
modo com que a pessoa lida com a sua sub- tencial nas criaturas humanas, suas
jetividade e com o mundo. Também, a depres- grandes vítimas (...). O vazio exis-
são pode ser encarada como um alerta da alma tencial consome o ser e atira-o na
a fim de endereçar o enfermo para a busca de depressão, empurrando-o para o
sentido, do conhecimento de si mesmo e do suicídio.
cultivo do autoamor, estratégias psicológicas Joanna de Ângelis (Espírito). Psicografia
necessárias para o encontro saudável consigo de Divaldo P. Franco.
Atitudes Renovadas.
mesmo.

Lousada, Vinícius. Tristeza, Vazio Existencial e


Estratégias de Superação em: Doenças físicas e mentais, abuso de
http://oconsolador.com.br/ano6/306.especial.html. drogas, depressão e suicídio
Acesso: 13/3/2013 Joanna de Ângelis (Espírito). Psicografia de
Divaldo P. Franco. Atitudes Renovadas.

Bagagem Espiritual: É o nosso acervo


Os homens trazem, ao nascer, a intuição do que
individual – Nossas conquistas e nossos
aprenderam antes; são mais ou menos adiantados,
fracassos vivenciados, e que perma-
conforme o número de existências por que
nence arquivado em camadas pro-
passaram, conforme já estejam mais ou menos
fundas da memória integral.
afastados do ponto de partida.
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. 2a Parte. Cap. V –
“Considerações sobre a Pluralidade das Existências”. Item 222.

15
Então, como se relacionam os abusos, o vazio existencial e as dependências?

Anatomia das Dependências

Bagagem Espiritual: Educação Deficiente: Vazio


Menosprezo por si mesmo + Abusos = Existencial

Pensamento Personalidade básica de vergonha Uso de objetos de


compulsão
Negativo
Automático /
Depressão Reação mal adaptativa ao
estresse

Culpa
Compulsão

(…) a má formação educacional, especialmente quando impede a criança de desenvolver a


identidade, conspira para a instalação da culpa.
Normalmente exige-se que o educando seja parcial e adulador, concordando com as ideias dos
adultos – pais e educadores – que estabelecem os parâmetros da sua conduta, sem terem em
vista a sua espontaneidade, a sua liberdade de pensamento, a sua visão da existência humana
em desenvolvimento e formação.
(…) A vida infantil é relevante na formação da personalidade, na construção da consciência do
Si, na definição dos rumos existenciais.
(…) Constrangida a ocultar a sua realidade, a fim de não ser punida, sentindo-se obrigada a
agradar os seus orientadores, a criança compõe um quadro de aparência como forma de
conveniência, frustrando-se profundamente e perturbando o caráter moral que perde as
diretrizes de dignidade, os referenciais do que é certo e do que é errado.
Essa má-educação é imposta para que os educandos sejam bons meninos e boas meninas, o
que equivale dizer, que atendam sempre aos interesses dos adultos, não os contrariando, não os
desobedecendo. Bem poucas vezes pensa-se no bem-estar da criança, no que lhe apraz, naquilo
que lhe é compatível com o entendimento.
Vezes outras, como forma escapista da própria consciência os pais cumulam os filhos com
brinquedos e jogos, em atitude igualmente infantil de suborno emocional, a fim de os distrair,
em realidade, no entanto, para fugirem ao dever da sua companhia, dos diálogos
indispensáveis, da convivência educativa mais pelos atos do que pelas palavras.
Apesar de pretender-se tornar independente, o educando, invariavelmente, ele cresce co-
dependente, isto é, sem liberdade de ação, de satisfação, culpando-se toda vez que se permite o
prazer pessoal fora dos padrões estabelecidos e das imposições programadas.
Para poupar-se de problemas, perde a capacidade de dizer não, a espontaneidade de ser
coerente com o que pensa, com o que sente, com o que deseja.
(…) Entretanto, merece considerar que, se o esforço foi realizado com o objetivo de dar
felicidade, a mesma começa a partir do instante em que o indivíduo afirma-se como criatura,
em que tem capacidade para decidir, para realizar, para fazer-se independente.
Joanna de Ângelis (Espírito). Psicografia de Divalo Pereira Franco. Conflitos Existenciais.

16
Vergonha

A criança ferida surge em situação de rejeição real ou imaginária por pessoas


significativas. Essas crianças são carentes de amor e aprovação, não creem em si
mesmas, não confiam em figuras de autoridade.
A experiência de vergonha pela qual passa a criança ferida, denota o reflexo de
quem ela é, portanto, relacionado à autoestima. Em outras palavras, a vergonha vai
ao âmago de quem nós somos como pessoa e nos faz questionar nosso direito de
existir. Tais experiências, vividas de forma sistemática e intensa, abalam a confiança e
distorcem a autoimagem e nos impede de expressar os dons e talentos.

Importante:
Não admitir a impotência e fragilidade diante dos objetos de compulsão;
compulsão é sinônimo de medo de reconhecer em si a dependência. “Bebo com o
meu dinheiro e ninguém tem nada a ver com isso”, “Em 1o de janeiro, começo a
dieta…”. Frases como essas são comuns entre aqueles que já demonstram a perda
de controle do uso de objetos de compulsão e negam.

Você é compulsivo?
Reflita por um momento sobre seu dia a dia. O seu ritmo, suas respostas aos
momentos mais tumultuados.
Caso você tenha identificado o uso de qualquer objeto de compulsão, escreva
na linhas pontilhadas o que seu objeto de compulsão representa. Por exemplo:
uma pessoa percebe seu medo de não ser amada. Toda vez que se sente
rejeitada, ela se cala e come demasiadamente. Assim, o exercício dessa pessoa
ficaria da seguinte forma:
Objeto de compulsão: comida (que é utilizado para confortar diante do medo
da rejeição)
Agora é a sua vez:
 Você tem um objeto de compulsão?.....................................................................
 Em caso afirmativo, qual é?.....................................................................................
 Como você lida com esse objeto de compulsão?...............................................
 O uso desse objeto de compulsão já lhe prejudicou?..........................................
 O que faria você abrir mão do seu objeto de compulsão ?...............................

17
Qual é a natureza da tendência às dependências?
Numa consulta ao plano espiritual da Casa de Léon Denis, fomos informados sobre
a natureza educativa inserida na questão da dependência química, que posteriormente
foi estendida às demais dependências. Dr. Hermann, em psicografia, nos informou que a
dependência química é uma tendência do espírito imortal, cujo teor é resistir ao mal.

Qual o desafio maior das dependências? Livro dos Espíritos – Questão 893
 Qual é a mais meritória de todas as virtudes?
“Resistir ao mal”. Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas são
sinais de progresso no caminho do bem. Há virtude
todas as vezes em que há resistência voluntária ao
265. Se alguns espíritos escolhem o contato arrastamento dos maus pendores (…)
com o vício como prova, haverá outros que o
escolham por simpatia e pelo desejo de viver
num meio conforme aos seus gostos ou para
poderem entregar-se, materialmente, a pen- Virtude = Resistência voluntária ao
dores materiais? arrastamento dos maus pendores.

“Certamente os há, mas apenas entre aqueles Ou ainda... Virtude = Resistir ao mal.
cujo senso moral ainda está pouco desenvolvido;
a prova vem por si mesma e eles a suportam
mais demoradamente. Cedo ou tarde, compreen-
dem que a satisfação plena das paixões brutais Sendo as provas, uma série de situações apresentadas
acarreta-lhes consequências deploráveis, que ao espírito encarnado, objetivando o seu crescimento
sofrerão durante um tempo que lhes parecerá através dos próprios esforços, a natureza da tendên-
eterno; e Deus poderá deixá-los neste estado, até cia às dependências por seu caráter de luta para
que tenham compreendido suas faltas e que eles resistir ao mal, favorece o desenvolvimento do senso
mesmos peçam para repará-las, através de moral.
proveitosas provações.”
A prova é a luta que ensina ao discípulo
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. 2a Parte, cap. VI rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho
– “Escolha das provas”.
e da edificação espiritual.
Emmanuel. O Consolador- Questão 246.

O processo de recuperação das dependências requer que alma vença o interesse


pessoal e o apego às coisas materiais, que significam obstáculos ao desenvolvimento das
virtudes. Obviamente, buscar recuperar-se das dependências, por si só, não torna o ser
humano virtuoso, no entanto, o trabalho íntimo para evitar, por exemplo, o “primeiro
gole”, a “primeira garfada compulsiva” ou a “primeira discussão” exigem esforços, que
representam um ponto de partida para o desenvolvimento e consolidação das virtudes.
A experiência de membros de Alcoólicos Anônimos leva-os a afirmar que não é
possível conquistar a sobriedade sem que “morra o homem velho”e sem que se fixem
virtudes no lugar dos chamados “defeitos de caráter”.
É realmente um desafio abraçar as mudanças necessárias. Eis que um dia somos
chamados à transformação, e caímos em si.
Então, para que serve “cair em si” na questão das dependências?

18
MÓDULO 2:
Cair em si e o despertar espiritual

Objetivos:
• Conhecer os pontos de contato entre a Parábola do Filho
Pródigo e as Dependências.
• Compreender a dinâmica psicológica contida na
Parábola do Filho Pródigo.
• Analisar como as “Bem-aventuranças” podem ser
utilizadas como roteiro para o amadurecimento do
espírito nas lutas evolutivas.

2.a A Parábola do Filho Pródigo e as dependências

“Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura,
e eu aqui morro de fome ! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai (…)”.
A Parábola do Filho Pródigo. Evangelho de Lucas. Capítulo 15:11 a 32.

Cair em si: É o primeiro passo na direção de regresso a Deus, pois outros desafios
evolutivos surgirão, tais como, libertar-se dos conflitos cultivados, harmonizar o eixo
ego-self, eliminar os defeitos morais e converter o despertar da consciência em
atitudes renovadas sob a égide do amor.
Paula, Alessandro Viana Vieira de. Cair em Si.
Site:http://www.oconsolador.com.br/ano5/252/alessandro_paula.html. Acesso: 13/3/13

(...) o processo do “cair em si”não é um episódio único, mas inicia-se com o


despertar da consciência, em favor da busca do conhecimento e da vivência do
amor.
Baseado no livro de Joanna de Ângelis (Espírito).
Psicografia de Divaldo P. Franco. “Em busca da Verdade”.

19
Aproximando a Parábola do Filho Pródigo do contexto das dependências

Se os dois filhos vivessem em situação das dependências eles poderiam ter expres-
sado as ideias abaixo?

Filho Pródigo: “Quando fui procurar ajuda, eu não tinha qualquer noção do que seria
um ‘fundo de poço’, apesar de ter atingido o meu limite. Não há como não se sentir
moído e fracassado tendo ficado tanto tempo distraído na vida. Aliás, caso eu não
tivesse percebido que algo doía dentro de mim, eu não teria ido procurar ajuda. Mas,
mesmo que eu não tivesse admitido que estava comendo com os “porcos”, EU ESTAVA
COMENDO COM OS PORCOS. Era fato! E esse fato abalou minha resistência física e emo-
cional. Então, eu quis fazer o caminho de volta ao lar.”
Filho que ficou: “Eu sou um filho exemplar. Trabalho demais para manter tudo perfeito
e reprovo meu irmão. Não acho que meu pai devesse compensá-lo por seus erros. Eu
que merecia uma festa por tudo que sempre fiz”.

Parar de beber é fácil? Parar de usar drogas é fácil?


Parar de comer demais é fácil? Parar de fumar é fácil?

O trabalho é fazer o que for necessário para manter-se


em recuperação...

O nosso futuro está em nossas mãos e as qualidades para o bem aumentam na razão
direta de nossos esforços para o praticarmos (...). Cada faculdade brilhante, cada
virtude sólida reclamou existências múltiplas de trabalho obscuro, de combates
violentos entre o espírito e a carne, a paixão e o dever (...)
Denis, Léon. O Problema do Ser e do Destino.

2.b- Os elementos psicológicos da Parábola do Filho Pródigo

Meus bem-amados, eis chegados os tempos em que os erros, explicados, se tornarão verdades; nós
vos ensinaremos o sentido exato das parábolas, e vos mostraremos a correlação poderosa que une o
que foi ao que é. Em verdade, vos digo: a manifestação espírita vai crescer no horizonte, e eis aqui o
seu enviado que vai resplandecer como o Sol sobre o cume das montanhas.

Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. VIII – “Bem-aventurados os que têm o
Coração Puro”. Deixai vir a mim os pequeninos, item 18.

Filho Pródigo – Representa as negatividade do ego. Quando nos identificamos com as


negatividades do ego esquecemos temporariamente da nossa condição divina e
afastamo-nos dela. Identificamo-nos com o desamor. Nesse movimento nós queremos
gozar os prazeres da vida e negamos o sofrimento.

20
Nós cultivamos o desamor, reforçando, portanto,
Como cultivamos o desamor? a negatividade do ego, usufruindo dos prazeres
egoicos. Esses prazeres são: comer, fazer sexo, dormir, usar drogas... O cultivo do desamor
(negatividade do ego), não obstante gera prazer momentâneo que exaure o ser, pois as
energias egoicas não repõem nada no espírito ou corpo físico.
Filho, Alírio de Cerqueira . Parábolas Terapêuticas.

Filho que Ficou – Representa a máscara do ego. Quando nos identificamos com as
máscaras do ego, agimos como o filho mais velho, que ficou. As características dos
representantes da máscara do ego relacionam-se à vida de aparências, isto é, o
pseudoamor. Os sentimentos são orientados pelo perfeccionismo, controle e apego.
Vive de aparências.

Por que cultivamos as máscaras e o pseudoamor?

Fugimos constantemente de nossos sentimentos interiores por não confiarmos em nosso poder
pessoal de transformação e, dessa forma, forjamos um “disfarce” para sermos apresentados
perante os outros. Anulamos qualquer emoção que julgamos ser inconveniente dizendo para nós
mesmos: “eu nunca sinto raiva”, “nunca guardo mágoa de ninguém”, vestindo assim uma
aparência de falsa humildade e compreensão. (…)

Hammed (Espírito). Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto. Renovando Atitudes.

Ainda sobre máscaras e aparências...

“A maioria de nós pode conscientizar-se das máscaras que vestimos como estratégia para
afastar o sentimento de vulnerabilidade , mas que se tornaram parte do nosso ser social.
Por trás de modelos e das máscaras existe uma originalidade que existe desde que Deus nos
fez com amor.
Encontrar esse eu singular é a questão da nossa existência.
Nada é mais importante, pois, se encontrarmos nosso verdadeiro eu, encontraremos a Deus, e,
se encontrarmos a Deus, encontraremos o nosso eu mais autêntico.”
Benner, David G. O Dom de ser Você Mesmo.

A educação e a frequentação do mundo podem dar ao homem o verniz dessas qualidades.


Quantos há cuja tingida bonomia não passa de máscara para o exterior, de uma roupagem cujo
talhe primoroso dissimula as deformidades interiores! O mundo está cheio dessas criaturas
que têm nos lábios o sorriso e no coração o veneno; que são brandas, desde que nada as
agaste, mas que mordem à menor contrariedade (...)

Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. V – “Bem-aventurados os Aflitos”.


Item 6 –A afabilidade e a doçura.

21
A volta do filho que foi – Percepção do
sofrimento e o trabalho para desenvolver as Todo abuso resulta numa carência,
virtudes, que o manterá em recuperação. que só o autoconhecimento com
Jesus pode aplacar.
Pai - É Deus.

Casa do Pai – Essência divina. Nossa destinação é o amor que existe no Ser Essencial
que SOMOS. Segundo Jorge Andréa é a instância que nos conecta com o pensamento
divino.
No Ser Essencial há identificação com os sentimentos originários da energia do AMOR
(compaixão, bondade, harmonia, equilíbrio, alegria, etc., os quais geram a potencia-
lização do Ser Essencial, resultando na sutilização do ego, propiciadora de plenitude,
felicidade e saúde integral.
Filho, Alírio de Cerqueira . Parábolas Terapêuticas.

Caindo em si e buscando o
Como cultivamos o amor ou essência divina?
autoencontro por intermédio
da humildade.

Mais conceitos...
• Ego: É o defensor da personalidade, pois ele impede que os conteúdos incons-
cientes passem para o campo da consciência, acionando assim os seus mecanismos
de defesa. O ego é responsável pela diferenciação que o indivíduo é capaz de
realizar, entre seus próprios processos interiores e a realidade que se lhe apresenta. A
realidade é realizada pela percepção, pela capacidade de perceber do próprio
indivíduo.

O Livro dos Espíritos fala do esgotamento provocado pelos prazeres egoicos

713. Os gozos possuem limites traçados pela Natureza?


“Sim, para vos indicar o limite do necessário; porém, pelos vossos excessos chegais à
saciedade e vos punis a vós mesmos.”
714. O que pensar do homem que procura, nos excessos de todos os gêneros, um
refinamento para seus gozos?
“Pobre coitado! Compadeçamo-nos dele e não o invejemos, pois está bem perto da
morte!”

Nota de Kardec: O homem que procura, nos excessos de todos os gêneros, um


refinamento de gozos coloca-se abaixo do animal, pois este sabe parar quando
satisfeita a sua necessidade. Abdica da razão que Deus lhe deu como guia e, quanto
maior forem os seus excessos, maior preponderância ele dá à sua natureza animal
sobre sua natureza espiritual. As doenças, as enfermidades, a própria morte, que são
consequências do abuso, são, ao mesmo tempo, a punição à transgressãoo da Lei
de Deus.

22
2.c- O mal e o remédio – uma análise da dor e do sofrimento

Na Terra, precisais do mal para sentirdes o bem; da noite, para admirardes a luz; da doença,
para apreciardes a saúde. Naqueles outros não há necessidade desses contrastes.

Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. III – “Há Muitas Moradas na Casa de meu Pai.” Item 11.
– Mundos inferiores e mundos superiores

Como você lida com o sofrimento?

• Análise do sofrimento:
1- Você está feliz?
O sofrimento vem como sinalizador de que
2- Há quanto tempo algo que o inco- é preciso reconstruir essa rota e encontrar
moda convive com suas melhores seu rumo. E quando consegue, apesar de
expectativas? todas as dores do percurso, se reconectar
com o objetivo essencial da vida, isso pode
3- Você avaliou sua responsabilidade na
significar a cura de sua alma.
manutenção do incômodo?
4- Fez alguma coisa para mudar tal situa- Frankl Viktor Emil.
ção? Quantas vezes? Vontade de Sentido
5- O que faz você perceber que precisa
mudar determinada atitude?
6- Como você efetua essa mudança?
7- Diante de um ato danoso e repetitivo, você admite a derrota completa?
8- Sua vida ficou uma bagunça por causa desse hábito?
9- Suas respostas ao sofrimento são mais de desamor (filho pródigo), pseudoamor
(filho que ficou) ou amor (casa do pai / essência divina)?

Quando estiverem cansados de sofrer devido ao mal, procurarão remédio no bem. A


reação desses vícios serve, pois, ao mesmo tempo, de castigo para uns e de provas para
outros. É assim que do mal tira Deus o bem e que os próprios homens utilizam as coisas
más ou as escórias.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. VIII – “Bem-aventurados os
Puros de Coração”. Item 14 – Escândalos.
Se a vossa mão é motivo de escândalo, cortai-a.

2.d- O cair em si: a percepção e aceitação do sofrimento

“Cair em si” é suficiente?


Perceber que está sofrendo é suficiente?
O que ou quem determina o tempo do sofrimento?

23
Percepção do sofrimento – A experiência de Alcoólicos Anônimos

“Para os Alcoólicos Anônimos (A.A.) é fundamental a vivência do


fundo do poço para entrar em recuperação. Por que toda esta
insistência que todo A.A. deve primeiro atingir o fundo do poço?
Segundo os membros de A.A.,a resposta é que poucas pessoas
tentarão praticar o programa de A.A. sinceramente, a menos que
tenham chegado ao fundo. Pois praticar os restantes onze Passos do Programa,
significa a adoção de atitudes e ações que quase nenhum alcoólico, que está
ainda bebendo, pode sonhar em fazer.”
Fundo do poço – Termo utilizado por membros das irmandades anônimas, que signi-
fica ter chegado ao limite e por ter percebido o seu sofrimento em relação a sua
escolha. Normalmente leva a pessoa a pedir ajuda.

“A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional.”


Frase utilizada com frequência por membros das irmandades anônimas, para lembrar que o sofrimento é
uma escolha. Frase de Carlos Drumond de Andrade – Poema Definitivo.

A dor é um mecanismo natural que é deflagrado como uma preservação para


manutenção da vida e do tropismo do amor. Ela surge quando alguma coisa saiu do
equilíbrio.
Filho, Alírio Cerqueira. Psicoterapia à luz do Evangelho de Jesus.

O que chamamos de sofrimento é simplesmente o resultado de nossa falta de


habilidade para desenvolver as coisas corretamente, pois na vida não existem prêmios
nem castigos, somente as consequências dos nossos atos.
Hammed (Espírito). Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto.
Renovando Atitudes

OBS: O sofriemento surge pela falta de aceitação das lições que as dores nos
trazem.

O sofrimento nos auxilia na construção do cair em si / fundo do poço.


Então, por que recaímos?

A recaída acontece, porque circulamos apenas entre o desamor e o pseudo-


amor. O trabalho de recuperação verdadeiro requer que cultivemos virtudes e
construamos uma nova personalidade. A recaída ocorre por causa de investimentos
em abstinências e aparências, ou seja, sem o movimento de autoconhecimento com
Jesus.

24
Autoconhecimento sem Jesus

Desamor Pseudoamor

Suas más tendências atuais são o indício do que falta corrigir em si mesmo, e é sobre esse ponto
que ele deve concentrar toda a sua atenção, porquanto, do que foi completamente corrigido, não
resta nenhum vestígio. As boas resoluções que tomou representam a voz da consciência que o
adverte sobre o que é o bem ou o mal, e lhe dá forças para resistir às más tentações.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritimo. Cap. V – “Bem-aventurados os Aflitos”.
Item 11 – O esquecimento do passado.

Não basta arrepender-se ou sentir-se culpado. Será preciso


fazer o esforço do trabalho.
• Qual é o trabalho?

2.e- As Bem-aventuranças e o autoconhecimento com Jesus

As Bem-aventuranças são a síntese do pensamento de Jesus...


Mahatma Gandi: “(...) se toda a literatura ocidental se perdesse e restasse apenas o Sermão
da Montanha, nada se teria perdido”.

Vendo Jesus a multidão, subiu ao monte; e ele começou a ensiná-los dizendo:

1. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.


2. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
3. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra.
4. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.
5. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
6. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
7. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
8. Bem aventurados os que têm sido perseguidos por causa da justiça, porque deles
é o Reino dos Céus.
9. Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, vos perseguirem, e, mentindo,
disserem todo o mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque

25
grande é o vosso galardão nos Céus; pois assim perseguiram aos profetas que
existiram antes de vós.

Como Jesus propõe que lidemos com o sofrimento?

• Felizes para ganhar o céu?


• Passivos diante da dor?

O que são as Bem-aventuranças?

Filosofia Felicidade
Em hebraico:
“Se buscarmos o original em hebraico do Evangelho de Mateus a palavra que Jesus
usava é asrhéi, proveniente de ashar, que significa a retidão de alguém em marcha
em direção ao Reino de Deus.”
Filho, Alírio Cerqueira – Parábolas Terapêuticas

Como funcionam e para que servem as Bem-aventuranças?

Porque é tão penoso desinflar o ego?


Eu sou tudo Desinflar o ego = Humildar

Desinflar o Ego

Em cada uma das etapas das bem-aventuranças o


ser humano está sendo convidado ao exercício de
uma virtude… A pôr-se em marcha para ascender
espiritualmente.

As Bem-aventuranças representam um roteiro para o crescimento espiritual. Ela


é a terapêutica capaz de trabalhar para a expansão do Ser Essencial, que somos,
visto que a proposta do Cristo é a conquista de nossas virtudes.
Quando Bill W., cofundador de Alcoólicos Anônimos inicia sua jornada ilumi-
nativa, ele dá testemunhos do valor do desinflar o ego na recuperação, substituir a
compulsão e obsessão alcoólica por virtudes. Mas, nada disso seria possível sem a
humildade. E o programa espiritual de AA, reproduz na vida de cada alcoólico que
quer parar de beber, a oportunidade de experimentar o pensamento de Jesus
expresso nas Bem-aventuranças.

26
Relação: As Bem-aventuranças e os 12 Passos

Ciclo das Virtudes

1- Humildes de espírito Humildade 1o, 2o e 3o Passos

2- Os que choram Investigar causas do 4o e 5o Passos


sofrimento

3- Os mansos Aceitação dos limites 1o, 2o e 3o Passos

4- Fome de justiça Equilíbrio 8o e 9o Passos

5- Misericordiosos Compaixão 6o, 7o, 8o e 9o Passos

6- Limpos de coração Entrega (Ver Deus) 10o e 11o Passos

7- Pacificadores Autotransformação 12o Passo

8-Perseguidos e injuriados Coragem os 12 Passos

O Espiritismo, sem Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não
passará de atividades destinadas a modificar-se ou desaparecer, como todos os elementos
transitórios do mundo. E o espírita que não cogitou da sua iluminação com Jesus Cristo, pode
ser um cientista e um filósofo, com as mais elevadas aquisições intelectuais, mas estará sem
leme e sem roteiro no instante da tempestade inevitável da provação e da experiência,
porque só o sentimento divino da fé pode arrebatar o homem das preocupações inferiores da
Terra para os caminhos supremos dos páramos espirituais.
O Consolador – Emmanuel – Questão 236.

27
Os Doze Passos de Alcoólicos Anônimos são:
1 – Admitimos que éramos impotentes perante o álcool – que tínhamos
perdido o domínio sobre nossas vidas.
2 – Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia
devolver-nos à sanidade.
3 – Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de
Deus, na forma em que o concebíamos.
4 – Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
5 – Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser
humano, a natureza exata de nossas falhas.
6 – Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos
esses defeitos de caráter.
7 – Humildemente rogamos a ele que nos livrasse de nossas imperfeições.
8 – Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado
e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
9 – Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre
que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
10 – Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos erra-
dos, nós o admitíamos prontamente.
11 – Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato
consciente com Deus, na forma em que o concebíamos, rogando
apenas o conhecimento de sua vontade em relação a nós, e forças
para realizar essa vontade.
12 –Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a esses Passos,
procuramos transmitir essa mensagem aos alcoólicos e praticar esses
princípios em todas as nossas atividades.

2.f- Reflexões sobre os aspectos psicológicos da Parábola do Filho Pródigo


relacionadas às compulsões

Compulsão,
Distração

Desamor = Negatividade do Ego

28
Perfeccionismo
Controle
Vive de aparências

Pseudoamor = Máscaras do Ego

Amor
Belo
Bondade

Amor = Essência Divina/ Ser Essencial

O amor resume inteiramente a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os


sentimentos são os instintos elevados a altura do progresso alcançado. Na sua origem o homem
só tem instintos; mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem
sentimentos; e o ponto mais delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar da
palavra, mas o sol interior, que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas
as revelações sobre-humanas.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap.XI –
“Amar o Próximo como a Si Mesmo”. Item 8 – Lei de Amor.

2.g- O desafio para o desenvolvimento das virtudes

A alma deve conquistar, um por um, todos os elementos, todos os atributos de


sua grandeza. Para isso precisa de obstáculos que possam lhe oferecer lições,
provocando seus esforços e formando suas experiências (...).

Denis, Léon. O Poblema do Ser e do Destino.

29
Manter-se em marcha. Só por hoje!

Apesar do medo... Apesar da raiva... Apesar das inseguranças


Como manter-se em marcha?

• Fazer o que for necessário Fazei o que eu mesmo fazia quando vivi na Terra: no
para manter-se em marcha. final do dia, interrogava minha consciência, passava em
• Investigar tudo aquilo que o revista o que tinha feito e me perguntava se não havia
incomoda e não projetar culpa faltado a algum dever, se ninguém tivera motivo de se
nos outros por seu mal-estar. queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e
a ver em mim, o que precisava de reforma. Aquele que ,
• Ser honesto.
todas as noites, relembrasse todas as suas ações do dia e
• Conhecer as Leis de Deus; se perguntasse o que fez de bem ou de mal, rogando a
• Meditar sobre as coisas Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecesse,
importantes da vida. adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, pois,
crede-me, Deus o assistiria (...).

Santo Agostinho resposta - à Questão 919a de O Livro dos Espíritos.

Lembre-se que:

A Virtude é um hábito. O hábito é uma espécie de Lei que precisa de ação para
fixar e criar raízes. Os bons sentimentos são impotentes
diante da falta de realização.
Willian James – Psicólogo, Filósofo e Médico.

Qual é a lição das dependências?

Pouco a pouco levanta-se o véu; o homem começa a


entrever a grandiosa evolução da vida na superfície dos
mundos. Vê a correlação das forças e a adaptação das
formas e dos órgãos em todos os meios. Sabe que a vida
se desenvolve, se transforma e se depura à medida que
ela percorre sua aspiral imensa. Compreende que tudo
está regulado com vistas a um objetivo, que é o aper-
feiçoamento contínuo do ser e o crescimento nele da
soma do bem e do belo.

Denis, Léon. O Grande Enigma. Capítulo I – “O Grande Enigma”.

30
O Bom Combate – Martins Peralva

Têm todos os seres humanos, na vida de relação, problemas a equacionar, no bom combate em
busca do aperfeiçoamento espiritual, que chegará mais cedo ou mais tarde, em função do maior ou
menor esforço.
A condição expiatória e provacional de nosso orbe — di-lo a boa Doutrina — impõe lutas que
renovam e conduzem à felicidade, pelas vias do progresso.
Na questão 998, de O Livro dos Espíritos, as sublimes entidades asseveram, categóricas, que “a
expiação se cumpre durante a existência corporal, mediante as provas a que o espírito se acha
submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de inferioridade do
espírito”.
No quadro das realidades contingentes, no plano físico, o resgate e a reparação, a lágrima e o suor,
entrelaçam-se na tessitura do Destino. Deus, porém, Pai Amoroso e Justo, concede-nos os recursos
da reabilitação plena (…)
Surjam trabalho e experimentações, mesmo dolorosas e complexas, visando ao amadurecimento
espiritual, de maneira que possamos seguir para a frente e para o Alto, de viseira erguida,
procurando, no dever bem cumprido, na lucidez consciencial e no saneamento do território mental,
adequada equação para os problemas do quotidiano.
André Luiz, em sua notável simplicidade, adverte que somente solucionaremos nossos problemas
“se não fugirmos a eles” (…)
No tempo e no espaço, chegou o livre-arbítrio. E com ele, a conscientização da marcha.
O advento da responsabilidade, como decorrência da livre escolha, pelo discernimento, abre,
simultaneamente, os pórticos da Luz Gloriosa, ou as casamatas dos equívocos, que se podem
corporificar na invigilância.
No campo do espírito, singulares problemas desafiam-nos a coragem e o bom senso, criando-nos
perspectivas para a vitória, se o Evangelho do Mestre for o ponto de referência de nosso
comportamento, em harmonia com o facho de luz com que o Espiritismo nos clareia a estrada.
Na enfermidade — a dieta e o repouso, o medicamento e a disciplina substancializam valores
positivos para o reajuste do cosmo orgânico.
Nos conflitos emocionais, de curta ou longa duração, desarticulando, nas almas descuidadas, as
resistências internas — a prudência e a sobriedade, o equilíbrio e a reflexão asseguram à alma
inquieta a fé que se esvaecera nas leiras da intemperança.
Abraçando, pois, na Boa Nova do reino e na Doutrina dos Espíritos seus eternos preceitos de
renovação e luz, construiremos, no solo terrestre, o edifício da felicidade planetária, convertendo a
vida em formoso jardim que nos propicie não só o inebriante aroma das flores, mas, também,
tranquila alamêda que nos conduza aos planos da imortalidade gloriosa.

31
10o Encontro Espírita sobre Dependências
Locais de Ajuda

AA- Alcoólicos Anônimos Grupo MADA do Rio de Janeiro


Tel.: 21 2253-9283 madarj1999@yahoo.com.br
www.alcoolicoanonimos.org.br

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Mama Desenvolvimento Humano Amb. dependentes
Apoio às mulheres com diagnostico de químicos;GEF- Grupo de Encontro de Familiares;
câncer de mama Amb. Tratamento de Obesidade; Espaço
Rua Visconde do Uruguai 531 -10o Centro- Potencial: para filhos de dep. químicos
Niterói – fone 21 2714-3292 ou 2612-8060 (crianças e adolescentes); Arteterapia
E-mail adama@adama.org.br R. Francisco Real, 655 - P. Miguel, Tel.: 2401-6380
www.conscienciaecia.org.br
Al-Anon - JA – Jogadores Anônimos
www.al-anom.org.br Fone 21 2516-4672
Tel – 21 2220-5065 www.jogadoresanonimoscopa.homestead.com

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do Desterro Praça Dom João Esberard 0800 611997
s/no Campo Grande-RJ 5a 19h
Projeto Criança Sujeito de Direitos NA-Narcóticos Anônimos
Campanha Comunitártia Fone 21 2533-5015
www.naobataeduque.org.br www.na.org.br

OSAA-AUTOCURA-Grupo Viver em Nar-Anon


Plenitude Promoção Pessoal: Fone 21 2516 0057
2ª. 8h30mim e 5ª.19h30mim www.naranon.org.br
Centro Espirita Maria Angelica – Grupo NEPAD/UERJ-Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Pablo Atendimento Fraterno 2a 17h às atenção ao Uso de Drogas
18h30m – Grupo de Acolhimento 2a às 16h São Cristóvão RJ
Fone 21 2437-5947 Fone: 21 2332-4738 ou 2332-4739
CONDESSA PAULA- Serviço de Atenção SAUD – Serviço de Acolhida ao Usuário de
à População de Rua/GRUPO Drogas e aos familiares – para dependentes
ESPERANÇA- Grupo de Apoio ao químicos e familiares. Bento Ribeiro -
Usuários de Alcool e Drogas em Tel.: 2464-1970
Situação de Rua – V.Militar

DELEGACIA DA MULHER –Niterói – RJ UFF-CRIA ambulatório para Adolescentes entre


Fone 21 3399-3700 12 e 18 anos M/F-Barreto-Niterói
Fone 21 2628-9242
DELEGACIA DA MULHER – Rio de UFRJ-IPUB Instituto de Psiquiatria da
Janeiro-RJ Universidade do Brasil – Infantil fone 3873-5578
Fone 21 3399-3777 adulto 3873-5536/5535
GAEROL – Grupo de Apoio Espírita
Rosângela Lima – Ambulatório para
Dependentes Químicos e familiares –
Santa Rosa – Niterói – Tel.: 2722-5644

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