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Material Teórico
Teorias da Sociologia Clássica e Contemporânea
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Teorias da Sociologia Clássica
e Contemporânea
• Introdução
• O Positivismo de Auguste Comte
• Émile Durkheim e os Fatos Sociais
• Karl Marx e Friedrich Engels
• Max Weber e a Ação Social
• A Sociologia Contemporânea
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Analisar algumas teorias clássicas e contemporâneas sobre Sociologia.
· Discutir alguns teóricos e suas obras sobre questões sociais e sua rela-
ção com aspectos da ideologia, da política, da economia e da cultura.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Teorias da Sociologia Clássica e Contemporânea
Introdução
A Sociologia, assim como outras Ciências Humanas, passou por transformações,
desenvolvendo-se como campo de conhecimento mediante obras de diferentes
autores, proporcionando novas maneiras de ler e compreender a sociedade.
Nesta unidade, vamos tratar um pouco de alguns autores que tiveram im-
portância para os estudos da Sociologia, suas ideias, conceitos e concepções
teórico-metodológicas.
Figura 1 – August Comte “O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim”
Fonte: Wikimedia Commons
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O progresso do espírito humano, em relação ao conhecimento, para Auguste
Comte, passaria por três fases, a saber:
· A primeira, um estado teológico, no qual o homem procurava explicar a
realidade através das crenças e religiões. Para o autor, nessa fase, havia
três etapas também: primeiro o fetichismo; depois o politeísmo, com
a crença em vários deuses e, por fim, o monoteísmo com a crença em
apenas um Deus;
· Numa segunda etapa de evolução, o homem, por meio da concepção
filosófica chamada metafísica, procura explicar a natureza íntima das
coisas, sua origem e destinos últimos, bem como a maneira pela qual
são produzidas, mas, para o autor, a metafísica ficava muito distante da
realidade, questionando o mundo, sem, no entanto, ter respostas que
explicariam a sua existência.
· Por isso o autor propõe que o conhecimento chegue ao terceiro estágio,
chamado por ele de “estado positivo”, de onde vem o nome positivismo.
Dessa forma, aquilo que se observa é passível de ser descrito, obtendo valor
científico para o positivismo. A aparência dos fenômenos é essencial, pois só pode
ser descrito aquilo que todos podem ver, mas, para ir além do senso comum, neste
caso, é necessário fundamentar-se por uma teoria, que se distancie de práticas
metafísicas. É necessário ser objetivo, positivo!
Comte era ligado aos interesses do Estado Nacional, do liberalismo capitalista, daí
sua concepção de Sociologia – da ordem e progresso. A moral deveria estar presente
na política e na economia da sociedade para se alcançar a ordem e o progresso.
Era necessário, segundo ele, buscar a “ordem e o equilíbrio social” por meio do
conhecimento científico – um sistema cuja ordem imitaria a própria natureza.
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Observe que a tal ordem dependeria dos mais pobres aceitarem sua condição
social e serem obedientes. Daí o apoio explícito do autor ao governo da época e
ao liberalismo econômico.
Auguste Comte
Explor
Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (1798-1857), conhecido como Auguste Comte
nasceu em Montpellier, na França. Foi um filósofo, e é considerado o fundador da Sociologia
e um dos principais autores do positivismo.
O positivismo influenciou várias ciências e baseava-se principalmente na concepção de que,
qualquer que seja a ciência, é fundamental o estudo a partir da aparência dos fenômenos.
Por meio da aparência e da observação do pesquisador, chega-se à explicação da realidade,
podendo, ainda, mediante essa observação e interpretação, realizar classificações.
Assim, no positivismo, parte-se do princípio que o conhecimento tem de ter uma base
objetiva, fundada a partir da observação e de uma teoria que possa explicá-la. Neste sentido
a observação e descrição tornam-se seus principais procedimentos metodológicos.
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Nesta citação do próprio autor, observa-se que ele compara a Sociologia com as
outras ciências físicas e naturais, bem como coloca que o homem evoluiu chegando
até a civilização europeia. A concepção de Comte é que a sociedade é regulada
por leis naturais, assim como os fenômenos da natureza- da Física, da Química etc.
Essa visão foi muito criticada por diferentes pesquisadores, pois o homem
é um ser que, em princípio, tem consciência, cultura, pensa, tem discernimento,
diferentemente dos aspectos físicos e naturais. Por isso, comparar a sociedade a uma
ordem natural não é adequado, assim como a comparação de estágios de evolução,
como se as sociedades mais simples fossem mais atrasadas do que a europeia.
Assim, os fatos sociais podem ser um hábito social; o conjunto das leis; o
sistema monetário; as religiões; as normas em geral. Esses fatos sociais criam uma
consciência coletiva sobre como agir em sociedade, já que de forma coercitiva os
fatos chegam ao indivíduo por meio das normas que a sociedade impõe a todos.
Como mostra sua afirmação, por meio de nossa vivência diária e da educação,
as pessoas aprendem e são influenciadas pela sociedade onde vivem.
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Para a lógica dialética, existe um processo que é sempre um ir e vir, uma luta
de forças opostas de diferentes formas e níveis de poder. Alguns autores são
considerados importantes por terem discutido este método, entre eles, Friedrich
Hegel, Karl Marx e Friedrich Engels, Henri Lefebvre e Jean Paul Sartre – ainda
que com algumas premissas diferentes.
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[...] partimos dos homens em sua atividade real, é a partir de seu processo
de vida real que representamos também o desenvolvimento dos reflexos
e das repercussões ideológicas desse processo vital. (MARX; ENGELS,
2002, p. 19)
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A Ética Protestante
A obra de Max Weber (1864-1920) “A ética
protestante e o espírito do capitalismo” re-
trata a existência de um comportamento ético
acerca da acumulação de riquezas. Esse modo
de pensar, de acordo com o autor, teria surgido
juntamente com a propagação do protestan-
tismo, nas nações anglo-saxônicas e do norte
da Europa.
Para Weber, a economia tradicional encarava
o trabalho apenas como um fator necessário
para sobrevivência, e não como valor em si. Já
a “ética protestante” considera que a recom-
pensa material será dada àqueles que tiverem
méritos durante sua existência, ou seja, que tenham trabalhado arduamente para
obter êxito.
Esta visão, segundo o autor, favoreceu o desenvolvimento do sistema capitalista,
já que a riqueza passou a ser considerada fruto do trabalho, ou seja, os méritos do
trabalho árduo e da dedicação levam à prosperidade do indivíduo.
Por exemplo, uma empresa demite um funcionário. Tal ação social é realizada
no sentido da racionalidade econômica e administrativa do agente social (neste
caso, o empresário); mas, de outro lado, os efeitos disso na vida do empregado
quais serão?
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Logo, para o autor, é a partir da realidade vivida na sociedade que as Ciências
Sociais devem buscar desvendar as ações sociais. Já as relações sociais são situações
compartilhadas por várias pessoas ao mesmo tempo, estabelecendo esta relação.
A Sociologia Contemporânea
A seguir, vamos delinear dois grupos de pensadores considerados contemporâ-
neos, que formaram escolas ou correntes das Ciências Sociais: a Escola de Chicago
e a Escola de Frankfurt.
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Escola de Chicago
Explor
Fonte: Trecho literal extraído de SANTOS, Thaís Dias Luz Borges. A abordagem do fenômeno urbano na Escola de Chicago.
EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 185, Octubre de 2013. https://goo.gl/BlJmxA
Para esses autores, a ciência não era neutra, e havia uma massificação, realizada
principalmente pela indústria cultural, que ampliava a alienação do homem.
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Adorno comenta:
O efeito do conjunto da indústria cultural é o de uma antidesmistificação,
a de um anti-iluminismo [anti-Aufklärung]; nela, como Horkheimer e eu
dissemos, a desmistificação, a Aufklärung, a saber a dominação técnica
progressiva, se transforma em engodo das massas, isto é, em meios de
tolher a sua consciência. Ela impede a formação de indivíduos autônomos,
independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente. Mas estes
constituem, contudo, a condição prévia de uma sociedade democrática,
que não se poderia salvaguardar e desabrochar senão através de homens
não tutelados. Se as massas são injustamente difamadas do alto, como
tais, é também a própria indústria cultural que as transforma nas massas
que ela depois despreza, e impede de atingir a emancipação, para qual
os próprios homens estariam tão maduros quanto as forças produtivas da
época o permitiriam. (ADORNO apud SANTOS, 2014, p. 28-29)
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Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images
No início do século XXI, alguns temas têm sido revisitados pelos sociólogos, sendo
que outros são totalmente novos, caso das transformações pelas quais a sociedade
vem passando com as mudanças técnicas do atual período da globalização.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Para conhecer um pouco mais do pensamento de Weber acesse o site
https://goo.gl/NCHsa0
Livros
As Etapas do Pensamento Sociológico
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins
Fontes, 2002.
O que é Positivismo
RIBEIRO, João. O que é positivismo. São Paulo: Brasiliense, 1996.
Vídeos
D-09 - Clássicos da Sociologia: Karl Marx
O aspecto sociológico do pensamento de Karl Marx é apresentado com base em
entrevista do sociólogo Gabriel Cohn e a caracterização in loco da economia de uma
pequena cidade paulista.
https://youtu.be/2DmlHFtTplA
Leitura
O Positivismo no Brasil: Uma Ideologia de Longa Duração
BOSI, Alfredo. O positivismo no Brasil: uma ideologia de longa duração.
https://goo.gl/NhiFRI
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Referências
CASTELLS, Manuel; CARDOSO, Gustavo (Orgs.). A sociedade em rede: do
conhecimento à ação política. Conferência. Belém (Por): Imprensa Nacional, 2005.
MARX, Karl; ENGELS; Friederich. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fon-
tes, 2002.
SANTOS, Tamires Dias dos. Theodor Adorno: uma crítica à indústria cultural.
Revista Trágica: estudos de filosofia da imanência – 2º quadrimestre, v. 7 – nº 2,
2014, p. 25-36.
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