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RESUMO
INTRODUÇÃO
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especialmente à baixa temperatura e alta velocidade de deformação. Para
sobrepujar essa desvantagem, a blenda com outros polímeros tem-se tornado
comercialmente importante sendo que a blenda pode pode apresentar melhores
propriedades do que a resina pura.
As blendas poliméricas, por definição, são definidas como mistura física de
diferentes componentes poliméricos. Os componentes podem ser tanto miscíveis
como imiscíveis dependendo do nível de interação termodinâmica entre os mesmos.
O critério usual qualitativo para predizer a miscibilidade de uma blenda é que a
energia livre de Gibbs da mistura (∆Gm) deva ser negativa e sua segunda derivada,
em relação à fração volumétrica da fase dispersa (∂2∆Gm/∂Φi2), seja positiva para o
sistema ser termodinamicamente estável. Outros critérios geralmente adotados são:
observação de somente uma temperatura de transição vítrea, claridade ótica e
homogeneidade na escala de 50 a 100 Å(1). Em geral, a miscibilidade é definida
como o nível adequado de mistura molecular levando a propriedade macroscópica
de um material de fase única. Blendas miscíveis são, portanto mecanicamente
compatíveis e exibem propriedades que são compatíveis com os constituintes da
blenda. A miscibilidade não deve ser confundida com a compatibilidade, sendo que
essa última geralmente significa uma boa adesão interfacial entre os componentes
num sistema de várias fases.
A maioria das blendas poliméricas é constituída por polímeros imiscíveis(1) e
isso é normalmente atribuído à pequena entropia da mistura, a qual é causada pelas
grandes moléculas do polímero. A maior conseqüência dessas blendas é a
incompatibilidade dos componentes que geralmente resulta em fracas propriedades
mecânicas. A perda de adesão entre as fases imiscíveis e a morfologia imposta pelo
sistema são consideradas responsáveis pelas propriedades inferiores. Sistemas
imiscíveis são geralmente caracterizados por distintas temperaturas de transição e
também por opacidade. Apesar dessas desvantagens, muitas das blendas imiscíveis
estão ganhando importância comercial através da possibilidade de compatibilizá-las
tanto pela adição de um agente compatibilizante ou um solvente comum às fases, ou
mecanicamente utilizando um misturador com alto grau de cisalhamento. Isso
resulta na formação de uma morfologia fina dispersa e com boa adesão, que não
somente melhora as propriedades mecânicas como também afeta as propriedades
reológicas.
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Para a maioria das blendas homogêneas, uma importante característica do
diagrama de fase é que a mudança de temperatura leva a uma mudança das fases,
ou seja, a existência de uma temperatura de solução crítica máxima (UCST) e/ou
temperatura de solução crítica mínima (LCST). O PP e polietileno linear de baixa
densidade (PELBD) podem somente alcançar miscibilidade em algumas
composições e à elevada temperatura. Por outro lado, PP e polietileno de alta
densidade (PEAD) são geralmente imiscíveis no estado líquido.
A irradiação de polímeros com radiação de alta energia (raios gama, raios X,
feixe de elétrons, feixe de íons) leva à formação de compostos intermediários muito
reativos, na forma de estado excitado, íons ou radicais livres. Dessa forma, as
propriedades macroscópicas e a estrutura macromolecular dos materiais poliméricos
podem ser drasticamente afetadas pela radiação ionizante. Na maioria dos casos, a
dose de radiação necessária para provocar mudanças significativas nas
propriedades dos materiais poliméricos é consideravelmente menor do que aquela
requerida para causar qualquer alteração em metais, cerâmicos ou vidros.
Quando a radiação de alta energia interage com o material, sua energia é
absorvida pelo próprio material polimérico e espécies ativas tais como radicais são
produzidos, dessa forma iniciando várias reações químicas. Dois processos são
fundamentais, com o trato de PP e PE, que resultam nas reações: (A) ligação
cruzada, onde cadeias de polímero são inseridas numa cadeia principal, gerando
uma espécie de estrutura reticulada e (B) cisão da cadeia principal, onde a massa
molar do polímero é reduzida(2).
Diferentes polímeros possuem diferentes respostas à radiação, que são
expressas pelo valor G, para quantificar o rendimento químico resultante da radiação.
O valor G é definido como o rendimento químico da radiação, em número de
moléculas reagida por 100eV de energia absorvida. Essa diferente resposta à
radiação, para diferentes polímeros, está intrinsecamente relacionada com sua
estrutura química. Polímeros com mais átomos de hidrogênio na lateral da cadeia
(por exemplo, PE) tende formar ligações cruzadas com a radiação. Polímeros com
grupos metila (por exemplo, PP) na lateral da cadeia tendem mais prontamente a
ocorrer a cisão da cadeia principal do polímero. Reações de cisão e reticulação são
processos competitivos que ocorrem simultaneamente sob a radiação, onde o efeito
final depende qual dos dois é predominante sob certas condições. O valor G para
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ligação cruzada, G(X) para PE é 2,0 e para PP é 0,6(3), ou seja, PE se mostra muito
mais propenso a sofrer reticulações do que o PP.
Estudos demonstraram que em blendas de PP com PEBD ocorrem algumas
interações entre o efeito da formação da blenda com o efeito da irradiação,
principalmente relacionado com a cristalinidade obtida e a própria cristalização da
blenda(4). Por outro lado estudos informam que trabalhando com diferentes tipos de
resfriamento, rápido e lento, pode-se alcançar um patamar importante para melhorar
a estabilização da radiação e consequentemente as propriedades mecânicas da
blenda(5). A incorporação de PE no PP tem um efeito positivo nas propriedades da
blenda irradiada, onde a resistência à tração, resistência ao impacto e dureza
melhoraram para a blenda irradiada PP-PE quando a quantidade de PE é maior que
20% na blenda. Redução no alongamento para PP, PE e todas as blendas foi
observado com o aumento da dose de radiação absorvida. Medidas de densidade
revelaram aumento da reação de ligações cruzadas para domínios de PE e reação
de degradação para os domínios de PP(6). Com relação à blenda de PP com PEAD,
experimentos indicaram que esses polímeros aditivados com agente nucleante, foi
observando migração dos núcleos heterogêneos do PP para o PEAD na fase de
mistura no estado fundido dos materiais, resultando assim uma diminuição no
número de núcleos primários quando a blenda é cristalizada acima de 127°C,
consequentemente aumentando o tamanho médio dos esferulitos(7).
MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais
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Preparação das blendas
Para o preparo das blendas foi adotado primeiro realizar a mistura dos grãos
em um misturador tipo helicoidal, para promover uma rápida e perfeita
homogeneização dos materiais envolvidos. As blendas adotadas foram as seguintes:
Amostr RP Torqu Z1 Z1
P Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8 Z9
a M e 0 1
Blenda 26b 19 19 20 20 21 21 21 22 22 21
600 65% 190
s ar 1 2 0 1 1 1 2 1 0 8
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Análises mecânicas
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Todas as radiações foram efetuadas com raios gama em um irradiador de Co
do tipo multi-propósito, com taxa de dose de 1,1 kGy/h, pertencente ao IPEN. O
intervalo de dose avaliado foi de 0 a 100kGy. Todas as irradiações foram realizadas
na presença de ar e à temperatura ambiente, sendo que o armazenamento foi
efetuado na ausência de luz.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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rompimento da fase amorfa, deixando quase inalterada as lamelas cristalinas. Já,
uma deformação lenta provocaria o alinhamento molecular da fase amorfa e o
deslizamento dos segmentos de cadeia, inclusive dos segmentos que estão
inseridos nas lamelas cristalinas que seriam extraídos das mesmas(8) por força do
limite de estiramento já atingido pelas ligações interlamelares na zona amorfa. Por
fim, ocorreria o colapso do sistema, resultando em fratura dúctil. O material
apresenta uma resposta para cada processo de forma diferente.
Deste modo, as propriedades de deformação são interpretadas como respostas
da estrutura morfológica e da microestrutura de um dado material, onde iniciamos
uma primeira investigação visando determinar o efeito do PE na blenda objetivando
assim manter a integridade do PP durante o processo de irradiação.
Como ponto de partida para nossa avaliação, o primeiro ponto a ser verificado
se refere ao efeito da adição de 20% de PE no PP. A Figura 1 ilustra o resultado de
propriedades mecânicas nas blendas não irradiadas.
900 1200
800
1000
Mód Flexão (MPa)
700
600 800
Izod (J/m)
500
600
400
300 400
200
200
100
0 0
RP240G RA RLB
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considerável na resistência ao impacto, em relação à resina pura, ao contrário da
blenda RA que provocou uma redução dessa propriedade.
900
800
700
600
Izod (J/m)
500
400
300
200
100
0
0 25 50 100
(kGy) RP240G RA RLB
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1100
900
800
700
600
0 25 50 100
(kGy) RP240G RA RLB
CONCLUSÕES
AGRADECIMENTO
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REFERÊNCIAS
1
Utracky, L.A.; Commercial Polymer Blends; Chapman & Hall (1998)
2
Woods, R.; Applied Radiation Chemistry: Radiation Processing, John Wiley & Sons,
ABSTRACT
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