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“ QUESTÃO S OC I A L ” :
ELEMENTOS P AR A U MA C O N C E P Ç Ã O CRÍTICA
A exp ressão : um a h is tó r ia r e c e n te
zo
J OS É PAULO NE T T O
cobrir” os exclu ídos, foi um marxista norte-americano quem dedicou especial aten
ção ao pauperismo daqueles tempos (cf. a obra, originalmente publicada em 1936, de
Huberman, Leo, H istória da riqueza do h om em . Rio de Janeiro: Guanabara, 1986).
9 Uma síntese bastante didática da história do movimento operário encontra-se em
Abendroth, W., A história social do movim ento trabalhista europeu. Rio de Janeiro: Paz
e Terra, 1977. Textos mais abrangentes são a obra de Cole, G. D. H., Historia dei pensa-
miento socialista. México: Fondo de Cultura Económica, I-VI, 1974; e o trabalho coletivo
de Cherniaev, A., et al., El movimiento obrero internacional. Historia y teoria. Moscou:
Progreso, 1-5, 1982.
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A “ q u e s t ã o s o c i a l ” e n t r e o c o n s e r v a d o r is m o ...
10 Sobre a Revolução de 1848, cf., entre outros, Duveau, G., 1848. Paris: Gallimard, 1965;
Claudín, Fernando, Marx, Engels y la revolución dei 1848. Madrid: Siglo X X I, 1975;
Sigmann, J. 1848: las revoluciones rom ânticas y dem ocráticas de Europa. Madrid: Siglo
X X I, 1988; Evans, R. J. W., et al.f The revolutions in Europe, 1848-1849: From Reform
to Reaction. Oxford: Oxford University Press, 2000; Sperber, J., The european revolu
tions, 1848-1851. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
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11 Sobre este pensamento conservador, consulte-se, entre outros, Nisbet, R., O conservado
rismo. Lisboa: Estampa, 1987; e Netto, Leila E., O conservadorism o clássico. São Paulo:
Cortez, 2011. Cumpre observar que não se pode confundir o pensamento conservador,
que ganha densidade e expansão após 1848, com o reacionarism o. Se, para este, a alter
nativa às mazelas da ordem burguesa consiste na restauração do Antigo Regime, o que
é próprio a(o pensamento conservador é o reform ism o, no interior - e sem feri-las - das
instituiçõe^ fundantes do mundo do capital. Outra é a problemática própria ao conserva
dorismo contemporâneo. Sobre este, cf., entre outros, Green, G. D., The new right. The
counter-revolution in political econom y and social thought. Londres: Havester, 1988;
Cueva, A. (org.), Tempos conservadores. São Paulo: Hucitec, 1989; Dubiel, H., Que es el
neoconservadurismo? Barcelona: Anthropos, 1993; Verea, M. e Núnez, G. S. (orgs.), El
conservadurismo en Estados Unidos y Canadá. México: Unam/Cisan, 1997.
12 Para que se tenha uma noção das ilusões do utopismo com relação à colaboração de clas
ses, recorde-se que um de seus mais dotados e consequentes representantes, o inglês Robert
Owen, preparou um memorial dirigido a todos “os republicanos vermelhos, comunistas
e socialistas da Europa”, enviado tanto ao governo provisório francês de 1848 quanto à
“rainha Vitória e seus conselheiros responsáveis”! Sobre o “socialismo utópico”, além do
clássico texto de Engels, D o socialism o utópico a o socialism o científico (Lisboa: Avante!,
1975), cf., entre outros: Alexandrian, S., L e socialism e romantique. Paris: Seuil, 1979;
Russ, J., Los precursores de Marx. Barcelona: Hogar dei Libro, 1982; e Taylor, Keith, The
political ideas o f the utopian socialists. Londres: Frank Cass, 1982.
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. . . E A CRÍTICA MARXIANA
13 Sobre esta passagem, cf. Marx, Miséria da filosofia. São Paulo: Expressão Popular, 2009,
p. 190.
14 Daí, pois, as aspas (ou os itálicos) que utilizo sempre que a ela me refiro.
15 Penso especificamente na já citada Miséria da filosofia e, em coláboração com Engels, no
Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Cortez, 1998.
16 Entre as várias edições em português, cf. Marx, O capital. São Paulo: Abril Cultural, v. I,
t. 1-2, 1983-1984.
17 É de notar que, tanto na Miséria da filosofia quanto no M anifesto do Partido Comunista,
Marx prognostica que o desenvolvimento do capitalismo implica pauperização absoluta
da massa proletária. É em O capital que ele distinguirá os mecanismos de pauperização
absoluta e relativa. Em nossos termos muito breves: “A pauperização pode ser absoluta
ou relativa. A pauperização absoluta registra-se quando as condições de vida e traba
lho dos proletários experimentam uma degradação geral: queda do salário, aviltamento
dos padrões de alimentação e moradia, intensificação do ritmo do trabalho, aumento do
desemprego. A pauperização relativa é distinta: pode ocorrer mesmo quando as condições
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de vida dos trabalhadores melhoram, com padrões de alimentação e moradia mais eleva
dos; ela se caracteriza pela redução da parte que lhes cabe do total dos valores criados,
enquanto cresce a parte apropriada pelos capitalistas” (Netto, J. P. e Braz, M. Econom ia
política. Uma introdução crítica. São Paulo: Cortez, 2012, p. 145). É desnecessário obser
var que estas duas modalidades de pauperização podem operar simultaneamente.
18 Cf., na edição citada, na nota 16, t. 2, p. 187 e ss.
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A "q u e s tã o s o c ia l” c o m o p r im a d o n n a
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ção. São Paulo: Senac, 2000) e por Luiz Eduardo W. Wanderley (cf. o seu ensaio “A questão
social no contexto da globalização: o caso latino-americano e o caribenho”, in: Bógus, L.,
et al.9Desigualdade e a questão social. São Paulo: Educ, 2008).
30 O otimismo que Marx e Engels sempre demonstraram em relação ao futuro da humani
dade jamais se expressou numa fé messiânica acerca de um inevitável desfecho comunista;
substantivamente, eles sempre consideraram a possibilidade do triunfo do que designa
vam por “barbárie”. Lê-se no M anifesto do Partido Comunista: “Homem livre e escravo,
patrício e plebeu, senhor feudal e servo, mestre de corporação e companheiro, em suma,
opressores e oprimidos, estiveram em constante antagonismo entre si, travando uma luta
ininterrupta, umas vezes oculta, outras aberta - uma guerra que sempre terminou ou com
uma transform ação revolucionária de toda a sociedade ou com a destruição das classes
em luta” (ed. cit. na nota 15, p. 4-5. Itálicos meus).
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Catalogação na Publicação: Eliane M. S. Jovanovich CRB 9/1250