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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

PRÓ-RETORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PPGEd


CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – CCE
MESTRADO EM EDUCAÇÃO

A FORMAÇÃO DOCENTE E OS DESAFIOS PARA A CONSTRUÇÃO


SOCIOEDUCACIONAL DO ENFRENTAMENTO ÀS VIOLÊNCIAS NAS
RELAÇÕES DE GÊNERO

Linha de Pesquisa: Formação Docente


Possível orientadora: -----------------------------------------------------

TERESINA - PI
2017
A FORMAÇÃO DOCENTE E OS DESAFIOS PARA A CONSTRUÇÃO
SOCIOEDUCACIONAL DO ENFRENTAMENTO ÀS VIOLÊNCIAS NAS
RELAÇÕES DE GÊNERO

Linha de Pesquisa: Formação Docente

Projeto apresentado à Coordenação do


Programa de Pós-Graduação em
Educação – PPGed, do Centro de
Ciências da Educação Professor Mariano
da Silva Neto – CCE, da Universidade
Federal do Piauí – UFPI, para aprovação
na terceira etapa do processo seletivo do
Curso de Mestrado em Educação.

TERESINA- PI
2017
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 5
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 5
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 5
3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 5
4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 9
5 CRONOGRAMA ................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 13
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1 INTRODUÇÃO

Este projeto propõe-se a pesquisar os estudos interrelacionados à educação,


violência, gênero e cidadania. Tem como objetivo geral analisar os processos que
desencadeiam as violências entre mulheres, bem como as práticas pedagógicas que
visem a construção de ações de cultura de paz, de respeito às diferenças culturais
para o exercício da cidadania e de respeito aos Direitos Humanos.
Para as instituições escolares, são infindáveis as perspectivas relacionadas
ao seu papel social, político e cultural que implicam na efetivação de ações práticas
voltadas à formação integral dos sujeitos. Nesse contexto, as questões de direitos
humanos e de aprimoramento de valores como cidadania, justiça, ética, tolerância,
dignidade, solidariedade visam uma convivência pautada no respeito, na vivência
democrática e consequentemente na redução de violências e na promoção de
cultura de paz.
Para Santos (2005), quando nos referimos à violência nas relações de
gênero, significa que estamos falando de

[...] concepções cristalizadas no homem e na mulher que foram produzidas


como verdades na sociedade ocidental. Registrar a violência no corpo
feminino significa também transitar no território da construção de papéis
sexuais e da repressão, poder, vergonha, medo, amor, preconceito,
interdição do desejo, paixão, prazer, vida e morte. Estas construções sociais
não estão fora da educação seja no seio familiar, no espaço escolar ou na
sociedade. Representa registrar a história de mulheres e as configurações
sociais que giram em torno do gênero na nossa sociedade. (SANTOS,
2005, p. 14).

De certo modo, entende-se que as violências presentes na sociedade atual


advêm de uma formação cultural e social, possuindo historicamente grandes
desigualdades de poder entre homens e mulheres, não se podendo, ainda, omitir o
desrespeito com o qual muitas vezes a mulher é tratada.
Parte-se do pressuposto de que as instituições escolares sejam espaços que
extrapolam o ato de transmitir conhecimentos e que as relações de gênero estão
intrinsecamente relacionadas à formação docente e às suas práticas educativas,
pois, neste espaço, a figura de professor/a influencia nas representações e nas
práticas sociais. De modo que na relação escola e comunidade essas práticas,
quando realizadas em parcerias frente aos desafios enfrentados, produzem
resultados positivos. Nesse sentido, defendo a seguinte tese: as violências sofridas
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por mulheres em suas relações familiares e comunitárias influenciam na construção


educacional das relações de gênero, sendo assim, é papel da escola educar para o
empoderamento feminino baseado nos direitos humanos, com fins de transformação
social.
Sendo assim, a questão da violência nas relações de gênero está
intrinsecamente ligada à educação e ao modo de educar os/as filhos/as destas
mulheres que sofrem violências. Ou seja, a escola e a sociedade precisam estar
unidas para o confronto desta realidade a partir da formação de professores e de
práticas educativas que minimizem os abusos vivenciados pelas mulheres. Portanto,
delimita-se e define-se como objeto de estudo: As relações de gênero e o
enfrentamento às violências contra a mulher na construção e reconstrução de
práticas educativas e sociais.
Assim, a problemática deste estudo reflete uma realidade vivenciada por
mulheres das mais diversas faixas etárias que sofrem atos de violências em suas
relações familiares e sociais. Na tentativa de articular essa inquietação do problema
de pesquisa, definem-se as seguintes questões norteadoras do estudo: Que
concepções de violências e de gênero são dimensionadas na escola por
professores/as e alunos/as? Como se constroem e se estabelecem as relações de
gênero na escola? Quais os desafios que se caracterizam na relação escola e
comunidade frente ao enfrentamento às violências contra a mulher?
Diante dessa problemática, pretende-se aprofundar a discussão no Curso de
Mestrado partindo do seguinte problema: Como construir práticas educativas e
sociais que conduzam para a ressignificação da valorização das mulheres e para
construção de ações de cultura de paz, de respeito às diferenças culturais no
exercício da cidadania e de respeito aos Direitos Humanos?
O presente projeto justifica-se pelo compromisso social para o combate das
constantes violências contra as mulheres, o qual envolve o resgate da autoestima
destas nas suas relações afetivas e econômicas, nos seus projetos de vida. Bem
como pelo compromisso educacional que priorize a construção de conhecimentos
pautados no respeito à diversidade cultural, na construção de valores humanos e de
cultura de paz.
A contribuição desta pesquisa consiste em fomentar práticas educativas
voltadas para a valorização da mulher e de suas relações com os demais sujeitos,
acreditando, assim, que a universidade possa ser formadora de opinião, levando à
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sociedade civil e às organizações, sejam elas governamentais ou não


governamentais, uma reflexão sobre os direitos humanos dessas mulheres.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os processos que desencadeiam as violências entre mulheres, bem


como as práticas pedagógicas que visem a construção de ações de cultura de paz,
de respeito às diferenças culturais para o exercício da cidadania e de respeito aos
Direitos Humanos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Identificar as implicações pedagógicas enfrentadas pelo/a professor/a no


contexto escolar, relacionadas à sua formação, para o desenvolvimento de
atividades que tratem das temáticas das violências contra a mulher;
b) Compreender as implicações da formação continuada na prática
pedagógica, com vistas ao enfrentamento das dificuldades do ensino que se
baseiam nas relações de gênero na escola;
c) Fomentar o desenvolvimento de práticas educativas e sociais que
reconheçam e conduzam para a ressignificação da valorização das mulheres, para
construção de ações de cultura de paz, de respeito às diferenças culturais para o
exercício da cidadania e do respeito aos Direitos Humanos.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

As diferenças biológicas, como marcas culturais, suscitaram elaborações que


tentam explicar e/ou justificar as mais variadas distinções entre homens e mulheres,
travando-se uma luta histórica dos movimentos de mulheres por seus direitos. A
Constituição Federal brasileira já garante no artigo 5º, Parágrafo I, que “[...] homens
e mulheres são iguais em direitos e obrigações”, ou seja, a igualdade de direitos e
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deveres garantidos na Carta Magna é para todas as pessoas, independente do


sexo.
Além disso, o Brasil é signatário de vários acordos internacionais como: a
Conferência Mundial sobre a Mulher (México, 1975); a Conferência Mundial de
Copenhague (1980); a Conferência dos Direitos Humanos (Viena, 1993); a
Conferência Internacional de População e Desenvolvimento (Cairo, 1994); a IV
Conferência Mundial sobre a Mulher (Beijing, 1995), dentre outras.
No Brasil, o ano de 2004 foi – por meio da Lei n. 10.745, de 09 de outubro de
2003 –, considerado o “Ano da Mulher”. Esta lei que também é uma homenagem à
mulher estabeleceu que o Poder Público iria promover programas e atividades para
a divulgação e a comemoração, com envolvimento da sociedade civil, das
conquistas femininas, bem como promover iniciativas que consolidassem a
igualdade e a justiça na inserção da mulher na sociedade brasileira.
Dados do Ministério da Saúde apontam que

[...] 298 municípios ao Programa de Humanização do Pré-Natal e


Nascimento, totalizando 4.284 participantes. [...] Em parceria com a
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, da Presidência da
República, o Ministério criou o Disque Saúde Mulher. Pelo telefone 0800
644 0803, além de ampliar o acesso da população a informações sobre a
saúde feminina, há a divulgação de programas de apoio e assistência à
vítima de violência sexual e reunindo informações importantes para a
definição de políticas para as mulheres. (FONTE, 2016, p. 69).

Vale ressaltar que em termos de legislação muito já foi realizado, assim como
Lei n. 11.340, que foi promulgada no dia 07 de agosto de 2006, conhecida como a
Lei Maria da Penha, refletindo um avanço social para a denúncia e minimização de
atos violentos contra as mulheres. No entanto, em termos práticos, muito há ainda
por ser feito, pois o reconhecimento dessa igualdade entre homens e mulheres não
significou usufruir concretamente esses direitos.
Assim, através da Secretaria Especial de Política para as Mulheres foi
lançado o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra Mulher, o qual
prevê medidas concretas que têm como principal objeto de intervenção a violência
doméstica exercida sobre as mulheres; e, especificamente, na educação, os Planos
Nacionais de Educação que anunciam uma série de metas para o setor educacional,
entre elas, a questão de gênero que visa combater duramente as práticas
preconceituosas e discriminatórias iniciadas na infância e obriga educadores a
discutirem com os alunos a equidade de gênero, seja qual for. De modo que a
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escola precisa ensinar à criança não apenas a ler, escrever, fazer contas, aprender
geografia, ciência, mas também ensiná-la como ser uma pessoa conscienciosa,
adepta da cultura da tolerância.
No entanto, ainda está implícito que culturalmente as diferenças biológicas
são traduzidas entre os sexos masculino e feminino como consequência de uma
construção social que conduz os sujeitos às distintas oportunidades. Essa ideia
biológica que cria desigualdades entre masculino e feminino deve ser superada para
o reconhecimento de ser homem e ser mulher na sociedade brasileira.

Gênero se refere ao conjunto de relações, atributos, papéis, crenças e


atitudes que definem o que significa o que é ser homem ou ser mulher. Na
maioria das sociedades, as relações de gênero são desiguais. Os
desequilíbrios de gênero se refletem nas leis, políticas e práticas sociais,
assim como nas identidades, atitudes e comportamentos das pessoas. As
desigualdades de gênero tendem a aprofundar outras desigualdades sociais
e a discriminação de classe, raça, casta, idade, orientação sexual, etnia,
deficiência, língua ou religião, dentre outras. (HERA, 1998, p. 97).

Martins; Bandeira; Caputo (2013, p. 11) corroboram este conceito ao


definirem gênero como a “[...] atribuição de papéis sociais diferenciados a homens e
mulheres na sociedade, o que determina valorativamente o masculino e o feminino
[...]”. Para as autoras, gênero é uma construção social, enquanto categoria,
corresponde às “[...] formas hierárquicas de poder, às assimetrias e à subordinação
baseadas em diferenças sexuais nas sociedades humanas, que são desenvolvidas
socialmente nas esferas privada e pública, em especial, através da educação e das
relações de trabalho”.
Scott (1995, p. 86), em seu artigo “Gênero: uma categoria útil de análise
histórica”, esclarece sobre gênero, na conexão entre duas proposições: “1) O gênero
é um elemento constitutivo de relações sociais baseadas nas diferenças percebidas
entre os sexos; e 2) o gênero é uma forma primária de dar significado às relações de
poder”. Assim, o gênero interfere nas relações de poder.
Nessas relações, Santos (2005, p. 50) afirma que

[...] instalado no poder de marido, namorado, amante, pai, padrasto, o líder


masculino mantém comportamentos socialmente idealizados e mistificados
de poder, que foram consolidados no processo de ascensão na liderança
social. Tal idealização é transferida para o grupo familiar e para as demais
instituições que formam a sociedade em geral.
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A autora acrescenta ainda que para se firmar no poder, existe uma


manipulação na qual se efetiva através de rivalidades entre as próprias mulheres, na
qual

o líder masculino manipula as rivalidades que se efetivaram entre mulheres,


tais como a rivalidade entre noras e sogras, a esposa e a amante, mulher
feia ou idosa e mulher bonita e jovem etc. Rivalidades essas, geralmente
presentes em ditados populares, que unificam a ideologia do patriarcado e
suas realidades sociais, perpetuando os conflitos nas relações de gênero.
(SANTOS, 2005, p. 50).

Considero que esses aspectos de rivalidades femininas sejam um tipo de


violência simbólica na qual a mulher não percebe que está sendo manipulada e
passa inclusive a acreditar que seus atos rivais possam funcionar como uma prova
de amor, sem perceber que é, na verdade, uma desvalorização de si mesma e que
faz parte de sua história.

A história das mulheres não é só delas, é também aquela da família, da


criança, do trabalho, da mídia, da literatura. É a história do seu corpo, da
sua sexualidade, da violência que sofreram e que praticaram, da sua
loucura, dos seus amores e dos seus sentimentos. (PRIORE, 1997, p. 7).

A Lei n. 10.788, de 24 de novembro de 2003, estabelece a notificação


compulsória, no território nacional, do caso de violência contra a mulher que for
atendida em serviços de saúde, públicos ou privados. No seu § 2º, afirma que
entender-se-á que violência contra a mulher inclui violência física, sexual e
psicológica e que:

I – tenha ocorrido dentro da família ou unidade doméstica ou em qualquer


outra relação interpessoal, em que o agressor conviva ou haja convivido no
mesmo domicílio que a mulher e que compreende, entre outros, estupro,
violação, maus-tratos e abuso sexual;
II – tenha ocorrido na comunidade e seja perpetrada por qualquer pessoa e
que compreende, entre outros, violação, abuso sexual, tortura, maus-tratos
de pessoas, tráfico de mulheres, prostituição forçada, seqüestro e assédio
sexual no lugar de trabalho, bem como em instituições educacionais,
estabelecimentos de saúde ou qualquer outro lugar; e
III – seja perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer
que ocorra.

As instituições escolares, enquanto espaço de construções sociais,


necessitam promover as discussões e práticas sobre igualdades de gênero. Para
Louro (1997, p. 22), “[...] é no âmbito das relações sociais que se constroem os
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gêneros”. Até porque os guetos sexuais são reforçados na própria escola, que
também é reflexo da sociedade.

4 METODOLOGIA

Para o alcance dos objetivos especificados anteriormente, esta proposta de


pesquisa desenvolveu uma investigação na perspectiva social de educação, com
utilização da abordagem qualitativa. “[...] Os métodos qualitativos enfatizam as
especificidades de um fenômeno em termos de suas origens e sua razão de ser”
(HAGUETTE, 1997, p. 63). E, para Menga (1986) “[...] o estudo qualitativo é o que
se desenvolve numa situação natural; é rico em dados descritivos, tem um plano
aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada”.
(MENGA, 1986, p. 18 apud MARCONI; LAKATOS, 2011, p. 271).
Dessa forma, possibilitará a compreensão do teor de complexidade em que
se estrutura a educação, ampliando as bases para que se obtenham dados claros a
partir do posicionamento do pesquisador que procura entender os fenômenos a
partir dos sujeitos pesquisados.
O campo de investigação será a Escola Municipal Angelim, localizada no
bairro Angelim, em Teresina (PI). Um dos critérios de seleção dessa escola foi
devido aos casos de violências entre as mulheres moradoras do Parque Eliane e à
quantidade de crianças e adolescentes moradores do Parque Eliane que estudam
nessa instituição, com o intuito de desenvolver práticas educativas com estes
sujeitos. Bem como na Associação Produtora de Mulheres Perserverantes – APMP,
localizada no Parque Eliane, na cidade supracitada.
A pesquisa-ação é definida por Thiollentt (2011) como:

um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada


em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema
coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da
situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo. (THIOLLENTT, 2011, p. 20)

A pretensão é utilizar os pesquisados como sujeitos construtores de saberes


em processos de formação continuada, de modo a possibilitar aos seus alunos e
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alunas a ampliação das discussões e das ações, com vistas ao desenvolvimento


novos olhares sobre a violência de gênero.
Os métodos que serão utilizados para alcançar os objetivos propostos neste
trabalho estarão organizados a partir dos instrumentos de trabalho fincados no
contexto no qual o objeto se insere. Não se pode perder de vista que um método
“[...] pressupõe um planejamento, com a utilização de instrumentos adequados
(técnicas), para a consecução dos objetivos predeterminados” (OLIVEIRA, 2010, p.
48).
A pesquisa será desenvolvida em duas etapas diferenciadas: a primeira etapa
refere-se à formação de professores, na qual constará atividades a serem realizadas
juntos aos professores e às professoras e aos alunos e alunas da Escola Municipal
Angelim; a segunda etapa refere-se às práticas educativas a serem desenvolvidas
com o apoio da Associação Produtora de Mulheres Perseverantes junto às mulheres
mães ou responsáveis pelo filhos e filhas estudantes na referida unidade de ensino.
Dentre os instrumentos de coleta de dados, utilizar-se-á no primeiro momento
a revisão bibliográfica acerca das temáticas: violências, gênero, diversidade cultural,
cultura de paz. Essa revisão da literatura compreenderá estudos embasados em
autores/as como: Bomfim (2010), Giroux (2003), Gomes (2010), Hall (2003), Silva
(2010), por entender que estes são quem melhor contribuem para fundamentar o
problema a ser pesquisado.
No universo da investigação, serão convidados os professores e as
professoras da referida unidade de ensino os/as quais, após a apresentação do
projeto, pretendam se comprometer em participar dos grupos de discussões e das
oficinas de formação que deverão ocorrer em data acordada pela maioria deles. Os
alunos e as alunas desenvolverão atividades práticas enfocando as temáticas, bem
como as mães destes, que habitam no Parque Eliane, participarão de oficinas
temáticas.
Após a formação dos grupos de discussões compostos por docentes da
instituição pesquisada, pretende-se realizar a entrevista qualitativa com esses
sujeitos para obtenção de respostas sobre o tema investigado. Para Marconi e
Lakatos (2011) “[...] a entrevista qualitativa é flexível e aberta [...] baseia-se em um
guia geral com tema não específico; nas quais o entrevistador tem toda flexibilidade
para manipulá-lo” (MARCONI E LAKATOS, 2011, p. 273). De modo a possibilitar um
posicionamento dos sujeitos implicados no processo, bem como uma melhor
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interpretação do objeto em tela. Essas ocorrerão individualmente, em data


previamente agendada com os/as entrevistados/as.
Pretende-se, ainda, desenvolver oficinas elaboradas a partir dessas temáticas
para que, neste estudo, o/a professor/a se reconheça como sujeito em formação,
que acontecerão em espaço e horário sugeridos pelos professores. Espera-se que
sejam momentos em que se oportunizem a todos os envolvidos a troca de
informações e reflexão sobre a importância da formação voltada para as temáticas
de empoderamento de mulheres.
Aos alunos e às alunas, será solicitado a produção de textos e imagens que
representem as violências sofridas pelas mulheres e de situações que permitam um
processo de mudança destas. Essas produções visam identificar as violências
sofridas a partir da visão de seus filhos e filhas e serão filtradas as dos moradores
do Parque Eliane com fins de planejamento de práticas educativas a serem
realizadas com suas mães ou responsáveis.
Para todos esses momentos, será realizada a observação participante, e seu
registro ocorrerá em um diário de campo. A observação participante está sendo
entendida como a técnica em que o “[...] pesquisador/a deve interagir com o
contexto pesquisado, ou seja, deve estabelecer uma relação direta com grupos ou
pessoas, acompanhando-os em situações informais ou formais e interrogando-os
sobre os atos e seus significados por meio de um constante diálogo” (OLIVEIRA,
2010, p. 81).
De acordo com Minayo (1993, p. 100) no diário de campo

[...] constam todas as informações que não sejam o registro das entrevistas
formais. Ou seja, observações sobre conversas informais, comportamentos,
cerimoniais, festas, instituições, gestos, expressões que digam respeito ao
tema da pesquisa. Falas, comportamentos, hábitos, usos, costumes,
celebrações e instituições compõem o quadro das representações sociais.
(MINAYO, 1993, p. 100)

Para Richardson (2006), o diário é um importante instrumento do investigador


para o registro diário do desenvolvimento do projeto, gerando a sua história e o
processo de pesquisa. Acredita-se que o diário é mais um instrumento no qual
foram registradas as minúcias dos momentos vivenciados durante este estudo.
As análises dos dados produzidos pelos instrumentos apresentados
constituirão o corpus da pesquisa que será organizado em categorias de análise. E
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em relação à categorização, Richardson (2006) a define como sendo “[...] a


operação de classificação dos elementos seguindo determinados critérios.”
(RICHARDSON, 2006, p. 239). Já Categoria, para Oliveira (2010), “[...] está
relacionada à classificação ou, mais precisamente, a um agrupamento de elementos
que são sistematizados pelo pesquisador, após a pesquisa de campo, ou durante a
análise de conceitos em livros didáticos, textos e documentos.” (OLIVEIRA, 2010, p.
93).
Portanto, após a construção das categorias teóricas (leituras ligadas ao objeto
de estudo) e empíricas (resultante da pesquisa de campo), os dados serão
sistematizados em unidades de análises ou subcategorias de análise, seguindo as
orientações das questões norteadoras e dos objetivos estabelecidos neste trabalho.
O recorte temporal da pesquisa abrangerá a partir do ano de 2014 quando
acontecerá, já na realização da pesquisa, o levantamento e o estudo da bibliografia,
o trabalho de campo, a análise dos dados e o encaminhamento para a redação do
relatório final em 2017.

5 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DA PESQUISA


PERÍODO Período Período Período Período Período Períod
ATIVIDADES
Curso de Disciplinas; revisão do
Projeto de Pesquisa/ X X
Levantamento bibliográfico.
- Produção do Capítulo 1
Curso de Disciplinas; elaboração
ou construção dos X X
Instrumentos de pesquisa –
Produção do Capítulo 2
Aplicação dos instrumentais
Levantamento e análise dos X X X X
dados; Sistematização –
Produção do Capítulo 3;
Exame de Qualificação
Aplicação dos instrumentais
Análise e sistematização de X X X
dados; Produção do Capítulo 4
Análise de dados; Conclusão do
texto; Apresentação Final da X X
Tese.
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REFERÊNCIAS

BOMFIM, Maria do Carmo Alves do. et all (Org.). Educação e Diversidade Cultural.
Fortaliza: EdUFC, 2010.

HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias Qualitativas na Sociologia. 5. ed.


Petrópolis: Vozes, 1997.

HERA. Direitos sexuais e reprodutivos e saúde das mulheres: idéias para ação.
Nova York: HERA, 1998.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-


estruturalista. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia Científica. 6.


ed. São Paulo: Atlas, 2011.

MARTINS, Clitia Helena Backx; BANDEIRA, Marilene Dias; CAPUTO, Paula Maria.
Condição de vida das mulheres e desigualdades de gênero no Rio Grande do Sul.
In: MARTINS, Clitia Helena Backx (Coord.) Estudos das condições das mulheres
e das desigualdades de gênero existentes no Estado do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre: FEE, 2013.
MINAYO, Maria Cecília. Ciência, Técnica e Arte: O Desafio da Pesquisa Social.
13.ed. In.: MINAYO, Maria Cecília (Org.). Pesquisa Social: teoria, método e
criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.

OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. 3. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2010.

PERROT, Michelle. Os excluídos da história: operários, mulheres, prisioneiros.


Tradução Denise Bottamann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.

PRIORE, Mary Del. (Org.). História das Mulheres no Brasil. 3. ed. São Paulo:
Contexto, 1997.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo:


Atlas, 2006.

SANTOS, Ligia Pereira dos. Histórias do corpo negado: uma reflexão educacional
sobre gênero e violência feminina. (Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte), 2005,
210p.

SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação &
Realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul./dez. 1995, pp. 71-99.
14

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 18. Ed. São Paulo: Cortez,


2011.

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