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Série Memória – Nelson Joaquim Reis

CRUZ, S. de S. 1980. Garimpo do Tepequém. Aspectos Geológicos e Geoeconômicos.


Relatório Interno [s.ident.], CPRM, SUREG-MA, Manaus, 22 p., il.

ÍNDICE

1. Histórico
2. Localização e vias de acesso
3. Aspectos Fisiográficos
4. Situação Demográfica
5. Situação Cultural
6. Situação Administrativa
7. Infra-estrutura
8. Atividade Econômica
9. Apreciação do Setor Mineral
a. Introdução
b. Apreciação Geológica
c. Área de Exploração
d. Exploração
e. Seleção de área a ser explorada
f. Máquinas Utilizadas
g. Produção/Custo
h. Comercialização
i. Arrecadação do IUM
j. Pessoal Empregado
10. Conclusões e Recomendações

1. HISTÓRICO

O garimpo de Tepequém foi descoberto em 1937, por um garimpeiro da Guiana


Holandesa, que durante 3 anos percorreu a região à procura de ouro, descobrindo, no
entanto, um rico jazimento diamantífero, que por vários anos foi o responsável pela
maior produção de diamante do Brasil.
O maior volume de pedras extraídas da região data do período 1941-1943, quando o
garimpo chegou a abrigar mais de 1000 pessoas, das quais pelo menos 400 eram
garimpeiros, sendo os responsáveis pela vida econômica da região.
Em 1948 foi criada a Empresa de Mineração Tepequém Ltda., que passou a explorar
a região, servindo de intermediária entre o garimpeiro e o diamantário, este, sempre
presente desde o início do garimpo e sendo o detentor da maior parcela do lucro, pois
revendia o diamante no Rio de Janeiro, com uma margem de lucro que atingia até
1500%. Em 1954, essa companhia foi vendida ao belga Paul Hellings, permanecendo
com o mesmo sistema de exploração anteriormente adotado, que consistia na
distribuição de ferramentas e alimentos para grupos de 5 a 8 homens, recebendo em
troca 50% da produção, surgindo daí o sistema de “meia-praça” no Território. Os 50%
restantes, embora pertencendo ao garimpeiro, era obrigatoriamente negociado com a
empresa, para posteriormente serem vendidos aos compradores. Este sistema foi extinto
em 1958, passando a área a ser explorada diretamente pelos garimpeiros, deixando de
haver monopólio existente. Já nesta época, as áreas mais facilmente exploradas por
sistema manual, eram bastante reduzidas, dificultando consideravelmente a atividade
garimpeira.
A partir de 1960, a região começa o seu período de menor produção, passando a
garimpagem a ser uma atividade de subsistência, pois a capacidade de investimento do
garimpeiro não permitia a aquisição de máquinas adequadas, que favorecessem a
lavagem do material mais afastado do leito dos igarapés, o que reduziria o custo de
exploração com o consequente aumento da produção.
A situação permaneceu inalterada até 1977, quando foi implantado o sistema de
exploração mecanizada, com a entrada na região das primeiras máquinas resumidoras.
Atualmente, apesar da falta de orientação técnica, visando tornar a exploração mais
racional e econômica, tem-se observado um aumento progressivo na produção de
diamante da região, inclusive com perspectivas de suplantar o período de 1941-1943.
Quanto à comercialização, no ano de 1946, a produção de diamante do Tepequém,
atingiu Cr$ 14.278.000,00, o equivalente a aproximadamente 87% do valor de
exportação do Território à época, que foi de Cr$ 16.603.000,00.
O maior e mais valioso diamante do Tepequém foi encontrado em 1955 no igarapé
Cabo Sobral (garimpo Buritizal) pesando 27,7 ct, sendo levado para a Bélgica pelo dono
da Empresa Tepequém. Também, no igarapé Sobral, foram encontrados outros três
diamantes valiosos: um pesando 12 quilates, custando à época (1952) Cr$ 16,00; outro
com 24 quilates e 70 pontos sendo vendido por Cr$ 800,00 (1958) e, o último contendo
13 quilates, cujo valor de venda foi de Cr$ 4.500,00, em 1966. Outro diamante grande foi
encontrado em 1953, pesando 21 quilates e 75 pontos, valendo à época Cr$ 8,70, preço
baixo, pois se tratava de diamante industrial.
Um dos maiores problemas observados na região é o acesso, devido a sua condição
topográfica, estando localizada à aproximadamente 800 m de altitude, numa bacia
formando escarpas bastante íngremes. Até 1958, o único meio de transporte era o “
comboio”, que consistia na utilização de grupos de 20 a 30 bois, o que encarecia
consideravelmente as mercadorias, pois o preço do frete era Cr$ 3,00/kg e, enquanto o
arroz em Boa Vista custava Cr$ 9,00/kg, no Tepequém era vendido a Cr$ 20,00/kg. A
partir de 1952, começou a ligação aérea entre Boa Vista e Tepequém, não solucionando o
problema da alimentação, pois o quilo do frete aéreo era cobrado a razão de Cr$ 7,00,
portanto quase o preço do quilo de arroz em Boa Vista.
Mesmo já existindo rodovia ligando Boa Vista à essa região, ainda hoje o acesso ao
Tepequém continua precário e, com o fluxo à região aumentando nos últimos anos, o
Governo do Território está empenhado em melhorar consideravelmente esta rodovia.

2. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO

O garimpo do Tepequém fica localizado na margem direita do rio Amajarí, a 156 km


(NW) de Boa Vista e a 40 km (W) da Vila Garagem, povoado da região do Amajarí.
Considerando Boa Vista como ponto central de referência, o acesso à área pode ser
feito por via aérea ou rodoviária. A região conta com uma pista de 900 metros, sendo ali
mantida uma linha regular (mensal) pela FAB, utilizando aviões DC-3. Além destes,
operam aeronaves de pequeno porte, transportando compradores de ouro e diamante.
Por via rodoviária, utiliza-se a BR-174 (Boa Vista – Santa Elena) até o km 100, passando-
se em seguida para a rodovia municipal, que vai até à vila, totalizando o trecho Boa Vista
– Tepequém, aproximadamente 213 km. O acesso rodoviário é razoável numa extensão
de 195 km. A partir daí, começa a subida da serra, levando-se neste trecho restante (18
km), aproximadamente 3 horas de viagem, não sendo possível o trânsito de grandes
viaturas.
Dentro do garimpo, existem várias estradas carroçáveis, sendo a mais importante a
que liga o Paiva à corrutela, com 12 km de extensão.

3. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS

A região fica situada no centro de uma bacia fechada, originada por uma estrutura do
tipo sinclinal, variando as altitudes de 550 m a 1200 m, da boca para o eixo da
estrutura.
A vegetação local é caracterizada pelo tipo savana, idêntica aos campos observados
em outras áreas do Território. Restritamente encontram-se palmeiras (buritis) e florestas
de galeria, todos afetos à bacia hidrográfica, quando o nível freático se encontra a menor
profundidade.
O clima recebe influência direta da altitude, sendo seco, com temperatura média de
25o C.
Os cursos d’água principais que drenam a região são os igarapés do Paiva e seu
afluente, Cabo Sobral, sendo ambos referidos a bacia do rio Amajarí por sua margem
direita. A direção geral dos leitos está condicionada à estrutura, ou seja, acompanham a
acomodação das camadas sedimentares. Subordinadamente, aparecem igarapés de 3a e
4a ordens, sem nenhum significado, pois, permanecem secos a maior parte do ano.

4. SITUAÇÃO DEMOGRÁFICA

Desde a descoberta do garimpo, sua população apresenta-se bastante variável


(flutuante), consequência da maior ou menor produção de diamante. A região que já
contou com 4000 pessoas, no final da década de 50, atualmente possui
aproximadamente 650 habitantes; dos quais 550 são homens (garimpeiros e
comerciantes); 25 mulheres e 72 crianças, sendo 32 em idade escolar. Considera-se
como população fixa somente as 25 famílias e alguns comerciantes, que habitam a
região, permanecendo ali mesmo após as fases mais críticas de produção.

5. SITUAÇÃO CULTURAL

Atualmente existe somente uma escola do 1o grau funcionando na região do Paiva,


com 14 alunos matriculados. Até o ano passado funcionava uma outra escola na
corrutela, paralisada este ano, pois até o momento a professora não retornou à região,
ficando os 18 alunos ali existentes, sem opção de estudo.

6. SITUAÇÃO ADMINISTRATIVA

O governo se faz representar por um enfermeiro e uma professora primária, ambos


residentes na região do Paiva, cujo número de habitantes é bastante reduzido. Neste
local existem as três únicas construções de alvenaria de toda região; sendo um prédio
para a administração, outro para a escola e uma igreja, estando em funcionamento
somente o segundo.
Cerca de 90% da população reside na corrutela ou próximo a ela, onde não existe
nenhum representante do Governo, nem mesmo policiamento, o que tem acarretado
conflitos frequentes, alguns com cenas de morte.
A situação de abandono da região já é do conhecimento das autoridades
governamentais, que alertadas pelos constantes conflitos ali registrados, estão
empenhados em montar uma estrutura administrativa atuante na região.

7. INFRA-ESTRUTURA

O maior aglomerado populacional fica situado na região do Cabo Sobral, que conta
com aproximadamente 50 casas, dispostas em uma única rua, denominada de corrutela.
Todas as casas são de taipa e cobertas de palha, poucas delas com reboco e pintura.
Além deste aglomerado, existem acampamentos provisórios na região de garimpagem,
que servem de abrigo às equipes que operam nas máquinas resumidoras e garimpagem.
Independente das habitações e comércios, não existem hospedarias, sendo os
garimpeiros recém-chegados, alojados nos acampamentos instalados na frente do
serviço.
A região carece de saneamento, eletrificação e transporte, existindo comunicação com
Boa Vista, somente através de um aparelho transceptor, tendo como operador a
professora da escola do Paiva. Qualquer comunicação urgente entre a corrutela e Boa
Vista, demora aproximadamente duas horas, tempo necessário para percorrer a pé o
trecho do Cabo Sobral – Paiva.
8. ATIVIDADE ECONÔMICA

A principal atividade econômica da região é a exploração do diamante e do ouro, este


último aparecendo somente a partir de 1979, quando sua recuperação tornou-se
possível, com a adoção das máquinas resumidoras. Pela sua importância para a região,
esta atividade será tratada num capítulo à parte.
A pecuária restringe-se à criação de 300 reses, a maioria delas destinadas ao
consumo local, sendo a carne vendida em dias alternados, num único açougue localizado
na corrutela, ao preço de Cr$ 100,00, independente da qualidade.
A atividade agrícola inexiste, mesmo a nível de subsistência, sendo o abastecimento
feito por Boa Vista e em pequena escala por produtores rurais localizados no pé da serra.
A mercadoria é vendida por 9 casas comerciais, constituída principalmente de
bebidas, pois o preço do frete (Cr$12,00/kg) somado ao ganho do comerciante, encarece
demasiadamente os produtos, conforme tabela abaixo. Nesta condição, a maioria dos
habitantes compra a alimentação em Boa Vista e, mesmo pagando o transporte, o
produto chega à região a preços bem mais acessíveis.
A título de ilustração, a tabela abaixo mostra os preços de alguns produtos em Boa
Vista e no Tepequém.

Produto Unidade Tepequém Boa Vista Diferença


Coca-Cola gf. Cr$ 35,00 Cr$ 12,00 Cr$ 23,00
Cerveja gf. Cr$ 70,00 Cr$ 35,00 Cr$ 35,00
Cachaça gf. Cr$ 70,00 Cr$ 30,00 Cr$ 40,00
Salsicha lt. Cr$ 50,00 Cr$ 22,00 Cr$ 28,00
Arroz kg Cr$ 35,00 Cr$ 20,00 Cr$ 15,00
Açúcar kg Cr$ 40,00 Cr$ 23,00 Cr$ 17,00
Farinha kg Cr$ 30,00 Cr$ 15,00 Cr$ 15,00
Querosene l Cr$ 30,00 Cr$ 14,94 Cr$ 16,06

9. APRECIAÇÃO DO SETOR MINERAL

a. Introdução

Com a implantação da exploração mecanizada, a região do Tepequém sofreu um


acréscimo considerável na sua produção, que até 1975 não passava de uma atividade de
subsistência, quando aproximadamente 130 homens trabalhavam em regime de
garimpagem. A partir de então, o fluxo de garimpeiros vem aumentando
consideravelmente e, atualmente a região conta com aproximadamente 540 garimpeiros,
sendo 300 trabalhando em regime de garimpagem (faiscadores), e o restante empregados
em 30 “pares de máquinas “ e 18 resumidoras, que são responsáveis por quase toda a
produção da região.
Quanto ao aspecto legal dos trabalhos ali desenvolvidos, tanto as máquinas como os
garimpeiros encontram-se irregulares, pois se as máquinas não possuem licença de
exploração, executando a “lavra clandestina “, a quase totalidade dos garimpeiros não é
portadora de licença para garimpagem. A situação em que se encontra a região, outrora a
maior produtora de diamantes do Brasil, deve-se à atividade gananciosa de uma empresa
que ali operou nas décadas de 50 e 60, obrigando os garimpeiros a produzirem o máximo
no menor espaço de tempo. Isto acarretava numa perda considerável de diamante e ouro,
o que vem sendo atualmente constatado, quando em muitos locais, o material relavado
produz mais que as zonas inexploradas. O aspecto mais importante gerado com a
atividade antes desenvolvida no Tepequém, relaciona-se com a impossibilidade do
desenvolvimento de uma pesquisa que levaria a avaliar o potencial da área, uma vez que
a exploração irracional além de causar anomalias consideráveis nos aluviões já
trabalhados, mascarou muitas áreas inexploradas, descobertas somente agora com a
lavra mecanizada. Daí o desinteresse de empresas de mineração pela região, uma vez que
sem o desenvolvimento de uma pesquisa, torna-se impossível a elaboração de um plano
de exploração em que o binômio produção/custo é de fundamental importância.

b. Apreciação Geológica

A serra do Tepequém é constituída de sedimentos do Grupo Roraima, formando um


sinclinal assimétrico, com eixo NW-SE, mergulhando para SE, assentando sobre rochas
do Embasamento Cristalino. Segundo Montalvão et al. (1975), “a estrutura é limitada a
leste por uma falha normal aproximadamente N-S e, a oeste, por uma falha de rejeito
horizontal, com provável movimento vertical, sendo que em ambas as zonas de falhas as
litologias do Grupo Roraima, estariam situadas no bloco abatido, constituindo um
pequeno “graben “.
O Embasamento, do interior da bacia, é formado por rochas silicosas (jaspe),
conhecidas na região como “piçarra “. Acima deste e em contato discordante, assentam
os conglomerados do Grupo Roraima, constituídos de seixos de quartzo, arenitos e
“jaspe”, agregados por um cimento silicoso. Os seixos que compõem o conglomerado,
possuem granulação variada, a maioria com diâmetros inferiores a 4 cm. A importância
da unidade reside no fato dela ser portadora secundária do ouro e do diamante,
encontrados nos aluviões.
Sotoposto aos conglomerados, nas partes mais elevadas, encontra-se, em contato
gradacional, um arenito de coloração avermelhada, feldspático, friável, usado
comumente como “pedra de amolar “.
Após as sequências pré-cambrianas descritas, situam-se sedimentos terciários,
localizados nos paleovales dos igarapés Paiva e Cabo Sobral. Neste último igarapé, a
unidade tem em média 5,80 m de espessura, aumentando a profundidade de montante
para jusante. Em vários cortes observados na região, foi elaborado o seguinte perfil
médio: assentando sobre o embasamento (jaspe), encontra-se um nível de cascalho
diamantífero e aurífero de 30 cm de espessura, composto de seixos de quartzo, arenito e
“jaspe “. Junto com estes seixos existem matacões de até 2 m de diâmetro, denominados
localmente de “emburrados “. Estes matacões ultrapassam o nível mineralizado, sendo a
sua presença uma característica da proximidade do material contendo diamante e ouro.
Em volta destes matacões, o teor de diamante é maior que o disseminado no cascalho,
evidenciando que foram rolados para o lugar em que se encontram, antes do início da
deposição do sedimento terciário.
Sobre o cascalho, existe uma camada de areia de 30 cm, com um teor considerável de
feldspato, denominada na região como areia manteiga, pela facilidade com que se
desagrega durante a abertura da cata.
Posterior à areia, ocorre uma camada de argila de 2 m de espessura (“cuguty “)
bastante compacta, difícil de ser ultrapassada, tanto no sistema manual como
mecanizado, pois sua plasticidade dificulta a penetração da ferramenta e do jato d’água
no desmonte hidráulico. Quando seca, possui as mesmas características macroscópicas
da caulinita, tendo sido analisada por Guerra A.T. (1957), sendo classificada como “argila
caulinítica com baixo teor de sílica “.
Sotoposto ao “cuguty “, em alguns locais, existe uma camada de cascalho de 20 cm
de espessura, contendo diamante, com menor teor que o cascalho mais antigo,
denominado pelos garimpeiros de “gransão “. Sobre este, assenta uma camada de areia
de 1 m de espessura, composta essencialmente, de sílica.
Finalmente, fechando o perfil, existe um pacote de areia, argila e matéria orgânica,
com espessura média de 3 m, sendo juntamente com o “cuguty “ as camadas mais
difíceis de serem ultrapassadas por ferramenta manual.
A variação granulométrica observada nos perfis acima descritos, reflete um ambiente
de deposição que esteve sujeito a oscilações constantes entre a área fonte e a área de
deposição, provavelmente ocasionadas por movimentos epirogenéticos que afetaram a
região até o terciário.
Quanto ao quaternário, em um corte observado, o conglomerado e a “areia manteiga”,
com 60 cm de espessura estão sob a camada de argila, areia e matéria orgânica de
aproximadamente 3 m.
Em termos de mineralização, os sedimentos quaternários são mais ricos, pois mesmo
já tendo sido explorados por garimpeiros, quando relavados, apresentam muitas vezes
teores maiores que os encontrados nos sedimentos terciários.

c. Área de Exploração

As áreas produtoras situam-se nos vales e paleovales do igarapé Cabo Sobral, bem
como no sedimento quaternário do igarapé do Paiva, estando 90% concentrados no
primeiro igarapé, onde localizam-se todas as máquinas existentes no Tepequém. No
Paiva, os aluviões estão praticamente inexplorados, sendo ali desenvolvidos somente
trabalhos manuais em pequena escala. O desinteresse para com a área data do início da
exploração da região, quando, segundo os garimpeiros, a área foi abandonada por ser o
diamante muito “comprido “, ou seja, seu cascalho é descontínuo e de baixo teor.
Tecnicamente a informação não foi constatada, sendo necessário um trabalho mais
detalhado, principalmente porque a bacia do igarapé do Paiva drena rochas
diamantíferas observadas em toda região, tal como o igarapé Cabo Sobral.

d. Exploração

A exploração consiste na lavagem e/ou relavagem do material, dependendo da área


escolhida ser ou não virgem, e do tipo de exploração a ser desenvolvido (manual ou
mecanizada). Quando se trata de sistema mecanizado, o processo é idêntico ao utilizado
para a exploração de cassiterita, sendo feito por máquinas de pequeno porte (portáteis),
que funcionam com uma equipe aproximada de 8 homens, constituída de um cozinheiro,
um administrador e 6 trabalhadores, que se revezam nas várias atividades. Por outro
lado, a exploração manual é feita por equipes médias de 5 homens, que desenvolvem
trabalhos somente em áreas inexploradas. O serviço manual consiste na abertura de um
corte (cata) de aproximadamente 4 x 5 metros de área, com profundidade média de 5 m
(nível da piçarra), sendo o cascalho retirado para a lavagem em ternos de peneiras,
denominados “suruca “. Neste processo, o maior e mais frequente problema é a
infiltração da água, uma vez que a profundidade do corte é maior que o nível freático.
Quando tal acontece, o corte é esvaziado manualmente, com latas de 20 litros, “bomba –
mão “, retardando consideravelmente a produção.

e. Seleção da área a ser explorada

A seleção do terreno a ser lavrado é feita pelo dono das máquinas ou equipes de
garimpeiros, escolhendo dentre as áreas livres aquelas que apresentam maior volume de
aluvião inexplorado ou que outrora produziram mais diamantes. Quando se trata de
garimpeiros, a equipe procura os remanescentes aluvionais inexplorados, abandonados
na época áurea por possuírem baixo teor de minério em comparação com a média obtida.
Após essa seleção, são fincados piquetes com a marca do dono ou equipe, passando o
terreno a ser respeitado como propriedade particular, uma vez que a ética garimpeira
não permite a invasão de terras piquetadas.

f. Máquinas utilizadas

O equipamento mais comum consiste de dois motores, formando o “par de máquinas


“ como é conhecido na região, utilizados da seguinte maneira: a) um motor MWM de 2
cilindros, 29 HP e 3000 rpm, equipado com uma turbina de 4” destinado a desagregar o
material, através de desmonte hidráulico e, b) um motor com as mesmas características
de “a”, servindo para a retirada e transporte do material, que é lavrado direta ou
indiretamente na resumidora, conforme segue:
Lavagem Direta – O desmonte hidráulico, a retirada, o transporte e a lavagem do
material, são atividades simultâneas, à maneira de uma planta de exploração de
cassiterita. Para a lavagem, utiliza-se a “resumidora “ ou “lavadeira”, equipamento de
know-how americano, já sendo possível sua fabricação em Boa Vista. Neste processo, a
“resumidora” recebe diretamente o material do “corte” e, através de movimentos
oscilatórios de um diafragma de borracha acionado a motor de 6 HP, estimula a
precipitação do ouro e diamante no interior do equipamento. Este sistema, embora mais
eficiente e produtivo, é pouco utilizado, por dois motivos básicos. O primeiro é o custo do
equipamento que gira entre Cr$200.000,00 e Cr$300.000,00 e, segundo, é sua
manutenção que exige o funcionamento contínuo de mais dois motores de 6 HP, além do
par de máquinas; em ambos o investimento sendo superior a capacidade financeira da
maioria dos donos de máquinas.
Lavagem Indireta – É o processo mais utilizado por exigir um investimento menor,
embora seja menos produtivo. Neste, utiliza-se inicialmente somente o “par de
máquinas” na operação de retirada do cascalho do corte ou cata, sendo o material obtido
transportado e descarregado no “desareador” , que consiste em uma calha instalada a 3
ou 4 metros de altura, com uma inclinação aproximada de 30o. O fundo da calha é uma
tela de nylon de aproximadamente 40 mesh, permitindo somente a passagem de areia e
água, transportando o cascalho apurado para uma área previamente estabelecida. O
cascalho, após empilhado, é jogado manualmente para a “resumidora”, normalmente
alugada de uma equipe que também adota a lavagem indireta, ao preço de 5% sobre a
produção bruta.
Em ambos os sistemas, a recuperação do ouro é feita canalizando-se a água e areia
fina, para uma caixa inclinada contendo ranhuras e azougue, denominada de “cobra
fumando” ou “lantona”.

g. Produção/Custo

Embora seja difícil estimar a produção real da região, tomou-se como base para a
estimativa aqui apresentada os dados obtidos numa área relavada, em três áreas
lavadas, todas por processos indiretos e, a produção de uma cata de garimpeiro. Um
corte médio de 30 x 30 x 5 (4500 m3), é trabalhado pelo sistema indireto em
aproximadamente 60 dias, sendo 30 para a escavação, 10 para a retirada e 20 para a
lavagem ou relavagem do material. Infelizmente não foi possível obter dados sobre a
lavagem direta, mas pelos cálculos acima e sabendo-se que a retirada e lavagem do
material são simultâneos, a produção, neste sistema é três vezes maior que na lavagem
direta.
Outro dado importante que reflete consideravelmente na produção é a irregularidade
de operação das máquinas, pois quando alguma delas quebra a operação, paralisa por
aproximadamente 10 dias, tempo necessário para a busca de peças de reposição em Boa
Vista. Felizmente este problema tende a diminuir, já que se sabe a vida útil das peças
que mais desgastam, havendo no próprio local de trabalho, sobressalentes que
substituem a parte defeituosa em pouco espaço de tempo. Um dos danos mais
frequentes, é o desgaste do disco de turbina, sendo normal a utilização de solda a base
de manganês, material mais adequado para o enchimento da bucha da chapa. Em vista
disso, algumas máquinas já contam com soldadores nas suas equipes, que prestam
assistência também às demais frentes de exploração.
Os quadros 1, 2, 3 e 4, mostram a produção e demais dados sobre a exploração do
diamante da região do Tepequém.
Quadro 1
3
Corte (m) Volume de Tempo de Rend/dia Produção Teor (ct/m ) Valor Data de
3 3
Aluvião (m ) extração (d) (m ) (ct) Cr$1000,00 Venda
10x15x5 750 45 16,66 170 0,22 306 1/79
10x10x5 500 60 8,33 117 0,23 245 3/79
20x20x5 2000 60 33,33 80 0,04 350 5/79
30x30x6 5400 90 60,00 299 0,05 1800 6/79
30x30x5 4500 60 75,00 143 0,03 470 9/79
30x30x5 4500 60 75,00 70 0,01 160 1/80
7650 375 - 879 - 3331 -

Quadro2
3
Corte (m) Volume de Tempo de Rend/dia Produção Teor (ct/m ) Valor Data de
3 3
Aluvião (m ) extração (d) (m ) (ct) Cr$1000,00 Venda
10x15x5 500 60 8,33 238 0,47 465 2/79
10x10x5 500 65 7,69 220 0,44 700 5/79
20x15x5 1500 60 25,00 130 0,08 420 5/79
30x30x6 5400 60 90,00 120 0,02 250 6/79
20x30x5 3000 60 50,00 140 0,04 370 10/79
20x20x4 1600 60 26,66 58 0,03 200 2/80
12500 365 - 906 - 2405 -

Quadro 3
3
Corte (m) Volume de Tempo de Rend/dia Produção Teor (ct/m ) Valor Data de
3 3
Aluvião (m ) extração (d) (m ) (ct) Cr$1000,00 Venda
30x20x10 6000 75 80,00 30 0,005 94 1/79
25x30x10 7500 85 88,23 100 0,01 264 3/79
30x30x5 4500 65 69,23 82 0,01 400 5/79
30x30x5 4500 60 75,00 132 0,02 420 6/79
30x40x6 7200 80 90,00 300 0,04 1408 9/79
29700 365 - 644 - 2586 -

Quadro 4
3
Corte (m) Volume de Tempo de Rend/dia Produção Teor (ct/m ) Valor Data de
3 3
Aluvião (m ) extração (d) (m ) (ct) Cr$1000,00 Venda
40x30x8 9600 160 60,00 147 0,01 350 -
20x30x8 4800 80 60,00 86 0,01 230 -
40x30x6 7200 125 58,40 126 0,01 280 -
22600 365 - 359 - 860 -

A partir de análises dos quadros acima, conclui-se que o quilate extraído é


relativamente caro, principalmente pela falta de planejamento dos grupos que exploram
a região. Outro fator importante que encarece a produção, é o não aproveitamento do
ouro, uma vez que segundo média de algumas equipes, em cerca de 55 m3 de cascalho, a
produção paralela de ouro é aproximadamente 50 g. Tomando este valor como produção
mensal, pode-se facilmente concluir que somente os rendimentos provenientes do metal
custeariam mais da metade dos gastos mensais com a lavra, uma vez que o ouro
atualmente está sendo vendido a Cr$ 600,00/g.
A produção mínima calculada em função dos gastos mensais com a lavra no
sistema indireto é de Cr$ 80.000,00. Essa produção transformada em quilates e
distribuída conforme a porcentagem dos tipos de diamantes nas lavras (60% indústria;
20% fazenda fina; 18% regulação e 2% pedra de quilate) é a seguinte: 48,00 ct indústria;
5,33 ct fazenda fina; 2,40 ct regulação e 0,13 ct pedras de quilate, dando um total de
aproximadamente 56 ct, sendo este valor mínimo de extração, a partir do qual começa a
compensar o investimento. Das tabelas de produção, conclui-se que este valor é
facilmente atingido, mesmo com todas as dificuldades e o empirismo com que o trabalho
é desenvolvido na região.
Ainda dos quadros de produção, observa-se a diferença existente entre os volumes
de material trabalhado num mesmo período (1979), entre as diversas máquinas, o que
reflete a carência de organização como o fator mais importante para o rendimento nas
lavras, pois todas possuem a mesma capacidade de produção. É flagrante a diferença de
produção e teor entre as três primeiras máquinas, sendo lavrados 17.650 m3, 12.500 m3
e 29.700 m3 respectivamente. Teoricamente, a relavagem de material daria um
rendimento bem maior, pois o material trabalhado é do começo ao fim do corte, não
havendo necessidade da paralisação das máquinas nos 30 dias de escavação. Na prática,
no entanto, é normal isso não acontecer, conforme a comparação dos dados acima, em
que a lavra do quadro 4 (relavagem), beneficiou somente 22.600 m3 de cascalho.
Na garimpagem, sabe-se que uma equipe de 5 homens, durante 15 dias, lava 64
m3 de material, produzindo 16 ct. Como na região não existem cerca de 300 garimpeiros,
conclui-se que no período de um mês trabalham em aproximadamente 625 m3 de
material, produzindo cerca de 192 ct de diamante.
Dos três primeiros quadros em que o teor é de 0,108 ct/m3 da produção dos
garimpeiros e, sabendo-se o número de máquinas existentes (30), conclui-se que o
Tepequém produz mensalmente cerca de 5600 ct.
Quanto aos custos, os dados estão discriminados na tabela abaixo, sendo os
gastos com combustível e manutenção no sistema direto, calculados a partir do
funcionamento e assistência de dois motores de 6 HP, operando simultaneamente ao
“par de máquinas”.

Sistemas Alimentação Ordenado Combustível Manutenção


Direto Cr$14.400,00 Cr$3000,00 Cr$21.000,00 Cr$23.000,00
Indireto Cr$14.400,00 Cr$3000,00 Cr$16.000,00 Cr$18.000,00
Diferença 0 - Cr$5000,00 Cr$5000,00

Nos dados apresentados na tabela, já está incluído o transporte uma vez por mês,
entre Boa Vista e Tepequém, admitindo-se que todas as equipes de máquinas possuam
condução própria.
Com relação ao salário, consta na tabela somente o ordenado do cozinheiro, já que
os demais trabalhadores ganham uma porcentagem de 35% da produção bruta, sendo
7% para o administrador e 28% para o restante da equipe.

h. Comercialização

Como em todas as áreas de garimpagem do Território, o produto obtido é na


maioria das vezes vendido no local de extração à compradores (diamantários), que
visitam periodicamente a região. Estes compradores operam com capital de um grupo,
que detém o monopólio da comercialização do diamante em Roraima, sendo os
intermediários entre os garimpeiros e o grupo.
Na compra do produto, a classificação do “lote” de pedras a ser negociado é feita
pelo “diamantário”, que adota as seguintes classificações: indústria, pedras quebradas
ou manchadas, sem condições de lapidar; fazenda fina, lote de pedras de 10 a 20 pontos;
regulação, pedras que variam entre 20 a 50 pontos e, finalmente, pedras de quilate, cujo
valor depende da qualidade. À exceção do tipo indústria, todas as demais classes são
constituídas de pedras lapidáveis.
O preço de compra, também estipulado pelo diamantário, varia mais em função do
aumento do dólar, que na cotação internacional da bolsa de pedras preciosas.
Atualmente, o tipo indústria é comprado a Cr$ 1.000,00/ct; o tipo fazenda fina a Cr$
3.000,00/ct; o regulação (três pedras/ct) a Cr$ 6.000,00 e a pedra de 1 quilate custa em
média Cr$ 12.000,00/ct.
O diamante obtido na região do Tepequém é indiscutivelmente de boa qualidade,
tanto na forma (octaedros) como na coloração e pureza. Admitindo-se que a maioria das
pedras encontradas sejam octaédricas de 2a classe, elaborou-se a tabela abaixo que
compara os preços atualmente adotados com a cotação à nível mínimo para exportação,
registrada no boletim de pedras do 4o trimestre de 1979, com os preços pagos
atualmente em Roraima.

Quilate Classificação Preço em Cr$


Mín. exp./pedra RR/ct
0,10 Fazenda Fina Cr$ 435,00 Cr$ 3000,00
0,20 Fazenda Fina Cr$ 1160,00 Cr$ 3000,00
0,25 Regulação Cr$ 1631,00 Cr$ 6000,00
0,33 Regulação Cr$ 2658,00 Cr$ 6000,00
0,50 Regulação Cr$ 4870,00 Cr$ 6000,00
0,75 Regulação Cr$ 9513,00 Cr$ 6000,00
1,00 Pedra de ct Cr$ 15.862,00 Cr$ 12.000,00
0,33* Indústria Cr$ 1000,00 Cr$ 2266,00
(*) No preço mínimo para exportação, foi usado o valor de pedras de 0,33 ct, uma vez que
parte das pedras é comercializada como indústria, somente porque apresentam arestas
quebradas, passando posteriormente deste lote para o de pedras lapidáveis.

Aparentemente a diferença entre o preço pago atualmente em Roraima e o Preço


Mínimo para Exportação do 4o trimestre de 1979 é relativamente pequena. Na prática
esta diferença aumenta consideravelmente, pois a separação dos lotes fica a critério do
comprador. Toma-se como exemplo, a regulação em que são necessárias 3 pedras por
quilate (3:1). Numa partida de 10 ct de regulação em que são necessários 30 diamantes,
o comprador poderá separar um lote contendo 16 pedras de 0,25 pontos; 9 de 0,33
pontos; 3 de 0,50 pontos e 2 de 0,75 pontos, pagando um total de Cr$ 60.000,00.
Conforme a tabela acima, no quadro de exportação, verifica-se que esta mesma partida
de diamante valeria Cr$ 83.654,00, sendo a diferença de Cr$ 23.654,00 numa partida de
10 ct. Salienta-se que esta diferença aumenta proporcionalmente ao número dos quilates
comercializados, uma vez que facilita a inclusão de maior número de pedras valiosas.
Com base na produção mensal (5600 ct) e no valor da compra, o movimento
mensal do comércio do diamante do Tepequém é da ordem de Cr$ 14.112.000,00, sendo
o ganho mínimo dos compradores, pelo exemplo acima, o equivalente a Cr$ 5.563.000,00
ao mês.
A comercialização do ouro não foi incluída por ser ainda incipiente, tendendo,
entretanto, a aumentar consideravelmente.

i. Arrecadação do IUM

A inexistência de tributação tem sido uma frequência na comercialização do ouro e do


diamante da região, mesmo sabendo-se que o recolhimento é mínimo (1%). A sonegação
em nada favorece a região, beneficiando somente o grupo restrito de compradores, estes
detentores da maior parcela de lucro obtido na comercialização. O problema maior desta
situação, está na visão distorcida do garimpeiro, que acha ser ele o sonegador, por isso
nunca favorecendo dados mais precisos sobre sua produção, e quando os fornece,
normalmente o valor é muito inferior ao real obtido.
Quanto aos compradores, sabedores do mecanismo da arrecadação, nada informam,
estando muitos deles ilegais por não possuírem nem mesmo licença para trabalhar na
comercialização de minério. Alguns portadores dessa licença tributam uma parcela
mínima visando tão somente justificar a concessão. Como exemplo disso, tem-se que o
valor tributado de IUM em 1977, foi de Cr$ 15.275,00, o que representa somente 30% do
valor tributado para a argila. A sonegação é tão flagrante, que estes compradores vivem
exclusivamente da atividade, embora se dividindo o valor tributado em 1977 pelos 5
(cinco) compradores que declararam o IUM, obtém-se uma média de Cr$
3.055,00/comprador, valor um pouco superior ao salário mínimo regional.

j. Pessoal Empregado

Na exploração mecanizada, o sistema de trabalho é a participação do lucro, tendo a


equipe uma parcela de 35% da produção bruta, sendo 7% para o gerente e 28% para o
restante o que dá em média 4,66% para cada componente. O único com salário fixo é o
cozinheiro, normalmente a mulher de um dos componentes da equipe. Este ordenado é
da ordem de Cr$ 3000,00, pago pelo dono das máquinas, que não recolhe os encargos
sociais. Além da participação ou ordenado, os trabalhadores têm a alimentação e o
transporte periódico para Boa Vista.
No sistema de garimpagem, a equipe média de 5 homens divide a produção obtida em
partes iguais, cabendo a cada componente o equivalente a 20%.
10. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Os dados aqui apresentados estão sujeitos a modificações, não pretendendo serem


definitivos. As informações sobre exploração e comercialização de diamante são
contraditórias, uma vez que o comércio ilegal não permite que se obtenha nenhuma
informação dos compradores, a melhor fonte de informações, não só do Tepequém, como
das demais regiões produtoras do Território. Mesmo existindo todas essas dificuldades
foi possível coletar dados importantes com os donos das máquinas que operam na
região, pois se tratam de pessoas de algum nível cultural e conhecedores do mecanismo
de exploração e tributação mineral, estando eles conscientes de sua ilegalidade e, pelo
que se observa, temerosos de uma atitude radical do DNPM, proibindo a lavra existente.
A situação em que se encontra o Tepequém precisa ser estudada com muito cuidado,
pois a exploração gananciosa outrora existente mascarou a região, deixando de ser
atrativa a grandes investimentos. O sistema atualmente adotado, tem se mostrado o
mais eficiente, sendo o responsável pelo aumento do fluxo de garimpeiros à região. Caso
as máquinas parem, a situação volta à condição anterior a 1977, quando permanecerão
na área somente os garimpeiros que ali estão radicados, paralisando a quase totalidade
da produção atual. Os 300 garimpeiros existentes, encontram-se ali por falta de opção,
sendo a maioria oriunda da Venezuela, de onde foram deportados. Além do mais eles
trabalham em garimpagem, somente porque as máquinas são poucas para absorver toda
a mão de obra existente, continuando lá a espera de vagas nas equipes de exploração
mecanizada, ou a instalação de novas máquinas, atualmente bastante frequentes.
Analisando o problema, uma solução viável, seria a continuação do sistema
atualmente empregado, com a devida orientação técnica do Governo, tanto na exploração
como no aumento da produção, utilizando o máximo possível a capacidade ociosa das
máquinas existentes. Também poderia ser feito financiamento de novas máquinas e
equipamentos, dotando de melhores condições materiais, a maioria das lavras que
operam em condições precárias. O problema existente neste sistema, consiste na
ilegalidade da exploração, uma vez que não existe concessão de lavras nem companhias
habilitadas para operar em mineração.

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