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de ações
O autor.
Ação
Empresa
Quem compra uma ação na bolsa de valores está levando uma pe-
quena parte de uma empresa de terceiros e passa a ser chamado de
acionista minoritário. Ser sócio de uma empresa listada na bolsa de valo-
res traz algumas vantagens, por exemplo, enquanto a entrada ou saída
na sociedade de uma empresa limitada ou de capital fechado requer
um processo burocrático de alterações de contratos sociais, comprar ou
vender uma ação de uma empresa listada em bolsa é um ato feito ele-
tronicamente com poucos clicks. A liquidez do mercado acionário per-
mite ao investidor ter a opção de se retirar da sociedade e migrar para
outro negócio mais atraente.
A forma mais segura de conseguir bons retornos investindo em ações
é comprar papéis de empresas bem geridas, que apresentem lucros sóli-
dos e crescentes, e não ter pressa de vendê-los. O investidor deve buscar
critérios de avaliação de empresas para analisar seus fundamentos e não
se preocupar com as oscilações de curto prazo das cotações das suas
ações (volatilidade). O risco no investimento em ações é justamente
vender por preços “injustos” seus papéis num momento de volatilidade,
o que é normal em um mercado que contém liquidez.
Tipos de ações
Ações Ordinárias (ON) – é o tipo de ação que concede o direto
de voto nas assembleias da companhia ao seu detentor. No en-
tanto, na maioria das vezes ele não tem poder de veto. O direito
de voto ganha relevância nos casos em que há divergências entre
os acionistas controladores. Veja, por exemplo, o caso de uma em-
presa que tenha três sócios no controle e um deles discorda sobre
determinado assunto na assembleia. Esse sócio pode, dependen-
do da circunstância, vir a ter direito de veto ao se juntar a outros
minoritários detentores de ações ON.
Governança corporativa
Pode ser definida como o esforço contínuo em alinhar os objetivos da
administração das empresas aos interesses dos acionistas. Isso envolve
as práticas e os relacionamentos entre os acionistas/cotistas, o conselho
de administração, a diretoria, uma auditoria independente e até mesmo
um conselho fiscal.
Nível 1
As empresas do nível 1 comprometem-se a manter em circulação ao
menos 25% do capital total e, em caso de emissão de novas ações, usar
mecanismos de oferta pública que favoreçam a pulverização do capi-
tal. As informações contábeis devem ser divulgadas trimestralmente, de
forma consolidada, assim como eventuais acordos de acionistas. Há ainda
a necessidade de adoção de um calendário de eventos corporativos.
Nível 2
Para ser classificada no nível 2 da Bovespa, a empresa deve adotar
todas as obrigações previstas no nível 1, mais um conjunto ampliado
de princípios de governança corporativa. É uma espécie de “preparató-
rio” para o Novo Mercado. A empresa precisa estabelecer mandato de
um ano para o conselho de administração, publicar o balanço segundo
as regras do Generally Accepted Accounting Principles in the United States
(USGaap) e facultar o direito de voto aos acionistas preferencialistas em
questões como cisão, incorporação ou fusão, e também em contratos
entre empresas do mesmo grupo. Atuar no nível 2 implica ainda esten-
der os mesmos direitos dos controladores aos minoritários ordinaristas
(ou 70% desses direitos para os preferencialistas) em caso de troca de
controle da empresa. As empresas que integram o nível 2 devem assu-
mir perante o mercado que, em caso de fechamento de capital, se com-
prometem a fazer oferta pública de compra de todas as ações em circu-
lação pelo valor econômico.
Novo Mercado
A Bovespa criou, em 2001, o Novo Mercado. Trata-se de um segmento
de listagem, uma classificação composta por empresas que se compro-
metem, voluntariamente, a praticar uma boa governança corporativa e
uma política de disclosure (transparência de informações estratégicas e
financeiras), para além do que é exigido pela legislação. Com a novidade,
a bolsa busca atrair investidores, exigindo que as companhias tratem os
acionistas com mais respeito, resguardando seus direitos e oferecendo
uma gama maior de informações, cuja divulgação não é obrigatória por
lei. Para ingressar nesse ambiente diferenciado, as empresas precisam
cumprir uma série de regras. A principal delas é a proibição de emissão
de ações preferenciais (PN), ou seja, todo o capital deve ser dividido em
ações ordinárias (ON), que dão direito a voto.
Texto
complementar
Ofertas de ações – 2 em 1
Mais simples e líquidas, as units conquistam as companhias
que desembarcam no nível 2 da Bovespa
(LACHINI, 2006)
Mas, por que algumas empresas optam por listar duas espécies de
ações no nível 2, e criam um recibo para representá-las, se dão o tag
along de 100% para os preferencialistas? Não seria mais simples partir
para a listagem direta no Novo Mercado, já que o direito mais importan-
te dado aos investidores é o mesmo? Vale lembrar que o direito a voto,
concedido a todos os acionistas no Novo Mercado e forte candidato a
responder a essa pergunta, também é conferido aos preferencialistas do
nível 2 em matérias como incorporação, cisão ou fusão.
Já a opção pelas units tem sido vista como algo natural para as em-
presas que listam seus papéis em outro segmento: “É muito difícil ter
duas classes de ações negociando com a mesma liquidez”, diz Olympio.
A tendência é simplificar a estrutura de capital e concentrar a liquidez
em uma única classe. “Na prática, não importa qual seja o instrumento
utilizado. O importante é que os direitos consagrados sejam conferidos”,
diz Alexandre Bettamio, diretor do banco de investimentos do UBS.
Caso uma empresa emita somente ações ordinárias, seria preciso 50%
(mais uma ação) para se ter o controle definido. Ou seja, caso o controla-
dor queira se manter neste posto, ele tem menos espaço para captação
se tiver o capital composto apenas por ordinárias. Por isso, diz-se que os
papéis preferenciais alavancam o controle.