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INFORMATIVO DE

DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO
ANO 2 • NÚMERO 1
ABRIL 2013

AS CINCO PRINCIPAIS LAGARTAS


DA CULTURA DO MILHO NO BRASIL.
A cultura do milho é uma das mais importantes na agricultura brasileira, presente em mais de 14
milhões de hectares e representa uma das principais fontes de renda e desenvolvimento para muitas
regiões produtoras (IBGE 2012). Entre as principais pragas que atacam a planta de milho, podemos
destacar as espécies da ordem Lepidoptera, que são insetos mastigadores que se alimentam de
partes da planta de milho em todas as fases de desenvolvimento.

As espécies que causam significativos impactos econômicos na cultura do milho são a Spodoptera
frugiperda, Helicoverpa zea, Diatraea saccharalis, Elasmopalpus lignosellus e Agrotis ipsilon. Os danos
econômicos ocasionados pelas lagartas se tornam um grande problema quando temos uma ocorrên-
cia elevada de lagartas em maiores ínstares. As mariposas distribuem centenas de ovos que vão
eclodir e dar início a todo o processo de infestação da lavoura. Se este número de indivíduos for
elevado, as lagartas se alimentarão de colmos, folhas, estigmas, grãos, pedúnculos e outras partes
da planta, que deixarão de exercer suas funções fisiológicas e passarão a consumir energia para se
recuperar do ataque da praga. Os danos causados variam conforme a espécie da praga e podem
ocasionar reduções drásticas de produtividade e impacto econômico. Por isso, é importante fazer um
diagnóstico correto das espécies e do grau de infestação na área cultivada, para que se tomem as
decisões corretas, como a intervenção com inseticida, tanto na lavoura Bt quanto na convencional.

Spodoptera frugiperda
A Spodoptera frugiperda, popularmente conhecida como Lagarta-do-Cartucho, foi identificada em 1797
no EUA, e tem na cultura do milho, seu hospedeiro preferencial (Cruz et al. 2008).
Schneider, A.M.

Schneider, A.M.

Fig. 1: Lagarta da Spodoptera frugiperda entre 4° e 5° ínstar , com detalhe do “Y” invertido na cabeça.
A Lagarta-do-Cartucho recebeu este nome devido ao hábito de se alojar no cartucho da planta de milho. No entanto, ela
também ataca outras partes da planta, como a base, na fase inicial, podendo causar sua morte, muitas vezes confundi-
da com o sintoma do ataque de Agrotis ipsilon.

Já na planta mais desenvolvida, do estágio V2 a V4, penetra em seu interior e se alimentando do ponto de crescimento,
causando um sintoma conhecido como “coração morto”, semelhante ao ataque de Elasmopalpus lignosellus. Normal-
mente a fêmea da mariposa da Spodoptera frugiperda oviposita uma massa de 100 a 300 ovos na folha do milho (Figura
2), após 3 a 5 dias ocorre a eclosão das lagartas (Figura 3) que se alimentam da folha, conferindo o sintoma característi-
co de raspagem (Figura 4), com o passar dos dias estas larvas migram para o interior do cartucho onde ficarão mais
protegidas (Figura 5). Quando o ataque ocorre na espiga, o dano pode ser muito severo ao ponto da espiga ser destacada
da planta. Danos na parte central ou na ponta da espiga, diretamente nos grãos ou na palha que protege, pode aumentar
o índice de grãos ardidos e micotoxinas (Figura 6).

Oliveira Jr., J.A.


Schneider, A.M.

Schneider, A.M.
Fig. 2: Mariposa fazendo oviposição. Fig. 3: Massa de ovos com Fig. 4: Raspagem de folha de
aparecimento de lagartas recém- milho ocasionada por Spodoptera
nascidas de Spodoptera frugiperda. frugiperda em estágio inicial.
Oliveira Jr., J.A.

Oliveira Jr., J.A.


Fig. 5: Evolução do dano da Spodoptera frugiperda e migração da lagarta em estágios maiores para o cartucho.
Oliveira Jr., J.A.
Schneider, A.M.
Schneider, A.M.

Schneider, A.M.
Fig. 6: Dano na ponta da espiga, na palha e nos grãos causados pela Spodoptera frugiperda.

O ciclo de vida da Spodoptera frugiperda varia de acordo com a temperatura, mas de uma forma geral, as fases ovo, lagarta,
pupa e adulto, se completam em aproximadamente 3, 10 , 8 e 10 dias, respectivamente. As lagartas passam por 6 ou 7 estágios,
a fase de pupa ocorre no solo ou sob restos culturais numa câmara pupal.

Controlar a Spodoptera frugiperda não tem se mostrado uma tarefa fácil. O mercado Brasileiro conta hoje com diversas opções
de plantas Bt. As plantas Bt são uma nova e importante ferramenta de manejo da Spodoptera frugiperda, que tem se mostrado
bastante eficiente. No entanto, algumas características bioecológicas da praga, como o alto potencial reprodutivo, ciclo
biológico relativamente curto e a polifagia, associadas a um cenário de sobreposição ou sucessão de cultivos de plantas hospe-
deiras, “ponte verde” e o baixo índice de adoção de refúgio em algumas regiões expõem a Spodoptera frugiperda a uma elevada
pressão de seleção por proteínas Bt. O uso inadequado da tecnologia Bt associado à biologia deste inseto podem colocar em
risco a durabilidade desta ferramenta ao longo do tempo.

Helicoverpa zea
A praga Helicoverpa zea é conhecida como Lagarta-da-Espiga (Figura 9) devido ao seu hábito de atacar a espiga do milho. A
mariposa deposita os ovos separadamente no estilo estigma do milho, na fase de R1 a R3 (Figura 8). A larva se desenvolve e
migra para a ponta da espiga, consumindo o estigma no primeiro momento e, após alguns dias, passa a se alimentar dos grãos
em formação.

Este consumo traz um dano direto em produtividade pela redução do número viável de grãos na espiga. Além disso, ao abrir
buracos na espiga, ela ocasiona a entrada de fungos e outros patógenos responsáveis pelo aumento dos grãos ardidos e
micotoxina (Figura 10).
F o t o : O l i v e i r a J r ., J .A . ; T o c c h e t t o , S A R G

Schneider, A.M.
Schneider, A.M.

Fig. 7: Dano na ponta da espiga, na palha Fig. 8: Oviposição de Helicoverpa Fig. 9: Helicoverpa zea – Lagarta-da-Espiga.
e nos grãos causados por S. frugiperda. zea no estilo estigma do milho.
Foto: Denez, M; E.E. RON
Foto: Boer, C; E.E UDI
Fig. 10: Danos de Helicoverpa na espiga de milho e orifício de saída do adulto.

Foto: Gasparin, R.C.;

Foto: Batistela, M.J.


Foto: Oliveira Jr., J.A.
Foto: Denez,t

Fig. 11: Variações de cor das Helicoverpas.

Quando está completamente desenvolvida, a Lagarta-da-Espiga mede cerca de 35mm e possui uma coloração que pode
variar de verde-claro, rosa a marrom ou quase preta, com algumas partes mais claras (Figura 11). O dano, que pode
causar perda de produtividade de cerca de 8%, pode ser confundido com um ataque da espécie Spodoptera frugiperda. O
controle convencional por meio da pulverização de inseticida, tem baixa eficiência devido à localização da praga e época
de ocorrência. Um controle efetivo pode ser alcançado com a liberação de vespas do gênero Trichogramma e com a
utilização de tecnologias Bt em milho, que tem sido uma das melhores opções de manejo no momento.

Diatraea saccharalis
Também conhecida como Broca-da-Cana ou Broca-do-Colmo (Figura 12). Os danos mais comuns ocorrem em plantas
mais desenvolvidas, mas a praga também pode infestar plantas recém-emergidas. Neste caso, as plantas atacadas
tornam-se totalmente improdutivas e os prejuízos são proporcionais à redução da população de plantas.
Schneider, A.M.
Schneider, A.M.

Cavalli, M.
Fig. 12: Diatraea saccharalis danificando o colmo e a espiga com galeria e finalizando estágio de pupa.

Durante os últimos anos, a praga Broca-do-Colmo tem se mostrado um


grande problema para a cultura do milho no Brasil. A mariposa da
Diatraea saccharalis deposita ovos nas folhas mais novas, nos estádios
entre V8 e VT, cuja larvas nos primeiros dias se alimentam apenas das
folhas. Após iniciar seu desenvolvimento, passa a penetrar o colmo,
causando uma galeria muito característica desta praga.

Foto: Oliveira Jr., J.A.


Os danos são variados, podendo ocorrer nas raízes, no colmo e nas
espigas (Figura 13). O tratamento de sementes é uma alternativa de
controlar esta praga quando o ataque ocorre nos primeiros estágios.

Na fase vegetativa, o controle químico é menos eficiente e após a entra-


da da lagarta no colmo, é ineficiente. Não existem inseticidas registra-
dos no MAPA para o controle dessa praga no milho. Na cultura da
cana-de-açúcar, o controle desse inseto tem sido realizado com suces-
so por meio de inimigos naturais.

Os principais parasitoides são o Metagonistylu minense e o Trichogramma


Foto: Oliveira Jr., J.A.

spp., atingindo até 20% de parasitismo. Para o milho, o uso de tecnolo-


gia Bt, é altamente eficaz no controle dessa praga.
Figura 13: Galerias em colmos e espigas
atacadas por Diatraea saccharalis.

Elasmopalpus lignosellus
Também conhecida como Lagarta Elasmo (Figura 14), a mariposa deposita ovos preferencialmente no colo das plantas o no
solo. É uma praga esporádica, porém polífaga, alimentando-se de diversas culturas com grande capacidade de destruição
num curto intervalo de tempo, principalmente nos estágios VE a V3. Seus danos estão associados à estiagem depois da
emergência das plantas e os maiores danos são observados em áreas sob plantio convencional em solos leves e bem drena-
dos, com incidência menor sob plantio direto.
Foto: Oliveira Jr., J.A.

Foto: Boer, C.A.


Figura 14: Lagarta Elasmo e formação de teia para proteção da lagarta no solo.

Logo após a eclosão, a lagarta raspa as folhas da planta e inicia sua penetração no colmo. Normalmente, o meristema é
danificado, causando a diminuição do crescimento e/ou a morte das folhas mais jovens, sintoma conhecido como “coração
morto” (Figura 15). As tecnologias Bt tem demonstrado boa eficácia contra essa praga, porém, a eficácia é variável e
depende da proteína.

Foto: Oliveira Jr., J.A.


Figura 15: Sintoma de “coração morto” em plantas de milho, após ataque de Elasmo.

Agrotis ipsilon
Agrotis ipsilon também é conhecida como Lagarta Rosca, devido ao hábito de se enrolar quando é tocada (Figura 17). A espécie
pode facilmente ser confundida com a Spodoptera frugiperda.
Schneider, A.M.

Cavalli, M.

Fig. 18: Agrotis ipsilon. Fig. 17: Agrotis ipsilon enrolada após ser tocada.
Schneider, A.M.

Schneider, A.M.
Fig. 16: Agrotis ipsilon se alimentando da plântula de milho. À direita, a pupa no solo ao lado da plântula.

Figura 19: Da esquerda para a direita, 2 plantas normais e 4 plantas atacadas por Agrotis ipsilon, mostrando a diferença de tamanho das plantas.

A mariposa deposita seus ovos em plantas daninhas ou em restos culturais. A lagarta vive no solo e sai durante a noite para
cortar as plantas, causando redução no estande inicial. Também pode causar o sintoma de “coração morto”, principalmente
quando ataca plantas maiores.

É comum encontrarmos lagartas grandes logo no início da instalação da cultura, por isso, recomenda-se dessecação antecipada
das plantas daninhas e o uso de inseticida, caso houver a existência de lagartas residentes na cobertura vegetal.

A utilização de plantas Bts para o manejo desta praga pode ser eficaz, dependendo do tipo de proteína e do tamanho das lagar-
tas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AGROFIT. Sistema de Agrotóxicos Fitossanitário. Disponível em: http://agrofit.agricultura.gov.br/primeira_pag-


ina/extranet/AGROFIT.html. Acessado em: 16 de março de 2013.

COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA. Resumo geral de plantas geneticamente modificadas


aprovadas para comercialização. Disponível em: http://www.ctnbio.gov.br/upd_blob/0001/1736.pdf. Acessado
em 18 de março de 2013.

CRUZ, I. Cultivar grandes culturas,. n 109, p 23-27 junho 2008.

FERNANDES, O. A., VILARINHO, E. C. Dispersão de Spodoptera frugiperda (J. E. SMITH) (Lepidoptera: Noctuidae)
em campos de milho. Comitê brasileiro de ação à resistência a inseticidas. Disponível em: http://ww-
w.irac-br.org.br. Acessado em: 16 de março de 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Levantamento Sistemático de Produção Agrícola.


Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_201302_4.shtm.
Acessado em 18 de março de 2013.

IRAC. Comitê brasileiro de ação à resistência a inseticidas. Disponível em: http://www.irac-online.org/.


Acessado em: 17 de março de 2013.

MARÇON, P.G. ET AL. Caderno técnico cultivar, n 44. P3-10. outubro 2002.

NAKANO, O. ET AL. Cultivar grandes culturas, n 102. P 20-26. novembro 2007.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. Insetário Virtual. Disponível em: http://www.insetario.uem.br/cole-


cao/pragas/lepidoptera/noctuidae/agrotis_ipsilon.htm. Acessado em: 16 de março de 2013.

Autor: Altair Schneider (TDR – Estação Morrinhos)


Co- autor: Marcelo Batistela (TDR - Estação Rondonópolis)
Editoração: Alícia I. Munoz e Thais H. Bechir
Revisão: Fernando T. Koshima e João A. Oliveira Jr.

Em caso de dúvidas ou necessidade


de mais informações sobre o assunto,
procure o TD mais próximo.

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