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RESENHA CRÍTICA
Para o Pintor Mondrian, a arte seria uma “fuga” da realidade e com o tempo ela
desapareceria, na medida em que o homem alcance o equilíbrio da realidade. Ela
seria o meio para que o homem alcance este equilíbrio. Nessa visão, a arte é
reconhecida parcialmente tanto em sua natureza quanto a sua necessidade. Porém,
como é possível um equilíbrio permanente do homem como o meio? A arte é e
continuará sendo necessária. Mas, a função da arte não se resume a esta de ser
apenas uma substituta da realidade. Observemos a função inicial da arte, que
também se modificou e que novas funções passaram a existir.
O homem anseia sempre por algo mais; ele é um ser inacabado e em constante processo de
criação. E a arte é um meio indispensável para ele se unir ao todo.
“o homem está sempre à procura de relacionar-se com uma dimensão maior do que a sua
própria vida particular, individual”. “Está sempre em busca de um algo a mais, que supere
sua condição individual, solitária e parcial, procura em objetos e seres exteriores a si
mesmo, uma totalidade que o completa”. (FISCHER, 1987, p. 13)”.
de tudo, dando ênfase a racionalidade. Então ele deixa de responder apenas aos seus
instintos e tem a necessidade de agir de forma pensada, ordenada, elaborada e idealizada
passando a projetar e articular o que deseja, surge então essa Razão que vai dominá-lo e
passar a o centro do seu ser agora, dando ênfase a imaginação e a criatividade que vão se
desenvolvendo ao longo do tempo.
Faz uma análise destas funções e constata que a arte entendida como mercadoria vai buscar
atender determinados interesses do grupo social a qual está atrelada. A arte como
conhecimento vai representar a realidade, trazer para esta uma representação do que seria
esta realidade. E a arte como criação, vai tentar resgatar a relação do homem criador,
artista com a sua obra de arte.
A arte em sua concepção surge como uma necessidade humana e um meio do homem de
retornar ao coletivo. Dessa forma justifica então, que o ensino da arte nas escolas faz o
homem mais consciente do seu papel no mundo e de sua existência social. Na sociedade
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contemporânea essa relação entre a função social da arte e seu ensino nas escolas coexiste
no primeiro nível, que chama de arte pela arte ou arte elitista, no segundo nível que diz
respeito à arte para as massas e no terceiro nível o da arte popular, social ou humanizada.
Todas com o mesmo objetivo de representar e interpretar a realidade, visando satisfazer os
desejos, anseios e necessidades desse homem e da sociedade. Chama a atenção para o fato
de que promover oportunidades para a democratização do acesso e do ensino da arte é
diferente de massificar, pois, a arte como fonte de educação, humanização e socialização é
fonte de saber para uma sociedade e não uma mera mercadoria.
Também salienta que essa arte não deve ser exclusiva de um grupo isolado das demais
atividades humanas e sociais. Constata que em nosso tempo que para muitos professores
da própria área de arte, ainda prevalece a ideia de que ela é uma inspiração ou dom dado ao
ser humano e um talento artístico inato e inerente ao seu ser. Ou seja, que este homem, age
com uma sensibilidade que lhe é peculiar, imediata, intuitiva e espontânea. Relata também
que durante muito tempo a arte foi vista nas escolas como mera atividade educativa para
promoção de eventos e atividades escolares.
Hoje, no entanto segundo ela, as escolas estão procurando disponibilizar instrumentos aos
alunos, incentivando-os a se tornarem mais sensíveis e a se tornarem mais conscientes do
valor da arte.
A partir daí para Denardi a disciplina de arte passa a ser entendida como uma área do
conhecimento, forma de criação e humanização.
A instituição escola tem seu papel fundamental para promover análise das práticas sociais,
reflexão crítica sobre o modo de agir da sociedade e trazer com isso uma contribuição cm
seu questionamento para validar ou não dessas práticas.
Portanto, ela entende que a relação entre a função social da arte e o ensino escolar está em
propiciar aos alunos uma apropriação do conhecimento artístico contribuindo para o
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surgimento de outras formas de se expressar. Todo ser humano, independente de ser artista
é capaz de se perceber, interpretar e representar o mundo em que vive. Dessa forma, a
função da arte como forma de conhecimento e de criação artística visa à plenitude do
desenvolvimento desse ser, possibilitando assim uma humanização da arte.
João Bezerra da Silva Júnior nasceu em Santo André/SP em 26 de julho de 1982, cresceu e
vive na cidade de Mauá/SP. É licenciado em Educação Artística/Música pela Faculdade
Paulista de Artes e em Pedagogia pela Uni nove. Além disso, é especialista em Gestão
Pública e realiza pesquisas na área de Altas Habilidades / Superdotação. Atua como
professor de Artes na rede municipal de ensino em São Paulo/SP.
Este artigo compõe o segundo capitulo do livro Tópicos em Educação, que trás temas
relativos à Educação, e fala sobre o Ensino de Artes, em uma versão reformulada de artigo
publicado na Web artigos que teve mais de 30000 acessos.
Neste estudo, o autor enfatiza que a sua formação acadêmica de música trouxe
contribuições significativas para o desenvolvimento dos alunos e dá uma introdução sobre a
importância da arte para uma sociedade, dizendo que a arte possibilita o ser humano passar
a conhecer e entender melhor parte da sua história, das linguagens artísticas e as novas
formas de se expressar essas linguagens com o decorrer do tempo.
Diz que ela tem não só a possibilidade de integrar pessoas, mas também de suscitar novas
formas de expressão, fazendo o homem demonstrar através dela o que sente e pensa, além
de aguçar o senso crítico do que se ouve, vê ou faz, bem como é um meio para
compartilhar ideias. Ele faz uma breve descrição de alguns momentos históricos e cada uma
das linguagens que compõem esse contexto, na tentativa de que se possa compreender a
importância da Arte e um pouco do que é ensinado em cada linguagem artística.
Apoia-se em alguns teóricos, como Bartello (2004) e Barbosa (1994) e parte da definição
do que seja Arte, para passar então ao Estudo da Arte e o seu ensino no Brasil nas diferentes
artísticas, traçando desse modo um panorama histórico contundente desde a chegada da
missão francesa, em 1816, que veio com o intuito de formar uma escola de Arte, até 1971,
onde se inicia a “Pedagogia Libertadora” de Paulo Freire, com a perspectiva de promover
uma consciência crítica da sociedade. A partir daí, a arte é introduzida no currículo escolar
com o nome de Educação artística, através da Lei de Diretrizes e Bases da educação
Nacional ainda como atividade educativa e em 1988 sofre ameaça de ser excluída do
currículo. Por não ser considerada disciplina, a educação artística enfrentou muito
preconceito e como não podia reprovar o aluno era tida como uma aulinha de desenho e o
professor como mero organizador de eventos escolares. Já a partir dos anos 80, novas
técnicas educacionais são discutidas e surgem avanços no sentido irem além das técnicas
quanto à História da arte, leitura da obra e do fazer artístico. Com a nova LDB Lei
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