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ENSAIO DE TRAÇÃO DE UM MATERIAL COMPÓSITO

Christian Leite Dias

1. INTRODUÇÃO
A busca por novos materiais estruturais que apresentem características particulares e
distintas aos materiais convencionais é fundamental e necessária no cenário atual. Nesse
sentido, surge o estudo dos compósitos, que são materiais com propriedades especificas (em
relação ao peso) superiores aos convencionais, formados por dois ou mais materiais
quimicamente distintos. Essa classe de material é formada por uma fase matriz e uma fase de
reforço, que confere as propriedades melhoradas ao material, e ao depender do material,
geometria, concentração ou até mesmo sua distribuição, resultam em diferentes
comportamentos ao produto final.
Nesse sentido foi realizado um ensaio utilizando um material composto reforçado com
fibras, analisando suas propriedades e comportamento quando submetido a tração em diversas
direções.

2. OBJETIVOS
Caracterizar um material compósito com reforço fibroso e matriz polimérica, para obter seu
módulo de elasticidade, na direção paralela e perpendicular a orientação das fibras, além do
módulo de elasticidade transversal.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os compósitos são fabricados com o objetivo de obter um material final com propriedades
distintas e performance melhorada em relação os constituintes individuais. Constituído de dois
ou mais materiais de composições diferentes, apresentam a fase de reforço, que confere a
melhoria das propriedades, e a fase matriz, que serve para garantir a forma do material, proteger
e unir o reforço além de transmitir os esforços para o mesmo.
Desta forma, as propriedades do compósito representam a contribuição de uma parcela das
propriedades da matriz com as do reforço. Ainda assim, para grande parte dos materiais
compostos, ocorre a anisotropia, ou seja, as propriedades e o comportamento do material irão
depender da direção em que o mesmo é solicitado. Nesse sentido, os compósitos reforçados
com fibras irão apresentar maior resistência quando solicitados na direção paralela à sua
orientação, enquanto que apresentará uma menor resistência quando solicitados na direção
perpendicular.
Quando o composto fibroso for submetido a uma tensão paralela a orientação das fibras, a
deformação sofrida por todo o corpo será igual a deformação do reforço e da matriz, enquanto
que a tensão será a soma das parcelas de cada componente. A partir dessa análise é possível
chegar a seguinte relação utilizando a regra das misturas:

𝐸1 = 𝑉𝑓 𝐸𝑓 + 𝑉𝑚 𝐸𝑚 (1)

1
Onde E1 é o módulo de elasticidade do compósito para a direção paralela, Em e Ef
representam os módulos de elasticidade da matriz e da fibra respectivamente, enquanto que Vm
e Vf ilustram as frações volumétrica de cada porção.
Para o carregamento na direção perpendicular à sua orientação, ocorre o caso inverso, no
qual a deformação do compósito será a soma da deformação de cada componente, enquanto
que a tensão será igual para cada um.

𝐸𝑚 𝐸𝑓 (2)
𝐸2 =
𝑉𝑓 𝐸𝑚 + 𝑉𝑚 𝐸𝑓

Onde E2 representa o módulo de elasticidade do compósito para a direção perpendicular à


orientação das fibras.
A mesma análise pode ser considerada para obtermos as relações para o módulo de
elasticidade transversal e para o módulo de Poisson.

𝐺𝑚 𝐺𝑓 (3)
𝐺12 =
𝑉𝑓 𝐺𝑚 + 𝑉𝑚 𝐺𝑓

𝜈12 = 𝑉𝑓 𝜈𝑓 + 𝑉𝑚 𝜈𝑚 (4)

Sendo G12 o módulo de elasticidade transversal ao plano que contém as fibras e Gm e Gf os


módulos de elasticidade transversal da matriz e fibra respectivamente. Para a Eq. (4), ν 12
representa o módulo de Poisson da seção transversal do compósito e ν f e νm os módulos de
Poisson da fibra e da matriz.
Na qual o módulo de elasticidade transversal de cada componente pode ser calculado através
da seguinte expressão:

𝐸 (5)
𝐺=
2(1 + 𝜈)

4. DESCRIÇÃO DO PROGRAMA EXPERIMENTAL


Foram realizados 3 ensaios distintos utilizando um mesmo material reforçado com fibras.
Para cada um dos casos o compósito foi tracionado para uma determinada direção em relação
a orientação das fibras, sendo estas: paralelas, perpendiculares e com uma rotação de 45º.
Para o experimento foi utilizado um pistão hidráulico que é movimentando a partir da
entrada ou saída de óleo, controlado e regulado a partir de uma Servo válvula. Um transdutor
LVDT é conectado ao equipamento, possibilitando o controle e leitura do deslocamento linear
do pistão, associando esse deslocamento ao valor da força medido através de uma célula de
carga conectada ao equipamento.
Os casos considerados foram instrumentados para permitir o cálculo dos módulos de rigidez
do material utilizando como base o deslocamento medido pelo próprio LVDT e a deformação
medida por um clip gage conectado ao corpo de prova. Por fim, a obtenção do módulo de rigidez
transversal do material, relacionando com os módulos obtidos para as 3 direções ensaiadas:

2
1 (6)
𝐺12 =
4 1 1 2𝜈12
𝐸𝑥 𝐸1 𝐸2 + 𝐸1
− −

Onde Ex representa o módulo de elasticidade para uma direção x. A Tabela 1 ilustra as


propriedades do compósito ensaiado.

Tabela 1 – Propriedades do compósito ensaiado


Propriedade Fibra Matriz
Módulo de Young 72 GPa 3,5 GPa
Módulo de Poisson 0,26 0,3
Fração volumétrica 30 – 40 % 70 – 60 %

4.1 Ensaio 1
Para o primeiro ensaio o material foi submetido à uma tensão de tração perpendicular à
orientação das fibras, utilizando uma taxa de deslocamento do pistão de 0,05 mm/minuto. Para
o primeiro caso o material apresentava 25,1 mm x 5,75 mm de área a qual na força foi aplicada,
e um comprimento de 130 mm.

4.2 Ensaio 2
Para o segundo caso a força foi aplicada na direção paralela a orientação das fibras,
utilizando uma taxa de deslocamento igual a 2 mm/minuto. A área do material na qual a força
foi aplicada era de 25,1 mm x 5,7 mm, com um comprimento igual a 250 mm.

4.3 Ensaio 3
Para o ultimo caso o material foi solicitado em uma direção de 45º em relação a orientação
das fibras, utilizando uma taxa de deslocamento de 1 mm/minuto. O corpo de prova apresentava
uma área transversal de 23,5 mm x 5,9 mm e um comprimento igual a 147 mm.

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


A partir das propriedades do reforço e matriz utilizados para o ensaio (Tabela 1) foi possível
obter as propriedades teóricas do material compósito, utilizando as equações de 1 a 5. Os
valores teóricos calculados estão listados na Tabela 2.

Tabela 2 – Propriedades teóricas do compósito ensaiado


Módulo de Elasticidade Módulo de Elasticidade Módulo de Módulo de Elasticidade
(Paralelo) – E1 (Perpendicular) – E2 Poisson – ν12 Transversal – G12
24,06 GPa 4,89 GPa 0,29 1,89 GPa

Foi possível também plotar um gráfico (Figura 1) utilizando os dados obtidos nos ensaios,
relacionando a deformação medida pelo clip gage com a força exercida pelo pistão. A partir da
regressão linear de cada curva, considerando o comportamento elástico do ensaio, foi calculado

3
o valor do módulo de elasticidade pelas inclinações obtidas, e desta forma, podendo obter o
valor do módulo de elasticidade transversal utilizando a Eq. (6).

Figura 1: Curvas obtidas pelas deformações medidas pelo extensômetro


Tabela 3 – Propriedades experimentais do compósito ensaiado
Módulo de Módulo de Módulo de Módulo de
Elasticidade Elasticidade Elasticidade Elasticidade
(Paralelo) – E1 (Perpendicular) – E2 (45º) – Ex Transversal – G12
23,06 GPa 4,24 GPa 4,98 GPa 1,82 GPa

O gráfico demonstrou um comportamento já esperado, uma vez que a rigidez do material é


maior quando solicitado na direção paralela a orientação das fibras enquanto que a menor será
na direção perpendicular a mesma. Desta forma a solicitação na direção de 45º à orientação das
fibras apresentou um valor entre esses extremos.
Por último foi criado outro gráfico relacionando a curva tensão/deformação utilizando a
deformação medida pelo clip gage e a medida pelo LVDT, possibilitando um comparativo do
comportamento obtido para cada um dos casos. Análogo ao caso anterior, foi realizada uma
regressão linear, sendo que para este comparativo, foi utilizado os valores obtidos para o ensaio
1 (carregamento perpendicular as fibras).

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Figura 2: Curvas obtidas para a direção perpendicular considerando LVDT e extensômetro
É notável a diferença do módulo de elasticidade do material para cada um dos casos, fato
que pode ser explicado uma vez que o deslocamento medido pelo LVDT leva em consideração
a movimentação do pistão. Isto é, é medido o deslocamento de todo o equipamento e não só a
deformação do corpo de prova, sendo assim necessário uma relação matemática para relacionar
a rigidez do material ensaiado com a medida para este tipo de análise.

6. CONCLUSÃO
Os resultados obtidos considerando como base a deformação medida pelo clip gage foram
muito satisfatórios, apresentando pouca diferença quando comparados com o resultado teórico,
confirmando a regra das misturas. Além disso, foi possível concluir que o material compósito
utilizando apresenta uma composição de reforço próximo aos 30%, de acordo com a Tabela 1.
Já para o resultado utilizando o deslocamento axial do pistão, ocorreu um grande desvio do
valor teórico, apresentando um módulo de elasticidade inferior ao medido. Esse resultado era
esperado, uma vez que o LVDT considera o deslocamento de todo o equipamento, e não
somente do pistão, e por conta disso, a rigidez obtida para esse método é menor uma vez que a
deformação medida será maior.
Além disso, outros fatores podem ter influenciado nos resultados experimentais encontrados,
como a viga estar biengastada (por conta das garras), podendo gerar tensões adicionais no corpo
de prova para o ensaio 3 (45º). Além da célula de carga utilizada para este experimento ser
usada para medições de valores altos de força, gerando uma imprecisão dos resultados obtidos.

REFERÊNCIAS
[1] HIBBELER, Russell Charles. Resistência dos materiais. Pearson Educación, 2010.
[2] CARDOSO, Daniel C. Taissum. Aula 3 - tração: Ensaio de compósito fibroso. 29-29 de aug de
2018. Notas de Aula.

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