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Variação linguística X Ensino de língua

31 de agosto de 2009 por zellacoracao

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(https://zellacoracao.files.wordpress.com/2009/08/palavras.jpg)O modo como a língua portuguesa


é ensinada nas escolas vem sendo muito discutido nos últimos anos, no entanto ainda há muito que
se fazer.
Alfabetizar a criança que inicia seu processo escolar não é uma tarefa tão simples quanto aparenta ser.
A criança antes de entrar na escola aprendeu a falar e a entender a linguagem, sem que essa fosse
dividida em aulas; ao contrário, naturalmente ela foi exposta ao mundo linguistico desde o
nascimento, participou e aprendeu na fala dos grupos com os quais ela conviveu.
A linguagem por ser um fator social e cultural, torna-se o espelho da comunidade linguística a que
está ligada, logo, se cada indivíduo falasse como quisesse, não existiria linguagem da forma como é
organizada socialmente, pois a sociedade auxilia no desempenho linguístico de seus membros.
Ao entrar na escola uma criança vinda de uma comunidade falante de um dialeto que não é o padrão,
(entende-se língua padrão como símbolo de poder político, econômico e social) sentir-se-á
discriminada por não dominar essa linguagem, e o que ela conquistou, o seu conhecimento, é
ignorado.
Ao ensinar língua portuguesa para falantes nativos, a escola deve analisar se esse ensino não está de
alguma forma subestimando a inteligência do aluno ou somente preocupado em transmitir conceitos
e definições, deixando de lado o seu objetivo principal que é mostrar como a linguagem humana
funciona, quais são suas propriedades e usos e como a variação linguística influencia no
comportamento social do indivíduo.
Há, na escola, a preocupação em se transmitir teoria sem explicar a sua finalidade, busca-se o ensino
da língua padrão (modo correto de falar e escrever, segundo as gramáticas normativas), sem
considerar a linguagem que foi adquirida pela criança.
Observe-se, também que, a aquisição da linguagem não se refere unicamente à linguagem escrita,
mas da fala (que apresenta variedade de dialetos), e de leitura. Logo, a criança que é capaz de revelar
enorme capacidade de argumentar, dominando a linguagem oral não deve ser censurada ou tida
como incapaz por não dominar tão bem a linguagem falada.
As incongruências ocorridas na linguagem escrita devem ser explicadas de tal forma que o educando
entenda que não temos uma única forma de falar, mas que existem outras alternativas e, assim, como
não se pode falar ou escrever como bem quiser, pois isso dificultaria a leitura entre as diversidades de
dialetos (aqui entende-se dialetos, como modos diferentes de falar).
A variação linguística existente em nossa sociedade não é tratada na escola de maneira justa. Quando
o aluno ainda não domina a norma padrão, a variação linguística que esse aluno carrega não é aceita,
e é vista como errada a sua forma de expressão verbal e escrita.
Por que não aceitar essa variação como um meio diferente de expressão? Por que não partir do
conhecimento que a criança tem de sua fala e da fala de seus colegas para então ensinar a língua
padrão?
A escola deve mostrar que o dialeto-padrão é apenas uma das variedades de uma língua, sem excluir
as demais formas e que não se precisa de uma gramática normativa (normas que devem ser
seguidas), mas de uma gramática descritiva destinada a explicar como é o funcionamento da língua,
bem como quais as regras regem seu uso.
Como deve ser então, o ensino de língua? Lembrar que não é a simples transmissão de conteúdos
prontos, mas sim como uma tarefa de construção de conhecimento, de transformação e de preparo,
para que o aluno compreenda melhor a sociedade em que vive, propiciando não só a aprendizagem
do dialeto padrão, mas que entenda o ato de ler e escrever como instrumento para compreensão e
construção do significado do mundo.

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Publicado em Variação linguística X Ensino de língua | Etiquetado ensino de língua, língua padrão,
variação linguística | 1 Comentário

Uma resposta

Silvana Almeida dos S. André em 14 de setembro de 2010 às 19:18


excelente, o texto, adorei.

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