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APONTAMENTOS ACERCA DA MUDANÇA SOCIAL DA IDADE MODERNA

Andreza da Silva Vieira1


(UEM)

INTRODUÇÃO

A história do mundo e dos indivíduos nunca foi racional, muito menos previsível. Os
acontecimentos de nosso presente e os do passado são frutos do poder do ser humano de pensar,
lutar pelo que acredita e viver acima de tudo, segundo o seu tempo. É impossível comparar o
ser social contemporâneo com àquele que viveu sob a tutela dos deuses gregos há séculos atrás.
Além disso, nosso olhar sobre o passado é condicionado pelo nosso próprio tempo. O combate
a heresia, isto é, a concepções que fugissem a ortodoxia da doutrina da Igreja romana, adquiriu
papel importante durante os séculos XVI e XVII, período da história moderna. Durante muito
tempo já se havia espalhado um sentimento de insatisfação na população, ligados a um
pensamento de supremacia religiosa predominante na mentalidade daquela sociedade.
Uma das formas de analisar determinados períodos de forma mais solta e leve é por meio
da literatura. Nesse sentido, o livro intitulado O mistério do Círculo faz jus a esta categoria.
Escrito por Leandro Luzone, se encontra na categoria de livros nacionais e sua narrativa é uma
das maneiras de observar as situações do período. A história se inicia com a morte de
sacerdotisas celtas por um assassino que se auto denomina O Inquisidor de Londres e estas
mulheres que são assassinadas são sacerdotisas do círculo, no qual representava ancestrais da
ordem mística celta. Assim, buscam-se encontrar o assassino de qualquer forma e acabam
descobrindo que a Congregação para a Doutrina da fé, a seção de Cúria Romana que substituiu
a Inquisição poderia estar envolvida no caso, pois as sacerdotisas foram executadas com
instrumentos assustadores da Inquisição e são colocados em seus pescoços uma cruz de ferro
gravada nela Sancti Officu.
No decorrer do livro vão sendo descritas as seções de tortura e execução das vítimas,
semelhantes àquelas realizadas no Santo Ofício durante o século XVII. Já as paisagens do livro
são em Londres e suas proximidades. Percebemos que a literatura traz outra forma de se analisar
a história. Historiadores afirmam que o objetivo da pesquisa não é a de buscar a verdade de um

1
Possui graduação em História pela Universidade Estadual de Maringá (2016) e atualmente cursa o mestrado na
mesma instituição, dentro da linha de pesquisa intitulada História, Cultura e Narrativas fornecida pelo Programa
de Pós-Graduação em História da Universidade.
outro tempo, mas sim a concepção do passado formulada no tempo da escritura. (ABUD;
SILVA; ALVES, 2013, p. 47).

Como fonte, [a literatura] possibilita ao historiador estudar as construções e


aplicações do pensamento dos indivíduos e grupos sociais, o que é essencial
ou superficial, quais vicissitudes e idiossincrasias estão presentes, o que é
visceral ou desprezível numa sociedade, quais tabus e preconceitos são
reforçados ou questionados em determinado momento histórico e tantos
outros aspectos constituintes da mentalidade de uma época. (ABUD; SILVA;
ALVES, 2013, p. 46).

O contexto dado por Laura de Mello Souza é muito importante para percebermos as
nuances de uma sociedade. Podemos perceber que muitas análises historiográficas foram feitas
sem esse tipo de conhecimento, dando a entender que as necessidades e os sentimentos de
pessoas de diferentes períodos daquele que vivemos, possuíam pensamentos semelhantes aos
nossos. Porém, ao contemplar todas essas ideias e fatos, podemos concluir que seres sociais da
Idade Moderna pensavam e agiam de forma distinta de nós porque o meio social na qual
estavam inseridos dispunham a eles outras realidades. Dessa forma, é importante nunca
esquecermos de todos esses pequenos aspectos da cultura e do dia a dia de pessoas do século
XVI, pois são esses detalhes que complementam a história de tal forma que nos faz entender as
diferenças, as similitudes e de certa forma sentir o que aquele indivíduo passou no período
analisado.

Os sentimentos de então também eram outros. Por um lado, a vida dura, a


maior sujeição às intempéries da natureza, a iminência de crises de fome, o
desconhecimento de explicações científicas para a origem de doenças e
epidemias diluíam as fronteiras entre o mundo natural e o sobrenatural.
(SOUZA, 1995, p. 8).

MOVIMENTO E CONTROLE SOCIAL: MÉTODOS E PRÁTICAS

Ao analisarmos a questão do conceito de heresia em si, se percebe que o termo “bruxaria”


foi algo recorrente naquele período. Sendo assim, as bruxas existiam, mesmo não voando em
vassouras como alguns acreditavam. Ser bruxa na Idade Moderna significava ser pouco
submissa em relação as demais mulheres do período, era buscar respostas além daquelas
dispostas pela Igreja, e acima de tudo, considerar todas as vontades, dos impulsos sexuais e
pensamentos “pecaminosos” como sendo delas mesmas, e não como tentação do Diabo.
Acredito que tais mulheres consideravam a ideia válida, atribuíam a “culpa” a si mesmas, e
muitas outras foram condenadas sem terem feito coisa alguma. Foi um período histórico onde
dogmas cristãos e outras ideias foram confrontadas, e haviam muitas dúvidas ao redor da
população contemporânea. O comportamento que destoava do padrão era taxado, e sempre de
forma pejorativa. Ao finalizar esse pensamento, posso concluir que apesar de todas ameaças,
as bruxas continuavam existindo. Isto demonstra o descrédito ao cristianismo na Europa
Ocidental e a pluralidade de pensamentos, que sempre havia existido, mas que estavam
começando a se tornar cada vez mais evidente.

Ora, se assim é, bruxas são definidas e têm existência a partir do momento em


que são perseguidas. Foram os caçadores de bruxas que lhes desenharam o
perfil aterrorizador, estereotipado nas denúncias e no corpo de processos
laicos e eclesiásticos, nos manuais de inquisidores, nos tratados
demonológicos. (SOUZA, 1995, p. 13).

A mudança de pensamento do período analisado repercutirá sob todas as partes da


sociedade. Falo assim para reafirmar a mudança significativa dentro do pensamento econômico
da Europa Ocidental. Com a expansão marítima e a busca de riquezas, além da alteração no
sentido econômico (trocas comerciais entre colônias e metrópole, aumento pela busca de
diversos produtos), a sociedade europeia se modificou. Dessa forma, o sentido de boas
produções agrícolas dependia do clima favorável, além de terras férteis; os sentidos religiosos
e individuais não se distinguiam, dando margem para culpabilização daquele vizinho de suas
terras que produzia muito mais que sua lavoura.
Como analisado na aula anterior, a representação de bruxaria e de possessões tinham
similitudes, mas ao mesmo tempo distinções claras. A bruxaria representava a mudança de
comportamento de mulheres com nível social mais baixo do que as classes dominantes, visto
que o sentido da bruxaria era de própria exibição de independência sobre os dogmas previstos
na sociedade do período. “Apresentando ponto de vista semelhante, Michelet inverteu,
entretanto, a abordagem dos alemães em A bruxa, vê a bruxaria como protesto justificável de
servos medievais contra a ordem social que os sufocavam.” (SOUZA, 1995, p. 40). Porém,
relatos semelhantes começaram a ocorrer com donzelas da mais alta hierarquia social, e se
observa que o tratamento que receberam foram outro, diagnosticadas como possuídas e não
como ato de pura rebeldia. A possessão tornava a pessoa vulnerável às ações maquiavélicas,
todas encabeçadas pelo Diabo, não pelo ser humano que ali estava.
Acredito ser importante ressaltar a fala dita anteriormente dentro da discussão acerca da
religiosidade, que a luta constante entre a moral e os instintos são dados reais que perduraram
durante séculos sem haver consciência social sobre o que realmente estava acontecendo. Até
então, a resposta era dada pela própria religião, através de feitiçaria ou de outras ideias, mas
nunca de fato como uma forma do próprio ser, em si, de exasperação dentro daquilo tudo que
o sufocava. Carlo Ginzburg concorda que estudar a religião, de fato é importante para busca
historiográfica de compreensão do período, pois é dimensão importante na Idade Moderna. É
difícil de perceber, mas todas estas amarras sociais que recebemos ao longo dos anos nem
sempre são fortes o suficiente para controlar todos as “nossas” ações. Falo “nossas” no sentido
de coletivo, já que a sociedade nada mais é do que ação conjunta de diversas pessoas. As
relações sociais que obtivemos ao longo dos anos norteiam nossas vidas, e é claro, com nossa
permissão e poder de ação diante das situações. Laura de Mello e Souza afirma que dentro de
todas as narrativas, as seguintes situações se repetem:

(...) o meio urbano, as freiras originárias de famílias burguesas ou de pequena


nobreza, a presença de um padre feiticeiro, os conventos à mercê dos
demônios, a explosão de rivalidades entre diferentes clérigos, a ocorrência de
exorcismos públicos, que funcionavam como elementos reiteradores da fé e
da religião católica, aparentando-se das fogueiras, dos enforcamentos, dos
Autos de Fé e, como eles, expressando a exacerbada sensibilidade barroca.
(SOUZA, 1995, p. 24).

Em sua obra Andarilhos do bem, Ginzburg analisou as atitudes religiosas e a mentalidade


da sociedade camponesa friulana entre os séculos XVI e XVII, sob viés da micro história. A
partir da individualidade das atitudes de cada indivíduo analisado é que o autor trabalha em seu
texto, pois acredita que esse é o melhor método para não generalizar as pesquisas e quantificar
milhares pessoas com mesmos adjetivos. Dentro dessa perspectiva, Carlo Ginzburg consegue
demonstrar uma perspectiva social, mesmo analisando indivíduos. O sociólogo Norbert Elias
(2011) ao buscar o estudo da sociedade e do indivíduo, deixa bastante claro nossa dependência
com todo o meio social e de certa forma legitima as pesquisas da micro história, pois mesmo
que tentasse, o indivíduo não consegue se desvencilhar do meio social, vice-versa:

Assim, cada pessoa singular está realmente presa; está presa por viver em
permanente dependência funcional de outras; ela é um elo nas cadeias que
ligam outras pessoas, assim como todas as demais, direta ou indiretamente,
são elos nas cadeias que a prendem. É essa rede de funções que as pessoas
desempenham umas em relação a outras, a ela e nada mais, que chamamos de
“sociedade”. (ELIAS, 1994, p. 23).

Um exemplo que vale a pena ser abordado e que faz jus a todo esse contexto europeu de
heresias, foi a publicação da obra clandestina Notícias Recônditas do Modo de Proceder a
Inquisição de Portugal com os Seus Prezos no século XVII. Naquela época, era necessária
autorização da Igreja e da Coroa para publicar. Somente após essa dupla autorização os mais
diferentes escritos poderiam levados ao público. O texto acabou ficando em manuscrito e teve
relativamente pouca divulgação na época, já que não foi publicado, é claro, visto o manifesto
nele feito em busca do fim desses julgamentos. Em 1708 foi publicada em Londres uma
tradução inglesa e em 1722, se imprimiu uma tradução para português e castelhano, tendo sido
enviados para Portugal alguns exemplares. Em 1821, já extinta a Inquisição, foi o texto
publicado em Portugal com algumas adaptações. O documento se baseia em relatos de várias
pessoas que foram processadas pela Inquisição. Devido ao sigilo imposto pelo Santo Ofício
ninguém tinha informações sobre os processos movidos contra outros réus, por isso a
necessidade de recolher várias informações. Quando alguém era denunciado, já o consideravam
culpado. Seus bens eram confiscados e seus familiares eram expulsos das residências, ficando
sem amparo financeiro algum.
Os homens de família presos deixavam suas esposas e filhos em uma situação
extremamente delicada. Noticias chega a afirmar que muitas mulheres não viam alternativas a
não ser prostituir para viver, enquanto os filhos desamparados se tornavam pedintes nas ruas.
Tendo em vista o controle e o poder que a Igreja possuía sobre a vida das pessoas, a própria
família do preso acabava sendo ignorada pelos demais parentes. Ser preso pela Inquisição
demonstrava fraqueza espiritual, vergonha e pobreza. Ajudar a família necessitada não seria ato
de piedade e sim motivo para também serem interrogados pelo Santo Ofício. Além disso, as
mulheres não tinham voz nem poder de ação durante esse período da história e, sem um pai ou
um marido para sustentá-las, dificilmente sobreviveriam. Mesmo quando o preso era liberto por
falta de provas, os bens confiscados não retornavam para as famílias. Anita Novinsky afirma
que mesmo liberto, o preso nunca era de fato absolvido de suas acusações. (NOVINSKY, 1991,
p. 65).
Quanto à situação das celas, Notícias Recônditas aponta com detalhes a precariedade das
instalações destinadas aos presos. A cela era pequena, e a luz era somente aquela que entrava
por um pequeno buraco na parede. À noite, era entregue em cada cela uma candeia e “todo dia
estão desejando a noite para lhes darem à luz; esta he huma tigelinha de barro vidrado, com
hum bico como candeia”. (NOTÍCIAS, 1821, p. 23). Dentro da cela se colocavam entre 4 e 5
homens, às vezes mais. O local não era arejado e em razão disso, a cama ficava úmida. Os
hereges recebiam a cada 8 dias uma quantidade de água que deveria ser racionada, porque caso
acabasse, somente seria reposta após oito dias. A periodicidade era a mesma para os dejetos,
que eram retiradas somente a cada oito dias. Notícias ressalta que tanto os que foram presos
injustamente quanto os visivelmente culpados acabavam recebendo a mesma forma de
tratamento. “E consistindo na igualdade a justiça, que maior injustiça, que esta desigualdade?”
(NOTÍCIAS, 1821, p. 26). Para o autor, o ambiente precário corrompia a mente das pessoas,
que desesperadas por liberdade estavam dispostas a fazer de tudo, até mesmo confessar
mentiras.

A confissão era imprescindível por constituir a chave do sistema penal do


Antigo Regime. Assim, recorria-se à tortura para extorqui-la, o procedimento
jurídico assentando-se na arbitrariedade e na intimidação. A Época Moderna
torturou muito mais do que a Idade Média, por tanto tempo denominada Idade
das Trevas. No caso da bruxaria, havia que confessar o pacto demoníaco.
A tortura física não era o único meio para produzir confissões; havia os longos
períodos de isolamento nos cárceres (...). (SOUZA, 1995, p. 32).

Dentro dessa atmosfera, a convivência era insuportável. As intrigas muitas vezes


fomentavam rivalidades e não era incomum que um preso denunciasse heresias de um colega
de cela ou então realizassem confissões que implicavam, de forma mentirosa o outro, como
forma de se vingar. Até mesmo quando percebiam que o companheiro de cela seria libertado,
logo se dava um jeito de realizar denúncias para que o mesmo continuasse preso. Uma das
muitas proibições dentro dos cárceres era o diálogo. Se os funcionários da Inquisição
percebessem conversas entre uma cela e outra, todos os que estavam naquela cela eram
castigados, e tal castigo deveria servir de exemplo para os outros, que, por conseguinte; “basta
que bata hum [na parede], para todos serem castigados (...). O peccante he castigado porque
bateo, ou fallou; e os outros, porque o não accusárão”. (NOTÍCIAS, 1821, p. 34).

CONCLUSÃO

Ao observar os relatos das bruxas do período quanto o encontro com o demônio, Margaret
Murray afirma que o mesmo era frio no tratamento e presunçoso nas atitudes, e buscava copular
com todas e engravidá-las. “É esta declaração da frieza física do demônio que escritores
modernos usam como exemplo para provar suas alegações de que as bruxas sofriam de
alucinações.” (MURRAY, 2003, p. 153). A autora também percebe que o mesmo discurso
acaba se repetindo durante os interrogatórios, narrativas com semelhanças relativamente
idênticas: O Diabo aparecia no mesmo horário, com atitudes semelhantes e realizava as mesmas
ações sob atitudes iguais. A partir dessa observação, acredito que o fato de algo ou alguma coisa
serem vistos por várias pessoas num determinado tempo, acaba entrando no inconsciente
individual. Porém isto não significa que aquelas que sofriam de alucinações segundo tal autor,
muito menos que não acreditavam no que estavam vivenciando. Afirmar que centenas de
pessoas sofriam de alucinações é algo, ao meu ver, bastante simplório.
Dando sequência a essa construção de pensamento, Carlo Ginzburg afirma a necessidade
do historiador estar ciente de que a documentação e os relatos que hoje possuímos para pesquisa
foram postos por intermediários daquela cultura, e não o próprio personagem. A documentação
friulana, por exemplo mostra que houve certa modificação cultural dentro do culto dos
benandanti a partir das interferências dos inquisidores, que acabou ao longo dos anos assumindo
moldes da feitiçaria tradicional. Ginzburg traz vários outros testemunhos, que embora não
tivessem relação direta com o os indivíduos Gasparutto e Moduco, continham analogias
importantes aos seus relatos. Estes testemunhos comprovam um vínculo, ainda que pequeno,
entre as diversas características religiosas dispostas naquela sociedade.
Vale a pena voltar novamente para as ideias sociais de Norbert Elias (2011), no qual
ressalta que mesmo os indivíduos dispostos a contrariarem a sociedade, neste caso a Coroa e a
Igreja em favor da sobrevivência, acabavam permanecendo de forma tal a ser submisso às suas
vontades. Esse processo social que nos diferencia entre si, mas que ao mesmo tempo une em
busca de melhor convivência, nos ensina (por meio dos próprios indivíduos) a como se
comportar em determinadas situações e em determinados lugares, por exemplo. É exercida uma
coação por uma pessoa sobre outra, e a exigência de bom comportamento é colocada
enfaticamente. O que vivenciamos é o controle das emoções. Norbert Elias (2011) afirma que
os hábitos aos poucos vão se internalizando e tornam parte do autocontrole. Após um tempo,
se tornam tão óbvias que nem é preciso mencioná-las.
Outra ideia na qual consideramos importante fazermos certa observação se encontra neste
trecho do livro de Margaret Murray: “O demônio apareceu diante dela, com a aparência de um
rapaz com roupas bonitas... E naquele momento o demônio deu a ela suas marcas; e sumiu
deixando-a atônica”. (MURRAY, 2003, p.158). Afirmar que havia se relacionado com o
demônio é uma ideia que faz bastante sentido ao período proposto. Veja bem, o controle social,
moral das pulsões durante o século XVII foi algo predominantemente forte na maior parte da
região europeia. Sendo assim, quando alguma jovem sentia algo além daquilo que deveria sentir
segundo a moral e os bons costumes, consequentemente traria a lembrança do demônio, pois
só ele colocaria pensamentos eróticos em sua mente. Ou quando um rapaz bonito conseguia
seduzir a moça, obviamente ele não era um rapaz comum, era o demônio também, pois a fez
cair em tentação e ter relações sexuais com o mesmo.

SOBRE OS AUTORES
Laura de Mello e Souza (1953 -): Nasceu e estudou em São Paulo, foi docente do
Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
Universidade de São Paulo desde 1983, encontrando-se aposentada desde agosto de 2014.
Desde setembro de 2014, ocupa a cátedra de História do Brasil na Universidade de Paris IV -
Sorbonne. Possui graduação em História pela Universidade de São Paulo (1975), mestrado em
História Social pela Universidade de São Paulo (1980), doutorado em História Social pela
Universidade de São Paulo (1986) e Livre-Docência em História Moderna pela Universidade
de São Paulo (1993). Realizou pesquisas sobre a história de Minas Gerais no século XVIII;
sobre cultura, sociedade e política no império português nos séculos XVI-XVIII; sobre as
relações entre a Europa e o Novo Mundo nos séculos XVI-XIX; sobre a historiografia brasileira
do século XX.

Margaret Alice Murray (1863 - 1963): Sua carreira começou e terminou em University
College London (UCL), onde passou toda sua carreira acadêmica a partir de 1894. Formada em
Egiptologia, em 1899 foi a primeira mulher a ser nomeada como palestrante no Reino Unido.
Mesmo tendo orgulho das atitudes de Murray no campo acadêmico, UCL não nomeou
professoras mulheres até o ano de 1949. Porém, UCL concedeu a Murray doutorado honorário
em 1931. Egiptóloga, arqueóloga, antropóloga, folclorista e feminista da primeira onda, ela é
mais conhecida por um livro sobre bruxaria que moldou profundamente a fé wicca moderna.
Hoje seu trabalho foi quase que completamente desacreditado e refutado, ainda que Margareth
Murray tenha sido uma das autoridades mais importantes do mundo em bruxaria.

Carlo Ginzburg (1939 -): Formado em História, lecionou em Universidade de Bolonha,


na Itália. Após um tempo se mudou para a América onde passou a lecionar nas universidades
de Harvard, Yale, Princeton e da Califórnia. Nesta, Carlo Ginzburg ocupou durante duas
décadas a cadeira de Renascimento Italiano no Departamento de História. Sua atividade em Los
Angeles começou no ano de 1988 e, na metade da primeira década do século XXI, o italiano
regressou ao seu país de origem para lecionar cultura europeia na mesma Escola Normal
Superior de Pisa onde teve sua formação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
___. Laura de Mello e Souza. Disponível em
<http://historia.fflch.usp.br/docentesaposentados/laurademelloesouza> Acesso em 28/11/2017
às 16:37.

___. Notícias Recônditas do Modo de Proceder a Inquisição em Portugal. Lisboa: Imprensa


Nacional, 1821.NOVINSKY, A. A Inquisição. São Paulo: Brasiliense, 1982.

ABUD, Kátia Maria. Ensino de história. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.

ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Vol. 1, 2ª ed. Rio de
Janeiro: Zahar, 2011.

GASPARETTO JUNIOR, A. Carlo Ginzburg. Disponível em


<https://www.infoescola.com/biografias/carlo-ginzburg/> Acesso em 28/11/2017 às 17:23.

GINZBURG, Carlo. Os andarilhos do bem: feitiçarias e cultos agrários nos séculos XVI e
XVII. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

GINZBURG, Carlo. História e cultura: conversa com Carlo Ginzburg. Estudos Históricos, v.
3, n. 6. p. 254-263, 1990. Entrevista concedida a Alzira Alves de Abreu, Angela de Castro
Gomes e Lucia Lippi Oliveira. Disponível em
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/viewFile/2300/1439> Acesso em
28/11/2017 às 17:59.

LUZONE, Leandro. O mistério do Círculo. São Paulo: Editora Novo Século, 2010.

MURRAY, Margaret. O culto das bruxas na Europa ocidental. São Paulo: Madras, 2003.

SOUZA, Laura de Mello. A feitiçaria na Europa moderna. São Paulo: Editora Ática, 1995.

WHITEHOUSE, R., (2013). Margaret Murray (1863–1963): Pioneer Egyptologist, Feminist


and First Female Archaeology Lecturer. Archaeology International. 16, pp.120–127. DOI:
http://doi.org/10.5334/ai.1608

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