Vous êtes sur la page 1sur 23

O Osciloscópio

1. Introdução
O osciloscópio é um instrumento que permite observar numa tela plana uma
diferença de potencial (ddp) em função do tempo. Um osciloscópio tipicamente
usado em laboratório tem dois canais de entrada, permitindo assim observar duas
diferenças de potencial, ou duas ddp, em função do tempo. Vários modelos de
osciloscópio comumente usados também permitem que se observe uma diferença
de potencial em função de uma outra diferença de potencial, ou seja, a sua tela
passa a exibir um gráfico do tipo vo x vi, onde vo(t) e vi(t) são as duas diferenças de
potencial presentes nos dois canais de entrada. A figura abaixo mostra o painel de
um osciloscópio que apresenta as duas possibilidades acima mencionadas.

O elemento sensor é um feixe de elétrons que, devido ao baixo valor da sua


massa, e também por serem partículas carregadas, podem ser facilmente aceleradas
e defletidas pela ação de um campo elétrico ou magnético que seja transversal a tal
feixe. A diferença de potencial é lida a partir da posição de uma mancha luminosa
na tela plana, constituída por um retângulo graduado. A mancha resulta do impacto
do feixe de elétrons num alvo revestido de um material fluorescente.
O osciloscópio é essencialmente constituído por duas partes, que serão
posteriormente detalhadas: o tubo de raios catódicos, com anteparo em forma de
tela fluorescente e diversos circuitos eletrônicos.

1.1 - A Tela do Osciloscópio e suas Escalas

O monitor de um osciloscópio é, normalmente, um retângulo de 10 cm x 8 cm,


subdividido em 80 quadrículas que permitem a leitura dos sinais visualizados, na
direção vertical (tensão) e na direção horizontal (tempo). As escalas de tensão e de
tempo são ajustáveis, respectivamente por um seletor de ganho e por um seletor
chamado base de tempo.
A relação entre o desvio espacial vertical, Y, e a correspondente tensão, V, é
dada por:
V = S.Y
onde S representa a sensibilidade em Volt/divisão ou, em outras palavras, a escala
vertical.
A relação entre o desvio espacial horizontal, X, e o correspondente intervalo de
tempo, T, é dada por:
T = S.X
onde S representa a sensibilidade em Tempo/divisão (chamado Base de Tempo do
osciloscópio) ou, em outras palavras, a escala horizontal.

1.2 - Flexibilidade na Medição de Grandezas

Como muitas grandezas físicas são medidas através de um sinal elétrico de


tensão, o osciloscópio é um instrumento indispensável em qualquer tipo de
laboratório e em situações tão diversas como o diagnóstico médico, mecânica de
automóveis, prospecção mineral, etc. Embora o osciloscópio tenha sido
inicialmente concebido para ser um medidor de tensão, ele não pode ser
considerado meramente como um voltímetro em que se pode ver a forma de onda.
Ele permite medir os valores instantâneos de sinais elétricos de tensão que variam
com alguma rapidez (a qual depende da freqüência máxima em que o equipamento
pode operar - os osciloscópios mais simples vão até 20 MHz), os tempos
característicos de tais variações, tensões elétricas contínuas, frequências de sinais
periódicos quaisquer, diferenças de fase de sinais de tensão senodais e
características vo x vi de circuitos eletrônicos diversos.

2. O Tubo de Raios Catódicos

O tubo de raios catódicos é o elemento essencial do osciloscópio. Ele consiste


numa ampola de vidro fechada (uma válvula) no interior da qual se encontram, sob
vácuo (cerca de 10-3 mbar), os seguintes componentes:
• o canhão eletrônico, responsável pela emissão de um feixe dirigido de
elétrons;
• o sistema de desvio magnético ou eletrostático do feixe de elétrons (placas
de deflexão);
• o alvo fluorescente (tela) em sulfureto de zinco.
A figura abaixo ilustra a estrutura básica do tubo de raios catódicos.
Esquema simplificado de um tubo de raios catódicos: F é um filamento de
tungstênio, C é o catodo, de material alcalino, W é a grelha de Wehnelt, G, A1 e A2
são eletrodos, X1 X2 Y1 e Y2 são as placas de deflexão (horizontal e vertical,
respectivamente) do feixe de elétrons, e A3 é um revestimento condutor.

2.1 - O Canhão Eletrônico


O canhão eletrônico, ou canhão de elétrons, é o dispositivo que produz e
controla o feixe de elétrons que vai gerar a imagem visível na tela do osciloscópio.
Ele é a parte do tubo de raios catódicos que está detalhada na figura abaixo:

Canhão de elétrôns de um tubo de raios catódicos.

O canhão eletrônico pode ser subdividido em três partes principais:

• catodo emissor de elétrons:constituído pelo filamento F que, quando


aquecido pela passagem de corrente elétrica, promove a emissão de elétrons
do catodo C, por efeito termiônico;
• grelha de comando (cilindro de Ewhnelt):a grelha W, quando é
polarizada negativamente em relação ao eletrodo A2 (anodo), forma e
acelera o feixe de elétrons. A intensidade do feixe, ou seja o brilho da
imagem, é controlada através da ddp entre a grelha e o anodo: quanto maior
for esta ddp maior é o número de elétrons no feixe, ou seja, mais brilhante
ele é;

• sistema de aceleração e focagem:constituído pelos eletrodos G e


A1, posicionados entre a grelha W e o anodo, limitam a secção transversal do
feixe (focagem), por um ou mais diafragmas e lhe imprimem ainda uma
certa aceleração. O eletrodo G permite eliminar a interação entre os
comandos de brilho e de focagem.
Os raios catódicos são obtidos em vasos fechados a pressões inferiores a cerca
de 10-3 mbar encerrando dois eletrodos aos quais se aplica um potencial
suficientemente elevado. Estes raios são formados por elétrons e, por isso, podem
ser manipulados por intermédio de campos elétricos e magnéticos. Os elétrons, por
terem uma pequena massa (9,11 x 10-31 kg), são muito sensíveis a pequenas ddp,
justificando assim o uso de raios catódicos na construção de osciloscópios.
A eficiência de produção de elétrons pode ser substancialmente aumentada
quando é aplicado o fenômeno da emissão termiônica ao catodo. Sabe-se que os
metais incandescentes emitem espontaneamente elétrons, mesmo na ausência de
um campo elétrico, os quais formam uma nuvem eletrônica em torno do corpo
incandescente. Assim, quando se aquece o catodo forma-se em torno deste uma
nuvem eletrônica. Se ao catodo for aplicada uma diferença de potencial,
relativamente ao anodo, o campo elétrico resultante arrastará os elétrons no sentido
do anodo, formando-se assim um feixe eletrônico (ou feixe de raios catódicos).

2.2 - O Sistema de Deflexão

A figura representativa do tubo de raios catódicos é repetida a seguir, por


comodidade.
O sistema de deflexão do feixe é contituido pelos eletrodos X1 e X2, dispostos
na direção horizontal, e pelos eletrodos Y1 e Y2, dispostos na direção vertical. Se os
eletrodos estiverem todos no mesmo potencial, o feixe de elétrons atravessa a
região do espaço compreendida entre os dois pares de eletrodos e incide no centro
do alvo fluorescente, onde se verá uma mancha luminosa. Quando se aplica uma
ddp aos eletrodos o feixe eletrônico é defletido. Como resultado, a mancha
luminosa apresenta um deslocamento da sua posição sobre o alvo, diretamente
proporcional à ddp entre os dois pares de eletrodos. Isto é descrito por
• x = KxVx
• y = KyVy
onde Vx e Vy são as ddp's aplicadas às placas, e Kx e Ky são constantes de
proporcionalidade que dependem da construção do osciloscópio.
Se o osciloscópio for usado para observar a variação de uma ddp em função
do tempo, esta tensão será aplicada às placas horizontais Y1Y2, provocando o
deslocamento vertical do feixe. O deslocamento vertical será proporcional à ddp Vy
aplicada. Às placas verticais X1X2, aplica-se uma ddp Vx, fornecida por um circuito
eletrônico chamado base de tempo. A ddp aplicada pelo circuito da base de tempo
atuará sobre o feixe deslocando-o na direção horizontal, da esquerda para a direita,
com uma velocidade constante denominada velocidade de varredura. Na tela obter-
se-á a imagem da função y(x)=Vy(t). Neste modo de funcionamento diz-se que o
osciloscópio está funcionando no modo y-t. Se em vez da tensão de varredura
aplicarmos às placas verticais uma outra ddp Vy, obteremos na tela a imagem da
função Vy=Vy(Vx). Neste último caso diz-se que o osciloscópio está funcionando no
modo x-y.

2.2.1 - O Elétron num Campo Elétrico


A figura seguinte esquematiza o princípio básico do sistema de deflexão
elétrica de um feixe de elétrons.

Figura 2c

Desvio da direção de propagação de um feixe de elétrons por ação de um


campo elétrico. Na ausência de um campo elétrico o feixe de elétronss
propaga-se em linha reta, incidindo no centro do alvo. Quando se aplica uma
ddp aos eletrodos X1 e X2 , cria-se um campo elétrico na região entre estes,
transversal à direção de movimento do feixe, o qual desvia a direção de
propagação do feixe de elétrons de uma distância delta sobre o alvo.

Supondo que se aplique uma ddp V aos eletrodos X1 e X2, então, desprezando os
efeitos das bordas, na a região compreendida entre os eletrodos se cria um campo
elétrico uniforme, perpendicular às placas, com sentido do potencial positivo para
o potencial negativo, e que tende a deslocar os elétrons no sentido oposto ao do
campo elétrico.
Suponha, agora, um elétron que se propaga de forma retilinea, segundo a
direção oy, com velocidade constante v. O movimento desta partícula pode ser
separado em duas componentes: a componente perpendicular e a componente
paralela ao campo elétrico. As equações do movimento do elétron são dados por

x = v 0t
y = (1/2).a.t2 = (eV/2md)t2
Eliminando o tempo t das duas equações, obtém-se a equação da trajetória do
elétron, dada por
y = (eV/2md.v02). x2
Verifica-se que o elétron, na região do campo, descreve uma trajetória parabólica.
Quando o elétron emerge do outro lado da região, passa a propagar-se numa linha
reta tangente à parábola anterior. Note-se que este deslocamento depende apenas
da ddp V uma vez que os outros parâmetros são fixos.

2.2.2 - O Alvo Fluorescente

O alvo fluorescente converte a energia do feixe de elétrons em luz visível, a


partir do choque dos elétrons acelerados com o alvo. Tal choque libera energia, sob
a forma de luz. Isto permite a observação do ponto de incidência do feixe no alvo.
Além da emissão de luz, o alvo emite também elétrons secundários que são
atraídos pelo revestimento condutor do tubo, fechando assim o circuito elétrico. Os
elétrons secundários, ao se acumularem sobre a superfície da tela, dão origem ao
fenômeno bem conhecido de eletricidade estática.
A eficiência da luminosidade do alvo depende essencialmente de três fatores: a
concentração do dopante fluorescente do alvo, a energia cinética dos elétrons e a
intensidade do feixe eletrônico. A concentração de dopante é estabelecida pelo
fabricante do aparelho. A energia do feixe de elétrons depende da geometria e das
tensões do canhão eletrônico e do dispositivo de pós-aceleração. A intensidade do
feixe pode ser ajustada através do comando de brilho que permite controlar o
número de elétrons emitidos pelo catodo.
A persistência da fluorescência do alvo é muito pequena de modo a ser possível
observar sinais muito rápidos. Mas como nem o olho nem o cérebro humano têm
capacidade de analisar acontecimentos tão rápidos, a visualização dos traços na
tela é conseguida através de passagens sucessivas do feixe eletrônico pelos
mesmos pontos. Isto limita, é claro, o uso do osciloscópio à visualização de sinais
periódicos apenas. Para que se repita sempre o mesmo ponto inicial do sinal
exibido, e assim se tenha a superposição de imagens idênticas, dando a sensação
visual de uma imagem fixa (ou congelada) do sinal na tela, é necessário que haja
um sincronismo entre as varreduras sucessivas, sincronismo este controlado pelo
circuito da base de tempo.
A figura a seguir dá uma idéia de como isto se processa. À esquerda, é
mostrado o sinal que se quer mostrar, assim como os pontos em que se iniciam as
varreduras, e à direita é mostrada a correspondente imagem vista na tela.

A sobreposição sucessiva das varreduras que se iniciam sempre no mesmo valor


de y(t) origina um traço estável na tela do osciloscópio.
3. Os Circuitos Eletrônicos Básicos

Todo o controle de escalas de tempo e de tensão, ou seja, do movimento de


deflexão horizontal e vertical do feixe de elétrons, é realizado por meio de circuitos
eletrônicos os mais diversos, indispensáveis ao perfeito funcionamento do
equipamento.
Os circuitos eletrônicos principais de um osciloscópio típico são mostrados no
diagrama de blocos representado na figura abaixo:

Diagrama de blocos de um osciloscópio típico.

Dentre tais circuitos, destacam-se:


• Circuito de entrada;
• Seletor de ganho do módulo de amplificação;
• Seletor de modo de entrada;
• Circuito da base de tempo;
• Seletor de modo de funcionamento;
• Seletor da fonte do trigger;
• Filtro;
• Tela do osciloscópio (já descrita anteriormente).

3.1 - O Circuito de Entrada

Os sinais são aplicados ao osciloscópio através das entradas Y e TRIGGER


EXT, que devem apresentar uma resistência interna de entrada de 1 M Ohm. Os
amplificadores usados para ajustar a amplitude do sinal usado nas placas de
deflexão (o que equivale a selecionar a escala na tela do instrumento) devem,
portanto, assegurar tal impedância de entrada.

3.1.1 - Seletor de Modo de Entrada

Normalmente, os osciloscópios dispõem de duas entradas verticais (Y), mas


também se encontram aparelhos com quatro entradas. Junto a cada entrada Y
encontra-se o seletor do tipo de acoplamento ao módulo de amplificação. A figura
que se segue representa o esquema do circuito de entrada onde se pode ver o
seletor de comutação que permite selecionar um entre os vários tipos de
acoplamento.
Esquema do circuito de entrada, onde a chave comutadora permite selecionar o
tipo de acoplamento: AC, DC, ou GND. O amplificador de ganho variável
controla a escala de visualização dos sinais.

As opções são as seguintes


• DC (acoplamento contínuo) - o sinal na entrada é aplicado diretamente ao
circuito de amplificação. Dessa forma, o sinal aparece na tela exatamente
como ele é, sem que nenhuma componente seja eliminada ou mascarada;
• AC (acoplamento alternado) - só a componente variável no tempo do sinal é
aplicada ao amplificador, ou seja, a componente contínua, se houver, é
filtrada pelo capacitor C. Há algumas literaturas que chamam este modo de
acoplamento de acoplamento capacitivo;
• GND - o sinal presente na entrada é curto-circuitado com a massa. Esta
posição da chave comutadora é usada sempre que se pretende ajustar o nível
de tensão zero, também designado por linha de base.
A figura abaixo mostra como seria visualizado o mesmo sinal y(t), usando-se
cada um dos três tipos de acoplamento:
Visualização de um sinal Vy como função do tempo nos modos AC, DC e GND,
respectivamente.

3.1.2 - Ganho dos Amplificadores Verticais

Junto de cada entrada encontra-se também o regulador de ganho do


amplificador vertical que regula a escala de tensões na tela. Habitualmente as
escalas de tensão variam entre 5 mV/cm e 20 V/cm, podendo ser selecionada de
acordo com a amplitude do sinal em observação. Como a altura da tela é 8 cm, é
possível observar uma ddp de até o máximo de 160 V pico a pico. No entanto,
quando necessário, é possível a medição de ddp's de amplitudes maiores, bastando
para tal atenuar o sinal por um fator conhecido. As pontas de prova permitem,
geralmente, atenuações do sinal por um factor de 10, o que nos permitiria medir
ddp's de até 1600 V pico a pico. É necessário, porém, respeitar o limite máximo de
tensão de entrada, dado pelo fabricante, sob pena de danificar os amplificadores de
entrada.
Na escala de 5 mV/cm a ddp a ser visualizada é aplicada diretamente à entrada
de um amplificador de ganho 1400. Em todas as outras escalas o sinal é
primeiramente atenuado por um ou vários circuitos de atenuação de modo que à
entrada do amplificador a amplitude do sinal apresente uma amplitude menor ou
igual a 5 mV/cm. Os atenuadores utilizados são divisores de tensão resistivos.
Como se pode ver na figura abaixo, nas escalas 50 mV/cm, 0,5 V/cm e 5 V/cm a
ligação é efetuada através dos atenuadores A1, A2 e A3. Uma atenuação
suplementar, por um fator de 2 ou 4, pode ser obtida com a inserção dos
atenuadores B1 e B2. A aplicação simultânea dos atenuadores A e B permite obter
atenuações que variam entre 1/2 e 1/4000, a que correspondem 12 escalas entre 5
mV/cm e 20 V/cm. A utilização de atenuadores é um expediente que permite medir
uma larga gama de tensões apenas com um único amplificador em cada canal
vertical.

Representação dos atenuadores utilizados para definir as escalas verticais.

Para medir uma ddp basta multiplicar o comprimento, em centímetros, que o


sinal abrange na escala vertical, relativamente à linha de base, pelo valor do ganho
selecionado. Por exemplo, se um sinal apresenta uma amplitude de 5 cm na tela e a
escala utilizada é 0,1 V/cm, a amplitude do sinal em volts vale 5cm x 0,1V/cm =
0,5V.

3.3 - Base de Tempo, Varredura e


Sincronismo

A análise de sinais desconhecidos com o osciloscópio é sempre feita em função


de outra tensão de características conhecidas. Normalmente aplica-se a tensão
conhecida às placas de deflexão horizontal, e ela geralmente é uma função linear
no tempo. Essa função tem a forma de um dente de serra, como se pode ver na
figura que se segue, e origina um movimento horizontal do feixe eletrônico com
velocidade constante, chamado varredura. O circuito que gera o sinal responsável
pela varredura chama-se a base de tempo do osciloscópio. Isto se deve ao fato de
qua tal sinal é que define o eixo horizontal (eixo do tempo) na tela do osciloscópio.

Tensão em dente de serra aplicada às placas


verticais do tubo de raios catódicos dando origem
a um movimento horizontal do feixe de elétrons. O
impulso de sincronização marca o início
dos ciclos de varredura.

3.3.1 - Varredura e Sincronismo ("Trigger")

A visualização contínua da imagem na tela se deve ao fato de que varreduras


sucessivas são realizadas durante todo o tempo que o equipamento permanece
ligado. Tais varreduras sucessivas são controladas por um circuito eletrônico que
se chama base de tempo do osciloscópio. Tal nome se deve ao fato de que tal
varredura é que gera o eixo horizontal (tempo) do gráfico Vxt.
Cada varredura se inicia no lado esquerdo da tela e termina no lado direito.
Mas, uma questão importante surge: quando e como se deve iniciar uma varredura?
Se as varreduras se repetirem sem interrupção, sem qualquer tempo de espera entre
varreduras sucessivas, só por mero acaso se poderia obter a sincronização das
frequências da varredura e do sinal. Conseqüentemente, os ciclos consecutivos de
varredura não se sobreporiam coerentemente, surgindo na tela uma imagem
desordenada e incompreensível, como se pode ver no exemplo da figura abaixo.

O gatilho (trigger) designa um circuito eletrônico que produz um sinal de


disparo sempre que o sinal presente na sua entrada, o sinal de trigger, satisfaz
certas condições. O sinal de disparo é aplicado ao circuito da base de tempo,
marcando o início de uma varredura. O sinal de trigger pode ser um dos sinais em
análise ou um outro sinal externo, dependendo do modo de trigger selecionado. As
condições que o sinal de trigger deve satisfazer incluem o declive e a amplitude e
podem ser ajustados manualmente. Deste modo é possível selecionar um ponto
preciso do sinal de trigger para iniciar a varredura, produzindo-se na tela do
osciloscópio um traço estável.
Como a frequência dos sinais normalmente observados no osciloscópio é
relativamente alta, a varredura horizontal deve ser automática e rápida. A
persistência das imagens na retina do olho humano é, em geral, muito maior que o
intervalo de tempo entre duas passagens sucessivas do ponto luminoso. Por isso,
não nos é possível observar a mancha luminosa deslocando-se, vendo-se apenas
um traço brilhante contínuo sobre a tela. Só com freqüências de varredura menores
que 4 Hz ou 5 Hz é possível observar o movimento da mancha sobre a tela.
O trigger designa um circuito eletrônico de sincronização entre a varredura da
base de tempo e o sinal a medir. Este circuito sobrepõe as imagens consecutivas do
sinal de forma a permitir uma visualização cômoda deste. O sincronismo é obtido a
partir da comparação de uma tensão de referência Vr, regulável e constante
(designada por nível de trigger ou trigger level) com o valor e inclinação do sinal a
medir Vy. Quando o valor da tensão do sinal iguala o nível de trigger, o circuito de
trigger aplica à entrada do circuito da base de tempo um impulso que assinala o
início da varredura. O circuito de sinconização produz o disparo sempre numa das
fases, ascendente ou descendente, do sinal. A fase, ascendente ou descendente,
pode ser selecionada pelo operador, a partir de uma chave seletora com as duas
opções.
A ação da tensão de varredura Vx cessa quando o feixe de elétrons atinge o lado
direito da tela. Durante o intervalo de tempo em que a ddp Vx retorna a 0 V, a
grelha G é sujeita a uma tensão mais negativa que o catodo, de forma a impedir os
elétrons de atingirem o alvo, não se observando assim o traço de retorno (ou
retraço). A varredura subseqüente se inicia no instante seguinte em que a tensão do
sinal transitar pelo nível de trigger, segundo a inclinação (slope) selecionada. A
figura abaixo, repetida aqui por comodidade, mostra a sucessão de "frames" para
diferentes níveis de trigger e tempos de varredura.

3.3.2 - O Seletor da Base de Tempo


O movimento do feixe inicia-se quando o circuito de trigger aplica um impulso
de sincronização à entrada do circuito da base de tempo. O tempo de varredura,
Tvar, é dado pelo tempo de subida do sinal dente de serra. A varredura seguinte
inicia-se quando o circuito da base de tempo receber outro impulso de sincronismo.
O tempo de varredura, e portanto a escala da base de tempo, é determinada
pelo tempo Tvar. Este valor pode ser ajustado através de um seletor, chamado TIME
BASE, que permite a seleção de valores entre 200 ms e 0,5 mms, dependendo da
freqüência limite de operação dos osciloscópios.

3.3.3 - O Seletor de Modo de Sincronismo


Para os casos de osciloscópios mais convencionais, existem dois tipos de
sincronização possíveis, que se chamam TRIGGER AUTO e TRIGGER
NORMAL:
• TRIGGER AUTO - a varredura se processa permanentemente, em intervalos
regulares, mesmo quando não existe nunhum sinal nas entradas.
Selecionando na base de tempo um tempo de varredura lento (digamos
maior que 500 ms/cm) é possível ver a macha luminosa deslocar-se
horizontalmente através da tela. Para varreduras mais rápidas, tem-se a
percepção de uma linha contínua devido à persistência das imagens na retina
do olho humano (cerca de 40 ms). Nos modelos mais simples de
osciloscópios este modo de trigger é acionado selecionando a posição AT do
seletor de modo de trigger;
• TRIGGER NORMAL - a varredura só se inicia se existir um sinal de entrada
compatível com o nível de trigger selecionado. Neste modo de trigger não
há visualização na tela quando não existe nunhum sinal nas entradas, além
do que exige o ajuste freqüente do nível de trigger quando se observam
diversas ddp.

3.3.4 - O Seletor da Fonte de Sincronismo

Existem, também, dois sinais de trigger passíveis de serem selecionados, que


são um sinal externo (EXTERNAL TRIGGER) e o próprio sinal sendo visualizado
(INTERNAL TRIGGER).
• INTERNAL TRIGGER - o sincronismo do trigger é efetuado com um dos
sinais presentes nas entradas do osciloscópio. Nos osciloscópios de dois
canais, pode-se selecionar o sinal a partir do qual se processará o
sincronismo. Ou seja, seleciona-se a tensão aplicada ao canal 1 ou a tensão
aplicada ao canal 2, através de uma chave seletora. (Em alguns casos,
também é possível mostrar apenas um canal, e usar o sinal do outro canal
como sinal de sincronização.)
• EXTERNAL TRIGGER - neste modo o sinal de sincronização é aplicado
numa entrada disponível para tal fim. Este modo é usado quando, por
exemplo, o sinal que se pretende mostrar contém ruído que se pretende
eliminar e se dispõe de outro sinal com frequência igual.
A maioria dos modelos de osciloscópio permitem a escolha de outras fontes
para o sinal de sincronização, nomeadas TV e LINE. No modo LINE o trigger é
comandado pela freqüência de alimentação da rede pública de eletricidade. No
modo TV, o sinal de sincronismo interno (canal 1 ou canal 2) é filtrado por um
filtro passa-baixas (com freqüência limite da banda passante de cerca de 500 Hz),
de forma a facilitar a visualização do sinal de televisão. Alguns modelos de
osciloscópios mais coomplexos apresentam um selector adicional TRIG SEL que
permite selecionar os modos AC, DC, LF e HF, que filtram as componentes
alternada, contínua, de baixas freqüências e de altas frequências, respectiamente,
do sinal de sincronização.

3.4 - Os Modos de Entrada

Existe, ainda, no painel dos osciloscópios de duplo canal (ou duplo traço), uma
chave seletora que permite selecionar o modo de visualização dos canais de
entrada do osciloscópio:
• CH1 - mostra apenas o canal 1;
• CH2 - mostra apenas o canal 2;
• ALT - mostra alternadamente varreduras completas de cada um dos canais.
Para que a alternância não seja perceptível, cada varredura deve ocorrer em
um tempo inferior a 1/n da persistência da retina do olho humano, onde n é o
número de canais amostrados. Para dois canais, por exemplo, um tempo de
varredura inferior a 20 ms (correspondente a uma freqüência superior a 50
Hz) é necessário;
• CHOP - nesse modo de operação, a visualização dos dois canais é efetuada
numa única varredura completa do feixe de elétrons. Isto é feito por
compartilhamento de tempo: a comutação de um canal de entrada para o
outro (para selecionar o sinal a ser aplicado nas placas que fazem a deflexão
vertical do feixe de elétrons) é feita em uma freqüência elevada (100 kHz),
de forma a garantir que a distância entre traços consecutivos seja inferior ao
diâmetro da mancha luminosa. Deste modo a sequência de pequenos traços é
percebida como uma linha contínua. No entanto, se a freqüência de
varredura for muito superior a 1 kHz, por exemplo, pode-se notar a
descontinuidade do traço;
• ADD - os sinais presentes nos canais 1 e 2 são somados e o resultado de tal
soma é visualizado. Em alguns osciloscópios, para que se possa realizar
também a subtração de sinais, também é disponibilizada uma opção d
einverter o canal 1, por exemplo, e somar o resultado assim obtido com o
canal 2, o que seria o memo modo ADD, só que com o canal 1 invertido.

4. Os Modos de Operação
Mais uma chave seletora também está normalmente disponível em vários
osciloscópios de dois canais de entrada, a qual permite selecionar o sinal que é
aplicado às placas verticais do tubo de raios catódicos. As opções se referem à
escolha do sinal que se deseja aplicar às placas de deflexão horizontal do feixe de
elétrons: o sinal do tipo de dente de serra da base de tempo ou o sinal presente na
entrada 2 (CH2). Diz-se que o osciloscópio funciona nos modos X-t, no primeiro
caso, e X-Y, no segundo caso, respectivamente.
A operação no modo X-t foi discutida até agora. Ela permite medir a amplitude
e a freqüência de sinais periódicos. A operação no modo X-Y, por sua vez, permite
que se possa observar a característica vo x vi de um amplificador, por exemplo, ou
mesmo a diferença de fase entre dois sinais senoidais.
O princípio básico do funcionamento no modo X-Y é o mesmo do
funcionamento no modo X-t, apenas trocando-se a tensão aplicada nas placas que
fazem a deflexão horizontal do feixe de elétrons. Observe-se que, nesse caso, o
seletor associado à base de tempo fica totalmente inoperante, e o controle da tensão
de varredura se faz a partir dos ajustes do canal de entrada correspondente. O
sincronismo necessário para mostrar a figura exibida depende do tipo de sinais
usados. Se os sinais usados forem periódicos, o traço resultante descreve uma
figura fechada, em geral complexa e instável.
Como exemplo, a figura abaixo ilustra a operação no modo X-Y. Nela, dois
sinais senoidais são usados, um como sinal aplicado nas placas de deflexão
horizontal (base de tempo) e o outro como sinal aplicado às placas de deflexão
vertical. A figura obtida é uma elipse.
Defasagem = arcoseno(t6 / t7)

No caso particular de sinais senoidais em que a razão entre as frequências é um


inteiro ou uma fração racional, formam-se as conhecidas figuras de Lissajous.
Estas figuras apresentam uma forma característica que depende da razão entre as
frequências e da diferença de fase inicial das duas ondas. Esta característica pode
ser usada para efetuar medidas de frequência de sinais com base num sinal de
frequência conhecida. Alguns exemplos de figuras de Lissajous são mostrados na
figura abaixo:
Exemplos de figuras de Lissajous geradas a partir de duas ondas senoidais, para
várias razões das frequências e diferenças de fase.

5. O que se Pode Medir com o Osciloscópio


5.1 - Tensões Contínuas
Embora especialmente projetado para a medição de ddp's variáveis no tempo, o
osciloscópio também pode ser usado para medir uma ddp contínua. Como neste
caso não há necessidade de sincronismo, o trigger deve estar seleccionado em
modo AUTO. A tensão de referência, o nível zero ou linha de base, deve ser
ajustado com a entrada do canal ligada à massa (selector em GND). Com a base de
tempo desligada, o nível de referência resume-se a uma mancha brilhante. Por isso
é mais cômodo escolher uma velocidade de varredura que produza um traço
contínuo na tela. Obviamente, deve-se selecionar o modo de acoplamento de
entrada DC no seletor correspondente.
Quando se aplica a ddp desconhecida à entrada do osciloscópio a linha de base
realiza um salto proporcional à ela. Com um erro de leitura de 1mm, a melhor
precisão que se pode obter numa tela de 8cm é cerca de 1%. Para conseguir isto, é
necessário que a linha de referência coincida com uma das divisões extremas
marcadas na tela e que o ganho do amplificador seja o máximo permitido pela
amplitude do sinal.
Esta é uma característica comum a todas as medições de comprimentos feitos na
tela do osciloscópio: para se maximizar a precisão de leitura, este deve ser ajustado
de a que a distância medida na tela seja a maior possível.

5.2 - Tensões Alternadas Periódicas


As grandezas que caracterizam uma ddp V(t) senoidal são a amplitude Vo, o
período T e o nível DC Vdc (isto é, a tensão média). Em outras palavras, pode-se
caracterizar V(t) como
V = Vdc + Vo sen(2pi/T)
Para medir o nível DC deve-se ajustar a linha de base, tal como foi descrito para a
medição de ddp's contínuas, e seleccionar o modo DC. Para medir a amplitude,
seleciona-se o modo AC, para eliminar a componente DC do sinal. Quando os
sinais são senoidais, como no exemplo acima, é mais cômodo medir a tensão pico
a pico Vpp= 2Vo. Também neste caso se deve utilizar o ganho máximo que ainda
permite incluir todo o sinal dentro dos limites da tela.
Quando se pretende medir o período T de um sinal periódico, deve-se ajustar a
base de tempo e o trigger de forma a ser possível visualizar na tela uma figura
estável com um pequeno número de ciclos completos. Para minimizar o erro de
leitura, deve-se medir na tela o tempo correspondente a todos os ciclos
representados. Com uma tela de 10cm de largura e um erro de leitura de 1mm, a
precisão máxima que se pode obter é de cerca de 1%, ou seja, 3 algarismos
significativos.
Quando a tensão de entrada é aperiódica, como por exemplo no registo da voz
humana obtido por intermédio de um microfone, o osciloscópio permite a sua
visualização, mas a instabilidade da imagem não permite a realização de qualquer
medida. Contudo, mais recentemente começaram a surgir osciloscópios digitais:
eles operam armazenando numa memória a imagem correspondente a uma única
varredura da tela, e fazem a visualização a partir da repetição, com uma dada
freqüência, da varredura armazenada. Com isso, também é possível efetuar
medições em se tratando de sinais aperiódicos.

5.3 - Intensidade de Corrente


Embora o osciloscópio seja um voltímetro, porque só pode medir ddp, é possível
medir intensidades de corrente em função do tempo, ou em função de uma ddp.
Para tal, basta medir a ddp V nos terminais de uma resistência R conhecida, desde
que ela seja percorrida pela corrente I que se pretende medir. Nestas circunstâncias,
obtêm-se os valores de corrente através da aplicação da lei de Ohm, ou seja,
através da relação
I = R/V

Vous aimerez peut-être aussi