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1. Introdução
O osciloscópio é um instrumento que permite observar numa tela plana uma
diferença de potencial (ddp) em função do tempo. Um osciloscópio tipicamente
usado em laboratório tem dois canais de entrada, permitindo assim observar duas
diferenças de potencial, ou duas ddp, em função do tempo. Vários modelos de
osciloscópio comumente usados também permitem que se observe uma diferença
de potencial em função de uma outra diferença de potencial, ou seja, a sua tela
passa a exibir um gráfico do tipo vo x vi, onde vo(t) e vi(t) são as duas diferenças de
potencial presentes nos dois canais de entrada. A figura abaixo mostra o painel de
um osciloscópio que apresenta as duas possibilidades acima mencionadas.
Figura 2c
Supondo que se aplique uma ddp V aos eletrodos X1 e X2, então, desprezando os
efeitos das bordas, na a região compreendida entre os eletrodos se cria um campo
elétrico uniforme, perpendicular às placas, com sentido do potencial positivo para
o potencial negativo, e que tende a deslocar os elétrons no sentido oposto ao do
campo elétrico.
Suponha, agora, um elétron que se propaga de forma retilinea, segundo a
direção oy, com velocidade constante v. O movimento desta partícula pode ser
separado em duas componentes: a componente perpendicular e a componente
paralela ao campo elétrico. As equações do movimento do elétron são dados por
x = v 0t
y = (1/2).a.t2 = (eV/2md)t2
Eliminando o tempo t das duas equações, obtém-se a equação da trajetória do
elétron, dada por
y = (eV/2md.v02). x2
Verifica-se que o elétron, na região do campo, descreve uma trajetória parabólica.
Quando o elétron emerge do outro lado da região, passa a propagar-se numa linha
reta tangente à parábola anterior. Note-se que este deslocamento depende apenas
da ddp V uma vez que os outros parâmetros são fixos.
Existe, ainda, no painel dos osciloscópios de duplo canal (ou duplo traço), uma
chave seletora que permite selecionar o modo de visualização dos canais de
entrada do osciloscópio:
• CH1 - mostra apenas o canal 1;
• CH2 - mostra apenas o canal 2;
• ALT - mostra alternadamente varreduras completas de cada um dos canais.
Para que a alternância não seja perceptível, cada varredura deve ocorrer em
um tempo inferior a 1/n da persistência da retina do olho humano, onde n é o
número de canais amostrados. Para dois canais, por exemplo, um tempo de
varredura inferior a 20 ms (correspondente a uma freqüência superior a 50
Hz) é necessário;
• CHOP - nesse modo de operação, a visualização dos dois canais é efetuada
numa única varredura completa do feixe de elétrons. Isto é feito por
compartilhamento de tempo: a comutação de um canal de entrada para o
outro (para selecionar o sinal a ser aplicado nas placas que fazem a deflexão
vertical do feixe de elétrons) é feita em uma freqüência elevada (100 kHz),
de forma a garantir que a distância entre traços consecutivos seja inferior ao
diâmetro da mancha luminosa. Deste modo a sequência de pequenos traços é
percebida como uma linha contínua. No entanto, se a freqüência de
varredura for muito superior a 1 kHz, por exemplo, pode-se notar a
descontinuidade do traço;
• ADD - os sinais presentes nos canais 1 e 2 são somados e o resultado de tal
soma é visualizado. Em alguns osciloscópios, para que se possa realizar
também a subtração de sinais, também é disponibilizada uma opção d
einverter o canal 1, por exemplo, e somar o resultado assim obtido com o
canal 2, o que seria o memo modo ADD, só que com o canal 1 invertido.
4. Os Modos de Operação
Mais uma chave seletora também está normalmente disponível em vários
osciloscópios de dois canais de entrada, a qual permite selecionar o sinal que é
aplicado às placas verticais do tubo de raios catódicos. As opções se referem à
escolha do sinal que se deseja aplicar às placas de deflexão horizontal do feixe de
elétrons: o sinal do tipo de dente de serra da base de tempo ou o sinal presente na
entrada 2 (CH2). Diz-se que o osciloscópio funciona nos modos X-t, no primeiro
caso, e X-Y, no segundo caso, respectivamente.
A operação no modo X-t foi discutida até agora. Ela permite medir a amplitude
e a freqüência de sinais periódicos. A operação no modo X-Y, por sua vez, permite
que se possa observar a característica vo x vi de um amplificador, por exemplo, ou
mesmo a diferença de fase entre dois sinais senoidais.
O princípio básico do funcionamento no modo X-Y é o mesmo do
funcionamento no modo X-t, apenas trocando-se a tensão aplicada nas placas que
fazem a deflexão horizontal do feixe de elétrons. Observe-se que, nesse caso, o
seletor associado à base de tempo fica totalmente inoperante, e o controle da tensão
de varredura se faz a partir dos ajustes do canal de entrada correspondente. O
sincronismo necessário para mostrar a figura exibida depende do tipo de sinais
usados. Se os sinais usados forem periódicos, o traço resultante descreve uma
figura fechada, em geral complexa e instável.
Como exemplo, a figura abaixo ilustra a operação no modo X-Y. Nela, dois
sinais senoidais são usados, um como sinal aplicado nas placas de deflexão
horizontal (base de tempo) e o outro como sinal aplicado às placas de deflexão
vertical. A figura obtida é uma elipse.
Defasagem = arcoseno(t6 / t7)