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Nº91 | outubro 2016

www.portugalglobal.pt

Portugalglobal

AS REDES SOCIAIS
NO SUCESSO
DAS EMPRESAS
ENTREVISTA // ROGÉRIO CARAPUÇA - PRESIDENTE DA APDC

MERCADOS // ALEMANHA

EMPRESAS // BÖLLINGHAUS STEEL E GALLO VIDRO


sumário
Portugalglobal nº91
outubro 2016

Destaque [6] 6
A importância das redes sociais na promoção
das empresas.

Entrevista [20]
Rogério Carapuça, presidente da APDC - Associação
Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações.

Mercados [24]
Alemanha.
Testemunhos das empresas Continental Mabor, Leica 20
Portugal, Inapa, OLI e Portugal Fresh.

Empresas [42]
Böllinghaus Steel e Gallo Vidro.

Informação AICEP [45]


Factos & Tendências, pela Direção de Informação
da AICEP.

Roadshow Portugal Global [46] 24


A quinta sessão de 2016 decorreu em Aveiro.

Roadshow de (Re)investimento [48]


AICEP visita empresas que investem na sua
modernização.

Notícias AICEP [50]

Análise de risco por país – COSEC [52]


Veja também a tabela classificativa de países. 42
Estatísticas [55]
Investimento e comércio externo.

AICEP Rede Externa [58]

Bookmarks [60]
4 EDITORIAL Portugalglobal nº91

As empresas portuguesas e as redes sociais


A digitalização constitui um verdadeiro desafio Portuguesa para o Desenvolvimento das Comu-
para qualquer empresa, seja ela pequena, média, nicações considera, em entrevista, que a “trans-
ou grande, no mundo globalizado de hoje. Aten- formação digital” em curso é uma revolução
ta a esse princípio, a revista Portugalglobal desta- que irá instituir uma nova ordem económica.
ca, neste número, a importância das redes sociais Sobre a evolução das empresas portuguesas,
e o poder da revolução digital na promoção das Carapuça defende que as PME são uma fonte
empresas portuguesas, em particular das peque- de energia e inovação, e que existe em Portugal
nas e médias, as principais impulsionadoras do uma geração de empreendedores melhor pre-
crescimento económico em Portugal. parada e com uma mentalidade internacional.

A este propósito, considero meritório que as


O mercado em foco nesta edição é a Alema-
empresas nacionais recorram, cada vez mais,
ao marketing nas redes sociais e às novas tec- nha, país com o qual Portugal tem um sólido
nologias para aumentar a sua notoriedade jun- relacionamento. A Alemanha é um importante
to do seu público-alvo. Sem dúvida que quem parceiro comercial do nosso país, sendo o 3º
aposta nas novas ferramentas tecnológicas cliente dos bens portugueses e o seu 2º forne-
potencia os seus negócios, tanto no mercado cedor. Nos serviços foi o 4º cliente de Portugal
interno como no internacional. em 2015, sendo a balança comercial bilateral
favorável ao nosso país em muito graças ao
Falando em tecnologia, não posso deixar de turismo, que tem registado um crescimento a
relembrar a realização da Web Summit em dois dígitos (mais 17 por cento nas receitas nos
Portugal durante, pelo menos, os próximos primeiros sete meses de 2016). A Alemanha é
três anos, o que coloca o nosso país no centro ainda um dos principais investidores diretos es-
mundial da inovação tecnológica. O primeiro trangeiros em termos industriais em Portugal.
evento decorre já entre os próximos dias 7 e 10
de novembro e prevê-se a presença de mais de
Por ser um desenvolvido e competitivo merca-
55 mil participantes, 2.000 jornalistas, 5.000
do, são muitas as potencialidades que poderão
empresas e 150 países, o que potencia a cria-
reforçar esse relacionamento, com oportuni-
ção em Portugal de um ambiente naturalmen-
dades de negócio para um grande número de
te vocacionado para as novas tecnologias.
setores da atividade económica nacional.
Ainda a propósito das novas tecnologias, Rogé-
MIGUEL FRASQUILHO
rio Carapuça, Presidente da APDC - Associação Presidente do Conselho de Administração da AICEP

Revista Portugalglobal Conselho de Administração Fotografia e ilustração Colaboram neste número


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6 DESTAQUE Portugalglobal nº91

A IMPORTÂNCIA DAS REDES


SOCIAIS NA PROMOÇÃO
DAS EMPRESAS
As empresas portuguesas recorrem cada vez mais ao marketing nas redes sociais e
às novas tecnologias para aumentar a sua notoriedade junto do seu público-alvo.
A crescente competitividade e a concorrência no meio empresarial obrigam as
empresas a apostar em novas ferramentas tecnológicas, de forma a potenciar os
seus negócios e a diferenciar-se nos mercados nacional e internacional.

Cada vez mais dinâmicas e inovado- O marketing nas redes sociais é uma menos uma empresa portuguesa atra-
ras, as empresas portuguesas têm forma avançada e eficiente de aumen- vés do Facebook. Em Portugal, existem
apostado fortemente na sua presen- tar as vendas dos negócios online. atualmente 5,6 milhões de utilizadores
ça nas redes sociais, nomeadamente Ajuda o negócio a criar relações mais no Facebook, 88 por cento dos quais
no Facebook, Instagram, entre outras. duradouras com as pessoas e a encon- estão ligados a pelo menos um peque-
Esta aposta permite um maior reco- trar novos clientes. no ou médio negócio, o que demons-
nhecimento e visibilidade junto de tra a importância das redes sociais.
clientes e potenciais clientes, tanto a Existem mais de 60 milhões de utiliza-
nível nacional como internacional. dores em todo o mundo ligados a pelo Nesta nova era digital é imprescindível
outubro 2016 DESTAQUE 7

utilizar estas redes para se promover Boost your Business


um negócio com eficácia. As empre- “Nesta nova era digital with Facebook
sas portuguesas devem, por isso, con- é imprescindível utilizar
A iniciativa Boost your Business with
tinuar a apostar nestas redes e a dina- estas redes para se
Facebook, que se realizou recente-
mizar a sua presença nas mesmas. promover um negócio
mente em Portugal, decorreu da ação
com eficácia. As empresas
de promoção do nosso país como na-
As empresas portuguesas que utilizam portuguesas devem,
as redes sociais de forma dinâmica e ção tecnológica e destino de investi-
por isso, continuar a mento em tecnologia que o presiden-
eficaz são inúmeras, havendo até ne- apostar nestas redes e a
gócios de sucesso que foram criados te da AICEP, Miguel Frasquilho, reali-
dinamizar a sua presença zou aos Estados Unidos da América,
a partir do Facebook e do Instagram.
nas mesmas.” em abril deste ano, e dos encontros
Esses casos de sucesso são visíveis em
vários setores da economia portu- realizados com os representantes de
guesa, como o agroalimentar, saúde, várias empresas tecnológicas líderes
É ainda fundamental avaliar os impac-
arquitetura, aeronáutica, automóvel, internacionais.
tos das campanhas realizadas nas redes
energia, turismo, educação, tecnolo- sociais, sendo que estas disponibilizam
gias de informação e comunicação, O Facebook, em parceria com a AICEP,
uma avaliação imediata e eficaz, permi-
moda, calçado, entre muitos outros. promoveu conferências em Lisboa e
tindo que as empresas adaptem ou al-
no Porto, respetivamente nos 22 e 23
terem rapidamente a sua estratégia, evi- de setembro, no âmbito da iniciativa
Quando se recorre às redes sociais é
tando um aumento significativo de gas- internacional “Boost Your Business
importante que as empresas tenham
em consideração os clientes que pre- tos desnecessários. Para este efeito há with Facebook”.
tendem captar e os objetivos que que- ferramentas igualmente relevantes como
rem alcançar, para que a estratégia da o Ads Manager App, Facebook Pixel, O objetivo foi mostrar como as redes
campanha e as plataformas utilizadas Facebook Business, Facebook Blueprint e sociais podem ajudar na digitalização
sejam as mais adequadas e eficazes Facebook IQ que ajudam as empresas a da economia portuguesa e explicar às
para o sucesso da empresa. avaliar o seu desempenho online. PME portuguesas como utilizar, de
8 DESTAQUE Portugalglobal nº91

aumento da conectividade global e o


desenvolvimento do mobile, a opor-
tunidade é ainda maior. Em Portugal
existem 4,8 milhões de utilizadores
que já usam o Facebook através de
dispositivos móveis”.

Atendendo a que apenas 32 por cento


das empresas portuguesas têm presen-
ça online e somente 10 por cento uma
loja virtual, Miguel Frasquilho, presiden-
te da AICEP, congratulou-se com a par-
ceria estabelecida com o Facebook na
organização do programa “Boost Your
Business”, cujo objetivo, referiu “está
claramente no ADN da AICEP: ajudar as
empresas portuguesas a exportar mais,
conquistar novos mercados e ir mais
além em busca de oportunidades. A
nossa missão é clara: ajudar ao cresci-
mento económico e à criação de empre-
go em Portugal. E o mercado ‘online’ é
uma grande oportunidade para as nos-
sas empresas que queiram vender mais,
vender lá fora, crescer mais e em escala,
um potencial que pode ser ainda mais
explorado com a ajuda de plataformas
como o Facebook. A digitalização das
empresas, a tão falada Revolução 4.0,
é agora! e estou certo de que ninguém
poderá ficar de fora”.

Decorreu ainda o workshop “Face-


book e Instagram” com Nerea Llorca,
responsável de PME do Facebook, que
demonstrou como as empresas podem
crescer e impulsionar os seus negócios
uma forma prática, o Facebook e o balho na promoção dos seus negócios através destas plataformas. Aconselhou
Instagram para promover os seus ne- online e explicaram de que forma uma as empresas a lançarem campanhas nas
gócios e dinamizar o seu crescimento empresa, que nasceu de uma página de redes sociais, recorrendo às referidas pla-
junto dos milhões de utilizadores des- Facebook, pode vir a ampliar o seu ne- taformas para definirem os seus objeti-
tas plataformas online. gócio e a torná-lo um caso de sucesso. vos, segmentarem a sua audiência e es-
O Bolo da Marta e a 360Imprimir foram colherem os formatos mais adequados à
As conferências contaram com a presen- os casos de sucesso apresentados em sua estratégia de negócio.
ça de Miguel Frasquilho, presidente da Lisboa, e a Home Lovers no Porto.
AICEP, de Natalia Basterrechea, diretora É uma evidência que as novas formas
dos Assuntos Públicos do Facebook para Natalia Basterrechea explicou que “o Fa- de fazer negócio nesta era digital e
Espanha e Portugal, e de Nerea Llorca, cebook está empenhado em ajudar as da utilização das redes socias se des-
responsável de PME do Facebook. organizações de todo o mundo, quer tacam, dos meios tradicionais, como
sejam de pequenas empresas ou gran- uma oportunidade crescente para as
Estiveram ainda presentes os represen- des marcas, a serem bem-sucedidas empresas portuguesas que pretendem
tantes das empresas-testemunho que com a utilização das ferramentas para impulsionar os seus negócios dentro
partilharam as suas experiências de tra- chegarem aos seus públicos. Com o do país e além-fronteiras.
outubro 2016 DESTAQUE 9

A GRANDE OPORTUNIDADE
PARA AS PME PORTUGUESAS
>POR NATALIA BASTERRECHEA, DIRETORA DE ASSUNTOS PÚBLICOS DO FACEBOOK
PARA PORTUGAL E ESPANHA

A globalização e a digitalização são dois grandes desafios que se colocam ao mundo


empresarial. Transformar estes desafios em oportunidades deve ser um objetivo
firme de qualquer empresa, seja ela pequena, média ou de grande dimensão.

As PME portuguesas são as principais Mesmo que este seja um assunto Neste contexto de globalização e digi-
impulsionadoras do crescimento eco- já abordado na política, na econo- talização, as redes sociais vieram dar
nómico: 99,9 por cento das empresas mia e nos meios de comunicação, uma grande ajuda para ligar os negó-
portuguesas são PME e pesam 67 por a maioria das pequenas empresas cios às pessoas.
cento do total do valor acrescentado lutam com os desafios da digitali-
em Portugal (contra 58 por cento na zação. No marketing, por exemplo, O Facebook veio proporcionar a todo
União Europeia). São responsáveis por sempre foi crítico e dispendioso en- o tipo de empresas as mesmas fer-
cerca de 79 por cento da empregabili- contrar os clientes, não só nos mer- ramentas para que possam crescer
dade no país, contra 67 por cento na cados internos como nos mercados facilmente e de forma efetiva – inde-
União Europeia. de exportação. pendentemente do tamanho, loca-
10 DESTAQUE Portugalglobal nº91

lização, indústria e nível de proficiên- ficar e que nenhuma empresa deve ig-
cia –, criando oportunidades para pe- norar: comunicar com mais de metade
quenas empresas, como abrir novos da população portuguesa (existem hoje
mercados e introduzir a inovação de
produtos e serviços. Nunca foi tão fá-
5,6 milhões de utilizadores em Portugal)
ou, no limite, com mais 1,7 mil milhões
360IMPRIMIR
cil ter acesso a tantos consumidores
de diferentes mercados como hoje, e
de utilizadores em todo o mundo. FACEBOOK:
tal só é possível graças a plataformas
como o Facebook.
Outro dos grandes desafios é encontrar
essas pessoas no mobile, um dos ca-
UM CANAL
Ainda recentemente, a Delloite es-
nais onde as pessoas mais consomem QUE GARANTE
informação. O Facebook é uma ótima
timava que, em 2014, o Facebook
gerou à volta de 227 mil milhões
forma para as PME chegarem aos clien- BONS
RESULTADOS
tes e encontrarem outros novos, uma
de dólares na atividade económica vez que as pessoas veem o Facebook
nos seus dispositivos móveis, em mé-
dia, 14 vezes por dia. Nunca o acesso a
“O Facebook é uma estratégias de mobile marketing esteve Com um modelo de
ótima forma para as tão próximo dos profissionais de mar- negócio 100 por cento
PME chegarem aos keting das empresas! online, a aposta no
clientes e encontrarem Facebook foi desde
outros novos, uma vez Ao criar uma página de Facebook, cedo uma necessidade
que as pessoas veem uma pequena empresa pode ter uma na estratégia da
o Facebook nos seus estratégia mobile instantânea. Hoje, 360imprimir, que se
mais de 60 milhões de pequenas em-
dispositivos móveis, caracteriza por ser
presas em todo o mundo têm uma
em média, 14 vezes uma one-stop-shop de
página no Facebook.
por dia.” produtos e serviços de
Em Portugal, 88 por cento das pes- marketing para PME e
soas no Facebook já estão ligadas pelo empresários em nome
e cerca de 4,5 milhões de empregos individual.
menos a uma pequena empresa por-
em todo o mundo.
tuguesa. Outro dado relevante é saber
que mais de 60 milhões de pessoas de
O Facebook não é certamente a única
todo o mundo estão ligadas a um ne-
resposta para enfrentar esses desafios,
gócio português no Facebook.
mas é certo que ajuda as empresas a
darem o primeiro passo e a obterem
Entender os desafios das PME é ainda
sucesso através do digital.
mais importante quando queremos
estimular e fazer esses negócios cres-
Quem diria que uma das mais con-
cer. Por essa razão, o Facebook, em
ceituadas imobiliárias portuguesas,
colaboração com a OCDE e o Banco
que emprega 50 pessoas e opera na
grande Lisboa e no Porto, nasceu de Mundial, criaram um inquérito mensal
uma simples página de Facebook? que tenta melhorar a compreensão
Ou que um dos principais canais de das PME, de forma oportuna e vol-
tada para o futuro. O “The Future of >POR CAROLINA MAÇÃ,
marketing digital da 360imprimir no
Business Survey” é uma nova fonte de COPYWRITER
Brasil seja o Facebook? Para não falar
dos muitos pequenos negócios que informação para PME, que proporcio-
saem da cozinha dos portugueses na uma nova perspetiva para negócios Fundada em 2013 com o principal ob-
como o célebre Bolo da Marta, que digitalizados, mais recentes ou esta- jetivo de ajudar as empresas a inovar e
nasceu também com uma página na belecidos há mais tempo, oferecendo melhorar as suas estratégias de comuni-
plataforma online. uma janela única para uma nova eco- cação, o foco inicial da 360imprimir foi
nomia mobilizada. a impressão, mas rapidamente a empre-
Estes e muitos outros casos demons- sa alargou horizontes e começou tam-
tram que esta oportunidade veio para natalia@fb.com bém a prestar serviços de design.
outubro 2016 DESTAQUE 11

A marca caracteriza-se por ter um mo- da empresa, explica que “a grande capital Pathena, e continuará a apos-
delo de negócio 100 por cento online vantagem do Facebook é a segmen- tar na entrada em novos mercados e
e, por isso, a aposta no Facebook assu- tação. A possibilidade de personalizar no desenvolvimento de novos produ-
miu-se desde cedo como uma necessi- os anúncios é uma opção que nos traz tos e serviços.
dade. Esta rede social foi crucial para muito valor, porque nos permite en-
potenciar e promover o crescimento tregar informação útil aos utilizadores “Nos próximos dois anos, pretende-
do negócio ao permitir captar tráfego que estão realmente interessados nos mos lançar um novo produto ou servi-
e gerar leads, criando assim inúmeras nossos produtos ou serviços”. ço a cada mês e entrar num novo mer-
oportunidades para gerar vendas. cado a cada trimestre. Para o sucesso
O CEO da empresa acrescenta ainda desta estratégia, os canais digitais,
Os resultados alcançados foram de tal que o fator de diferenciação é a gestão como o Facebook, têm um contributo
forma positivos que, no momento de eficiente dos anúncios e a sua otimiza- essencial”, conclui Sérgio Vieira.
escalar o negócio do ponto de vista in- ção – decorrente da procura constante
ternacional, não existiram hesitações em por melhores resultados. Atualmente, Para além de recorrer aos anúncios do
incluir o Facebook na estratégia. Come- já existe uma equipa dedicada exclusi- Facebook, a 360imprimir também man-
çámos por Espanha, seguiu-se o Brasil e, vamente à análise da performance ob- tém uma gestão diária das funcionali-
mais recentemente, o México. No total tida com o investimento no Facebook dades não pagas desta rede social, que
dos quatro mercados, o Facebook re- – o que traduz a importância que a conta com uma comunidade de 250 mil
presenta cerca de 30 por cento das ven- empresa atribui a este canal. seguidores. A empresa também explora
das da 360imprimir e, todos os meses, outras redes sociais, como o Twitter, o
mais de seis milhões de pessoas veem os No futuro, esta rede social continuará Google+, o LinkedIn e o Instagram, e
anúncios da marca nesta rede social. a ter um papel de destaque. A 360im- conta ainda com um blog.
primir fechou recentemente uma ron-
Mas como conseguir obter um retor- da de investimento de três milhões de www.360imprimir.pt
no tão positivo? Sérgio Vieira, CEO euros, por parte do fundo de venture www.facebook.com/360imprimirPT
12 DESTAQUE Portugalglobal nº91

ADCLICK
COMO POTENCIAR UM PRODUTO E CRIAR
VALOR COM AS REDES SOCIAIS
Já não é novidade para ninguém que as redes sociais, em particular o Facebook, são
um canal premium para uma boa estratégia de comunicação e exposição de uma
marca e para a criação de uma relação forte e duradoura com os seus consumidores.

Para um publisher como a Adclick, que ta forma, assistimos a uma cocriação


se foca na criação e distribuição de con- de valor e conteúdo entre a publica-
teúdos online, o Facebook adquire uma ção e os seus leitores.
importância fulcral na comunicação e
interação com os consumidores. Desde Hoje em dia, o leitor já não é um ser
logo pelo potencial na criação de au- passivo que absorve toda a informa-
diências segmentadas por interesses e ção que lhe queremos passar, pois
pela facilidade de distribuir conteúdo re- está no centro de toda a atividade.
levante a cada uma das audiências que Esta estratégia de cocriação permite
são formadas. Assim, a capacidade de atingir dois objetivos primordiais para
personalizar e moldar a nossa comuni- >POR NUNO SOARES, o projeto: o engagement com os uti-
DIGITAL PROJECT MANAGER lizadores e a consolidação da reputa-
cação a cada pessoa é uma das grandes
forças das redes sociais ção da marca Vida Ativa.

redes sociais como uma plataforma


Segundo dados da Marktest, 94 por
central nas suas estratégias de bran-
cento dos utilizadores de redes sociais
ding e performance.
em Portugal estão inscritos no Face-
book. Podemos então enumerar al-
O Portal Vida Ativa é um exemplo per-
gumas das principais vantagens desta
feito de como um projeto pode retirar o
plataforma para uma empresa como a
maior proveito desta rede social. O Vida
Adclick e as suas marcas:
Ativa é uma publicação online sobre
• Brand Awareness;
saúde, fitness e nutrição. Fundada há
• Lead Generation; pouco mais de um ano, conseguiu du-
• Criação de audiências por interesse; rante esse período utilizar o Facebook
• Aumento de tráfego para o website; para criar uma audiência segmentada
com estes interesses específicos.
• Comunicação one-to-one;
• Interações satisfatórias entre a mar-
No início, o principal objetivo passa-
ca e o consumidor;
va apenas pela distribuição e exposi-
• Criação de uma relação de lealdade ção do seu conteúdo em formato de
e confiança; artigos e vídeos, mas rapidamente
•
Visibilidade junto de clientes e esta estratégia evoluiu para uma co-
parceiros. municação mais próxima com o con-
sumidor. Atualmente esta plataforma
O aproveitamento das redes sociais permite a criação de uma relação de
não se esgota nestes pontos, com di- confiança e lealdade, sendo que a co-
versas entidades e marcas a usar as municação flui nos dois sentidos. Des-
outubro 2016 DESTAQUE 13

Os resultados falam por si: em ape-


nas três meses, o Vida Ativa conse-
guiu um crescimento exponencial de
200 mil visitas para um milhão de
leitores mensais, sendo que 80 por
cento do seu tráfego tem origem no
Facebook, onde detém uma comuni-
dade de 350 mil seguidores.

A estratégia de conteúdo relevante


para uma audiência específica, aliada a
um investimento em boost posts, fez
com que este crescimento acontecesse
de uma forma mais rápida em relação
a outras estratégias de conteúdo mais
orientadas a SEO - Search Engine Opti-

LARANJINHA
mization. A nível de fidelização do uti-
lizador, conseguimos também observar
indicadores muito relevantes, como 50
por cento de returning visitors. UMA APOSTA SÓLIDA NA
A marca Vida Ativa é hoje reconhe- INOVAÇÃO E NAS NOVAS
cida e valorizada tanto por consumi-
dores como por clientes em Portugal TECNOLOGIAS
e no Brasil.

>POR LUÍS PINTO LEITE, DIRETOR COMERCIAL


www.adclickint.com
www.facebook.com/adclick

A celebrar 35 anos, a A pressão exercida pelo rápido cres-


cimento das redes sociais, canais de
Laranjinha é hoje uma
comunicação hoje indispensáveis para
das poucas marcas qualquer marca, desafiaram a empre-
da sua geração que sa a criar novas linguagens e a estar
permanecem ativas mais próxima do cliente final, ou seja,
no mercado nacional, a estabelecer uma comunicação mais
direta e imediata.
sendo uma das principais
referências no segmento O Facebook é hoje uma montra in-
de vestuário infantil. contornável para qualquer marca, e
Este posicionamento a comunicação que é efetuada nes-
deve-se não só a uma ta plataforma deve representar, de
forma íntegra, a filosofia da marca.
estratégia sólida e
O principal objetivo é estar, cada vez
coerente, desenvolvida mais, conectado com cada cliente
ao longo das últimas três e responder de forma mais eficaz às
décadas, mas também à suas expectativas.
capacidade de inovação
Através das redes sociais, o cliente pode
e abertura para integrar
pronunciar-se de várias formas: através
novas tecnologias e de “gostos”, revelando as suas peças
tendências na visão favoritas; através de comentários e inte-
da empresa. ração com a página, na qual expres-
14 DESTAQUE Portugalglobal nº91

sa de forma mais clara a sua opinião; compra, mostrando detalhes de pe- Por esse motivo, a própria estratégia
ou através de mensagens privadas. Este ças ou tendências de cores e padrões. da marca está neste momento muito
feedback em tempo real é precioso, e Já no Twitter, queremos informar em direcionada para os canais online, nos
se uma marca falhar na resposta ime- tempo real as novidades da marca, en- quais a empresa tem vindo a fazer al-
diata pode comprometer uma boa re- caminhando os nossos seguidores para guns investimentos. Existe neste mo-
lação com o cliente. Por esse motivo, a nossa loja online. Por outro lado, no mento uma aposta na promoção da
temos equipas que se dedicam à ges- Pinterest o objetivo é posicionar a mar- loja online através de publicidade no
tão da página, de forma a garantir um ca como marcador de tendências. Facebook, ferramenta através da qual
acompanhamento constante e conse- é possível segmentar o mercado ao
quentemente a satisfação do cliente. Estas plataformas permitem-nos levar a pormenor e chegar com exatidão ao
marca a cada cliente, de forma perso- público-alvo (faixas etárias, naciona-
Para além do Facebook, a marca está nalizada e mais direta. É possível ajus- lidade, interesses, entre outros). Para
também presente em redes sociais tar cada mensagem a diferentes públi- além disso, é mais fácil medir o retor-
cos, responder às suas necessidades e no do investimento e ajustar rapida-
como o Instagram, Twitter e Pinterest.
mente a estratégia de comunicação.
Para cada uma delas há objetivos di- acompanhar as tendências em tempo
ferentes. No Instagram, por exemplo, real. Uma realidade totalmente distinta
Num futuro próximo, a célebre frase
pretendemos provocar o desejo de daquela que se vivia há 35 anos!
“Metade do dinheiro que invisto em
publicidade é desperdiçado; só não
sei qual das metades” deixará de fazer
sentido, pelo menos no que respeita à
comunicação online, tal é o controlo
que se consegue obter sobre o investi-
mento realizado.

Fundamentalmente, podemos afirmar


que a Laranjinha é hoje uma marca liga-
da ao mundo, mas ainda há um longo
caminho a percorrer. As novas tecno-
logias estão em constante mudança e
é obrigatório acompanhá-las, abrindo
mentalidades, horizontes e chegando
cada vez mais perto de cada cliente.

www.laranjinha.com
www.facebook.com/laranjinhasin-
ce1981
outubro 2016 DESTAQUE 15

SPAL
UMA FORTE APOSTA NAS REDES SOCIAIS
A SPAL procura, através do Facebook, aumentar a notoriedade e a visibilidade
da marca, reforçar o seu posicionamento e alicerçar o relacionamento com as
diferentes organizações com as quais interage, quer a nível institucional,
quer a nível comercial.

Os indicadores de performance do Segundo a mesma pesquisa, mais de


Facebook são no mínimo impressio- 64 por cento dos inquiridos afirma
nantes para não se considerar esta que utiliza o Facebook para conhecer
rede social, pelo menos como opção, ou saber mais sobre as marcas e cerca
na estratégia de marketing de qual- de três quartos dos inquiridos revelam
quer marca. A nível global conta com que se estiverem a aguardar feedback
mais de 1,7 mil milhões de contas de uma determinada marca no Face-
ativas que geram, a cada minuto que book e se este não for devolvido, esse
passa, mais de 510 mil comentários, comportamento vai ter impacto na re-
136 mil fotos ou vídeos – só para refe- lação com a respetiva marca.
>POR ANA FIGUEIREDO,
rir alguns exemplos. DIRETORA DE MARKETING
De facto, para se fazer parte desta rede
Duma forma sucinta, a comunicação social, é necessário, à semelhança dos
digital, em particular o Facebook, demonstra que o Facebook influen- restantes pontos de contacto, conhecer
promove o diálogo com as marcas cia a perceção e a credibilidade das bem o nosso público-alvo e com base
com uma proximidade e rapidez ini- marcas para 61 por cento dos inqui- nessa informação eleger conteúdos que
gualáveis. É ainda um opinion maker ridos. O mesmo estudo conclui que nos permitam manter um diálogo contí-
incontornável, não só na comunica- o word-of-mouth nesta rede social nuo e relevante. Sempre com a estraté-
ção B2C mas também B2B. Um es- tem um verdadeiro impacto na in- gia definida em mente, para que não se
tudo recente, publicado pelo IPAM, tenção de compra. perder a consistência da comunicação.
16 DESTAQUE Portugalglobal nº91

desenvolvida especificamente para este


canal. Sempre que se justifique identi-
ficamos os nossos parceiros nas nossas
publicações, o que, mais uma vez, é um
esforço conjunto de valorização da SPAL
e dos seus parceiros de negócio.

Dada a dimensão internacional da mar-


ca, esta é ainda uma forma muito eficaz
de partilhar informação e de trabalhar a
consistência entre os diferentes pontos
de contacto, nomeadamente através de
links que incluímos na nossa newsletter
mensal, promovendo a interação entre
os diferentes canais de comunicação.

Relativamente à comunicação digital,


a SPAL trabalha atualmente o Face-
book, Pinterest e o YouTube, sendo
todas as redes acessíveis a partir do
website da marca. Todas as redes são
igualmente importantes a nível estra-
tégico e geram diversos acessos ao
website, onde temos a informação
mais completa, nomeadamente a to-
talidade dos produtos disponíveis. O
Facebook pode ainda ser considerado
um importante gerador de leads e veí-
culo de prospeção de novos clientes.

A comunicação digital é sem dúvida


Na SPAL acreditamos que a dinâmica Em termos práticos, temos por prin- uma clara aposta para qualquer mar-
das redes sociais obriga a uma comuni- cípio colocar “Gosto” em todas as ca que pretenda desenvolver uma
cação regular com os seguidores. Con- marcas com as quais partilhamos um estratégia de marketing relacional.
tudo, sempre numa lógica de relevância vínculo comercial ou social, tanto no Traz, contudo, a obrigatoriedade de
e respeito para com o público-alvo que mercado nacional como no mercado uma resposta atempada e é uma por-
pretendemos atingir. A periodicidade de externo. Através do feed de notícias ta aberta para o mundo, através da
comunicação não obedece a uma regra vamos interagindo de acordo com a qual podemos enviar comunicação,
standard mas sim à manutenção da re- estratégia definida para este canal. influenciar perceções e recolher o res-
levância dos conteúdos publicados. petivo feedback, dispondo de estatís-
O acompanhamento da atividade de
ticas verdadeiramente valiosas para
Deste modo, a estratégia seguida passa cada uma das marcas e a partilha de
direcionar a nossa atuação.
por utilizar conteúdos que nos permi- conteúdos são uma forma eficaz de fo-
tam reforçar a relação de parceria que mentar a relação de parceria que con-
O papel do Facebook é ainda notá-
temos com os diferentes segmentos de sideramos indispensável a um salutar
vel ao nível do marketing interno,
atuação da marca: segmentos domés- compromisso comercial e são também
aumentado o envolvimento com a
tico e hotelaria, marcas da grande dis- um veículo para recolhermos informa-
marca e o sentido de partilha entre os
tribuição, marketing social, patrocínios ção sobre cada um destes contactos.
colaboradores da organização, pelas
e diferentes instituições com as quais
conquistas alcançadas.
interagimos. Valorizando assim o tipo Em todas as nossas publicações, pro-
de publicação que mais reações gera curamos manter o mesmo estilo reda-
nesta rede, por exemplo, imagens em torial, imagens alinhadas com o posi- www.spal.pt
detrimento de textos ou vídeos. cionamento da marca e comunicação www.facebook.com/SPALPorcelanas
outubro 2016 DESTAQUE 17

VIVAFIT
A IMPORTÂNCIA DO FACEBOOK
PARA CONQUISTAR MAIS CLIENTES
A Vivafit, multinacional portuguesa detentora da maior cadeia de ginásios
femininos em Portugal e com uma forte presença Internacional, utiliza grande
parte das redes sociais para chegar a um maior público, nomeadamente o
Facebook, Instagram, Linkedin, Twiter e Google+.

O Facebook é a rede social mais usa- são privilegiados os info ads para o
da para atingir organicamente fãs, mesmo objetivo.
amigos de fãs e não fãs. A página
é gerida numa base de dois posts Como franchising que somos, a nível
diários, em que são privilegiados os de publicidade não a fazemos apenas
vídeos de dicas técnicas, das moda- para Business to Consumer mas tam-
lidades existentes nos centros, de bém para Business to Business. No en-
aulas ao vivo, de testemunhos de tanto, neste caso, em termos de rede
sócias, entre outros. social, optamos pelo Linkedin para an-
gariação de prospects interessados no
Por sua vez, as publicações de ima- >POR DÉBORA MURO, franchising apenas nos países onde o
gens alternam entre temas educati-
MARKETING SPECIALIST Google não é significativo.
vos, motivacionais, nutrição e receitas
simples e saudáveis. www.vivafit.pt
segmentar o público-alvo em termos www.facebook.com/Vivafit-
Cada centro Vivafit, tanto em Portu- de idade e localização. No Instagram International
gal como a nível internacional, tem a
sua própria página, onde se podem
publicar aspetos mais concretos de
cada localização, como por exemplo
o mapa de aulas, testemunhos de só-
cias e fazer partilhas da página cen-
tral do Vivafit, que já conta com mais
de 27 mil fãs.

As redes sociais mais exploradas para


angariação de sócias são o Facebook
e o Instagram, através das Facebook
Ads e Instagram Ads. Este serviço é
também utilizado para ações de re-
crutamento nacional e internacional.

Recentemente a VivaFit começou


também a utilizar a nova ferramen-
ta de lead campaigns, que pretende
alcançar mais prospects com publi-
cações de imagens. Assim, é possível
18 PUBLICIDADE Portugalglobal nº91

O CAMINHO DO SOCIAL SELLING

são participativas, e partilham conteú- des e aumento de pipeline e vendas,


do ocasionalmente. Adeptos de social se a sua equipa o souber utilizar. 75
media não são, necessariamente, pra- por cento dos vendedores dizem que
ticantes de Social Selling. As empresas não receberam qualquer tipo de for-
precisam de interiorizar esta diferença. mação em Social Media. É importan-
É necessária formação, objetivos claros te haver formação sobre como utili-
e tempo – o tal processo. zar as ferramentas, melhores práticas
e conceitos práticos. Mas para obter
É importante que se entenda que é uma boa performance, é necessário
>POR DIOGO REBELO, necessária uma estratégia a longo ir mais longe. Devem ser promovidos
EY PORTUGAL prazo que antecipe os problemas. workshops com especialistas sobre
Um dos grandes obstáculos passa por como trabalhar a sua imagem pro-
convencer os vendedores a encarar a fissional, como aumentar a presença
mudança. Não chega dar as ferramen- nas redes sociais, ou como utilizar
Pensar que um programa de Social
tas e pedir resultados, é necessário conteúdo para criar interações, com
Selling se faz rapidamente é um erro
definir ações e objetivos realistas para exemplos e referências.
comum. Outro, é pensar que basta ir
que tornem o caminho claro e exequí-
dando ferramentas e soluções às equi- Nesta mudança, é importante que
vel para todos.
pas, para que os resultados acabem as chefias sejam as primeiras a dar o
por aparecer. Um termo a evitar no mundo de So- exemplo – caso contrário, os vendedo-
ciall Selling é “Social Spamming”. res não se irão convencer. Demonstrar
A introdução de Social Selling numa Esta nova forma de spam resulta de o retorno do Social Selling é outra ex-
empresa é um processo de mudança uma pobre aplicação das ferramentas celente forma de manter a motivação.
que tem de estar alinhado com uma de Social Prospecting, em que é fei- É importante monitorizar o progresso
estratégia de marketing e vendas. Este ta uma abordagem desfocada e sem e mostrar resultados do esforço. A es-
processo tem uma fase de definição critério, que resulta tão mal ou tão tatística é a melhor forma de conven-
da estratégia a implementar, que irá a bem como a compra de uma base de cer os mais céticos. Por exemplo: as
obrigar a uma coordenação de ações dados para e-mail. Social Prospecting empresas que utilizam Social Selling
entre a produção de recursos pelo deve ser feito criteriosamente, e re- aumentam as suas oportunidades de
marketing, e a posterior utilização dos quer um dispêndio de tempo em pes- negócio em 45 por cento.
mesmos, de uma forma correta, pelas soas e oportunidades.
equipas de vendas. Outra forma de estimular a adoção
O Social Selling visa melhorar a pros- passa pela definição de objetivos am-
Para que a estratégia seja corretamen- peção de leads, e contrapõe a falta biciosos, mas realistas, que permitam
te implementada, é necessário dar de eficácia de uma cold call. No en- aos elementos das equipas ir percor-
formação às equipas de vendas, sobre tanto, ambas as estratégias têm o rendo o seu caminho. Estes objetivos
como e quando utilizar as ferramentas seu mérito. O melhor método para o são importantes não só para as equi-
e os recursos criados pela equipa de contacto inicial pode ser o contacto pas avaliarem a sua performance, mas
Marketing. Finalmente, é necessário online, mas para cimentar a relação também para a avaliação da estraté-
um acompanhamento que garanta é necessário um toque humano e aí gia e definição de medidas de corre-
que tudo está a correr bem e fazer os o contacto telefónico é muito impor- ção. Tal como acontece com qualquer
ajustes necessários. tante - uma warm call. processo, o feedback é extremamente
importante para reforçar ideias e im-
Quase toda a gente está no Facebook O Social Selling apenas realizará o plementar alterações com vista a me-
ou noutra rede social. Algumas pessoas seu potencial de novas oportunida- lhorar o Social Selling.
20 ENTREVISTA Portugalglobal nº91

ROGÉRIO
CARAPUÇA
Presidente da APDC - Associação Portuguesa
para o Desenvolvimento das Comunicações

“As PME são uma fonte


de energia e inovação”
outubro 2016 ENTREVISTA 21

Diferenciação na oferta e foco na sua promoção são alguns


dos fatores que podem determinar o sucesso de uma
empresa. A afirmação é de Rogério Carapuça, presidente da
APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das
Comunicações, para quem a “transformação digital” em curso é
uma revolução que irá instituir uma nova ordem económica.
Sobre a evolução das empresas portuguesas, Carapuça defende
que as PME são uma fonte de energia e inovação, e que existe em
Portugal uma geração de empreendedores melhor preparada e
com uma mentalidade internacional.
Em novembro realiza-se em Lisboa a 2ª edição dos Business
Excellence Forum & Awards (BEFA), onde Rogério Carapuça
será um dos oradores para falar dos desafios que as empresas
enfrentam no seu processo de crescimento.

Quais são os maiores desafios que se colo- tuir negócios existentes por outros novos. Que
cam às empresas durante o seu crescimento? vai derrubar modelos de negócio clássicos e
O desafio central de uma empresa é a dife- instituir uma nova ordem económica, mudar
renciação da sua oferta perante os potenciais o balanço de poder entre organizações e en-
clientes. É necessário ter uma oferta diferen- tre regiões do mundo até colocar desafios à
ciada relativamente aos seus concorrentes, própria noção de Estado de Direito. Portanto,
pensada para resolver um problema específico hoje é perfeitamente possível uma pequena
dos clientes potenciais, numa área com valor
significativo para eles.
“Estamos hoje num
Em segundo lugar, a empresa deve manter o mundo global em que a
seu foco na promoção dessa oferta sem disper- transformação digital afeta
sar meios noutros objetivos diferentes mas que
já todos os negócios.”
não contribuem para essa diferenciação.

Em terceiro lugar, as empresas têm de conseguir


PME ganhar uma enorme dimensão em menos
angariar meios para pôr em prática uma estra-
de 10 anos, como também é possível que um
tégia para atingir o objetivo desejado. Temos
enorme e maduro negócio seja derrubado em
assim diferenciação da oferta, foco e meios.
poucos anos.

Nos Business Excellence Forum & Awards


Como é que se ultrapassa esta situação?
(BEFA) irá falar sobre as dores de cresci-
mento das PME. São estas as empresas que Não se ultrapassa. Tira-se partido dela. As hoje
maiores desafios enfrentam hoje em dia? PME têm de conseguir alavancar o seu negócio
nessa transformação, pois poucos ou nenhuns
Não necessariamente. Depende de cada caso
concreto. Estamos hoje num mundo global em serão os que lhe vão escapar.
que a transformação digital afeta já todos os
negócios. Esta não é uma qualquer revolução Na sua ótica quais são os mitos nos três,
industrial. Esta é uma onda de mudança pro- cinco e sete anos de atividade das PME?
funda que não se limita a tornar os negócios Mito #1: O meu mercado é pequeno. Nor-
mais competitivos e mais eficientes em todos malmente isso acontece quando a oferta não
os setores. Esta é uma revolução que vai substi- endereça uma oportunidade com valor ou
22 ENTREVISTA Portugalglobal nº91

quando não é significativamente diferenciada. os empresários refletirem sobre as suas opções


O mercado hoje é global. de vida e sobre a forma como utilizam a sua
energia e a forma como lidam com vários dile-
Mito #2: Não consigo os meios necessários. Os mas com que se deparam. Igualmente, o coach-
meios normalmente aparecem quando a opor- ing é importante na construção de equipas e na
tunidade é demonstrável e os responsáveis da gestão da cultura das organizações, para citar
empresa sabem procurá-los e são credíveis. alguns exemplos mais habituais.

Mito #3: Tenho várias ofertas: todas são impor- A tecnologia é importante, mas as pessoas
tantes. Ao contrário, o foco é imprescindível. são ainda mais importantes?
Sim. Selecionar e gerir pessoas, relacionar-se com
Mito #4: Preciso de muitos anos para conse-
pessoas, quer sejam colaboradores, clientes, in-
guir crescer. Não é necessariamente assim.
vestidores, colegas de equipa, etc., são compe-
Hoje há empresas globais que há 10 anos não
tências fundamentais para estar nos negócios. A
existiam e que têm um valor enorme.
tecnologia é uma fonte inesgotável de transfor-
Mito #5: O meu caso é diferente. Ninguém se mação mas são as pessoas que a aplicam.
compara a nós. Em geral isso não é assim. Pro-
Que importância atribui à realização, de
vavelmente não procurámos estudar suficien-
novo em Lisboa, dos BEFA? Que benefícios
temente bem as diferenças e semelhanças face
daí podem retirar as empresas portuguesas?
aos concorrentes.
Celebrar sucessos e comportamentos não é um
ponto forte da cultura empresarial portuguesa.
“O coaching pode ser É, no entanto, muito importante para sublinhar
os caminhos mais corretos em todos os setores
importante para os
da atividade económica. Para mostrar exem-
empresários refletirem sobre plos. Para celebrar o sucesso de outros. O suces-
as suas opções de vida e so deve ser acarinhado e divulgado. Um evento
sobre a forma como utilizam como este é também uma excelente oportuni-
a sua energia e como lidam dade para conhecer novas pessoas, aprender
com elas, e reforçar o nosso networking que é
com vários dilemas com que
tão importante para os negócios.
se deparam.”

Mito #6: A nossa diferenciação é o facto de


os clientes nos adorarem. Muitos empresários
pensam assim e a maioria desses nem sequer
mede o nível de satisfação dos clientes. Lidar
com os clientes é uma competência fundamen-
tal mas nada substitui uma oferta diferenciada.

Que papel pode o coaching ter na gestão


do dia-a-dia das empresas?
Muitos empresários têm uma enorme compe-
tência na sua área de atuação, uma enorme
energia, mas por vezes não possuem os conhe-
cimentos de gestão necessários porque não os
adquiriram como base da sua formação e/ou
não refletiram o suficiente sobre as suas pró-
prias opções e comportamentos. O coaching
deve aqui ter um papel fundamental para apoiar
estes empresários nos domínios da gestão. Mas
também o coaching pode ser importante para
outubro 2016 ENTREVISTA 23

Como avalia, globalmente, o desempenho


das PME portuguesas em termos de cultu-
ra empresarial e da aplicação de práticas
conducentes não só ao seu crescimento e
sucesso, mas também ao bom ambiente
de trabalho e a um maior envolvimento
dos colaboradores nos processos de toma-
da de decisão?
A nossa economia é composta por um gran-
de universo de PME e, infelizmente, por um
conjunto pequeno de grandes empresas.
Ambas são importantes para uma economia
saudável. As PME são normalmente uma
grande fonte de energia e de inovação. Hoje
o país tem uma nova geração de empreen-
dedores, extremamente enérgica, bem pre-
parada como nunca tivemos, muito interna-
cional no seu pensamento e ação. Os temas
da cultura e da gestão de talentos e equipas
não são estranhos a estes empresários mas
nunca é demais divulgar práticas de sucesso,
bons exemplos e trocar experiências com ou-
tros empreendedores.

Em que tipo de empresas (e de que seto-


res) podemos encontrar, em Portugal, este
tipo de estratégia?
Temos atualmente em Portugal uma geração Breve Doutorado em Engenharia Eletrotécnica e
de empreendedores muito interessante, com Computadores pelo IST - Instituto Superior
novas iniciativas baseadas em resultados re- biografia Técnico, Rogério dos Santos Carapuça é pre-
centes no domínio da ciência e tecnologia, sidente da APDC - Associação Portuguesa
em muitos setores desde as ciências da vida, para o Desenvolvimento das Comunicações
à agricultura, passando pelas tecnologias de desde janeiro de 2013.
informação para dar apenas alguns exemplos. Anteriormente foi administrador e presi-
Reinventámos setores que passaram por difi- dente executivo da Novabase e Professor
culdades e estão hoje extremamente vibrantes Auxiliar do IST, na Secção de Sistemas Digi-
como o do calçado. Temos clusters importan- tais e Computadores.
tíssimos como o do Turismo, da Indústria Au-
Além de presidente da APDC, Rogério Ca-
tomóvel, da Floresta, entre outros. E muitas
rapuça é atualmente membro do Conselho
oportunidades para explorar no domínio do
de Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Mar. Estes empresários, em geral, reconhecem
Universidade Nova de Lisboa e membro do
o valor da cultura empresarial e da captação e
“Management Committee” do Programa
fixação de talentos.
CMU Portugal.
Tem ainda o grau de Grande Oficial da Or-
Temos, assim, algumas peças de grande qua-
dem do Mérito Agrícola, Comercial e Indus-
lidade de um ecossistema de inovação que
trial, na Classe do Mérito Industrial.
há que acarinhar. Faltam outras. Os empre-
sários vão encontrá-las mas podem não as
encontrar em Portugal. Por isso, é necessário Portugal a fim de garantir que as empresas
uma nova geração de políticas públicas vira- nascidas em Portugal possam vender para o
das para a atração e fixação do investimento, mundo sim, mas possam continuar a criar va-
para a promoção da atividade empresarial em lor e emprego em Portugal.
24 MERCADOS Portugalglobal nº91

ALEMANHA
Portugal e a Alemanha mantêm um sólido e duradouro relacionamento. A
Alemanha é um importante parceiro económico do nosso país, quer em termos de
comércio de bens e serviços, quer enquanto investidor em Portugal, sendo ainda
um relevante emissor de turistas.

Por ser um desenvolvido e competitivo mercado, são muitas as potencialidades que


poderão reforçar esse relacionamento, com oportunidades de negócio para muitos
setores da atividade económica nacional.

João Mira Gomes, embaixador de Portugal na Alemanha, e Pedro Macedo


Leão, diretor do Centro de Negócios da AICEP em Berlim, analisam este
importante mercado.
outubro 2016 MERCADOS 25

LISBOA-BERLIM
UMA RELAÇÃO DE PROXIMIDADE
As relações entre Portugal e a Alemanha têm atingido nos últimos anos novos
patamares de intensidade e proximidade. Neste contexto, o ano de 2016
não é uma exceção.

Desde janeiro passado Berlim recebeu peísta, alicerçada na convicção de


visitas de Suas Excelências o Presiden- que as melhores respostas para os
te da República (maio) e o Primeiro- principais desafios com que os nossos
-ministro (fevereiro) para encontros países se confrontam são, essencial-
com os respetivos homólogos, tendo mente, comuns. Um bom exemplo
o Chefe de Estado português reunido desta partilha de visões é a chamada
também com a Chanceler Federal e ‘questão dos refugiados’, em que,
com o Presidente do Bundestag. tanto Portugal, como a Alemanha,
defendem uma resposta conjunta e
O Ministro dos Negócios Estrangei- solidária – dentro e fora das fronteiras
ros deslocou-se já várias vezes a este >POR JOÃO MIRA GOMES, da UE – a um desafio que põe à prova
EMBAIXADOR DE PORTUGAL a Europa como um todo.
país, a primeira em abril, e voltará a
NA ALEMANHA
encontrar-se com o Ministro Frank-
-Walter Steinmeier em novembro, No que diz respeito a matérias de po-
por ocasião do 4º Fórum Portugal- lítica económica, as visitas a Berlim
lização da sua vizinhança, com uma
-Alemanha, um evento em que está serviram para transmitir aos parceiros
atenção muito particular para o con-
prevista a presença do Vice-chance- alemães uma mensagem de ambição e
tinente africano.
ler alemão Sigmar Gabriel. Para con- responsabilidade: ambição, na medida
cluir esta longa lista, que não inclui em que se quis sublinhar a centralida-
as deslocações de vários Secretários de, para as autoridades portuguesas,
de Estado, de destacar também a vi- “Lisboa e Berlim da melhoria da competitividade da
sita a Berlim do Ministro das Finan- partilham uma postura economia nacional; responsabilidade,
ças, que em maio reuniu com o seu profundamente porque foi reiterado a todos os níveis
homólogo e a importante delegação de interlocução o compromisso com
europeísta, alicerçada
nacional que se deslocou à capital o cumprimento do enquadramento
na convicção de normativo que governa as políticas or-
alemã por ocasião do festival Berli-
nale, que este ano deu muita visibili- que as melhores çamentais nacionais e a coordenação
dade ao cinema português. respostas para os macroeconómica no seio da Zona Euro.
principais desafios
Aqueles encontros foram marcados com que os nossos O que nos leva aos desafios futuros
por um claro fio condutor: o refor- com que se confrontam Portugal e a
países se confrontam
ço do relacionamento bilateral num Alemanha.
quadro de reflexão sobre o futuro da
são, essencialmente,
União Europeia, da União Económica comuns.” A prosperidade da Europa passa em
e Monetária (UEM) e da política eu- grande medida pela capacidade em
ropeia de asilo e fronteiras, mas tam- preservar e alargar quotas de merca-
bém os principais desafios em maté- A seguir a cada encontro foi possível do para além das fronteiras do nosso
ria de paz e segurança, tais como a constatar uma grande confluência de continente. Nesse sentido, o conheci-
Ucrânia e a Síria e a forma como a posições: Lisboa e Berlim partilham mento que as empresas portuguesas
Europa pode contribuir para a estabi- uma postura profundamente euro- têm de alguns mercados não-tradicio-
26 MERCADOS Portugalglobal nº91

nais para a Alemanha, como Angola, – sob pena de criar um precedente grande qualidade e, pela nossa parte,
Moçambique ou a Venezuela, pode perigoso do qual a Europa dificil- continuamos a acreditar na necessi-
representar, no futuro, uma grande mente recuperaria. dade – até na inevitabilidade – de um
oportunidade de sinergias com em- reforço da arquitetura incompleta da
presas alemãs. Para além das negociações com o moeda única. Continuaremos tam-
Reino Unido, os restantes 27 Estados- bém a pugnar pela importância da
Mas é no seio da própria Europa que -membros da UE estão neste momen- coesão e da convergência económi-
reside o maior potencial para um re- to em pleno debate sobre o futuro da cas, condições necessárias para que
forço da colaboração entre os dois UE. Mais uma vez, independentemen- a Zona Euro, e a UE no seu conjunto,
países, com o objetivo comum de te dos temas concretos, a Alemanha e se tornem mais resilientes em relação
eliminar as incertezas e a instabilida- Portugal partilham uma aposta euro- a futuras crises.
de de que neste momento padece o peia transversal, isto é, uma vontade
projeto europeu. política em aprofundar o projeto euro- Uma palavra ainda sobre a promo-
peu nas áreas onde se conclua que as ção – política, económica, cultural –
Desde já através de uma coordena- respostas europeias acrescentam valor de Portugal na Alemanha. Em última
ção estreita no âmbito das nego- à mera soma de respostas nacionais análise, o que conta, na Alemanha
ciações com o Reino Unido relati- avulsas – por exemplo, nos domínios como noutros países, são os resulta-
vamente ao futuro das relações de da segurança interna e externa. dos. Quer se trate de estabilidade po-
Londres com a União Europeia pós- lítica, de consolidação orçamental, ou
-Brexit. Portugal e a Alemanha têm Também no que diz respeito ao fu- de crescimento económico, ou, acima
relações económicas estreitas com turo da UEM, Portugal e a Alemanha de tudo, de firmeza na defesa dos
o Reino Unido e pugnarão pela sua concordam inteiramente quanto aos valores europeus fundamentais, os
preservação. Ao mesmo tempo, Ber- fins: uma Zona Euro unida, mais re- nossos interlocutores institucionais e
lim e Lisboa partilham a convicção sistente a crises e mais competitiva.
empresariais neste país vão podendo
de que a integridade do mercado Ainda que nem sempre a mesma una-
confirmar que, num contexto europeu
único e das suas quatro liberdades nimidade se possa registar quanto
e internacional marcado pela instabili-
é fundamental, não podendo ser sa- aos meios, Lisboa e Berlim têm nesta
dade, Portugal continua a ser, como
crificados com o intuito de preservar matéria, em conjunto com os restan-
sempre foi, um parceiro de confiança,
o pleno acesso ao mercado britânico tes 17 países do Euro, um diálogo de
na Europa e para além dela.

Para esta imagem positiva contri-


buem decisivamente as perceções re-
lativas aos empresários portugueses
e ao seu crescente dinamismo neste
país, mas também a excelente repu-
tação da comunidade portuguesa,
cada vez mais diversificada e presen-
te na sociedade alemã.

A imagem de um país é fruto de um


somatório de fatores – materiais e
imateriais. E a sua projeção internacio-
nal não depende só de fatores demo-
gráficos, geográficos, ou económicos.
Portugal é um bom exemplo de um
País cuja imagem e projeção são bem
superiores à soma aritmética daqueles
fatores. Isso ficou bem demonstrado
na recente eleição do Engº António
Guterres como Secretário-Geral das
Nações Unidas.

mail@botschaftportugal.de
outubro 2016 MERCADOS 27

O MOTOR DA ECONOMIA EUROPEIA


A Alemanha é considerada um dos países industrializados mais desenvolvidos e
competitivos do mundo e é a quarta economia mundial. Com mais de 82 milhões
de habitantes, é também o maior e o mais importante mercado na União Europeia
e a locomotiva principal do seu crescimento económico. A sua economia está
especializada no desenvolvimento e produção de bens industriais complexos,
recorrendo a tecnologias inovadoras de produção, e está fortemente orientada
para a exportação. A indústria transformadora é um key driver da sua economia.

A Alemanha é o terceiro cliente e o A estratégia alemã “High Tech”, lança-


segundo fornecedor de Portugal, ab- da em 2006, permitiu à Alemanha co-
sorvendo, em 2015, 11,8 por cento locar-se no grupo dos países mais bem-
do total das exportações e fornecendo -sucedidos em I&D. Os seus objetivos
12,9 por cento do total das importa- são continuar a mobilização de todos
ções portuguesas. Em 2015, Portugal os atores da pesquisa alemã, públicos e
exportou para a Alemanha bens no va- privados, para promover o desenvolvi-
lor de 5,9 mil milhões de euros, tendo mento de produtos inovadores e manter
importado 7,8 mil milhões de euros de a competitividade alemã a nível global.
mercadorias. A estrutura das expor- As prioridades de investigação são o cli-
tações portuguesas para a Alemanha >POR PEDRO MACEDO LEÃO, ma e a energia, saúde e nutrição, mo-
é marcadamente evoluída do ponto DIRETOR DO CENTRO DE bilidade, segurança e comunicação. Este
NEGÓCIOS DA AICEP EM BERLIM
de vista tecnológico, com os produ- ambiente alemão high-tech tem uma
tos de alta e média-alta intensidade forte capacidade de atrair pesquisadores
tecnológica a representarem mais de e empresários em todo o mundo. A Ale-
vel a Portugal, para o qual muito tem
metade (51 por cento) do valor global. manha tem mais de 250 mil estudantes
contribuído o turismo que tem apre-
Também no setor dos serviços, o mer- estrangeiros matriculados em universi-
sentado um crescimento a dois dígitos,
cado alemão tem um papel da maior dades. Considera-se que a viabilidade
que este ano apresenta um aumento
relevância para a economia portu- futura da economia alemã vai depender
guesa, surgindo, em 2015, na balan- de 17 por cento nas receitas, de janei- de poder atingir no futuro uma posição
ça comercial de serviços, no 4.º lugar ro a julho, face ao ano anterior. de liderança nas key technologies.
como cliente de Portugal. Entre 2007 e
2015, a balança comercial de serviços A Alemanha, a par com os Estados Uni- Após a queda do Muro de Berlim em
luso-alemã foi continuamente favorá- dos, é hoje um país líder em inovação. 1989 e após a reunificação, a Alemanha
28 MERCADOS Portugalglobal nº91

ocupou-se principalmente de si própria das empresas portuguesas contribui de fornecedores e empresas de referên-
durante um período de dez anos: as para a promoção da internacionaliza- cia, são alguns dos exemplos que po-
exportações estagnaram e a Alemanha ção da economia portuguesa, e das dem ser mencionados. As grandes em-
importou mais do que exportou. Com nossas exportações. presas alemãs como a Siemens, a Bosch
a viragem do século foi implementada e a Continental Mabor já se apercebe-
uma política focada no aumento das A Alemanha é um dos principais parcei- ram desta realidade e têm vindo a criar
exportações e baseada num congela- ros comerciais de Portugal e o principal em Portugal centros tecnológicos e de
mento dos salários alemães. Entre 1998 investidor direto estrangeiro em termos desenvolvimento onde potenciam o co-
e 2008 os custos unitários do trabalho industriais. Estrategicamente é o primei- nhecimento e o valor dos nossos enge-
cresceram apenas 4,4 por cento na Ale- ro e principal motor para o aumento da nheiros. Por seu lado, o grupo alemão
manha, contra 19 por cento em média capacidade de inovação na economia Eberspaecher anunciou a construção
na zona Euro. A parte dos salários no portuguesa. O investimento alemão em de uma nova fábrica de tecnologia de
valor acrescentado desceu de 66,3 por Portugal permite o acesso a capital hu- escape em Portugal. A nova instalação
cento, em 2000, para 62,2 por cento mano com maiores níveis de formação, irá fornecer, no futuro, componentes
em 2007, refletindo aumentos salariais a organizações mais bem adaptadas aos de Hot-End e Cold-End para veículos a
bem abaixo dos ganhos de produtivi- processos de inovação e a redes inter- gasóleo e gasolina a fábricas de cons-
dade. Esta pressão intensa exercida nos nacionais de conhecimento e parcerias. trutores de automóveis europeus, com
custos do trabalho durante uma década uma capacidade de produção anual de
inteira não teve equivalente em outro A fábrica da Volkswagen Autoeuropa 2,5 milhões de componentes de escape.
país na Europa. Esta política de auste- em Palmela é um bom exemplo e repre-
ridade aplicada na Alemanha, em con- senta um dos mais importantes investi- Em Berlim o modelo da diplomacia
traciclo com o resto da Europa, resulta mentos industriais estrangeiros até hoje económica que temos seguido permite
que, ao contrário de muitos países euro- executados em Portugal. Enquanto país que a Embaixada de Portugal, os Con-
peus hoje em dificuldade, a Alemanha emissor de investimento direto estran- sulados-Gerais na Alemanha, o Institu-
possa apresentar um clima de confiança geiro a Alemanha continua a ter a má- to Camões, o Centro de Negócios da
na sua situação atual. O bom desempe- xima importância para Portugal, sendo AICEP e a Representação do Turismo de
nho da economia no segundo trimes- o principal investidor industrial no nosso Portugal se alavanquem mutuamente
tre de 2016, garantiu emprego a 43,5 país. Portugal é hoje muito atrativo para em prol de mais e melhores exporta-
milhões de alemães, o que se traduz um investidor estrangeiro: o sistema ções nacionais, da internacionalização
num aumento de 529.000 empregos científico e universitário de qualidade, das empresas portuguesas, da promo-
relativamente ao ano anterior. A taxa de as redes de infraestruturas de telecomu- ção de Portugal e da sua imagem, e
desemprego é assim de 5,9 por cento, a nicações e logística de topo, a posição da captação de investimento direto es-
mais baixa de há 25 anos. geoestratégica do país, a ampla gama trangeiro de qualidade. A newsletter de

O impacto da incerteza resultante do


Brexit foi menor do que o esperado
e a economia alemã deverá manter
o seu ritmo de crescimento em 2016
(mais 1,7 por cento). Um crescimen-
to alavancado por uma forte posição
competitiva, custos de financiamento
extremamente baixos e um bom estí-
mulo doméstico com crescimento da
procura. O aumento dos salários e
uma inflação baixa suportam o cresci-
mento do consumo interno.

Relacionamento
com Portugal
Temos vindo a assistir na Alemanha
à entrada de marcas nacionais, cada
vez com maior intensidade. O reco-
nhecimento das melhores práticas
outubro 2016 MERCADOS 29

periocidade quinzenal produzida nesta O investimento português na Alema- aumento das nossas exportações, que
Embaixada, denominada „Portugal nha testemunha um interesse crescen- representam já mais de 40 por cento
aktuell: Wachstum. Investitionen. Inno- te dos agentes económicos portugue- do nosso Produto Interno Bruto (PIB).
vation“, é um exemplo desta atuação ses por este mercado. O número de Portugal foi capaz de inovar e de man-
conjunta e um veículo de informação empresas portuguesas com escritório ter os seus clusters industriais. Estes
das inúmeras atividades que vão sendo e representações permanentes no mer- clusters são hoje uma vantagem, e de-
realizadas em conjunto no mercado. De cado alemão tem vindo a crescer, tanto vem ser comunicados de forma exaus-
referir também o apoio que temos tido na área industrial como comercial. O tiva. A afirmação internacional dos
na operacionalização de alguns eventos fabricante de autoclismos Oliveira & Ir- nossos clusters mostra que as nossas
por parte dos hotéis portugueses em mão (OLI) arrancou este ano com uma empresas possuem vantagens compe-
Berlim, das marcas Pestana e Sana, am- sucursal na Alemanha, aproximando- titivas e que os nossos produtos estão
bos excelentes quatro estrelas superio- -se assim do mercado alemão. A OLI entre os melhores do mundo.
res e localizados em zonas de prestigio Sanitärsysteme GmbH está instalada
de Berlim. São um exemplo da forma na cidade de Möckmühl, a norte de Acredito que a nova era digital irá be-
como, em sinergia, as empresas de ca- Estugarda, onde passa a coordenar e neficiar as empresas portuguesas que
pital português no estrangeiro podem desenvolver as operações comerciais fornecem o mercado alemão, dado
ser uma mais-valia na promoção do e logísticas junto de retalhistas espe- que o fator proximidade irá constituir
nosso país e das nossas marcas. cializados e distribuidores alemães. A uma vantagem adicional para o for-
Sonae Sierra adquiriu a antiga sede, necimento rápido de produtos “cus-
O Centro de Negócios da AICEP em tomizados”. Participei recentemente
em Nuremberga, da empresa alemã de
Berlim está consciente que os desafios no Roadshow Portugal Global, organi-
venda por catálogo Quelle. Trata-se de
crescentes que a globalização cria, zado pela AICEP em Aveiro, onde foi
um dos maiores edifícios da Alemanha,
significam que as soluções requerem apresentado e discutido com grande
que deverá dar lugar a um complexo
uma visão global da promoção inter- interesse o conceito Indústria 4.0. O
imobiliário com componentes de reta-
nacional da nossa economia. Com tema principal de muitas conferências
lho e escritórios.
esta nova realidade a presença empre- na Alemanha tem sido a Industrie 4.0,
sarial portuguesa na Alemanha deve que é também a buzzword do mo-
encorajar os empresários portugueses
Competitividade mento em termos industriais. Trata-se
a reforçarem as suas competências, a e oportunidades de um novo conceito de “indústria in-
cooperarem entre si, dado que per- A grande abertura da economia por- tegrada”, que para muitos é a “quarta
mite um melhor conhecimento do tuguesa nos últimos anos, impulsio- revolução industrial”, e que aposta em
mercado alemão, e da presença por- nada pelo espírito empreendedor dos levar a internet para dentro da fábrica.
tuguesa na Alemanha. empresários portugueses, permitiu o Os componentes vão passar a ter uma
identidade dupla, uma para o mundo
real e outra para um registo digital.
Com o objetivo de resistir à concorrên-
cia internacional, estão a ser desenvol-
vidos os chamados Cyber-Physical Pro-
duction Systems (CPPS) com máquinas,
sistemas de armazenagem e meios de
produção inteligentes.

“Industrie 4.0” é um dos projetos que


integram a estratégia alemã „High-
tech Strategy 2020“, que tem como
objetivo manter a liderança na inova-
ção tecnológica. O governo federal
aposta num rápido desenvolvimento
social e tecnológico e fomenta a coo-
peração entre estruturas, empresas e
todos os agentes de inovação na Ale-
manha. A indústria alemã quer evoluir
para novas filosofias de produção e a
Alemanha está a fazer significativos
30 MERCADOS Portugalglobal nº91

conservar as suas indústrias tradicionais


de bens de consumo. Algumas indús-
trias são apontadas como potenciais
beneficiárias, destacando-se a indústria
farmacêutica, a indústria têxtil e a in-
dústria da borracha e plásticos. No caso
da indústria farmacêutica assistimos,
este ano, a um incremento exponencial
na exportação de medicamentos para
a Alemanha, para o qual terá contri-
buído certamente o nosso empenho
na participação como país parceiro no
“1st BME Global Pharma Supply Chain
Congress” onde proporcionamos aos
players nacionais uma forte promoção
e visibilidade no mercado alemão.

A Alemanha é também a principal


plataforma de negócios do mundo
para quem quer mostrar e divulgar os

investimentos em I&D, na “Internet ração tecnológica muito elevados e a


das Coisas” e novos serviços, para as posicionarmo-nos como fornecedores
diversas áreas de aplicação deste novo globais e em certa medida a exportar
mundo conectado. Portugal pode ad- o que eu chamaria de “Made in Ger-
quirir vantagens competitivas se for many/Made in Portugal”. As empresas
capaz de gerar uma onda de “bottom- portuguesas que se qualificam com su-
-up digital innovations” envolvendo os cesso como fornecedoras das fábricas
setores industriais. As nossas startup e alemãs em Portugal, concorrem tam-
PME podem beneficiar das inúmeras bém com as outras fábricas mundiais
oportunidades que estão a surgir para desses grupos, tornando-se fornecedo-
modelos de negócio inovadores. ras globais desta “cloud”.

Um dos fatores de desenvolvimento A importância


para um país e para a sua indústria é
do mercado alemão
seguramente a capacidade de atuar no
presente antecipando o futuro. Portu- A Alemanha é um mercado importan-
gal, para enfrentar os desafios coloca- te, mas que exige algum investimento
dos pela globalização, terá de transitar em tempo e dinheiro e uma boa pre-
com sucesso para uma sociedade do paração. É muito dinâmico e existem
conhecimento com uma dinâmica de oportunidades em praticamente todos seus produtos. Dois terços das princi-
inovação forte. Temos de intensificar os setores de atividade para as nossas pais feiras internacionais de comércio
os esforços para colocar produtos e empresas. É um mercado estratégico são realizadas na Alemanha: cerca
serviços competitivos nos mercados onde cada vez mais nos bens de con- de 160.000 expositores participam
mundiais. As duas economias, fruto do sumo os canais de venda online funcio- anualmente em 140 feiras internacio-
elevado investimento industrial alemão nam como lojas para grandes grupos nais, o que representa seis milhões de
em Portugal, apresentam um elevado de consumidores. De notar que existe metros quadrados de espaço alugado.
grau de relacionamento das suas in- uma tendência de regresso à Europa
dústrias. Ao fornecermos as fábricas por parte de algumas empresas alemãs, O esforço que temos vindo a desenvol-
destas empresas na Alemanha, e tam- que estão a dar sinais de querer voltar ver para melhorar o posicionamento
bém as suas fábricas espalhadas pelo a comprar no continente europeu. Por- das empresas portuguesas que parti-
mundo, estamos a exportar produtos tugal pode tirar benefício desta tendên- cipam nas principais feiras de comér-
com níveis de sofisticação e incorpo- cia dado que foi capaz, com mérito, de cio na Alemanha é também um bom
outubro 2016 MERCADOS 31

exemplo da forma como se aplica em com excelentes resultados para os parti- empresas a exportar para a Alemanha
Berlim o modelo da diplomacia eco- cipantes. Na área das frutas e legumes, (2.853 em 2012).
nómica. Congregando as empresas e a Portugal Fresh é um exemplo de ex-
as entidades nacionais com presença celência de atuação de um cluster na- Os nossos projetos são ambiciosos e
nestas feiras com as entidades organi- cional, tendo as exportações deste setor para a sua prossecução trabalhamos em
zadoras, temos procurado aumentar a crescido exponencialmente, fruto dos estreita colaboração com associações
sua visibilidade e melhorar em simultâ- esforços conjuntos e da participação e confederações alemãs generalistas
neo o relacionamento institucional. A de Portugal como país parceiro na feira e setoriais, que estão conscientes dos
forma como as empresas nacionais de Fruit Logistica. Hoje quem entrar num desafios que o nosso país enfrenta no
alguns setores se apresentaram revela supermercado na Alemanha já pode ad- momento atual. Os nossos parceiros
que temos vários clusters nacionais de quirir fruta portuguesa, com destaque têm permitido identificar e contactar
sucesso o que deve orgulhar todos os para a pera rocha e os frutos vermelhos. as pessoas certas e que melhor podem
portugueses. Os têxteis-lar, as frutas e No ramo alimentar, a Viniportugal, a ajudar aos negócios das nossas empre-
legumes, os vinhos, o calçado, as cerâ- PortugalFoods e a Inovcluster apresen- sas. A promoção da “Marca Portugal”
micas e porcelanas e as utilidades do- tam também bons exemplos de proje- é um dos grandes desafios que temos
mésticas impressionam particularmen- tos conjuntos de promoção de Portugal. pela frente. A nossa intelligence e a nos-
te pela força e número de empresas Na área dos produtos de consumo, a sa experiência estão ao serviço de todas
presentes em feiras da especialidade na APICCAPS, a NERLEI, a Seletiva Moda, as empresas que se sintam motivadas
Alemanha. Temos recebido os maiores a ATP - Associação Têxtil e Vestuário de para atuar neste mercado. Em novem-
elogios à participação portuguesa e à Portugal, etc. são também exemplos de bro próximo, fruto do reconhecimento
da nossa atuação no mercado, Portugal
vai ter destaque no simpósio anual da
associação de compradores alemães,
a BME, onde, perante uma plateia de
1.500 compradores alemães, o ministro
da Economia português irá apresentar
as razões que devem motivar um com-
prador alemão a apostar em Portugal.

Portugal organiza este novembro e


nos próximos anos a Web Summit,
uma das maiores conferências de tec-
nologia do mundo, e Lisboa vai ser
capital da economia web e da tecno-
logia digital até 2020. Estão criadas
as condições para que Portugal possa
entrar com sucesso na próxima vaga
de digitalização da sociedade, e tam-
bém da indústria. O ecossistema Start-
up em Berlim é um dos mais ativos a
forma como tem evoluído a sua pre- entidades presentes com regularidade nível europeu, o que nos motivou
sença. As empresas que visitamos mos- neste mercado. No setor dos produtos a estar presentes este ano com um
traram ser capazes de criar vantagens industriais, muitas outras associações stand informativo na “Startup Europe
competitivas, não assentes no preço, como a AFIA, Cefamol, AIMMAP, ANE- Summit”. O interesse manifestado e
mas num novo modelo de negócio, ME e a APCOR, entre outras, estão tam- o feedback que recolhemos foi que
com base no serviço ao cliente. bém presentes com regularidade neste Portugal é hoje muito atrativo para a
mercado. No ano de 2015 identifica- comunidade startup internacional, e
Por outro lado, a apresentação na Ale- mos 1.468 empresas portuguesas ex- que o enfoque em Portugal é grande.
manha de projetos conjuntos, de em- positoras em 89 feiras internacionais or-
presas e entidades nacionais, é cada vez ganizadas na Alemanha. Em 2012 eram Desejo a todos bons negócios na Ale-
mais frequente. Em setembro, a Plata- apenas 1.021, o que reflete uma aposta manha.
forma Ferroviária Portuguesa esteve crescente das empresas portuguesas na
presente na feira Innotrans em Berlim, exportação. Hoje temos mais de 3.000 aicep.berlin@portugalglobal.pt
32 MERCADOS Portugalglobal nº91

RELACIONAMENTO ECONÓMICO
PORTUGAL - ALEMANHA
A Alemanha é um importante parceiro económico de Portugal, sendo o 3º maior
cliente dos bens portugueses. No turismo, a Alemanha assume igualmente uma
posição de relevo.

As exportações de bens e serviços relativos ao período de janeiro a ju- levância para a economia portugue-
portugueses para a Alemanha as- lho de 2016 indicam subidas em am- sa, surgindo, em 2015, em 3º lugar
cenderam a 8.099 milhões de euros bos os fluxos para 11,2 por cento e (a seguir a Espanha e França) como
em 2015, enquanto as importações 13 por cento respetivamente. Desde cliente, e ocupando o 2º lugar como
ultrapassaram os 8.500 milhões de 2011 que as exportações de bens e fornecedor de Portugal, absorvendo
euros. Em 2015, a quota da Alema- serviços para aquele mercado têm 11,8 por cento do total das expor-
nha no comércio internacional por- vindo a aumentar. tações e fornecendo 12,9 por cento
tuguês de bens e serviços foi de 10,9 do total das importações nacionais.
por cento, enquanto cliente, e de 12 No comércio de bens o mercado No período de janeiro a julho deste
por cento como fornecedor. Dados alemão tem um papel da maior re- ano, as quotas registadas foram, res-

BALANÇA COMERCIAL DE BENS E SERVIÇOS DE PORTUGAL COM A ALEMANHA


2015 2016
2011 2012 2013 2014 2015 Var % 15/11a Var % 16/15b
jan/jul jan/jul
Exportações 7.608,7 7.241,9 7.352,8 7.629,0 8.099,0 1,7 4.800,5 4.806,9 0,1
Importações 7.889,4 6.902,9 7.024,9 7.874,3 8.533,6 2,4 5.046,2 5.292,5 4,9
Saldo -280,7 339,0 327,9 -245,3 -434,6 -- -245,7 -485,6 --
Coef. Cob. 96,4 104,9 104,7 96,9 94,9 -- 95,1 90,8 --
Fonte: Banco de Portugal Unidade: Milhões de euros
Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2011-2015; (b) Taxa de variação homóloga 2015-2016
Devido a diferenças metodológicas de apuramento, o valor referente a “Bens e Serviços” não corresponde à soma [“Bens” (INE) + “Serviços” (Banco de Portugal)].
Componente de Bens com base em dados INE, ajustados para valores f.o.b.
outubro 2016 MERCADOS 33

petivamente, 12,1 por cento e 13,8 dutos para a Alemanha aumentou de de serviços para a Alemanha ascendeu
por cento. 2. 676, em 2011, para 2.983 em 2015. a 2.330 milhões de euros, contra 940
milhões de euros em importações.
As exportações portuguesas de bens No que respeita às importações, o
para a Alemanha apresentaram, em grau de concentração é igualmen- As viagens e turismo e os transportes
2015, um grau de concentração ele- te elevado, com 55,9 por cento das são os principais serviços exportados
vado, uma vez que apenas dois gru- aquisições em 2015 respeitando para a Alemanha, representando, em
pos de produtos – máquinas e apare- apenas a dois grupos de produtos: 2015, 54,1 por cento e 22,6 por cen-
lhos, com 28,5 por cento, e veículos veículos e outro material de trans- to, respetivamente, do valor global,
e outro material de transporte, com porte (30,3 por cento do total) e má- evidenciando a importância do turis-
22,5 por cento – representavam mais quinas e aparelhos (25,6 por cento). mo alemão para Portugal. Do lado
de metade (51 por cento) do valor Dos restantes grupos de produtos, das importações, surgiam em primei-
global expedido para aquele mercado. destacavam-se ainda, em 2015, os ro lugar os outros serviços fornecidos
produtos químicos (14,1 por cento por empresas com 34,6 por cento,
Dos restantes grupos de produtos ex- do total das compras), os plásticos e seguindo-se as viagens e turismo com
portados destacam-se os plásticos e borracha (6,3 por cento) e os metais 24,4 por cento e os transportes com
borracha (8 por cento do valor global), comuns (5,8 por cento). 21,3 por cento.
os produtos químicos (6,1 por cento),
o calçado (6 por cento) e os metais co- Em termos de grau de intensidade Refira-se que a Alemanha assume uma
muns (5,3 por cento). tecnológica, a estrutura quer das ex- posição muito importante no turismo
portações quer das importações era, português, contribuindo com mais de
Nos primeiros sete meses deste ano em 2015, dominada pelos produtos 4,36 milhões de dormidas em 2015 e
mantinha-se a mesma estrutura no de média-alta tecnologia. com 1.260 milhões de euros em re-
que respeita aos primeiros três grupos ceitas, as quais representaram 11 por
de produtos mais exportados para o Serviços e turismo cento do total das receitas realizadas
mercado alemão, assinalando-se, po- Também no setor dos serviços o mer- por estrangeiros. No período de 2011-
rém, uma quebra 11,5 por cento nas cado alemão tem um papel relevan- 2015, as dormidas de turistas alemãs
expedições de veículos e outro ma- te para a economia portuguesa quer em Portugal aumentaram 9 por cento
terial de transporte relativamente ao como cliente de Portugal, quer como e as receitas cresceram 11,6 por cen-
mesmo período de 2015. fornecedor, apresentando um saldo to. Os dados disponíveis para este ano
comercial favorável ao nosso país, ao confirmam a consolidação da posi-
De acordo com o INE, o número de em- contrário do que acontece com o co- ção da Alemanha enquanto mercado
presas portuguesas que exportam pro- mércio de bens. Em 2015, a exportação emissor de turistas para Portugal.
34 MERCADOS Portugalglobal nº91

TESTEMUNHOS DE EMPRESAS
Fruto do forte relacionamento económico entre Portugal e a Alemanha, são
muitos os exemplos de empresas de ambos os países presentes nestes mercados,
seja enquanto investidoras, seja como exportadoras de bens ou serviços.
Conheça alguns desses casos de sucesso.

CONTINENTAL MABOR
Uma forte aposta em Portugal
Em Portugal desde 1989, a Continental Mabor é o resultado de uma joint-venture
entre a alemã Continental AG (60 por cento) e a Mabor (40 por cento), sendo detida
na íntegra pela Continental AG – um dos cinco maiores fornecedores mundiais da
indústria automóvel – desde 1993. Localizada em Lousada, Vila Nova de Famalicão,
a Continental Mabor dedica-se ao fabrico de pneus para viaturas de passageiros e
aposta nos produtos de alta performance.

Atualmente com 1.794 colaboradores, a em- mente através da criação de um polo de cria-
presa exporta mais de 97 por cento da sua tividade em Portugal e do reconhecimento da
produção para 65 países diferentes. A Europa capacidade técnica dos seus colaboradores.
é o mercado predominante dos produtos da
Continental Mabor, com destaque para a Ale- www.continental-presse.de
manha, França e Espanha. Ainda que em me-
www.continental-mediacenter.com
nor volume, a empresa envia também os seus
videoportal.continental-corporation.com
pneus para os Estados Unidos, Holanda, Reino
CONTROLO
Unido e Bélgica. DE QUALIDADE

A estratégia de investimento da empresa cen-


tra-se na produção de produtos com maior
complexidade, como os pneus de alta perfor-
mance e ultra ultra alta performance: UHP e
UUHP, e os tradicionais pneus para SUV (Sport
Utility Vehicles).

A inovação é também uma aposta da empresa,


que tem investido na instalação em Portugal de
Centros de Desenvolvimento em Tecnologias
de Informação e Pesquisa e Desenvolvimento.

Estes investimentos permitiram aumentar o nú-


mero de postos de trabalho no país, nomeada-
outubro 2016 MERCADOS 35

INAPA
UMA REFERÊNCIA
NO MERCADO
ALEMÃO
A Inapa está presente no
mercado alemão desde 2000,
quando adquiriu a Paper
Union, o terceiro maior
distribuidor de papel na
Alemanha, numa aposta de
sucesso relatada por Diogo
Rezende, CEO do Grupo Inapa.

“A Inapa conta hoje com mais de cinco déca-


das de conquistas, dentro e fora de Portugal,
em que passou de uma empresa nacional pro-
dutora de papel para ser um grupo presente em
nove países, atuando nas áreas de distribuição
de papel, embalagens e comunicação visual.

O processo de internacionalização do Grupo co-


meçou de forma faseada e gradual, tendo entre
1998 e 2000 sofrido o maior ajustamento, na
medida em que passou de uma empresa indus-
trial com a maior parte da sua estrutura em Por-
tugal para ser uma empresa distribuidora com
a maior parte das suas operações fora do país.

A entrada no mercado alemão foi a mais mar-


cante. A Inapa adquiriu, em 2000, a Papier
Union, o terceiro maior distribuidor de papel na
Alemanha. A sua posição neste país foi ainda
incrementada com a aquisição de empresas nos
setores da embalagem e comunicação visual.

A Inapa detém hoje no mercado alemão, a Inapa


Deutschland, que engloba a Papier Union, cujas
vendas representam uma faturação de 500 mi-
lhões, o equivalente a cerca de 50 por cento do
volume de negócios do Grupo, a Inapa Packag-
ing e a Complott Papier Union na área da comu-
nicação visual. Através da Papier Union, a Inapa
detém uma quota de mercado de cerca de 20
por cento na distribuição de papel na Alemanha.
3
36 MERCADOS Portugalglobal nº91

Com aproximadamente 700 colaboradores na Alemanha e uma base de


35.000 clientes, a Inapa tem-se diferenciado por disponibilizar ao mercado
local um portefólio alargado de produtos e soluções, e um know-how bas-
tante especializado, fruto de longos anos de experiência e de uma logística
de excelência. Somos parceiros de negócio, mas também consultores dos
nossos clientes. Adaptamo-nos rapidamente e reagimos com flexibilidade
aos desafios do mercado. O nosso serviço não acaba com a entrega do pro-
duto, procuramos ir mais além e gerar valor na operação dos nossos clientes.

O facto de a Inapa ser um grupo multinacional, possibilita à nossa opera-


ção na Alemanha tirar partido das nossas soluções globais de tecnologias
de informação, compras e logística, conseguindo desta forma oferecer
um serviço de elevado valor acrescentado ao mercado alemão, encon-
trando sempre soluções mais eficientes, ecológicas, inovadoras e econó-
micas para os seus clientes.

O sucesso da Inapa neste mercado deve-se assim à combinação das ca-


pacidades e dimensão do Grupo aliados à flexibilidade e autonomia que 4

a operação tem para gerir o negócio localmente. Na Alemanha, somos


alemães. É isto que nos distingue. Não temos uma filosofia de “one size
fits all”, o Grupo acredita que são as pessoas que estão no mercado lo-
cal, no dia-a-dia, que são a alavanca do negócio.

Sabemos que o sucesso, para os próximos anos, passa por anteciparmos


e superarmos as expectativas dos nossos clientes, de forma a continuar-
mos a disputar a liderança no mercado alemão.”

www.inapa.pt

1. D
 IOGO REZENDE,
CEO DO GRUPO INAPA

2. FROTA NA
ALEMANHA

2
outubro 2016 MERCADOS 37

LEICA PORTUGAL
INVESTIMENTO PRODUTIVO
E PROMOTOR DE EMPREGO
Em Portugal há 43 anos, a Leica Portugal é a
principal unidade produtiva do grupo alemão
Leica Camera AG. A empresa é responsável pela
produção de aparelhos óticos de alta precisão
da marca de máquinas fotográficas mais
famosa do mundo.

Por forma a responder à inovação tecnológica e ao aumento da procura


no mercado mundial, a Leica inaugurou recentemente uma nova uni-
dade fabril em Famalicão, num investimento que veio dotar a filial por-
tuguesa de equipamentos tecnológicos de última geração, colocando a
empresa na vanguarda produtiva do setor e permitindo, adicionalmente,
uma maior capacidade produtiva.

Atualmente a empresa emprega 684 trabalhadores, assumindo um papel


impulsionador na criação de emprego jovem e qualificado no concelho
de Vila Nova de Famalicão.

O grupo Leica Camera salienta a continuidade do investimento em Por-


tugal pelo alargamento das futuras competências da unidade fabril por-
tuguesa, onde se destacam a Investigação e Desenvolvimento e a criação
de um Centro de Reparação de produtos finais.

A empresa refere como fatores determinantes para o investimento em


Portugal, desde logo, “a sinergia existente com as atividades atuais na
unidade fabril portuguesa, bem como o conhecimento produtivo con-
solidado desde a instalação da unidade, em 1973, e os incentivos ao
investimento”. Fonte da Leica destaca ainda a proximidade de diversas
universidades prestigiadas como fator crucial de seleção de recursos hu-
manos jovens e dotados da qualificação pretendida.

A mesma fonte aponta, porém, alguns aspetos negativos na atração de


investimento direto estrangeiro para Portugal, como sejam “o elevado
nível de tributação sobre as empresas, a burocracia administrativa ex-
cessiva, a complexidade e a alteração frequente da legislação fiscal”.

www.m.leica-camera.com

3. FÁBRICA DA LEICA
EM PORTUGAL

4. PRODUTO FINAL

5. LAVAGEM DE LENTES
38 MERCADOS Portugalglobal nº91

OLI INSTALA FILIAL NA ALEMANHA


A OLI (Oliveira & Irmão, S.A.), fabricante de autoclismos, liderada
por António Oliveira, passou a ter uma sucursal na Alemanha,
aproximando-se, assim, de um importante mercado de exportação.

A OLI Sanitärsysteme GmbH está instalada na canismos, que a tornam uma das primeiras
cidade de Möckmühl, onde coordena e desen- a nível europeu na produção de mecanismos
volve as operações comerciais e logísticas jun- para a indústria cerâmica e de autoclismos
to de retalhistas especializados e distribuidores interiores e autoclismos exteriores. Refira-se
alemães. A OLI Sanitärsysteme GmbH começou que é a única empresa portuguesa a produ-
recentemente a operar no mercado alemão, co- zir autoclismos interiores. A aposta crescente
mercializando os produtos sanitários da empre- num design contemporâneo e na escolha de
sa-mãe, contando com cinco funcionários. novas tecnologias e materiais, sempre dentro
do conceito de eficiência hídrica e respeito
A Alemanha é um dos principais mercados de
pelo meio ambiente, fazem da OLI uma re-
exportação da OLI e desempenha um papel es-
ferência mundial e uma marca de excelência.
tratégico na afirmação da marca à escala global.

A empresa figura no topo das entidades em


Fundada em Aveiro em 1954, a OLI é detida
Portugal que mais patenteiam na Europa, em
em 50 por cento pelo grupo italiano Fondital,
resultado de uma forte aposta em investigação
desde 1993. A empresa emprega 370 colabo-
e inovação. A empresa tem 45 patentes ativas
radores em Portugal, exportando 80 por cen-
to da sua produção para 70 países. Em 2015, na Europa, com destaque para um novo sis-
registou um volume de negócios na ordem tema de combate ao desperdício de água nos
dos 46 milhões de euros. autoclismos. De referir que a OLI tem em Avei-
ro um laboratório de testes.
A OLI tem atualmente uma produção diária
de cerca de 7.800 autoclismos e 28 mil me- www.oli-world.com/de
outubro 2016 MERCADOS 39

PORTUGAL FRESH
A IMPORTÂNCIA DO MERCADO
ALEMÃO PARA O SETOR DAS FRUTAS,
LEGUMES E FLORES
As exportações de frutas, legumes e flores portugueses
para o mercado alemão têm vindo a crescer nos últimos
cinco anos. A Alemanha é considerado um país-chave para a
internacionalização do setor.
O testemunho de Gonçalo Santos Andrade, vice-presidente e CEO
da Portugal Fresh, e administrador da Lusomorango.

“Desde 2011 que a Portugal Fresh – associa- No ano de 2015 em que Portugal foi o país-par-
ção empresarial destinada à promoção das fru- ceiro da Fruit Logistica, num trabalho fantástico
tas, legumes e flores portugueses – participa desenvolvido em conjunto pelo governo portu-
de uma forma conjunta na maior feira de fru- guês, Embaixada portuguesa em Berlim, AICEP
tas e legumes do mundo, a Fruit Logistica, que Berlim e esta Associação, foi possível contarmos
se realiza anualmente em Berlim. É na capital com 35 empresas e quase 600 metros quadra-
alemã que, todos os anos, no início de feverei-
dos de exposição. Em 2016 marcaram presença
ro e durante três dias, a maioria dos negócios
na Fruit Logistica 30 empresas em 500 metros
são planeados e muitos deles fechados. Não
quadrados de exposição, números que deverão
só para o mercado alemão mas para inúmeros
ser repetidos em fevereiro de 2017.
mercados dos cinco continentes.

Entre 2011 e 2014 cerca de 20 empresas por- O mercado alemão foi o que registou uma
tuguesas, num espaço de 300 metros quadra- maior diferença no valor das exportações por-
dos, participaram no evento. tuguesas, entre 2014 e 2015. De 9º mercado
do ranking das exportações do setor em 2014,
entrou no top 5 em 2015, representando 6,5
por cento das exportações portuguesas com
quase 80 milhões de euros. A framboesa, a
pera rocha e alguns hortícolas contribuíram
decisivamente para este valor que, estimamos,
continuará a crescer nos próximos anos.

O valor das exportações cresceu em média,


desde 2010, acima dos 10 por cento ao ano,
atingindo os 1.224 milhões de euros em 2015
e representando 55 por cento do valor total
produzido (2.240 milhões de euros) pelo setor
das frutas, legumes e flores.

O mercado alemão é um mercado-chave para


conseguirmos alcançar o objetivo de 2.000 mi-
lhões de euros de exportações em 2020.”

www.portugalfresh.org

©Herbert Schlemmer - www.portugalfotos.com


40 MERCADOS Portugalglobal nº91

Alemanha em ficha

Designação oficial: República Federal da Alemanha


Chefe de Estado: Joachim Gauck (eleito em março de 2012)
Chanceler Federal: Angela Merkel
Data da atual Constituição: 24 de maio de 1949, com várias
alterações subsequentes.
Principais Partidos Políticos: União Democrática Cristã (CDU); União
Social Cristã (CSU); Partido Social Democrata (SPD); Partido da Esquerda;
Berlim Aliança 90/Os Verdes; Partido Democrático Livre (FDP). As próximas
eleições gerais estão previstas para setembro de 2017.
Capital: Berlim (3,4 milhões de habitantes)
Alemanha
Outras cidades importantes: Hamburgo; Munique; Colónia; Frankfurt
e Estugarda.
Religião: Cerca de 35% da população é protestante, 34% é católica
romana e 4% muçulmana (na maioria turcos).
Língua: Alemão
Unidade monetária: Euro (EUR). 1 EUR = 1,11 USD (média de 2015)

Risco País:
Risco geral – A (AAA = risco menor; D = risco maior) – EIU
Risco Político – AA
Área: 356 970 Km2 Risco de Estrutura Económica – A
População: 81,2 milhões de habitantes (2014)

Densidade populacional: 226,9 habitantes/ Km2 Fonte: EIU - The Economist Intelligence Unit

Endereços úteis

Embaixada da Alemanha AICEP DIHK-Deutscher Industrie- und


em Portugal Centro de Negócios em Berlim Handelskammertag e. V.
Campo dos Mártires da Pátria, 38 Zimmerstrasse, 56 (Federação Nacional das Câmaras de
1169-043 Lisboa 10117 Berlim - Alemanha Comércio e da Indústria Alemãs)
Tel.: +351 21 881 02 10 Tel.: +49 30 254 10 60 Breitestrasse, 29
Fax: +351 21-885 38 46 Fax: +49 30 254 10 699 10178 Berlim - Alemanha
info@lissabon.diplo.de aicep.berlin@portugalglobal.pt Tel.: +49 30 203 08-0
www.lissabon.diplo.de Fax: +49 30 203 081 000
Germany Trade and Invest GmbH info@dihk.de
Câmara de Comércio Friedrichstrasse, 60 www.dihk.de/en
e Indústria Luso-Alemã 10117 Berlim - Alemanha
Av. da Liberdade, 38 2º Tel.: +49 30 200 099-0 AUMA – Ausstellungs - und
1269-039 Lisboa www.gtai.com Messeausschuss der Deutschen
Tel.: +351 213 211 200 Wirtschaft e.V.
Fax: +351 213 467 150 CDH - Centralvereinigung (Associação das Feiras na Alemanha)
infolisboa@ccila-portugal.com Deutscher Wirtschaftsverbaende Littenstrasse, 9
www.ccila-portugal.com/pt fuer Handelsvermittlung 10179 Berlim - Alemanha
und Vertrieb Tel.: +49 30 240 000-0
Embaixada de Portugal (Federação Nacional dos Agentes de Fax: +49 30 240 003 30
em Berlim Comércio e Distribuição) info@auma.de
Zimmerstrasse, 56 Am Weidendamm 1A www.auma.de/en/Seiten/Default.aspx
10117 Berlim - Alemanha 10117 Berlim - Alemanha
Tel.: +49 30 590 063 500 Tel.: +49 30 726 256 00
mail@botschaftportugal.de Fax: +49 30 726 256 99
www.botschaftportugal.de/pt/index.html centralvereinigung@cdh.de
http://en.cdh.de
outubro 2016 MERCADOS 41

2016
SETÚBAL.MARÇO SANTARÉM.ABRIL GUIMARÃES.JUNHO VIANA DO CASTELO.JULHO AVEIRO.SETEMBRO LEIRIA.NOVEMBRO

PRÓXIMO DE SI PARA O LEVAR MAIS LONGE


Depois do sucesso da edição 2014/2015,
o Roadshow Portugal Global está de volta.
Em 2016 vamos a 6 regiões de elevado potencial
de internacionalização com uma nova proposta
de valor: Cooperação e Coopetição, chave para
a competitividade nos Mercados Externos.
Durante um dia, oradores internacionais, especialistas
de mercado, seminários temáticos, networking
e speed meetings preparam a sua empresa
para competir com sucesso no palco internacional.

SAIBA MAIS EM PORTUGALGLOBAL.PT/ROADSHOW

Organização Patrocínio
42 EMPRESAS Portugalglobal nº91

BÖLLINGHAUS STEEL, SA
Aposta segura em Portugal
A Böllinghaus Steel fabrica barras de aço inoxidável ao fabrico de vários tipos de aço. A
que exporta para todos os continentes. De capitais gestão da empresa pertence à famí-
lia Härtel, sócia fundadora da Bollin-
alemães, a empresa tem a sua produção concentrada
ghaus juntamente com Hermann
em Vieira de Leiria, no concelho da Marinha Grande. Böllinghaus, que morreu em 1912.
Em 2015 concluiu um forte investimento na ampliação A fábrica de Remscheid foi destruída
da fábrica e sua modernização, visando o aumento da
produção e, consequentemente, da faturação.

Instalada em Vieira de Leiria, conce- A quase totalidade da produção é


lho da Marinha Grande, a Böllinghaus destinada à exportação para países
Steel produz barras de aço inoxidável dos cinco continentes. Os principais
retangulares, quadradas, hexagonais mercados da Böllinghaus são a Euro-
e com perfis especiais, laminadas a pa Comunitária e a América do Norte
quente e estiradas a frio, para múlti- (que, em conjunto, representam qua-
plas utilizações por parte das indús- se 90 por cento das exportações), ex-
trias mais exigentes, conforme as es- portando também para a Europa ex-
pecificações dos clientes e de acordo tracomunitária, Ásia, África, América
com as normas internacionais. Além do Sul e Oceânia.
das qualidades austeníticas, ferríticas
e martensíticas, o portefólio da em- A Böllinghaus Steel foi fundada em
presa inclui também produtos duplex, 1889, em Remscheid, perto de Düs-
titânio e ligas de níquel. seldorf, na Alemanha, dedicando-se
outubro 2016 EMPRESAS 43

durante a Segunda Guerra Mundial,


tendo sido reconstruída em 1946,
centrando a sua atividade no aço para
ferramentas. Com vista a entrar em
novos mercados, na década de 1980,
GALLO VIDRO
a empresa avançou para a produção
de aço inoxidável, que foi ganhando
Investimento a pensar no futuro
cada vez mais peso no negócio.

Em 1996, a Böllinghaus adquiriu a


Empresa centenária situada na Marinha Grande, a
massa falida da antiga Fábrica de Aços Gallo Vidro tem a sua atividade centrada na produção
Tomé Feteira, em Vieira de Leiria, que de embalagens em vidro que exporta para vários
se tornou a primeira (e até agora úni- mercados. Em 2015, realizou um forte investimento
ca) unidade industrial em Portugal na modernização da fábrica, dotando-a de uma
que se dedica a transformar aço ino- estrutura mais produtiva e de capacidade para um
xidável. Nasceu, assim, a Böllinghaus maior volume de produção.
Portugal – Aços Especiais, Lda., que se
tornou depois uma sociedade anóni-
ma, vindo mais tarde a adotar a desig-
nação atual de Böllinghaus Steel, SA.

Em 2001, o grupo Böllinghaus ces-


sou a produção na unidade alemã,
concentrando-a na fábrica de Vieira
de Leiria. A sede da Böllinghaus Steel
continua a ser na Alemanha.

A Böllinghaus Steel, SA concluiu, no


ano passado, um plano de investi-
mentos em novos equipamentos e na
ampliação das suas instalações fabris,
visando o aumento da capacidade pro-
dutiva e do volume de faturação.

info@boellinghaus.de
www.boellinghaus.de

Fundada em 1899, na Marinha Gran- entrando numa fase de maior cres-


de, a Gallo Vidro é especializada na cimento, acentuando a sua vocação
produção de vidro, com uma imagem exportadora e apostando na renova-
reconhecida nos mercados nacional e ção tecnológica a par da formação
internacional. Da fabricação por pro- profissional dos seus colaboradores.
cessos manuais à produção automa- O grupo Vidrala é uma referência no
tizada nos anos 50/60 do século pas- mercado europeu de vidro de emba-
sado, a Gallo deu um salto evolutivo lagem, contando com seis fábricas de
a partir de 1980, concentrando a sua
produção de vidro de embalagem dis-
produção em embalagens de vidro
tribuídas por Espanha, Portugal, Itália
para o mercado nacional e para ex-
e Bélgica, com um total de 13 fornos
portação, com um processo de fabrico
de fusão e uma capacidade instalada
automatizado e de elevada qualidade,
de aproximadamente 1.150.000 to-
permitindo fidelizar clientes de gran-
neladas de vidro por ano. Em janeiro
des grupos nacionais e internacionais.
de 2015 adquiriu duas novas fábricas
A empresa foi adquirida pelo grupo em Inglaterra e Irlanda, passando a ter
espanhol Vidrala em finais de 2003, um total de oito fábricas e 17 fornos.
44 EMPRESAS Portugalglobal nº91

No que respeita ao processo de interna-


cionalização, a Gallo Vidro alinha pela
estratégia do grupo Vidrala, que é um
dos principais fabricantes de vidro de
embalagem a nível europeu. Segundo
fonte da empresa, fruto de contínuos
processos de consolidação do merca-
do, dos quais participou de forma ativa
nos últimos anos e, mais recentemen-
te, com a aquisição da Encirc, que per-
mitiu englobar os mercados do Reino
Unido e Irlanda, o grupo converteu-se
no quarto vidreiro europeu.

Para o grupo espanhol, são considera-


dos “mercados locais” todos aqueles
onde a Vidrala está presente com uni- melhoria de custos, serviço ao cliente, maior garantia de qualidade de produto
dades fabris (Espanha, Portugal, Itália, inovação, etc.”, adianta a fonte, acres- e flexibilidade na produção, para incre-
Bélgica, Reino Unido e Irlanda) e tam- centando que a Vidrala “não descarta, mentar a competitividade comercial da
bém França, que por proximidade às no entanto, a internacionalização em Gallo Vidro e garantir a sua sustentabi-
fábricas do grupo não é considerado mercados mais distantes onde, apesar lidade, bem como a do grupo Vidrala.
como um mercado de exportação. Os de menores sinergias, existe uma maior
mercados de exportação, concentrados diversificação de risco”. A Gallo Vidro fechou o exercício de 2015
principalmente na Europa ocidental, as- com um volume de vendas de 51,1 mi-
cendem já a 35 países, aumentando, a Na Gallo Vidro o exercício de 2015 foi lhões de euros, obtendo um lucro líqui-
cada ano que passa, a sua quota no vo- marcado pelo forte investimento rea- do de 2,8 milhões de euros, sendo que
lume total de vendas do grupo Vidrala. lizado na modernização da fábrica da o mercado externo representou 80 por
A situação atual da procura, com cres- Marinha Grande, um projeto apoiado cento do volume total de vendas.
cimentos moderados de embalagens pela AICEP ao abrigo do Programa Ope-
de vidro na Europa ocidental, indicia a racional de Fatores de Competitividade. De referir que entre os principais clientes
continuidade do crescimento das ven- O investimento ascendeu a 26,9 milhões da empresa estão empresas de referên-
das para exportação de acordo com a de euros, tendo como objetivo principal cia no mundo da cerveja como a Inbev,
estratégia comercial do grupo Vidrala, a introdução de tecnologias inovadoras, a Heineken ou a Carslberg; nos licores a
como reforça a fonte da empresa. bem como a intervenção na reconstru- Diageo ou Pernod Ricard; e nos vinhos o
ção e melhoramento de um dos fornos grupo Castel ou J.Garcia Carrion.
“O plano estratégico da Vidrala não e linhas de fabricação associadas; na
contempla, no entanto, neste momen- adaptação e melhoramento das instala- O universo Vidrala oferece ao merca-
to, a diversificação de produto, e com ções para a adequação a uma estrutura do desenhos atrativos nas suas em-
50 por cento das suas fábricas situadas produtiva mais eficiente e dotar a fábri- balagens (que ajudem os clientes a
na Península Ibérica (um mercado que ca de capacidade para um maior volume vender mais) e uma ampla gama de
se retraiu cerca de 10 por cento nos de produção, fazendo cumprir as nor- produtos e qualidade que visam satis-
últimos 10 anos), somos obrigados a mas de higiene e segurança no trabalho fazer as necessidades do mercado e,
exportar os nossos excedentes de pro- e de qualidade e segurança alimentar. ao mesmo tempo, potenciar a compe-
dução. Os mercados mais próximos titividade dos seus clientes.
com custos operativos mais altos, como A empresa destaca “a significativa com-
Ainda de referir que a Gallo Vidro
França e Suíça por exemplo, passam as- ponente nas áreas ambientais e de efi-
está certificada pela Norma ISO 9001
sim a ser os nossos principais destinos ciência energética, procurando reduzir
desde 1995, ISO 14000 (Ambiente)
de exportação”, revela a mesma fonte. substancialmente os impactos ambien-
desde 2001; ISO 22000 (HACCP) des-
tais, nomeadamente a emissão de gases
de 2007; ISO 18000 (OSHAS) desde
A estratégia de internacionalização do com efeito de estufa, através da melho-
2011 e BRC desde 2012.
grupo passa também pela “procura de ria da eficiência energética com incor-
sinergias que logicamente serão mais poração de tecnologias evoluídas”. O
favoráveis num ambiente de Europa projeto foi globalmente pensado para gallovidro@vidrala.com
ocidental, nomeadamente, sinergias de melhorar o serviço ao cliente, através de www.vidrala.com
outubro 2016 INFORMAÇÃO AICEP 45

FACTOS &
TENDÊNCIAS
“Global Capital com o objetivo de aumentar as pos- O Acordo é aplicável a título provisório
sibilidades destas se ligarem a cadeias desde 10 de outubro de 2016.
Confidence
de valor internacionais e aos consumi-
Barometer 15” CONSULTAR
dores, de uma forma social e ambien-
De acordo com o barómetro publica- talmente sustentável.
do recentemente pela Ernst & Young,
CONSULTAR
pela primeira vez em sete anos, o Rei- Atividade económica
no Unido deixou de integrar o “top
de Portugal 2015
5” dos países mais atrativos em ter-
mos de investimento estrangeiro, pas- Brochura publicada pelo Instituto Na-
sando a ocupar a 7ª posição, a seguir
“ASEAN cities, cional de Estatística com informação
aos EUA, China, Alemanha, Canadá, stirring the melting” estatística de síntese que permite a ca-
França e Japão. O relatório da Economist Intelligen- racterização da atividade económica
CONSULTAR ce Unit destaca o papel das princi- de Portugal, referente, entre outros,
pais cidades da ASEAN (Associação aos seguintes temas: Contas Nacio-
de Nações do Sudeste Asiático) en- nais; Empresas; Agricultura e Pescas;
“World Trade Report quanto motores do desenvolvimento Indústria e Energia; Construção e Ha-
2016 – Levelling económico da região. É de salientar bitação; Turismo; Transportes; Comér-
cio Interno e Comércio Internacional.
the trading fielding o potencial da região enquanto mer-
for SMEs” cado consumidor emergente, sendo CONSULTAR
previsível que o número de famílias
O Relatório Mundial do Comércio de classe média passe de 38 mi-
2016 da Organização Mundial do lhões, em 2015, para mais de 161
Comércio analisa a participação das milhões em 2030. A União Europeia
pequenas e médias empresas (PME)
CONSULTAR
no mundo
no comércio internacional, as quais
Seleção de estatísticas sobre a União
continuam a enfrentar significativas
Europeia comparadas com os 15 paí-
barreiras ao comércio, bem como al-
ses não pertencentes à UE do Grupo
guns dos meios para incentivar a sua
participação mais ampla e inclusiva Aplicação Provisória dos Vinte (G20), abrangendo as se-
nos mercados globais. do Acordo de Parceria guintes áreas: população, proteção

CONSULTAR Económica UE/SADC social, saúde, educação e formação


profissional, mercado de trabalho,
(EUR-Lex, JO L n.º 274,
economia e finanças, comércio inter-
11.10.2016) nacional, indústria, comércio e servi-
A UE e cinco países da SADC (África do ços, I&D, comunicações, transportes,
“SME Competitiveness
Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e Sua- agricultura, silvicultura e pescas, meio
Outlook: Meeting the zilândia) notificaram a conclusão das ambiente e energia.
Standard for Trade” formalidades necessárias para a apli- CONSULTAR
Relatório do International Trade Cen- cação provisória do Acordo de Parceria
tre de outubro de 2016, que destaca Económica entre a União Europeia e os
o impacto das normas e regulamen- seus Estados-membros, por um lado, Direção de Informação da AICEP
tações na competitividade das PME, e os Estados do APE SADC, por outro. manuel.gaeiras@portugalglobal.pt
46 ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL Portugalglobal nº91

ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL AVEIRO


INDÚSTRIA 4.0
A AICEP realizou, no dia 28 de setembro, mais uma sessão do Roadshow Portugal
Global; desta vez o tema em destaque foi a Indústria 4.0, o mais recente
movimento da revolução industrial. A sessão decorreu em Aveiro, nas instalações
da AIDA - Associação Industrial do Distrito de Aveiro.

A crescente ligação entre o mundo É também nesta zona que muitas em- ção industrial e deu o exemplo de um
académico e a economia real é uma presas já desenvolvem a sua atividade case study alemão.
referência no modelo de interação da de acordo com os ditames da Indústria
indústria com as tecnologias de infor- 4.0, como sejam: a Vista Alegre, a OLI/ Por seu lado Luís Carneiro, adminis-
mação. Uma simbiose que justifica a Oliveira & Irmão, a Motofil Robotics e trador executivo da EFFRA - European
escolha da Indústria 4.0 como tema ainda o AlticeLabs@UA, um centro de Factories of the Future Research Asso-
central do evento e a cidade de Avei- investigação na área dos serviços web ciation, debruçou-se sobre a perspeti-
ro para a realização desta sessão do emergentes, tecnologias de IPTV (In- va e a evolução europeia no domínio
Roadshow Portugal Global. ternet Protocol Television), conteúdos da Indústria 4.0.
digitais, usabilidade de aplicações e
Aveiro é uma das regiões do país que experiência do utilizador, sistemas de De mencionar que o próprio conceito
tem uma forte tradição na produção experiência colaborativa ou social e da Indústria 4.0 nasceu na Alemanha,
industrial, sendo a fileira das máqui- aplicações de IoT (Internet of Things), o que motivou a escolha do mercado
nas e equipamentos o principal setor resultante de uma parceria entre a Al- alemão para destaque neste Road-
de exportação nacional. Nesta região tice e a Universidade de Aveiro. show Portugal Global. O diretor da
estão instaladas universidade, labo- AICEP em Berlim, Pedro Leão, deslo-
ratórios de investigação, assim como Foi neste contexto que Nelson Fon- cou-se a Portugal para dar a conhecer
unidades de transferência de conhe- tainhas, partner da Deloitte Portugal aos empresários as oportunidades que
cimento em matéria de digitalização apresentou uma caraterização da In- aquele país oferece no domínio da In-
da atividade económica, apresentan- dústria 4.0, identificando o que em- dústria 4.0 e que o nosso país pode
do um crescente desenvolvimento na presas e organizações devem fazer aproveitar como vantagens competiti-
área das tecnologias de informação. para acompanhar esta quarta revolu- vas se for capaz de gerar uma onda
outubro 2016 ROADSHOW PORTUGAL GLOBAL 47

de bottom-up digital innovations en- na tomada de decisão sobre os merca- seja na Industria 4.0, que é um con-
volvendo todos os setores industriais. dos de aposta e na conquista de novos ceito e não uma tecnologia.
clientes nacionais e internacionais.
No painel de debate, moderado por Em 2011, foi pela primeira vez utiliza-
António Larguesa do Jornal de Negó- No final da sessão as empresas pre- do o termo Indústria 4.0, referindo-se
cios, participaram um conjunto de em- sentes tiveram oportunidade de reunir à quarta revolução industrial que se ca-
presas de referência que partilharam com o diretor em Berlim, com speed racteriza pela digitalização da indústria
as suas experiências de negócio, quer meetings de 15 minutos cada. nos processos de produção, mas tam-
no domínio da temática em questão, bém na relação entre os vários interve-
quer na vertente da cooperação em- No âmbito deste Roadshow foi efetua- nientes da cadeia de valor, entre si e
presarial. As empresas participantes da uma visita institucional à empresa com o cliente final, gerando novos mo-
foram a Critical Manufacturing; Oli - Polisport. Nesta visita participaram Pe- delos de negócio. Tecnologias de co-
Oliveira & Irmão e OLI Sanitärsysteme dro Ortigão Correia, administrador da nectividade (IoT – Internet of Things),
GmbH; Grupo Motofil; Siemens e o AICEP, e Pedro Leão, diretor em Berlim,
sistemas ciber-físicos, materiais avança-
Millennium BCP. entre outros elementos desta agência.
dos, big data, analytics e cloud compu-
ting fazem parte desta revolução.
As oportunidades para as empresas O Roadshow Portugal Global é uma ini-
no âmbito do programa Horizonte ciativa da AICEP que conta com o apoio
do Millennium bcp e do Jornal de Negó-
Cooperação e coopeti-
2020 foi outro dos temas em evidên-
cia neste Roadshow, cabendo a Marta cios. Trata-se de uma ação de proximi- ção na Indústria 4.0
Candeias, delegada do gabinete de dade onde a agência leva conhecimen- As mudanças a adotar no âmbito da
promoção dos Programa Quadro ID&I to sobre mercados externos às regiões Indústria 4.0 exigem, por parte das
(GPPQ), efetuar a respetiva aborda- onde está instalado o tecido empresarial empresas, universidades e laborató-
gem, quer ao nível dos instrumentos nacional de forma a contribuir para es- rios de investigação, uma atitude de
de apoio disponíveis, quer das van- timular ou aprofundar os processos de partilha em rede de conhecimentos e
tagens que advêm para as empresas internacionalização das empresas. Este uma presença constante em platafor-
neste domínio. ano o Roadshow é dedicado à temática mas de colaboração internacionais. É
“Cooperação e Coopetição – a chave nesta circunstância que surge a ne-
A sessão temática foi dedicada ao tema para o sucesso nos Mercados Externos”. cessidade de uma maior cooperação
Go Global – Google Export Tools. Mário e coopetição com todos os agentes
Camões, Business Developmment Man- Indústria 4.0 envolvidos com vista à definição e
ager do Google Portugal, analisou as O desenvolvimento tecnológico da úl- concretização de estratégias de su-
ferramentas disponíveis no canal online tima década levou a que se entrasse cesso das empresas portuguesas nos
para apoiar as empresas exportadoras numa quarta revolução industrial, ou mercados externos.
48 ROADSHOW DE (RE)INVESTIMENTO Portugalglobal nº91

ROADSHOW DE (RE)INVESTIMENTO
CONTINUA A DESTACAR
BONS EXEMPLOS
A atração de investimento está no ADN da AICEP e o Roadshow de (Re)
Investimento, que arrancou em janeiro, tem vindo a destacar bons exemplos de
empresas que têm investido em Portugal. Foi neste âmbito que o presidente da
AICEP, Miguel Frasquilho, visitou a Panicongelados, a Infineon e a Procalçado em
setembro, e a Sapec Agro, a Vision-Box e a Hovione já no mês de outubro.

De Norte a Sul do país, Miguel Fras- dos vende em 19 mercados e, preci-


quilho tem visitado empresas que samente para reforçar a sua interna- “Para a AICEP é
investiram num passado recente em cionalização, vai investir, nos próximos fundamental continuar
Portugal e estejam a colher os frutos dois anos, quase 13 milhões de euros
a realçar a importância
desse investimento nos seus processos numa nova linha de pastelaria.
de internacionalização e/ou que este-
do investimento
jam a investir/ponderar investir nova- A indústria do calçado tem batido re- já realizado e
mente e a curto prazo no nosso país. cordes de exportação e é um exemplo estimular novos
do melhor que se faz no país. A Procal- projetos ou o reforço
É o caso da Panicongelados, uma em- çado, uma PME de Vila Nova de Gaia, de investimentos
presa de conceção, produção e dis- começou por produzir solas em 1984.
realizados.”
tribuição de produtos de pastelaria Hoje é uma empresa prestadora de ser-
e padaria ultracongelados, com sede viços à indústria de calçado, oferecendo
em Leiria. Os pastéis de nata são a joia todo o tipo de soluções desde a simples
da coroa enquanto as natas de baca- palmilha ao sapato completo, nos mais cializada para equipamento hospitalar,
lhau são uma inovação que está a ter diversos materiais. E já tem duas novas e a Lemon Jelly, que alia o calçado de
boa aceitação tanto a nível nacional linhas de negócio: a Wock, um tipo de plástico à moda e que se tem revelado
como internacional. A Panicongela- calçado profissional, uma “soca”, espe- um sucesso internacional.
outubro 2016 ROADSHOW DE (RE)INVESTIMENTO 49

Ainda em setembro, o presidente da tem vindo a investir em Investigação vos para medicamentos inovadores e
AICEP visitou a Infineon, na Maia. Um e Desenvolvimento (I&D) – uma es- genéricos. A Hovione tem investido re-
centro de serviços multifuncional, que tratégia intensiva que garante a ma- petidamente no país, nomeadamente
presta serviços de contabilidade, con- nutenção da empresa na vanguarda na área da investigação estabelecendo
trolo de gestão, compras, recursos hu- mundial do setor – apostando numa parcerias com universidades.
manos, gestão de ativos, auditoria in- franca expansão pelo mundo de
terna e “corporate governance” para modo a consolidar os seus negócios O Roadshow da AICEP arrancou na Re-
o grupo alemão Infineon, nomeada- com projetos em novos países. gião Norte, já passou por Leiria, Porto,
mente para as regiões da Europa e Braga, Santarém, Lisboa e Setúbal e
América. Algumas atividades do cen- A última empresa a ser visitada nesta tem vindo a percorrer algumas deze-
tro são mesmo desenvolvidas desde o ronda do Roadshow de (Re)Investimen- nas de empresas de diversos sectores
Porto para o mundo inteiro. to foi a Hovione, uma das mais bem su- de atividade um pouco por todo o país,
cedidas empresas farmacêuticas a nível até ao final de 2016. Para a AICEP é
“A captação de investimento está no nacional e uma das mais prestigiadas fundamental continuar a realçar a im-
ADN da AICEP e é um dos motores da no âmbito internacional. Estabelecida portância do investimento já realizado
nossa economia. É por isso que im- em 1959, a multinacional com sede e estimular novos projetos ou o reforço
porta destacar os bons projetos que em Loures desenvolve princípios ati- de investimentos realizados.
já existem, agradecer às empresas que
têm vindo a investir em Portugal e que
querem continuar a fazê-lo, e também
estimular novos projetos”, afirma Mi-
guel Frasquilho.

Em outubro, o Roadshow da AICEP


passou pelas regiões de Setúbal e Lis-
boa. A Sapec Agro é um importante
player no desenvolvimento de produ-
tos inovadores e diferenciados e em
serviços de alto valor na área dos fito-
farmacêuticos e fitonutrientes. Devido
aos componentes que produz e por es-
tar situada perto do Estuário do Sado,
a empresa promove práticas exaustivas
de segurança e proteção ambiental. Os
principais mercados de exportação são
Espanha, França, Itália e China.

Com tecnologia de ponta, a Vision-


-Box é líder na oferta de soluções
customizadas de Controlo Automa-
tizado de Fronteiras e de Gestão de
Identidade Eletrónica. Fundada em
2001, hoje em dia opera mais de
3.000 soluções de gestão de Identi-
dade Digital em todo o mundo, mais
de 1.200 soluções de gestão de fron-
teira, processando anualmente 120
milhões de passageiros em 70 aero-
portos internacionais. As portas por
onde passa no aeroporto de Lisboa?
Têm tecnologia Vision-Box. A empre-
sa detém cerca de 90 por cento da
quota de mercado de Controlo Au-
tomatizado de Fronteiras na Europa e
50 NOTÍCIAS AICEP Portugalglobal nº91

Oportunidades
Internacionais

notícias
de Negócios
e Investimentos
No âmbito da parceria entre a AICEP
e o Instituto Politécnico do Porto (Por-
to Executive Academy), terá inicio a
edição de 2016/17 da Pós-Graduação

AICEP
em Oportunidades Internacionais de
Negócios e Investimentos. Este curso
tem em vista preparar as empresas
nacionais, em particular as PME, para
os processos de internacionalização,
sobretudo os que envolvem negócios
internacionais no âmbito das institui-
ções multilaterais e de fundos de coo-
peração europeus.

“Fórum Invest
in Portugal”
dos países de língua portuguesa. Em
O fórum económico “Invest in Portu-
simultâneo, decorreu a “Exposição de
gal”, que teve lugar em Xangai, foi
Produtos e Serviços dos Países de Lín-
coorganizado pela AICEP, pela Shanghai
gua Portuguesa”. Miguel Frasquilho,
Federation of Industry e pelo Commerce
presidente da AICEP, marcou presença
and Shanghai Foreign Investment De-
no evento, assim como Maria João Bo-
velopment Board (Invest Shanghai), no
nifácio, diretora da Agência em Macau.
âmbito da visita do primeiro-ministro de
Esta feira funciona como plataforma
Portugal à China. Teve como objetivo re-
regional de cooperação com o inte-
forçar a cooperação entre os dois países,
rior da China, especialmente com a
e diversificar os setores de investimento
Região do Delta do Rio das Pérolas,
na economia portuguesa. Em paralelo
assim como com os Países de Língua
decorreu o evento gastronómico "Fla-
Portuguesa, a União Europeia e o res-
vors of Portugal". Estiveram presentes, o
Feira Internacional to do mundo.
presidente da AICEP, Miguel Frasquinho,
de Macau e o diretor do centro de negócios da AI-
A “Cooperação – Chave para Oportu- “How to do business CEP em Xangai, Pedro Aires de Abreu,
nidades de Negócio” foi o tema da 21ª with the United entre outras individualidades e membros
Feira Internacional de Macau (MIF) que Nations & Vendors dos governos de ambos os países.
decorreu no Centro de Convenções e
Exposições do Venetian Macao-Resort-
Registration Process”
Este seminário realizou-se no âmbito GMV - Global Mobile
-Hotel. Foi organizada pelo Instituto
de Promoção do Comércio e do Inves- de uma missão a Portugal do dire- Vision 2016
timento de Macau (IPIM), e coorgani- tor da divisão de procurement das A AICEP dinamizou a participação das
zada por 15 autoridades económicas e Nações Unidas, Dmitri Dovgopoly, empresas portuguesas na 9ª edição
comerciais e associações empresariais e da responsável pelo vendor regis- da GMV - Global Mobile Vision 2016,
de Macau, China Continental e Hong tration, Christine Ryker. Teve como maior feira da República da Coreia e
Kong. Este ano Portugal é país par- objetivo promover as oportunidades uma referência internacional em ter-
ceiro. A representação portuguesa foi de negócio do procurement das di- mos de tendências, inovação e lança-
integrada no pavilhão dos países de versas organizações que compõem mento de novos produtos. Reuniu os
língua oficial portuguesa, congregan- o sistema das Nações Unidas e o principais líderes e players mundiais
do empresas de diversos setores de ati- registo no UNGM – United Nations neste domínio, com espaços dedica-
vidade, transmitindo uma forte posição Global Marketplace. dos às áreas mobile e mobile devices,
outubro 2016 NOTÍCIAS AICEP 51

020, plataformas tecnológicas, Inter- boa, à margem da visita a Portugal ção do Cluster de Competitividade
net of things (IoT), Cloud, Big data do ministro do Poder Popular para o Engineering & Tooling) organizaram,
e Telecommunications Equipment & Comércio Exterior e Investimento In- em Lisboa, o seminário “Cooperation
Technology. Portugal foi o país con- ternacional da República Bolivariana and Partnerships between Portugue-
vidado e a AICEP esteve representada da Venezuela, Jesus Faria, que deu a se Aerospace Industries and French
com um stand institucional, no qual conhecer as oportunidades de negó- Aerospace Industry Association (GI-
marcou presença a diretora do escri- cio e de investimento para as empre- FAS)”. Este evento foi realizado com
tório da AICEP em Seul, Joana Neves. sas portuguesas. Contou ainda com a o fim de se estabelecerem parcerias
presença de Lucas Rincón, embaixa- que contribuam para o reposiciona-
Oportunidades dor da Venezuela em Portugal, e do mento das empresas fornecedoras
secretário de Estado da Internacionali- portuguesas na cadeia de valor dos
de Negócio
zação de Portugal, Jorge Oliveira. setores da Aeronáutica, Espaço e De-
em São Tomé e Príncipe fesa, em especial no mercado fran-
A AICEP realizou, em Lisboa, o se- TENT London - cês. Estes setores são estratégicos
minário “Oportunidades de Negócio em Portugal e em França e têm um
Portugal Design Pavilion
em São Tomé e Príncipe”, com o ob- elevado potencial de crescimento nos
jetivo de dar a conhecer a crescente A AICEP promoveu, pela primeira vez,
próximos anos, motivado pela previ-
abertura deste mercado ao inves- na TENT London, um espaço coletivo
são de aumento no transporte aéreo.
timento direto estrangeiro ao nível de Portugal com 25 empresas, deno-
das infraestruturas físicas e logísticas minado Inspiring Portugal, com vista
a comunicar a excelência do design
do país, designadamente a constru-
português na área da decoração e do
ção de um porto comercial de águas
mobiliário. A TENT London é uma das
profundas e a expansão do aero-
feiras de design mais reconhecida a
porto internacional. Estiveram pre-
nível internacional. Estiveram presen-
sentes, o primeiro-ministro de São
tes neste evento o presidente da AI-
Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada,
CEP, Miguel Frasquilho, e o diretor da
o ministro das infraestruturas, Car-
AICEP em Londres, Rui Boavista Mar-
los Vila Nova, membros do governo
ques, entre outras individualidades.
português e o diretor da AICEP em
São Tomé, António Aroso.
Protocolo AICEP
e Aldeias de Xisto
A AICEP celebrou, no Fundão, um
protocolo de cooperação com a Reunião na Câmara
ADXTUR- Agência para o Desenvol- de Comércio
vimento Turístico das Aldeias do Xis- Luso Americana
to com vista a qualificar a imagem
externa de Portugal através da pro-
em Nova Iorque
moção de bens e serviços produzidos Numa iniciativa conjunta entre a AI-
no interior do país, e da afirmação CEP em Nova Iorque, liderada pelo
de uma identidade eminentemente diretor Manuel Couto Miranda, e a
rural. Ao abrigo deste protocolo as Portugal-US Chamber of Commerce,
Aldeias de Xisto estiveram presentes de que é presidente Rudolfo Lavra-
no stand de Portugal na feira de de- dor, teve lugar um pequeno-almoço
sign TENT London. de trabalho no Harvard Club de Ma-
Oportunidades de nhattan que contou com a presença
do Presidente da República de Por-
Negócio e Investimento Aerospace Industry: tugal, elementos da câmara de co-
na Venezuela Partnerships mércio e figuras da vida empresarial
A AICEP organizou, em colaboração Portugal-France luso-americana, entre outras perso-
com a Embaixada da Venezuela em A AICEP, a AED Portugal (Federação nalidades. Neste encontro, entitula-
Portugal, o seminário “Oportunidades Portuguesa das Indústrias Aeronáu- do ‘Right Choice. Righ Time’, foram
de Negócio e Investimento na Vene- tica, e do Espaço) e a Pool.net (As- abordados, entre outros, temas da
zuela”. Este evento decorreu, em Lis- sociação responsável pela dinamiza- atualidade económica internacional.
52 ANÁLISE DE RISCO-PAÍS Portugalglobal nº91

COSEC Políticas de cobertura para mercados


de destino das exportações portuguesas

No âmbito de apólices individuais


África do Sul* China* M/L 
Clientes públicos e soberanos: Macau
C Aberta sem condições restritivas. C Aberta sem condições restritivas. C Aberta sem condições restritivas.
caso a caso, mediante análise das
M/L Garantia bancária (decisão M/L Garantia bancária. M/L Não definida.
garantias oferecidas, desig-
casuística). nadamente contrapartidas do
Colômbia petróleo. Clientes privados: caso Malásia
Angola C Carta de crédito irrevogável. a caso, numa base muito restri- C Aberta sem condições restritivas.
C Caso a caso. M/L Caso a caso, numa base restritiva. tiva, condicionada a eventuais M/L Não definida.
M/L Garantia soberana. Limite total de contrapartidas (garantia de banco
responsabilidades. Costa do Marfim
comercial aceite pela COSEC ou Malawi
C Caso a caso, com eventual
contrapartidas do petróleo).
C Caso a caso, numa base restritiva.
Arábia Saudita exigência de garantia bancária ou
M/L Clientes públicos: fora de co-
C Carta de crédito irrevogável garantia soberana. Extensão do prazo
Hong-Kong bertura, excepto para operações
(decisão casuística). constitutivo de sinistro para 12 meses.
M/L Exigência de garantia bancária
C Aberta sem condições restritivas. de interesse nacional. Clientes
M/L Caso a caso. M/L Não definida. privados: análise casuística, numa
ou garantia soberana. Extensão do
prazo constitutivo de sinistro de 3 base muito restritiva.
Argélia
para 12 meses. Iémen
C Sector público: aberta sem res-
C Caso a caso, numa base restritiva. Marrocos*
trições. Sector privado: eventual
M/L Caso a caso, numa base muito C Aberta sem condições restritivas.
exigência de carta de crédito Costa Rica
restritiva. M/L Garantia bancária ou garantia
irrevogável. C Aberta sem condições restritivas.
soberana.
M/L Em princípio. exigência de garan- M/L Não definida.
Índia
tia bancária ou garantia soberana.
C Aberta sem condições restritivas. Martinica
Cuba M/L Garantia bancária. C Aberta sem condições restritivas.
Argentina
T Fora de cobertura. M/L Não definida.
T Caso a caso.
Indonésia
Barein Egipto C Caso a caso, com eventual México*
C Aberta sem condições restritivas. C Carta de crédito irrevogável. exigência de carta de crédito irre- C Aberta sem restrições.
M/L Garantia bancária. M/L Caso a caso. vogável ou garantia bancária. M/L Em princípio aberta sem restrições.
A eventual exigência de garantia
Benim M/L Caso a caso, com eventual exi- bancária, para clientes privados,
Emirados Árabes Unidos gência de garantia bancária ou
C Caso a caso, numa base muito será decidida casuisticamente.
C Aberta sem condições restritivas. garantia soberana.
restritiva.
M/L Garantia bancária (decisão
Moçambique
M/L  aso a caso, numa base muito
C casuística). Irão
C Caso a caso, numa base restritiva
restritiva, e com exigência de Sanções em vigor.
(eventualmente com a exigência de
garantia soberana ou bancária. Etiópia Para mais informações, contactar a
carta de crédito irrevogável, garan-
COSEC.
C Carta de crédito irrevogável. tia bancária emitida por um banco
Brasil*
M/L Caso a caso numa base muito aceite pela COSEC e aumento do
C Aberta sem condições restritivas.
restritiva. Iraque prazo constitutivo de sinistro).
M/L  lientes soberanos: Aberta sem
C T Fora de cobertura.
condições restritivas. Outros Clien- M/L Aumento do prazo constitutivo
tes públicos e privados: Aberta, caso Filipinas
Jordânia de sinistro. Sector privado: caso a
a caso, com eventual exigência de C Aberta sem condições restritivas.
C Caso a caso. caso numa base muito restritiva.
garantia soberana ou bancária. M/L Não definida.
M/L Caso a caso, numa base restritiva. Operações relativas a projectos
geradores de divisas e/ou que
Cabo Verde Gana admitam a afectação prioritária
Koweit
C Aberta sem condições restritivas. de receitas ao pagamento dos
C Caso a caso numa base muito C Aberta sem condições restritivas.
restritiva. créditos garantidos, terão uma
M/L  ventual exigência de garantia
E M/L Garantia bancária (decisão
ponderação positiva na análise do
bancária ou de garantia soberana casuística).
risco; sector público: caso a caso
(decisão casuística). M/L Fora de cobertura.
numa base muito restritiva.
Líbano
Camarões
Geórgia C Clientes públicos: caso a caso
T Caso a caso, numa base muito Montenegro
C Caso a caso numa base restritiva, numa base muito restritiva.
C Caso a caso, numa base restritiva.
restritiva. Clientes privados: carta de crédito
privilegiando-se operações de privilegiando-se operações de
pequeno montante. irrevogável ou garantia bancária.
Cazaquistão pequeno montante.
Temporariamente fora de cobertura. M/L Clientes públicos: fora de cober-
M/L  aso a caso, numa base muito
C M/L Caso a caso, com exigência de ga-
tura. Clientes privados: caso a rantia soberana ou bancária, para
Chile restritiva e com a exigência de
caso numa base muito restritiva. operações de pequeno montante.
contra garantias.
C Aberta sem condições restritivas.

 lientes públicos: Aberta sem


C Líbia
M/L
Guiné-Bissau Nigéria
condições restritivas. T Fora de cobertura. C Caso a caso, numa base restritiva
T Fora de cobertura.
Clientes privados: Em princípio, (designadamente em termos de
aberta sem condições restritivas. Lituânia alargamento do prazo consti-
Eventual exigência de garantia Guiné Equatorial C Carta de crédito irrevogável. tutivo de sinistro e exigência de
bancária numa base casuística. C Caso a caso, numa base restritiva. M/L Garantia bancária. garantia bancária).
outubro 2016 ANÁLISE DE RISCO-PAÍS 53

No âmbito de apólices globais


M/L  aso a caso, numa base muito
C M/L Eventual alargamento do prazo Na apólice individual está em causa a cobertura de uma
restritiva, condicionado a eventuais constitutivo de sinistro. Setor única transação para um determinado mercado, enquanto
garantias (bancárias ou contraparti- público: caso a caso, com exigên-
das do petróleo) e ao alargamento cia de garantia de pagamento e a apólice global cobre todas as transações em todos os
do prazo contitutivo de sinistro. transferência emitida pela Auto- países para onde o empresário exporta os seus produtos
ridade Monetária (BCEAO); setor ou serviços.
Oman privado: exigência de garantia
C Aberta sem condições restritivas.
bancária ou garantia emitida pela
M/L Garantia bancária (decisão ca-
Autoridade Monetária (preferência As apólices globais são aplicáveis às empresas que vendem
a projetos que permitam a aloca-
suística). bens de consumo e intermédio, cujas transações envolvem
ção prioritária dos cash-flows ao
reembolso do crédito). créditos de curto prazo (média 60-90 dias), não excedendo
Panamá
um ano, e que se repetem com alguma frequência.
C Aberta sem condições restritivas. Singapura
M/L Não definida. C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida. Tendo em conta a dispersão do risco neste tipo de apólices.
Paquistão a política de cobertura é casuística e, em geral, mais
Temporariamente fora de cobertura. Suazilândia
C Carta de crédito irrevogável.
flexível do que a indicada para as transações no âmbito
M/L Garantia bancária ou garantia das apólices individuais. Encontram-se também fora de
Paraguai
C Carta de crédito irrevogável.
soberana. cobertura Cuba, Guiné-Bissau, Iraque e S. Tomé e Príncipe.
M/L Caso a caso, numa base restritiva.
Tailândia
C Carta de crédito irrevogável
Peru (decisão casuística).
C Aberta sem condições restritivas.
M/L Não definida.
M/L  lientes soberanos: aberta sem
C
condições restritivas. Clientes Taiwan
públicos e privados: aberta, caso
C Aberta sem condições restritivas.
a caso, com eventual exigência de
M/L Não definida.
garantia soberana ou bancária.
Venezuela Advertência:
Tanzânia
Qatar C Clientes públicos: aberta caso
T Caso a caso, numa base muito A lista e as políticas de cobertura são
C Aberta sem condições restritivas. a caso com eventual exigência
restritiva. indicativas e podem ser alteradas
M/L Garantia bancária (decisão de garantia de transferência ou sempre que se justifique. Os países
casuística). Tunísia* soberana. Clientes privados: aberta que constam da lista são os mais
C Aberta sem condições restritivas. caso a caso com eventual exigência representativos em termos de consultas
Quénia M/L Garantia bancária. de carta de crédito irrevogável e/ou e responsabilidades assumidas. Todas
C Carta de crédito irrevogável. garantia de transferência. as operações são objeto de análise e
M/L Caso a caso, numa base restritiva. Turquia decisão específicas.
M/L  berta caso a caso com exigência
A
C Carta de crédito irrevogável.
de garantia soberana.
M/L Garantia bancária ou garantia
República Dominicana
soberana. Zâmbia Legenda:
C Aberta caso a caso, com eventual
C Caso a caso, numa base muito C Curto Prazo
exigência de carta de crédito irrevo- Ucrânia
gável ou garantia bancária emitida restritiva.
C Clientes públicos: eventual M/L Médio / Longo Prazo
por um banco aceite pela COSEC. M/L Fora de cobertura.
exigência de garantia soberana. T Todos os Prazos
Clientes privados: eventual
M/L  berta caso a caso com exigência
A Zimbabwe
exigência de carta de crédito
de garantia soberana (emitida pela C Caso a caso, numa base muito
irrevogável. * Mercado prioritário.
Secretaria de Finanzas ou pelo Ban- restritiva.
co Central) ou garantia bancária. M/L  lientes públicos: eventual
C M/L Fora de cobertura.
exigência de garantia soberana.
Rússia Clientes privados: eventual
Sanções em vigor. exigência de garantia bancária.
Para mais informações, contactar a Para todas as operações, o prazo
COSEC. constitutivo de sinistro é definido
caso a caso.
COSEC
Companhia de Seguro
S. Tomé e Príncipe
Uganda de Créditos. S. A.
C  nálise caso a caso, numa base
A C Caso a caso, numa base muito Direcção Internacional
muito restritiva.
restritiva.
Avenida da República. 58
Senegal M/L Fora de cobertura. 1069-057 Lisboa
C Em princípio. exigência de Tel.: +351 217 913 832
Uruguai
garantia bancária emitida por Fax: +351 217 913 839
C Carta de crédito irrevogável
um banco aceite pela COSEC e internacional@cosec.pt
(decisão casuística).
eventual alargamento do prazo www.cosec.pt
constitutivo de sinistro. M/L Não definida.
54 TABELA CLASSIFICATIVA DE PAÍSES Portugalglobal nº91

COSEC
Tabela classificativa de países
Para efeitos de Seguro de Crédito à exportação
A Portugalglobal e a COSEC apresentam-lhe uma Tabela Clas- pondendo o grupo 1 à menor probabilidade de incumprimento
sificativa de Países com a graduação dos mercados em função e o grupo 7 à maior.
do seu risco de crédito, ou seja, consoante a probabilidade de As categorias de risco assim definidas são a base da avaliação do
cumprimento das suas obrigações externas, a curto, a médio e risco país, da definição das condições de cobertura e das taxas de
a longo prazos. Existem sete grupos de risco (de 1 a 7), corres- prémio aplicáveis.

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7

Hong-Kong Arábia Saudita Bahamas África do Sul • Azerbaijão Albânia Afeganistão Libéria
Singapura * Botswana Barbados Argélia Bangladesh Angola Ant. e Barbuda Líbia
Taiwan Brunei Costa Rica Aruba Bolívia Arménia Argentina Madagáscar
China • Dep/ter Austr.b Barein Croácia Belize Bielorussia Malawi
EAUa Dep/ter Din.c Brasil • Curaçau Benim Bósnia e Herze- Mali
Gibraltar Dep/ter Esp.d Bulgária Dominicana. Rep. Butão govina Mauritânia
Koweit Dep/ter EUAe Colômbia El Salvador Cabo Verde Burkina Faso Moçambique
Lituânia Dep/ter Fra.f Guatemala Gabão Camarões Burundi Moldávia
Macau Dep/ter N. Z.g Hungria Jordânia Camboja Cent. Af. Rep. Montenegro
Malásia Dep/ter RUh Namíbia Lesoto Cazaquistão • Chade Myanmar
Trind. e Tobago Filipinas Rússia Macedónia Comores Cisjordânia / Gaza Nicarágua
Ilhas Marshall Tunísia • Paraguai Congo Congo. Rep. Dem. Níger
Índia Turquia S. Vic. e Gren. C. do Marfim Coreia do Norte Paquistão •
Indonésia Santa Lúcia Dominica Cuba • Quirguistão
Marrocos • Vietname Egipto Djibuti S. Crist. e Nevis
Maurícias Equador Eritreia S. Tomé e Príncipe
México • Fidji Etiópia Salomão
Micronésia Gana Gâmbia Serra Leoa
Oman Geórgia Grenada Síria
Palau Honduras Guiana Somália
Panamá Irão Guiné Equatorial Sudão
Peru Kiribati Guiné. Rep. da Sudão do Sul
Qatar Maldivas Guiné-Bissau • Tadzequistão
Roménia Mongólia Haiti Togo
Tailândia Nigéria Iemen Tonga
Uruguai Nauru Iraque • Ucrânia
Nepal Jamaica Venezuela
Papua–Nova Guiné Kosovo Zimbabué
Quénia Laos
Ruanda Líbano
Samoa Oc.
Seicheles
Senegal
Sérvia
Sri Lanka
Suazilândia
Suriname
Tanzânia
Timor-Leste
Turquemenistão
Tuvalu
Uganda
Uzbequistão
Vanuatu
Zâmbia

Fonte: COSEC - Companhia de Seguro de Créditos. S.A.


* País pertencente ao grupo 0 da classificação risco-país da OCDE. Não é aplicável o sistema de prémios mínimos.
• Mercado de diversificação de oportunidades • Fora de cobertura

NOTAS
a) Abu Dhabi, Dubai, Fujairah, Ras Al Khaimah, Sharjah, Um Al Quaiwain e Ajma f) G
 uiana Francesa, Guadalupe, Martinica, Reunião, S. Pedro e Miquelon, Polinésia
b) Ilhas Norfolk Francesa, Mayotte, Nova Caledónia, Wallis e Futuna
c) Ilhas Faroe e Gronelândia g) Ilhas Cook e Tokelau, Ilhas Nive
d) Ceuta e Melilha h) A nguilla, Bermudas, Ilhas Virgens, Cayman, Falkland, Pitcairn, Monserrat, Sta. Hel-
e) Samoa, Guam, Marianas, Ilhas Virgens e Porto Rico ena, Ascensão, Tristão da Cunha, Turks e Caicos
outubro 2016 ESTATÍSTICAS 55

INVESTIMENTO
e COMÉRCIO EXTERNO
>PRINCIPAIS DADOS DE INVESTIMENTO (IDE E IDPE). EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES.

INVESTIMENTO DIRETO COM O EXTERIOR


2015 jan/ vh meur 15/14 2015 2016 vh meur vh meur 16/15 vc meur 16/16
POR PRINCÍPIO ATIVO / PASSIVO dez jan/dez jan/ago jan/ago 16/15 jan/ago ago/ago ago/jul
Ativo -377 -7.524 -685 2.123 2.808 339 244
Passivo 578 -9.258 285 5.216 4.931 629 298
Saldo -955 1.734 -970 -3.094 -2.124 -290 -54

ATIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS 2015 jan/ago 2016 jan/ago vh meur 16/15

Títulos de participação no capital 493 908 415


De investidores diretos em empresas de investimento direto 495 888 393
De empresas de investimento directo em investidores diretos 27 22 -5
Entre empresas irmãs -29 -2 27
Instrumentos de dívida -1.178 1.214 2.393
De investidores diretos em empresas de investimento direto -2.808 487 3.295
De empresas de investimento direto em investidores diretos 318 -76 -394
Entre empresas irmãs 1.312 803 -509

PASSIVO POR INSTRUMENTO FINANCEIRO E TIPO DE RELAÇÃO ENTRE EMPRESAS 2015 jan/ago 2016 jan/ago vh meur 16/15

Títulos de participação no capital 2.032 1.470 -562


De investidores diretos em empresas de investimento direto 2.027 1.473 -553
De empresas de investimento direto em investidores diretos 0 4 4
Entre empresas irmãs 5 -8 -13
Instrumentos de dívida -1.747 3.747 5.494
De investidores diretos em empresas de investimento direto 5.222 2.748 -2.474
De empresas de investimento direto em investidores diretos -7.358 712 8.069
Entre empresas irmãs 389 287 -102

vh meur 16/15 vh meur 16/15


ATIVO 2016 jan/ago
jan/ago
PASSIVO 2016 jan/ago
jan/ago
Países Baixos 462 2.201 Espanha 1.315 1.148
Espanha 448 -49 Luxemburgo 863 -6.270
Brasil 396 291 Reino Unido 407 295
Alemanha 395 80 França 333 256
Reino Unido 265 226 Brasil 307 1.283

União Europeia 28 1.732 2.495 União Europeia 28 4.060 3.531


Extra UE28 391 313 Extra UE28 1.156 1.401

vh meur 15/14 vh meur 16/15 vh meur 16/15 vc meur 16/16


POR PRINCÍPIO DIRECIONAL 2015 jan/dez 2015 jan/ago 2016 jan/ago
ago/ago ago/jul
jan/dez jan/ago
ID de Portugal no Exterior (IDPE) 4.478 1.442 4.960 763 -4.196 -443 -207
ID do Exterior em Portugal (IDE) 5.433 -293 5.930 3.857 -2.073 -154 -153
Saldo -955 1.734 -970 -3.094 -2.124 -290 -54
Unidade: Variações líquidas em Milhões de Euros

tvh 16/15
INVESTIMENTO DIRETO - STOCK (posição em fim de período) 2012 dez 2013 dez 2014 dez 2015 dez 2016 jun
jun/dez
Stock Ativo 68.644 71.899 77.212 77.935 79.393 1,9%
Stock Passivo 112.278 118.207 126.280 128.711 132.905 3,3%
Stock IDPE 43.184 44.087 49.005 54.699 55.784 2,0%
Stock IDE 86.818 90.395 98.074 105.475 109.296 3,6%
Unidade: Posição em fim de período em Milhões de Euros Fonte: Banco de Portugal
56 ESTATÍSTICAS Portugalglobal nº91

COMÉRCIO INTERNACIONAL
2015 2016 tvh 16/15 tvh 16/15 tvc 16/16
BENS (Exportação) 2015 tvh 2015/14
jan/ago jan/ago jan/ago ago/ago ago/jul
Exportações bens 49.826 3,7% 33.192 32.818 -1,1% 6,1% -21,6%

Exportações bens UE 36.257 6,5% 24.006 25.050 4,3% 12,2% -25,4%

Exportações bens Extra UE 13.568 -3,1% 9.186 7.768 -15,4% -7,2% -9,4%
Unidade: Milhões de euros

Exportações bens UE 72,8% -- 72,3% 76,3% -- -- --

Exportações bens Extra UE 27,2% -- 27,7% 23,7% -- -- --


Unidade: Milhões de euros

Exp. Bens - Clientes 2016 (jan/ago) % Total tvh 16/15 Exp. Bens - Var. Valor (16/15) Meur Cont. p. p.

Espanha 26,5% 4,6% Espanha 387 4,6

França 12,9% 7,3% França 290 7,3

Alemanha 12,0% -0,3% Reino Unido 176 8,1

Reino Unido 7,1% 8,1% Gibraltar -101 -0.3

EUA 4,8% -12,0% China -181 -0.5

Países Baixos 3,8% -6,5% EUA -214 -0.6

Itália 3,4% 8,1% Angola -603 -1.8

Exp. Bens - Produtos 2016 (jan/ago) % Total tvh 16/15 Exp. Bens - Var. Valor (16/15) Meur Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos 15,1% 3,5% Máquinas, Aparelhos 167 0,5

Veículos e Outro Material de Transporte 11,5% -2,1% Vestuário 151 0,5

Plásticos, Borracha 7,7% 2,9% Agrícolas 107 0,3

Metais Comuns 7,4% -6,6% Metais Comuns -171 -0,5

Vestuário 6,4% 7,8% Combustíveis Minerais -808 -2,4

2015 2016 tvh 16/15 tvh 16/15 tvc 16/16


 SERVIÇOS (Exportação) 2015 tvh 2015/14
jan/ago jan/ago jan/ago ago/ago ago/jul
Exportações totais de serviços 25.347 7,8% 16.775 17.133 2,1% 7,8% 6,4%

Exportações serviços UE 17.466 9,4% 11.536 12.331 6,9% 8,1% 10,2%

Exportações serviços extra UE 7.880 4,4% 5.239 4.801 -8,4% 7,0% -3,9%
Unidade: Milhões de euros

Exportações serviços UE 68,9% -- 68,8% 72,0% -- -- --

Exportações serviços extra UE 31,1% -- 31,2% 28,0% -- -- --


Unidade: % do total
outubro 2016 ESTATÍSTICAS 57

2015 2016 tvh 16/15 tvh 16/15 tvc 16/16


BENS (Importação) 2015 tvh 2015/14
jan/ago jan/ago jan/ago ago/ago ago/jul
Importações bens 60.310 2,2% 39.892 39.527 -0,9% 10,6% -7,1%

Importações bens UE 46.152 4,6% 30.342 30.694 1,1% 9,5% -14,6%

Importações bens Extra UE 14.159 -4,9% 9.550 8.833 -8,1% 13,7% 21,8%
Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE 76,5% -- 76,1% 77,7% -- -- --

Importações bens Extra UE 23,5% -- 23,9% 22,3% -- -- --


Unidade: % do total

Imp. Bens - Fornecedores 2016 (jan/ago) % Total tvh 16/15 Imp. Bens - Var. Valor (16/15) Meur Cont. p. p.

Espanha 32,8% -0,6% Brasil 270 0,7

Alemanha 13,5% 4,6% Rússia 256 0,6

França 7,8% 4,6% Alemanha 234 0,6

Itália 5,4% 1,3% Cazaquistão -157 -0,4

Países Baixos 5,1% -0,2% Rep. Congo -186 -0,5

Reino Unido 3,1% -5,0% Arábia Saudita -232 -0,6

China 3,0% 1,7% Angola -310 -0,8

Imp. Bens - Produtos 2016 (jan/ago) % Total tvh 16/15 Imp. Bens - Var. Valor (16/15) Meur Cont. p. p.

Máquinas, Aparelhos 16,2% 4,9% Veículos, Out. Mat. Transporte 810 2,0

Veículos e Outro Material de Transporte 14,2% 16,9% Máquinas, Aparelhos 297 0,7

Agrícolas 11,2% 1,7% Alimentares 128 0,3

Químicos 10,9% 0,5% Metais Comuns -279 -0,7

Combustíveis Minerais 9,4% -33,6% Combustíveis Minerais -1.882 -4,7

2015 2016 tvh 16/15 tvh 16/15 tvc 16/16


 SERVIÇOS (Importação) 2015 tvh 2015/14
jan/ago jan/ago jan/ago ago/ago ago/jul
Importações totais de serviços 12.945 7,3% 8.568 8.615 0,5% 6,2% -4,2%

Importações serviços UE 8.707 9,0% 5.732 5.891 2,8% 4,7% -3,7%

Importações serviços extra UE 4.238 3,9% 2.836 2.724 -3,9% 9,1% -5,2%
Unidade: Milhões de euros

Importações bens UE 67,3% -- 66,9% 68,4% -- -- --

Importações bens Extra UE 32,7% -- 33,1% 31,6% -- -- --


Unidade: % do total

PREVISÕES 2016 : 2017 (tvh real %) 2015 2016 1º Sem. FMI CE OCDE BP Min. Finanças

INE INE outubro 16 setembro 16 setembro 16 outubro 16 outubro 16

PIB 1,6 0,9 1,0 : 1,1 1,5 : 1,7 1,2 : 1,3 1,3 : 1,6 1,2 : 1,5

Exportações Bens e Serviços 6,1 2,3 2,9 : 3,4 4,1 : 5,1 2,8 : 3,8 1,6 : 4,7 3,1 : 4,2
Unidade: Milhões de euros

Fontes: INE/Banco de Portugal


Notas e siglas: Meur - Milhões de euros Cont. - Contributo para o crescimento das exportações p.p. - Pontos percentuais tvh - Taxa de variação homóloga
tvc - Taxa de variação em cadeia
Miguel Porfírio
HOLANDA
aicep.thehague@portugalglobal.pt

Maria Manuel Branco


BÉLGICA
maria.manuel.branco@portugalglobal.pt

REDE
Rui Almas
FRANÇA
aicep.paris@portugalglobal.pt

EXTERNA Rui Boavista Marques


REINO UNIDO
aicep.london@portugalglobal.pt
Oslo

Raul Travado Manuel Martinez Hai


CANADÁ ESPANHA Dublin
aicep.toronto@portugalglobal.pt aicep.barcelona@portugalglobal.pt Londres Bruxelas

Paris Zuriqu
Luís Moura
ESPANHA
Milão

Toronto aicep.madrid@portugalglobal.pt
Barcelona
Nova Iorque
Filipe Costa Madrid
EUA S. Francisco Argel
aicep.s.francisco@portugalglobal.pt
Rabat

Manuel Couto Miranda Jorge Salvador


EUA CABO VERDE Praia
aicep.newyork@portugalglobal.pt aicep.praia@portugalglobal.pt

Álvaro Cunha Rui Cordovil


MÉXICO MARROCOS
aicep.mexico@portugalglobal.pt Cidade do México aicep.rabat@portugalglobal.pt

João Falardo
VENEZUELA ARGÉLIA
aicep.caracas@portugalglobal.pt Caracas Bissau
aicep.argel@portugalglobal.pt
Panamá
Bogotá Tiago Bastos
Paulo Borges
GUINÉ BISSAU
COLÔMBIA
aicep.bissau@portugalglobal.pt
aicep.bogota@portugalglobal.pt São Tomé

António Aroso
Fernando Carvalho SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
BRASIL aicep.saotome@portugalglobal.pt
aicep.s.paulo@portugalglobal.pt

Lima José Junqueiro


ANGOLA
aicep.luanda@portugalglobal.pt

Rio de Janeiro
São Paulo

Sérgio Espadas
ÁFRICA DO SUL
CHILE
aicep.pretoria@portugalglobal.pt
aicep.santiago@portugalglobal.pt
Santiago do Chile
Buenos Aires
Ana Rosas
MOÇAMBIQUE
aicep.maputo@portugalglobal.pt
Pedro Macedo Leão Carlos Pinto
ALEMANHA POLÓNIA
aicep.berlin@portugalglobal.pt aicep.warsaw@portugalglobal.pt

Maria José Rézio Joaquim Pimpão


RÚSSIA HUNGRIA
aicep.moscow@portugalglobal.pt aicep.budapest@portugalglobal.pt

Carlos Moura Ana Isabel Douglas


SUÉCIA ÁUSTRIA
aicep.stockholm@portugalglobal.pt aicep.vienna@portugalglobal.pt

Miguel Crespo Celeste Mota


SUIÇA TURQUIA
aicep.zurich@portugalglobal.pt aicep.ankara@portugalglobal.pt

Helsínquia
Nuno Várzea
IRÃO
Estocolmo aicep.athens@portugalglobal.pt
Moscovo
Copenhaga
ia
Berlim João Rodrigues
s Varsóvia
ÍNDIA
Praga
aicep.newdelhi@portugalglobal.pt
ue Bratislava
Budapeste
Viena
Alexandra Ferreira Leite
Liubliana Bucareste CHINA
Baku aicep.beijin@portugalglobal.pt
Ancara Pequim

Tunes Atenas Teerão José Joaquim Fernandes


Tóquio JAPÃO
aicep.tokyo@portugalglobal.pt
Tripoli
Xangai
Koweit
Joana Neves
Doha Nova Deli COREIA DO SUL
Riade Guangzhou joana.neves@portugalglobal.pt
Abu Dhabi Macau Hong Kong
Eduardo Souto Moura
ITÁLIA Pedro Aires de Abreu
aicep.milan@portugalglobal.pt CHINA
aicep.shanghai@portugalglobal.pt

TUNISIA
Laurent Armaos
aicep.tunis@portugalglobal.pt
GRÉCIA Maria João Bonifácio
aicep.athens@portugalglobal.pt CHINA
aicep.macau@portugalglobal.pt
Kuala Lumpur
Afonso Duarte
ARÁBIA SAUDITA Singapura Mariana Oom
aicep.riyadh@portugalglobal.pt INDONÉSIA
aicep.jacarta@portugalglobal.pt
Nuno Lima Leite
EAU Jacarta
Isabel Maia e Silva
aicep.abudhabi@portugalglobal.pt
TIMOR-LESTE
Dili aicep.dili@portugalglobal.pt
Luanda

Windhoek
Pretória
Gaborone
Maputo Maria João Liew
MALÁSIA
aicep.kuala_lumpur@portugalglobal.pt

AO SERVIÇO
DAS EMPRESAS
60 BOOKMARKS Portugalglobal nº91

+Eficaz, +Rápido, Melhor


A obra +Eficaz, +Rápido, Melhor empresa que é incutida enquanto
tem na sua base oito conceitos- líderes interessados em inovação.
-chave, como a motivação, a defi- A informação rigorosa apresentada
nição de objetivos, a concentração baseia-se nas últimas descobertas
e a tomada de decisão, que expli- da neurociência, psicologia e eco-
cam o porquê de algumas pessoas nomia, bem como nas experiências
e empresas conseguirem alcançar reais de CEO, educadores, generais
mais do que outras. Na verdade, es- de quatro estrelas, pilotos de avia-
tas pessoas não se limitam a agir de ção e cantores da Broadway.
forma diferente, mas olham para o O livro aborda a história de Annie
mundo e para as suas escolhas de Duke, a cientista que se tornou
forma profundamente diferente. campeã de poker, passando pela
Estas pessoas têm em comum o tragédia do voo 447 Rio-Paris, da
facto de saberem que a produ- Air France, que, em junho de 2009,
tividade se baseia em fazer as caiu no Atlântico e ainda pelo su-
Autor: Charles Duhigg escolhas certas. O que separa as cesso, inicialmente improvável, da
Editora: Dom Quixote pessoas meramente ocupadas animação Frozen, cujos cineastas
Ano: 2016 das verdadeiramente produtivas estavam à beira do abismo. Até
Nº de páginas: 453 é a forma como moldam as suas que abanaram a equipa de traba-
Preço: 19,90€ decisões quotidianas, quais as am- lho de forma certeira, conseguindo
bições mais importantes que abra- um impulso criativo que conduziu a
çam, quais os objetivos mais fá- um dos maiores sucessos cinema-
ceis que descartam e a cultura da tográficos de sempre.

A Política em Tempos de Indignação


Numa época de indignação que lidação da política e de melhoria
questiona e crítica muitas das das nossas democracias.
coisas que são dadas por adqui- Considerado um dos 25 grandes
ridas, Daniel Innerarity pretende pensadores do mundo pela re-
contribuir para um melhor en- vista francesa Le Nouvel Obser-
tendimento da política, porque vateur e doutorado em Filosofia,
só assim podemos julgá-la com a Daniel Innerarity é professor de
seriedade que merece. Filosofia na Universidade de Sa-
O autor avalia a nossa ideia de ragoça e professor convidado na
política, questionando se não Universidade de Paris I (Sorbon-
chegou a hora de reequacionar ne). É ainda diretor de estudos
a sua natureza, a quem compete associados na Fondation Maison
fazê-la, quais as suas possibilida- das Sciences de l´Homme em Pa-
des e limites, se continuam váli- ris e colunista do El País.
dos alguns dos habituais lugares- Entre os seus mais recentes livros
Autor: D
 aniel Innerarity
Editora: Lidel -comuns e o que podemos espe- são de salientar “O Futuro e os
Ano: 2016 rar dela. Assim, procura que essa Seus Inimigos”, “O novo Espaço
Nº de páginas: 384 indignação não seja um mero de- Público”, “A Sociedade Invisível”,
Preço: 21,90€ sabafo improdutivo e que se con- “Ética de la hospitalidade” e “A
verta num instrumento de conso- transformação da Política”.
AICEP
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