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Universidade Pedagógica
Hildizina Norberto Dias
Nobre Roque dos Santos
Paula Cruz
Orlanda Gomane
Ernesto Júnior
Jerónimo Simão
Universidade Pedagógica
2
FICHA TÉCNICA
Índice
Introdução 8
BD - Banda Desenhada
DG - Didáctica Geral
Dlit - Didáctica da Literatura
DP - Didáctica do Português
EP - Estágio Pedagógico
LP - Língua Portuguesa
MIC - Metodologia de Investigação Científica
OP - Oficina Pedagógica
P - Pergunta
PEA - Processo de Ensino e Aprendizagem
PEP – Práticas e Estágio Pedagógico
PP - Prática Pedagógica
PPdI - Prática Pedagógica de... I
PPdII - Prática Pedagógica de ... II
PPG - Prática Pedagógica Geral
R - Resposta
RPP - Relatório de Prática Pedagógica
TPC - Trabalho para Casa
UP - Universidade Pedagógica
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Introdução
Professor é o que
Vive a vida de seu discípulo,
Que o educa,
Que administra,
Que gerencia
Seus desejos, sonhos,
O futuro,
A leitura,
A escrita,
O entendimento dos números,
Aquele que orienta um outro ser
A elaborar o seu
PROJETO DE VIDA!
De acordo com Mialaret (1991), o professor deve ter uma formação científico-
académica, que diz respeito ao conjunto de disciplinas teóricas de carácter científico que
vão fornecer ao futuro professor a competência de que ele necessita para gerir os
conteúdos dos programas de ensino do nível com que irá trabalhar. A formação
pedagógica diz respeito aos saberes necessários a uma prática competente de leccionação
por parte do professor, pois não lhe basta conhecer todo o material científico que lhe é
fornecido para dizer que é um profissional competente. A competência, segundo Rios
(2002), equivale a uma boa qualidade. Silva (1999:60) considera que as competências
têm uma natureza não só cognitiva como também sócio-afectiva e psico-motora que se
reflectem num ensino de qualidade. Na mesma óptica, Fazenda (1998:14-16), defende a
existência de 4 tipos diferentes de competências: a intuitiva, a intelectiva, a prática e a
emocional.
a. saber viver no meio escolar através do contacto com alunos, professores, pais e
encarregados de educação, funcionários e colegas, criando assim, hábitos de
colaboração e de convivência próprios desse meio;
b. integrar os saberes teóricos das disciplinas com os da prática de ensino observada;
c. trabalhar em equipe desenvolvendo o principio de interdisciplinaridade.
ausência de condições de trabalho real nas escolas a PPd pode ser feita por meio do
uso de videos com gravações de aulas. Durante a Prática Pedagógica de ... (PPd), o
estudante pode trabalhar em Oficinas Pedagógicas, Laboratórios de Ensino, Estações
ou espaços de aprendizagem que poderão ser criados na UP ou na própria Escola
Integrada.
As competências da PPd são:
1. mobilizar saberes e conhecimentos relacionados com os fundamentos
teóricos da Didáctica Específica e do processo de ensino-aprendizagem
dessa disciplina;
2. reflectir, criticamente, sobre os Programas de uma certa disciplina nos
diferentes níveis de ensino;
3. produzir materiais didácticos para o ensino da disciplina em que se está a
formar;
4. saber trabalhar em equipe, respeitando a individualidade de cada um.
reflexão teórica e o contacto com a realidade das escolas. Tal facto provocava
dissonância e desarticulação entre a teoria e a prática. O tempo de Estágio era muito
reduzido (apenas 1 semestre) e durante esse tempo o estudante não tinha tempo para
reflectir e relacionar os conhecimentos teóricos com os saberes da prática.
Ao colocarmos a Prática Pedagógica no 1º ano, pretendemos que o estudante
tenha um contacto directo com a escola logo no 1º ano. A extensão da PP ao longo do
curso visa integrar melhor os conhecimentos teóricos (preceitos, leis, princípios,
teorias, modelos e abordagens) com as práticas de ensino desenvolvidas nas escolas
pelos professores. No sistema curricular da UP, o aluno deve aprender a desenvolver
pesquisas educacionais desde o 1º ano do curso. O seu supervisor irá,
progressivamente, iniciá-lo na pesquisa educacional.
Vejamos a representação esquemática do sistema integrado entre teoria e
prática adoptado pela UP a partir de 2003:
Curso
Teoria-Prática Ensino-Pesquisa
1
Apesar de as actividades da PP do 3º e 4º ano serem as mesmas, elas vão ser executadas em níveis
diferentes. No 3º ano o estudante trabalha no 1º ciclo do ESG e no 4º ano no 2º ciclo do ESG.
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posteriormente fazem-se comentários e reflexões sobre tais aulas com vista a melhoria
do ensino. O video tem se mostrado como uma grande auxiliar na correcção de
atitudes e acções incorrectas, como também é útil no desenvolvimento de processos
metacognitivos nos futuros professores. No capítulo 2 sobre os “métodos, técnicas e
estratégias de formação das PEP” trataremos do uso do video no micro-ensino e no
Capítulo 3 “Técnicas de recolha e análise de dados na PEP” trataremos da análise de
videos e da leitura de imagens.
Para além do uso do vídeo em filmagens de aulas e no micro-ensino (nas
Práticas Pedagógicas de...), pretendemos usá-lo também na observação e
conhecimento da escola na Pática Pedagógica Geral (PPG). Pretendemos por meio
dos videos, fotos e documentos que apresentamos no CD trabalhar de forma
interactiva com esta nova tecnologia educativa.
O Trabalho de Campo virtual por meio do uso do CD-ROM e de outras
ferramentas tecnológicas, na PEP visa adicionar a linguagem digital à linguagem oral
e escrita que são comuns até ao presente momento. O estudante vai realizar a
observação da escola por meio da leitura de imagens, de fotos, de documentos e de
depoimentos registados nos 3 tipos de linguagem, respectivamente oral, escrita e
digital.
Consideramos que o trabalho campo é virtual na medida em que a actividade
decorre em espaços e tempos diferenciados em relação à realidade. É possível fazer
actualizações constantes, trabalhar em rede e fora da realidade em que as acções
ocorrem. O espaço virtual também se caracteriza pela cibercultura (imagens,
iconicidade e sons), pela hipertextualidade do texto e por conter base de dados
(documentos, fotos, etc.). Uma das características do espaço virtual é a virtualização
dos sentidos (auditivo, táctil e visual); os estudantes não estão nas escolas, mas podem
usar os seus sentidos de forma simulada para perceber a realidade que foi filmada. As
imagens captadas permitem criar ambientes e realismos de grande valor que serão
trabalhadas de forma simulada e virtual.
O CD-ROM é um recurso didáctico que devido ao seu carácter multi e
hipermediático torna-se um facilitador da aprendizagem visto que ele integra,
imagem, luz, som, textos escritos e orais e permite que o estudante faça buscas,
pesquisas e estabeleça links quando estão ligados à internet.
Apesar de toda a riqueza de informações presentes no CD ele não irá substituir
o papel do professor. Este deve planificar actividades de ensino e aprendizagem que
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das imagens em video permite que o estudante observe a escola de vários ângulos,
podendo ver a imagem quantas vezes forem necessárias para descrevê-la, interpretá-la
e críticá-la.
Como nos diz Kenski (2003: 62), as novas tecnologias modificam a leitura a
que estavamos habituados. Em vez de textos de compêndios, usam-se “textos curtos,
cartazes, intercalados com imagens, desenhos, filmes, literatura” depoimentos,
entrevistas, fotografias e textos clássicos. A escola tem a missão de formar leitores
para outras concepções de linguagem e de escrita em que há uma “mediação entre o
oral, o escrito, o imagético e o digital, o hipertexto” (ibidem).
O texto digital ou hipertexto é um caminho para se ter uma dada informação
em que se usam vários recursos tais como: “animação, desenho, som, filmes,
caminhos de navegação por uma página da internet, vídeo e teleconferência em
tempo real, simulações, jogos, separados ou mixados ao mesmo tempo” (Kenski –
2003:62 e 63).
Os estudantes ao realizarem o Trabalho de Campo com as informações dos
CD´s podem associar as informações presentes em vários campos. Por exemplo, para
descrever uma escola um estudante pode, em primeiro lugar, assistir a um video e
depois ver as fotos e ler um relatório de PP´s; no entanto, um outro estudante pode
seguir um caminho diferente, começando por ver as fotos, ouvir um depoimento,
analisar uma ficha de observação, começar a escrever o relatório e depois ver um
video de uma escola filmada; um terceiro estudante pode, em vez de descrever uma
única escola, observar três escolas e compará-las.
É do nosso interesse colocar o CD na rede da internet e colocar links com
outros sites sobre Práticas Pedagógicas, dando assim a possibilidade do estudante
buscar, pesquisar e criar outras ligações entre várias informações. Como diz Kenski
(2003: 63), o
“browser (programa por meio do qual se entra e navega nas páginas
da Internet) interage com o texto e com o leitor. Torna possível
relacionar o bloco de informações de um documento com outros textos
que o navegador já leu e que estão arquivados na memória do
computador. Pode encaminhar também para novos textos nas redes,
para outras explicações sobre o mesmo tema, ou para outros temas.”
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fragilidade não nos pode impedir de implementar o uso das TIC´s nas PP´s e no EP.
Para além da capacitação técnica temos de enfrentar o desafio de passar de um
“ensino da informática para o ensino pela informática” 2.
1.3.2. Seminários
2
Expressão usada por Souza, Sérgio A. F.. “Educação e Informática: temas transversais e uma proposta
de implementação” . Conect@. www.revistaconecta.com 2002, p.10, extraído em 3 de Junho de 2010.
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1.3.2.2.1. Definição
1.3.2.2.2. Objectivos
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a) Texto-roteiro didáctico
b) O texto-roteiro interpretativo
c) Texto-roteiros de Questões
Compete ao Supervisor:
1) planificar as actividades das PEP;
2) contactar as Escolas Integradas para a planificação das actividades das
PEP;
3) orientar a integração dos estudantes praticantes na vida escolar dos
estudantes;
4) acompanhar os praticantes em todas as actividades do Trabalho de Campo
e dos Seminários;
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Compete ao tutor:
1) apoiar o enquadramento do estudante praticante na vida escolar;
2) coordenar com o supervisor a planificação e a execução das actividades
dos estudantes praticantes;
3) orientar e acompanhar os estudantes praticantes na planificação, realização
e avaliação das aulas;
4) disponibilizar todos os meios necessários ao bom desempenho do
estudante praticante;
5) observar e analisar aulas e outras actividades desenvolvidas pelos
estudantes praticantes;
6) divulgar, no seio dos estudantes praticantes, o Plano de actividades do
Grupo de Disciplina;
7) analisar e aprovar os planos de aula elaborados pelo estudante praticante,
antes deste leccionar as aulas;
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Como podemos ver pela citação acima, o PCEB institui novas capacidades e
habilidades para o professor. De forma a implementar os princípios pedagógicos e
metodológicos e os novos conteúdos preconizados, o professor deve possuir entre outras
as seguintes características básicas:
- ter conhecimentos técnico-científicos sólidos;
- ter bons conhecimentos pedagógico-metodológicos;
- ser autónomo;
- ser criativo;
- ser pesquisador.
Para que as PEP contribuam efectivamente para o desenvolvimento sócio-
profissional e para a construção da identidade docente, a formação de professores deve
assumir, um caráter holístico, participativo e desescolarizador. De acordo com Cardoso et
al (1996:85), o carácter holístico significa a promoção do desenvolvimento intelectual
e do “eu” dos praticantes; o carácter participativo pressupõe a promoção, a negociação,
a interacção, a colaboração de representações, conhecimentos, “saber fazer” e uma
reflexão sobre as experiências pessoais e o carácter desescolarizador implica a
inversão da separação entre a teoria e a prática, através da promoção da investigação
sobre a acção, da problematização do saber da experiência, do desenvolvimento de
competências de intervenção e da integração de processos cooperativos de formação-
acção no seu meio (formação ecológica).
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Vejamos como é que vamos trabalhar com cada uma das técnicas e estratégias
anteriormente indicadas.
2.2. Narrativas
O diário íntimo é escrito estabelecendo uma certa distância com o acto educativo
e possibilita que o seu autor reflicta e reveja os acontecimentos através do filtro do tempo
(Amaral, Moreira e Ribeiro–1996:106). Por exemplo:
à turma, mais de metade não têm o livro porque não possuem dinheiro
para o efeito (Daira-2005:14).
Tal como a narrativa que antes abordámos, a narrativa autobiográfica pode ser
usada como estratégia para a formação de professores. Na narrativa autobiográfica o
estudante faz o relato de episódios da sua vida profissional. Ela pode aparecer sob forma
de autobiografia, diário, carta, jornais ou memórias. Alguns autores diferenciam entre
memórias, que se relacionam com uma dada fase da vida e autobiografia, propriamente
dita, que é uma narrativa mais extensa e sistematizada.
Normalmente, durante a PP, a narrativa autobiográfica é usada como uma forma
de valorizar a experiência docente dos praticantes, sobretudo dos que já passaram por
uma formação inicial e que se encontram na UP para se formarem a nível superior. De
acordo com Ramos e Gonçalves (1996:135), a narrativa autobiográfica faz uso do
“conhecimento prático” dos professores e ela permite o desenvolvimento de “uma atitude
de empenhamento em compreender o mundo da sala de aula e promover o contacto com
alguns princípios básicos de pesquisa, que lhes permitam fundamentar e levar a cabo as
suas tarefas de índole investigativa”. O conhecimento do professor será reconstruido
“através de um processo de identificação, interiorização, reinteriorização, descoberta
e/ou reconhecimento da necessidade de nova informação ou desenvolvimento de
determinados Skills” (Ramos e Gonçalves-1996:135).
A narrativa autobiográfica pode ser escrita sob forma de diário de bordo, diário
íntimo ou jornal. Os estudantes devem centrar a sua escrita em três dimensões da vida
profissional: o ensino, os alunos e a interacção entre os colegas e sobre o processo de
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entrevista, estudo documental, uso de meios audio-visuais, etc.). Para além destas
vantagens, o Trabalho de Projecto desenvolve capacidades de trabalho em equipe, de
decisão e reflexão que são imprescindíveis para a profissão docente (Amaral, Ribeiro e
Moreira - 1996).
O uso do Trabalho de Projectos nas PP's e no EP vai contribuir para a formação
da identidade profissional e para a formação direccionada para a prática de ensino. Este
método vai ajudar o estudante a elevar a sua motivação, a desenvolver capacidades de
análise e síntese e a redescobrir potencialidades adormecidas como, por exemplo, criar,
pintar, representar,etc. (Cardoso et al-1996).
De acordo com Cardoso et al (1996:81), o Trabalho de Projecto é desenvolvido
em 5 fases: problematização; estabelecimento de um plano de acção; trabalho de campo;
organização e tratamento de dados e apresentação do trabalho aos outros e a avaliação.
Vejamos, a seguir, um exemplo de um Projecto Pedagógico de incentivo da
escrita denominado “Meus amigos do Correio”
f) combinar com os alunos formas de premiação das cartas que estiverem melhor
escritas;
g) no fim do semestre, o professor e o praticante devem premiar as melhores
cartas e promover encontros entre os remetentes e destinatários que não se
conhecem.
- Trabalho de campo – Incentivar os alunos a trocarem correspondência com
os colegas;
- Organização e tratamento de dados – À medida que os alunos vão
mostrando as cartas, o professor e o praticante vão recolhendo os principais
problemas que os alunos têm e a partir deles o professor vai planificando
acções com vista à resolução dos problemas de coesão e coerência textuais. O
professor utilizará as cartas como fonte de dados de conhecimento da
linguagem dos alunos e usará os erros para propor formas de progressão no
sentido de domínio da língua portuguesa;
- Apresentação do trabalho aos outros e avaliação – No fim do Projecto, o
estudante praticante deve apresentar ao colectivo de praticantes, supervisores
o seu trabalho e os resultados obtidos.
Depois dos jogos estarem feitos e corrigidos pelo tutor e praticante, os grupos
podem trocar os seus trabalhos; num primeiro momento os trabalhos são trocados dentro
da turma e depois o professor pode fazer circular entre as turmas e podem-se criar mini-
concursos na turma ou entre turmas.
O aluno deve participar com entusiasmo, uma vez que tal tarefa irá incentivar a
ludicidade dos alunos. Tal OP cumprirá também com o objectivo de promover a
interdisciplinaridade, pois serão mobilizados conhecimentos não só de Português, mas
também de Ofícios e Educação Estética.
2.9. Micro-ensino
O micro-ensino é uma técnica que pode ser usada nas PP’s e no EP quando há
turmas numerosas na UP e não há possibilidades de disponibilização de turmas para
todos os praticantes. A alternativa é simular situações de ensino-aprendizagem na
Universidade. Pimenta (1997: 53) afirma que o “microensino cria situações
experimentais para que o futuro professor desenvolva as habilidades docentes
consideradas eficientes, em situações controladas de ensino”.
As principais habilidades a serem desenvolvidas, durante o micro-ensino,
conforme Pimenta (1997:53), são a espontaneidade, a gestão do tempo, variação de
estímulo, perguntar e reforço. O micro-ensino é considerado de acordo com Veras
(1973), apud Pimenta (op.cit.), “um poderoso instrumento para a aquisição de
habilidades de ensino e prepara o professor para ser dinâmico e interativo”.
O micro ensino, de acordo com Simões (1991:24), apud Fernandes (2004:18), tem
objectivos de 3 níveis:
2.9.1 As micro-aulas
(…) mas sim (…) de estudantes para estudantes, com a supervisão do docente.”
(Mavanga e Ismael, 2005:1)
Um dos objectivos principais das micro-aulas é a prática de destrezas técnicas
globais e específicas que derivam da observação e análise de tarefas práticas daseadas em
pressupostos teóricos.
tempo, pois o período definido para a realização da micro-aula deve ser respeitado com
maior rigor, aliás, no caso da realização consecutiva de micro-aulas incluindo a
introdução, o desenvolvimento, verificação e consolidação, será de particular valor a
obediência ao tempo de cada uma das partes.
1. Objectivos Cognitivos
No fim desta aula, o aluno deve ser capaz de:
- identificar o destinador e o destinatário a partir da leitura de uma carta dada;
- descrever, oralmente, a estrutura ou a mancha gráfica da carta dada (data local,
vocativo, corpo, assinatura).
2. Objectivos Psicomotores
No fim desta aula, o aluno deve ser capaz de:
- esquematizar a mancha gráfica de uma carta familiar;
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3. Objectivos Afectivos
Durante esta aula o aluno desenvolve as seguintes atitudes:
- utilizar convenientemente as formas de tratamento;
- expressar as suas ansiedades e sentimentos.
4. Meios de Ensino
• Quadros, giz ou marcador
• Envelope, exemplar de uma carta familiar e esquema da estrutura da carta
familiar.
Tempo (5 minutos)
- Actividades do Professor:
1. Controla as presenças.
Tempo (1min)
2. O professor, a partir de uma conversa sobre a família, introduz a aula dirigindo
perguntas aos alunos.
- Com quem os meninos vivem em casa?
- Para além das pessoas que vivem em casa com vocês, onde vivem os vossos
tios, tias, primos e avós?
- Como é que vocês se comunicam com eles?
- Quais são os outros meios que se podem usar para a comunicação?
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Querido tio
É com enorme satisfação que lhe escrevo esta carta; espero que esteja bem de
saúde. Do meu lado, tudo corre as mil maravilhas, graças a Deus.
Já há meses que não lhe escrevo, meu tio. Tenho muitas novidades para lhe
contar, mas como este espaço é curto, conto-lhe apenas o seguinte: passei de classe, agora
frequento a 6ª classe e tive a sorte de continuar a estudar na mesma escola do triunfo. Os
professores são todos simpáticos, atenciosos acima de tudo, são bons e estou com alguns
colegas da 5ª classe na minha turma e digo-lhe que já não tenho aulas com um único
professor.
Tio, gostaria de contar mais novidades, mas se não vou esgotar todas e não terei
algo para lhe contar depois. Espero mandar-lhe outra carta para semana.
Da sua sobrinha
Neyd Albertina
O professor secunda a ideia dos alunos acrescentando que esta etapa é correspondente
ao corpo propriamente dito da carta familiar (onde encontramos a mensagem que se
pretende transmitir).
Posteriormente, o professor pede para que os alunos leiam o último parágrafo, deste
modo, ele pergunta:
P – A que etapa corresponde o último parágrafo?
R – Corresponde à despedida.
O professor acrescenta que para além de designarmos esta etapa de despedida
podemos também chamá-la fecho (onde o destinador despede-se do destinatário).
Depois, o professor pergunta:
P – O que diz a Neyd para se despedir do tio?
R – A Neyd manda abraços e beijinhos aos tios e primos.
P – Para além desta forma de despedida, quais são as outras que conhece?
R – As outras formas são: até sempre, adeus, um beijo, um abraço, boa sorte,
tchau, etc..
P – Como o destinador finaliza a carta?
R – O destinador escreve o seu nome.
O professor reforça a resposta dos alunos, afirmando que o destinador assina a carta e
que a assinatura é o próprio nome do destinador.
- Actividades do Professor:
a)
b)
c)
d)
e)
- Actividades do Professor:
O professor explica o esquema seguindo uma legenda.
a) Local e data:
- Localiza-se no canto superior direito.
Exemplo: Maputo, 11 de Novembro de 2005
b) Vocativo:
- Escreve-se depois de uma linha em branco no canto inferior esquerdo.
Exemplo: “Prezado tio!”.
c) Corpo da Carta:
- É o desenvolvimento da mensagem e está dividido em partes:
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• Saudação inicial
• Corpo propriamente dito
• Saudação final
• Saudação inicial - é onde destinador procura saber como o destinatário está
de saúde e informa o seu estado de saúde.
• Corpo da carta familiar - é onde encontramos a mensagem que se pretende
transmitir.
• Saudação final – o destinador despede-se do destinatário.
• Assinatura – o destinador assina a carta com o seu nome.
O professor diz então que como TPC, os alunos vão elaborar uma carta familiar.
Nesta aula todos os praticantes intervieram, uns com mais tempo e outros com
menos. O mais importante é que todos tiveram a oportunidade de simular uma situação
de aula, a turma avaliou a gestão do tempo de cada interveniente. De notar que este
último aspecto tem sido um dos maiores problemas dos estudantes praticantes em sala de
aula.
Através desta técnica, o formando tem a possibilidade de confrontar a imagem que criou
de si próprio com a que é captada pela câmara. A consciência da sua própria imagem e a
análise que vai ouvir dos outros permite que o formando possa criar uma nova concepção
de si próprio e caminhar para o seu aperfeiçoamento. Para Mendes, Almeida e Henrique
(2007:234), o uso da autoscopia “desenvolve a autopercepção e os insights sobre a
autoimagem (…) permite uma análise mais criteriosa da comunicação verbal e não-
verbal (...) oferece pistas para a mudança e agiliza o crescimento pessoal e profissional”.
Estes autores apontam alguns métodos e técnicas que devem ser tomados em
consideração na autoscopia, vejamos de forma resumida alguns desses conselhos:
“só utilizar a técnica se tiver muita segurança quanto ao recurso;
filmar a si mesmo para entender como se dá o processo de
autopercepção;
testar o equipamento;
deixar o material de filmagem exposto (filmadora, tripé, TV, videocassete,
DVD;
administrar o tempo de duração de cada filmagem;
criar um clima receptivo para descontrair os participantes;
fazer um contrato de sigilo sobre os resultados das gravações.
1
IRC – Internet Relay Chat é um protocolo de comunicação utilizado como bate-papo e troca de arquivos.
2
Semantic networking tools - São ferramentas que possibilitam a construção de mapas conceituais.
3
Gift Construction - Programa utilizado na construção de imagens animadas.
4
Procite e Endnotes - Programas de computador usados para gerenciar base de dados bibliográficos.
84
Vejamos de acordo com Mendes, Almeida e Henrique (2009), Gil (2009), Carlini
e Tarcia (2009) como poderemos usar alguns dos recursos tecnológicos antes apontados.
Apesar de hoje em dia, com o advento das novas tecnologias, muitos professores
considerarem que o quadro preto ou o branco é um recurso muito rudimentar, ele
continua a ser um dos recursos mais usados na sala de aulas. É necessário planificar o uso
do quadro, decidindo o que se vai colocar no quadro e definindo a sequência e a
harmonização dos elementos no quadro.
É importante que o professor, antes de escrever, faça uma limpeza do quadro e
que divida o quadro em duas partes, escrevendo em primeiro lugar de um lado e depois
do outro lado (Gil – op.cit). No quadro, quer seja o preto, de giz, ou o branco, não se
deve colocar muita informação; deve-se escrever com letra legível e grande para que
todos os alunos possam ler. Ao terminar de escrever, o professor deve afastar-se do
quadro para permitir que os alunos leiam o que está escrito. O professor deve evitar falar
5
Blackboard - Ferramenta utilizada para criação e gerenciamento de cursos.
6
WebCT - Ferramenta que facilita a criação de ambientes educacionais baseados na Web.
7
Teleduc - Ambiente de suporte para ensino-aprendizagem a distância, elaborado pela UNICAMP.
8
Toolbook - Software específico para criar aplicações hipertexto.
9
Autorware - Programa de autoria desenvolvido especialmente para a produção de Cd´s, sistemas de
treinamento, livros digitais, aplicações institucionais e apresentações.
85
virado para o quadro, dando costas aos alunos (Mendes, Almeida e Henrique – 2009:
207-208).
Um outro recurso que é bastante usado na sala de aulas é o flip chart (ou quadro
de folhas). Tal como dizem Mendes, Almeida e Henrique (2009:209-210) é necessário ter
alguns cuidados no uso deste recurso como, por exemplo:
a) definir com antecedência o que vai ser apresentado;
b) marcar as folhas com fita adesiva colorida para não perder tempo a procurar a
informação;
c) ajustar a altura do bloco, a altura do apresentador; escrever frases curtas e
palavras-chave;
d) evitar usar abreviaturas;
e) não falar enquanto estiver escrevendo;
f) colocar o flip chart em lugar alto, mas ao alcance da mão para não tapar as
anotações;
g) se possível use dois flip charts, num escreva o sumário dos pontos principais e
no outro vá aprofundando os pontos agendados e escreva sempre o comentário
dos participantes para que haja maior interacção.
Este recurso pode ser muito útil nas PP´s e EP para efectuar o levantamento de
ideias (brainstorming) sobre, por exemplo, a organização de uma escola, de uma aula de
uma disciplina, para a elaboração de organigramas das escolas, para fazer cronogramas
do trabalho de campo.
O flip chart tem uma grande vantagem em relação aos quadros (preto ou branco) é
que a informação nele contida não é apagada. Os estudantes e o supervisor podem
retomar a informação (que ficou registada em certas folhas), revê-la, sistematizá-la e
reorganizá-la.
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Retroprojector
Ao usar o retroprojector deve se ter o cuidado de não ficar durante muito tempo
lendo e substituindo as transparências. O retroprojector é apenas um recurso adicional
para a aula, não deve ser usado durante toda a aula, pois pode diminuir o tempo de
interacção entre o professor e os estudantes.
O uso do retroprojector é óptimo para os estudantes apresentarem os temas do
seminário, pois poupa o tempo que se perde com a redacção dos temas no quadro. O uso
do retroprojector torna as apresentações melhor organizadas e perceptíveis.
Slides
b) não se deve colocar muita informação textual nos slides; estes servem para
colocar apenas a informação mais importante;
c) não se devem fazer muitos slides, deve se apresentar 1 slide de 1 a 4 mins, os
slides devem estar colocados de acordo com a ordem de apresentação;
d) é necessário, antes da apresentação, experimentar o equipamento para não ter
problemas no momento da apresentação;
e) durante a apresentação não se deve olhar permanentemente para o computador
ou para a tela de projecção, deve se olhar para os interlocutores e continuar a
interagir com as pessoas.
f) os títulos de cada slide devem ser curtos;
g) as cores devem ser contrastantes e a fonte das letras devem ser
suficientemente visível e legível.
h) antes de qualquer apresentação, deve-se ter o cuidado de saber em que sala vai
ser feita a apresentação para se ter a noção do tipo de fonte a usar,
considerando o tamanho da sala, bem como as condições de luminosidade;
i) é importante seguir a regra de 7x7 que é “sete linhas por visual, sete palavras
por linha (em torno de 50 palavras no máximo)”, Mendes, Almeida e
Henrique (2009:212);
j) não se deve colocar muitos efeitos especiais nos slides, tais efeitos muitas
vezes confundem os ouvintes;
k) o apresentador não deve ficar em frente da tela, não deve dar costas para a
turma e deve evitar andar pela sala durante a apresentação;
l) não se devem ler os slides na íntegra. O apresentador deve ter o cuidado de
usar os slides como fios condutores da apresentação, falando de forma natural;
m) é fundamental não colocar o texto integral a correr na projecção.
Video
Um dos recursos que vamos usar com muita frequência nas PP´s e no EP é o uso
do vídeo, pois ele permite ao praticante mudar a sua visão de aprendizagem,
transformando o seu campo de visão, ao integrar novas linguagens e ensinando os
estudantes a ler as imagens de forma reflexiva, educando-o para aprender com novas
tecnologias.
Segundo Moran (2010:1), o video aproxima a sala de aula ao quotidiano e
introduz novos desafios no processo de ensino e aprendizagem. Por meio do video
podemos
“ter diante de nós as situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações
espaciais (...) o ver está apoiando o falar, o narrar, o contar histórias (...) a música
e os efeitos sonoros servem como evocação, lembrança (...) o video é sensorial,
visual, linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens que interagem
superpostas, interligadas, somadas, não separadas”
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Durante as PP´s usaremos o vídeo para “trazer” a escola para a sala de aulas na UP.
Tentamos captar imagens que nos possam mostrar a imagem física de uma escola, a sua
organização e caracterização que nos é apresentada por meio das entrevistas e
depoimentos que são dados por vários actores na escola.
De acordo com Moran (2010: 4-6), o video pode ser usado como:
a) sensibilização (para despertar a curiosidade ou a motivação);
b) ilustração (ajuda a ilustrar a matéria);
c) simulação (pode simular experiências);
d) conteúdo de ensino (mostra determinado conteúdo);
e) produção (como documentação, registro de eventos, de aulas, de entrevistas,
depoimentos; como intervenção ou modificação de um determinado programa;
como uma nova forma de comunicação);
f) avaliação (avaliando alunos e professores);
g) espelho (analisa os comportamentos, examina comunicação, qualidades e
defeitos);
h) integração (suporte da televisão, do cinema, do computador, do videogame, da
internet).
Nas PP´s iremos trabalhar com o video como produção, avaliação, espelho e
integração. O CD de PPG aloja documentos, fotos, entrevistas, depoimentos, materiais,
etc. Usaremos também o video para analisar comportamentos nas micro-aulas na
componente de video-formação e ensino reflexivo.
Para trabalharmos com o video em PP´s e no EP podemos ter em consideração
algumas recomendações que nos são dadas por Mendes, Almeida e Henrique (2009:231).
Para os mesmos autores (p.232), o uso do video tem as seguintes vantagens:
“causa impacto visual imediato;
é dinâmico e multidimensional;
é um excelente instrumento para debates e reflexões;
mede o envolvimento do grupo com o tema da apresentação.”
90
aplicação do computador. Pode-se trabalhar com o auxílio de uma caneta digital e por
meio dela vai-se tomando notas ou destacando o que é mais importante.
O smart board é muito importante para expor certos assuntos que requerem o
acesso a Internet e a interacção com os participantes, pois ele junta, conforme afirmam
Mendes, Almeida e Henriques (2009:241-242), muitos recursos do computador como o
“projector, Internet e informação em tempo real”. O smart board tem a vantagem de
permitir a visualização de informações em certos sites.
Mendes, Almeida e Henriques (2009:241-242) afirmam que, antes de trabalhar
com o smart board, é fundamental que se teste o acesso à Internet e outros recursos
multimídia a serem usados e também é importante que se prepare um plano de trabalho
alternativo para o caso de não haver acesso a Internet.
www.google.com.br
http://www.interactivewhiteboard.ca/
10
As ferramentas de interacção assíncronas são as que permitem uma interacção que não acontece de forma
simultânea entre os interlocutores; estes podem responder dias após a recepção da mensagem (Carlini e
Tarcia – 2009:66).
92
Wikis
Wiki na língua havaiana quer dizer “rápido”. Conforme Carlini e Tarcia (2009:74-
75), o wiki é uma ferramenta disponível na Internet composta por “um conjunto de
páginas interligadas, sendo que cada uma delas pode ser visitada e editada por qualquer
pessoa, o que confere rapidez na atualização da informação contida na página”.
O wiki tem a grande vantagem de os estudantes puderem colocar conteúdos numa
página da Web a partir de um texto de base. Os textos a serem colocados na wiki tem a
particularidade de que são textos objectivos, pois eles não devem ter opiniões dos seus
autores. Os estudantes podem construir, em conjunto, um trabalho que tenha as
características de uma enciclopédia colectiva. É importante ter em consideração todos os
aspectos da construção de um trabalho científico como, por exemplo, citar as fontes, ter
cuidado com as citações literais, não se apropriar das ideias dos outros de forma
desonesta, confirmar a veracidade e a fidelidade dos dados e das informações
apresentadas (Carlini e Tarcia: 2009- 74-75).
http://www.brasilwiki.com.br/
94
Blogs
Os blogs são uma espécie de versão moderna dos “diários”. Os blogs são
ferramentas tecnológicas, i.e., espaços virtuais em que os enunciatários podem exprimir
os seus sentimentos, experiências e vivências. O blog diferencia-se do wiki na medida em
que ele permite a incorporação de opiniões pessoais e da subjectividade do enunciatário.
Os blogs podem ser de grande utilidade para as PP´s no ensino semi-presencial, à
distância, como também no presencial. O professor pode usar o blog para disseminar
conhecimento, para acompanhar o desenvolvimento de projectos pedagógicos e de
pesquisa. Tal como outras ferramentas anteriormente apontadas, o blog é um bom
instrumento de interacção entre o professor e os estudantes, bem como entre os
estudantes. As suas contribuições para o processo de ensino e aprendizagem são imensas,
constituindo-se num recurso que pode elevar bastante a motivação dos estudantes para
aprenderem cada vez mais.
O chat (bate-papo), tal como diz o nome, é uma ferramenta usada para os
interlocutores dialogarem uns com os outros. As mensagens devem ser breves de modo a
permitir que a interacção seja mais rápida. O chat permite a troca de mensagens de uma
forma breve e rápida e o foco está no diálogo.
O professor funciona como o mediador de todo o processo de construção de
conhecimento e permite desenvolver várias habilidades como a socialização, a
cooperação e o estudo, pois possibilita a criação de uma rede de relacionamentos entre os
estudantes que podem trocar informações com vista a incrementar os seus conhecimentos
nas suas áreas de actuação.
95
Twitter
O twitter, de acordo com Carlini e Tarcia (2009:77-78), é uma comunidade virtual
em que as mensagens devem ser escritas em 140 caracteres. Este recurso tecnológico
pode ser usado para colocar avisos sobre as actividades das várias disciplinas, para fazer
convocatórias para reuniões, etc..
O twitter tem muitas semelhanças com o chat, mas tem a particularidade que as
mensagens devem ser breves e os diálogos são públicos. Tal característica é importante
para desenvolver a objectividade. O twitter tem a vantagem de que não é necessário
dominar de forma especial a tecnologia informática. De acordo com os autores antes
citados, o twitter pode ser agregado a um blog ou a uma página pessoal, e as mensagens
podem ser enviadas também via Web, por telefone celular, pelo Jabber e pelo Gtalk.
Videoconferência
Objectos de aprendizagem
A observação pode ser considerada em duas dimensões: (i) como processo mental
e (ii) como técnica organizada. Como processo mental, observar é um acto de apreender
coisas e acontecimentos, comportamentos e atributos pessoais e concretas inter-relações.
Neste sentido, ultrapassa o simples acto de ver e ouvir. É seguir o curso dos fenómenos,
seleccionando aquilo que é mais importante e significativo, a partir das intenções
específicas do pesquisador. Como técnica organizada, observar é um meio de medir por
descrição, classificação e ordenação. Transcende a simples constatação dos dados,
porquanto envolve a complementação dos sentidos por meios técnicos. Permite a
apreensão directa dos fenómenos.
A observação como técnica requer:
o especificação: os fenómenos seleccionados devem ser passíveis de
mensuração, classificação e ordenação;
o objectividade: os fenómenos devem ser descritos tal como ocorrem;
o sistematização: a situação e os factores especiais devem ser controlados
através de um planeamento cuidadoso. Requer processos de obter, seleccionar
e analisar os dados;
o validade: os resultados obtidos devem estar proporcionalmente adequados aos
objectivos. A validade depende, em grande parte, da definição e selecção de
actividades que contenham os elementos essenciais;
o treinamento: o observador deve estar preparado para a tarefa.
Minon, apud Rudio (1999:39) sustenta que, no sentido mais amplo, observar
Rudio (ibidem), por sua vez, acrescenta que “observar é aplicar os sentidos a fim
de obter uma determinada informação sobre algum aspecto da realidade”.
101
Seja qual for o conceito com que o observador estiver a operar, é fundamental
recordar que a observação para ser considerada um instrumento metodológico requer uma
planificação, registo adequado e deve ser submetida a controle de precisão, (Moroz &
Granfaldoni, 2002:6).
“Além dessas qualidades pessoais e das decisões que deve tomar quanto à
forma e à situação de coleta de dados, o observador se defronta com uma
difícil tarefa, que é a de selecionar e reduzir a realidade
sistematicamente. Essa tarefa exigirá certamente que ele possua um
arcaboiço teórico a partir do qual seja capaz de reduzir o fenómeno em
seus aspectos mais relevantes e que conheça as várias possibilidades
metodológicas para abordar a realidade a fim de melhor compreendê-la e
interpretá-la.”
a. Observação vulgar
conhece e aprende sobre o que é útil e necessário para a sua vida, desde
coisas muito simples como, por exemplo, qual o ônibus que o leva ao
trabalho, qual o ponto em que deve tomar o ônibus e deve saltar, qual o
estado de humor do “chefe”, pela fisionomia que apresenta, etc..
104
A observação vulgar pode ser feita (i) directamente: através das palavras, dos
gestos e acções das pessoas, ou (ii) indirectamente: inferindo sobre os pensamentos e os
sentimentos, desde que estes se manifestem em forma de palavras, gestos e acções;
também se pode observar, indirectamente, as atitudes e as predisposições em relação à
determinadas tarefas, pessoas, acontecimentos, etc..
b. Observação científica
deverá dizer o que o move a fazê-lo. Com base nessa pergunta, o observador explicita os
motivos da observação.
A questão para que observar remete o observador a pensar na definição dos
objectivos. Esta pergunta equivale a qual é a finalidade da observação ou o que se
pretende alcançar com a observação? O objectivo de uma observação, na escola, pode
ser, por exemplo, conhecer fisicamente a escola e suas infra-estruturas; conhecer a
organização e funcionamento do sector pedagógico e administrativo da escola; conhecer
a composição dos grupos de disciplina, em particular o de Português; acompanhar a
aplicação das normas que regem o funcionamento da escola como instituição de ensino.
Haverá, certamente, muitos e diferentes objectivos para a realização de uma
observação na escola. É fundamental que o observador tenha sempre em mente a
estrutura física e organizacional de uma escola para a formulação dos objectivos. Tendo
essa estrutura básica de uma escola, os objectivos da observação serão fundamentalmente
os seguintes:
- conhecer fisicamente a escola e suas infra-estruturas;
- conhecer a organização e funcionamento do sector pedagógico e administrativo da
escola;
- conhecer a composição dos grupos de disciplina;
- acompanhar a aplicação das normas que regem o funcionamento da escola como
instituição de ensino.
Para Estrela (1994:26), a observação visa contribuir para a afirmação de uma atitude
experimental. Este autor afirma que “só através de uma prática pedagógica de carácter
científica se tornará possível ultrapassar o empirismo e fazer inflectir definitivamente a
atitude tradicional que reduz a pedagogia a uma arte”.
De acordo com o autor citado, o investigador precisa de saber observar e
problematizar, ou seja, interrogar a realidade e construir hipóteses explicativas e depois
intervir e avaliar.
No que diz respeito à pergunta como observar, a resposta remete-nos à
abordagem sobre a selecção de instrumentos de observação. Esses instrumentos podem
ser: inquéritos, diários, entrevistas, questionários.
107
Sobre a questão o que observar, a resposta tem a ver com a delimitação do campo
de observação. Se pensarmos, por exemplo, numa escola, o campo de observação é a
escola. Esse campo, pode ser restringido em função dos objectivos previamente
definidos. Assim, poderá o observador seleccionar a sala de aula, o sector pedagógico, o
sector administrativo, etc.
À pergunta quem observa, tem como resposta o sujeito. Nas Práticas
Pedagógicas, o sujeito pode ser, por exemplo, o supervisor, o praticante, o tutor. O
sujeito da observação pode desempenhar o papel de um planificador e, simultaneamente,
de um executor da observação, o que é aconselhável, ou, ainda, assumir o papel de um
mero executor de um programa de observação, que é o caso dos praticantes (estudantes
em formação) na Universidade Pedagógica.
De acordo com Bogdan e Biklen (1982, apud Ludke e André, 2003), o conteúdo
da observação deve compreender uma parte descritiva e outra mais reflexiva. A parte
descritiva deve ser um registo detalhado do que ocorre no campo e incidir sobre:
(i) “descrição dos sujeitos”. Sua aparência física, seu modo de vestir, de
falar e de agir;
(ii) “reconstrução de diálogos”. As palavras, os gestos, os depoimentos,
as observações feitas entre os sujeitos ou entre estes e o pesquisador
devem ser registados. É preciso usar as palavras dos observados. As
citações são bastante importantes para analisar, interpretar e apresentar
os dados;
(iii) “descrição de locais”. O ambiente onde é feita a observação deve ser
descrito. O uso de desenhos ilustrando a disposição dos móveis, o
espaço físico, a apresentação visual do quadro de giz, dos cartazes, dos
materiais de classe podem também ser elementos importantes a ser
registados;
108
Ainda de acordo com Bogdan e Biklen (1982, apud Ludke e André, 2003), a
componente reflexiva das anotações inclui as observações pessoais do pesquisador, feitas
durante a fase de colecta, nomeadamente, suas especulações, sentimentos, problemas,
ideias, impressões, pré-concepções, dúvidas, incertezas, surpresas e decepções. Essas
reflexões podem ser, por exemplo, do tipo:
Estas anotações (descritivas e reflexivas) devem ser encaradas como sugestões para
uma observação consciente e visam facilitar a organização de dados de estudo; esta
listagem não tem a pretensão de ser uma receita.
3.1.3.1. Entrevista
Grebenik e Moser (1962), apud Bell (1997:120), afirmam que os diferentes tipos
de entrevista situam-se naquilo que chamam de “um continuum de formalidade”, em que
num extremo se encontra a entrevista completamente formalizada - estruturada (em que o
110
De acordo com Ludke & André (2003:34), a grande vantagem da entrevista sobre
outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação desejada,
praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos. Para Bell
(1997:118), a grande vantagem da entrevista é sua adaptabilidade.
Um entrevistador habilidoso consegue explorar determinadas ideias, testar
respostas, investigar motivos e sentimentos, coisa que o inquérito nunca poderá fazer. A
forma como determinada resposta é dada (o tom de voz, a expressão facial, a hesitação)
pode fomentar informações que uma resposta escrita nunca revelaria. As respostas a
questionários devem ser tomadas pelo seu valor facial, mas uma resposta numa entrevista
pode ser desenvolvida e clarificada.
3.1.3.2.Questionários
questionário deve conter uma estrutura lógica; deve ser preciso; a linguagem deve ser
simples e acessível ao informante e devem-se evitar perguntas ambíguas que suscitem
duplo sentido.
De acordo com Faria (1989), apud Labes (1998:15), o questionário é o veículo de
pesquisa que utiliza impressos preparados para receber respostas a todas as perguntas
necessárias a um levantamento, as quais foram previamente elaboradas e dispostas na
melhor sequência, na forma mais agradável para facilitar o preenchimento e devolução.
Labes (1998:17) afirma que a elaboração de um questionário obedece à normas
rígidas e a sua utilização acontece quando:
1. Pesquisa
1.1. Definição da Amostra e População para Pesquisa
1.2. Definição da Amostra para Teste (s)
2. Elaboração do Questionário
2.1. Redacção e Arte Final
2.2. Reprodução para Teste (s)
2.3. Reprodução Final
2.4. Material Acessório (envelope, cola, etc.)
3. Testagem (ns) ou Pré-Teste
3.1. Distribuição
3.2. Coleta
4. Distribuição e Aplicação
4.1. Selos / Tarifas / Encartes, etc.
4.2. Coleta (retorno)
5. Tabulação dos Dados
5.1. Digitação / Contagem
5.2. Cálculo / Gráficos / Computação, etc.
6. Análise e interpretação dos Dados
7. Divulgação dos Resultados / Publicação (Relatório de Pesquisa).
1
Para o desenvolvimento e compreensão deste assunto consulte-se Labes (1998).
114
De acordo com Phiplips (1974), apud Ludke & André (2003:38), são
considerados documentos “quaisquer materiais escritos que possam ser usados como
fonte de informação sobre o comportamento humano”. Para Travers (1964), apud Bell
(1997:91), documento é um termo geral para “uma impressão deixada por um ser
humano num objecto físico”.
São exemplos de documentos, entre outros, os seguintes: leis e regulamentos,
normas, pareceres, cartas, memorandos, diários pessoais, autobiografias, jornais, revistas,
discursos, roteiros de programas de rádio e televisão até livros, estatísticas e arquivos
escolares.
De acordo com Bell (ibidem), os documentos podem dividir-se em fontes
primárias e secundárias. A autora considera fontes primárias “aquelas que surgem
durante o período de investigação (isto é, [por exemplo] as actas das reuniões do
conselho directivo da escola”) e fontes secundárias “as interpretações dos
acontecimentos desse período baseadas nas fontes primárias (por exemplo, a história da
escola comprovada pelas actas do conselho directivo)”.
Ainda de acordo com a mesma autora, as fontes primárias dividem-se em :
sujeito de investigação não estar mais vivo, ou ainda, quando se quer evitar a alteração no
ambiente ou nos sujeitos estudados; (ii) quando o pesquisador pretende validar
informações obtidas por outras técnicas, como a entrevista, o questionário, ou a
observação e (iii) quando o investigador pretende estudar o problema a partir da própria
expressão dos indivíduos, como sejam, as formas de produção escrita do sujeito,
nomeadamente redacções, dissertações, diários pessoais, cartas, etc.
A escolha dos documentos não é aleatória; depende dos objectivos da pesquisa.
Por exemplo, para a observação da escola, a planta da escola seria um documento útil;
um plano de lições e o programa de ensino podiam ser documentos para a observação de
aulas.
A análise de dados é feita depois da selecção dos documentos. Para o efeito, o
pesquisador utiliza, geralmente, a metodologia de análise de conteúdo, definida por
Krippendorff (1980), apud Ludke & André (1997:41) como “uma técnica de pesquisa
para fazer inferências válidas e replicáveis dos dados para o seu contexto”.
Bogdan e Biklen (1982), apud Ludke & André (1997:46) sugerem as seguintes
estratégias para que o pesquisador, sobretudo inexperiente, não termine a coleta com um
amontoado de informações difusas e irrelevantes: (i) a delimitação progressiva do foco do
estudo; (ii) a formulação de questões analíticas; (iii) o aprofundamento da revisão da
literatura; (iv) a testagem de idéias junto aos sujeitos; e (v) o uso extensivo de
comentários, observações e especulações ao longo da coleta.
Uma das perguntas que os estudantes mais frequentemente fazem é: como vou
categorizar e analisar os dados que recolhi da observação directa, das entrevistas, dos
questionários e dos documentos?
Para analisar os dados (as informações) obtidos através das técnicas antes
apontadas podemos utilizar três operações e dois métodos de análise de dados,
respectivamente:
1) Operações de análise de dados
- descrição e agregação;
117
DESCRIÇÃO
b) recursos estilísticos:
• adjectivação;
• comparações;
• metáforas;
• personificações.
atenção o texto para perceber o sentido mais geral. Seguidamente faz uma nova leitura
para determinar as unidades de significado, que serão agregadas em grupos, i.e., em
categorias e subcategorias. Depois tenta elaborar a síntese das unidades de significado
para que possa perceber os fenómenos educacionais. É necessário posteriormente
relacionar os vários dados disponíveis e, por fim devemos comparar os resultados
observados com os que esperávamos observar.
Depois de descrever as características estruturais do que observou, o estudante
deve passar para o momento de interpretação que corresponde à elaboração de
generalizações com base nas convergências encontradas. Os dados da interpretação
advém da reflexão sobre a reflexão efectuada. Os dados e as interpretações serão
trabalhados como combinações de “categorias gerais” num sistema de representações
(Fini –1997:33).
ANÁLISE ESTATÍSTICA
ANÁLISE DE CONTEÚDO
120
O critério de categorização, de acordo com Bardin (op. cit) pode ser semântico,
sintáctico, lexical e expressivo. O estudante deve ter em atenção o objectivo que o levou
a fazer a entrevista a fim de melhor seleccionar as categorias. O critério mais usado
costuma ser o semântico. O estudante vai categorizando os dados de acordo com o
significado que for possível captar em cada item identificado.
O estudante pode usar dois procedimentos para a categorização. Para Bardin
(1977:118-119), existem dois processos para a categorizar os elementos:
a) procedimento por “caixas” em que “é formado o sistema de categorias e
repartem-se da melhor maneira possível os elementos, à medida que vão
sendo encontrados” (p.118);
b) procedimento por “milha”, no qual “o sistema de categorias não é fornecido,
antes resultando da classificação analógica e progressiva dos elementos”
(p.119).
Após leituras e releituras das falas das entrevistas, devem ser identificadas as
categorias (temas mais usuais) e os estudantes devem construir protocolos que é o
conjunto das falas mais significativas e que conseguem sintetizar melhor as ideias dos
entrevistados. Vejamos o exemplo de um protocolo (Niquice et al - 1999: XXXVI)
8 “Então foi a primeira vez que fizemos o EE, ainda não tínhamos E6
muita experiência”
9 …” nem sabíamos muito bem o que fazer…” E6
10 “havia um regulamento, mas o regulamento não explicava muito E6
bem como deveria ser este tipo de exame…”
que o professor assuma um papel de mediador e que o estudante possa passar por uma
aprendizagem mais activa.
Apesar de não pretendermos apresentar uma forma rígida e fixa de analisar os
videos basear-nos-emos em Moran (2009:40), para indicar algumas formas de trabalhar
com o video.
Conforme Moran (op.cit.), o video pode ser usado como:
- ilustração de uma matéria que está a ser dada na aula;
- simulação de uma experiência;
- conteúdo de ensino;
- produção em duas vertentes: i) como documentação (registo de aula, de
eventos, etc.); ii) como intervenção (modificar um programa, um material, etc);
- video integrando o processo de avaliação dos alunos;
- video-espelho (em que se filmam e analisam os comportamentos).
Moran (2009:42) indica algumas formas de análise do video que poderão ser úteis
para usarmos nas Práticas Pedagógicas. Com base no autor antes citado, podemos
aconselhar o supervisor a trabalhara com o video da seguinte maneira:
1. analisar o video em conjunto, destacando algumas cenas e analisando-as com
todos os estudantes. O professor deve deixar que os alunos sejam os primeiros a
comentar sobre tais cenas;
2. o supervisor pode também fazer uma análise globalizante, verificando os
aspectos negativos e positivos e as ideias principais;
3. é possível também fazer uma leitura concentrada em que se exibem algumas
cenas mais marcantes e que se revê e se chama a atenção para essas cenas;
4. pode-se fazer uma análise funcional em que se escolhem algumas funções ou
tarefas como, “anotar as palavras-chave; anotar as imagens mais significativas;
caracterização dos personagens; músicas e efeitos”;
5. Moran (op. Cit) considera que se pode fazer uma análise da linguagem do video
ou completar o video (que se mostra incompleto aos estudantes).
124
A análise dos vídeos poderá, por analogia, ser feita tal como se faz a leitura de um
texto. Os praticantes devem analisar o vídeo no seu todo, e depois dividi-lo em partes e
analisar cada umas partes com mais cuidado. Ao fazer a análise, o praticante apoia-se, no
seu conhecimento prévio e na sua capacidade de fazer inferências e predições a partir das
imagens que lhe são apresentadas.
A leitura não deve ser feita linearmente mas deve ser apoiada em predições que
ajudarão a reconstruir o que está a observar. A leitura do vídeo constitui-se como uma
interacção entre o praticante e a imagem. As imagens são vistas como unidades de
significado e de comunicação. Isto quer dizer que a leitura das imagens do vídeo é um
acto de reconstrução dos processos de produção de tais imagens.
Ao observarmos as imagens, temos de ter em consideração que as filmagens das
escolas foram feitas por filmadores que escolheram certos ângulos de visão, que
seleccionaram alguns planos e imagens que consideraram ser mais importantes no seu
ponto de vista. Existiram certos pressupostos que moveram os filmadores a captarem
certas cenas e a ignorar outras. Há elementos subentendidos que estão implícitos nas
imagens que foram captadas. O praticante, com a ajuda do seu supervisor, deve avançar
para a análise dessa área do não-dito que está subentendida na imagem.
Há vários vieses que resultam da selecção de certas cenas e factos no momento
da captação das imagens. Isto quer dizer que o sujeito que filmou trouxe a sua
subjectividade. Nesse sentido, as imagens captadas não são neutras e contêm mensagens
que devem ser compreendidas e interpretadas. Por consequência, há espaço para a
intersubjectividade, o que supõe que as imagens não são meramente informativas, elas
contêm significados e sentidos. O praticante deve ser capaz de reconhecer os vários
sentidos, olhando para o contexto em que as imagens foram captadas. O supervisor deve
ter em consideração que os seus praticantes são diferentes e que as leituras que vão fazer
dos vídeos também vão ser diferentes. Tais leituras vão ser influenciadas por factores
como idade, sexo, religião, classe social, experiência profissional, etc..
A leitura dos vídeos pode ser ao nível do reconhecimento do sentido dado pelo
praticante, como também de nível polissémico, na qual são atribuídos muitos significados
a mesma imagem. Podemos olhar os textos e ver os factos gerais e principais, como
125
também podemos olhar e construir os significados com base nas informações que são
apresentadas de forma particular.
Ao olharmos para as escolas filmadas devemos considerar o espaço em que elas
estão situadas, os estudantes que estão a circular nesse espaço, o tempo em que as
filmagens ocorreram. A análise deve servir para fundamentarmos as nossas reflexões e
mostrarmos as formas de organização dos elementos, as relações e as estruturas
identificados nas escolas. A seguir a análise devemos passar para a interpretação do que
estamos a observar. Tal interpretação significa comentar e discutir as nossas ideias.
A análise da estrutura das escolas e das aulas pressupõe o estudo de cada secção
da escola para depois buscar as relações com toda a organização da escola como um todo.
A análise da escola deve também considerar os elementos extrínsecos (sócio-históricos e
culturais; os elementos formais (o tempo, o espaço e os actores escolares); e os elementos
intrínsecos (a forma como os entrevistados olham para a organização escolar).
Como podemos ver, são várias as formas que os supervisores podem usar para
trabalhar com os videos. Os estudantes podem modificar o video, adaptando, narrando,
juntando novo material, colocando novas filmagens consoante as necessidades dos seus
cursos.
O trabalho com o vídeo obrigará a ter conhecimentos referentes a leitura de
imagens. A imagem é entendida como um signo que requer da parte do leitor o
conhecimento e a compreensão de diversos códigos. Arnheim (1957), citado por
Sardelich (2010:453), considera que existem “dez categorias visuais: equilíbrio, figura,
forma, desenvolvimento, espaço, luz, cor, movimento, dinâmica e expressão”. Para a
mesma autora, existe uma sintaxe visual constituída por “elementos básicos como
ponto,linha, forma, luz, no sentido da composição”.
Sardelich (2010:455) afirma que Ott (1984) considera que a observação de
imagens (image watching) é um processo que se articula em seis momentos:
• aquecendo (ou sensibilizando): o educador prepara o potencial de
percepção e de fruição do educando;
• descrevendo: o educador questiona sobre o que o educando vê, percebe;
• analisando: o educador apresenta aspectos conceituais da análise formal;
126
artefactos visuais que devem ser relacionados com a cultura escolar, com os valores, os
costumes, as crenças culturais, políticas económicas e ideológicas, etc..
As imagens que iremos observar no CD devem ser olhadas de forma crítica, pois
elas são representações e artefactos construídos a partir de certas visões do mundo, de
determinadas relações de poder dentro e fora da escola. A interpretação crítica das
imagens deve permitir analisar as falas e os discursos presentes no CD; discutir as
relações de poder nas escolas; debater sobre as identidades que se constroem nas escolas
moçambicanas.
O que observar nas Práticas Pedagógicas Geral? De acordo com as “Normas para
a Produção e Publicação de Trabalhos Científicos da UP” e “Regulamento Académico da
UP”, no 1º ano das Práticas Pedagógicas, a observação incide sobre quatro áreas,
nomeadamente, a descrição física da escola, a descrição da área organizacional, a
descrição da área pedagógica e a descrição da área administrativa. Assim:
(i) a descrição física da escola focaliza: a localização, os espaços, os edifícios, os
pátios, os jardins, etc.;
(ii) a descrição da área organizacional compreende o plano geral da escola e
planos sectoriais; o regulamento de avaliação; as instruções e despachos
ministeriais; os planos de estudo e circulares; o estatuto do professor (e
outros) e o livro de turma;
(iii) a descrição da área pedagógica incide sobre os planos de estudo das classes,
os ciclos e grupos de disciplina; os mapas estatísticos: os efectivos escolares,
isto é, o número de alunos por classes e turmas; o número de professores por
classes, ciclos e grupos de disciplina; os horários; a organização das turmas; a
função do director de turma; o aproveitamento pedagógico do ano lectivo
anterior; o processo de exames (organização e controle) e a biblioteca;
(iv) a descrição da área administrativa engloba: os processos dos funcionários e
dos alunos; a organização do arquivo (entrada e saída do expediente); a
inventariação dos bens móveis e imóveis e a actualização do inventário
129
1
Baseamo-nos em Gomes et al (1991:56) para indicarmos seis perguntas, e acrescentamos perguntas
referentes às competências e às actividades.
132
4.1.1.1. Os objectivos
actuação que deverão caracterizar o processo educativo, por forma a permitir o seu
crescimento através da aquisição dos conhecimentos e experiências disponibilizados.
A definição prévia de objectivos permite que o praticante encontre uma fonte para
dar direcção ao ensino, por um lado, e ter a base para identificar/avaliar se os objectivos
foram cumpridos e quais os que ficaram por se realizar.
A formulação de objectivos é relevante para que
“o aluno retenha ou memorize informação útil(…), que relacione, que
analise, que sumarize, que seja, enfim, estimulado a utilizar, toda uma
gama de operações cognitivas de que necessitará no futuro e que poderá
executar(…) de acordo com a flexibilidade de pensamento que adquiriu.”
Por exemplo:
O aluno “compara o texto “A” e “B” quanto à mancha gráfica”;
“Redige uma frase do tipo declarativo, forma passiva, enfática e afirmativa”.
4.1.1.2. Conteúdos
do conteúdo, o que quer dizer que as matérias devem estar vinculadas à realidade do
aluno, facilitando a sua assimilação por aqueles. A flexibilidade e a utilidade são outros
critérios a considerar. No primeiro caso implica que os conteúdos devem permitir que o
praticante, usando da sua criatividade, proceda a “alterações, adaptações, renovações ou
enriquecimentos” (Gil-1997:54). No segundo, pretende-se reiterar que os interesses e
necessidades dos aprendentes devem ser tidos em conta. Quando isso acontece, a sua
aquisição ocorre sem dificuldade e sem requerer muito tempo.
A aplicação de entrevistas ou questionários no início do ano é importante, pois
permite obter informações sobre os alunos. Assim, fará sentido que os praticantes
apliquem uma entrevista ou um inquérito aos seus alunos para realizarem este objectivo.
Aliás, o seu Relatório de Práticas Pedagógicas dará uma ênfase particular às
características da turma, dos alunos, suas idades, interesses e motivações; assim como as
condições físicas da sala de aulas, pois é pertinente obter dados mais precisos sobre a
classe.
Reconhecida a validade, a significação, a flexibilidade e a utilidade dos
conteúdos, realizada por instâncias superiores à escola, cabe ao professor organizar os
conteúdos em função do que acabámos de referir. Considerando ainda o conteúdo textos
narrativos, impõe-se que os alunos saibam identificá-lo (o que é o texto narrativo?),
conheçam os elementos que o constituem (quais os elementos da narrativa?),
saibam/conheçam os sub-tipos desta classe de textos (que tipos de narrativa podemos
encontrar quanto à intriga/ao desenlace?), etc. Assim, competirá ao estudante praticante a
elaboração de um roteiro de conteúdos que responda às exigências do nível a que se
refere, assim como a identificação dos pré-requisitos necessários à compreensão das
novas matérias.
Após a selecção dos conteúdos, o professor deverá organizá-los de modo a
maximizar a compreensão dos mesmos, através da definição do grau de complexidade, da
sua lógica de organização, da gradualidade, da sua integração no conjunto dos conteúdos
e continuidade, garantindo o progresso dos alunos em tempo mínimo.
138
4.1.1.3. Competências
Noção de competência
Formulação de competências
de uma disciplina e as competências transversais são as que se referem a saberes que são
inter e transdisciplinares.
O primeiro passo para a formulação de competências essenciais é a identificação
dos domínios de uma certa disciplina. Por exemplo, no ensino da Língua Portuguesa os
alunos devem desenvolver competências específicas em três domínios: oralidade
(compreensão e expressão oral), escrita (leitura e expressão escrita) e conhecimento
explícito da língua.
O segundo passo é identificar em cada um destes domínios as competências
essenciais. Por exemplo, ao nível da oralidade os alunos devem alargar a compreensão a
discursos em diferentes variedades do Português e dominar progressivamente a
compreensão em géneros formais e públicos do oral. Por exemplo, ao nível da escrita, os
alunos devem criar autonomia e hábitos de leitura. Por exemplo, ao nível do
conhecimneto explícito, os alunos devem desenvolver a consciência linguística, tendo em
objectivo instrumentais e atitudinais, e desenvolver ujm conhecimneto reflexivo,
objectivo e sistematizado da estrutura e do uso do Português padrão.
O terceiro passo é especificar as competências por ciclo de aprendizagem em cda
um dos domínios (oralidade, escrita e conhecimento explícito da língua.Por exemplo, ao
nível do Ensino Básico poderíamos ter ao nível da Expressão oral as seguintes
competências conforme os seguintes ciclos:
- 1º ciclo: alargamento da expressão oral em Português padrão.
- 2º ciclo: domínio progressivo de géneros formais e públicos do oral.
- 3º ciclo: fluência e adequação da expressão oral em contextos formais.
O quarto passo seria especificar cada uma das competências do ciclo ao nível
daquele domínio. Por exemplo, ao nível da expressão oral, no 1º ciclo, teríamos a
competência, antes definida, especificada do seguinte modo:
- capacidade de se exprimir de forma confiante, clara e audível, com adequação
ao contexto e ao objectivo comunicativo.
- conhecimento de vocabulário diversificado e de estruturas sintácticas de
complexidade crescente.
143
2
Conhecimento procedimental é o conhecimento de como realizar uma determinada tarefa.
144
(1995:79), de não terem a rigidez de uma aula e do seu conteúdo ser repartido por várias
sessões.
Se conjugarmos a Pedagogia dos Objectivos com a das Competências, tal como
está preconizado no PCEB (MINED:2001), poderemos praticar metodologias activas, nas
quais o aluno é o centro do PEA, em que ele tem um papel activo na apropriação do
saber, na exercitação de capacidades e no desenvolvimento de valores e atitudes.
Segundo Perrenoud (1999:53), numa pedagogia que visa desenvolver
competências o professor terá de assumir um novo papel pois implicará a implementação
de métodos activos e de uma pedagogia diferenciada que
convida, firmemente, os professores a:
• considerar os conhecimentos como recursos a serem mobilizados;
• trabalhar regularmente por problemas;
• criar ou utilizar outros meios de ensino;
• negociar e conduzir projetos com seus alunos;
• adotar um planejamento flexível e indicativo e improvisar;
• implementar e explicitar um novo contrato didático;
• praticar uma avaliação formadora em situação de trabalho;
• dirigir-se para uma menor compartimentação disciplinar.
4.1.1.4. Os métodos
149
(2001:152) enfatiza que: “Os métodos de ensino são acções, passos e procedimentos
vinculados ao método de reflexão, compreensão e transformação da realidade, que, sob
condições concretas de cada situação didáctica, asseguram o encontro formativo entre o
aluno e as matérias de ensino.” Assim, os procedimentos serão particularidades do
método (ibidem).
O método activo pode usar procedimentos como a leitura e a compreensão de uma
História em Banda Desenhada (BD), por exemplo, questões para testar a compreensão e
justificar atitudes de personagens e caracterizá-las. A utilização do termo “método” de
ensino é muito mais abrangente que o uso dos termos procedimentos e estratégias de
ensino.
Se o professor pretender tratar, por exemplo, o conto, pelo Método de Elaboração
Conjunta, pode, a partir das imagens da BD, colocar os alunos em grupos ou aos pares a
identificarem os intervenientes em cada quadradinho da Banda Desenhada.
4.1.1.5. Os meios
actividades previamente planificadas não devem ser consideradas uma “camisa de forças”
para o professor. O praticante deve sempre ter a consciência que há uma margem de
imprevisibilidade do que vai realmente acontecer durante uma aula. Visto que a acção
didáctica é determinada por múltiplas variáveis, muitas vezes, o praticante terá de
“improvisar” e de realizar actividades que não tinha previamente planificado.
A partir da formulação dos objectivos da aula, das competências a serem
exercitadas, da indicação do conteúdo, dos meios, etc., é necessário que o professor
planifique as actividades de ensino e aprendizagem que vão acontecer durante as aulas.
As actividades de aprendizagem podem ser, de acordo com Barreira e Moreira (2004:28),
de:
1) exploração – proporcionam novas aprendizagens;
2) resolução de problemas – resolvem situações-problema;
3) aprendizagem sistemática – sistematizam diferentes saberes e saberes-fazer;
4) estruturação – permitem relacionar e articular aprendizagens velhas e novas;
5) integração – mobilizam competências adquiridas conferindo-lhes sentido;
6) avaliação – permitem avaliar as competências dos alunos.
pelo professor. O estudo pode ser feito dentro ou fora da sala de aula, dependendo dos
objectivos definidos pelo professor.
Após o tratamento didáctico das matérias, o professor deve proceder à melhoria e
formação de habilidades e hábitos, fixando os conhecimentos. Tal consolidação e fixação
da matéria deve ser acompanhada da integração, capacidade de relacionamento e
integrações das novas aquisições nas anteriores. Estas partes reforçam-se mutuamente.
A aplicação é a fase final da aula. Pode ser directa; se se levar o aluno a aplicar
os conhecimentos adquiridos em situações próximas das estudadas, ou indirecta; se a
utilização dos conhecimentos assinalados ocorreu em situações diferentes das estudadas.
De acordo com a natureza, a aplicação pode ocorrer antes do estudo sistemático, ou da
fixação ou da integração.
Conforme Libâneo (1994:190), a averiguação dos conhecimentos, i.e., a
avaliação e controle do rendimento escolar durante a aula, é a função didáctica que
acontece em todas as etapas do ensino-aprendizagem.
4.1.1.7. A avaliação
O teste oral consiste no diálogo entre o professor e aluno, devendo este responder
a uma série de questões colocadas pelo professor ou, por outra, desenvolver oralmente
um tema indicado ou proposto pelo próprio aluno. Em qualquer dos casos, o que se
pretende com a aplicação deste tipo de testes é que o aluno se expresse oralmente para:
Com vista a uma boa avaliação oral quer do ponto de vista do aluno quer do
praticante requer-se, segundo Néreci (2001:462), que se criem condições para que o
aluno se sinta à vontade, pelo sorteio dos temas e fornecimento de tempo para preparar, e
reflectir sobre a resposta, a qual deverá ser antecedida de um momento de preparação que
consistirá num pequeno diálogo com o aluno. Por outro lado, as perguntas devem ser
claras e caso a resposta não surja, o praticante deve reformulá-la, alternando questões de
reflexão com de memorização e ainda, anotando as questões para evitar improvisos e
utilizar um número de questões padrão para todos os alunos.
Este tipo de teste tem a desvantagem de:
- não poder incluir um grande leque de conhecimento;
- prejudicar os alunos com fraca fluência verbal, dificuldade de expor ideias,
tímidos e pouco desembaraçados ;
- requerer um julgamento imediato e favorece a ambiguidade de leituras, tornando-
se muito subjectivo.
- requerer muito tempo, já que os alunos são avaliados individualmente.
Este tipo de avaliação, de acordo com Haydt (2002:303), torna-se útil quando se
pretende testar as “...qualidades de redacção, conhecimentos gramaticais, de sintaxe,
fluência de ideias e consciência das mesmas,(...) prestando-se mais para uma verificação
em profundidade.” (idem), reduzindo “...a probabilidade do acerto casual, isto é, do
acerto por adivinhação ou casualidade pois o aluno deve organizar a resposta e usar a
sua linguagem para exprimi-la.”.
É importante para o estagiário, ao aplicar testes dissertativos, prepará-los
atempadamente, enfatizando as questões mais importantes que efectivamente estimulam a
capacidade reflexiva do aluno, criando questões representativas no conjunto dos
conteúdos estudados e que sejam escritos com clareza usando verbos como descreva
compare, explique, redigindo as respostas desejadas e tendo em conta o tempo de que o
aluno dispõe e o seu nível de desenvolvimento intelectual.
166
Uma das maiores preocupações dos estagiários principiantes (os que não são
professores) ao começarem com a leccionação das aulas é: como “dominar os nervos e
manterem-se calmos”? De acordo com Campbell (1993:16-26), a primeira coisa a fazer
para dominar os nervos é analisar as causas do nervosismo e identificar os seus medos.
De que é que tem medo: De falar? De gaguejar? De se esquecer das matérias? De não
conseguir manter a atenção do aluno? De ser assistido e avaliado pelo tutor e pelo
supervisor? De não saber controlar a disciplina na turma?
168
deve monitorar e corrigir o trabalho dos alunos; deve fornecer feedback aos alunos
Arends (1995:198).
O professor, sobretudo os principiantes devem, conforme Arends (1995:199),
“centrar-se no próprio comportamento inadequado e encontrar maneiras para o
mudar”. Os professores devem ter “olhos de lince” e estar em cima do acontecimento,
detectando o comportamento desviante. Os professores devem também, segundo o
mesmo autor, desenvolver a competência da “sobreposição”. Tal competência significa
“ser capaz de detectar um aluno a agir inadequadamente e lidar com ele sem dar nas
vistas para não interromper as aulas. Deve aproximar-se do aluno, manter contacto
visual com ele até que mude de comportamento, relembrar as regras estabelecidas,
mudar de actividade”.
Para manter a tranquilidade na sala de aula o professor deve mostrar segurança,
auto-confiança, ter capacidade de liderança e influência. A segurança é transmitida pela
voz (firme e com volume adequado à sala de aula); pela postura (permanecer direito,
andar com vigor e olhar as pessoas nos olhos); pela convicção (é necessário acreditar no
que diz, nas suas ideias e decisões) e pelo vestuário (as pessoas seguras usam roupas para
chamar atenção sobre si próprias).
Como dissemos anteriormente, o professor deve exercer influência interpessoal
sobre os seus alunos. French e Raven (1959), apud Arends (1995: 202), consideram que
existem cinco maneiras de influenciar os outros, nomeadamente:
1) a capacidade que se tem para controlar e distribuir recompensas valorizadas;
2) a capacidade para negar recompensas;
3) a autoridade que é conferida legalmente por um cargo;
4) a perícia ou o conhecimento especial;
5) a atracção pessoal ou a pertença a um grupo de referência primário.
Qualquer indivíduo que sabe que vai ser alvo de um processo avaliativo ao longo
do seu trabalho, quer, como seria de esperar, conhecer como tal vai acontecer. Nesse
âmbito, é natural que surjam questões, da parte dos praticantes, como Quem me irá
avaliar? ou Como serei avaliado? ou ainda Que instrumentos serão utilizados na minha
avaliação? ou Quando vai ocorrer a avaliação nas PPs?.
Numa tentativa de responder a estas e outras questões dos estudantes praticantes,
faremos neste texto uma explicação do processo de avaliação das PPs, tentando responder
a algumas perguntas que, normalmente surgirão ao longo da PP que é uma actividade que
tem um carácter diferente da maioria das disciplinas dos cursos da UP, mas que se reveste
de uma importância extrema no actual currículo integrado adoptado pela (2003).
o que demonstra que a avaliação vê a concretização dos seus propósitos na decisão das
acções a serem empreendidas decorrentes da apreciação com vista a uma melhor
orientação do PEA. .
Não obstante apelarmos a um exercício de uma avaliação diagnóstica e formativa
durante as Práticas e Estágios, Demo (1995, 1999, 2004), apud Busato (2005: 33),
constata que “…não há como fugir da nota no processo de avaliação, desde que se tenha
clara a sua dimensão não linear em acompanhar a evolução da aprendizagem do aluno”,
porém, “Deve a nota vir acompanhada de comentários e propostas para facilitar a
aprendizagem”. Depreende-se destas afirmações que a avaliação sumativa também está
presente nas Práticas Pedagógicas por imposição de uma burocracia social que não se
pode esquecer. O estudante só se sente avaliado quando vê a sua nota registada nas fichas
do professor, a tradução de todas as críticas, comentários e reflexões feitas durante o
processo de práticas. Esta característica classificatória da avaliação não pode ser ignorada
pois ela existe e é a sua última forma de expressão em relação à sociedade. O que se tem
de fazer é “administrar pedagogicamente a classificação, sem escamoteá-la” (Busat-
2005:33), pois na própria sociedade, tudo se classifica, não nos deixando outra
alternativa.
concreta com os dados idealizados do Projecto Educativo e Curricular dos cursos. Isto
quer dizer que cada curso da UP deverá ir reflectindo sobre os seus objectivos
curriculares, tendo em conta a situação específica da disciplina nas escolas.
aluno de cada vez vai apresentar a sua resposta. alguma agitação, embora ainda não tivesse
tocado para o intervalo.
É preciso ter bem claro que a avaliação que se pretende seja a mais honesta
possível para que possa contribuir para o melhoramento do trabalho não só dos
estudantes praticantes como também de todo o trabalho de práticas pedagógicas no geral.
Não permitir que o colega saiba onde falhou ou não querer ver que alguma coisa correu
mal durante a sua actividade para não ficar mal com o amigo, não contribui para que ele
seja um bom profissional. O oposto também não é saudável. Não devo denegrir o
trabalho do meu colega só para ficar bem visto pelo tutor ou pelo supervisor. Mais
adiante veremos que a avaliação que o próprio estudante faz também está a ser avaliada,
logo, se não for correcta, estarão a ser avaliados negativamente no item “análise”. O
mesmo se aplica a cada interveniente deste processo, pois estamos todos envolvidos na
mesma actividade.
Tendo sempre como ponto de partida o programa desta disciplina, ele apresenta
como objecto de avaliação global o projecto, o programa e o sistema educativo e de
ensino dos cursos da UP, que por sua vez se desdobra num conjunto de elementos mais
específicos e definidos por nível de aprendizagem.
Notaremos aqui que faz todo o sentido a tomada de consciência, por parte dos
avaliadores, de que a avaliação não deve incidir apenas sobre o aluno. Constituem
185
informações relevantes não só o trabalho produzido pelos alunos, mas também “os
comportamentos ou actividades desenvolvidas aquando dessa produção” ou ainda “os
níveis de capacidades que os comportamentos revelam” (Barbier- 1985: 80). Este último
é considerado por este autor como o “objecto real” da avaliação.
5.4.1. Os Seminários
Convém explicar aqui o que é este relacionamento, esta integração, pois ela é
importante para o sucesso do trabalho dos praticantes. Quando nós vamos realizar um
trabalho com os professores e alunos de uma escola temos que saber que o aspecto social
é muito importante. Em Caires (2001), podemos ver que até o simples cumprimento que
se faz nos corredores, as conversas informais na sala dos professores, mostram a nossa
abertura em relação à escola e permitem uma melhor aprendizagem do ambiente
profissional que se pretende que o praticante tenha no final da cadeira.
No que diz respeito à execução das aulas, que se enquadra ainda no Trabalho de
Campo, serão tomados em consideração aspectos ligados não só ao saber ou ao saber-
fazer, mas também ao saber-estar, isto é, questões relativas à relação professor-aluno, ao
factor sócio-afectivo anteriormente referido é muito importante para o sucesso de uma
aula.
Sobre o tempo previamente destinado para cada actividade do plano, é preciso ter
em conta que ele não é um tempo definitivo e pode ser alterado posteriormente, no
momento da execução, devido a vários factores. Libâneo (1994: 242) aponta diferenças
entre o tempo consumido pela exposição de um conteúdo e o tempo que se leva com
exercícios de aplicação ou no tempo de assimilação da matéria pelos alunos, dependendo
dos pré-requisitos que cada um tem relativamente a determinado conteúdo. Assim sendo,
os avaliadores irão ter de olhar para os planos como um todo.
5.4.3. Os Relatórios
1
Relatórios da Práticas Pedagógicas I, II, III e IV.
192
2
O título deve abarcar o conteúdo do relatório de forma sumária e concisa, deve ser escrito na mesma
língua do texto. As regras para o título são:
- ser resumo do trabalho;
- se ultrapassar (10) palavras, caso seja necessário, crie-se um subtítulo;
- abreviaturas não oficiais, símbolos particulares e fórmulas não fazem parte de um título.
194
(d) Índice de tabelas, figuras, mapas e outros - caso constem do trabalho tabelas,
figuras, mapas e outros, são elaboradas as respectivas listas, que se situam com a
respectiva paginação, logo após o sumário.
(e) Resumo - não deve exceder uma página e deve ser escrito em Português. O
resumo é dactilografado a um espaço.
3
As referências teóricas referem-se à bibliografia manuseada pelo praticante ao longo da Prática
Pedagógica e que auxiliou na construção do Relatório. Ele deve indicar as principais referências que
usou nos Seminários e no Trabalho de Campo.
4
O desenvolvimento do relatório depende do nível em que o estudante se encontra. Apresentamos
apenas o que geralmente pode constar nos vários relatórios. Para explicações mais pormenorizadas
sobre e a estrutura de cada relatório específico consulte anexos.
195
5
O praticante pode não apresentar todos os aspectos anteriormente referidos e centrar-se mais
profundamente num aspecto do PEA da LP que lhe despertar mais atenção cuja abordagem lhe pareça
mais relevante. A opção por descrição das aulas de LP de forma mais globalizante ou mais molecular
dependerá de cada caso e a decisão terá de ser negociada entre o praticante e o supervisor.
196
a) todos os textos devem ser dactilografados a 1,5 espaços e escritos num lado das
folhas A4;
b) são usadas as seguintes margens:
- margem superior: 3cm;
- margem inferior:2cm;
- margem esquerda:3cm;
- margem direita:2cm.
c) a numeração começa a partir da página de rosto. O número é colocado no alto da
página, à direita;
d) os parágrafos iniciam-se para dentro a oito espaços ou a 1,27cm em relação à
margem esquerda;
e) os capítulos devem ser iniciados numa nova página, mesmo que sobre espaço
suficiente na página em que termina o capítulo anterior;
f) os subtítulos e subdivisões não precisam de aparecer numa página nova. Devem
constar de maneira uniforme, realçando-os no interior do texto. Para especificar
tópicos usam-se algarismos ou letras conforme a técnica de números pontuados:
2.1.; 2.1.1..
g) as citações quando são literais devem ser copiadas ao pé da letra e colocadas
entre aspas. Quando no texto citado já se encontram trechos entre aspas, estas
devem ser transformadas em apóstrofes. Quando a citação ultrapassar as três
linhas, ela deve ser coloca em parágrafo especial, em itálico dispensando-se as
aspas (cf. Severino-2002: 106-109).
Para mais informações sobre a apresentação de notas bibliográficas e/ou de
rodapé, chamadas no texto e apresentação de referências e de fontes
bibliográficas, consultem-se Normas para Produção de Trabalhos Científicos na
Universidade Pedagógica (2003: 20-33).
h) o tamanho da letra é 12, a fonte é Times New Roman ou Arial .
6.6. A Redacção dos Relatórios de Práticas Pedagógicas
197
Amor (1993, p.120) considera três etapas principais para a produção escrita
de qualquer tipo de texto: planificação/pré-escrita; textualização e revisão.
6.5.1. Planificação/pré-escrita
6.5.2. Textualização
6
Para mais informações sobre a elaboração de planos de textuais consulte-se Lemaitre e Maquère
(1989:243-251)
200
6.5.2.1. Estilo
6.5.4. Revisão
Conclusão
Escola ______________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
a) Horário escolar
c) Professores H M
f) Os pais ou encarregados de educação têm fácil acesso à Direcção da escola? Sim Não
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
211
Escola ______________________________________________________________________________________
Ano/Classe ________ Turma ________ Número da Lição ________ Data _________ Horas: ________ às _______
Tema/Conteúdo : _______________________________________________________________________________
I. APRESENTAÇÃO
Sim Não
9 O professor é pontual?
10 A iluminação da sala é suficiente?
11 A sala tem porta e vidros nas janelas
12 A sala tem espaço suficiente para circulação?
Sim Não
01 O professor tem plano de lição
02 Os Objectivos Comportamentais satisfazem ou concretizam todos os Objectivos Específicos?
Comente _____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
1
Ficha produzida pelos estudantes de Português na Universidade Pedagógica (adaptada)
212
Argumente ____________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Sim Não
01 O professor usa uma linguagem adequada ao nível dos alunos?
02 Os meios de ensino, os materiais, os métodos e os conteúdos apresentados constam do plano?
Comente _____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
Sim Não
01 O professor usa algum método ou meio para avaliar os seus alunos ?
Quais? _______________________________________________________________________________________
Plenamente
05 Os objectivos têm sido alcançados Parcialmente
Não são alcançados
Sim Não
213
Sim Não
01 O professor consegue manter a disciplina na sala?
De que maneira? _______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
Entusiasmo
03 O professor revela na sua actividade com os alunos: Convicção
Liderança
04 Que aspectos de conduta negativa notou por parte dos alunos? ______________________________________
______________________________________________________________________________________________
Sim Não
01 O professor aceita conselhos e críticas?
02 O professor mantém bom relacionamento com os colegas?
03 O professor envolve-se nas actividades extracurriculares?
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
2Inquérito dirigido ao Delegado de Disciplina
Escola ______________________________________________________________________________________
I. O GRUPO DE DISCIPLINA
Sim Não
02 O grupo possui uma pasta própria?
03 O grupo tem um plano anual de actividades?
Se não, porquê ____________________________________________________________________________
Sim Não
01 O Delegado de Disciplina tem fichas de assistência às aulas?
02 O grupo de disciplina tem feito assistências mútuas às aulas ?
03 O grupo de disciplina tem realizado seminários de aperfeiçoamento pedagógico?
Sim Não
01 O Delegado de Disciplina controla o processo de avaliação?
02 De que instrumentos se serve para o controle do processo? _________________________________________
______________________________________________________________________________________________
03 O grupo de disciplina tem feito propostas para melhoramento dos programas de ensino vigentes?
04 O grupo de disciplina tem elaborado material didáctico para os alunos ?
05 Se sim, que tipo de material e como o tem feito? _________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
IV. DIVERSOS
Sim Não
01 O Sr. Delegado gosta de exercer a sua função ?
Porquê ? ________________________________________________________________________________
2
Ficha adaptada do Regulamento Geral das Escolas do Ensino Básico
215
Esta Ficha pretende ajudá-lo na escolha de melhores verbos de acção e que caracterizam ou descrevem
comportamentos observáveis. Nela, apresentamos apenas uma lista de verbos, cujas capacidades se circunscrevem
no domínio cognitivo (Conhecimento, Compreensão, Aplicação, Análise, Síntese e Avaliação).
Relaciona Estabelece / Indica ligações entre ideias, Relaciona o título do texto com o seu
acontecimentos, fenómenos, coisas... conteúdo.
APLICAÇÃO Demonstra Apresenta provas; faz ver; dá exemplos Demostra que a atitude do narrador
participante foi injusta perante “A” e “B”.
Reconta Volta a contar por próprias palavras Reconta o terceiro e quinto episódio do
Recria Cria de novo/ imagina com base em algo texto “D”
conhecido. Recria a história que acabada de ler.
SÍNTESE
Resume Diz em pouca palavras Resume / Sintetiza o texto que acaba de
Sintetiza Diz o essencial analisar.
Diz de uma forma concisa
Avalia
Comenta Determina o valor Avalia / Comenta / Critica a atitude da
Critica Aprecia; julga personagem “Z”.
AVALIAÇÃO Dá uma opinião
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
Ficha de registo de episódios problemáticos na sala de aula
Escola ________________________________________________________________________
Esta Ficha pretende servir de instrumento de apoio aos estudantes praticantes na cadeira de Práticas Pedagógicas,
nas áreas de Observação e Avaliação crítica do processo de Ensino-Aprendizagem.
Classe/Ano ________; Turma __________; n.º __________; Data _______/ _______/ _______
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
3Elementos de um Plano de Aula
Trazemos para si a síntese dos elementos de um Plano de Aula. São estes elementos que, ao pretendermos planificar
uma aula, deveremos ter em conta, pois, é suposto que o professor deverá encontra respostas para cada das questões
básicas suscitadas por estes elementos.
1. Para quem se está a organizar o Para os alunos/aprendentes Os alunos devem ser o centros da aprendizagem
trabalho/actividades?
Os objectivos são definidos a vários níveis/âmbitos:
Globais de disciplina;
2. Para que fim se leva a cabo este Objectivos Gerais por nível/ciclo de ensino;
trabalho/actividade? Gerais por classe;
Comportamentais por conteúdo
Representam o conjunto de saberes e técnicas que
devem ser aprendidos, isto é, “aquilo que é
ensinado/aprendido”. Por isso, estes devem ter uma
3. Que assunto se quer estudar? Conteúdos relação com os objectivos.
Assim, recomenda-se que sejam identificados os
Objectivos a alcançar e ajustá-los aos conteúdos
visados
As competências são constituídas pelos saberes,
capacidades (saber-fazer, saber-estar) e pelo saber
4. Que saberes e capacidades? Competências resolver problemas em contexto, integrando saberes e
capacidades (Barreira e Moreira-2004:14).
Conjunto de atitudes que têm em vista atingir os
objectivos previamente definidos, mediante o uso de
materiais e processos adequados. Quando as
estratégias forem adequadamente seleccionadas,
favorecem a interacção aluno – professor. Para isso,
5. Como o trabalho será realizado? Meios de ensino e Estratégias requer-se a utilização de determinados meios, métodos
e técnicas de ensino. Exige-se também o ajustamento
da aprendizagem a diferentes ritmos. A boa selecção de
estratégias permite igualmente a optimização do
desenvolvimento das capacidades dos alunos.
É o conjunto de actividades de aprendizagem propostas
6. Que actividades a realizar? Actividades aos alunos com vista à reconstrução do saber.
Que tempo se prevê necessário para se alcançar
7. Quanto tempo será despendido? Tempo previsto determinado objectivo
A avaliação é o factor regulador do E-A, pois, permite
8. Em que medida foi conseguido? Avaliação verificar se a planificação está ou não adequada ao
nível, aos alunos ou à turma.
3
Parte das informações constantes na 1ª e 2ª colunas do quadro acima foram retiradas de Gomes et al (1991:56).
220
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
Funcionamento do Sector Pedagógico
Escola ________________________________________________________________________________________________
Este Questionário insere-se do âmbito das Práticas Pedagógicas e tem um carácter meramente informativo. Pretende
aproximar os praticantes do quadro organizacional e do funcionamento do Sector Pedagógico no seu todo.
____________________________________________________
Formação Director/a ____________________________________________________
académica
____________________________________________________
Director/a Adjunto/a Pedagógico/a ____________________________________________________
___________________________________________________
Chefe de Secretaria ____________________________________________________
Globais
1ª classe 1ª classe
2ª classe 2ª classe
3ª classe 3ª classe
Efectivos 4ª classe 4ª classe
5ª classe 5ª classe
6ª classe 6ª classe
7ª classe 7ª classe
Português
Matemática
História
Geografia
Biologia
Educação Física
Educação estética
221
__________________________________________________
Com os professores __________________________________________________
__________________________________________________
Com os alunos __________________________________________________
__________________________________________________
Com pais/encarregados de educação __________________________________________________
__________________________________________________
Gestão e Reuniões de direcção __________________________________________________
Administração
__________________________________________________
Conselhos Pedagógicos __________________________________________________
__________________________________________________
Grupos de disciplina/classe __________________________________________________
__________________________________________________
Outros __________________________________________________
__________________________________________________
De que materiais a escola dispõe? __________________________________________________
Actas de planificação?
Relatórios?
Arquivo Mapas estatísticos?
Grupo de classes/disciplina?
Calendário de assistência de aulas?
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
Comentários ____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
223
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
Roteiro de Entrevista com o Director Adjunto Pedagógico
Escola _______________________________________________________________________________________
Este Questionário tem um carácter meramente informativo e pretende orientar os praticantes na recolha de dados
relativos ao funcionamento do Sector Pedagógico.
Sr. Director, gostaríamos que nos fornecesse alguns dados estatísticos relativos ao sector que dirige.
I. Dados estatísticos
1ª classe 1ª classe
2ª classe 2ª classe
3ª classe 3ª classe
4ª classe 4ª classe
5ª classe 5ª classe
6ª classe 6ª classe
7ª classe 7ª classe
Português
Matemática
História
Geografia
Biologia
Educação Física
Educação Estética
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
Roteiro de Entrevista com o Director Adjunto Pedagógico
Escola _______________________________________________________________________________________
Este Questionário tem um carácter meramente informativo e pretende orientar os praticantes na recolha de dados
relativos ao funcionamento do Sector Pedagógico.
Sr. Director, pedimos que nos forneça alguns dados estatísticos relativos ao sector que dirige.
I. Dados estatísticos
a) Número de professores por sexo, nível de formação, idade média dos professores;
b) Número de alunos por sexo, classe;
c) Professores em formação por sexo e tipo e nível de formação;
d) Integração das classes nos diferentes turnos.
a) Periodicidade de reuniões:
b) Calendário de avaliações
c) Constrangimentos enfrentados pelos grupos de classe
d) Necessidades específicas de ordem pedagógica dos professores
e) Organização de pastas dos grupos de disciplina/Classe
BR (Boletim da República)
Instrução Ministerial sobre o calendário escolar
Regulamento Interno da Escola
Regulamento de Avaliação
EGFE (Estatuto Geral dos Funcionários do Estado)
Estatuto do Professor
Plano Anual
Programas de Ensino
Normas de funcionamento
Tipo de livros existentes
Problemas
225
VIII. Comentários
226
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
Roteiro de Entrevista com o Director da Escola
Escola ________________________________________________________________________
Este Roteiro pretende ajudar os praticantes na recolha de dados relativos ao funcionamento de uma escola no seu
todo.
Roteiro da Entrevista
Sr. Director, fale-nos do regime de funcionamento da instituição que dirige no que concerne a:
I. Efectivos
Alunos;
Professores (com formação e sem formação)
Número de professores por disciplina ou/e Classe
Número de pessoal não-docente
II. Relacionamento
Direcçã Professores;
Professores Professores;
Professores Alunos;
Alunos Alunos
Direcção, professores pessoal não-docente.
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
Ficha de Avaliação de tarefas do supervisor
Escola _______________________________________________________________________________________
Esta Ficha é uma proposta que pretende verificar o grau de cometimento do Supervisor em todo o percurso das
Práticas Pedagógicas na Universidade Pedagógica; tal ficha, deve ser preenchida pelo Praticante.
Ano/Classe___________ ; Turma _____________; Ano lectivo _______/_______; Data ______/ ______/ _______
Outras observações
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________
228
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
Ficha de Avaliação de tarefas do tutor
Escola _______________________________________________________________________________________
Esta Ficha avaliativa sugere alguns itens a serem observados pelos Tutores, tendo em conta as atribuições do
Supervisor e do Praticante no decurso das Práticas Pedagógicas na Universidade Pedagógica e na Escola Integrada.
Por isso, será preenchida pelo Praticante e Supervisor.
Ano/Classe___________ ; Turma _____________; Ano lectivo _______/_______; Data ______/ ______/ _______
Obs. _________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
229
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
Ficha de Avaliação de tarefas do praticante
Escola _______________________________________________________________________________________
Esta Ficha avaliativa sugere alguns itens a serem observados pelos Praticantes, tendo em conta as suas atribuições no
decurso das Práticas Pedagógicas na Universidade Pedagógica e na Escola Integrada; sendo preenchida pelo Tutor e
Supervisor.
Ano/Classe___________ ; Turma _____________; Ano lectivo _______/_______; Data ______/ ______/ _______
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
Guia de Correcção de testes
Esta Ficha é um guião que pretende mostrar os elementos essenciais que devem constar do guia de correcção dum
teste, pois da mesma maneira que se definem os objectivos a alcançar no PEA, também se recomenda a definição
dos objectivos da avaliação; bem como os níveis de domínio das competências dos alunos a avaliar (Apêndice -5).
10
231
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
Práticas Pedagógicas
Roteiro de entrevista aos alunos
1. Escola _____________________________________________________________
2. Nome _____________________________________________________________
3. Classe _______ Idade ______ Sexo ________ Religião _____________________
5. Morada __________________________________________________________
6. Língua que fala ______________ Com quem fala cada uma das línguas _________________
______________________________________________________________________________
7. Ano de entrada na escola_____________ Nro. De reprovações __________________ Causas das reprovações
__________________________________________________________________________
8. Quantos irmãos tem ? ___________________ Quantas pessoas vivem na sua casa? ________________
9. Profissão do pai ____________ da mãe ____________________
10 Tipo de residência ________________________________ Tem energia eléctrica? ________
11. Tem água canalizada em casa? ____________ Se não, onde vai buscar a água? _____________________
12. Como se desloca à escola? ___________________________________________________
13. Tem uniforme escolar? __________ Tem mochila? _________________ Tem livros escolares?________
14. Quem o ajuda a estudar em casa? _______________________________________________________
15. A que horas estuda? __________________ Durante quanto tempo estuda em casa? ___________________
16. Que outras actividades desenvolve em casa? ______________________________________________________
17. Gosta de ler? ________ O que costuma ler? ________________________________
18. Gosta de escrever? ________ O que costuma escrever? _____________________________
19. Vê TV? _______________________ Quais os programas favoritos? ______________________
20. Expressa-se bem em Português? _______ Quais as principais dificuldades? _____________________
21. Gosta do seu p+rofessor? _____ Porquê? ________________________________________
22. Gosta da escola? ________ Porquê? _________________________________________ O que modificaria na
escola?_________________________________________________________________________________
23. O que pretende ser quando crescer? _____________________________________________________
232
Universidade Pedagógica
Maputo
2010
233
Universidade Pedagógica
Maputo
2010
234
Índice
Introdução 3
Conclusões 26
Anexos e Apêndices 27
Bibliografia 29
235
1. Estrutura do Relatório 1
a) Elementos pré-textuais
- capa;
- folha de rosto;
- índice;
- lista de símbolos e abreviaturas;
- lista de tabelas e gráficos;
- dedicatória (opcional);
- agradecimentos;
- resumo.
b) Elementos textuais
b.1. Introdução
objectivos (gerais e específicos);
fases da Prática Pedagógica;
metodologia de trabalho;
referências teóricas.
b.2. Desenvolvimento
Etapas da Prática Pedagógica (pré-observação, observação,
pós-observação, seminários):
b.1.1. Pré-observação (trabalho preliminar realizado antes
do Trabalho de Campo e dos Seminários);
b.1.2. Observação
1
Os estudantes devem seguir as normas gráficas e formais de apresentação de trabalhos académicos
constantes nas “Normas para a produção e publicação de trabalhos científicos da UP” e
“Regulamento Académico da UP”.
236
b.1.4. Seminários
b.3. Conclusão
• síntese da observação à escola (inferências, problemas,
limitações, conclusões);
• impressões, opiniões e auto-avaliação;
• recomendações e propostas sobre a Prática Pedagógica
Geral.
c) Elementos pós-textuais
c.1. anexos (materiais elaborados por outros autores ou recolhidos de
outras fontes);
c.2. apêndices (materiais, questionários, roteiros de entrevistas, grades,
fichas de observação, etc. elaborados pelo praticante);
c.3. bibliografia.
238
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
Faculdade de Línguas
Departamento de Português
1.Estrutura do Relatório 2
2
Os estudantes devem seguir as normas gráficas e formais de apresentação de trabalhos académicos
constantes nas “Normas para a produção e publicação de trabalhos científicos da UP” e o
“Regulamento Académico”
242
c) Elementos pós-textuais
c.1 anexos (materiais elaborados por outros autores ou recolhidos de outras
fontes);
c.2 apêndices (planos de lição, grelhas das aulas observadas, questionários,
roteiros de entrevistas, fichas de observação elaboradas pelo praticante).
243
Referências Bibliográficas
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