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PESQUISA TEÕRICA

Política de segurança pública no Brasil: avanços,


limites e desafios

Vilobaldo Adelídio de Carvalho Maria do Rosário de Fátima e Silva


Universidade Federal do Piauí (UFPI) Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Política de segurança pública no Brasil: avanços, limites e desafios


Resumo: O presente artigo, elaborado por meio de pesquisa teórica, discute a política de segurança pública adotada no Brasil
contemporâneo, especialmente nesta primeira década no século 21. Inicialmente, apresenta reflexões sobre o papel do Estado no sentido
de garantir a segurança pública enquanto direito fundamental do cidadão. Posteriormente, destaca o Plano Nacional de Segurança Pública
(PNSP) e o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) como inovações na política de segurança pública
brasileira. Considera que, apesar dos limites e desafios próprios da complexidade relativa à questão, têm ocorrido avanços na democratização
da política de segurança, por meio de uma maior participação da sociedade nas discussões e na implementação das ações nessa área.
Palavras-chave: Estado. Política pública. Segurança pública. Brasil.

Public Safety Policy in Brazil: Advances, Limits and Challenges


Abstract: This article, based on theoretical research, discusses public safety policies adopted in contemporary Brazil, particularly in the
first decade of the 21st century. It initially reflects on the role of the state to guarantee public safety as a fundamental right of the citizen.
It then highlights the National Public Safety Plan (PNSP) and the National Public Safety with Citizenship Program (Pronasci) as an
innovation in Brazilian public safety policy. It considers that despite the limits and challenges related to the complexity of the issue,
advances have occurred in the democratization of public safety policy, by means of greater participation of society in the discussions
and implementations of actions in this field.
Key words: State. Public policy. Public safety. Brazil.

Recebido em 07.10.2010. Aprovado em 17.01.2011.

R. Katál., Florianópolis, v. 14, n. 1, p. 59-67, jan./jun. 2011


60 Vilobaldo Adelídio de Carvalho e Maria do Rosário de Fátima e Silva

Introdução da sociedade por meio de suas instituições represen-


tativas torna-se crucial para o delineamento de qual-
O sistema político, surgido na modernidade, e que quer política pública. A complexidade da questão im-
predomina nos governos contemporâneos, demonstra plica na necessidade de efetiva participação social,
que o papel das organizações políticas, primordialmente como forma de democratizar o aparelho estatal no
o do Estado, tem sido reestruturado para atender ao sentido de garantia de uma segurança cidadã.
movimento dinâmico da sociedade. Demonstra, tam- Este artigo tem como objetivo debater a política
bém, a consolidação do processo civilizacional, em cur- de segurança pública no Brasil, especialmente sua
so neste século 21, que impõe a necessidade de segu- configuração nesta primeira década do século 21.
rança como garantia do exercício da cidadania. Parte de algumas reflexões acerca do papel do Esta-
Nesse contexto, pretende-se caracterizar a so- do na garantia da segurança pública, enquanto direi-
ciedade como uma teia de relações em constante to básico ao exercício da cidadania, para, em segui-
movimento de continuidades e rupturas, engendra- da, traçar algumas considerações acerca do Plano
das pela própria dinâmica do processo contraditório Nacional de Segurança Pública (PNSP), imple-
que sustenta a (re)produção do sistema capitalista, mentado a partir do ano 2000, e do Programa Nacio-
tendo o Estado papel crucial no controle social, pela nal de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci),
via de mecanismos jurídicos e aparatos institucionais. estruturado em 2007, e ainda em execução, ambos
Por outro lado, considera-se a segurança pública de iniciativa do Governo Federal.
um processo articulado, caracterizando-se pelo
envolvimento de interdependência institucional e
social, enquanto a política de segurança pública pode 1 O Estado e a política de segurança pública
ser definida como a forma de instituir mecanismos no Brasil contemporâneo
e estratégias de controle social e enfrentamento da
violência e da criminalidade, racionalizando as fer- O contexto contemporâneo, caracterizado pela
ramentas da punição (ADORNO, 1996; BENGOCHEA globalização, principalmente no âmbito econômico, tem
et al., 2004; SAPORI, 2007). provocado transformações na estrutura do Estado e
A segurança da sociedade surge como o principal redefinição de seu papel enquanto organização polí-
requisito à garantia de direitos e ao cumprimento de tica. Diferentemente da redução do papel do Estado
deveres, estabelecidos nos ordenamentos jurídicos. no âmbito econômico e social, no que se refere à
A segurança pública é considerada uma demanda so- segurança pública, tem ocorrido uma ampliação dos
cial que necessita de estruturas estatais e demais or- instrumentos de controle sobre a sociedade. Por isso,
ganizações da sociedade para ser efetivada. Às ins- “[...] não tardou para que no final do século 20, na
tituições ou órgãos estatais, incumbidos de adotar sociedade de controle, com o neoliberalismo, apare-
ações voltadas para garantir a segurança da socie- cesse uma terceira versão para os perigosos a se-
dade, denomina-se sistema de segurança pública, ten- rem confinados [...]” (PASSETTI, 2003, p. 134).
do como eixo político estratégico a política de segu- Na esfera do “Estado neoliberal”, surge o “Es-
rança pública, ou seja, o conjunto de ações delineadas tado penal”, pela via de ações fortalecedoras do
em planos e programas e implementados como for- controle dos processos de marginalização econô-
ma de garantir a segurança individual e coletiva. mica e social:
O início deste século 21 tem sido marcado, prin-
cipalmente, pelo processo de globalização econô- [...] por Estado penalizador, os estudos e pesqui-
mico-financeira, impelindo à redefinição do papel sas procuram mostrar as dimensões atuais dos efei-
do Estado na gestão pública e na sua relação com o tos da globalização nas segregações, confinamen-
mercado e com a sociedade. Nesse processo, a ges- tos e extermínios de populações pobres, adulta,
tão da política de segurança pública, como suporte juvenil e infantil (PASSETTI, 2003, p. 170).
para enfrentamento da violência e da criminalidade,
representa um desafio tanto para o Estado quanto Esse processo de “criminalização da pobreza e
para a sociedade. da miséria” está diretamente relacionado à “[...] in-
A questão da segurança pública tem despertado segurança social gerada em toda parte pela
o interesse de diversos estudiosos, da sociedade e dessocialização do trabalho assalariado, o recuo das
dos governos. Os instrumentos de enfrentamento da proteções coletivas e a ‘mercantilização’ das rela-
criminalidade e da violência têm sido insuficientes para ções humanas” (WACQUANT, 2001, p. 13). Portanto,
proporcionar a segurança individual e coletiva. No a ascensão do “Estado penal” decorre da deteriora-
âmbito do processo de constituição da política de se- ção das relações sociais de produção e da
gurança pública, são elaborados os mecanismos e as precarização das formas de trabalho, impostas pelo
estratégias de enfrentamento da violência e da “Estado neoliberal”, implantado para atender aos di-
criminalidade que afeta o meio social. A participação tames do mercado, pois:

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Em tais condições, desenvolver o Estado penal para anos, traços do passado autoritário revelam-se re-
responder às desordens suscitadas pela desregula- sistentes às mudanças em direção ao Estado de-
mentação da economia, pela dessocialização do tra- mocrático de Direito [...] (ADORNO, 1996, p. 233).
balho assalariado e pela pauperização relativa e
absoluta de amplos contingentes do proletariado O processo de transição para a democracia, das
urbano, aumentando os meios, a amplitude e a in- últimas décadas, enfrentou o desafio de manter a
tensidade da intervenção do aparelho policial e ju- ordem pública em um contexto afetado pela insegu-
diciário, equivale a (r)estabelecer uma verdadeira ‘di- rança urbana e a necessidade de mudança de atua-
tadura sobre os pobres’ (WACQUANT, 2001, p. 10). ção dos órgãos de segurança pública, estruturados
sob a influência de resquícios autoritários, mas com
Nessa situação, a potencialização do mercado, a responsabilidade de atuar de acordo com os princí-
como instrumento regulador das relações sociais em pios democráticos, impostos pela sociedade por meio
detrimento ao Estado, ocorre concomitantemente ao dos movimentos sociais.
contingenciamento dos mecanismos de assistência A “Constituição Cidadã”, promulgada no Brasil
social e ao processo de fortalecimento da penalização em 1988, não culminou, concomitantemente, na cons-
como forma de ampliar o controle sobre as periferias trução de uma política de segurança pública demo-
e assegurar a manutenção das relações de poder. crática por parte dos órgãos responsáveis, estabele-
Com efeito, acaba-se tendo “menos Estado” para cidos no “Estado democrático de Direito”. Por isso,
os ricos, para possibilitar a multiplicação do lucro pela as ações de “controle da ordem pública” tornaram-
via do mercado e, “mais controle” para os pobres, se mais complexas na “ordem democrática” e a re-
seja por meio do “Estado penalizador” e “assistencial” organização do aparelho estatal não resultou na ime-
ou do processo de exclusão próprio do mercado. Os diata participação social na construção da política de
governos, ao adotarem ações de repressão à crimi- segurança pública, necessária ao país.
nalidade por meio da institucionalização de proces- Estado e sociedade devem exercer papéis cruciais
sos de criminalização de segmentos sociais, excluí- na definição de estratégias políticas e de poder que
dos das possibilidades oferecidas pelo mercado, como legitimam o processo pelo qual se desenvolve a polí-
forma de dar respostas aos anseios da sociedade em tica pública. Neste embate, os interesses e as con-
geral, contribuem para que o papel do Estado sirva tradições, inerentes à dinâmica das relações entre
aos poucos “donos do poder” em detrimento da so- governantes e governados, constituem o fundamento
berania do povo. da construção política.
Estamos diante de um processo contraditório no
que se refere ao papel do Estado. Temos, assim, um Trata-se, pois, a política pública, de uma estratégia
“Estado para os pobres”, com menos assistência e de ação, pensada, planejada e avaliada, guiada por
mais controle e vigilância e um “Estado para os ri- uma racionalidade coletiva na qual tanto o Estado
cos”, que possibilita menos controle sobre a reprodu- como a sociedade desempenham papéis ativos. Eis
ção econômica. Com isso, as formas de penalização porque o estudo da política pública é também o
são direcionadas a sujeitos diferenciados. estudo do Estado em ação (Meny e Toenig) nas
No Brasil, o processo de democratização do Es- suas permanentes relações de reciprocidade e an-
tado, após duas décadas de ditadura militar, pouco tagonismo com a sociedade, a qual constitui o es-
modificou o Estado penalizador, fundado na institu- paço privilegiado das classes sociais (Ianni) (PE-
cionalização da criminalização. No aspecto teórico, REIRA, 2009, p. 96).
constitucional, tem-se um Estado democrático. Po-
rém, no campo prático, ainda se vive em um Estado Isto significa que a organização da sociedade por
autoritário, principalmente nas questões relacionadas meio de instituições representativas possibilita um maior
à segurança pública, pois, poder de pressão perante o Estado para que ocorra o
atendimento de demandas construídas pela própria
No Brasil, a reconstrução da sociedade e do Esta- sociedade. Logicamente, subjacentes ao ato político
do democráticos, após 20 anos do regime autoritá- que institui a política, existem relações de poder que
rio, não foi suficientemente profunda para conter o indicam a correlação de forças sociais e políticas e o
arbítrio das agências responsáveis pelo controle arranjo institucional delineador da política pública.
da ordem pública. Não obstante as mudanças dos As políticas públicas, promovidas pelo Estado bra-
padrões emergentes de criminalidade urbana vio- sileiro até o início dos anos 1980, caracterizavam-se
lenta, as políticas de segurança e justiça criminal, pela “[...] centralização decisória e financeira na es-
formuladas e implementadas pelos governos de- fera federal [...], pela fragmentação institucional [...],
mocráticos, não se diferenciaram grosso modo da- pelo caráter setorial [...]” e, principalmente, pela “[...]
quelas adotadas pelo regime autoritário. A despei- exclusão da sociedade civil do processo de formula-
to dos avanços e conquistas obtidos nos últimos ção das políticas, da implementação dos programas

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e do controle da ação governamental [...]” (FARAH, mesmo cenário, um conjunto de conhecimentos e


2006, p. 189-90). ferramentas de competência dos poderes constitu-
Nas políticas sociais, a complexidade da política ídos e ao alcance da comunidade organizada,
de segurança pública envolve diversas instâncias interagindo e compartilhando visão, compromissos
governamentais e os três poderes da república. Cabe e objetivos comuns; e otimizado porque depende
ao Poder Executivo o planejamento e a gestão de de decisões rápidas e de resultados imediatos
políticas de segurança pública que visem à preven- (BENGOCHEA et al., 2004, p. 120).
ção e à repressão da criminalidade e da violência e à
execução penal; ao Poder Judiciário cabe assegurar Trata-se de uma questão significativamente com-
a tramitação processual e a aplicação da legislação plexa que impõe a necessidade de aproximação entre
vigente; e compete ao Poder Legislativo estabelecer diversas instituições e sujeitos. Entende-se, portanto, a
ordenamentos jurídicos, imprescindíveis ao funciona- segurança pública como um processo articulado e di-
mento adequado do sistema de justiça criminal. nâmico que envolve o ciclo burocrático do sistema de
O sistema de segurança pública brasileiro em vi- justiça criminal. Sem articulação entre polícias, prisões
gor, desenvolvido a partir da Constituição Federal de e judiciário, inclusive sem o envolvimento da socieda-
1988, estabeleceu um compromisso legal com a segu- de organizada, não existe eficácia e eficiência nas
rança individual e coletiva. Entretanto, no Brasil, em ações de controle da criminalidade e da violência e
regra, as políticas de segurança pública têm servido nas de promoção da pacificação social.
apenas de paliativo a situações emergenciais, sendo No Brasil, somente uma década após a promul-
deslocadas da realidade social, desprovidas de pereni- gação da “Constituição Cidadã”, que estabeleceu a
dade, consistência e articulação horizontal e setorial. segurança pública como “dever do Estado e respon-
sabilidade de todos”, a política de segurança pública
Planejamento, monitoramento, avaliação de resul- passa a ser pensada sob o contexto de uma socieda-
tados, gasto eficiente dos recursos financeiros não de democraticamente organizada, pautada no respeito
têm sido procedimentos usuais nas ações de com- aos direitos humanos, em que o enfrentamento da
bate à criminalidade, seja no executivo federal, seja criminalidade não significa a instituição da arbitrarie-
nos executivos estaduais. Desse ponto de vista, a dade, mas a adoção de procedimentos tático-
história das políticas de segurança pública na soci- operacionais e político-sociais que considerem a ques-
edade brasileira nas duas últimas décadas se resu- tão em sua complexidade. Nesse panorama, no ano
me a uma série de intervenções governamentais 2000, é criado o Plano Nacional de Segurança Públi-
espasmódicas, meramente reativas, voltadas para ca (PNSP), e no ano de 2007, o Programa Nacional
a solução imediata de crises que assolam a ordem de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), ino-
pública [...] (SAPORI, 2007, p. 109). vando a forma de abordar dessas questões.

Mecanismos essenciais não têm sido utilizados


pelos diversos governos para possibilitar o pensar, o 2 O Plano Nacional de Segurança Pública
implementar, o implantar, o efetivar, com eficácia e
eficiência, uma política de segurança pública como O governo Fernando Henrique Cardoso, tendo em
instrumento do Estado e da sociedade. A promulga- vista os desdobramentos da Conferência Mundial de
ção de leis, decretos, portarias e resoluções, visando Direitos Humanos, ocorrida em Viena, em 1993, cria,
instrumentalizar o enfretamento da criminalidade e em 1996, o Programa Nacional de Direitos Huma-
da violência, sem que haja articulação das ações de nos (PNDH), aperfeiçoando-o em 2000, com a insti-
segurança pública no contexto social, acaba apre- tuição do II Programa Nacional de Direitos Huma-
sentando resultados inconsistentes e insatisfatórios. nos, após a IV conferência Nacional de Direitos
A atuação dos órgãos da segurança pública re- Humanos, ocorrida em 1999. Demonstrando disposi-
quer interação, sinergia de ações combinadas a me- ção em reorganizar o arranjo e a gestão da seguran-
didas de participação e inclusão social e comunitária, ça pública, o Governo Federal, cria, em 1995, no
cabendo ao Estado o papel de garantir o pleno funci- âmbito do Ministério da Justiça, a Secretaria de Pla-
onamento dessas instituições, tendo em vista que: nejamento de Ações Nacionais de Segurança Públi-
ca (Seplanseg), transformando-a, no ano de 1998, em
A segurança pública é um processo sistêmico e Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp),
otimizado que envolve um conjunto de ações pú- tendo como perspectiva atuar de forma articulada
blicas e comunitárias, visando assegurar a prote- com os estados da federação para a implementação
ção do indivíduo e da coletividade e a ampliação da da política nacional de segurança pública.
justiça da punição, recuperação e tratamento dos A instituição da Senasp, como órgão executivo,
que violam a lei, garantindo direitos e cidadania a significou a estruturação de mecanismos de gestão
todos. Um processo sistêmico porque envolve, num capazes de modificar o arranjo institucional da orga-

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nização administrativa da segurança pública no âm- após o processo de democratização, emergiu a pos-
bito governamental federal. Surgiu, então, o Plano sibilidade de uma reorientação estratégica, com tra-
Nacional de Segurança Pública (PNSP), voltado para tamento político-administrativo direcionado a colo-
o enfrentamento da violência no país, especialmente car a questão da segurança pública como política
em áreas com elevados índices de criminalidade, ten- prioritária de governo.
do como objetivo aperfeiçoar as ações dos órgãos de Evidentemente, os avanços foram extremamente
segurança pública. tímidos frente à complexidade do problema da segu-
rança pública, tanto que o fenômeno da violência
O Plano Nacional de Segurança Pública de 2000 é continuou assustando a população brasileira, princi-
considerado a primeira política nacional e demo- palmente nos grandes centros, como têm demons-
crática de segurança focada no estímulo à inova- trado os índices oficiais de criminalidade, diversos
ção tecnológica; alude ao aperfeiçoamento do sis- estudos e o cotidiano midiático.
tema de segurança pública através da integração
de políticas de segurança, sociais e ações comuni- As políticas públicas de segurança, justiça e peni-
tárias, com a qual se pretende a definição de uma tenciárias não têm contido o crescimento dos cri-
nova segurança pública e, sobretudo, uma novida- mes, das graves violações dos direitos humanos e
de em democracia (LOPES, 2009, p. 29). da violência em geral. A despeito das pressões so-
ciais e das mudanças estimuladas por investimen-
Efetivamente, a inovação tecnológica é fundamental tos promovidos pelos governos estaduais e fede-
para que os instrumentos utilizados por parte dos ope- ral, em recursos materiais e humanos e na renova-
radores da segurança pública possam ser eficazes e ção das diretrizes institucionais que orientam as
eficientes. Neste aspecto, essa proposta do PNSP pode agências responsáveis pelo controle da ordem pú-
ser considerada extremamente estratégica. blica, os resultados ainda parecem tímidos e pouco
O PNSP estabeleceu um marco teórico significa- visíveis (ADORNO, 2002, p. 8).
tivo na propositura da política de segurança pública
brasileira, cujo objetivo era articular ações de repres- As questões relacionadas à segurança pública não
são e prevenção à criminalidade no país. Para dar podem ser tratadas como política limitada de gover-
apoio financeiro ao PNSP, foi instituído, no mesmo no, mas como um processo amplo e complexo a ser
ano, o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP). enfrentado tanto pelo Estado quanto pela sociedade.
Entretanto, esses avanços na formatação da política Na perspectiva de uma política de Estado, a política
de segurança pública não produziram os resultados de segurança pública, para ser exitosa, não pode dis-
concretos esperados. De acordo com Fernando Salla, pensar a participação e a contribuição da sociedade.
A democratização de toda e qualquer política pública
[...] o Plano Nacional de Segurança Pública [...] com- é crucial para atender aos anseios da população.
preendia 124 ações distribuídas em 15 compromis- Tanto o PNSP do governo Fernando Henrique
sos que estavam voltadas para áreas diversas como Cardoso, quanto a política de segurança pública
o combate ao narcotráfico e ao crime organizado; o emprendida pelo primeiro governo do presidente Luiz
desarmamento; a capacitação profissional; e o Inácio Lula da Silva não tiveram os resultados espe-
reaparelhamento das polícias, a atualização da le- rados. Assim, a partir do ano 2007, já no segundo
gislação sobre segurança pública, a redução da vi- mandato do presidente Lula, foi apresentado um novo
olência urbana e o aperfeiçoamento do sistema pe- programa na área da segurança pública, o Pronasci.
nitenciário. Uma novidade é que no plano, além
dessas iniciativas na área específica de segurança,
eram propostas diversas ações na esfera das políti- 3 O Programa Nacional de Segurança Pública
cas sociais. O plano, no entanto, não fixava os re- com Cidadania
cursos nem as metas para ações. Ao mesmo tempo,
não estavam estabelecidos quais seriam os meca- A política de segurança pública implantada pelo
nismos de gestão, acompanhamento e avaliação governo Lula surgiu em 2001, a partir da elabora-
do plano (SALLA, 2003, p. 430). ção, por parte da ONG Instituto da Cidadania, do
Projeto de Segurança Pública para o Brasil, que
Nessa concepção, o PNSP possibilitou a institu- serviu de base para o programa de governo durante
cionalização de significativos encaminhamentos de a disputa eleitoral em 2002. A ideia primordial era
diretrizes para ações de gestão, porém poucos avan- reformar as instituições da segurança pública e im-
ços práticos. Sem recursos definidos, sem delinea- plantar o Sistema Único de Segurança Pública
mento de metas e de processos de avaliação de efi- (SUSP) para atuar de forma articulada, por meio
cácia, eficiência e efetividade, fracassou nos seus de políticas preventivas, principalmente voltadas
principais objetivos. Entretanto, pela primeira vez, para a juventude (LOPES, 2009, p. 75).

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A política de segurança pública, consubstanciada dadania (Pronasci), em parceria com estados da fe-
a partir do processo de implantação do SUSP, com deração, combinando essas ações com políticas so-
o objetivo de controle e redução da violência e da ciais para a prevenção, controle e repressão à
criminalidade, estabeleceu o planejamento de ações criminalidade, principalmente em áreas metropolita-
integradas por parte de órgãos da segurança públi- nas com altos índices de violência. Nessa perspecti-
ca sem, entretanto, considerar o sistema prisional va, estabeleceram-se metas e investimentos que apon-
em seu contexto. tam avanços na constituição da política pública de
O Ministério da Justiça destaca como órgãos exe- reestruturação do sistema de segurança no seu todo,
cutivos da segurança pública as instituições policiais incluindo-se aí a esfera prisional, redefinindo as es-
inseridas no artigo 144 da Constituição Federal (BRA- tratégias de ação e gestão. No âmbito do Pronasci,
SIL, 2002). Não define constitucionalmente a existên- surge o conceito de segurança cidadã, o qual
cia de uma instituição policial civil como órgão incum-
bido de gerir o sistema prisional, o que acaba colocan- [...] parte da natureza multicausal da violência e,
do-o à margem do contexto da segurança pública, im- nesse sentido, defende a atuação tanto no espec-
plicando assim, na fragmentação da política. O Rela- tro do controle como na esfera da prevenção, por
tório de Gestão da Senasp (BRASIL, 2006, online), meio de políticas públicas integradas no âmbito
exercício de 2006, referente ao período de 2003 a 2006, local. Dessa forma, uma política pública de Segu-
comprova esta realidade ao relacionar as ações para rança Cidadã envolve várias dimensões, reconhe-
reestruturar e integrar as diversas organizações pro- cendo a multicausalidade da violência e a
gramadas na implantação do SUSP: heterogeneidade de suas manifestações (FREIRE,
2009, p. 105-106).
Modernização Organizacional das Instituições do
Sistema de Segurança Pública (Implantação da Se- Com efeito, o Pronasci apresenta uma forma e
gurança Cidadã). Sistema Integrado de Formação e um olhar multidisciplinar em relação à questão da
Valorização Profissional. Implantação e Moderniza- segurança pública. Dessa maneira, pela primeira vez
ção de Estruturas Físicas de Unidades Funcionais após a promulgação da atual Constituição, surge a
de Segurança Pública. Apoio à Implantação de Pro- perspectiva de democratização da política de segu-
jetos de Prevenção da Violência. Implantação do Sis- rança pública, com efetiva possibilidade de exercício
tema Nacional de Gestão do Conhecimento e de In- da cidadania por parte da sociedade nesse processo.
formações Criminais. Reaparelhamento das Institui- Seguramente, trata-se de uma mudança complexa
ções de Segurança Pública. Apoio à Repressão Qua- no paradigma da segurança, entretanto necessária
lificada. Força Nacional de Segurança Pública. ao fortalecimento da democracia, pois, “[...] na pers-
pectiva de Segurança Cidadã, o foco é o cidadão e,
É possível observar, de acordo com o Relatório, nesse sentido, a violência é percebida como os fato-
que os eixos de ações destacados pela Senasp que- res que ameaçam o gozo pleno de sua cidadania”
rem indicar a ideia de integração dos órgãos e das (FREIRE, 2009, p. 107). Além disso,
ações voltadas para a segurança pública, no âmbito
de implantação do SUSP, mas apresentam certas li- A perspectiva de Segurança Cidadã defende uma
mitações e contradições, pois não tornam evidente a abordagem multidisciplinar para fazer frente à na-
inclusão da esfera prisional. Estabelecer ações inte- tureza multicausal da violência, na qual políticas
gradas no campo da segurança pública sem que o públicas multissetoriais são implementadas de for-
sistema prisional, receptor dos resultados de ações ma integrada, com foco na prevenção à violência.
policiais ou judiciais, dominado em alguns estados pelo Nesse sentido, uma política pública de Segurança
crime organizado, esteja contemplado, significa limi- Cidadã deve contar não apenas com a atuação das
tar as possibilidades de atuação coordenada, tanto forças policiais, sendo reservado também um espa-
de forma vertical quanto horizontal. Nesse contexto, ço importante para as diversas políticas setoriais,
as questões relacionadas à situação prisional não como educação, saúde, esporte, cultura, etc.
podem ser pensadas e trabalhadas de forma deslo- (FREIRE, 2009, p. 107).
cada dessa realidade, tendo em vista que as ações,
voltadas para o enfrentamento da violência e da Com isso, o Pronasci representa uma iniciativa ino-
criminalidade, ao culminarem com a prisão, impõem vadora no trato com a questão da segurança pública,
a questão do cumprimento da pena na lógica estrutu- do enfrentamento da violência e da criminalidade, já
ral do sistema de segurança pública. que busca desenvolver ações na área de segurança
Buscando a integração nas ações, voltadas para integrada com ações sociais, incluindo, acertadamen-
a segurança pública, praticadas pelo Estado brasilei- te, o sistema prisional. De acordo com o Ministério da
ro a partir do ano 2007, o Governo Federal instituiu o Justiça, o Pronasci “[...] articula políticas de seguran-
Programa Nacional de Segurança Pública com Ci- ça com ações sociais; prioriza a prevenção e busca

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atingir as causas que levam à violência, sem abrir mão sociedade por meio de suas entidades representa-
das estratégias de ordenamento social e segurança tivas, elevou e ampliou o debate acerca da política
pública” (BRASIL, 2009, online). Isto representa a pos- de segurança pública, possibilitando a democrati-
sibilidade de tornar a política de segurança pública zação da política.
perene, articulada e consistente, e não, apenas, mais Como resultado da 1ª Conseg, foram escolhidos,
uma política de governo pontual. de forma democrática, 10 princípios e 40 diretrizes,
Em sua estrutura, o Pronasci apresenta-se como que servirão de subsídios para nortear a política de
uma política de segurança pública, baseada em prin- segurança pública em curso no país. Os participan-
cípios democráticos, interdisciplinares e humanitári- tes definiram (BRASIL, 2009a, online) como princípios
os, tendo em vista a participação da sociedade na que a política de segurança pública deve:
construção de uma cultura de paz, a médio e a longo
prazo. Adota um conjunto de medidas que objetivam Ser uma política de Estado que proporcione a auto-
a imediata diminuição da violência e da criminalidade, nomia administrativa, financeira, orçamentária e
por meio da implementação de Unidades de Polícia funcional das instituições envolvidas, nos três ní-
Pacificadora (UPPs) em áreas urbanas considera- veis de governo, com descentralização e integração
das de elevados índices de criminalidade e violência. sistêmica do processo de gestão democrática, trans-
Deve-se ressaltar que a ocupação dessas áreas pela parência na publicidade dos dados e consolidação
polícia e a instalação das UPPs indica o reconheci- do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e
mento, por parte do Estado, da necessidade de do Programa Nacional de Segurança Pública com
reorientação estratégica das ações de controle e Cidadania (Pronasci), com percentual mínimo defi-
manutenção da ordem pública. Isso contribui para nido em lei e assegurando as reformas necessárias
diminuir os índices de criminalidade, porém, de for- ao modelo vigente.
ma territorialmente limitada. Na verdade, as UPPs
significam a possibilidade de retomada de controle A definição da política de segurança pública como
territorial de forma autoritária, porém não necessari- uma política de Estado, e não de governo, demonstra
amente truculenta. Além disso, podem servir de ins- que a participação da sociedade é essencial no pro-
trumento tanto ao confinamento da pobreza, quanto cesso político de formulação da política. Pode-se
ao exercício de direitos básicos de cidadania. considerar que os avanços teóricos na constituição
No contexto do Pronasci, a segurança pública tem da política são inegáveis, cabendo-nos, então, aguar-
sido discutida nos mais diversos segmentos da socie- dar os seus resultados práticos.
dade. No ano de 2009, o Governo Federal promoveu Entretanto, como se sabe, os princípios e diretri-
a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública zes definidos na 1ª Conseg não garantem, de imedia-
(Conseg). Partindo de conferências realizadas nos to, a sua implementação. Caberá à sociedade acom-
âmbitos municipal, estadual e de conferências livres panhar, reivindicar e fiscalizar as ações político-ad-
organizadas por entidades da sociedade civil, a Conseg ministrativas, por meio de seus órgãos representati-
representou a possibilidade de se reelaborar, demo- vos, para que a questão não fique somente no âmbito
craticamente, princípios e diretrizes fundamentais para do debate. Portanto, a participação de representan-
desenvolver projetos voltados para o sistema de se- tes da sociedade civil, de trabalhadores de todas as
gurança pública, sob todos os aspectos e escalas. Por áreas, no processo de formatação da política de se-
considerarem os contextos locais e o nacional, a efe- gurança pública, significa a oportunidade de garanti-
tiva participação de trabalhadores e da sociedade ci- la e de torná-la controlada pela sociedade, em vez de
vil, possibilitaram a interação e a interdisciplinaridade apenas instrumento do Estado.
no desenho da política. A 1ª Conseg (BRASIL, 2009, Nesta última década, a questão da segurança
online) teve como eixos básicos de discussão: pública tem envolvido uma participação maior de
estudiosos, como é o caso da criação do Fórum
Gestão democrática: controle social e externo, Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no ano
integração e federalismo; financiamento e gestão de 2006, composto por vários especialistas com o
da política de segurança; valorização profissional objetivo de difundir conhecimentos na área da se-
e otimização das condições de trabalho; repressão gurança pública. Além disso, o processo de
qualificada da criminalidade; prevenção social dos implementação das ações do Pronasci e a amplia-
crimes e das violências e construção da cultura de ção das discussões decorrentes da 1ª Conseg re-
paz; diretrizes para o sistema penitenciário e diretri- sultaram na reestruturação do Conselho Nacional
zes para o sistema de prevenção, atendimentos de Segurança Pública (Conasp). São indicadores
emergenciais e acidentes. da ampliação dos espaços de discussão para pos-
sibilitar avanços significativos na constituição da
O espaço de socialização de ideias possibilita- política de segurança pública no Brasil contempo-
do pela 1ª Conseg, envolvendo a participação da râneo, apesar dos limites estruturais.

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66 Vilobaldo Adelídio de Carvalho e Maria do Rosário de Fátima e Silva

Conclusão que as expectativas da sociedade, pela participação


democrática na gestão da política de segurança pú-
Inegavelmente, a Constituição Federal de 1988 blica, estão sendo contempladas.
marcou a institucionalização de um novo arcabouço Os esforços adotados pelos diversos governos e
organizacional e administrativo dos órgãos incumbi- pela sociedade a partir de 2009, por meio de discus-
dos da segurança pública no país. Entretanto, os res- sões em conferências públicas, credenciando a par-
quícios do período ditatorial permaneceram ticipação da sociedade na construção de princípios e
encravados nas práticas policiais. Além disso, a po- diretrizes norteadores da política de segurança públi-
lítica de segurança pública, mesmo após o processo ca, indicam a possibilidade de consolidação de uma
de redemocratização, foi im- política de Estado que enten-
posta pelos governos visan- da a segurança pública como
do o atendimento de situa- ... o processo de estruturação uma questão transversal e
ções imediatistas. Apresenta- multifacetada. Porém, as
se desconstituída de continui- da política de segurança ações entre os órgãos da área
dade, desarticulada entre as da segurança pública enfren-
instituições e esferas de po- pública exige rupturas, tam limitações de atuação ar-
der e sem a devida participa- ticulada nas estruturas de
ção da sociedade na defini-
mudanças de paradigmas, poder. O Poder Executivo e
ção e estruturação das ações. sistematização de ações o Judiciário não atuam de for-
As intervenções estatais, ma conjunta no sentido de
em relação à segurança pú- pontuais combinadas a garantir a prevenção do deli-
blica no Brasil, tornaram-se to, o julgamento célere para
mais sistemáticas nesta pri- programas consistentes e evitar, inclusive, a impunida-
meira década do século 21, de e a injustiça. Por outro
quando se configurou a ges- duradouros, fincados, lado, a reinserção do homem
tão de planos e programas preso na sociedade tem sido
pautados em novas formas de sobretudo, na valorização do um dos maiores desafios a
abordar a questão. O PNSP, serem enfrentados pelo Es-
de 2000, apesar de ter sido
ser humano sob todos os tado e pela sociedade.
um avanço teórico conside- aspectos, levando em Diante destas considera-
rável no trato com a questão ções, deve-se acrescentar
da segurança pública, en- consideração os contextos que o processo de estrutu-
frentou limites práticos con- ração da política de seguran-
sideráveis no âmbito da ges- sociais de cada cidadão. ça pública exige rupturas,
tão, fracassando nos seus mudanças de paradigmas, sis-
objetivos principais. tematização de ações pontu-
No entanto, o processo de implantação do SUSP ais combinadas a programas consistentes e duradou-
demonstra que a política de segurança pública do país ros fincados, sobretudo, na valorização do ser huma-
tem sido trabalhada sob o âmbito de um novo no sob todos os aspectos, levando em consideração
paradigma. O Pronasci, de 2007, aponta para a par- os contextos sociais de cada cidadão. Os avanços na
ticipação da sociedade civil no processo de consolidação de uma política de segurança pública
formatação e implementação da política de seguran- de Estado no Brasil, pautada em princípios democrá-
ça pública no país. Ainda é relativamente cedo para ticos, de solidariedade e dignidade do ser humano in-
se avaliar os resultados do Pronasci quanto à dimi- dicam que os desafios a serem superados tornam in-
nuição da criminalidade e da violência. Entretanto, o dispensável o exercício da cidadania com fulcro nos
reconhecimento governamental e institucional em direitos de igualdade e na justiça social.
relação à efetiva participação da sociedade na cons-
trução da política de segurança pública evidencia um
processo de fortalecimento da democracia, impres- Referências
cindível à efetivação de uma segurança cidadã.
A instituição do Fórum Brasileiro de Segurança ADORNO, S. A gestão urbana do medo e da insegurança:
Pública, em 2006, e a participação da sociedade civil violência, crime e justiça penal na sociedade brasileira
nos eventos correlacionados à Conseg, realizada em contemporânea. 282 p. Tese (apresentada como exigência
2009, evidenciam a importância da democracia para parcial para o Concurso de Livre-Docência em Ciências
a construção de uma política de segurança pública Humanas) – Departamento de Sociologia, da Faculdade
que assegure os direitos de cidadania. Os princípios de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade
e as diretrizes elaborados, desde então, demonstram de São Paulo, 1996.

R. Katál., Florianópolis, v. 14, n. 1, p. 59-67, jan./jun. 2011


Política de segurança pública no Brasil: avanços, limites e desafios 67

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