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Informações Técnicas:
Gênero: Drama
Daí podemos observar no filme, nesse momento, que o professor inicia sua
jornada desmotivado, sem clareza de qual seria seu real papel dentro da educação, sem
objetivos definidos para o seu trabalho e sem o prazer no ato de ensinar. Nessa constante
Mr, Holland depara-se com o desafio de uma turma igualmente apática, desmotivada e
com uma instituição extremamente tradicional.
Nosso personagem tem formação superior, mas não formado para dar aula, o que
é claramente perceptível, ele não se dá bem com os alunos, não suporta ficar na escola
além do tempo em que ministra suas aulas, e os alunos não gostam dele, alguns se sentem
temerosos na sua presença. Isso fica bem claramente delineado quando um dos seus
alunos verbaliza que preferia estar em qualquer outro lugar e ele perceber que sente o
mesmo. Essas situações trazem ao professor inquietações e ele percebe que estas resultam
da forma de como o mesmo se enxerga, tendo em vista que ensinar era apenas uma
ocupação para se obter lucro, uma atividade vista como inferior comparada ao trabalho
de compositor. Seu conteúdo programático lastreava-se em métodos, estático, objetivo,
distante da realidade sócio cultural dos alunos, uma simples transmissão de conteúdos
sistemáticos a serem memorizados, que transformavam a música em meras notas escritas
e enfadonhas. Portanto, como era de se esperar, encontrou grandes dificuldades de
entendimento perante seus discentes.
Diante dessa celeuma, nós espectadores sentimos uma certa antipatia para com o
personagem principal. Daí surgem questionamentos do tipo: Como ele irá ser um bom
professor se o próprio admite que não gosta de o ser? Como pode se dar a linha de
transmissão de conhecimento em um ambiente inóspito como esse?
Sendo assim suas aulas se tornam interessantes, quando o professor reconhece que
não queria estar ali, se auto avalia, avaliando também sua metodologia. Então decide
transformar sua prática ao perceber que não está atingindo seus objetivos, e muda sua
metodologia. No momento em que ele percebe a sua necessidade de envolvimento, de
apaixonar-se pelas suas aulas e de fazer seus alunos gostarem, terem afinidade com
música, transferirem suas afinidades e conhecimentos dessa área para a aula, é que
Holland transforma sua ocupação em trabalho engajado, criando um currículo funcional,
completamente diferente, buscando um sentido de prazer: o cultivo do interesse pela
música. Nas suas aulas a música volta a ser coração e sentimento. Ele traz o Rock’n Roll
como eixo do trabalho para a sala, por ser o que os alunos gostam de ouvir e faz a ligação
entre a banda The Toys e Sebastian Bach. Nesse momento, faz uso de um repertório
cultural que seja significativo para causar um aprendizado real. Nosso personagem com
o sucesso de suas aulas contagia seus colegas, mudando totalmente o rumo da educação
naquela instituição educacional, que insistia em métodos tradicionais e excludentes. Fica
claro na mensagem do filme que ainda é possível transformar o ambiente escolar em um
lugar agradável e rico, onde educador.
Como pai e como professor o personagem mostra que todos estão em constante
aprendizado, todos são alunos, pois o significado maior de ser um aluno é aprender. Logo,
ser professor também é ser aluno.
Aos poucos o papel de pai é assumido de forma plena ao encarar essa realidade,
percebe que o filho possui imensas riquezas a serem exploradas, consciente de sua função
como pai e educador auxilia no seu crescimento como indivíduo.
Como educador passa a trabalhar com alunos surdos, o que lhe enriquece mais como
profissional. Certamente a questão da inclusão é um dos maiores desafios da educação
atual, exigindo das famílias e educadores uma nova atitude frente às diferenças.
O filme é um excelente exemplo de como podemos mudar um conceito, um
paradigma, de como o afeto tem papel fundamental no aprendizado, pois o torna
significativo, de como precisamos olhar o que os alunos trazem, já sabem ou entendem e
ter isso como ponto de partida para ampliar o universo cultural deles e também o nosso.
Mostrou a importância do “fazer junto”, até que o educando, aprendendo, saiba fazer
sozinho. Apresentou o professor como um mediador, que com um olhar atento, relaciona
os saberes dos educandos aos que ele tem como meta trabalhar. Tudo por meio de um
currículo, que respeitou as características do grupo, suas potencialidades, dificuldades e
necessidades, que visualizou espaços de trocas, de estudo e experiências significativas,
prazerosas e estimulantes do aprendizado.