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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ

CAMPUS DE IGUATU

CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA – POLÍTICA SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL I

PROFESSORA – HAVANA

SEMESTRE – TERCEIRO

DANNIELLE DE OLIVEIRA & ROMILDO GUEDES

ESTUDO DIRIGIDO

IGUATU – CE

2017
RESPOSTAS

1. Explique o processo pelo qual se deu o esgotamento da perspectiva de


regulação Keynesiana das relações econômicas, políticas e sociais.

Durante os chamados “anos dourados do capitalismo” que se iniciam logo após a


Segunda Guerra Mundial o capitalismo viveu a expansão de direitos sociais com
vistas a proporcionar melhores condições de vida à população dos países centrais
do capitalismo. Contudo, esse modelo de governo, orientado pelas ideias de
Keynes, esgota-se já no final da década de sessenta e acarreta diversas mudanças
nas relações econômicas, políticas e sociais vigentes até então. Na esfera
econômica e social há a redução do número de postos de trabalho e a precarização
das condições deste, disso decorrendo um aumento na massa de desempregados,
diminuição dos salários dos trabalhadores com vistas a maiores lucros, ainda que tal
medida não seja explicitada desse modo, redução dos gatos públicos com políticas
sociais ditas como onerosas ao Estado deixando milhares de pessoas desassistidas,
tudo isso acarretando uma drástica mudança na vida da classe trabalhadora. Na
esfera política há o enfraquecimento dos sindicatos trabalhistas e o avanço das
ideias neoliberais que visam à expansão capitalista em detrimento dos direitos dos
trabalhadores.

2. Disserte acerca do contexto de emergência do neoliberalismo na Europa


enfatizando o papel que o Estado assume nesse estágio do capital.

A emergência do neoliberalismo na Europa ocorre a partir da década de setenta, já


ganhando terreno na crise capitalista de 1969-1973, em meio à polarização mundial
posta pela Guerra Fria travada entre os USA e a então União Soviética. No
neoliberalismo o Estado cessa a com proteção social garantida pelo modelo que
vinha sendo posto em prática, visto que, tal proteção é vista pelos neoliberais como
onerosa e perniciosa. O Estado não deve intervir diretamente na economia deixando
o comércio internacional e o mercado financeiro livre. Para assegurar o pleno
desenvolvimento do capital deve prezar pela estabilidade monetária como seu
bastião. Desse modo, o Estado assume um caráter defensor do capital prezando
sempre pelos interesses econômicos dos capitalistas, agindo apenas residualmente
nos interesses da classe trabalhadora e com vistas a controla-la.
3. Analisar a inserção do Brasil no período de reação burguesa à crise do
capital iniciada no final dos anos 1960 e as consequências para a política
social.

Ao ser feita tal análise proposta o primeiro ponto que se identifica é o tempo histórico
diferente vivido no Brasil em relação aos acontecimentos internacionais, visto que,
enquanto internacionalmente instaurava-se a reação burguesa em solo nacional, na
segunda metade da década de sessenta, é vivenciada uma ditadura militar e a
expansão do chamado ”fordismo à brasileira”. Há nesse período a introdução de
produção em massa que se materializou inicialmente com a produção de
automóveis e eletrodomésticos, no entanto, tal medida foi introduzida sem nenhum
pacto social e sem o consenso criado nos USA e Europa, resultando, assim, quase
nenhuma redistribuição dos ganhos de produtividade. Tal cenário proporcionou a
expansão da política social nacional, no entanto, “[...] conduzida de forma
tecnocrática e conservadora, reiterando uma dinâmica singular de expansão dos
direitos sociais em meio à restrição dos direitos civis e políticos [...]” (BEHRING;
BOSCHETTI p. 134. 2009). Operacionalizada e pensada de maneira apenas
tecnocrática a política social no Brasil nesse contexto não buscava atender as
particularidades da classe trabalhadora nacional visando apenas as suas demandas
mais emergenciais com o objetivo de conformá-la a ordem social vigente, ou seja, a
expansão capitalista que era vivida no país.

4. Em sua análise sobre a Política Social no neoliberalismo, Behring e


Boschetti (2011) afirmam que “a tendência geral tem sido a de restrição e
redução de direitos, sob o argumento da crise fiscal do Estado, transformando
as políticas sociais (...) em ações pontuais e compensatórias direcionadas para
os efeitos mais perversos da crise.” Desse modo, argumente acerca das
características da Política Social sob a hegemonia neoliberal.

Sob a hegemonia neoliberal a política social passa a ser vista através da lógica da
privatização, da focalização e descentralização da responsabilidade de sua
execução. Busca-se privatizar as políticas sociais através da precarização dos
serviços públicos ofertados através destas com a desculpa que o aparato estatal não
tem condições de operacionalizar tal política sendo necessário entregá-la a iniciativa
privada para sua real efetivação. Disso decorre que antes um serviço que era
público e social, acessível a toda a população, de caráter universal, passa a ser
acessível apenas àqueles que podem pagar – cabe aqui a ressalva que na lógica
neoliberal as políticas sociais que devem ser privatizadas são as que podem render
grandes lucros, a saúde e a educação são exemplos de políticas sociais que no
Brasil são alvos das investidas neoliberais justamente por serem altamente
rentáveis. Na lógica da focalização buscam-se cada vez mais critérios seletivos para
a concessão de benefícios o que torna o acesso às políticas sociais uma tarefa
difícil. A descentralização das políticas sociais, que também é um marco do avanço
neoliberal, tem como objetivo a transferência de responsabilidades entre os
membros da federação. Tudo isso torna o acesso às políticas sociais uma árdua
tarefa, visto que, tais políticas são cada vez mais restringidas e criteriosas, quando
não são postas nas mãos da iniciativa privada.

REFERÊNCIAS

BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivonete. Política Social: fundamentos e


história. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2009. 125 – 163 p. (Biblioteca básica de serviço
social ; v. 2).

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