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CAMPUS DE IGUATU
PROFESSORA – HAVANA
SEMESTRE – TERCEIRO
ESTUDO DIRIGIDO
IGUATU – CE
2017
RESPOSTAS
Ao ser feita tal análise proposta o primeiro ponto que se identifica é o tempo histórico
diferente vivido no Brasil em relação aos acontecimentos internacionais, visto que,
enquanto internacionalmente instaurava-se a reação burguesa em solo nacional, na
segunda metade da década de sessenta, é vivenciada uma ditadura militar e a
expansão do chamado ”fordismo à brasileira”. Há nesse período a introdução de
produção em massa que se materializou inicialmente com a produção de
automóveis e eletrodomésticos, no entanto, tal medida foi introduzida sem nenhum
pacto social e sem o consenso criado nos USA e Europa, resultando, assim, quase
nenhuma redistribuição dos ganhos de produtividade. Tal cenário proporcionou a
expansão da política social nacional, no entanto, “[...] conduzida de forma
tecnocrática e conservadora, reiterando uma dinâmica singular de expansão dos
direitos sociais em meio à restrição dos direitos civis e políticos [...]” (BEHRING;
BOSCHETTI p. 134. 2009). Operacionalizada e pensada de maneira apenas
tecnocrática a política social no Brasil nesse contexto não buscava atender as
particularidades da classe trabalhadora nacional visando apenas as suas demandas
mais emergenciais com o objetivo de conformá-la a ordem social vigente, ou seja, a
expansão capitalista que era vivida no país.
Sob a hegemonia neoliberal a política social passa a ser vista através da lógica da
privatização, da focalização e descentralização da responsabilidade de sua
execução. Busca-se privatizar as políticas sociais através da precarização dos
serviços públicos ofertados através destas com a desculpa que o aparato estatal não
tem condições de operacionalizar tal política sendo necessário entregá-la a iniciativa
privada para sua real efetivação. Disso decorre que antes um serviço que era
público e social, acessível a toda a população, de caráter universal, passa a ser
acessível apenas àqueles que podem pagar – cabe aqui a ressalva que na lógica
neoliberal as políticas sociais que devem ser privatizadas são as que podem render
grandes lucros, a saúde e a educação são exemplos de políticas sociais que no
Brasil são alvos das investidas neoliberais justamente por serem altamente
rentáveis. Na lógica da focalização buscam-se cada vez mais critérios seletivos para
a concessão de benefícios o que torna o acesso às políticas sociais uma tarefa
difícil. A descentralização das políticas sociais, que também é um marco do avanço
neoliberal, tem como objetivo a transferência de responsabilidades entre os
membros da federação. Tudo isso torna o acesso às políticas sociais uma árdua
tarefa, visto que, tais políticas são cada vez mais restringidas e criteriosas, quando
não são postas nas mãos da iniciativa privada.
REFERÊNCIAS