Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
O contrato de compra e venda vem a ser, como ensina Caio Mário da Silva
Pereira, “o contrato em que uma pessoa (vendedora) se obriga a transferir a
outra (compradora) o domínio de uma coisa corpórea ou incorpórea,
mediante o pagamento de certo preço em dinheiro ou valor fiduciário
correspondente.”
A definição do instituto pode ser extraída do art. 481, CC: “Pelo contrato de
compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de
certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”.
1
Luciana Gonçalves de Freitas Sanches Cunha é Bacharel pela PUC-Campinas em Ciências Humanas,
Jurídicas e Sociais, Mestranda em Direito pela UNIMEP, Professora da Graduação e Pós-Graduação da
UNIP – Campinas e São Paulo nas cadeiras de Direito Civil e Direito Processual Civil. Professora
orientadora do Escritório de Assistência Judiciária da UNIP Campinas. Professora do Curso Preparatório
para Carreiras Jurídicas Intelecto, em Campinas. Advogada e consultora com atuação na área cível.
Demonstra tal tese o art. 1.267, CC, que afirma que a propriedade das
coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
Alguns casos sujeito à forma prescrita em lei, mas no mais das vezes
independe de qualquer formalidade. Pode ter a sua forma escrita ou verbal,
e se escrita, por instrumento público ou particular.
A venda de coisa alheia é, de regra, nula, pois ninguém pode alienar o que
não é seu. Duas exceções:
c) o problema dos riscos: o art. 492, CC, determina que “até o momento da
tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço
por conta do comprador”. O parágrafo 1o. do art. 492 estipula que os casos
fortuitos ocorridos no ato de contar, marcar ou assinalar coisa que já
estiverem a disposição do comprador, correrão por conta destes. Veremos
exceção a esta regra quando o comprador estiver em mora de receber a
coisa comprada (parágrafo 2º do art. 492, CC);
Para a defesa dos vícios redibitórios, são possíveis a ação redibitória: onde
manifesta-se a vontade de se devolver a coisa defeituosa e reclamar a
repetição da importância paga, ou a ação quanti minoris, em que o
adquirente, em vez de enjeitar a coisa recebida, reclama apenas o
abatimento do preço. Silvio Rodrigues aponta que a escolha do
procedimento é ato de inteira faculdade do autor, sendo que, uma vez eleita
a via, não mais poderá ser alterada.
Caso haja este tipo de contrato de compra e venda, o bem alienado será
considerado antecipação da herança legítima e o herdeiro deverá trazer
este bem quando da abertura da sucessão para a apuração dos quinhões a
cada um.
Entre os cônjuges é possível a venda, desde que sejam dos bens excluídos
da comunhão (art. 499).
Nesta mesma esteira, Maria Helena Diniz leciona que o contrato preliminar
consiste no negócio jurídico em que uma ou ambas as partes
comprometem-se a pactuar, mais tarde, outro negócio, denominado
principal, gerando, portanto, por conseqüência, o dever de concluir outro
contrato, que deverá observar os elementos essenciais já delineados
anteriormente.
O consumidor não pode perder todas as quantias pagas. Poderá haver uma
perda, como por exemplo, o valor a título de cláusula penal, mas não todas
as parcelas. É o que prescreve o artigo 53 da lei consumerista.
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de
móveis ou imóveis mediante pagamento em
prestações, bem como nas alienações
fiduciárias em garantia, consideram-se nulas
de pleno direito as cláusulas que
estabeleçam a perda total das prestações
pagas em benefício do credor que, em razão
do inadimplemento, pleitear a resolução do
contrato e a retomada do produto alienado.