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AULA 03

FUNDAMENTOS DA
PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO
CULTURAL
IPHAN

Professor Ricardo Gomes


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FUNDAMENTOS DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL - IPHAN
Conhecimentos básicos – Todos os Cargos
Aula 03
Prof. Ricardo Gomes

Aula 03

Sumário

1. Quadro Sinóptico .......................................................................... 3


2. Teoria .......................................................................................... 5

Prezados Alunos,
Segue a nossa Aula 3 de FUNDAMENTOS DA PRESERVAÇÃO DO
PATRIMÔNIO CULTURAL para o concurso do IPHAN
Bons estudos!
Ricardo Gomes

QUADRO SINÓPTICO DA AULA:

• Constituição Federal - Artigos 20, 23, 24, 30, 215 e 216.


• Decreto-Lei nº 25/37 - Organiza a proteção do patrimônio histórico e
artístico nacional.
• Lei nº 3.924/61 - Dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-
históricos.
• Convenção Para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e
Natural – 1972.

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Constituição Federal - Artigos 20, 23, 24, 30, 215 e 216.

Nos termos do art. 20, são BENS da UNIÃO:


I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser
atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
das fortificações e construções militares, das vias federais de
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu
domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com
outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras,
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental
federal, e as referidas no art. 26, II;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona
econômica exclusiva (apenas os recursos naturais que neles
encontrados)
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

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Nos termos do art. 20, § 1º: É assegurada, nos termos da lei, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da
administração direta da União, participação no resultado da exploração de
petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma
continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação
financeira por essa exploração.

A faixa de até 150 quilômetros de largura, ao longo das fronteiras


terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para
defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei
(§ 2º).

Competências Administrativas Comuns.


Nos termos do art. 23, é COMPETÊNCIA COMUM da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
democráticas e conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à
ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer
de suas formas;

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VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;


VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o
abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria
das condições habitacionais e de saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
territórios;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança
do trânsito.

Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre


a União e os Estados, o DF e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Competência Legislativa Concorrente (pode ser exercida por


mais de um ente). Conforme art. 24, compete à União, aos Estados e ao Distrito
Federal LEGISLAR CONCORRENTEMENTE sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
urbanístico;
II - orçamento;
III - juntas comerciais;
IV - custas dos serviços forenses;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa
do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle
da poluição;

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VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico,


turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
pesquisa, desenvolvimento e inovação;
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas
causas;
XI - procedimentos em matéria processual;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

Normas Gerais. No âmbito da legislação concorrente, a competência


da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais (art. 24, § 1º).
• Normas Específicas (competência suplementar). A competência
da União para legislar sobre normas gerais não exclui a
competência suplementar dos Estados.
• Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
exercerão a competência legislativa plena, para atender a
suas peculiaridades.
• A superveniência de lei federal sobre normas gerais
SUSPENDE a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário (art. 24, § 4º).

O art. 30 dispõe: COMPETE aos MUNICÍPIOS:

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I - legislar sobre assuntos de interesse local;


II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar
contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural
local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Nos termos do art. 215: O Estado garantirá a todos o pleno


exercício dos DIREITOS CULTURAIS e acesso às fontes da cultura
nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações
culturais.

O Estado protegerá as manifestações das culturas populares,


indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo
civilizatório nacional.
• A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta
significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.

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• A lei estabelecerá o PLANO NACIONAL de CULTURA, de


duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do
País e à integração das ações do poder público que conduzem
à:
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;
II produção, promoção e difusão de bens culturais;
III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em
suas múltiplas dimensões;
IV democratização do acesso aos bens de cultura;
V valorização da diversidade étnica e regional.

Nos termos do art. 216, constituem PATRIMÔNIO CULTURAL


BRASILEIRO os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente
ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória
dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem:
• As formas de expressão;
• Os modos de criar, fazer e viver;
• As criações científicas, artísticas e tecnológicas;
• As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços
destinados às manifestações artístico-culturais;
• Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,
artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

O ROL acima é EXEMPLIFICATIVO. Em rol exemplificativo, a CF elenca


os bens que constituem o patrimônio cultural brasileiro.

O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá


o patrimônio cultural brasileiro, por meio de:
• Inventários;

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• Registros;
• Vigilância;
• Tombamento;
• Desapropriação;
• Outras formas de acautelamento e preservação.

Questão. Ano: 2011. Banca: CESPE. Órgão: Correios. Prova: Analista de


Correios.
Poucos dias após a instituição do Estado Novo (novembro
de 1937), o período ditatorial da Era Vargas, foi promulgado
decreto-lei com o objetivo de organizar a proteção do patrimônio
histórico e artístico nacional. Seu primeiro artigo conceituava esse
patrimônio como “o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes
no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu
excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou
artístico”.
Considerando o fragmento de texto acima como motivador, julgue
o item seguinte, referentes a conceitos de patrimônio histórico e
de patrimônio cultural.
Segundo a Constituição Federal vigente, inventários, registros, vigilância,
tombamento e desapropriação são, entre outras formas de acautelamento e
preservação, exemplos de ações a serem empreendidas pelo poder público para,
em colaboração com a comunidade, promover e proteger o patrimônio cultural
brasileiro.
Gabarito: C

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Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da


documentação governamental e as providências para franquear sua consulta a
quantos dela necessitem.

A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de


bens e valores culturais.

Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na


forma da lei.

Ficam tombados TODOS os documentos e os sítios detentores de


reminiscências históricas dos antigos quilombos (art. 216,§5º).
• É determinado pela CF o tombamento de TODOS os
documentos e os sítios detentores de reminiscências
históricas dos antigos quilombos.

É facultado aos Estados e ao DF vincular a fundo estadual de


fomento à cultura até 0,5% de sua receita tributária líquida, para o
financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses
recursos no pagamento de:
I - despesas com pessoal e encargos sociais;
II - serviço da dívida;
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos
investimentos ou ações apoiados.

Questão. Adaptada. Ano: 2014. Banca: FGV. Órgão: FUNARTE. Prova:


Contador.

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O texto constitucional dispõe que o patrimônio cultural brasileiro é formado por


bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira. Nesse contexto, é correto afirmar que: os
conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico fazem parte do patrimônio cultural
brasileiro.
Gabarito: C

Questão. Adaptada. Ano: 2017. Banca: FCC. Órgão: TRF. Prova: Técnico.
Sobre o patrimônio cultural brasileiro: Ficam tombados todos os documentos
e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos; É
facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de
fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida,
para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação
desses recursos no pagamento de despesas com pessoal e encargos sociais,
serviço da dívida e qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente
aos investimentos ou ações apoiados.
Gabarito: C

Decreto-Lei nº 25/37 - Organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico


nacional (conhecido como Lei do Tombamento).

Conforme ensina Matheus Carvalho: O TOMBAMENTO se configura


como intervenção do Estado na propriedade como forma de proteção ao meio
ambiente, no que tange aos aspectos do patrimônio histórico, artístico e cultural.
Com efeito, mediante este instituto, o poder público visa à proteção ao meio

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ambiente, no que tange à conservação dos aspectos da história, arte e cultura de


um povo.

A intervenção atinge o caráter absoluto da propriedade, definindo


algumas limitações ao exercício do direito, definindo regras de forma a evitar que
a destruição deste bem resulte na perda de informações relevantes à história do
país ou case prejuízos a obras artísticas de valor cultural inestimável para a
identidade de um povo. (Manual de Direito Administrativo. pág. 973. grifo
acrescido).

Nos termos do art. 1º do DL 25/37: Constitue o PATRIMÔNIO


HISTÓRICO e ARTÍSTICO NACIONAL o conjunto dos bens móveis e imóveis
existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional
valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
• Equiparam-se aos bens que constituem o patrimônio histórico
e artístico nacional, sendo também sujeitos a tombamento os
monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que
importe conservar e proteger pela feição notável com que
tenham sido dotados pela natureza ou agenciados pela
indústria humana.

Os bens só serão considerados parte integrante do patrimônio


histórico o artístico nacional, depois de inscritos separada ou agrupadamente
num dos 4 Livros do Tombo.

Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional


Os chamados patrimônios históricos e artísticos têm nas modernas sociedades a
função de representar simbolicamente a identidade e a memória da nação. O
pertencimento a uma comunidade nacional é produzido com a idéia de

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propriedade (daí a palavra "patrimônio") sobre um conjunto de bens: relíquias,


monumentos, cidades históricas entre outros.
No Brasil, o reconhecimento da necessidade de proteger o patrimônio histórico e
artístico já havia sido apontada nos anos 20, época em que se registraram
iniciativas locais e estaduais. Em 1936, Mário de Andrade foi solicitado a preparar
um para a criação de uma instituição nacional de proteção do patrimônio. Foi
esse o documento que foi usado nas discussões preliminares sobre a estrutura e
os objetivos do SPHAN, criado afinal por decreto presidencial assinado em 30 de
novembro de 1937.
[...]
A instituição veio a ser posteriormente Departamento, Instituto, Secretaria e, de
novo, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), como se
chama atualmente.
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-
45/EducacaoCulturaPropaganda/SPHAN

Questão. Adaptada. Ano: 2012. Banca: FAURGS. Órgão: TJ-RS. Prova:


Historiógrafo.
Pautado no Decreto-lei n.º 25, de 30 de novembro de 1937, foi criado o Serviço
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN). Trata-se da primeira
entidade que trabalhou pela preservação de bens culturais na América Latina. Os
tombamentos do período inicial desta instituição focaram-se em bens culturais
móveis e imóveis cuja preservação fosse de interesse público.
Gabarito: C

Questão. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: MPE-RR. Prova: Promotor.

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No que se refere ao Decreto-Lei n.º 25/1937 e às suas previsões acerca do


instituto do tombamento: O decreto-lei citado, marco nacional relevante no
contexto dos mecanismos jurídicos de proteção do patrimônio histórico nacional,
contou, para a sua elaboração, com a destacada influência de Mário de Andrade,
importante intelectual brasileiro.
Gabarito: C

O DL n. 25/37 se aplica às coisas pertencentes às:


• Pessoas naturais;
• Pessoas jurídicas de direito privado;
• Pessoas jurídicas de direito público interno.

Nos termos do art. 3º, excluem-se do patrimônio histórico e


artístico nacional as obras de origem estrangeira:
1) que pertençam às representações diplomáticas ou consulares
acreditadas no país;
2) que adornem quaisquer veículos pertencentes a empresas
estrangeiras, que façam carreira no país;
3) que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou
artísticos;
4) que sejam trazidas para exposições comemorativas, educativas ou
comerciais;
As obras terão guia de licença para livre trânsito, fornecida pelo SPHAN.
5) que sejam importadas por empresas estrangeiras expressamente
para adorno dos respectivos estabelecimentos.

Do Tombamento
O SPHAN (atualmente chamado de IPHAN) possuirá 4 LIVROS do
TOMBO, nos quais serão inscritas as obras (patrimônio histórico e artístico

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nacional) existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, a


saber:
1) no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico,
as coisas pertencentes às categorias de arte arqueológica, etnográfica, ameríndia
e popular, e bem assim os monumentos naturais e os sítios e paisagens (citados
acima);
2) no Livro do Tombo Histórico, as coisas de interesse histórico e
as obras de arte histórica;
3) no Livro do Tombo das Belas Artes, as coisas de arte erudita,
nacional ou estrangeira;
4) no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que se
incluírem na categoria das artes aplicadas, nacionais ou estrangeiras.
Cada um dos Livros do Tombo poderá ter vários volumes.

TOMBAMENTO de OFÍCIO.
Nos termos do art. 5º, o tombamento dos bens pertencentes à
União, aos Estados e aos Municípios:
• Se fará de ofício, por ordem do diretor do SPHAN, mas
deverá ser notificado à entidade a quem pertencer, ou sob cuja
guarda estiver a coisa tombada, afim de produzir os necessários
efeitos.

TOMBAMENTO VOLUNTÁRIO ou COMPULSÓRIO.


Por outro lado, o art. 6º dispõe, o tombamento de coisa pertencente
à pessoa natural ou à pessoa jurídica de direito privado se fará voluntária
ou compulsoriamente.
• Tombamento Voluntário sempre que o proprietário o pedir e
a coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir
parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, a
juízo do Conselho Consultivo do SPHAN, ou sempre que o

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mesmo proprietário anuir, por escrito, à notificação, que se lhe


fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros do
Tombo (art. 7º).
• Tombamento Compulsório quando o proprietário se recusar
a anuir à inscrição da coisa.
Se fará de acordo com o seguinte processo:
1) o SPHAN, por seu órgão competente, notificará o
proprietário para anuir ao tombamento, dentro do prazo de
15 dias, a contar do recebimento da notificação, ou para, si o
quiser impugnar, oferecer dentro de 15 dias as razões de sua
impugnação.
2) no caso de não haver impugnação dentro do prazo de 15
DIAS que é FATAL, o diretor do SPHAN mandará por
simples despacho que se proceda à inscrição da coisa no
competente Livro do Tombo.
3) se a impugnação for oferecida dentro do prazo assinado, far-
se-á vista da mesma, dentro de outros 15 dias fatais, ao órgão
de que houver emanado a iniciativa do tombamento, afim de
sustentá-la.
Em seguida, independentemente de custas, será o processo
remetido ao Conselho Consultivo do SPHAN, que proferirá
decisão a respeito, dentro do prazo de 60 DIAS, a contar do
seu recebimento. Dessa decisão não caberá recurso, segundo o
art. 9º. Entretanto, vigora atualmente o disposto no DL nº
3.866/41: é possível a interposição de recurso perante o
Presidente da República.

Eficácia do Tombamento
O TOMBAMENTO dos bens pertencente à pessoa natural ou à pessoa
jurídica de direito privado será considerado PROVISÓRIO ou DEFINITIVO,

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conforme esteja o respectivo processo iniciado pela notificação ou concluído pela


inscrição dos referidos bens no competente Livro do Tombo.
▪ Para todos os efeitos, o tombamento provisório se
equiparará ao definitivo, salvo o disposto no art. 13:
tombamento definitivo dos bens de propriedade particular
deve ser transcrito em livro de registro de imóveis e averbado
ao lado da transcrição do domínio.

Questão. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: MPE-RR. Prova: Promotor de


Justiça.
No que se refere ao Decreto-Lei n.º 25/1937 e às suas previsões
acerca do instituto do tombamento: Conforme previsto no decreto-lei em
questão, o tombamento provisório equipara-se, para todos os efeitos, ao
tombamento definitivo, exceto em relação ao fato de que o tombamento
definitivo dos bens de propriedade particular deve ser transcrito em livro de
registro de imóveis e averbado ao lado da transcrição do domínio.
Gabarito: C

Efeitos Do Tombamento
As coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou aos
Municípios, inalienáveis por natureza, só poderão ser transferidas de uma
à outra das referidas entidades (art. 11).
• Feita a transferência, dela deve o adquirente dar imediato
conhecimento ao SPHAN.

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Por outro lado, a ALIENABILIDADE das obras históricas ou artísticas


tombadas, de propriedade de PESSOAS NATURAIS ou JURÍDICAS de DIREITO
PRIVADO sofrerá as RESTRIÇÕES constantes do DL nº 25/37.

Questão. Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: TRF. Prova: Analista


Judiciário.
Obras históricas ou artísticas tombadas são inalienáveis, independentemente da
titularidade de sua propriedade.
Gabarito: E

Questão. Ano: 2015. Banca: CESPE. Órgão: TJ-DFT. Prova: Analista


Judiciário.
Os patrimônios tombados de estado da Federação ou de pessoa jurídica de direito
privado tornar-se-ão inalienáveis.
Gabarito: E

Nos termos do art. 13, o TOMBAMENTO DEFINITIVO dos bens de


propriedade particular será, por iniciativa do órgão competente do SPHAN,
transcrito para os devidos efeitos em livro a cargo dos oficiais do registro de
imóveis e averbado ao lado da transcrição do domínio.
• No caso de transferência de propriedade dos bens, deverá o
adquirente, dentro do prazo de 30 DIAS, sob pena de MULTA
de 10% sobre o respectivo valor, fazê-la constar do registro,
ainda que se trate de transmissão judicial ou causa mortis.

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• Na hipótese de deslocação de tais bens, deverá o proprietário,


dentro de 30 DIAS e sob pena de MULTA de 10%, inscrevê-los
no registro do lugar para que tiverem sido deslocados.
• A transferência deve ser comunicada pelo adquirente, e a
deslocação pelo proprietário, ao SPHAN, dentro do mesmo
prazo – 30 DIAS - e sob a mesma pena.

Questão. Adaptada. Ano: 2015. Banca: CETRO. Órgão: IPHAN. Prova:


Arqueólogo.
O Decreto-Lei nº 25/1937 organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico
nacional. Sobre o tombamento dos bens, é correto afirmar que o tombamento
definitivo dos bens de propriedade particular deve ser, por iniciativa do órgão
competente do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, transcrito
para os devidos efeitos em livro a cargo dos oficiais do registro de imóveis e
averbado ao lado da transcrição do domínio.
Gabarito: C

A coisa tombada NÃO PODERÁ SAIR DO PAÍS, senão por curto prazo,
sem transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do
Conselho Consultivo do SPHAN (art. 14).
• Tentada, a não ser no caso previsto acima, a exportação,
para fora do país, da coisa tombada, será esta sequestrada
pela União ou pelo Estado em que se encontrar (art. 15).
• Apurada a responsabilidade do proprietário, ser-lhe-á imposta
a multa de 50% do valor da coisa, que permanecerá
sequestrada em garantia do pagamento, e até que este se faça.
• No caso de reincidência, a multa será elevada ao dobro.

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• A pessoa que tentar a exportação de coisa tombada, além


de incidir na multa, incorrerá, nas penas cominadas no
Código Penal para o crime de contrabando.

No caso de EXTRAVIO ou FURTO de qualquer objeto tombado, o


respectivo proprietário deverá dar conhecimento do fato ao SPHAN, dentro
do prazo de 5 DIAS, sob pena de MULTA de 10% sobre o valor da coisa (art. 16).

As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser


destruídas, demolidas ou mutiladas, NEM, SEM prévia AUTORIZAÇÃO
ESPECIAL do SPHAN, ser REPARADAS, pintadas ou restauradas, sob pena de
multa de 50% do dano causado.
• Tratando-se de bens pertencentes á União, aos Estados ou aos
municípios, a autoridade responsável pela infração acima
incorrerá pessoalmente na multa.

Sem prévia autorização do SPHAN, NÃO se poderá, na VIZINHANÇA


da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, NEM
nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou
retirar o objeto, impondo-se neste caso a MULTA de 50% do valor do mesmo
objeto.

Questão. Ano: 2017. Banca: CESPE. Órgão: TRF-1ª Região. Prova:


Analista Judiciário.
Para se construir na vizinhança de bem público tombado pelo patrimônio
histórico, se a obra for reduzir a visibilidade do bem tombado, será necessária a
prévia autorização do órgão público competente.

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Gabarito: C

Questão. Adaptada. Ano: 2012. Banca: CESPE. Órgão: MPE-TO. Prova:


Promotor de Justiça Substituto.
As coisas tombadas poderão, se o proprietário ou possuidor efetuar a
compensação patrimonial do bem atingido, ser destruídas, demolidas ou
mutiladas sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional.
Gabarito: E

Questão. Ano: 2008. Banca: CESPE. Órgão: MPE-RR. Prova: Promotor de


Justiça.
Depende de autorização prévia a construção, no entorno de imóvel ou de
conjunto arquitetônico tombado, que venha, de alguma forma, a impedir ou
reduzir a visibilidade do bem protegido; entretanto, anúncios ou cartazes, por
serem de fácil remoção, podem ser colocados sem prévia autorização.
Gabarito: E

O PROPRIETÁRIO de coisa tombada, que NÃO DISPUSER de


RECURSOS PARA proceder às OBRAS de CONSERVAÇÃO e reparação que a
mesma requerer, levará ao conhecimento do SPHAN a necessidade das
mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da
importância em que for avaliado o dano sofrido pela mesma coisa (art. 19).
• Recebida a comunicação, e consideradas necessárias as
obras, o diretor do SPHAN mandará executá-las, a expensas
da União, devendo as mesmas ser iniciadas dentro do prazo
de 6 MESES, ou providenciará para que seja feita a
desapropriação da coisa.

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• À falta de qualquer das providências previstas acima,


poderá o proprietário requerer que seja cancelado o
tombamento da coisa.
• Uma vez que verifique haver urgência na realização de obras
e conservação ou reparação em qualquer coisa tombada,
poderá o SPHAN tomar a iniciativa de projetá-las e executá-
las, a expensas da União, independentemente da
comunicação, por parte do proprietário.

As coisas tombadas ficam sujeitas à VIGILÂNCIA PERMANENTE do


SPHAN, que poderá inspecioná-los sempre que for julgado conveniente, não
podendo os respectivos proprietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção,
sob pena de multa, elevada ao dobro em caso de reincidência (art. 20).

Os atentados cometidos contra os bens do patrimônio histórico e


artístico nacional são equiparados aos cometidos contra o patrimônio nacional.
Disposições Gerais

O Poder Executivo providenciará a realização de acordos entre a


União e os Estados, para melhor coordenação e desenvolvimento das atividades
relativas à proteção do patrimônio histórico e artístico nacional e para a
uniformização da legislação estadual complementar sobre o mesmo assunto.

A União manterá, para a conservação e a exposição de obras


históricas e artísticas de sua propriedade, além do Museu Histórico Nacional e
do Museu Nacional de Belas Artes, tantos outros museus nacionais quantos
se tornarem necessários, devendo outrossim providenciar no sentido de favorecer
a instituição de museus estaduais e municipais, com finalidades similares.

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O SPHAN procurará entendimentos com as autoridades eclesiásticas,


instituições científicas, históricas ou artísticas e pessoas naturais o jurídicas, com
o objetivo de obter a cooperação das mesmas em benefício do patrimônio
histórico e artístico nacional.

Registro Especial. Os negociantes de antiguidades, de obras de


arte de qualquer natureza, de manuscritos e livros antigos ou raros são
obrigados a 1 registro especial no SPHAN, cumprindo-lhes outrossim
apresentar semestralmente ao mesmo relações completas das coisas históricas
e artísticas que possuírem.
• Sempre que os agentes de leilões tiverem de vender objetos de
natureza idêntica à dos mencionados acima, deverão
apresentar a respectiva relação ao órgão competente do
SPHAN, sob pena de incidirem na multa de 50% sobre o valor
dos objetos vendidos.
• Nenhum objeto de natureza idêntica à dos referidos acima
poderá ser posto à venda pelos comerciantes ou agentes de
leilões, sem que tenha sido previamente autenticado pelo
SPHAN, ou por perito em que o mesmo se louvar, sob pena de
multa de 50% sobre o valor atribuído ao objeto.
A autenticação será feita mediante o pagamento de uma taxa
de peritagem.

Lei nº 3.924/61 - Dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos.


Os MONUMENTOS ARQUEOLÓGICOS ou PRÉ-HISTÓRICOS de
qualquer natureza existentes no território nacional e todos os elementos que
neles se encontram ficam sob a guarda e proteção do Poder Público.

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• A propriedade da superfície, regida pelo direito comum, não


inclui a das jazidas arqueológicas ou pré-históricas, nem a dos
objetos nelas incorporados.

Consideram-se monumentos arqueológicos ou pré-históricos:


a) as jazidas de qualquer natureza, origem ou finalidade, que
representem testemunhos de cultura dos paleoameríndios do Brasil,
tais como sambaquis, montes artificiais ou tesos, poços sepulcrais,
jazigos, aterrados, estearias e quaisquer outras não especificadas
aqui, mas de significado idêntico a juízo da autoridade competente;
b) os sítios nos quais se encontram vestígios positivos de ocupação
pelos paleoameríndios tais como grutas, lapas e abrigos sob rocha;
c) os sítios identificados como cemitérios, sepulturas ou locais de
pouso prolongado ou de aldeiamento, "estações" e "cerâmios", nos
quais se encontram vestígios humanos de interesse arqueológico ou
paleoetnográfico;
d) as inscrições rupestres ou locais como sulcos de polimentos de
utensílios e outros vestígios de atividade de paleoameríndios.

São proibidos em todo o território nacional, o aproveitamento


econômico, a destruição ou mutilação, para qualquer fim, das jazidas
arqueológicas ou pré-históricas conhecidas como sambaquis, casqueiros,
concheiros, birbigueiras ou sernambis, e bem assim dos sítios, inscrições e
objetos enumerados acima (itens b, c e d), antes de serem devidamente
pesquisados, respeitadas as concessões anteriores e não caducas.

Toda a pessoa, natural ou jurídica que, na data da publicação desta


lei, já estiver procedendo, para fins econômicos ou outros, à exploração de
jazidas arqueológicas ou pré-históricas, deverá comunicar à Diretoria do
Patrimônio Histórico Nacional, dentro de 60 dias, sob pena de multa, o exercício

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dessa atividade, para efeito de exame, registro, fiscalização e salvaguarda do


interesse da ciência.
• As jazidas conhecidas como sambaquis, manifestadas ao
governo da União, por intermédio da Diretoria do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional, e registradas, terão precedência
para estudo e eventual aproveitamento, em conformidade
com o Código de Minas.
• As jazidas arqueológicas ou pré-históricas de qualquer
natureza, não manifestadas e registradas, são
consideradas, para todos os efeitos bens patrimoniais da
União.

Qualquer ato que importe na destruição ou mutilação dos


monumentos arqueológicos ou pré-históricos (enumerados acima), será
considerado crime contra o Patrimônio Nacional e, como tal, punível de
acordo com o disposto nas leis penais.

Das Escavações Arqueológicas Realizadas Por Particulares


O direito de realizar escavações para fins arqueológicos, em terras
de domínio público ou particular, constitui-se mediante permissão do Governo
da UNIÃO, através da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
ficando obrigado a respeitá-lo o proprietário ou possuidor do solo (art. 8º).
• O pedido de permissão deve ser dirigido à Diretoria do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, acompanhado de
indicação exata do local, do vulto e da duração aproximada dos
trabalhos a serem executados, da prova de idoneidade técnico-
científica e financeira do requerente e do nome do responsável
pela realização dos trabalhos.

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O pedido de permissão para realização de escavações


arqueológicas por particulares deve ser dirigido à Diretoria do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
• Estando em condomínio a área em que se localiza a jazida,
somente poderá requerer a permissão o administrador ou
cabecel, eleito na forma do Código Civil.
• A permissão terá por título uma portaria do Ministro da
Educação e Cultura, que será transcrita em livro próprio da
Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e na qual
ficarão estabelecidas as condições a serem observadas ao
desenvolvimento das escavações e estudos (art. 10).

Desde que as escavações e estudos devam ser realizados em


terreno que não pertença ao requerente, deverá ser anexado ao seu pedido
o consentimento escrito do proprietário do terreno ou de quem esteja em uso e
gozo desse direito (art. 11).
• As escavações devem ser necessariamente executadas sob a
orientação do permissionário, que responderá, civil, penal e
administrativamente, pelos prejuízos que causar ao Patrimônio
Nacional ou a terceiros.
• As escavações devem ser realizadas de acordo com as
condições estipuladas no instrumento de permissão, não
podendo o responsável, sob nenhum pretexto, impedir a
inspeção dos trabalhos por delegado especialmente designado
pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
quando for julgado conveniente.
• O permissionário fica obrigado a informar (sob pena de
cassação da permissão) à Diretoria do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, trimestralmente, sobre o andamento das
escavações, salvo a ocorrência de fato excepcional, cuja

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notificação deverá ser feita imediatamente, para as


providências cabíveis.

Nos termos do art. 12: O Ministro da Educação e Cultura poderá


cassar a permissão, concedida, uma vez que:
a) não sejam cumpridas as prescrições do DL 25/37 e do instrumento
de concessão da licença;
b) sejam suspensos os trabalhos de campo por prazo superior a 12
meses, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado;
c) no caso de não cumprimento da obrigação de informar sobre o
andamento das escavações.
Em qualquer dos casos acima enumerados, o permissionário não terá direito
à indenização alguma pelas despesas que tiver efetuado.

Das Escavações Arqueológicas Realizadas Por Instituições, Científicas


Especializadas Da União Dos Estados e dos Municípios
A União, bem como os Estados e Municípios mediante autorização
federal, poderão proceder a escavações e pesquisas, no interesse da
arqueologia e da pré-história em terrenos de propriedade particular, com
exceção das áreas muradas que envolvem construções domiciliares (art. 13).
• À falta de acordo amigável com o proprietário da área onde
situar-se a jazida, será esta declarada de utilidade pública
e autorizada a sua ocupação pelo período necessário à
execução dos estudos.

No caso de ocupação temporária do terreno, para realização de


escavações nas jazidas declaradas de utilidade pública, deverá ser lavrado
um auto, antes do início dos estudos, no qual se descreva o aspecto exato do
local (art. 14).

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• Terminados os estudos, o local deverá ser restabelecido,


sempre que possível, na sua feição primitiva.
• Em caso de escavações produzirem a destruição de um relevo
qualquer, essa obrigação só terá cabimento quando se
comprovar que, desse aspecto particular do terreno,
resultavam incontestáveis vantagens para o proprietário.

Em casos especiais e em face do significado arqueológico


excepcional das jazidas, poderá ser promovida a desapropriação do imóvel,
ou parte dele, por utilidade pública.

Nenhum órgão da administração federal, dos Estados ou dos


Municípios, mesmo no caso do art. 28 desta lei, poderá realizar escavações
arqueológicas ou pré-históricas, sem prévia comunicação à Diretoria do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, para fins de registro no cadastro de
jazidas arqueológicas (art. 16).
• Dessa comunicação deve constar, obrigatoriamente, o local, o
tipo ou a designação da jazida, o nome do especialista
encarregado das escavações, os indícios que determinaram a
escolha do local e, posteriormente, uma súmula dos resultados
obtidos e do destino do material coletado.

Das Descobertas Fortuitas


A posse e a salvaguarda dos bens de natureza arqueológica ou pré-
histórica constituem, em princípio, direito imanente ao Estado (art. 17).

A descoberta fortuita de quaisquer elementos de interesse


arqueológico ou pré-histórico, histórico, artístico ou numismático, deverá ser
imediatamente comunicada à Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico

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Nacional, ou aos órgãos oficiais autorizados, pelo autor do achado ou pelo


proprietário do local onde tiver ocorrido.
• O proprietário ou ocupante do imóvel onde se tiver
verificado o achado, é responsável pela conservação
provisória da coisa descoberta, até pronunciamento e
deliberação da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional.
• A infringência da obrigação implicará na apreensão
sumária do achado, sem prejuízo da responsabilidade do
inventor pelos danos que vier a causar ao Patrimônio Nacional,
em decorrência da omissão.

Da Remessa, Para o Exterior, de Objetos de Interesse Arqueológico ou


Pré-Histórico, Histórico, Numismático ou Artístico
Nenhum objeto que apresente interesse arqueológico ou pré-
histórico, numismático ou artístico poderá ser transferido para o exterior, sem
licença expressa da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,
constante de uma "guia" de liberação na qual serão devidamente especificados
os objetos a serem transferidos (art. 20).
▪ A inobservância da prescrição acima implicará na apreensão
sumária do objeto a ser transferido, sem prejuízo das demais
cominações legais a que estiver sujeito o responsável.
▪ O objeto apreendido será entregue à Diretoria do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional.

Disposições Gerais
O aproveitamento econômico das jazidas, objeto desta lei,
poderá ser realizado na forma e nas condições prescritas pelo Código de Minas,
uma vez concluída a sua exploração científica, mediante parecer favorável

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da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ou do órgão oficial


autorizado (art. 22).
• De todas as jazidas será preservada sempre que possível ou
conveniente, uma parte significativa, a ser protegida pelos
meios convenientes, como blocos testemunhos.

O Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas


encaminhará à Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional qualquer
pedido de cientista estrangeiro, para realizar escavações arqueológicas ou
pré-históricas, no país.

Nenhuma autorização de pesquisa ou de lavra para jazidas, de


calcáreo de concha, que possua as características de monumentos
arqueológicos ou pré-históricos, poderá ser concedida sem audiência prévia
da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

A realização de escavações arqueológicas ou pré-históricas, com


infringência de qualquer dos dispositivos da lei, dará lugar à multa, sem
prejuízo de sumária apreensão e consequente perda, para o Patrimônio
Nacional, de todo o material e equipamento existentes no local.

Para melhor execução da lei em estudo, a Diretoria do Patrimônio


Histórico e Artístico Nacional poderá solicitar a colaboração de órgãos federais,
estaduais, municipais, bem como de instituições que tenham, entre os seus
objetivos específicos, o estudo e a defesa dos monumentos arqueológicos e pré-
históricos.

A Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional manterá um


Cadastro dos monumentos arqueológicos do Brasil, no qual serão

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registradas todas as jazidas manifestadas, de acordo com o disposto na lei em


estudo, bem como das que se tornarem conhecidas por qualquer via.

As atribuições conferidas ao Ministério da Educação e Cultura, para o


cumprimento da lei em estudo, poderão ser delegadas a qualquer unidade da
Federação, que disponha de serviços técnico-administrativos especialmente
organizados para a guarda, preservação e estudo das jazidas arqueológicas e
pré-históricas, bem como de recursos suficientes para o custeio e bom
andamento dos trabalhos.
• O produto das multas aplicadas e apreensões de material
legalmente feitas, reverterá em benefício do serviço estadual
organizado para a preservação e estudo desses monumentos.

Aos infratores da lei em estudo serão aplicadas as sanções do


Código Penal, conforme o caso, sem prejuízo de outras penalidades
cabíveis.

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