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16/09/2018 Fremdschämen, a constrangedora ‘aula’ sobre nazismo dos brasileiros aos alemães | Brasil | EL PAÍS Brasil

BRASIL

HISTÓRIA ›

Fremdschämen, a constrangedora ‘aula’ sobre nazismo


dos brasileiros aos alemães
O termo alemão para "vergonha alheia" resume o que foi a enxurrada de
críticas de internautas brasileiros a um vídeo da Embaixada alemã
afirmando que nazismo é de direita

GETTY

MARINA ROSSI | REGIANE OLIVEIRA

São Paulo / Recife - 16 SET 2018 - 19:59 CEST

Uma palavra sintetiza a aula sobre nazismo que um grupo de


MAIS INFORMAÇÕES
brasileiros tentou dar aos próprios alemães na Internet:
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fremdschämen (vergonha alheia). O que era para ser um vídeo sobre
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use Embaixada da Alemanha em Brasília e pelo Consulado Geral em
Recife, se tornou um campo de guerra nas redesCONTINUE
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O descaso que corrói
o patrimônio, de

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parque arqueológico De um lado, brasileiros que não acreditam no holocausto e garantem


à casa de Santos
Dumont
que o nazismo era uma ideologia de esquerda, contestavam a
história divulgada pelo Governo alemão. Do outro, brasileiros
A grande mentira do
carisma de Hitler
envergonhados pediam desculpas pelos comentários exaltados. E no
meio, a embaixada alemã tenta equilibrar os ânimos e corrigir os
A caçada aos últimos
néscios: "O holocausto é um fato histórico, com provas e
nazistas continua
testemunhas que podem ser encontradas em muitos lugares da
Europa", publicou em resposta a um internauta que afirmou que  o
"holofraude está com os dias contados".

No vídeo institucional, a Alemanha explica que desde cedo as crianças são ensinadas
confrontar os horrores do holocausto, como parte do pensamento de conhecer e
preservar a história para não repeti-la. No país é crime negar o holocausto, exibir
símbolos nazistas, fazer a saudação "Heil Hitler". O vídeo deixa claro que o nazismo é
uma ideologia da extrema direita. "Devemos nos opor aos extremistas de direita, não
devemos ignorar, temos que mostrar nossa cara contra neonazistas e antissemitas",
afirma no vídeo Heiko Mass, ministro das Relações Exteriores.
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Muitos
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usese chamava Partido dos Trabalhadores Socialistas? Onde tem extrema direita?",
não
perguntou um internauta, em relação ao Partido Nacional Socialista CONTINUE
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dos Trabalhadores
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Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei), que ficou ativo no país entre

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1920 e 1945. O partido de Hitler misturava uma cultura paramilitar racista, populista,
antissemita e anti-marxista, algo como "contra tudo o que está aí" e " ou pelos
verdadeiros alemães "de bem".

Houve quem tentasse explicar onde estava o erro da embaixada: "Não é só pelo nome do
partido. É uma concentração de poder no Estado. A esquerda (comunismo/socialismo)
acredita em poder centralizado no governo para a construção de uma sociedade melhor.
A direita acredita na descentralização desse poder, por isso advoga um poder maior ao
indivíduo e não ao coletivo (...)". Isto é, como Hitler centralizava o poder, logo, ele não
poderia ser de direita, segundo esse internauta.

Enquanto alguns tentavam ver o lado positivo da iniciativa e marcavam amigos para
tentar provar que o nazismo é, sim, de direita - "(...) se o Consulado alemão explicando
que o nazismo é de extrema direita não te convencer, não sei o que mais poderá",
escreveu um internauta. Outros até ameaçaram a embaixada: "[Vocês] perderam uma
enorme chance de ficar de boca fechada. Mas não se preocupem. Estou compartilhando
este post na Alemanha. Vamos ver o que irão dizer!"

Damaris Jenner, responsável para assuntos de imprensa na embaixada, explica que a


ideia era falar sobre como se ensina história na Alemanha. “Na semana em que
pensamos em fazer esse vídeo, aconteceram as manifestações em Chemnitz e vários
jornais brasileiros noticiaram”, diz ela. Os protestos foram realizados por militantes da
extrema direita desde o final de agosto contra a morte de um alemão, supostamente
esfaqueado por dois imigrantes, e que terminaram em atos de violência.

“Achamos que seria interessante ligar esses dois assuntos para mostrar essa discussão
na Alemanha”, afirma Jenner. Mas a reação dos internautas surpreendeu. “Não
imaginávamos que repercutiria dessa forma”, diz. “Nosso vídeos costumam ser bem
assistidos, mas esse foi excepcional”. Até o fechamento desta reportagem, o vídeo tinha
mais de 630.000 visualizações na página da embaixada. Jenner diz que, além da
audiência alta, fez diferença o engajamento dos usuários. "Geralmente tem menos
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debate”,
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"Quem protesta contra os nazistas não é de esquerda, mas normal"; "direitos humanos ao invés de humanos de
direita" e "nós somos todos humanos", nos cartazes em protesto em Chemnitz, na Alemanha, no dia 3 de
setembro. MATTHIAS RIETSCHEL (GETTY IMAGES)

Apesar da polêmica e de alguns comentários pouco cordiais de usuários, a embaixada


não pretende retirar do ar a publicação. “Isso é um assunto importante em muitos
países atualmente”, diz Jenner, sobre a temática levantada pelo vídeo. “Mas as reações
daqui são devido a situação política do Brasil”, afirma. Desde as jornadas de junho de
2013, o país vive um clima acirrado de polarização política. Grupos alinhados ao
pensamento da direita se uniram em torno do impeachment da petista Dilma Rousseff.
Enquanto grupos de esquerda acusavam os adversários de golpe. Neste cenário, a
defesa falaciosa de que o nazismo seria um movimento de esquerda se tornou comum
entre militantes da direita nas redes sociais.

Na escola, os alemães começam a aprender sobre o nazismo quando têm  entre 13 anos
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15 anos.
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Brasil também.
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terceiro ano do ensino médio", afirma o professor de história da rede pública de São
use
Paulo Danilo Oliveira. A diferença é que, enquanto na Alemanha a história do Terceiro
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Reich está nas ruas, no turismo e nas memórias das famílias, TO SITE
as lembranças
do passado de influência nazista vão sendo apagadas pelo desinteresse sobre o tema.
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É o que aconteceu com a Fazenda Cruzeiro do Sul, em Paranapanema, interior do


Estado, onde funcionou na década de 1930 uma colônia nazista. A história da fazenda
ganhou destaque a partir do trabalho do historiador Sydney Aguilar que descobriu como
50 meninos órfãos do Rio de Janeiro foram escravizados por dez anos a ponto de terem
sido privados até mesmo de seu nome, eles só ganhavam números. Essa história foi
contada no filme Menino 23, lançado em 2016. O prédio da sede, construído com tijolos
com o desenho da suástica, já não existe mais. O proprietário começou a demolir a
estrutura em 2012, e terminou em 2016. E só restou à Procuradoria Geral do Estado
processar o dono.

O professor Oliveira admite que o nível de informação dos brasileiros sobre grandes
temas da humanidade, como o nazismo, pode piorar nos próximos anos. Isso porque a
diferença entre as ideologias de direita e esquerda são mais aprofundadas nas
disciplinas de história e sociologia no ensino médio, que deixarão de ser obrigatórias se
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para esta etapa de estudos for aprovada. Por
enquanto, como disse um internauta, "brasileiros questionando a embaixada alemã
sobre nazismo é 8 a 1 para Alemanha". Mas pelo andar das coisas, esse placar ainda tem
potencial para crescer muito.

ARQUIVADO EM:

Extrema direita · Extrema esquerda · Holocausto judeu · Alemanha · Nazismo · Brasil · Europa Central
· Ultradireita · Segunda Guerra Mundial · América do Sul · América Latina · História contemporânea

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