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Guia de Trabalhos Práticos de Física Experimental II

EExperimental , Parte II

ÍNDICE

1) Introdução

2) Trabalhos práticos

Prática 1 Medições básicas da eletricidade

Prática 2 Leis de Kirchhoff

Prática 3 Campo magnético em espiras simples. Lei de Biot – Savart

Prática 4 Balança de corrente. Força de Lorentz

Prática 5 Leis das lentes

Prática 6 Instrumentos ópticos simples

Prática 7 Interferência da Luz. Biprisma e espelho de Fresnel

Prática 8 Difracção em fendas e redes

Elaboração: Prof. Dr. Karl Krusch


Ajuste e revisão: Prof. Dr. José A. R. Pérez
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1) Introdução

O caderno de laboratório
É necessário ter um caderno de laboratório para cada grupo (equipa) de trabalho durante as
experiencias, para registrar os resultados obtidos. A capa deve conter: o curso, turma, número
do grupo e nomes dos alunos que formqan o grupo. No inicio de cada trabalho deve ser
registrado no caderno a data, o titulo da experiencia a realizar bem como toda a informação
necessária auxiliar.
Os dados devem ser registrados no caderno de laboratório no tempo da sua observação.
Nem memoria nem pedaços de papel devem ser usados – copiar duma folha para
outra normalmente introduz erros. O experimentalista deve ter presente o seu caderno de
laboratório quando está em acção! Quando está, de facto, em acção, deve considera os
seguintes pontos:

a) Todas experiências devem possuir um título e a indicação da data da sua realização.


b) Os registos devem ser feitos a tinta.
c) Os gráficos devem ser claros com destaque para os pontos seguintes:
 Os eixos devem ser marcados com as quantidades físicas e respectivas unidades
antes de representarem os pontos experimentais;
 As escalas devem ser sensatamente escolhidas;
 Cada gráfico deve possuir um título.
d) Todas as tabelas devem ter as colunas rotuladas e devem ser desenhadas mais
colunas do que as que se julga serem necessárias. Todas as colunas devem ser
marcadas com a grandeza física respectiva. Os dados devem ser registrados de
acordo com a resolução dos aparelhos de medida e com as regras dos algarismos
significativos.
e) No caderno deve ficar registrada toda informação necessária à compreensão do que
realmente aconteceu de modo a esta possa ser refeita alguns anos depois.
f) Utilizar desenhos e diagramas em todas as fases da experiencia. Muita observação é
visual e é importante registar o que é observado.
g) Os dados devem ser registados na forma primária.
h) Os gráficos devem ser colados ou agrafados no caderno.
i) As questões que constam no final de cada trabalho devem ser respondidas no caderno
de laboratório e previamente à realização de cada trabalho.

O relatório
A escritura dum relatório completo sobre a experiencia realizada é uma parte importante
da aprendizagem do estudante sobre a construção do conhecimento científico. Será feito un
relatório por cada prática e por cada grupo. Quando fazam estes relatorios eles devem
obedecer ao esquema seguinte:
a) A capa debe conter o curso, turma, número do grupo, nome dos autores e título da prática

b) Introdução Inclusão de objectivos e breve resumo histórico.


c) Teoria Sumario dos passos principais. Máximo de duas
páginas.
d) Método experimental Equipamento utilizado, boas figuras com legendas.
e) Resultados Inclui os passos principais dos cálculos bem como
os resultados expressos em unidades SI.
f) Discussão e Conclusões Avaliam-se os erros e discutem-se as dificuldades
encontradas durante a experiencia. Discute os
resultados da experiencia em relação aos objectivos
g) Referencias Devem conter um numero, em frente do qual se
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escreve: “titulo do livro, autor, editor e data”.


Esse número deve aparecer no corpo do relatório sempre
que forem usados resultados dessa referencia.

Na escritura do relatório, considerem-se ainda os seguintes pontos:


a) Todos os diagramas devem ser esquemáticos e não desenhados em perspectiva.
Devem ser bem rotuladas com um número e conter uma legenda, sendo referidas no
texto como “Figura”.
b) Todas as tabelas devem ser bem rotuladas com um número e conter uma legenda,
sendo referidas no texto como “Tabela”.
c) Dar um numero às equações importantes e usar estes números quando se referenciam
as equações no texto.
d) O relatório deve conter referencias a outros trabalhos.
e) Preste atenção ao estilo de escrita e evite escrever na forma de notas.
f) Não use sarcasmo e humor!
g) Reler sempre o relatório antes de o entregar. Preste atenção aos números das figuras,
tabelas etc.
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2) Trabalhos práticos

Prática 1 Medições básicas da electricidade

a) Temas programáticos:
 Medições de grandezas eléctricas, como intensidade de corrente, tensão e
resistência
 Erros das medições
 Aplicações do multímetro para medir correntes, tensões e resistências elétricas
 Medição de temperatura utilizando um termopar

b) Objectivo:
 Conhecer um circuito elétrico básico com fonte de tensão e resistência
 Medir a intensidade de corrente, tensão elétrico e resistência utilizando um
multímetro
 Medir a temperatura de corpos utilizando um termopar

c) Aplicações nas engenharias


Em cada engenharia é necessário medir parâmetros eléctricos de máquinas ou dispositivos
para verificar o seu funcionamento ou identificar avarias. As medições eléctricas também
servem para determinar temperaturas (termopar, resistência) e pressão (cristais piezelétricos).
Cristais de quartzo p. e. produzem tensões eléctricas periódicas que definem o “timing” de
processadores de computadores. Estes períodos de tempo também podem ser utilizados
como padrões de unidades de tempo.

d) Conhecimentos necessários:
Lei de Ohm, definições de corrente eléctrica, tensão eléctrica, resistência, princípio de um
termopar

e) Literatura para consultar


 Karl Krusch, Sebenta de Física, ISPTEC 2012, p. 38 – 46

f) Teoria
 Grandezas básicas da electricidade
Carga eléctrica:
A cada partícula pode ser atribuída uma carga eléctrica. Assim a carga eléctrica é um atributo
da matéria parecido como a massa. Ao contrário da massa, a carga eléctrica pode ser positiva,
negativa ou nula. A carga menor é a carga do electrão, e a unidade da carga eléctrica é o
coulomb (C).
A carga do electrão é uma constante fundamental da física: e = 1,602 ·10-19C.
Cargas q1 e q2 do mesmo sinal provocam forças repulsivas, cargas com sinal diferente
provocam forças atractivas:

Figura a: Forças atractivas e repulsivas entre cargas


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Energia Eléctrica, tensão eléctrica:
Quando uma carga Q é movida de um ponto para outro numa região onde existe um
campo eléctrico, há trabalho eléctrico W gasto pelo agente que produz o movimento.

W = Q ∙ U, onde U = diferença do potencial entre os dois pontos. (1)

Num circuito, U chama-se comummente tensão eléctrica ou voltagem e é também costume nos

textos usar o símbolo V ou 𝜟V. A unidade da tensão é [U] = volt = V.

Intensidade de corrente:
A aplicação de uma tensão entre dois pontos de um condutor eléctrico, por exemplo, um
metal, provoca um movimento de carga eléctrica. Dice-se que tem-se produzido uma
corrente eléctrica. Quando a carga Q passa numa secção transversal de um condutor
durante o tempo t, flui uma corrente de intensidade
Q
I  (2)
t
A unidade da intensidade de corrente é [ I ] = A = ampere. Nos met ais, as cargas que
se movem são os electrôes (cargas neg ativas), mas uma carga negativa que
se move num sent ido é equivalente a uma carga potiva do mesmo valor
modular movendo -se em sentido contrário. Por convenção, o sentido en que se
movem as cargas positivas é tomado como o sentido posit ivo da corrent e.

Resistência eléctrica:
Quando U é a tensão entre os dois extremos de um condutor em que passa uma corrente de
intensidade I, o respectivo quociente destas duas grandezas é chamado resistência eléctrica
U
R  (3). A unidade de R é [R] = Ω = Ohm.
I
Para muitos metais R é constante e independente da intensidade de corrente (grande intervalo
das intensidades).

 R = constante  U = R∙ I (Lei de Ohm) (4)


Com estas ferramentas podemos descrever o circuito simples abaixo:

R I
U

Figura b: Circuito eléctrico com fonte de tensão, resistência, amperímetro e voltímetro


A fonte de tensão é uma fonte local que fornece uma tensão constante U. Para medir a
intensidade de corrente, um multímetro é ligado em serie com a fonte de tensão e a resistência
R. Este multímetro trabalha no modo de amperímetro. Para determinar a queda de tensão
sobre a resistência R, o mesmo ou outro multímetro (ligado em modo de voltímetro) é ligado
em paralelo com a resistência R.

 O Multímetro Digital
Um multímetro pode ser utilizado para medir várias grandezas da electricidade, como:
 Tensão (constante e alternada)
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 EExperimental
Intensidade de corrente (constante e alternada), Parte II
 Resistência
 Capacidade
 Indutância
 Temperatura
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A parte principal de cada multímetro é um voltímetro. Como mostra a figura c, a parte
voltímetro contém um gerador de uma tensão que aumenta linearmente com o tempo (forma
“dente de serra”), um oscilador, que produz uma tensão periódica com frequência definida, um
comparador, um contador e um ecrã que indica o resultado da medição. Assim o sinal da
tensão para medir é comparado com a tensão do gerador. Durante o aumento da tensão do
gerador em cada unidade de tempo, definido pelo oscilador, o contador é aumentado de um.
Quando a tensão do gerador é igual à tensão a medir, o oscilador pára e o conteúdo do
contador aparece no ecrã como resultado da medição.

Comparador Gerador
Ecrã

Contador

Figura c: Princípio de um Voltímetro Digital


Assim, é claro que cada Multímetro precisa de uma fonte de tensão, como pilhas ou uma célula
solar. A resistência de entrada dum Voltímetro deve ser alta (no nosso caso 10MΩ) para
minimizar a corrente que passa no instrumento e pode falsificar o resultado. Aumentando a
frequência do oscilador também aumenta a exactidão do aparelho.
A faixa de medição de um Voltímetro tem que ser alterada, quando queremos por exemplo
medir uma tensão entre 200V e 250V em vez de uma tensão entre 5V e 10V. Esta alteração é
feita dividindo a tensão a medir utilizando resistências como mostrado na figura d.

Figura d: Divisão da
tensão a medir para
aumentar a faixa de
medição
Lembramos que
• Resolução: Cota menor, que pode ser medida com um instrumento, ou a diferença
menor entre dois valores que ainda podem ser distinguidos com o
instrumento.
• Incerteza: Parâmetro associado ao resultado da medição, que caracteriza a dispersão
dos valores que podem ser razoavelmente atribuídos à grandeza medida.
• Erro: Diferença algébrica entre o resultado da medição e o valor verdadeiro da
medida.
• Erro relativo:  Quociente do erro da medição pelo valor verdadeiro da medida.

Usualmente a resolução e a incerteza de um meio de ensaio são listados no manual do


respectivo aparelho. Tabela 1 mostra os dados do nosso Multímetro:
Faixa de medição Resolução Incerteza
200mV 100 μV
2V 1 mV +/- 0,5% do valor + 2 dígitos
20V 10 mV
200V 100 mV
1000 V 1V +/-0,8% do valor + 2 dígitos
Tabela 1: Características da parte Voltímetro dependente da faixa de medição
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A parte Amperímetro utiliza a parte Voltímetro para determinar a tensão caída sobre uma
resistência interna (shunt) aplicando a lei de Ohm. As características da parte Amperímetro do
nosso Multímetro são listadas na tabela 2.

Faixa de medição Resolução Incerteza


2 mA 1 μA +/- 1% do valor + 3 dígitos
20 mA 10 μA +/- 1.5% do valor + 3 dígitos
200 mA 100 μA
20 A 10 mA +/- 2,5% do valor + 10 dígitos
Tabela 2: Características da parte Amperímetro dependente da faixa de medição

Para medir resistências um gerador de corrente constante é integrado no multímetro. A queda


de tensão sobre a resistência a medir é determinada utilizando a parte Voltímetro do aparelho
(figura e).

Gerador
Voltímetro
de
corrente Digital
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Figura e: Princípio de um Ohmímetro Digital

As características para as medições de resistências são listadas na tabela 3:


Faixa de medição Resolução Incerteza
200Ω 0,1Ω +/- 1% do valor + 4 dígitos
2kΩ 1Ω +/- 1% do valor + 2 dígitos
20kΩ 10Ω +/- 1,2% do valor + 2 dígitos
200kΩ 100Ω
2 MΩ 1kΩ
20MΩ 10kΩ +/- 2% do valor + 5 dígitos
Tabela 3: Características da parte Ohmímetro dependente da faixa de medição

Medição da temperatura

Um “termopar”, também chamado de “par termoeléctrico”, consiste de dois fios metálicos de


metais diferentes, que são ligados num ponto de soldadura. No ponto onde estes dois fios são
soldados existe, nos dois lados da área de separação, um gás de electrões, usualmente com
densidades n1 e n2 diferentes.

n1 n2 Figura f: Zona de contacto


dos dois metais

Por tanto, electrões do metal com densidade mais alta vão difundir no metal de densidade dos
electrões mais baixa. Forma-se assim uma zona da carga positiva e uma zona de carga
negativa perto do contacto. Existirá, então, uma diferença de potencial ou tensão eléctrica (ou
voltagem) nos extremos do contacto, que é função da temperatura e depende também dos
metais que formam o par (figura g). Por tanto, dados dois metais específicos, medindo a
diferencia de potencial, é possível determinar a temperatura.

Figura g: Par termoeléctrico formado pelos metais A e B.

Só precisa-se fazer previamente uma calibração, quer dizer, determinar experimentalmente,


para esse par de metais, a relação entre voltagem e temperatura, que pode ser expressada por
uma curva ou uma tabela. A voltagem pode ser medida com um voltímetro ou com a parte
“voltímetro” dum multímetro. Existem dificuldades em estas medições relativas à existência de
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quedas de potencial diferentes nos contactos dos dois metais do termopar com os terminais do
instrumento. Estas dificuldades são geralmente eliminadas mediante esquemas de medição
que introduzem o uso de duas uniões, uma das quais é mantida a uma temperatura fixa, por
exemplo, 0 0C, (ponta fria). Na prática pode trabalhar-se a temperatura ambiente e fazer-se a
correcção correspondente. Há alguns multímetros que já têm a informação da curva de
calibração e a correcção e, por tanto, dão directamente o valor da temperatura para um par
termoeléctrico específico. Também há interfaces para computadores e programas específicos
que permitem medir directamente a temperatura. No nosso caso empregaremos, para a
presente experiência, multímetros que têm a calibração necessária para os chamados
termopares do tipo K, que usualmente consistem de fios das ligas chamadas de cromel e
alumel.Têm as características seguintes:

Faixa de medição Resolução Incerteza


-20 … +760ºC 1ºC +/- 3% do valor + 3 dígitos
-4 … +1400ºF 1ºF

Tabela 4: Características da parte Medição da Temperatura

g) Montagem da experiencia e o equipamento utilizado

O equipamento da experiência é montado de acordo com as figuras h, i, j.

Figura h:
Medição da
Intensidade de
corrente
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Figura i:
Medição da
tensão

Figura j:
Medição da
temperatura
duma lâmpada
utilizando um
termopar

h) Procedimento experimental
1) Ligue uma resistência de R = 330 Ω a uma fonte de tensão. Varie a tensão U entre 1V
e 10V em passos de 1V e meça em cada passo a tensão e a intensidade de corrente.
Determine os valores das incertezas em cada medição. Mostre os dados numa tabela.
Prepare um gráfico em EXCEL da intensidade de corrente em função da tensão
aplicada. Faça o ajuste linear e determine o valor da resistencia a partir do declive da
recta.
2) Execute a mesma experiência com uma resistência de R = 1 kΩ. Registre os dados
respectivos no mesmo diagrama preparado no ponto 1).
3) Verifique os valores das duas resistências utilizando o multímetro no modo “resistência”.
Calcule as incertezas em cada caso.
4) Compare os valores das resistências deduzidas dos gráficos de 1) e 2) com os valores
medidos em 3).
5) Ligue uma lâmpada na fonte de tensão. Observação: leve em conta o valor
máximo da tensão soportada pela lâmpada, a qual será informada no
laboratório. Meça a temperatura do vidro e da parte metálica da lâmpada fazendo
contacto directo com o termopar, para dois valores diferentes da tensão de alimentação.
Determine as incertezas das medições.
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Exemplo de processamento dos dados experimentais:


Dados das incertezas segundo o fabricante:

Voltagem medida, V Valor a reportar, Corrente medida, Valor a reportar


(faixa 20 V) (V) mA (faixa 200 mA) (ma)
6,00 6,00 ± 0,05 18,2 18,2 ± 0,6
7,02 7,02 ± 0,06 21,2 21,2 ± 0,6
8,00 8,00 ± 0,06 24,2 24,2 ± 0,7
9,00 9,00 ± 0,07 27,3 27,3 ± 0,7
Tabela 3: Valores medidos e valores a reportar

Exemplo de cálculo da voltagem:


Valor medido = 6,00 V na faixa de 20 V. Por tanto a incerteza é 0,5 % de 6,00 + 2 dígitos.
Então devemos multiplicar 6,00 X 0,005 = 0,03. Como esse cálculo deu o mesmo número de
cifras decimais que tem o valor medido, fica assim (se esse cálculo desse mais de duas
cifras, haveria que arredondar a duas cifras). Agora há que agregar dois dígitos à última
cifra, ou seja, escrevemos 0,03 + 0,02 = 0,05. Por tanto, o valor a reportar é 6,00 ± 0,05 V.
No caso seguinte na tabela temos: Valor medido = 7,02 e, por tanto, a incerteza é 0,5 % de
7,02 + 2 dígitos. Neste caso temos 7,02 X 0,005 =0,0351. Temos que arredondar a duas
cifras decimais, ou seja, obtemos 0,04 + 2 dígitos = 0,04 + 0,02= 0,06. Então o valor a
reportar é 7,02 ± 0,06 V.

Exemplo de cálculo da corrente:


Valor medido = 2,03 na faixa de 20 mA, por tanto a incerteza é 1,5 % de 2,03 + 3 dígitos.
Então devemos multiplicar 2,03 X 0,015 = 0,03045. Agora arredondamos até a centésima,
ou seja, temos 0,03 + 3 dígitos = 0,06. Logo, o valor a reportar é 2,03 ± 0,06. Valor medido =
18,2 na faixa de 200 mA, por tanto a incerteza é 1,5 % de 18,2 + 3 dígitos. Então devemos
multiplicar 18,2 X 0,015 = 0,273. Agora arredondamos até a décima, ou seja, temos 0,3 +3
dígitos = 0,3 + 0,3 =0,6. Logo, o valor a reportar é 18,2 ± 0,6 mA.
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Prática 2 Leis de Kirchhoff

a) Temas programáticos:
 Lei de Ohm
 Leis de Kirchhoff

b) Objectivo:
 Aplicar as leis de Ohm e de Kirchhoff aos circuitos eléctricos de corrente e
tensão continua.

c) Aplicações nas engenharias


As leis de Ohm e Kirchhoff são a base para dimensionar e analisar circuitos eléctricos. Assim
tem aplicações na Engenharia Electrotécnica, por exemplo em redes eléctricas, máquinas
eléctricas e electrónica.

d) Conhecimentos necessários:
Lei de Ohm, Leis de Kirchhoff, definições de corrente eléctrica, voltagem,
resistência e resistividade

e) Literatura para consultar


 Guia das práticas de Física Experimental II
 Paul A. Tipler: Física, Volume 2, 6.Edição, LTC 2012, p. 145 – 164
 Jearl Walker: Fundamentos de Física, Volume 3, 9.Edição, LTC 2012, p. 133 – 145,
p. 157 - 172I

f) Teoria
As Leis de Kirchhoff permitem a determinação das voltagens e correntes de circuitos eléctricos
que consistem de várias resistências eléctricas (redes eléctricas).

 Regra dos Nós de Kirchhoff:


“A soma de todas as correntes em cada uma das ramificações que desembocam nos nós é
nula.”
Esta lei é uma consequência directa da conservação da carga electrica.

Figura a: Ilustração da Lei dos Nós de Kirchhoff

Conservação da carga eléctrica  (I 1 ) I 2 (I 3 ) I 4 (I 5 ) 0 (1)
As correntes que saiam do nó contam negativo, as que entram, positivas.
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 Regra das Malhas de Kirchhoff:

A tensão total ao longo de uma malha fechada de um circuito, i.é. a soma de todas as quedas
de tensão em cada um dos elementos (por exemplo resistências) de que a malha é constituída
é nula:

Figura b: Ilustração da Lei das Mahlas de Kirchhoff

Conservação da Energia U1 + U2 + U3 + … = 0 (2)

Fontes de tensão entram com valores negativos na soma.

Aplicações das Leis de Kirchhoff:

 Ligação de resistências em série:

Ligamos duas resistências R1 e R2 em serie em uma fonte de tensão U. As tensões que caiem
sobre as resistências e a corrente I que passa no circuito são medidas como indicado na figura
c.

Figura c: Circuito com 2 resistências em serie

Lei de Ohm: U1 = R1 I


U2 = R2  I
Regra das malhas de Kirchhoff U = U1 + U2 = R1 I + R2 I = (R1 + R2) I
 U = Rtot I , com Rtot = R1 + R2 (3)

Assim podemos substituir duas resistências em serie por uma resistência com um valor da
soma das duas.
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 Ligação de resistências em paralelo:

Figura d: Circuito com 2 resistências em paralelo

Lei de Ohm: U = Rtotal I  I = U / Rtot


U1 = R1 I1  I1 = U1 / R1
U2 = R2 I2  I2 = U2 / R2
Regra dos nós de Kirchhoff  U1 = U2 = U  I = I1 + I2
U/ Rtot = U1 / R1 + U2 / R2

(4)

g) Procedimento Experimental:

Atenção: Não ultrapasse a potência máxima das resistências indicada acima delas.
Os resultados de todas as medições realizadas devem ser reportados com as suas
Incertezas. Use sempre as escalas mais baixas possiveis (melhor resolução)

1) Monte o circuito seguinte, intercalando o multímetro segundo preciso. Escolha R = 47Ω,


R1 =1kΩ e R2 =470Ω. Aplique a tensão U = 10V e meça as correntes em todas as
ramas, I, I1 e I2. Verifique a lei de nós de Kirchhoff (equação 1). Calcule a resistência
equivalente, e a corrente total I pela Lei de Ohm e compare com o valor medido:

1 kΩ
47 Ω
470 Ω
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2) Monte um circuito com duas resistências em paralelo, como na figura d. Escolha R1 =1kΩ e
R2 =470Ω. Aplique a tensão U = 10V e execute as mesmas operações como no ponto 1.

3) Monte o cicuito seguinte, aplique uma tensão de 10 V e execute as mesmas operações como
no ponto 1:

1kΩ

470 Ω 47 Ω

U
4) Monte um circuito com duas resistências em serie, como na figura c. Escolha R1 =1kΩ e R2
=470Ω. Aplique a tensão U = 10V e meça U1, U2 e I. Compare os valores de tensão
medidos com os valores calculados aplicando a lei de Ohm. Verifique a lei das m a l h a s de
Kirchhoff (equação 2). Calcule la resistência equivalente, determineo valor da corrente
empregando a Lei de Ohm e compare com o valor medido.

5) Execute o mesmo experimento anterior com R1 = 1kΩ e R2 = 10Ω.

6) Meça as resistências R dos resistores disponíveis utilizando o multímetro e compare com os


valores reportados pelo fabricante.
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Prática 3 Campo magnético em espiras simples. Lei de Biot –Savart

a) Temas programáticos:
 Campo Magnético de um condutor, Lei de Biot - Savart
 Campo Magnético de uma bobina
 Efeito de Hall, sonda de Hall

b) Objectivo:
 Compreender e fixar a geração de campos magnéticos utilizando bobinas
 Compreender o funcionamento de sondas Hall
 Medir campos magnéticos utilizando sondas Hall
 Verificar a Lei de Biot – Savart medindo os campos magnéticos de bobinas com
várias dimensões e números de espiras.

c) Aplicações nas engenharias

Os campos magnéticos têm aplicações importantes em várias engenharias. O s m otores


electricos e geradores electricos só funcionam com campos magnéticos. Campos magnéticos
variáveis são utilizados para a transformação de tensões eléctricas e para produzir
radiação electromagnética (luz, transmissão de dados (wireless), radar). Os discos rígidos
de computadores guardam os dados digitais (0 ou 1) dependentes da direcção da
magnetização. A direcção da magnetização é alterada aplicando campos magnéticos
(escrever nova informação no disco). Na medicina o s campos magnéticos são utilizados
como meios de diagnóstico (tomografia de ressonância magnética nuclear, medição de
campos magnéticos causados por correntes electricas do cérebro com Squids).
As sondas de Hall são os dispositivos mais utilizados para medir campos magnéticos. São
compactas, económicas e adequadas para medir uma grade gama dos campos.

d) Conhecimentos necessários:

Força de Lorentz, definição do campo magnético, Lei de Biot – Savart, Efeito de Hall, indução
magnética

e) Literatura para consultar


 Guia das práticas de Física Experimental II
 Paul A. Tipler: Física, Volume 2, 6.Edição, LTC 2012, p. 219 – 231
 Jearl Walker: Fundamentos de Física, Volume 3, 9.Edição, LTC 2012, p. 219 – 232

f) Teoria
 Campos magnéticos
Os campos Magnéticos são gerados por carga eléctrica em movimento. O campo
magnético é definido em analogia do campo eléctrico:

Definição:
Um campo magnético é uma zona onde uma força é aplicada sobre um magnete. Magnetes
têm sempre um pólo norte e um pólo sul. Os dois pólos não podem ser separados.
Campos magnéticos são produzidos por magnetes permanentes e por correntes
eléctricas.
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Experimentalmente foi encontrado, de que uma carga eléctrica q sofre uma força F quando
passa por uma região onde há um campo magnético B.
  
 F qv B (1)

Uma força deste tipo chama-se f o r ç a d e L o r e n t z . Onde as c a r g a s e m


m o v i m e n t o experimentarem uma força desta natureza, diz-se que existe um campo
magnético.

A unidade de B: B


1N J
1 1
= 1Vsm 2 1T (1 tesla = 104 gauss)
1C 1ms mCms 1

 Efeito de Hall

Figura a: Sonda de Hall


Uma corrente passa um condutor ou semicondutor perpendicular dum campo magnético B. A
força de Lorentz, no campo magnético, desvia os portadores de carga para o lado ate eles
formarem um campo eléctrico transversal
  
EH v B (2)
que compensa a força de Lorentz. A tensão transversal correspondente permite, portanto medir
a velocidade da carga v directamente, quando B é conhecido, ou B pode ser terminado quando
v é conhecida.
Com a geometria da figura a EH = U/d = v B (3)
Considerando a relação entre corrente I e a velocidade de portadores da carga v

 I  jbd e n v A (4)


onde j = densidade de corrente, A = área transversal do condutor, e = carga de electrão, n =
densidade de portadores da carga.
I
(4)  v (5)
e n A
(3) (5)  E H  I B
enA
Assim a tensão UH que cai sobre a largura de condutor d por causa do campo eléctrico EH é
1 IB
U H  (6)
en b
com b = altura do condutor como indicado na figura a.
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Medindo a tensão UH e sabendo a geometria da amostra e a corrente I, o campo magnético B
pode ser determinado.

 O campo magnético produzido por correntes: a lei de Biot e Savart


A força entre duas cargas q1 e q2 é descrita pela fórmula da força de Coulomb.
 
1 q1 q 2 r
FC  2
4 0 r r 
 q r
O campo eléctrico duma carga pontual é E 
1 .
2
4 0 r r
Em analogia, o campo magnético duma carga pontual q que se move com a velocidade v produz
um campo magnético B:

(7)

onde  0 4107 sA1m 1 = Permeabilidade do vácuo.


Aplicamos a equação (7) num elemento de corrente Idℓ

Figura b: O campo
magnético dB no
 sítio P1 produzido
pelo elemento de
corrente Idℓ

Com estas ferramentas podemos calcular a intensidade do campo magnético sobre o eixo de
um circuito em anel. Considerando a geometria indicada na figura



Figura c:
Geometria para
calcular o campo
magnético sobre
o eixo de um
circuito em anel
Guia de Trabalhos Práticos de Física Experimental II
EExperimental , Parte II
Somando sobre todos elementos de corrente, os componentes dBy e dBz se compensam para
zero. Fica o componente dBx.

Para obter o campo do anel inteiro temos de integrar sobre o círculo fechado:
Guia de Trabalhos Práticos de Física Experimental II
 EExperimental , Parte II
No eixo do circuito em anel o campo magnético só tem uma componente na direcção x com
a intensidade indicada na equação (12).

Figura d: Campo
magnético de um
circuito em anel

Quando um número pequeno de circuitos de anel é junto como as espiras duma bobina, o
valor da equação (12) tem que ser multiplicado com o número n das espiras.
Para calcular o campo magnético de uma bobina bobinada uniformemente de comprimento ℓ e
com n espiras o valor de uma espira tem de ser multiplicado com a densidade das espiras n/ℓ e
integrada sobre o comprimento da bobina.

ℓ Figura e:
Campo magnetico de
uma bobina




 B(x) (13)

Com a = x + ℓ/2 e b = x - ℓ/2 e x é medido a partir do centro da bobina.

Assim a intensidade do campo magnético no centro da bobina (x=0) é dada por:

(14)

Resulta útil comparar esta expresão (14) do campo no centro da bobina com a
correspondente a uma bobina (solenoide) ideal, segundo é obtida empregando a Lei de
Ampere. Com efeito, para esse caso o campo é uniforme (figura f) e obtem-se a
expresão (15).
Guia de Trabalhos Práticos de Física Experimental II
EExperimental , Parte II

Figura f: Campo magnético num 


solenoide ideal

Logo, o campo magnético num solenóide ideal é: (15)

Não é difícil verificar que a expresão (14) reduz-se à expresão (15) para R<< ℓ, o que corresponde,
com efeito, às condições do solenoide ideal.

g) Montagem da experiencia e o equipamento utilizado:

Fig. g: Equipamento com ligações e dispositivos de


fixação para verificação da Lei de Biot – Savart.
Circuitos em bobinas com fonte de alimentação.
Sensor de Hall com interface para PC.
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EExperimental , Parte II

O equipamento da experiencia é montado de acordo com Figura g. Há duas variantes


diferentes para medir o campo magnético mediante a sonda de Hall. Pode ser u tilizada
uma interface e PC com o software Cobra 3 Forçe/Tesla para o registro de valores da corrente
nas bobinas e do campo magnético produzido por elas. Mas também pode usarse um
multímetro para medição da corrente e um aparelho (teslámetro) para medir d i r e c t a m e n t e o
valor do campo. No laboratório será informada a variante a empregar.
Normalmente a sonda de Hall fornece un valor de voltagem ainda para
campo magnético nulo (Offs et). Por isso, quando empregase a interface com
P C d e v e c o m p r o va r s e p r i m e i r a m e n t e s i m u d a o va l o r d o c a m p o m e d i d a a o
mudarmos o sentido do campo (mudando o sentido da corrente na bobina).
S e e s s e f o s s e o c a s o , e n t ã o s e m p r e d e ve m e d i r s e o valor do campo magnético
para uma determinada intensidade de corrente, num sentido da mesma, e depois medir o
campo para a mesma intensidade de corrente, mas no sentido contrário. Deve então somar os
valores absolutos dos dois valores anteriores e dividir a soma por dois. Usando o teslámetro o
problema é resolvido simplesmente ajustando o zero do aparelho com campo magnético nulo
(corrente nula na bobina).

h) Procedimento experimental

Nos experimentos serão utilizados dois grupos (A y B) de três bobinas cada um deles. Todas
as bobinas do grupo A têm o raio R= 20 mm e os seus comprimentos são 53, 105 e 160 mm,
ou seja, as bobinas segunda e terceira são, aproximadamente dois e três vezes mais longas,
respetivamente, do que a primeira. O número de espiras é 100, 200 e 300 respetivamente, por
tanto a densidade de espiras (n/ ℓ) tem o mesmo valor para as três bobinas. Todas as bobinas
do grupo B têm raio R = 13 mm e comprimento 160 mm, mas o número de espiras é 75, 150 e
300.
Será usado o valor maior posivel para a corrente nas bobinas (indicado no laboratório).

1) Utilize a sonda de Hall e a bobina do grupo A comprida com 300 espiras e comprimento
de 160 mm. Meça o campo magnético ao longo do eixo central da bobina variando a
coordenada x entre o centro da mesma (x=0) e a sonda, em passos de 1 cm, ate 10
cm, em ambos os sentidos. No relatório faça um gráfico em EXCEL, do campo medido
em função da coordenada x. Compare pelo menos três dos valores medidos com os
valores teóricos obtidos com a equação 13.

2) Escolha as t r ê s bobinas do g r u p o A ( mesmo raio R, densidade das espiras n/ℓ =


constante e comprimentos diferentes). Meça os v a l o r e s d o campo magnético nos
centros das m e s m a s e, no relatório, compare os valores com a teoria (equação
(14)). Analise, usando a equação (15), qual das três bobinas corresponde melhor com o
modelo ideal e justifique a sua análise.
3) Escolha as três bobinas do grupo B. Meça o campo magnético nos centros das
mesmas e, no relatório, analise as dependências do c a m p o do número das
espiras. Compare os valores com a teoria (equação 14).

4) No relatório, estude as bobinas dos grupos A e B que têm 300 espiras e comprimento
de 160 mm (raios diferentes de 13 e 20 mm). Analise os valores medidos para o campo
magnético no centro em comparação com os correspondentes ao modeçlo ideal
segundo a equação (15) e determine qual das duas bobinas corresponde melhor com o
modelo, justificando a sua análise.
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EExperimental , Parte II

Prática 4 Balança de corrente. Força de Lorentz

a) Temas programáticos:
 Campo Magnético
 Força de Lorentz
 Movimento de cargas, corrente eléctrica

b) Objectivo:
 Aplicar e fixar a fórmula da força de Lorentz
 Compreender a relação entre carga em movimento e corrente eléctrica
 Aprender como gerar campos magnéticos uniformes

c) Aplicações nas engenharias


A força de Lorentz representa a base para o funcionamento de motores eléctricos que tem
aplicações em todas as engenharias. É utilizada para desviar feches de iões ou electrões em
osciloscópios, separadores de massa e aceleradores de partículas. Tokomaks e Stellarators
são conceitos para concentrar (“confine”) plasmas com campos magnéticos aplicando a lei da
força de Lorentz. Estes conceitos facilitam centrais eléctricas baseados na fusão nuclear.
O princípio de balança de Lorentz pode ser utilizado para medir correntes eléctricas
(amperímetros).

Figura a: Amperímetros que trabalham com o princípio de balança de Lorentz; a intensidade da


corrente provoca uma força que é transformada pela distância utilizando molas.
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EExperimental , Parte II

d) Conhecimentos necessários:

Campos magnéticos, movimento de cargas eléctricas, corrente eléctrica, Força de Lorentz

e) Literatura para consultar

 Paul A. Tipler: Física, Volume 2, 6.Edição, LTC 2012, p. 191 – 197


 Jearl Walker: Fundamentos de Física, Volume 3, 9.Edição, LTC 2012, p. 189 – 193

f) Teoria


A força de Lorentz descreve a força F que sofre uma carga q com uma velocidade v dentro de

um campo magnético B .
  
F q v B (1)
    
 F plano ( v, B) . B v F = q v B (2)
Quando

Figura b:
Balança de
Lorentz

Quando uma corrente IC passa num condutor ao longo da distância ℓ dentro dum campo
magnético B como indicado na figura b, IC é relacionada com a velocidade v dos portadores de
carga (electrões) da forma

q v = IC ℓ (3)


(2) (3)  F = IC ℓ B (4)
F é a força que se aplica ao condutor.
O condutor se move como indicado na figura b.

g) Montagem da experiencia e o equipamento utilizado:

O equipamento é montado de acordo com a figura c. Utilize duas fontes de tensão


constantes diferentes para alimentar as bobinas e o condutor que passa o campo magnético
homogéneo. As correntes e a força que sofre o condutor quando uma corrente passa o
campo magnético são medidas utilizando interface, PC e o programa “Universal Writer” da
Phywe.
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EExperimental , Parte II
O circuito do condutor (placa com condutor de cobre) que passa o gap do magnete eléctrico é
ligado com cabos flexíveis e leves. O comprimento das ligações flexíveis deve ser máximo
e os cabos devem ficar ainda mais ou menos estreitos para não contribuir à força de Lorentz.
Os pólos de ferro são montados em cima do núcleo de ferro com uma distância (coluna de ar)
de 1cm.

As figuras d, e, f indicam os parâmetros do programa para registrar os respetivos


dados.

Figura c: Equipamento com ligações para verificação da fórmula da Força de Lorentz; 2


bobinas com núcleo e pólos de ferro, ligadas em serie para produzir o campo magnético
homogéneo, placas de circuitos com condutor de cobre da forma rectângular com vários
comprimentos horizontais, ligações flexíveis para alimentação dos circuitos de cobre,
dinamómetro (Newton meter) com electrónica e interface pelo PC, fontes de tensão para
alimentação das bobinas e da placa com condutor, 2 adaptadores para medir correntes
utilizando interface e PC.
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Figura d: Parâmetros para registrar a corrente que passa nas bobinas

Figura e: Parâmetros para registar a corrente que passa o condutor na placa

Figura f: Parâmetros para registar a força de Lorentz


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h) Procedimento experimental

1) Monte o interface para medir a força de Lorentz (“Newton”). Fixe o campo


magnético fixando a corrente da bobina no valor Ib = 9 5 0 m A . Monte a placa com
o condutor de cobre do comprimento horizontal L = 50 mm (N=1) e meça a força
de Lorentz variando a corrente IC do circuito entre 0 e 5 A.

2) Repeta as medições de 1) utilizando as placas com comprimentos horizontais L =


25mm, L = 12,5mm e L = 50mm (N = 2).

3) Prepare g r á f i c o s d e E X C E L da força em dependência da intensidade de


corrente I C para as 4 placas medidas. Faça os ajustes lineares, mostres as retas nos
gráficos assim como as equações correspondentes e calcule, nos 4 casos, o valor do
campo magnético a partir das inclinações das retas. Dado que o valor da corrente nas
bobinas é de 950 mA en todos os casos, o campo magnético deve ter o mesmo valor
nos 4 experimentos. Se esse não fosse o caso, justifique o resultado do ponto de vista
físico.

4) A partir das equações das retas no exercício anterior, calcule os valores da força para
um valor fixo da corrente nas placas, por exmplo, para o valor Ic = 3 A. Então prepare um
gráfico em EXCEL de força em função do comprimento do conductor de cobre para esse
valor da corrente, faça o ajuste linear e calcule de novo o valor do campo magnético a partir
da inclinação da reta. Compare esse valor com os valores calculados no exercício 3).
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Prática 5 Leis das lentes

a) Temas programáticos:
 Óptica geométrica
 Lentes ópticas, imagens de lentes delgadas
 Método de Bessel para determinar o comprimento focal

b) Objectivo:
a. Familiarizar-se com os conceitos da óptica geométrica.
b. Compreender o funcionamento de lentes delgadas
c) Aplicações nas engenharias
A óptica é uma disciplina da física muito antiga. Tem aplicações na astronomia, navegação
e medicina. Microscópios fizeram muitos avanços na biologia, medicina e engenharia dos
materiais possíveis. A invenção do laser facilitou aplicações adicionais em máquinas (sensores)
e na transmissão de dados (fibras ópticas). Finalmente, aparelhos e dispositivos de utilização
no dia- a - d i a como óculos, máquinas fotográficas e televisores funcionam aplicando as leis
da óptica.

d) Conhecimentos necessários:
Leis da óptica geométrica, reflexão, distância focal, lentes divergentes e convergentes,
construção de imagens de lentes delgadas, Método de Bessel para determinar a distância
focal.

e) Literatura para consultar


 Paul A. Tipler: Física, Volume 2, 6.Edição, LTC 2012, p. 395 – 418

f) Teoria
 Ondas e raios luminosos
A luz consiste de ondas electromagnéticas. Mas quando as dimensões dos objectos e as
imagens observadas são grandes em comparação com o comprimento de onda λ, a luz pode
ser tratada como um feixe de raios rectilíneos. O comprimento de onda da luz visível é 400nm
< λ < 750nm. Assim, na maioria dos casos a luz visível pode ser tratada como um feixe
luminoso.
 Princípio de Fermat
Assumindo que um feixe de luz viaja de um ponto A para um ponto B, de acordo com o
princípio de Fermat o feixe escolhe o caminho que permite o menor tempo de viagem possível.
Num espaço euclidiano (sem massa) este caminho é uma recta.
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 Reflexão

Figura a: Reflexão
num espelho plano

Um feixe de luz com origem no ponto A chega a um espelho plano no ponto P e continua para
o ponto B. A´ é a imagem de A no espelho. Para determinar as posições de P e A´ aplica-se o
teorema de Fermat:
A luz durante todo o tempo viaja no mesmo meio, o ar.
O tempo para fazer o caminho de A para B tem um mínimo quando a distância
AP + PB é mínima.
A´ é a imagem de A  AP + PB = A´PB
A´PB é mínima, quando A´PB forma uma recta.
 Angulo de entrada = Angulo de saída do feixe no ponto P

Figura b

Figura c

O ponto L da figura c representa um ponto do objecto. A imagem L´ é construída utilizando a


Lei da Reflexão: = ’. (1)
Quando fazemos esta construção para cada ponto da nossa cara, recebemos uma imagem no
espelho, que podemos observar.
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 Refracção

Quando um feixe de luz passa de um meio para outro uma parte do feixe é reflectida e a outra
parte entra no outro meio e muda de direcção. Este fenómeno chama-se refracção.

Feixe incidente Feixe reflectido

Figura d:
Princípio da
refracção

Feixe refractado
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O tempo necessário para passar do ponto A para o ponto B tem um mínimo quando o feixe
passa no ponto Pmin (figura e) porque a velocidade da luz é maior no ar do que no outro meio.

Figura e:
Possíveis
caminhos do
feixe de luz

Utilizando a nomenclatura da figura f, o caminho extremo calcula-se da maneira seguinte:

Figura f:
Caminho do
tempo mínimo do
feixe de luz

Pitágoras: l12 a 2 x 2 ʌ l 22 b 2 (d x) 2 (2)

O tempo t que o feixe de luz precisa para passar do ponto A para o B depende das velocidades
da luz no meio 1 c1 e no meio 2 c2.

onde n1 e n2 são os índices de refracção do meio 1 e meio 2, respectivamente. Este tempo tem

que ser minimizado.


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EExperimental , Parte II

Figura g:
Tempo t em
dependência da
distância


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EExperimental , Parte II
A expressão (6) é a lei da refracção, também conhecida como lei de Snellius.

 Lentes delgadas
As lentes ópticas desviam raios luminosos por causa do efeito de refracção. Assim
raios paralelos ao eixo óptico são focados num ponto do eixo óptico chamado foco. O foco
está a uma distância f (distância focal) da lente.
Quando posicionamos um objecto G, por exemplo um ponteiro, que emite raios luminosos, à
frente de uma lente, estes raios formam uma imagem B no outro lado da lente. Esta imagem
pode-se construir da maneira seguinte:
Cada ponto da superfície do objecto emite raios luminosos. Primeiro só escolhemos dois
raios especiais, emitidos do topo do ponteiro: um raio paralelo ao eixo óptico e um raio que
passa no centro da lente. De acordo com as leis da refracção o raio central não é desviado e
o raio paralelo é desviado e passa pelo foco no outro lado da lente.

Figura h: Construção de imagem de uma lente delgada

Utilizando os símbolos da figura h e aplicando os teoremas sobre triângulos similares,


pode-se escrever

As equações (10) e (11) são utilizadas para calcular a s ampliações l a t e r a i s d o s


instrumentos de óptica e para determinar as posições das imagens nítidas, respectivamente.
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Assim pode-se construir as imagens produzidas por uma lente convergente ou convexa:

Imagem

Imagens reais

Figura i: Construção de imagens de uma lente utilizando raios especiais:


- raios que passam pelo centro da lente não sofrem refracção.
- raios paralelos ao eixo x passam pelo foco F´ da lente.

bjectos dentro da distância focal produzem imagens virtuais amplificadas


(Principio da Lupa). Estas imagens não existem na realidade: são construídas no nosso
cérebro prolongando os raios de luz rectilineamente para trás.

 O Olho

Figura j: Visão de um
olho humano

O olho humano funciona como uma lente convexa, que tem uma distância focal variável. A
imagem do objecto y é projectada n a retina, que é sensível à luz. Assim a imagem é
transmitida para o cérebro através do nervo da visão.
A distância óptima para ler é s0 = 25 cm.
Aparelhos de óptica, como a lupa, o microscópio e o telescópio aumentam o ângulo visual 
para `. Assim a amplificação angular é definida
como

  (12)


 A Lupa

Lupa
Imagem Olho
virtual

Figura k: Lupa
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Uma lente convexa pode ser utilizada para ampliar objectos. O objecto é posicionado dentro da
distância focal da lente (ver figura k e situação 6 na figura i). A imagem é virtual e ampliada. A
ampliação angular calcula-se de acordo com a fórmula (12) considerando que sen ɛ ≈ ɛ e sen
ɛ´≈ ɛ´:

Amplificação:
'

 Método de Bessel para a determinação da distância focal

A direcção dos raios luminosos é reversível. Por isso existem, para cada distância fixa d
entre objecto G e imagem B, duas posições da lente que resultam em imagens nítidas (ver
figura l). Uma das imagens é maior e uma mais pequena do que o objecto.
I

Figura l: Ilustração do método de Bessel

Da simetria da figura l  b2 = g1 g2 = b1 e = b1 - b2 d = b1 + g1 = b2 + g2

A equação (14) pode ser utilizada para determinar f quando os parâmetros d e e são
conhecidos (medidos).

g) Montagem da experiencia e o equipamento utilizado:

Considerando a figura i podemos concluir: Para obter imagens de lentes, a distância objecto –
tela d deve ser d > 4f. Por isso as experienciais são montadas num banco óptico com 1,20 m
de comprimento. Uma lâmpada com a respectiva fonte de tensão serve como fonte de luz. Para
formar feixes paralelos uma lente com f = 50mm é montada entre a lâmpada e o alvo. A
lâmpada fica no foco da lente. Assim o alvo representa um objecto que emite luz. Os
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EExperimental , Parte II

respectivos feixes passam outra lente e formam uma imagem que é visível numa tela. O banco
óptico contém uma escala milimétrica que facilita a determinação das distâncias dos vários
dispositivos.

Figura m: Montagem de uma experiencia com banco óptico, lâmpada, fonte de alimentação
para lâmpada, lente para produzir luz paralela, alvo, lente para formar uma imagem na tela

O equipamento é montado de acordo com Figura m.

h) Procedimento experimental

A fonte luminosa e o objeto estarão fixos em todo momento. O objeto estará situado na posição
20 cm (0,20 m) do banco óptico. Só serão movimentadas a lente e a tela:

1) Monte uma lente de f=+100 mm a distâncias ao objeto dentro da distância focal


(g < f=100mm) e observe as imagens virtuais do mesmo (princípio da lupa). Mova a
lente de maneira a aumentar a distância objeto g ate que ela seja maior do que a
distância focal e observe o que acontece à imagem. Anote no caderno as observações
e explique no relatório.

2) Verifique a distância focal da lente movimentando-a até que o o b j e t o f i q u e


n o p o n t o f o c a l . O c r i t e r i o p a r a f a z e r i s s o é procurar uma
imagem nítida no infinito (a tela deve ser situada no extremo do banco óptico ou utilize a
parede). Tome três valores de f y reporte o valor médio no relatório.
Guia de Trabalhos Práticos de Física Experimental II
EExperimental , Parte II

3) Posicione agora a lente de maneira que o objeto fique fora da distância focal da
lente, ou seja, de maneira que que a distância objeto g seja maior do que f (100 mm).
Utilize os valores g= 12, 16 e 20 cm.. Meça, em cada caso, a distância imagem b
movimentando a tela até que uma imagem nítida seja observada na mesma. Realize o
procedimento 3 vezes para cada distância objeto e no relatório calcule o valor médio.
No relatório calcule a distância focal da lente a partir dos valores das distâncias objeto e
imagem e empregando a fórmula (11), 1/f=1/g+1/b nos três casos. Determine a altura
do objeto (G) e da imagem (B) nos três casos, usando um paquímetro. No relatorio
determine também os valores da ampliação lateral definida como m= -(B/G) para cada
caso. Verifique ainda o cumprimento da fórmula (10), /m/=/B/G/=b/g. Mostre todos os
valores da distância objeto, distância imagem, distância focal, altuda do objeto, altura da
imagem e ampliação numa tabela.

4) Verifique a distância focal da mesma lente utilizando o método de Bessel, segundo a


fórmula (14), f= (d2 - e2)/4d (veja figura l) . P a r a i s s o , f i x e a t e l a a u m a
distância do objeto (d) maior do que 4f (usando o valor de f
calculado anteriormente ou o reportado pelo fabricante). Por
exemplo, visto que o objeto está situado na posição 20 cm,
fixe a tela na posição 80 cm, de maneira que d=60 cm.
Procure as duas imagens nítidas na tela movimentando a
lente e meça as suas posições. Realice o proceso três veces
para cada imagem y calcule o valor medio das suas posições.
Determine assim a distância e e o valor de f pela fórmula
(14).

5) Junte duas lentes com f1 = +100mm e f2 = - 200mm. Utilize o método de Bessel


para determinar a distância focal fs do sistema de lentes assim obtido. Para isso, fixe a
distância d a maior posível, por exemplo, já que o objeto está situado em 20 cm (0,20 m),
situe a tela em 1,20 m, de maneira que a distância d = 1 m. No relatório, depois de
calcular a distância focal fs do sistema de lentes, verifique a fórmula:

1 1 1
= +
𝑓𝑠 𝑓1 𝑓2
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EExperimental , Parte II

Prática 6 Instrumentos ópticos simples

a) Temas programáticos:
 Óptica geométrica
 Lentes ópticas, imagens de lentes delgadas
 Microscópio
 Projector
 Telescópio de Kepler
 Telescópio de Galileu

b) Objectivo:
a. Familiarizar-se com os conceitos da óptica geométrica.
b. Compreender o funcionamento de instrumentos ópticos simples tais como o
microscópio, o projector e o telescópio.
c. Treinar a utilização de equipamento de óptica

c) Aplicações nas engenharias


A óptica é uma disciplina da física muito antiga. Tem aplicações na astronomia, navegação e
medicina. Microscópios fizeram muitos avanços na biologia, medicina e engenharia dos
materiais possíveis. A invenção do laser facilitou aplicações adicionais em máquinas (sensores)
e na transmissão de dados (fibras ópticas). Finalmente, aparelhos e dispositivos de utilização
no dia a dia, como óculos, máquinas fotográficas e televisões, funcionam aplicando as leis da
óptica.

d) Conhecimentos necessários:
Leis da óptica geométrica, distância focal, lentes divergentes e convergentes, construção de
imagem de lentes delgadas, princípios de funcionamento do microscópio, o projector e os
telescópios

e) Literatura para consultar

 Paul A. Tipler: Física, Volume 2, 6.Edição, LTC 2012, p. 418 – 424

f) Teoria
 Imagens de lentes delgadas

Lentes convexas convertem

 feixes paralelos ao eixo óptico em feixes que passam no foco da lente no outro lado da
lente
 feixes que passam no foco da lente antes da lente para feixes paralelos ao eixo óptico
depois da lente.
 Feixes que passam no centro da lente não são desviados

Com estes conceitos podem ser construídas imagens de objectos posicionados em várias
distâncias da lente:
Guia de Trabalhos Práticos de Física Experimental II
EExperimental , Parte II

Imagem

Imagens reais

Figura a: Construção de imagens de uma lente delgada. A lente produz as imagens1´, …, 5´


dos respectivos objectos 1, …, 5. O objecto 6 é posicionado dentro da distância focal da lente
e resulta numa imagem virtual.

Primeiro são obtidas as imagens dos pontos das extremidades do objecto, utilizando os feixes
de luz emitidos destes pontos que passam no centro da lente e que passam paralelos ao eixo
óptico. As imagens dos pontos intermédios são construídas da mesma maneira e podem ser
obtidos ainda mais fácilmente ligando as extremidades da imagem com uma recta. A figura a
mostra estas construções para várias posições dos objectos relativamente à lente.

 O olho

Figura b:
Visão de um
olho humano
O olho humano funciona como uma lente convexa, que tem uma distância focal variável. A
imagem do objecto y é projectada na retina, que é sensível á luz. Assim a imagem é transmitida
ao cérebro através do nervo da visão. A distância óptima para ler é s0 = 25 cm.

Figura c:
Corte de um
olho humano

Figura d: (a) Um objecto distante com altura G aparece pequeno porque a imagem B na retina
é pequena. (b) Quando o mesmo objecto é posicionado mais perto do olho, o objecto aparece
maior, porque a imagem na retina é maior. (c) O angulo visual é definido como ɛ = B/2,5cm,
porque a distância entre a córnea e a retina é aproximadamente 2,5 cm.
Guia de Trabalhos Práticos de Física Experimental II
 O microscópio EExperimental , Parte II

Em princípio um microscópio de luz consiste de uma lente com distância focal L 1 curta (por
exemplo f = +20mm) e uma lente com distância focal L2 maior (p. ex. f = 50mm). Assim um
objecto pequeno é amplificado com a lente L1 (objectiva) e a respectiva imagem real é
observada com uma lupa L2 (ocular) que produz uma imagem virtual amplificada.
Para obter um resultado óptimo da ampliação o objecto é posicionado ligeiramente fora da
distância focal da objectiva. Assim uma imagem intermédia real y` é gerada, que é bastante
maior do que o objecto (ver situação 4 da fig. a).
A ocular é posicionada para que a imagem intermédia fique ligeiramente dentro da
distância focal da ocular (ver situação 6 da fig. a).

Figura e: O trajecto dos raios no microscópio

Assim a ampliação do microscópio pode ser escrita como o produto das ampliações da
objectiva e da ocular:
 

A ampliação da objectiva é dada por

Aparelhos de óptica, como lupa, microscópio e telescópio aumentam o ângulo visual para `.
Assim a ampliação angular é definida como

  (3)

Uma lupa consiste de uma lente convergente.

lupa
Imagem olho
virtual
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EExperimental , Parte II

Figura f: Ocular (Lupa)


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O objecto é posicionado dentro da distância focal da lente (ver figura d e situação 6 na figura
a). A imagem é virtual e ampliada. A ampliação calcula-se de acordo com a fórmula (1) e
considerando as aproximações ɛ ≈ sen ɛ = y/so e ɛ´≈ sen ɛ´= y/ f :

 
'
 
Utilizando a nomenclatura da figura b e considerando a equação (2), a ampliação de um
microscópio é dada por:

Ampliação:

 O projector

Figura g mostra o princípio de um projector de diapositivos.


Lâmpada Diapositivo

Condensor Lente Tela


Figura g: Esquema dum projector de diapositivos

O condensador produz feixes paralelos da luz duma lâmpada. Estes feixes passam no
diapositivo. Dependente da estrutura do diapositivo mais ou menos intensidade de luz é
absorvida. A imagem do diapositivo pode ser construída de acordo com o caso 2, 3 ou 4 da
figura a.

 Telescópio de Kepler

Telescópios servem para ver e observar objectos distantes. O telescópio de Kepler consiste de
duas lentes convexas: uma objectiva com distância focal grande (f = 300mm) que produz
uma imagem invertida e uma ocular tipo lupa com distância focal curta (f = 50mm) que é
utilizado para observar esta imagem.
Quando a distância d entre as duas lentes é d = f1 + f2
a imagem do objecto à distancia infinita é projectada no foco da objectiva L1 onde é observada
pelo nosso olho com a lupa L2.
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 Telescópio de Galileu

No telescópio de Galileu é utilizada como ocular, uma lente côncava.

Figura i: Construção da imagem B duma lente côncava

O efeito de uma lente côncava pode ser resumido nos pontos seguintes

 Feixes paralelos ao eixo óptico são desviados como se passassem no segundo ponto
focal da lente F´.
 Feixes que passam o ponto central da lente não são desviados.
 O feixe focal, que aponta ao primeiro ponto focal F fica paralelo ao eixo óptico depois da
passagem pela lente.

A distância entre as duas lentes no telescópio de Galileu é

d = f1 - |f2 |

Assim pode ser construída a imagem de um objecto no infinito:

Figura j: Telescópio de Galileu

A ampliação angular dum telescópio (de Kepler e de Galileu) é definida como



´
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g) Montagem da experiencia e o equipamento utilizado:

O microscópio, o projector e os telescópios são montados de acordo com as figuras k – n.


Utilize as lentes como recomendado na “teoria”.

Figura k: Montagem de um microscópio com lâmpada, fonte de alimentação para lâmpada, com
lentes (objectiva e ocular) e objecto (pulga de cão)

Figura l: Pulga de cão observada com um microscópio

Figura m: Projetor de diapositivos com lâmpada, condensador, e lente convexa


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Figura n: Telescópio de Galileu

h) Procedimento experimental
1) Monte um telescópio de Kepler utilizando uma lente objetivo de f = + 300 mm e uma lente
ocular de f = + 50 mm e observe um objeto distante, como será indicado no laboratório.
Meça a distância real entre as duas lentes quando observe a imagem nítida e no relatório
compare com o valor teórico segundo a Figura h da guia. No relatório explique o
funcionamento do telescópio construindo a imagem dum objeto com a geometria duma seta.
Estime a ampliação do objeto.

2) Monte um telescópio de Galileu e observe um objeto distante como indicado no laboratório.


Utilize uma lente objetivo de f = + 300 mm e uma lente ocular de f = - 50 mm. Meçã a
distância real entre as duas lentes quando observe a imagem nítida e no relatório compare
com o valor teórico segundo a Figura j da guia. No relatório explique o funcionamento do
telescópio construindo a imagem dum objeto com a geometria duma seta. Estime a
ampliação do objeto.

3) Monte um microscópio com uma lente objetivo de f = + 20 mm e uma lente ocular de f = +50
mm e observe um preparado duma pulga de cão. No relatório estime a ampliação utilizando
equação (5) do guia. Sugestão: segundo a Figura e do guia, situe o objeto (pulga)
ligeiramente fora da distância focal (+ 20 mm) da lente objetivo. Para isso utilice o valor da
distância objeto igual a 23 mm (2,3 cm) (mínima distância permitida pelos soportes do objeto
y da lente). Usando a fórmula (11) da prática anterior, ou seja, 1/f=1/g+1/b, determine a
distância imagem a partir da distância objeto 2,3 cm e da distância focal f= 2cm. O resultado
será b= 15 cm. Então, usando a tela, verifique, que, com efeito, essa é aproximadamente a
posição da imagem nítida. Situe agora a lente ocular (f = + 50 mm) de maneira tal que a
imagem fique ligeiramente dentro dessa distância focal, por exemplo, a 4,5 cm da lente (5
mm da imagem até o foco). Mova então ligeiramente a lente objetivo para observar uma
imagem nítida. Meça a distância t’ entre as duas lentes para calcular a ampliação pela
equação (5) no relatório, onde t na fórmula cumpre com t = t’ – (fob + foc).

4) Monte um projetor de diapositivos utilizando a lente convexa de f = + 100 mm. Situe o objeto
(diapositivo do imperador Maximiliano) a diferentes distâncias da lente, busque a imagem
nítida com a tela e meça a distância imagem. Sugestão: situe o objeto em 13 cm e leve a
tela até o infinito (extremo do banco óptico). Mova a lente e verifique que a imagem nítida é
obtida quando a distância objeto (do objeto até a lente) é próxima a 100 mm, como deve
ser. Situe a tela em 60 cm, 70 cm e 80 cm. Determine as posições da lente para obterem
imagens nítidas. No relatório calcule as distâncias imagem (b) e objeto (g) bem como as
ampliações laterais pela fórmula m = - b/g, para todos os casos. Presente os resultados
numa tabela.
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Prática 7 Interferência da Luz. Biprisma e Espelho de Fresnel

a) Temas programáticos:
 Óptica ondulatória
 Interferência
 Espelho duplo de Fresnel
 Biprisma de Fresnel

b) Objectivo:
 Ficar familiar com os conceitos da óptica ondulatória
 Saber aplicar os conceitos da interferência a espelhos e prismas
 Treinar a utilização e afinação de equipamento da óptica

c) Aplicações nas engenharias

O carácter ondulatório de luz explica os fenómenos da refracção e difracção que são a base de
quase todos componentes e dispositivos da óptica como por exemplo lentes ópticos e redes
ópticos. Estes dispositivos são montados em maquinas e aparelhos mais complexos como
microscópios, projectores, copiadores etc.. Aparelhos ópticos têm aplicações como sensores e
meios de ensaio na biologia, química, medicina e metalurgia. Aplicações mais recentes são por
exemplo CD e DVD e transmissão de dados utilizando fibras opticas.
O carácter ondulatório de luz limita a resolução dos instrumentos ópticos como microscópios
e telescópios quando as dimensões observadas são da ordem de comprimento de onda.
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d) Conhecimentos necessários:

Definições: comprimento de onda, número de onda, frequência, fase, velocidade de fase,


velocidade de onda, interferência.
Funcionamento do espelho duplo de Fresnel, biprisma de Fresnel, construção de imagens de lentes

e) Literatura para consultar


 Paul A. Tipler: Física, Volume 2, 6.Edição, LTC 2012, p. 437 – 441

f) Teoria
 Ondas electromagnéticas

A luz consiste em ondas electromagnéticas. A s o ndas são fenómenos periódicos o n d e


u m a c e r t a g r a n d e z a Y ( x, t ) varia relativamente ao tempo e à posição ( t, x ).

 Y(x, t ) = y0 · sen (k · x - ω · t) , (1)


com = Comprimento da onda,
T = Periodo
f = Frequência,
y0 = Amplitude,
= Frequência angular
k = número de onda

Existem as relações seguintes entre , f, , velocidade da luz c e o numero da onda k:

Isso pode ser representado graficamente:


Guia de Trabalhos Práticos de Física Experimental II
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As ondas electromagnéticas consistem em campos eléctricos E(x,t) e magnéticos

B(x,t) periódicos
.

Os vectores do campo eléctrico, campo magnético e da velocidade c da onda são
perpendiculares respectivamente:  

E B c

 Interferência e Coerência
Ondas de quantidades vectoriais, como ondas electromagnéticas, interferem umas às outras
e adicionam-se em cada sitio e tempo. Assim luz + luz pode resultar em escuridade ou
interferência destrutiva, quando o máximo de uma onda e o mínimo de outra onda
interferem. Mas quando queremos observar fenómenos estacionários da interferência, as
ondas envolvidas têm que ser coerentes.

Definição: Radiação electromagnética é coerente, quando existe uma relação fixa


entre as fases das ondas parciais.

A figura b ilustra o término “coerência de ondas”:

Coerente Incoerência temporal Incoerência temporal


e espacial

Eixo de tempo
Figura b: Ilustração da coerência, incoerência temporal e incoerência espacial e
temporal de ondas (Raumachse = eixo espacial)

Fontes térmicas de luz (por exemplo uma lâmpada) produzem luz não coerente, porque os
respectivos átomos emitem a radiação independentemente. Ondas ou raios coerentes de luz
são usualmente da mesma fonte. A luz de um laser é coerente e por isso é bem adequado para
utilizar em experiencias de interferência.
Generalizando a equação (1) pode-se descrever ondas utilizando grandezas complexas:

Z (x,t) Z 0 e i(kxt ) (4)


com a intensidade I Z * Z (5)

Quando duas ondas coerentes Z1 e Z2 interferem, calcula-se a intensidade da onda resultante


Ztotal de acordo com
I total  Z 01  Z 02 2 Z 01 Z 02 cos( 1 2 ) (6)

Assim a intensidade da sobreposição das duas ondas tem máximas e mínimas dependentes da
diferença de fase  = 1 - 2. Os máximos das ondas sobrepõem-se e existe claridade em
todos os pontos P, que se encontram à mesma distancia das fontes L1 e L2, ou cuja distancia
às mesmas fontes difere de um múltiplo inteiro de :
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PL1 – PL2 = z , com z = 0, 1, 2, 3, … (7)

 Espelho duplo de Fresnel

Um espelho duplo de Fresnel, como mostrado na figura c, pode ser utilizado para produzir
feixes coerentes de luz.

Figura c:
Espelho duplo de Fresnel. A
luz de uma fonte L é refletida
de um espelho de duas partes
planas inclinadas. O ângulo 
entre os dois espelhos afasta-
se apenas alguns minutos de
180º.

Assim uma fonte real L (por exemplo um laser) produz duas fontes virtuais de luz coerente,
L1 e L2 . Os feixes destas fontes virtuais interferem.

L ∆

Alvo

L1

L2

Figura d: Geometria dos feixes de luz de uma fonte L refletidos num espelho de
Fresnel. As duas partes do espelho se toucam no ponto A.

As posições das fontes virtuais L1 e L2 podem ser determinadas aplicando as leis da reflexão
num espelho (figura d).

Geometria: r = LA  AL1 = AL2 = r d = 2r sen α (8)


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A i n t e n s i d a d e t o t a l d a i n t e r f e r ê n c i a é o b s e r v a d a n u m a l v o à d i s t â n c i a ℓ grande
e m comparação com a distância entre as fontes virtuais, d.

Figura d: Duas ondas


coerentes com origem
nas fontes L1 e L2,
interferem no ponto P.

As ondas das duas fontes que interferem no ponto P do alvo têm uma diferença de percurso
óptico:
dsen  (9)
Assim as máximas da interferência aparecem quando d senzz inteiro), ou


e as mínimas quando

A distância ℓ entre as fontes e o alvo é grande em comparação com a distância x de P até


o centro do alvo (figura d)
 sen M M z/d (12)
O ângulo entre 2 máximos da intensidade consecutivos é

M+1 - M = /d (13)


O ângulo M+1 - M =  ℓ, onde  é a distância entre os dois máximos no alvo, por tanto
= (M+1 - M) ℓ = ℓ/d (14)

A distância d das fontes virtuais de luz é determinada projetando uma imagem nítida delas no
alvo com uma lente da distancia focal f. O tamanho da imagem B de d é medido no alvo
diretamente.

Espelho *

º
d g b B ℓ=g+b
º

Lente *
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Aplicamos as fórmulas das lentes delgadas:

 Refracção e prismas ópticos

Se um raio luminoso proveniente do vácuo fazendo um ângulo Ɵi com a normal incidir na


superfície de um meio, uma parte é refletida e o resto entra no meio mudando a direcção
(refracção) e propaga-se fazendo aí um ângulo Ɵr (ver figura e).
Para deduzir a lei de refracção observamos fronteiras de ondas de luz que entram num outro
meio no ângulo i. A velocidade de luz no vácuo será v1 e no outro meio v2.

Figura e: Considerações geométricas da refracção

Utilizando a nomenclatura da fig. e  BB' v1t ˄ AA' v2t ˄ AA'' v1t

A Lei da Refracção também é conhecida como “Lei de Snellius”.


O parâmetro n12 = velocidade de luz no médio 1 / velocidade de luz no médio 2 chama-se de
índice de refracção relativo do médio 2 a respeito do médio 1. Neste caso, o médio 1 é o vacuo e esse
parâmetro é simplesmente chamado de índice de refracçao do médio (n). Para luz de uma dada cor
(comprimento de onda) esse valor é uma constante característica do médio, mas em geral depende
do comprimento de onda.
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 Biprisma de Fresnel
A lei de refracção tem que ser duas vezes aplicada para tratar o problema de desvio de luz que
passa um prisma. A direcção de luz é alterada na entrada e na saída do prisma.
Quando uma fonte pontual de luz L é posicionada a frente de um biprisma como indicado na
figura f, os dois feixes parciais extremos que entram no prisma reúnem-se no alvo e são
coerentes devido a que são originados pela mesma fonte.

Figura f: Biprisma com fonte real L e fontes virtuais L1 e L2

Assim o biprisma funciona parecido como o espelho de Fresnel. As duas fontes virtuais são
geradas via refracção da luz num prisma. Aplica-se as mesmas fórmulas (14), (15) e (16) para
determinar o comprimento de onda da luz.

g) Montagem da experiencia e o equipamento utilizado:

Figura g: (superior) Equipamento montado para observar interferências de luz com laser,
lente, e espelho duplo de Fresnel. (inferior) Equipamento com biprisma

Lente 2

Lente 1

Biprisma
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O equipamento é montado de acordo com as figuras g (a) e (b). Utilize uma lente com f = +20
mm à frente do laser (lente 1). A distância das fontes virtuais é determinada com uma lente
de f = + 300 mm (lente 2) entre o espelho duplo ou o biprisma e o alvo.
Antes do inicio da experiencia, a parte móvel do espelho é afinado para ser paralela à
parte fixa e ao banco óptico. Ajuste o laser até que ilumine as duas partes igualmente. Duas
zonas separadas, de iluminação, devem aparecer no alvo (parede da sala). Incline a parte
móvel do espelho utilizando o parafuso de ajustamento até que as duas zonas sobrepunham-se
e obtenha-se o padrão de interferência.
A parte da experiencia com o biprisma é montada similarmente. O adaptador do biprisma é
montado depois do laser e da lente 1 no banco óptico (45cm) e a lente 2 é montada na
posição 60cm.
O feixe alargado do laser entra no canto central do biprisma e com a lente 2 uma imagem das
duas fontes virtuais é projetada na parede (distância mais ou menos 3m).

h) Procedimento experimental

a) Monte o espelho de Fresnel como indicado no epígrafe g, empregando a lente 1.


Obtenha o padrão de interferência (franjas) na parede e meça a distância que
abarcam umas 8 ou 10 franjas. Daí pode determinar a distância entre dois franjas
consecutivas (o parámetro na equação Coloque a lente 2 e obtenha a
imagem das duas fontes virtuais na perede. Meça a distância B entre elas usando
un paquímetro. Meça também a distância b entre a lente 2 e a parede
empregando uma fita métrica. No relatório, determine a distáncia g empregando a
fórmula (16) e daí calcule a distância entre as fontes virtuais, d, pela fórmula (15).
Obtenha ainda a grandeza ℓ (ℓ = g + b) e finalmente calcule o comprimento de
onda do laser,  isolando-o na fórmula (14).
b) Monte o biprisma e proceda de forma análoga ao ponto a) para calcular de novo o
comprimento de onda do laser.

c) Analise os valores obtidos para nos pontos a) e b) em relação com o valor


reportado pelo fabricante (a informar no laboratório) e daí conclua qual dos dois
experimentos é mais exato.
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Prática 8 Difracção em fendas e redes

a) Temas programáticos:
 Princípio de Huygens, Interferência
 Difracção em fendas
 Redes ópticas

b) Objectivo:
 Compreender e fixar o conceito da difracção
 Aplicar o princípio de Huygens e da interferência aos problemas de difracção de
luz em fendas simples e múltiplas
 Compreender o funcionamento de redes ópticas
 Ganhar experiencia e sensibilidade em montagem e afinação do equipamento
óptico

c) Aplicações nas engenharias

Os fenómenos da óptica como difracção e refracção são a base dos instrumentos ópticos
utilizados nas ciências e na indústria. Sensores ópticos têm aplicações em máquinas de
produção e meios de ensaio. O conhecimento dos conceitos básicos ajuda na escolha do
equipamento adequado para as aplicações.
O princípio da difracção em fendas e redes ópticas pode ser utilizado para explicar a resolução
do microscópio e de outros instrumentos ópticos. A s redes ópticas servem para analisar a
luz e os raios x.
Estas leis da óptica são aplicáveis mesmo aos raios x e aos electrões facilitando o
funcionamento dos espectrógrafos de cristais e dos microscópios electrónicos.

d) Conhecimentos necessários:

Princípio de Huygens, interferência, difracção em fendas e redes ópticos

e) Literatura para consultar

 Paul A. Tipler: Física, Volume 2, 6.Edição, LTC 2012, p. 435 – 460


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f) Teoria

 Difracção
Quando luz de um ponto luminoso passa às aberturas e cantos de uma lâmina de barbear,
aparecem estruturas de interferência nos cantos. Este fenómeno chama-se difracção.
claro

Fonte de luz
escuro
*

Lamina

Alvo de projecção

Figura a: Difracção de luz nos cantos de uma lâmina de barbear


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 Difracção de Fraunhofer e Fresnel

Pode-se distinguir dois tipos de difracção: a difracção de Fresnel e de Fraunhofer. No caso


de Fresnel a fonte de luz é um ponto luminoso que é posicionado no finito a frente da fenda.
No caso de Fraunhofer a fonte é posicionada no infinito e assim raios paralelas ou, na
linguagem da óptica ondulatória, ondas planas, chegam na fenda.

Fonte de luz
Luz paralelo /
ondas planas

Plano de difracção

Lente
convexa

Plano de observação

Figura b: Arranjo de difracção de Fresnel e de Fraunhofer. As linhas riscadas indicam


os raios de luz da óptica geométrica.

A geometria da difracção de Fraunhofer é mais fácil para tratar matematicamente, por isso este
tipo de arranjo experimental vai ser utilizado aqui.

 Princípio de Huygens:

Para tratar o fenómeno da difracção mais quantitativo, investigamos a difracção em um


diafragma com geometria de fenda.

Fonte de
Luz
(Laser)

Diafragma Alvo

Figura c: Experiencia de difracção de luz monocromática numa fenda.

As estruturas de difracção observadas podem ser explicadas na base do princípio de Huygens


que reza:
Princípio de Huygens: Cada ponto da abertura do diafragma é origem duma onda
esférica.
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 Difracção em fenda

Figura.d: Para analisar a difracção em uma fenda

Utilizamos a nomenclatura indicada na figura d. Assim a diferencia de


percurso é
 z sin  (1)
O princípio de Huygens indica que a amplitude A da onda plana dentro da fenda é uma
soma de amplitudes de ondas esféricas. Assim a amplitude de cada uma destas ondas
esféricas é
A dz
s (2)
Agora analisamos a amplitude da onda resultante no ponto P do alvo. As contribuições das
ondas esféricas de origem mais baixo da fenda chegam com algum atraso no ponto P. Quando
v é a velocidade da onda, o tempo de atraso é dado por

  
v (3)
Assim cada onda esférica elementar esta ccontribui à amplitude no ponto P

As contribuições das ondas esféricas elementares interferem no ponto P.


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Utilizando:

A intensidade I da radiação é proporcional à amplitude da onda.

A equação (6) descreve bem a distribuição da intensidade de luz observada (ver Fig. e).

Figura e: Distribuição da intensidade de luz observada e calculada (equação (6))


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Para s » ( 0 ) A difracção não é mais observável.

 Difracção em fendas multiplas. Redes ópticas


Um conjunto de fendas forma uma rede óptica como indicado na figura f.

Figura. f:
Rede óptica

Aplicando o princípio de Huygens, a contribuição da fenda número 1 à amplitude da luz no


ponto P é:

A diferença de percurso da luz da fenda numero j é dada por:



:

Assim as N fendas causam uma amplitude no ponto P de:

Generalizando para nomenclatura complexa e considerando


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e ix cos x i sin x

A equação (12) representa uma progressão geométrica q i .


i1
n
q 1
n

 q
j 1
j

q 1
(13)

A figura g mostra a distribuição da intensidade I() de acordo com equação (16) para
uma rede de 7 fendas.
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Figura g:
Distribuição de intensidade
duma rede de 7 fendas. As
máximas secundarias são
indicadas maior do que na
realidade.


(16)  Máximos principais: sin  M z  ; com z inteiro (17)
d
Quando a distância entre a rede e o detector L >> distância do máximo até o
centro do alvo, o angulo φ é pequeno.

 sen M M z/d (18)

O ângulo entre 2 máximos consecutivos da intensidade é

M+1 - M = /d
O ângulo M+1 - M =  L, onde  é a distância entre os dois máximos no alvo,
por tanto
= (M+1 - M) L = L/d (19)

d
   (20)
L

Assim as redes podem ser utilizadas para determinar o comprimento de onda .


Para a largura das fendas utiliza-se muitas vezes a letra “a” em vez de “s”.
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a) Montagem da experiencia e o equipamento utilizado:

Figura h: Equipamento montado para observar as distribuições da intensidade com


laser, lente, dispositivo para fixar as fendas, celula fotoeléctrica com
amplificador e multímetro.

O equipamento é montado de acordo com Figura h.


Utilizando as lentes de f = 20mm e f = 100mm um feixe de luz largo e paralelo é fornecido.

Atenção: Nunca olhe directamente para o feixe do laser!

O laser e o amplificador devem-se aquecer durante 15 minutos antes da condução da


experiencia. A celula fotoeléctrica é ligada à entrada de 104 do amplificador. Utilize factores
de ampliação 103 – 105. Quando a tensão de saída da fotocélula é maior do que 10V ela
satura-se e o factor de ampliação tem que ser reduzido. Depois da alteração do factor de
ampliação, o ponto zero da celula tem que ser corrigido tapando-a .
Para obter os valores da intensidade da difracção a posição da fotocélula d e v e s e r
variada em passos de 0,1 ou 0,2 mm, segundo indicado no laboratório.
Utilize um diafragma com d = 0,2 mm frente a o detector.

b) Procedimento experimental

1- Meça a distribuição de intensidade da luz produzida por uma fenda de largura s = 0,1 mm.
Começa com o diafragma do detector no centro do padrão de intensidade e mova o mesmo à
esquerda e depois à direita em passos de 0,2 mm até encontrar pelo menos dois mínimos a
cada lado. No relatório, trace um gráfico de intensidade versus distância, determine as posições
dos mínimos e compare com os valores esperados de acordo com a expressão 7 da guia. Para
calcular sen φm nessa expressão utilize a aproximação sen φm ≈ tan φm = x/L, onde x é a
distância do centro do padrão até o mínimo e L é a distância da fenda até o detector (Figura d).
Z é o número do mínimo (z= 1, 2…). Considere a λ do laser igual a 632 nm.

2- Meça a distribuição de intensidade de luz produzida por uma fenda dupla da mesma largura
anterior s= 0,1 mm e separação entre as fendas d = 0,25 mm. Siga o mesmo procedimento do
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3- ponto 1 e identifique pelo menos três máximos a cada lado. No relatório, trace um gráfico de
intensidade versus distância e determine as posições dos máximos. Compare com os valores
teóricos dados pela equação 17 da guia. Para isso, faça a mesma aproximação do exercício
anterior.

4- Meça as distâncias entre os máximos consecutivos nas distribuições de intensidades produzidas


por redes de 4 fendas/mm, 8 fendas/mm, 10 fendas/mm e 50 fendas/mm. Determine, para cada
casso o comprimento de onda do laser empregando a equação 20.

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