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Língua Portuguesa – PM/PA

Aula 03
Profa. Beatriz de Assis

Aula 03
Língua Portuguesa
Crase
Professora: Beatriz de Assis Oliveira

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Aula 03
Profa. Beatriz de Assis

Aula 03

Olá, caro Concursando!

Na aula 03, estudaremos os casos de crase ou sua proibição.

Também, resolveremos vários exercícios para colocarmos em


prática cada regra estudada.

Aproveite!!!

Aula 03

Crase ................................................................................................. 3
Ocorrerá crase .................................................................................... 3
Não ocorrerá crase ............................................................................ 6

É facultativo o emprego do acento indicativo de crase ...................... 9

Lista de exercícios – gabarito comentado ....................................... 11


Lista de exercícios ........................................................................... 52
Gabarito .......................................................................................... 82

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Crase

É a fusão da preposição “a” com o artigo feminino “a”, indicado pelo acento
grave.

Ocorrerá a crase:

 com palavras femininas:

Fui à Bahia.

Para sabermos se há o artigo antes das


palavras femininas, podemos fazer a
substituição por uma palavra masculina.
Se ocorrer o ao (preposição “a” + artigo masculino “o”), antes da palavra
feminina também haverá o artigo feminina “a” e, consequentemente, ocorrerá a
crase. Repare:

Obedecemos ao regulamento.  Obedecemos às regras.

 com pronome substantivo demonstrativo “a” (aquela):

Prefiro àquela bela mulher.

 com pronome demonstrativo com “a” inicial:

Prefiro àquele móvel.

“a” – preposição exigida pelo verbo referir.


àquele
aquele – pronome demonstrativo

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 com o “a” do relativo a qual, as quais

Esta é a tarefa à qual se referiu.

“a” – preposição exigida pelo verbo referir-se.


à qual
a qual – pronome relativo

 com a palavra moda estiver subtendida:

Adorava móveis à Luiz XV.

 com a indicação de horas, desde que determinadas:

Chegou às 10 horas.

 Com a palavra distância, desde que determinada:

Ela via tudo à distância de metros.

Na frase: Ela via tudo a distância, não há crase, uma vez que a palavra
distância não está determinada e, por isso, não ocorre o artigo feminino “a”.

 com a locução feminina à uma:

Todos os alunos saíram à uma.

 com locuções femininas:

Os alunos saíram às pressas.

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Nas locuções que expressam valor de meio


ou instrumento, usa-se a crase.

Esse não é um entendimento unânime entre os gramáticos. Contudo,


recomenda-se o uso do acento indicativo de crase nessas locuções com intuito
de se evitar ambiguidade.

Ela costura à mão.

Repare que, ao trocar o substantivo mão por uma palavra no masculina, não
ocorrerá o ao. O que evidencia a ausência do artigo.

Machucaram-no à facada.  Machucaram-no a tiro.

Cabe aqui salientar que, nas locuções adverbiais masculinas, não ocorre a
crase, já que não temos o artigo feminino “a”.

O aluno fez todos os exercícios a fim de aprender com segurança o conteúdo.

Usaremos crase antes de nome geográfico,


se houver a preposição “a” mais o artigo
feminino “a”.

Para identificar a presença do artigo, pode-se usar a seguinte regra: ao trocar a


preposição “a” por “de” ou “em”, surgir “da” ou “na”, haverá crase.

Convém salientar que “da” é a junção da preposição “de” mais o artigo feminino
“a”. Assim, fica claro a presença do artigo feminino, obrigatório para que ocorra
a crase.

Vou a Fortaleza.  Vim de Fortaleza.

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Nesse caso, só há a preposição exigida pelo verbo ir.

Vou à Bahia.  Vim da Bahia.

Aqui, temos a preposição exigida pelo verbo ir mais o artigo feminino “a” do
nome geográfico Bahia.

Quando o nome geográfico vier modificado


ou qualificado, ocorrerá a crase.

Vou à Bahia dos meus pais.  Vim da Bahia dos meus pais.

Observe que, com a troca da preposição, ocorreu o “da” (junção da preposição


“de” com o artigo feminino “a”).

Percebemos, assim, a presença do artigo feminino em: Vou à Bahia dos meus
pais.

 Antes dos nomes França, África, Inglaterra e Espanha é facultativo o


emprego do acento indicativo de crase, uma vez que esses nomes podem vir ou
não com artigo.

Não ocorrerá a crase:

 antes de palavras masculinas:

Andar a pé faz bem à saúde.

 antes de verbo:

Refere-se a trabalhar por longas horas.

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 antes de pronome de tratamento:

Informo a Vossa Senhoria que há documentos para assinatura.

 com substantivos repetidos:

O bandido ficou frente a frente com a polícia.

 antes de pronome oblíquo:

Dei a ela o livro tão desejado.

 antes de pronome demonstrativo:

Pediu a essa moça paciência.

 antes de pronome indefinido ou qualquer palavra que for modificada por


pronome indefinido:

A criança obedece a qualquer ensinamento.

 Palavras femininas em sentido genérico:

Refiro-me a mulheres elegantes.

 antes de pronomes em geral que não aceitam artigo:

O livro será dado a quem tirar a maior nota.

 antes do pronome que, salvo se ficar subtendida a expressão a aquela


que:

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O livro a que você se referiu não está aqui.

Informei o fato a essa moça, não à que saiu agora.


= a aquela que

 antes da palavra terra, quando sinônimo de bordo, terra firme:

O marinheiro foi a terra em busca de novos armamentos.

Haverá crase quando a palavra terra for


empregada em sentido diverso ao descrito
acima.

Os astronautas voltaram à Terra cansados e angustiados.

 Antes da palavra casa, quando sinônima de próprio lar:

Fui a casa descansar um pouquinho.

Quando a palavra casa estiver determinada,


ocorrerá a crase.

Fui à casa de meus pais descansar um pouquinho.

Convém, aqui, salientar que ocorre a crase devido à presença de artigo definido
“a”.

Veja:

Estou na cada de meus pais.


Preposição “em” + artigo definido “a”

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Antes dos pronomes de tratamento Senhora,


Senhorita, Dona (quando modificado) e
madame, poderá ocorrer o acento indicativo
de crase, se houver a presença da preposição, uma vez que esses pronomes
aceitam o artigo feminino “a”.

Ele se referia à madame Betina.

Darei flores à bondosa Dona Ana.

É facultativo o emprego do acento indicativo de crase:

 antes de pronome possessivo:

Ela se referiu à minha blusa./ Ela se referiu a minha blusa.

Quando o pronome for substantivo, ocorrerá a


crase.

Sua blusa é igual à minha.


Pronome feminino substantivo

 Antes de nomes próprios femininos:

O professor referiu-se à Maria na hora da prova./ O professor referiu-se a Maria


na hora da prova.

 Depois da preposição até:

Iremos daqui até à igreja./Iremos daqui até a igreja.

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Andou de bicicleta até à cidade mais próxima./Andou de bicicleta até a cidade


mais próxima.

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Lista das questões comentadas


1. (Cespe/DPU/Analista/2016) Com referência às ideias e aos aspectos
linguísticos do texto apresentado, julgue o seguinte item.

“Anteriormente à primeira Constituição pátria, a de 1824, vigoraram as


Ordenações Afonsinas, as Manuelinas e as Filipinas. Destas, somente as
Ordenações Filipinas, sancionadas em 1595 e que construíram a base do direito
português até o século XIX, com vigência de 1603 até o código Civil brasileiro
de 1916, trazem, em seu contexto, algo que remete ao entendimento de
concessão de justiça gratuita, prevendo que, se o agravante fosse tão pobre
que jurasse não ter bens móveis, nem bens de raiz, nem como pagar o agravo
e se rezasse, na audiência uma vez, a oração do Pai-Nosso pela alma do rei de
Portugal, seria considerado quitado o pagamento das custas de então.”

No trecho “Anteriormente à primeira Constituição pátria” (l.4), o emprego do


acento indicativo de crase é facultativo.

Comentário:

A questão trata do emprego do acento indicativo de crase.

Anteriormente é um advérbio e exige preposição “a”. E a expressão primeira


Constituição pátria está precedida do artigo feminino “a”.

Dessa maneira, torna-se obrigatória a contração da preposição exigida pelo


vocábulo anteriormente e o artigo feminino “a”.

Resposta: E

2. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2016) Acerca dos aspectos linguísticos


e das ideias do trecho abaixo, julgue o item seguinte.

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“A mais recente visita de participantes de outro projeto, o Atenção à População


de Rua do Assentamento Noroeste, levou resposta às demandas solicitadas
pelos moradores.”

No trecho “respostas às demandas”, o emprego do sinal indicativo de crase


justifica-se pela regência do substantivo “respostas”, que exige complemento
antecedido da preposição a, e pela presença de artigo feminino plural que
determina “demandas”.

Comentário:

O item solicita a justificação do uso do acento indicativo de crase.

O substantivo resposta exige preposição “a”.

Convém salientar que o substantivo resposta segue a regência do verbo


responder: responder a algo.

Dessa maneira, o emprego do sinal indicativo de crase se justifica pelo fato de o


substantivo exigir a preposição “a” e a presença do artigo feminino de
demandas.

Resposta: C

3. (AOCP/EBSERH/Médico/2015)

A CHAVE
Ela abre mais do que uma porta, inaugura um novo tempo
IVAN MARTINS

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Certos objetos dão a exata medida de um relacionamento. A chave, por


exemplo. Embora caiba no bolso, ela tem importância gigantesca na vida dos
casais. O momento em que você oferece a chave da sua casa é aquele em que
você renuncia à sua privacidade, por amor. Quando pede a chave de volta - ou
troca a fechadura da porta - está retomando aquilo que havia oferecido, por
que o amor acabou.
O primeiro momento é de exaltação e esperança. O segundo é sombrio.
Quem já passou pela experiência sabe como é gostoso carregar no bolso - ou
na bolsa - aquela cópia de cinco reais que vai dar início à nova vida. Carregada
de expectativas e temores, a chave será entregue de forma tímida e casual,
como se não fosse importante, ou pode vir embalada em vinho e flores, pondo
violinos na ocasião. Qualquer que seja a cena, não cabe engano: foi dado um
passo gigantesco. Alguém pôs na mão de outro alguém um totem de confiança.
Não interessa se você dá ou ganha a chave, a sensação é a mesma. Ou quase.
Quem a recebe se enche de orgulho. No auge da paixão, e a pessoa que
provoca seus melhores sentimentos (a pessoa mais legal do
mundo, evidentemente) põe no seu chaveiro a cópia discreta que abre a casa
dela. Você só nota mais tarde, quando chega à sua própria casa e vai abrir a
porta. Primeiro, estranha a cor e o formato da chave nova, mas logo entende a
delicadeza da situação. Percebe, com um sorriso nos lábios, que suas
emoções são compartilhadas. Compreende que está sendo convidado a
participar de outra vida. Sente, com enorme alívio, que foi aceito, e que uma
nova etapa tem início, mais intensa e mais profunda que anterior. Aquela chave
abre mais do que uma porta. Abre um novo tempo.
O momento de entregar a chave sempre foi para mim o momento de máximo
otimismo.
[...]
Você tem certeza de que a outra pessoa ficará feliz e comovida, mas ao mesmo
tempo teme, secretamente, ser recusado. Então vê nos olhos dela a alegria que
havia antecipado e desejado. O rosto querido se abre num sorriso sem
reservas, que você não ganharia se tivesse lhe dado uma joia ou uma aliança.

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(Uma não vale nada; para a outra ela não está pronta). Por isto ela esperava, e
retribui com um olhar cheio de amor. Esse é um instante que viverá na sua
alma para sempre. Nele, tudo parece perfeito. É como estar no início de um
sonho em que nada pode dar errado. A gente se sente adulto e
moderno, herdeiro dos melhores sonhos da adolescência, parte da espécie feliz
dos adultos livres que são amados e correspondidos - os que acharam uma
alma gêmea, aqueles que jamais estarão sozinhos.
Se as chaves de despedida parecem a pior coisa do mundo, não são.
[...]
A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.
Pode ser que dentro de três meses ou três anos a chave inútil e esquecida seja
encontrada no bolso de uma calça ou no fundo de uma bolsa. Ela já não
abrirá porta alguma exceto a da memória, que poderá ser boa ou ruim. O mais
provável é que o tato e a visão daquela ferramenta sem propósito provoquem
um sorriso agridoce, grisalho de nostalgia. Essa chave do adeus não dói, ela
constata e encerra.
Nestes tempos de arrogante independência, em que a solidão virou estandarte
exibido como prova de força, a doação de chaves ganhou uma
solenidade inesperada. Com ela, homens e mulheres sinalizam a disposição de
renunciar a um pedaço da sua sagrada liberdade pessoal. Sugerem ao outro
que precisam dele e o desejam próximo. Cedem o seu terreno, correm o risco.
É uma forma moderna e eloquente de dizer “eu te amo". E, assim como a
outra, dispensa “eu também". Oferece a chave quem está pronto, aceita a
chave quem a deseja, reciproca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso,
verdadeiramente. Nada mais triste que uma chave falsa. Ela parece abrir
uma esperança, mas abre somente uma ilusão.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-
martins/noticia/2015/04/chave.html

Em “... quando chega à sua própria casa e vai abrir a porta.", a crase:

a) é facultativa.

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b) é obrigatória.
c) foi utilizada incorretamente.
d) foi utilizada para atender a regras de concordância.
e) foi utilizada por causa da presença da palavra feminina “porta".

Comentário:

A questão trata de caso facultativo de crase.

É facultativo o emprego do acento indicativo de crase antes de


pronome possessivo, uma vez que é facultativo o uso do artigo
feminino.

Para ocorrer a crase, necessário que haja a contração da preposição “a” com
o artigo feminino “a”.

Rever é necessário!!!

Chegar é verbo intransitivo. Exige o emprego da preposição a.

As cantoras chegaram ao auditório para o espetáculo.

Ana chegou a casa no horário combinado com a mãe.

Diante o exposto, na frase: Na frase: ... quando chega à sua própria casa e
vai abrir a porta, temos o verbo chegar, há a preposição exigida pelo forma
verbal chega e o artigo feminino “a” de “a sua própria casa”.

Contudo, é caso facultativo de crase. A alternativa correta é a letra A.

Resposta: A

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4. (AOCP/Prefeitura de Angra dos Reis–RJ/Agente Administrativo/2015)

Espectadores têm chance de “degustação” das Paralimpíadas. Ingressos estão à


venda.
07/09/2015

Cadeiras de roda e próteses entre bicicletas, skates e patins: a integração entre


atletas paralímpicos e o público na Lagoa Rodrigo de Freitas marcou a
celebração da data de um ano para as Paralimpíadas Rio 2016, nesta segunda-
feira (7.09). Durante o Festival Paralímpico, que teve dois dias de programação
na capital fluminense, os espectadores puderam ter um gostinho de como serão
os primeiros Jogos da América do Sul, no ano que vem.
O cronômetro que marca o tempo até o dia do evento foi acionado de dentro de
uma roda de confraternização que reuniu atletas brasileiros e estrangeiros, o
mascote das Paralimpíadas, Tom, autoridades e dirigentes. O ministro do
Esporte, George Hilton, esteve presente ao lado do presidente do Comitê Rio
2016, Carlos Arthur Nuzman, e dos presidentes dos comitês paralímpicos
internacional e brasileiro (Phillip Craven e Andrew Parsons).
“Quero dizer que neste um ano para os Jogos, os esforços são para que a gente
tenha não apenas um grande evento, mas que possamos despertar a cultura
desportiva em todo o território nacional. O Rio terá a missão de espalhar por
todo o país a chama paralímpica, e nós daremos todo o apoio que for preciso
para que o paradesporto no Brasil continue nos orgulhando”, disse George
Hilton. Andrew Parsons lembrou que o 7 de setembro também marca o início da
venda de ingressos para os Jogos Paralímpicos. “Nossa meta é vender 3,3
milhões de entradas. Se conseguirmos, vai ser o maior número de ingressos
vendidos de toda a história da Paralimpíada. Os preços são bem convidativos,
tem ingresso a R$ 10, é muito barato. A ideia não é fazer uma grande
arrecadação, mas expor o esporte paralímpico ao maior número de pessoas
possível”, afirmou.

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Fonte: http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/noticias/espectadores-
tem-chance-de-degustacao-das-paralimpiadas-no-rio-ingressos-
estao-avenda.

Em “Ingressos estão à venda”,

a) o acento empregado em “à” é denominado “agudo”.


b) a crase se justifica pela junção de duas vogais com a mesma função.
c) o acento se justifica por se apresentar em uma locução adverbial de base
feminina.
d) a crase se justifica tendo em vista a fusão da preposição “a” exigida pelo
verbo e do artigo feminino “a” antes de “venda”.
e) a crase foi empregada inadequadamente.

Comentário:

Como regra geral, são craseadas as locuções


adverbiais femininas.

Assim, na frase: Ingressos estão à venda, o termo em destaque recebe o


acento indicativo de crase por tratar de locução adverbial feminina.

Resposta: C

5. (AOCP/EBSERH/Advogado/2015)

[...] a alegria
Seu sintoma mais bonito é nos jogar para fora,
de encontro ao mundo e a nós mesmos
IVAN MARTINS

A alegria vem de dentro ou de fora de nós?

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A pergunta me ocorre no meio de um bloco de carnaval, enquanto berro os


versos imortais de Roberto Carlos, cantados em ritmo de samba: “Eu quero que
você me aqueça neste inverno, e que tudo mais vá pro inferno”.
Estou contente, claro. Ao meu redor há um grupo de amigos e uma multidão
ruidosa e colorida. Ainda assim, a resposta sobre a alegria me ilude. Meu
coração sorri em resposta a essa festa ou acha nela apenas um eco do seu
próprio e inesperado contentamento?
Embora simples, a pergunta não é trivial. Se sou capaz de achar em mim a
alegria, a vida será uma. Se ela precisa ser buscada fora, permanentemente,
será outra, provavelmente pior.
Penso no amor, fonte permanente de júbilo e apreensão.
Quando ele nos é subtraído, instala-se em nós uma tristeza sem tamanho e
sem fim, que tem o rosto de quem nos deixou. Ela vem de fora, nos é imposta
pelas circunstâncias, mas torna-se parte de nós. Um luto encarnado. Um milhão
de carnavais seriam incapaz de iluminar a escuridão dessa noite se não
houvesse, dentro de nós, alguma fonte própria de alegria. Nem estaríamos na
rua, se não fosse por ela. Nem nos animaríamos a ver de perto a multidão.
Ficaríamos em casa, esmagados por nossa tristeza, remoendo os detalhes do
que não mais existe. Ao longe, ouviríamos a batucada, e ela nos pareceria
remota e alheia.
Nossa alegria existe, entretanto. Por isso somos capazes de cantar e dançar
quando o destino nos atinge.
Nossa alegria se manifesta como força e teimosia: ela nos põe de pé quando
nem sairíamos da cama. Ela se expõe como esperança: acreditamos que o
mundo nos trará algo melhor esta manhã; quem sabe esta noite; domingo,
talvez. Ela nos torna sensível à beleza da mulher estranha, ao sorriso feliz do
amigo, à conversa simpática de um vizinho, aos problemas do colega de
trabalho. Nossa alegria cria interesse pelo mundo e nos faz perceber que ele
também se interessa por nós.

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Por mínima que seja, essa fonte de luz e energia é suficiente para dar a largada
e começar do zero. Um dia depois do outro. Todos os dias em que seja
necessário.
Quando se está por baixo, muito caído, não é fácil achar o interruptor da nossa
alegria. A gente tem a sensação de que alegria se extinguiu e com ela o nosso
desejo de transar e de viver, que costumam ser a mesma coisa. Mas a alegria
está lá - feita de boas memórias, do amor que nos deram, do carinho que a
gente deu aos outros. Existe como presença abstrata, mas calorosa, que nos
dirige aos outros, que nos faz olhar para fora. É isso a alegria: algo de dentro
que nos leva ao mundo e nos permite o gozo e a reconhecimento de nós
mesmos, no rosto do outro. Empatia e simpatia. Amor.
Se a alegria vem de dentro ou de fora? De dentro, claro. Mas seu sintoma mais
bonito é nos jogar para fora, de encontro à música e à dança do mundo, ao
encontro de nós mesmos.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-
martins/noticia/2015/02/dentro-de-nos-balegriab.html

Em “Ela nos torna sensível à beleza da mulher estranha...", a crase foi


utilizada:

a) por causa da regência do verbo “tornar" que exige em seu complemento o


uso da preposição “a" e pelo fato de “beleza" ser precedida por artigo
feminino “a".
b) por causa da regência do verbo “tornar" que exige em seu complemento o
uso da preposição “a" e pelo fato de “mulher estranha" ser uma expressão
feminina precedida por artigo feminino “a".
c) por causa da concordância necessária entre o termo feminino “sensível" e a
expressão feminina “beleza da mulher estranha".
d) por causa da regência do nome “sensível" que exige em seu complemento o
uso da preposição “a" e pelo fato de “mulher estranha" ser uma expressão
feminina precedida por artigo feminino “a".

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e) por causa da regência do nome “sensível" que exige em seu complemento o


uso da preposição “a" e pelo fato de “beleza" vir precedido do artigo
feminino “a".

Comentário:

A questão traz o emprego da regência nominal.

Observe que temos o adjetivo sensível. Ele exige preposição “a”. Por sua vez,
o termo “a beleza da mulher estranha” aceita o uso do artigo feminino “a”.

Dessa maneira, houve o acento indicativo crase por causa da regência do nome
“sensível" que exige, em seu complemento, o uso da preposição “a", e pelo fato
de “beleza" vir precedido do artigo feminino “a".

Resposta: E

6. (AOCP/TER–AC/Técnico Judiciário/2015) Leia o texto e resolver a


questão.

Exemplo de cidadania: eleitores acima de 70 anos fazem questão de votar


Eleitores com mais de 70 anos foram, espontaneamente, às urnas para ajudar a
escolher seus representantes
Luh Coelho

Exemplo de cidadania é o caso de pessoas como o aposentado Irineu


Montanaro, de 75 anos. Ele diz que vota desde os 18, quando ainda era jovem
e morava em Minas Gerais, sua terra natal, e que, mesmo sem a
obrigatoriedade do voto, vai até as urnas em todas as eleições. “É uma maneira
de expressar a vontade que a gente tem. Acho que um voto pode fazer a
diferença”, diz.

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Eles questionam a falta de propostas específicas de todos os candidatos para


pessoas da terceira idade e acreditam que um voto consciente agora pode
influenciar futuramente na vida de seus filhos e netos.
O idoso afirma que sempre incentivou sua família a votar. E o maior exemplo
vinha de dentro da própria casa. Mesmo que nenhum de seus familiares tenha
se aventurado na vida política, todos de sua prole veem na vida pública uma
forma de mudar os rumos do país.
Fonte: http://www.vilhenanoticias.com.br/materias/news popljp.
php?id"16273. Texto adaptado.

Em “Eleitores com mais de 70 anos foram, espontaneamente, às urnas para


ajudar a escolher seus representantes", a crase:

a) foi empregada para atender à regência do verbo “ir" , o qual tem como
complemento uma palavra pertencente ao gênero feminino.
b) foi empregada para atender à regência de “espontaneamente" , que tem
como complemento nominal uma palavra do gênero feminino.
c) foi empregada para atender à regência do verbo posposto “ajudar".
d) foi empregada inadequadamente.
e) é facultativa.

Comentário:

A questão traz a regência do verbo ir.

O verbo ir:

É verbo intransitivo e exige preposição “a” ou “para”.

 Quando houver sentido de ida e volta, usaremos a preposição “a”.

Ontem, fui a Brasília.

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 Quando houver sentido de ida e permanência, usaremos a preposição


“para”.

Quando criança, Luizinho foi para outro bairro.

Diante o exposto, a cras foi empregada para atender à regência do verbo “ir", o
qual tem como complemento uma palavra pertencente ao gênero feminino.

Resposta: A

7. (AOCP/EBSERH/Nutricionista/2015)

A lista de desejos
Rosely Sayao

Acabou a graça de dar presentes em situações de comemoração e celebração,


não é? Hoje, temos listas para quase todas as ocasiões: casamento, chá de
cozinha e seus similares – e há similares espantosos, como chá de lingerie –,
nascimento de filho e chá de bebê, e agora até para aniversário.
Presente para os filhos? Tudo eles já pediram e apenas mudam, de vez em
quando ou frequentemente, a ordem das suas prioridades. Quem tem filho tem
sempre à sua disposição uma lista de pedidos de presentes feita por ele, que
pode crescer diariamente, e que tanto pode ser informal quanto formal.
A filha de uma amiga, por exemplo, tem uma lista na bolsa escrita à mão pelo
filho, que tem a liberdade de sacá-la a qualquer momento para fazer as
mudanças que ele julgar necessárias. Ah! E ela funciona tanto como lista de
pedidos como também de “checklist" porque, dessa maneira, o garoto controla
o que já recebeu e o que ainda está por vir. Sim: essas listas são quase uma
garantia de conseguir ter o pedido atendido.
Ninguém mais precisa ter trabalho ao comprar um presente para um conhecido,
para um colega de trabalho, para alguma criança e até amigo. Sabe aquele

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esforço de pensar na pessoa que vai receber o presente e de imaginar o que ela
gostaria de ganhar, o que tem relação com ela e seu modo de ser e de viver?
Pois é: agora, basta um telefonema ou uma passada rápida nas lojas físicas ou
virtuais em que as listas estão, ou até mesmo pedir para uma outra pessoa
realizar tal tarefa, e pronto! Problema resolvido!
Não é preciso mais o investimento pessoal do pensar em algo, de procurar até
encontrar, de bater perna e cabeça até sentir-se satisfeito com a escolha feita
que, além de tudo, precisaria estar dentro do orçamento disponível para tal.
Hoje, o presente custa só o gasto financeiro e nem precisa estar dentro do
orçamento porque, para não transgredir a lista, às vezes é preciso parcelar o
presente em diversas prestações...
E, assim que os convites chegam, acompanhados sem discrição alguma das
listas, é uma correria dos convidados para efetuar sem demora sua compra. É
que os presentes menos custosos são os primeiros a serem ticados nas listas, e
quem demora para cumprir seu compromisso acaba gastando um pouco mais
do que gostaria.
Se, por um lado, dar presentes deixou de dar trabalho, por outro deixou
também totalmente excluído do ato de presentear o relacionamento entre as
pessoas envolvidas. Ganho para o mercado de consumo, perda para as relações
humanas afetivas.
Os presentes se tornaram impessoais, objetos de utilidade ou de luxo
desejados. Acabou-se o que era doce no que já foi, num passado recente, uma
demonstração pessoal de carinho.
Sabe, caro leitor, aquela expressão de surpresa gostosa, ou de um pequeno
susto que insiste em se expressar, apesar da vontade de querer que ele passe
despercebido, quando recebíamos um mimo? Ou aquela frase transparente de
criança, que nunca deixa por menos: “Eu não quero isso!"? Tudo isso acabou.
Hoje, tudo o que ocorre é uma operação mental dupla. Quem recebe apenas
tica algum item da lista elaborada, e quem presenteia dá-se por satisfeito por
ter cumprido seu compromisso.

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Que tempos mais chatos. Resta, a quem tiver coragem, a possibilidade de


transgredir essas tais listas. Assim, é possível tornar a vida mais saborosa.
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
roselysayao/2014/07/1489356-a-lista-de-desejos.shtml

Em “... às vezes é preciso parcelar o presente em diversas prestações...”,


podemos afirmar que nesse caso a crase foi utilizada:

a) porque a expressão em destaque é uma locução adverbial de base feminina.


b) para atender a regência do verbo “precisar”.
c) para atender a regência do verbo “parcelar”.
d) porque a expressão em destaque é uma locução conjuntiva de base
feminina.
e) porque a expressão de que ela faz parte está diante da palavra feminina
“prestações”.

Comentário:

são craseadas as locuções adverbiais femininas.

Dessa maneira, a expressão “às vezes” recebeu o


acento indicativo de crase, porque a expressão em destaque é uma locução
adverbial de base feminina.

Resposta: A

8. (AOCP/EBSERVH/Enfermeiro/2015) Em “O gostar que nos define está


ligado às entranhas de alguém...", a crase ocorreu:

a) porque está inserida em uma locução prepositiva de base feminina.


b) para atender à regência do verbo “define".

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c) para atender à regência do verbo “estar" que, na oração, está presente na


locução verbal “está ligado".
d) para atender à regência do verbo “ligar" que, na oração, está presente na
locução verbal “está ligado".
e) para atender à regência do verbo “gostar" que, na oração, está no infinitivo.

Comentário:

O verbo ligar, na frase em questão, é transitivo indireto e exige preposição “a”.


Também há o artigo feminino no complemento indireto: as entranhas de
alguém.

Assim, ocorreu a crase, pois a locução verbal “está ligado” exige preposição
“a”, e há a presença do artigo feminino “a”.

Resposta: D

9. (Cespe/TRE–GO/Analista Judiciário/2015) Julgue o item que se segue,


acerca das estruturas linguísticas do texto.

Os primeiros anos que se seguiram à Proclamação da República foram de


grandes incertezas quanto aos trilhos que a nova forma de governo deveria
seguir. Em uma rápida olhada, identificam-se dois grupos que defendiam
diferentes formas de se exercer o poder da República: os civis e os militares. Os
civis, representados pelas elites das principais províncias — São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul —, queriam uma república federativa
que desse muita autonomia às unidades regionais. Os militares, por outro lado,
defendiam um Poder Executivo forte e se opunham à autonomia buscada pelos
civis. Isso sem mencionar as acirradas disputas internas de cada grupo. Esse
era um quadro que demonstrava a grande instabilidade sentida pelos cidadãos
que viveram naqueles anos. Mas havia cidadãos?

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Formalmente, a Constituição de 1891 definia como cidadãos os brasileiros natos


e, em regra, os naturalizados. Podiam votar os cidadãos com mais de vinte e
um anos de idade que tivessem se alistado conforme determinação legal. Mas o
que, exatamente, significava isso? Em 1894, na primeira eleição para
presidente da República, votaram 2,2% da população. Tudo indica que, apesar
de a República ter abolido o critério censitário e adotado o voto direto, a
participação popular continuou sendo muito baixa em virtude, principalmente,
da proibição do voto dos analfabetos e das mulheres.
No que se refere à legislação eleitoral, alguns instrumentos legais vieram a
público, mas nenhum deles alterou profundamente o processo eleitoral da
época. As principais alterações promovidas na legislação contemplaram o fim do
voto censitário e a manutenção do voto direto. Essas modificações, embora
importantes, tiveram pouca repercussão prática, já que o voto ainda era restrito
— analfabetos e mulheres não votavam — e o processo eleitoral continuava
permeado por toda sorte de fraudes.
Ane Ferrari Ramos Cajado, Thiago Dornelles e Amanda Camylla
Pereira. Eleições no Brasil: uma história de 500 anos. Brasília:
Tribunal Superior Eleitoral, 2014, p. 27-8. Internet:
<www.tse.jus.br> (com adaptações).

O trecho “que se seguiram à Proclamação” (l.1) poderia ser reescrito, sem


alteração da ideia original nem prejuízo gramatical, da seguinte forma: que
seguiram a Proclamação.

Comentário:

O item solicita a substituição do verbo seguir-se por seguir.

Vejamos:

Texto original: Os primeiros anos que se seguiram à Proclamação da República


foram de grandes incertezas quanto aos trilhos que a nova forma de governo
deveria seguir.

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Texto proposto: Os primeiros anos da República que seguiram a Proclamação


foram de grandes incertezas quanto aos trilhos que a nova forma de governo
deveria seguir.

Seguir-se é verbo transitivo indireto e exige preposição “a”. Por sua vez,
seguir é verbo transitivo direto, não exige o emprego de preposição.

Dessa maneira, ficou correta a supressão do acento indicativo de crase.

Resposta: C

10. (Cespe/Telebras/Analista/2015) No que se refere às estruturas


linguísticas do texto acima e às ideias nele desenvolvidas, julgue o item a
seguir.

“Coma construção do primeiro satélite geoestacionário brasileiro, a segurança


do tráfego de dados importantes no país poderá aumentar, uma vez que eles
passarão a ser criptografados. Segundo o presidente da TELEBRAS, um dos
objetivos do desenvolvimento do satélite será a proteção às redes que
transmitem informações sensíveis do governo federal.”

O sinal indicativo de crase em “proteção às redes” justifica-se pela contração da


preposição a, exigida pelo substantivo “proteção”, com o artigo definido
feminino as, que determina o vocábulo “redes”.

Comentário:

A questão trata da regência nominal e o emprego do acento indicativo de crase.

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No caso em tela, a preposição exigida pelo substantivo proteção é “a”. Dessa


maneira, houve contração da referida preposição com o artigo feminino “as”
que precede o substantivo redes.

Resposta: C

11. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/2015) Julgue o item que se segue,


relativos às estruturas linguísticas do texto Estado social e princípio da
solidariedade.

A correção gramatical do texto seria prejudicada caso se empregasse o sinal


indicativo de crase no vocábulo “a” em “dá suporte a exigências recíprocas”.

Comentário:

Para ocorrer a crase, necessário que haja a preposição “a” mais o artigo
feminino “a”.

No caso em tela, percebemos que o substantivo exigências foi empregado em


sentido genérico, não aceitando, assim, o artigo definido “a”.

Dessa maneira, a correção gramatical do texto seria, sim, prejudicada caso se


empregasse o sinal indicativo de crase.

Resposta: C

12. (AOCP/EBSERH/Nutricionista/2014)

Mudança climática pode aumentar pobreza, alerta ONU


Documento do Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC) projeta que, para evitar que consequências

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do aquecimento global “saiam de controle", mundo precisa reduzir a emissão dos gases
de efeito estufa

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em


inglês) da Organização das Nações Unidas revelou na manhã desta segunda em
Yokohama, no Japão, a segunda parte do quinto relatório produzido pelos
cientistas do órgão - o anterior foi divulgado há sete anos, em 2007. O
documento projeta que a mudança climática irá piorar problemas sociais já
existentes, como pobreza, doenças, violência e número de refugiados. Além
disso, irá frear os benefícios da modernização, como o crescimento econômico
regular e uma produção agrícola mais eficiente.
Para evitar que as consequências do aquecimento global “saiam de controle", o
mundo precisa reduzir a emissão dos gases de efeito estufa, afirmou Rajendra
Pachauri, presidente do IPCC - e existe pouco tempo para tomar atitudes que
possam mitigar os efeitos da mudança climática, permitindo aos países se
ajustarem à maior variação de temperaturas.
Intitulado “Sumário para Formuladores de Políticas", o documento foi aprovado
por unanimidade pelos mais de 100 governos integrantes do IPCC. Uma versão
preliminar do sumário havia vazado na internet há alguns meses e já fazia
advertências semelhantes, como a de que “as mudanças climáticas vão
amplificar os riscos relacionados ao clima já existentes e criar novos",
reduzindo, por exemplo, a oferta de água renovável na superfície e nas fontes
subterrâneas nas regiões subtropicais mais secas e aumentando o número de
pessoas sob risco de inundações. Em média, o texto aprovado pelo IPCC.
Em média, o texto aprovado pelo IPCC menciona a palavra “risco" cinco vezes e
meia em cada uma de suas 49 páginas. Os perigos mencionados envolvem
cidades grandes e pequenas e incluem preço e disponibilidade de alimentos. Em
escala menor, são citados riscos que envolvem doenças, custos financeiros e
até mesmo a paz mundial. “Magnitude crescente do aquecimento aumenta a
possibilidade de impactos severos, penetrantes e irreversíveis", alerta o
relatório.

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Desastres naturais como ondas de calor na Europa, queimadas nos Estados


Unidos, seca na Austrália, inundações em Moçambique, Tailândia e Paquistão
são lembretes de como a humanidade é vulnerável a condições climáticas
extremas, diz o texto. Os problemas devem afetar todos de algum modo, mas
as pessoas que menos têm recursos para arcar com as consequências serão as
que sofrerão mais. “Agora nós estamos em uma era na qual a mudança
climática não é algum tipo de hipótese futura", afirmou Chris Field, um dos
autores líderes do estudo.
Uma parte do relatório discute o que pode ser feito para amenizar os efeitos do
aquecimento global e lista como alternativas a redução da poluição de carbono
e a preparação para mudanças climáticas com um desenvolvimento mais
inteligente. O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ressaltou que o
documento é um alerta às novas ações e alertou que os custos da falta de ação
serão “catastróficos".
Maarten van Aalst, um dos autores do estudo, reforçou que se a comunidade
internacional não reduzir as emissões de gases estufa logo, os riscos sairão de
controle. “E os riscos já subiram", disse. Coautor do relatório, o cientista do
IPCC Saleemul Huq lembra que “as coisas estão piores do que previmos" em
2007, quando o grupo de cientistas emitiu a última versão do documento. “Nós
veremos cada vez mais impactos, mais rápido e antes do que antecipamos",
declarou.
O relatório, inclusive, cria uma nova categoria de risco. Em 2007, o maior grau
de perigo era “alto", simbolizado pela cor vermelha. Desta vez, o nível máximo
é “muito alto" e de cor roxa nas ilustrações gráficas.
Vice-presidente do painel do ONU, o climatologista Jean-Pascal van Ypersele
defendeu os alertas do IPCC contra críticas que apontem alarmismo por parte
dos cientistas. “Nós estamos indicando as razões para o alerta. Isso é porque os
fatos, a ciência e os dados mostram que há razões para estar alarmado, não é
porque nós somos alarmistas", disse.

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No entanto, outra coautora do estudo, a cientista Patricia Romero-Lankao disse


que ainda existe uma janela de oportunidade. “Nós temos escolhas. Nós temos
que agir agora", disse.
Adaptado de http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/mudanca-
climatica... -pode-aumentar-pobreza-alerta-onu

Em “... permitindo aos países se ajustarem à maior variação de


temperaturas...”, o uso da crase se justifica:

a) por tratar-se de locução adverbial de base feminina.


b) para atender à regência do nome “países”.
c) por tratar-se de locução conjuntiva de base feminina.
d) para atender à regência do verbo “permitir”.
e) para atender à regência do verbo “ajustar”.

Comentário:

O verbo ajustar é transitivo direto e indireto. Como transitivo indireto, exige


preposição “a”.

Dessa maneira, na frase: ... permitindo aos países se ajustarem à maior


variação de temperaturas..., ocorreu a crase, pois há a presença da
preposição exigida pelo verbo ajustar e do artigo feminino de “a maior
variação de temperaturas”.

Resposta: E

13. (AOCP/UFPB/Advogado/2014)

Poluição atmosférica pode reduzir quantidade de proteínas nos alimentos


Pesquisa feita com trigo mostrou que essa queda pode ser de até 3% nas
próximas décadas

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Quantidades elevadas de dióxido de carbono no ar impedem o trigo de produzir


todas as proteínas necessárias para seu crescimento e para a nutrição humana
(Thinkstock).
Um estudo feito em campos de trigo mostrou pela primeira vez que as
mudanças climáticas podem comprometer a qualidade nutritiva dos alimentos.
Isso ocorre porque níveis elevados de dióxido de carbono na atmosfera
prejudicam a absorção pelas plantas de nitrato, utilizado para a síntese de
proteínas essenciais para o ser humano. Segundo os especialistas, nas
próximas décadas pode ocorrer uma queda de até 3% na quantidade de
proteínas disponíveis para consumo. Realizado por pesquisadores da
Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, o estudo foi publicado no
periódico Nature Climate Change neste domingo.
“A qualidade dos alimentos está declinando com os crescentes níveis de dióxido
de carbono na atmosfera", afirma Arnold Bloom, professor do departamento de
ciência das plantas e principal autor do estudo. Segundo ele, diversas
explicações já foram elaboradas para essa queda de qualidade, mas o trabalho
atual é o primeiro a demonstrar através de um estudo de campo que o dióxido
de carbono em excesso inibe a conversão de nitrato em proteína nas
plantações.
Esse processo, que é denominado assimilação, desempenha um papel
primordial no crescimento da planta. O problema é ainda maior no caso dos
alimentos, uma vez que o nitrogênio é utilizado para produzir proteínas
necessárias para a nutrição do homem. O trigo corresponde a cerca de um
quarto de toda a proteína na dieta humana ao redor do mundo.
Para observar a resposta do trigo a diferentes níveis de dióxido de carbono na
atmosfera, os pesquisadores estudaram amostras cultivadas em 1996 e 1997,
nos Estados Unidos. Nessa época, ar enriquecido com dióxido de carbono foi
liberado nas plantações, criando um nível elevado de carbono nos locais de
teste, similar ao que se espera acontecer nas próximas décadas. Amostras de
trigo para controle também foram cultivadas, sem interferência nas taxas de
carbono.

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Depois de colhidas, todas as amostras foram imediatamente colocadas no gelo,


e depois secas no forno e armazenadas a vácuo, para minimizar mudanças nos
compostos de nitrogênio ao longo do tempo. Isso permitiu que, mais de uma
década depois, os autores do estudo atual realizassem um tipo de análise
química que não existia na época da colheita.
De acordo com os cientistas, a quantidade total de proteínas disponíveis para
consumo humano vai sofrer uma queda de 3% à medida que os níveis de
dióxido de carbono na atmosfera atingirem as estimativas para as próximas
décadas. Uma intensa fertilização das plantações com nitrogênio poderia
compensar parcialmente essa redução, mas causaria outras consequências,
como aumento dos custos, além do aumento da contaminação das águas por
nitrato e da emissão de óxido nitroso, que colabora com o efeito estufa.
Adaptado de http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/poluicao-...
ca-pode-reduzir-quantidade-de-proteinas-nos-alimentos

“...consumo humano vai sofrer uma queda de 3% à medida que os níveis de


dióxido de carbono...”

A alternativa em que a crase foi utilizada seguindo a mesma regra aplicada


na crase do excerto acima é:

a) Descobriu-se tardiamente que o homem era fiel à esposa.


b) Foi à feira depois de passar pelo mercado.
c) Tornavam-se mais agressivos à proporção que os xingamentos
aumentavam.
d) Entregou uma dúzia de rosas vermelhas à namorada.
e) Fabricava móveis à Luiz XV.

Comentário:

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Como regra, as locuções adverbiais,


prepositivas e conjuntivas formadas com
palavra feminina são craseadas.

Na frase: ...consumo humano vai sofrer uma queda de 3% à medida que os


níveis de dióxido de carbono..., há locução conjuntiva formada com palavra
feminina: à medida que.

A alternativa em que a crase foi utilizada por, também, constituir locução


conjuntiva é a letra C: à proporção que.

Resposta: C

14. (AOCP/UFC/Advogado/2014)

Quem é o seu filho?

Os pais perderam a intimidade com as crianças. Esse e outros efeitos da


terceirização da educação e dos cuidados de saúde

[...]Todos os dias as mulheres provam que são capazes de se dividir em muitas.


Elas conciliam casa, trabalho, filhos, estudos, beleza com notável habilidade. O
segredo é não almejar a perfeição.
Administro a vida como o equilibrista de pratos daqueles circos antigos. O
importante não é manter cada prato girando perfeitamente. O importante é
acudir cada um no momento certo para evitar que eles caiam.
Quando o bebê nasce, toda profissional vive o dilema do retorno ao trabalho. E,
antes disso, vive o dilema da terceirização dos cuidados. O que é melhor?
Deixar a criança na creche, com uma babá ou com a avó?
Todas as possibilidades têm prós e contras. A escolha depende da estrutura
familiar e do orçamento do casal. O importante, em todas as opções, é não

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exagerar na terceirização. Minha filha teve babá. Creches que funcionam em


horário comercial não são uma alternativa para jornalistas. Trabalhamos em
horários irregulares, frequentemente à noite e de madrugada.
Nossa saída foi criar um sistema de semiterceirização. A babá não dormia no
trabalho e folgava todos os sábados, domingos e feriados.
Eu e meu marido fazíamos um revezamento. Um dos dois chegava em casa a
tempo de substituir a babá quando a jornada diária dela terminava. Em boa
parte das manhãs e nos finais de semana, nossa filha era só nossa. Nunca a
babá nos acompanhou ao pediatra, ao supermercado, ao restaurante, ao hotel,
ao teatrinho infantil. Pudemos acompanhar o desenvolvimento do paladar. Com
alegria, levávamos a Bia para conhecer frutas e legumes no hortifrutti ou na
feira. Apresentamos sabores e texturas e hoje nos orgulhamos de ver as
escolhas que ela é capaz de fazer. Aos sábados ou domingos, eu preparava
cardápios para a semana inteira e comprava os ingredientes. Faço isso até hoje.
Facilita a vida, evita desperdício e nos dá a certeza de comer bem durante a
semana toda, mesmo que o preparo das refeições seja terceirizado.
Os pais precisam reassumir seu papel na educação alimentar. Durante a
entrevista, Becker mencionou contradições comuns. “Os pais se preocupam
com vento encanado e pés no chão frio, mas oferecem aos filhos lixo tóxico
para eles comerem", afirma. Ao ouvir isso, me lembrei de outra historinha.
Quando minha filha ainda estava na fase da papinha e decidíamos viajar de
férias, a alimentação era um desafio. A babá preparava as sopinhas da semana
em casa, congelávamos em diferentes potinhos e colocávamos numa bolsa
térmica. No hotel, transferíamos tudo para o freezer. Como eram viagens
curtas, sempre dava certo.
Um dia fizemos uma viagem um pouco mais longa, de carro. Resolvi passar no
supermercado e comprar uma papinha pronta, dessas industrializadas, para
oferecer a ela quando fizéssemos uma parada num restaurante de beira de
estrada.
Planejei tudo direitinho. Só não contei com o apurado controle de qualidade da
minha bebê. Tirei a tampa do produto e, na primeira colherada, ela cuspiu a

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gororoba longe. Fez uma careta horrível, como se eu estivesse oferecendo a ela
alguma coisa imprópria para consumo humano.
Como desprezar essa sabedoria? Foi a primeira e última vez que uma papinha
pronta entrou no nosso carrinho de supermercado.
Aprender a comer bem é um patrimônio para a vida toda, mas os pais
negligenciam esse aprendizado. Acham que isso não é importante ou que não é
função deles. Se preocupam mais em comprar o último iPad para os filhos do
que em saber se eles reconhecem uma berinjela. Educar é difícil. Ter filhos é
conhecer a vida selvagem. Precisamos menos de manuais de instrução e mais
de bom senso. Acertamos aqui, erramos ali. É preciso ter serenidade para
aceitar isso.
Sou mãe há quase 14 anos. Muita coisa vem por aí. O balanço geral, até agora,
deixa a família satisfeita. Não terceirizamos além da conta. Não perdemos o
contato. Não nos arrependemos.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/cristiane-
segatto/noticia/2013/12/quem-e-bo-seu-filhob.html

Em “Trabalhamos em horários irregulares, frequentemente à noite e de


madrugada.”, o sinal indicativo de crase foi empregado:

a) para atender à regência do nome “irregulares”.


b) para atender à regência do verbo “trabalhar”.
c) por tratar-se de uma locução adverbial de base feminina.
d) para concordar com o advérbio “frequentemente”.
e) para atender à regência do nome “madrugada.

Comentário:

Como regra, as locuções adverbiais,


prepositivas e conjuntivas formadas com
palavra feminina são craseadas.

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O caso em tela trata de locução adverbial de base feminina. A alternativa C


está correta.

Resposta: C

15. (AOCP/UFSM/Analista Administrativo–Contabilidade/2014)

A geração de pais-avôs

Espremidos entre a infância dos filhos e a própria velhice chegando, homens de


50 ou 60 anos com filhos pequenos têm um grande desafio pela frente:
envelhecer sem deixar de ser jovem.
Isabel Clemente

Eles tiveram filhos depois - ou bem depois - dos 45. Sentiam-se jovens. Não
tinham dúvida a respeito disso, mas quando viram os filhos crescendo,
vacilaram. O tempo começou a passar mais rápido. Voltaram a malhar para
recuperar o vigor físico. Estão mais vaidosos. De uma hora para outra,
incorporaram hábitos alimentares mais saudáveis. Precisam ter saúde, cabelos,
músculos. Beber menos, dormir mais. Prometeram aos filhos viver muito. E em
nome dessa promessa, desejam a eternidade. Como todos nós.
[...]Vencer a morte é um desejo humano, ainda que inconsciente. Uma utopia
que nos move atrás de qualidade de vida, de cura para doenças, de antídotos
para o sofrimento, de vitaminas para a beleza. São armas capazes de retardar o
envelhecimento, nunca detê-lo. Envelhecer é um processo. A boa notícia é que
a juventude é um estado de espírito que podemos cultivar.
Pesquei especialmente para vocês, que estão se achando velhos, que têm medo
de morrer antes que o filho cresça, tenha título de eleitor ou dirija um carro, a
melhor definição que conheço sobre juventude. Eu a encontrei no texto “Youth
Mode: um estudo sobre a liberdade", da Box1824, uma agência paulista
especializada no tema jovens e em estratégias para se comunicar com eles.

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Profa. Beatriz de Assis

“Juventude não é liberdade no sentido político. É uma emancipação do tédio,


do previsível, da tradição. É atingir um potencial máximo: a habilidade de ser a
pessoa que você quer ser. Trata-se da liberdade de escolher como se
relacionar; de experimentar coisas novas; de cometer erros. A juventude
entende que toda liberdade tem limites e que ser adaptável é a única maneira
de ser livre".
Não estou sugerindo que você vista as roupas do seu filho adulto de 20 anos
para brincar com sua criança de quatro, nem que cometa desatinos dos quais
vá se arrepender depois. O recado é “adapte-se". Pare de fumar ou beber tanto.
Pratique algum esporte, ainda que seja empinar pipas. Dê-se ao luxo de sentar
no chão, por cinco minutos que seja, ao lado daquela criança para brincar de
boneca. E tire partido dos sorrisos. Você, que a essa altura já deve ter assistido
ao filme de animação Monstros S.A., sabe que as gargalhadas das crianças
liberam muito mais energia do que os gritos e os choros. Para terminar, antes
de reclamar de novo de alguma coisa, respire fundo. Respirar fundo também é
um ótimo antídoto para a velhice como predisposição da alma.
A essência do comportamento jovem é ter curiosidade em relação à vida, e não
perder tempo pensando no fim. De preferência, não ser tedioso e, finalmente,
ser aquilo que você gostaria de ser. Tem fase melhor da vida para alcançar este
objetivo do que a meia idade? Talvez hoje, mais do que nunca, vocês tenham a
paz e o discernimento necessários para experimentar algo novo ou tomar
decisões que mudem para melhor o rumo de suas vidas. É uma hipótese.
Dêemse o benefício da dúvida. Nossa cultura está repleta de interesses
cruzados entre as gerações. Talvez, com o fim da cerimônia e a relativização de
certas tradições, estejamos inaugurando uma era propensa à maior
comunicação entre pessoas de idades tão diferentes. Sinta-se ungido pela sorte
de recomeçar. Quando seu filho crescer, ele irá entender - mais cedo ou mais
tarde - que a vida de cada um carrega histórias únicas, e que buscar uma
escala de valores sobre as vantagens e as desvantagens de ser filho de um pai
“velho" é um exercício inútil.

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“Por muito tempo, a idade esteve amarrada a uma série de expectativas


sociais. Mas quando o jovem da geração Boomerang retorna para o ninho vazio
e a aposentadoria fica mais distante a cada dia, o vínculo entre idade e
expectativas sociais começa a se desfazer", diz outro trecho do estudo da
Box1824. Cabe a cada um, portanto, reconstruir os laços com a juventude. E te
digo que a presença de uma criança em casa é um ótimo começo.
Ser pai de criança pequena agora é o seu predicado. As pessoas irão enxergá-lo
também sob essa nova lógica. Pode ser que você não tenha mais paciência para
“certas coisas". Considere a algazarra excessiva, o barulho, desnecessário. Mas
o pacote é esse do jeito que está aí, aguardando para ser desembrulhado. Não
inventaram nenhuma fórmula melhor para viver do que usufruir um dia depois
do outro. E quando você faz tudo isso no “modo jovem", você não se torna
imortal, mas, parafraseando as mentes criativas da Box1824, você fica infinito.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/isabel-
clem... noticia/2014/03/geracao-de-bpais-avosb.html

“A essência do comportamento jovem é ter curiosidade em relação à vida...”


No período acima, a crase foi utilizada:

a) para atender à regência do verbo “é”.


b) para atender à regência do nome “relação”.
c) para atender à regência do verbo “ter”.
d) por tratar-se de locução adverbial de base feminina.
e) por tratar-se de locução conjuntiva de base feminina.

Comentário:

A questão trata de regência nominal. O substantivo relação exige preposição


“a”. Dessa maneira, temos um complemento nominal e deve receber o acento
indicativo de crase.

A alternativa B está correta.

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Resposta: B

16. (AOCP/TCE–PA/Técnico de Informática/2012)

“O jornalista Lewis Dvorkin atribui o interesse crescente pelos textos de


fôlego ao declínio dos grandes portais, que aconteceu em paralelo à
ascensão das redes sociais."

O sinal indicativo de crase foi empregado para marcar a introdução de uma


expressão que funciona como:

a) objeto indireto.
b) adjunto adverbial.
c) agente da passiva.
d) complemento nominal.
e) adjunto adnominal.

Comentário:

Na frase: ... que aconteceu em paralelo à ascensão das redes sociais, há a


regência do nome paralelo, que exige preposição “a”.

Dessa maneira, o sinal indicativo de crase foi empregado para marcar a


introdução de uma expressão que funciona como complemento nominal.

Resposta: D

17. (AOCP/BRDE/Analista de Sistemas–Administrador de Banco de


Dados/2012)

Condenados à tradição

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O que fizeram com a poesia brasileira


Iumna Maria Simon

Por um desses quiproquós da vida cultural, a tradicionalização, ou a referência


à tradição, tornou-se um tema dos mais presentes na poesia contemporânea
brasileira, quer dizer, a que vem sendo escrita desde meados dos anos 80.
Pode parecer um paradoxo que a poesia desse período, a mesma que tem
continuidade com ciclos anteriores de vanguardismo, sobretudo a poesia
concreta, e se seguiu a manifestações antiformalistas de irreverência e
espontaneísmo, como a poesia marginal, tenha passado a fazer um uso
relutantemente crítico, ou acrítico, da tradição. Nesse momento de
esgotamento do moderno e superação das vanguardas, instaura-se o consenso
de que é possível recolher as forças em decomposição da modernidade numa
espécie de apoteose pluralista. É uma noção conciliatória de tradição que, em
lugar da invenção de formas e das intervenções radicais, valoriza a
convencionalização a ponto de até incentivar a prática, mesmo que
metalinguística, de formas fixas e exercícios regrados.
Ainda assim, não se trata de um tradicionalismo conservador ou “passadista",
para lembrar uma expressão do modernismo dos anos 20. O que se busca na
tradição não é nem o passado como experiência, nem a superação crítica do
seu legado. Afinal, não somos mais como T. S. Eliot, que acreditava no efeito
do passado sobre o presente e, por prazer de inventar, queria mudar o passado
a partir da atualidade viva do sentimento moderno. Na sua conhecidíssima
definição da tarefa do poeta moderno, formulada no ensaio “Tradição e talento
individual", tradição não é herança. Ao contrário, é a conquista de um trabalho
persistente e coletivo de autoconhecimento, capaz de discernir a presença do
passado na ordem do presente, o que, segundo Eliot, define a autoconsciência
do que é contemporâneo.
Nessa visada, o passado é continuamente refeito pelo novo, recriado pela
contribuição do poeta moderno consciente de seus processos artísticos e de seu
lugar no tempo. Tal percepção de que passado e presente são simultâneos e

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Aula 03
Profa. Beatriz de Assis

inter-relacionados não ocorre na ideia inespecífica de tradição que tratarei aqui.


O passado, para o poeta contemporâneo, não é uma projeção de nossas
expectativas, ou aquilo que reconfigura o presente. Ficou reduzido,
simplesmente, à condição de materiais disponíveis, a um conjunto de técnicas,
procedimentos, temas, ângulos, mitologias, que podem ser repetidos, copiados
e desdobrados, num presente indefinido, para durar enquanto der, se der.
Na cena contemporânea, a tradição já não é o que permite ao passado vigorar
e permanecer ativo, confrontando-se com o presente e dando uma forma
conflitante e sempre inacabada ao que somos. Não implica, tampouco,
autoconsciência crítica ou consciência histórica, nem a necessidade de
identificar se existe uma tendência dominante ou, o que seria incontornável
para uma sociedade como a brasileira, se as circunstâncias da periferia pós-
colonial alteram as práticas literárias, e como.
Não estou afirmando que os poetas atuais são tradicionalistas, ou que se
voltaram todos para o passado, pois não há no retorno deles à tradição traço de
classicismo ou revivalismo. Eles recombinam formas, amparados por modelos
anteriores, principalmente os modernos. A tradição se tornou um arquivo
atemporal, ao qual recorre a produção poética para continuar proliferando em
estado de indiferença em relação à atualidade e ao que fervilha dentro dela.
Até onde vejo, as formas poéticas deixaram de ser valores que cobram adesão
à experiência histórica e ao significado que carregam. Os velhos
conservadorismos culturais apodreceram para dar lugar, quem sabe, a
configurações novas e ainda não identificáveis. Mesmo que não exista mais o
“antigo", o esgotado, o entulho conservador, que sustentavam o
tradicionalismo, tradição é o que se cultua por todos os lados.
Na literatura brasileira, que sempre sofreu de extrema carência de renovação e
variados complexos de inferioridade e provincianismo, em decorrência da vida
longa e recessiva, maior do que se esperaria, de modas, escolas e antiqualhas
de todo tipo, essa retradicionalização desculpabilizada e complacente tem
inegável charme liberador.
Revista Piauí, edição 61, 2011.

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Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma sobre os elementos


linguísticos empregados no texto.

a) O emprego do sinal indicativo de crase no “a”, na expressão “a produção


poética” (6. parágrafo), não altera a correção gramatical.
b) No fragmento “Não implica, tampouco, autoconsciência crítica” (5.
parágrafo), o emprego da preposição “em” antes da expressão
“autoconsciência” não altera a correção gramatical.
c) A substituição da expressão “tampouco” (5. parágrafo) pela expressão
“todavia” não altera a correção gramatical e o sentido original do texto.
d) A forma verbal “exista” (7. parágrafo) pode ser flexionada no plural para
concordar com a expressão “o „antigo, o esgotado, o entulho conservador.”
e) A expressão “onde”, em “Até onde vejo, as formas poéticas deixaram” (7.
parágrafo), pode ser substituída por “aonde”, sem alterar a correção
gramatical.

Comentário:

Na frase: ... ao qual recorre a produção poética para continuar proliferando em estado
de indiferença em relação à atualidade e ao que fervilha dentro dela, o emprego do
sinal indicativo de crase no “a”, na expressão “a produção poética altera a
correção gramatical. A expressão em questão é o sujeito do verbo e, não,
complemento.

O verbo implicar, no sentido de acarretar, é transitivo direto e não aceita


preposição em.

Tampouco significa muito menos. Por sua vez, todavia tem valor adversativo:
mas, contudo, porém...
Na frase: Mesmo que não exista mais o “antigo", o esgotado, o entulho
conservador, que sustentavam o tradicionalismo, tradição é o que se cultua por

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todos os lados, a forma verbal existia está anteposto ao sujeito. Dessa


maneira, poderá concordar com o mais próxima (concordância atrativa) ou com
o todo (concordância lógica).

Dessa maneira, o verbo poderá ficar no singular ou ir para o plural.

Onde: expressa ideia de lugar fixo;


Aonde: expressa ideia de destino ou movimento.

Assim, a expressão “onde”, em “Até onde vejo, as formas poéticas deixaram”,


não pode ser substituída por “aonde”, pois acarreta erro gramatical.

Diante o exposto, a alternativa correta é a letra D.

Resposta: D

18. (AOCP/Colégio Pedro II/Assistente de Alunos/2010)

“Conforme dados da Polícia Civil do Rio, das 10 mil armas apreendidas com
criminosos entre 1998 e 2003 no Estado, 17% pertenciam a empresas de
segurança privada.”

É correto afirmar que NÃO ocorre acento indicativo de crase antes


de empresas porque:

a) a forma verbal pertenciam se encontra na terceira pessoa do plural.


b) a expressão empresas não está precedida de artigo definido feminino.
c) a forma verbal pertenciam não é sucedida por uma preposição.
d) a forma verbal pertenciam está relacionada à expressão 17%.
e) a expressão criminosos se encontra no masculino plural.

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Comentário:

Como regra geral, ocorre o acento indicativo de


crase quando houver a preposição “a” e o artigo
feminino “a”.

No caso em tela, não há a presença do artigo feminino.

Resposta: B

19. (Cespe/FUB/Nível Superior/2015) Com base nas ideias e estruturas


linguísticas do trecho, julgue o item subsecutivo.

O emprego do acento indicativo de crase em “Candidatou-se à Academia


Brasileira de Letras" é obrigatório, devido à fusão da preposição que segue a
forma verbal com o artigo definido feminino singular que precede o termo
“Academia".

Comentário:

Candidatar é verbo transitivo indireto e exige preposição “a”. E o substantivo é


determinado. Dessa maneira, há a preposição “a”, exigida pelo verbo, e o artigo
definido feminino “a” do substantivo. Alternativa correta.

Resposta: C

20. (Cespe/TCU/Técnico Federal de Controle Externo/2015) Com relação a


aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.

(...)

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“A invenção e a difusão da técnica da escritura, somadas à compilação de


costumes tradicionais, proporcionaram os primeiros códigos da Antiguidade,
como o de Hamurábi,o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas.”
(...)

O emprego do sinal indicativo de crase no trecho “somadas à compilação de


costumes tradicionais” (L.24) é facultativo, razão por que sua supressão não
acarretaria prejuízo para o sentido nem para a correção do período.

Comentário:

O adjetivo somadas exige preposição “a”. Repare: somadas a alguma coisa.

E o substantivo compilação aceita o artigo feminino “a”.

Dessa maneira, ocorre, obrigatoriamente, o emprego do acento indicativo de


crase.

Resposta: E

21. (Cespe/FUB/Técnico/2015) A respeito das ideias e das estruturas


linguísticas do trecho abaixo, julgue o item subsecutivo.

(...)
“Constitui alento a informação de que sete universidades brasileiras figuram
entre as doze melhores da América Latina. Duas ocupam o pódio: em primeiro
lugar, está a Universidade de São Paulo (USP); em segundo, a Universidade de
Estadual de Campinas (Unicamp). A Universidade de Brasília (UnB) ocupa a
décima posição, seguida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e
pela Universidade Federal do Rio Grande so Sul (UFRGS).”
(...)

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Na linha 1, é facultativo o emprego de sinal indicativo de crase no “a” que


antecede “informação”, devido à regência nominal do vocábulo “alento”.

Comentário:

Observe a frase: Constitui alento a informação...

Repare que a informação é sujeito da forma verbal constitui, não completa o


vocábulo alento. Dessa maneira, não é facultativo o emprego de sinal
indicativo de crase nesse caso.

Resposta: E

22. (Cespe/DEPEN/Agente e Técnico/2015) Em relação às ideias e às


estruturas linguísticas do texto, julgue o item que se segue.

É preciso compreender que o preso conserva os demais direitos (educação,


integridade física, segurança, saúde, assistência jurídica, trabalho e outros)
adquiridos como cidadão, uma vez que a perda temporária do direito de
liberdade em decorrência dos efeitos de sentença penal refere-se tão somente à
liberdade de ir e vir. Isso, geralmente, não é o que ocorre.
O que se constata é que, na prática, o cidadão preso perde muito mais do que
sua liberdade. Perde sua dignidade, é submetido a humilhação e acaba se
sentindo um nada.

No trecho “refere-se tão somente à liberdade de ir e vir” (l.5), o emprego do


sinal indicativo de crase deve-se ao fato de a locução “tão somente” exigir
complemento antecedido pela preposição a.

Comentário:

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A locução tão somente não exige a


preposição “a”.

A preposição é exigida pela forma verbal refere-se.

Resposta: E

23. (Cespe/DEPEN/Nível Superior/2015) No que diz respeito aos aspectos


linguísticos do texto Educação prisional, julgue o seguinte item.

“No Brasil, a educação prisional está garantida por lei. Os mais de 500 mil
detentos existentes no país têm direito a salas de aula dentro dos presídios e, a
cada doze horas de frequência escolar de qualquer nível (fundamental, médio
profissionalizante ou superior), o preso tem um dia de pena resumido. Desde
2012, entre os projetos voltados à recuperação e à inserção social, está a
remição de pena por meio da leitura.”
(...)

Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o sinal indicativo de crase


poderia ser eliminado em ambas as ocorrências no trecho “voltados à
recuperação e à reinserção social" (l. 6 e 7).

Comentário:

A questão trata da obrigatoriedade da presença do artigo definido “a”, uma vez


que a preposição é exigida pelo adjetivo voltados e, assim, é obrigatória.

No caso em tela, a retirada do artigo não acarretaria prejuízo na correção


gramatical do texto. Ocorreria mudança na semântica do trecho, já que os

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vocábulos recuperação e inserção social seriam empregados em sentido


genérico.

Resposta: C

24. (Cespe/MPU/Analista/2015) Julgue o item subsequente, relativo à


estrutura linguística do texto.

“Na organização do poder político no Estado Moderno, à luz da tradição


iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana, de
maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da
dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder
institucional.”

O emprego do sinal indicativo de crase em “à luz da tradição iluminista” (l.1)


é facultativo, ou seja, a sua retirada não prejudicaria a correção gramatical
nem o sentido original do texto.

Comentário:

Empregamos o acento indicativo de crase nas


locuções femininas adverbiais.

Dessa maneira, o sinal indicativo de crase em à luz da tradição iluminista é


obrigatório e, não, facultativo.

Resposta: E

25. (Cespe/CGE-PI/Auditor Governamental/2015) Julgue o item que se


segue, relativo à estrutura linguística e ao sentido do texto.

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Uma casa tem muita vez as suas relíquias, lembranças de um dia ou de outro,
da tristeza que passou, da felicidade que se perdeu. Supõe que o dono pense
em as arejar e expor para teu e meu desenfado. Nem todas serão
interessantes, não raras serão aborrecidas, mas, se o dono tiver cuidado, pode
extrair uma dúzia delas que mereçam sair cá fora.
Chama-lhe à minha vida uma casa, dá o nome de relíquias aos inéditos e
impressos que aqui vão, ideias, histórias, críticas, diálogos, e verás explicados o
livro e o título. Possivelmente não terão a mesma suposta fortuna daquela dúzia
de outras, nem todas valerão a pena de sair cá fora. Depende da tua
impressão, leitor amigo, como dependerá de ti a absolvição da má escolha.
Machado de Assis. Advertência. In: Relíquias da casa velha. Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.

No trecho “Chama-lhe à minha vida uma casa” (l.7), é facultativo o emprego


do sinal indicativo de crase.

Comentário:

Estudamos, anteriormente, que é facultativo o uso de artigo antes de pronomes


possessivos. Assim, facultativo, também, fica o emprego do acento indicativo
de crase.

Resposta: C

26. (Cespe/MPU/Técnico/2015) Com relação às ideias e às estruturas


linguísticas do texto, julgue o item que se segue.

(...)
“No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusitano. Não havia o
Ministério Público como instituição. Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as
Ordenações Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores de justiça,

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atribuindo-lhes o papel de fiscalizar a lei e de promover a acusação criminal.


Existiam ainda o cargo de procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e
o de procurador da Fazenda (defensor do fisco).”
(...)

A correção gramatical do texto seria preservada caso se substituísse a


expressão “a acusação” (l.10) por à acusação, pois, nesse caso, o emprego
do sinal indicativo de crase é opcional.

Comentário:

A questão trata de caso facultativo o emprego do acento indicativo de crase.

Na frase: ... e de promover a acusação criminal..., o vocábulo acusação


completa o sentido do verbo promover. Dessa maneira, temos um
complemento verbal.

Contudo, o verbo promover é verbo transitivo direto. Dessa maneira, não


exige preposição.

Diante o exposto, não há crase em a acusação, uma vez que não há a


presença da preposição “a”.

Resposta: E

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Lista de questões

1. (Cespe/DPU/Analista/2016) Com referência às ideias e aos aspectos


linguísticos do texto apresentado, julgue o seguinte item.

“Anteriormente à primeira Constituição pátria, a de 1824, vigoraram as


Ordenações Afonsinas, as Manuelinas e as Filipinas. Destas, somente as
Ordenações Filipinas, sancionadas em 1595 e que construíram a base do direito
português até o século XIX, com vigência de 1603 até o código Civil brasileiro
de 1916, trazem, em seu contexto, algo que remete ao entendimento de
concessão de justiça gratuita, prevendo que, se o agravante fosse tão pobre
que jurasse não ter bens móveis, nem bens de raiz, nem como pagar o agravo
e se rezasse, na audiência uma vez, a oração do Pai-Nosso pela alma do rei de
Portugal, seria considerado quitado o pagamento das custas de então.”

No trecho “Anteriormente à primeira Constituição pátria” (l.4), o emprego do


acento indicativo de crase é facultativo.

2. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2016) Acerca dos aspectos linguísticos


e das ideias do trecho abaixo, julgue o item seguinte.

“A mais recente visita de participantes de outro projeto, o Atenção à População


de Rua do Assentamento Noroeste, levou resposta às demandas solicitadas
pelos moradores.”

No trecho “respostas às demandas”, o emprego do sinal indicativo de crase


justifica-se pela regência do substantivo “respostas”, que exige complemento
antecedido da preposição a, e pela presença de artigo feminino plural que
determina “demandas”.

3. (AOCP/EBSERH/Médico/2015)

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A CHAVE
Ela abre mais do que uma porta, inaugura um novo tempo
IVAN MARTINS

Certos objetos dão a exata medida de um relacionamento. A chave, por


exemplo. Embora caiba no bolso, ela tem importância gigantesca na vida dos
casais. O momento em que você oferece a chave da sua casa é aquele em que
você renuncia à sua privacidade, por amor. Quando pede a chave de volta - ou
troca a fechadura da porta - está retomando aquilo que havia oferecido, por
que o amor acabou.
O primeiro momento é de exaltação e esperança. O segundo é sombrio.
Quem já passou pela experiência sabe como é gostoso carregar no bolso - ou
na bolsa - aquela cópia de cinco reais que vai dar início à nova vida. Carregada
de expectativas e temores, a chave será entregue de forma tímida e casual,
como se não fosse importante, ou pode vir embalada em vinho e flores, pondo
violinos na ocasião. Qualquer que seja a cena, não cabe engano: foi dado um
passo gigantesco. Alguém pôs na mão de outro alguém um totem de confiança.
Não interessa se você dá ou ganha a chave, a sensação é a mesma. Ou quase.
Quem a recebe se enche de orgulho. No auge da paixão, e a pessoa que
provoca seus melhores sentimentos (a pessoa mais legal do
mundo, evidentemente) põe no seu chaveiro a cópia discreta que abre a casa
dela. Você só nota mais tarde, quando chega à sua própria casa e vai abrir a
porta. Primeiro, estranha a cor e o formato da chave nova, mas logo entende a
delicadeza da situação. Percebe, com um sorriso nos lábios, que suas
emoções são compartilhadas. Compreende que está sendo convidado a
participar de outra vida. Sente, com enorme alívio, que foi aceito, e que uma
nova etapa tem início, mais intensa e mais profunda que anterior. Aquela chave
abre mais do que uma porta. Abre um novo tempo.
O momento de entregar a chave sempre foi para mim o momento de máximo
otimismo.
[...]

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Você tem certeza de que a outra pessoa ficará feliz e comovida, mas ao mesmo
tempo teme, secretamente, ser recusado. Então vê nos olhos dela a alegria que
havia antecipado e desejado. O rosto querido se abre num sorriso sem
reservas, que você não ganharia se tivesse lhe dado uma joia ou uma aliança.
(Uma não vale nada; para a outra ela não está pronta). Por isto ela esperava, e
retribui com um olhar cheio de amor. Esse é um instante que viverá na sua
alma para sempre. Nele, tudo parece perfeito. É como estar no início de um
sonho em que nada pode dar errado. A gente se sente adulto e
moderno, herdeiro dos melhores sonhos da adolescência, parte da espécie feliz
dos adultos livres que são amados e correspondidos - os que acharam uma
alma gêmea, aqueles que jamais estarão sozinhos.
Se as chaves de despedida parecem a pior coisa do mundo, não são.
[...]
A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.
Pode ser que dentro de três meses ou três anos a chave inútil e esquecida seja
encontrada no bolso de uma calça ou no fundo de uma bolsa. Ela já não
abrirá porta alguma exceto a da memória, que poderá ser boa ou ruim. O mais
provável é que o tato e a visão daquela ferramenta sem propósito provoquem
um sorriso agridoce, grisalho de nostalgia. Essa chave do adeus não dói, ela
constata e encerra.
Nestes tempos de arrogante independência, em que a solidão virou estandarte
exibido como prova de força, a doação de chaves ganhou uma
solenidade inesperada. Com ela, homens e mulheres sinalizam a disposição de
renunciar a um pedaço da sua sagrada liberdade pessoal. Sugerem ao outro
que precisam dele e o desejam próximo. Cedem o seu terreno, correm o risco.
É uma forma moderna e eloquente de dizer “eu te amo". E, assim como a
outra, dispensa “eu também". Oferece a chave quem está pronto, aceita a
chave quem a deseja, reciproca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso,
verdadeiramente. Nada mais triste que uma chave falsa. Ela parece abrir
uma esperança, mas abre somente uma ilusão.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-
martins/noticia/2015/04/chave.html

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Em “... quando chega à sua própria casa e vai abrir a porta.", a crase:

a) é facultativa.
b) é obrigatória.
c) foi utilizada incorretamente.
d) foi utilizada para atender a regras de concordância.
e) foi utilizada por causa da presença da palavra feminina “porta".

4. (AOCP/Prefeitura de Angra dos Reis–RJ/Agente Administrativo/2015)

Espectadores têm chance de “degustação” das Paralimpíadas. Ingressos estão à


venda.
07/09/2015

Cadeiras de roda e próteses entre bicicletas, skates e patins: a integração entre


atletas paralímpicos e o público na Lagoa Rodrigo de Freitas marcou a
celebração da data de um ano para as Paralimpíadas Rio 2016, nesta segunda-
feira (7.09). Durante o Festival Paralímpico, que teve dois dias de programação
na capital fluminense, os espectadores puderam ter um gostinho de como serão
os primeiros Jogos da América do Sul, no ano que vem.
O cronômetro que marca o tempo até o dia do evento foi acionado de dentro de
uma roda de confraternização que reuniu atletas brasileiros e estrangeiros, o
mascote das Paralimpíadas, Tom, autoridades e dirigentes. O ministro do
Esporte, George Hilton, esteve presente ao lado do presidente do Comitê Rio
2016, Carlos Arthur Nuzman, e dos presidentes dos comitês paralímpicos
internacional e brasileiro (Phillip Craven e Andrew Parsons).
“Quero dizer que neste um ano para os Jogos, os esforços são para que a gente
tenha não apenas um grande evento, mas que possamos despertar a cultura
desportiva em todo o território nacional. O Rio terá a missão de espalhar por
todo o país a chama paralímpica, e nós daremos todo o apoio que for preciso
para que o paradesporto no Brasil continue nos orgulhando”, disse George

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Hilton. Andrew Parsons lembrou que o 7 de setembro também marca o início da


venda de ingressos para os Jogos Paralímpicos. “Nossa meta é vender 3,3
milhões de entradas. Se conseguirmos, vai ser o maior número de ingressos
vendidos de toda a história da Paralimpíada. Os preços são bem convidativos,
tem ingresso a R$ 10, é muito barato. A ideia não é fazer uma grande
arrecadação, mas expor o esporte paralímpico ao maior número de pessoas
possível”, afirmou.
Fonte: http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/noticias/espectadores-
tem-chance-de-degustacao-das-paralimpiadas-no-rio-ingressos-
estao-avenda.

Em “Ingressos estão à venda”,

a) o acento empregado em “à” é denominado “agudo”.


b) a crase se justifica pela junção de duas vogais com a mesma função.
c) o acento se justifica por se apresentar em uma locução adverbial de base
feminina.
d) a crase se justifica tendo em vista a fusão da preposição “a” exigida pelo
verbo e do artigo feminino “a” antes de “venda”.
e) a crase foi empregada inadequadamente.

5. (AOCP/EBSERH/Advogado/2015)

[...] a alegria
Seu sintoma mais bonito é nos jogar para fora,
de encontro ao mundo e a nós mesmos
IVAN MARTINS

A alegria vem de dentro ou de fora de nós?


A pergunta me ocorre no meio de um bloco de carnaval, enquanto berro os
versos imortais de Roberto Carlos, cantados em ritmo de samba: “Eu quero que
você me aqueça neste inverno, e que tudo mais vá pro inferno”.

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Estou contente, claro. Ao meu redor há um grupo de amigos e uma multidão


ruidosa e colorida. Ainda assim, a resposta sobre a alegria me ilude. Meu
coração sorri em resposta a essa festa ou acha nela apenas um eco do seu
próprio e inesperado contentamento?
Embora simples, a pergunta não é trivial. Se sou capaz de achar em mim a
alegria, a vida será uma. Se ela precisa ser buscada fora, permanentemente,
será outra, provavelmente pior.
Penso no amor, fonte permanente de júbilo e apreensão.
Quando ele nos é subtraído, instala-se em nós uma tristeza sem tamanho e
sem fim, que tem o rosto de quem nos deixou. Ela vem de fora, nos é imposta
pelas circunstâncias, mas torna-se parte de nós. Um luto encarnado. Um milhão
de carnavais seriam incapaz de iluminar a escuridão dessa noite se não
houvesse, dentro de nós, alguma fonte própria de alegria. Nem estaríamos na
rua, se não fosse por ela. Nem nos animaríamos a ver de perto a multidão.
Ficaríamos em casa, esmagados por nossa tristeza, remoendo os detalhes do
que não mais existe. Ao longe, ouviríamos a batucada, e ela nos pareceria
remota e alheia.
Nossa alegria existe, entretanto. Por isso somos capazes de cantar e dançar
quando o destino nos atinge.
Nossa alegria se manifesta como força e teimosia: ela nos põe de pé quando
nem sairíamos da cama. Ela se expõe como esperança: acreditamos que o
mundo nos trará algo melhor esta manhã; quem sabe esta noite; domingo,
talvez. Ela nos torna sensível à beleza da mulher estranha, ao sorriso feliz do
amigo, à conversa simpática de um vizinho, aos problemas do colega de
trabalho. Nossa alegria cria interesse pelo mundo e nos faz perceber que ele
também se interessa por nós.
Por mínima que seja, essa fonte de luz e energia é suficiente para dar a largada
e começar do zero. Um dia depois do outro. Todos os dias em que seja
necessário.
Quando se está por baixo, muito caído, não é fácil achar o interruptor da nossa
alegria. A gente tem a sensação de que alegria se extinguiu e com ela o nosso

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desejo de transar e de viver, que costumam ser a mesma coisa. Mas a alegria
está lá - feita de boas memórias, do amor que nos deram, do carinho que a
gente deu aos outros. Existe como presença abstrata, mas calorosa, que nos
dirige aos outros, que nos faz olhar para fora. É isso a alegria: algo de dentro
que nos leva ao mundo e nos permite o gozo e a reconhecimento de nós
mesmos, no rosto do outro. Empatia e simpatia. Amor.
Se a alegria vem de dentro ou de fora? De dentro, claro. Mas seu sintoma mais
bonito é nos jogar para fora, de encontro à música e à dança do mundo, ao
encontro de nós mesmos.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-
martins/noticia/2015/02/dentro-de-nos-balegriab.html

Em “Ela nos torna sensível à beleza da mulher estranha...", a crase foi


utilizada:

a) por causa da regência do verbo “tornar" que exige em seu complemento o


uso da preposição “a" e pelo fato de “beleza" ser precedida por artigo
feminino “a".
b) por causa da regência do verbo “tornar" que exige em seu complemento o
uso da preposição “a" e pelo fato de “mulher estranha" ser uma expressão
feminina precedida por artigo feminino “a".
c) por causa da concordância necessária entre o termo feminino “sensível" e a
expressão feminina “beleza da mulher estranha".
d) por causa da regência do nome “sensível" que exige em seu complemento o
uso da preposição “a" e pelo fato de “mulher estranha" ser uma expressão
feminina precedida por artigo feminino “a".
e) por causa da regência do nome “sensível" que exige em seu complemento o
uso da preposição “a" e pelo fato de “beleza" vir precedido do artigo
feminino “a".

6. (AOCP/TER–AC/Técnico Judiciário/2015) Leia o texto e resolver a


questão.

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Exemplo de cidadania: eleitores acima de 70 anos fazem questão de votar


Eleitores com mais de 70 anos foram, espontaneamente, às urnas para ajudar a
escolher seus representantes
Luh Coelho

Exemplo de cidadania é o caso de pessoas como o aposentado Irineu


Montanaro, de 75 anos. Ele diz que vota desde os 18, quando ainda era jovem
e morava em Minas Gerais, sua terra natal, e que, mesmo sem a
obrigatoriedade do voto, vai até as urnas em todas as eleições. “É uma maneira
de expressar a vontade que a gente tem. Acho que um voto pode fazer a
diferença”, diz.
Eles questionam a falta de propostas específicas de todos os candidatos para
pessoas da terceira idade e acreditam que um voto consciente agora pode
influenciar futuramente na vida de seus filhos e netos.
O idoso afirma que sempre incentivou sua família a votar. E o maior exemplo
vinha de dentro da própria casa. Mesmo que nenhum de seus familiares tenha
se aventurado na vida política, todos de sua prole veem na vida pública uma
forma de mudar os rumos do país.
Fonte: http://www.vilhenanoticias.com.br/materias/news popljp.
php?id"16273. Texto adaptado.

Em “Eleitores com mais de 70 anos foram, espontaneamente, às urnas para


ajudar a escolher seus representantes", a crase:

a) foi empregada para atender à regência do verbo “ir" , o qual tem como
complemento uma palavra pertencente ao gênero feminino.
b) foi empregada para atender à regência de “espontaneamente" , que tem
como complemento nominal uma palavra do gênero feminino.
c) foi empregada para atender à regência do verbo posposto “ajudar".
d) foi empregada inadequadamente.
e) é facultativa.

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Aula 03
Profa. Beatriz de Assis

7. (AOCP/EBSERH/Nutricionista/2015)

A lista de desejos
Rosely Sayao

Acabou a graça de dar presentes em situações de comemoração e celebração,


não é? Hoje, temos listas para quase todas as ocasiões: casamento, chá de
cozinha e seus similares – e há similares espantosos, como chá de lingerie –,
nascimento de filho e chá de bebê, e agora até para aniversário.
Presente para os filhos? Tudo eles já pediram e apenas mudam, de vez em
quando ou frequentemente, a ordem das suas prioridades. Quem tem filho tem
sempre à sua disposição uma lista de pedidos de presentes feita por ele, que
pode crescer diariamente, e que tanto pode ser informal quanto formal.
A filha de uma amiga, por exemplo, tem uma lista na bolsa escrita à mão pelo
filho, que tem a liberdade de sacá-la a qualquer momento para fazer as
mudanças que ele julgar necessárias. Ah! E ela funciona tanto como lista de
pedidos como também de “checklist" porque, dessa maneira, o garoto controla
o que já recebeu e o que ainda está por vir. Sim: essas listas são quase uma
garantia de conseguir ter o pedido atendido.
Ninguém mais precisa ter trabalho ao comprar um presente para um conhecido,
para um colega de trabalho, para alguma criança e até amigo. Sabe aquele
esforço de pensar na pessoa que vai receber o presente e de imaginar o que ela
gostaria de ganhar, o que tem relação com ela e seu modo de ser e de viver?
Pois é: agora, basta um telefonema ou uma passada rápida nas lojas físicas ou
virtuais em que as listas estão, ou até mesmo pedir para uma outra pessoa
realizar tal tarefa, e pronto! Problema resolvido!
Não é preciso mais o investimento pessoal do pensar em algo, de procurar até
encontrar, de bater perna e cabeça até sentir-se satisfeito com a escolha feita
que, além de tudo, precisaria estar dentro do orçamento disponível para tal.
Hoje, o presente custa só o gasto financeiro e nem precisa estar dentro do

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Aula 03
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orçamento porque, para não transgredir a lista, às vezes é preciso parcelar o


presente em diversas prestações...
E, assim que os convites chegam, acompanhados sem discrição alguma das
listas, é uma correria dos convidados para efetuar sem demora sua compra. É
que os presentes menos custosos são os primeiros a serem ticados nas listas, e
quem demora para cumprir seu compromisso acaba gastando um pouco mais
do que gostaria.
Se, por um lado, dar presentes deixou de dar trabalho, por outro deixou
também totalmente excluído do ato de presentear o relacionamento entre as
pessoas envolvidas. Ganho para o mercado de consumo, perda para as relações
humanas afetivas.
Os presentes se tornaram impessoais, objetos de utilidade ou de luxo
desejados. Acabou-se o que era doce no que já foi, num passado recente, uma
demonstração pessoal de carinho.
Sabe, caro leitor, aquela expressão de surpresa gostosa, ou de um pequeno
susto que insiste em se expressar, apesar da vontade de querer que ele passe
despercebido, quando recebíamos um mimo? Ou aquela frase transparente de
criança, que nunca deixa por menos: “Eu não quero isso!"? Tudo isso acabou.
Hoje, tudo o que ocorre é uma operação mental dupla. Quem recebe apenas
tica algum item da lista elaborada, e quem presenteia dá-se por satisfeito por
ter cumprido seu compromisso.
Que tempos mais chatos. Resta, a quem tiver coragem, a possibilidade de
transgredir essas tais listas. Assim, é possível tornar a vida mais saborosa.
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/
roselysayao/2014/07/1489356-a-lista-de-desejos.shtml

Em “... às vezes é preciso parcelar o presente em diversas prestações...”,


podemos afirmar que nesse caso a crase foi utilizada:

a) porque a expressão em destaque é uma locução adverbial de base feminina.


b) para atender a regência do verbo “precisar”.
c) para atender a regência do verbo “parcelar”.

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d) porque a expressão em destaque é uma locução conjuntiva de base


feminina.
e) porque a expressão de que ela faz parte está diante da palavra feminina
“prestações”.

8. (AOCP/EBSERVH/Enfermeiro/2015) Em “O gostar que nos define está


ligado às entranhas de alguém...", a crase ocorreu:

a) porque está inserida em uma locução prepositiva de base feminina.


b) para atender à regência do verbo “define".
c) para atender à regência do verbo “estar" que, na oração, está presente na
locução verbal “está ligado".
d) para atender à regência do verbo “ligar" que, na oração, está presente na
locução verbal “está ligado".
e) para atender à regência do verbo “gostar" que, na oração, está no infinitivo.

9. (Cespe/TRE–GO/Analista Judiciário/2015) Julgue o item que se segue,


acerca das estruturas linguísticas do texto.

Os primeiros anos que se seguiram à Proclamação da República foram de


grandes incertezas quanto aos trilhos que a nova forma de governo deveria
seguir. Em uma rápida olhada, identificam-se dois grupos que defendiam
diferentes formas de se exercer o poder da República: os civis e os militares. Os
civis, representados pelas elites das principais províncias — São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul —, queriam uma república federativa
que desse muita autonomia às unidades regionais. Os militares, por outro lado,
defendiam um Poder Executivo forte e se opunham à autonomia buscada pelos
civis. Isso sem mencionar as acirradas disputas internas de cada grupo. Esse
era um quadro que demonstrava a grande instabilidade sentida pelos cidadãos
que viveram naqueles anos. Mas havia cidadãos?

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Língua Portuguesa – PM/PA
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Profa. Beatriz de Assis

Formalmente, a Constituição de 1891 definia como cidadãos os brasileiros natos


e, em regra, os naturalizados. Podiam votar os cidadãos com mais de vinte e
um anos de idade que tivessem se alistado conforme determinação legal. Mas o
que, exatamente, significava isso? Em 1894, na primeira eleição para
presidente da República, votaram 2,2% da população. Tudo indica que, apesar
de a República ter abolido o critério censitário e adotado o voto direto, a
participação popular continuou sendo muito baixa em virtude, principalmente,
da proibição do voto dos analfabetos e das mulheres.
No que se refere à legislação eleitoral, alguns instrumentos legais vieram a
público, mas nenhum deles alterou profundamente o processo eleitoral da
época. As principais alterações promovidas na legislação contemplaram o fim do
voto censitário e a manutenção do voto direto. Essas modificações, embora
importantes, tiveram pouca repercussão prática, já que o voto ainda era restrito
— analfabetos e mulheres não votavam — e o processo eleitoral continuava
permeado por toda sorte de fraudes.
Ane Ferrari Ramos Cajado, Thiago Dornelles e Amanda Camylla
Pereira. Eleições no Brasil: uma história de 500 anos. Brasília:
Tribunal Superior Eleitoral, 2014, p. 27-8. Internet:
<www.tse.jus.br> (com adaptações).

O trecho “que se seguiram à Proclamação” (l.1) poderia ser reescrito, sem


alteração da ideia original nem prejuízo gramatical, da seguinte forma: que
seguiram a Proclamação.

10. (Cespe/Telebras/Analista/2015) No que se refere às estruturas


linguísticas do texto acima e às ideias nele desenvolvidas, julgue o item a
seguir.

“Coma construção do primeiro satélite geoestacionário brasileiro, a segurança


do tráfego de dados importantes no país poderá aumentar, uma vez que eles
passarão a ser criptografados. Segundo o presidente da TELEBRAS, um dos
objetivos do desenvolvimento do satélite será a proteção às redes que
transmitem informações sensíveis do governo federal.”

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O sinal indicativo de crase em “proteção às redes” justifica-se pela contração da


preposição a, exigida pelo substantivo “proteção”, com o artigo definido
feminino as, que determina o vocábulo “redes”.

11. (Cespe/STJ/Analista Judiciário/2015) Julgue o item que se segue,


relativos às estruturas linguísticas do texto Estado social e princípio da
solidariedade.

A correção gramatical do texto seria prejudicada caso se empregasse o sinal


indicativo de crase no vocábulo “a” em “dá suporte a exigências recíprocas”.

12. (AOCP/EBSERH/Nutricionista/2014)

Mudança climática pode aumentar pobreza, alerta ONU


Documento do Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC) projeta que, para evitar que consequências
do aquecimento global “saiam de controle", mundo precisa reduzir a emissão dos gases
de efeito estufa

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em


inglês) da Organização das Nações Unidas revelou na manhã desta segunda em
Yokohama, no Japão, a segunda parte do quinto relatório produzido pelos
cientistas do órgão - o anterior foi divulgado há sete anos, em 2007. O
documento projeta que a mudança climática irá piorar problemas sociais já
existentes, como pobreza, doenças, violência e número de refugiados. Além
disso, irá frear os benefícios da modernização, como o crescimento econômico
regular e uma produção agrícola mais eficiente.
Para evitar que as consequências do aquecimento global “saiam de controle", o
mundo precisa reduzir a emissão dos gases de efeito estufa, afirmou Rajendra
Pachauri, presidente do IPCC - e existe pouco tempo para tomar atitudes que

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Profa. Beatriz de Assis

possam mitigar os efeitos da mudança climática, permitindo aos países se


ajustarem à maior variação de temperaturas.
Intitulado “Sumário para Formuladores de Políticas", o documento foi aprovado
por unanimidade pelos mais de 100 governos integrantes do IPCC. Uma versão
preliminar do sumário havia vazado na internet há alguns meses e já fazia
advertências semelhantes, como a de que “as mudanças climáticas vão
amplificar os riscos relacionados ao clima já existentes e criar novos",
reduzindo, por exemplo, a oferta de água renovável na superfície e nas fontes
subterrâneas nas regiões subtropicais mais secas e aumentando o número de
pessoas sob risco de inundações. Em média, o texto aprovado pelo IPCC.
Em média, o texto aprovado pelo IPCC menciona a palavra “risco" cinco vezes e
meia em cada uma de suas 49 páginas. Os perigos mencionados envolvem
cidades grandes e pequenas e incluem preço e disponibilidade de alimentos. Em
escala menor, são citados riscos que envolvem doenças, custos financeiros e
até mesmo a paz mundial. “Magnitude crescente do aquecimento aumenta a
possibilidade de impactos severos, penetrantes e irreversíveis", alerta o
relatório.
Desastres naturais como ondas de calor na Europa, queimadas nos Estados
Unidos, seca na Austrália, inundações em Moçambique, Tailândia e Paquistão
são lembretes de como a humanidade é vulnerável a condições climáticas
extremas, diz o texto. Os problemas devem afetar todos de algum modo, mas
as pessoas que menos têm recursos para arcar com as consequências serão as
que sofrerão mais. “Agora nós estamos em uma era na qual a mudança
climática não é algum tipo de hipótese futura", afirmou Chris Field, um dos
autores líderes do estudo.
Uma parte do relatório discute o que pode ser feito para amenizar os efeitos do
aquecimento global e lista como alternativas a redução da poluição de carbono
e a preparação para mudanças climáticas com um desenvolvimento mais
inteligente. O Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ressaltou que o
documento é um alerta às novas ações e alertou que os custos da falta de ação
serão “catastróficos".

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Maarten van Aalst, um dos autores do estudo, reforçou que se a comunidade


internacional não reduzir as emissões de gases estufa logo, os riscos sairão de
controle. “E os riscos já subiram", disse. Coautor do relatório, o cientista do
IPCC Saleemul Huq lembra que “as coisas estão piores do que previmos" em
2007, quando o grupo de cientistas emitiu a última versão do documento. “Nós
veremos cada vez mais impactos, mais rápido e antes do que antecipamos",
declarou.
O relatório, inclusive, cria uma nova categoria de risco. Em 2007, o maior grau
de perigo era “alto", simbolizado pela cor vermelha. Desta vez, o nível máximo
é “muito alto" e de cor roxa nas ilustrações gráficas.
Vice-presidente do painel do ONU, o climatologista Jean-Pascal van Ypersele
defendeu os alertas do IPCC contra críticas que apontem alarmismo por parte
dos cientistas. “Nós estamos indicando as razões para o alerta. Isso é porque os
fatos, a ciência e os dados mostram que há razões para estar alarmado, não é
porque nós somos alarmistas", disse.
No entanto, outra coautora do estudo, a cientista Patricia Romero-Lankao disse
que ainda existe uma janela de oportunidade. “Nós temos escolhas. Nós temos
que agir agora", disse.
Adaptado de http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/mudanca-
climatica... -pode-aumentar-pobreza-alerta-onu

Em “... permitindo aos países se ajustarem à maior variação de


temperaturas...”, o uso da crase se justifica:

a) por tratar-se de locução adverbial de base feminina.


b) para atender à regência do nome “países”.
c) por tratar-se de locução conjuntiva de base feminina.
d) para atender à regência do verbo “permitir”.
e) para atender à regência do verbo “ajustar”.

13. (AOCP/UFPB/Advogado/2014)

Poluição atmosférica pode reduzir quantidade de proteínas nos alimentos

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Pesquisa feita com trigo mostrou que essa queda pode ser de até 3% nas
próximas décadas

Quantidades elevadas de dióxido de carbono no ar impedem o trigo de produzir


todas as proteínas necessárias para seu crescimento e para a nutrição humana
(Thinkstock).
Um estudo feito em campos de trigo mostrou pela primeira vez que as
mudanças climáticas podem comprometer a qualidade nutritiva dos alimentos.
Isso ocorre porque níveis elevados de dióxido de carbono na atmosfera
prejudicam a absorção pelas plantas de nitrato, utilizado para a síntese de
proteínas essenciais para o ser humano. Segundo os especialistas, nas
próximas décadas pode ocorrer uma queda de até 3% na quantidade de
proteínas disponíveis para consumo. Realizado por pesquisadores da
Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, o estudo foi publicado no
periódico Nature Climate Change neste domingo.
“A qualidade dos alimentos está declinando com os crescentes níveis de dióxido
de carbono na atmosfera", afirma Arnold Bloom, professor do departamento de
ciência das plantas e principal autor do estudo. Segundo ele, diversas
explicações já foram elaboradas para essa queda de qualidade, mas o trabalho
atual é o primeiro a demonstrar através de um estudo de campo que o dióxido
de carbono em excesso inibe a conversão de nitrato em proteína nas
plantações.
Esse processo, que é denominado assimilação, desempenha um papel
primordial no crescimento da planta. O problema é ainda maior no caso dos
alimentos, uma vez que o nitrogênio é utilizado para produzir proteínas
necessárias para a nutrição do homem. O trigo corresponde a cerca de um
quarto de toda a proteína na dieta humana ao redor do mundo.
Para observar a resposta do trigo a diferentes níveis de dióxido de carbono na
atmosfera, os pesquisadores estudaram amostras cultivadas em 1996 e 1997,
nos Estados Unidos. Nessa época, ar enriquecido com dióxido de carbono foi
liberado nas plantações, criando um nível elevado de carbono nos locais de

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teste, similar ao que se espera acontecer nas próximas décadas. Amostras de


trigo para controle também foram cultivadas, sem interferência nas taxas de
carbono.
Depois de colhidas, todas as amostras foram imediatamente colocadas no gelo,
e depois secas no forno e armazenadas a vácuo, para minimizar mudanças nos
compostos de nitrogênio ao longo do tempo. Isso permitiu que, mais de uma
década depois, os autores do estudo atual realizassem um tipo de análise
química que não existia na época da colheita.
De acordo com os cientistas, a quantidade total de proteínas disponíveis para
consumo humano vai sofrer uma queda de 3% à medida que os níveis de
dióxido de carbono na atmosfera atingirem as estimativas para as próximas
décadas. Uma intensa fertilização das plantações com nitrogênio poderia
compensar parcialmente essa redução, mas causaria outras consequências,
como aumento dos custos, além do aumento da contaminação das águas por
nitrato e da emissão de óxido nitroso, que colabora com o efeito estufa.
Adaptado de http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/poluicao-...
ca-pode-reduzir-quantidade-de-proteinas-nos-alimentos

“...consumo humano vai sofrer uma queda de 3% à medida que os níveis de


dióxido de carbono...”

A alternativa em que a crase foi utilizada seguindo a mesma regra aplicada


na crase do excerto acima é:

a) Descobriu-se tardiamente que o homem era fiel à esposa.


b) Foi à feira depois de passar pelo mercado.
c) Tornavam-se mais agressivos à proporção que os xingamentos
aumentavam.
d) Entregou uma dúzia de rosas vermelhas à namorada.
e) Fabricava móveis à Luiz XV.

14. (AOCP/UFC/Advogado/2014)

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Quem é o seu filho?

Os pais perderam a intimidade com as crianças. Esse


e outros efeitos da terceirização da educação e dos
cuidados de saúde
[...]Todos os dias as mulheres provam que são capazes de se dividir em muitas.
Elas conciliam casa, trabalho, filhos, estudos, beleza com notável habilidade. O
segredo é não almejar a perfeição.
Administro a vida como o equilibrista de pratos daqueles circos antigos. O
importante não é manter cada prato girando perfeitamente. O importante é
acudir cada um no momento certo para evitar que eles caiam.
Quando o bebê nasce, toda profissional vive o dilema do retorno ao trabalho. E,
antes disso, vive o dilema da terceirização dos cuidados. O que é melhor?
Deixar a criança na creche, com uma babá ou com a avó?
Todas as possibilidades têm prós e contras. A escolha depende da estrutura
familiar e do orçamento do casal. O importante, em todas as opções, é não
exagerar na terceirização. Minha filha teve babá. Creches que funcionam em
horário comercial não são uma alternativa para jornalistas. Trabalhamos em
horários irregulares, frequentemente à noite e de madrugada.
Nossa saída foi criar um sistema de semiterceirização. A babá não dormia no
trabalho e folgava todos os sábados, domingos e feriados.
Eu e meu marido fazíamos um revezamento. Um dos dois chegava em casa a
tempo de substituir a babá quando a jornada diária dela terminava. Em boa
parte das manhãs e nos finais de semana, nossa filha era só nossa. Nunca a
babá nos acompanhou ao pediatra, ao supermercado, ao restaurante, ao hotel,
ao teatrinho infantil. Pudemos acompanhar o desenvolvimento do paladar. Com
alegria, levávamos a Bia para conhecer frutas e legumes no hortifrutti ou na
feira. Apresentamos sabores e texturas e hoje nos orgulhamos de ver as
escolhas que ela é capaz de fazer. Aos sábados ou domingos, eu preparava
cardápios para a semana inteira e comprava os ingredientes. Faço isso até hoje.

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Facilita a vida, evita desperdício e nos dá a certeza de comer bem durante a


semana toda, mesmo que o preparo das refeições seja terceirizado.
Os pais precisam reassumir seu papel na educação alimentar. Durante a
entrevista, Becker mencionou contradições comuns. “Os pais se preocupam
com vento encanado e pés no chão frio, mas oferecem aos filhos lixo tóxico
para eles comerem", afirma. Ao ouvir isso, me lembrei de outra historinha.
Quando minha filha ainda estava na fase da papinha e decidíamos viajar de
férias, a alimentação era um desafio. A babá preparava as sopinhas da semana
em casa, congelávamos em diferentes potinhos e colocávamos numa bolsa
térmica. No hotel, transferíamos tudo para o freezer. Como eram viagens
curtas, sempre dava certo.
Um dia fizemos uma viagem um pouco mais longa, de carro. Resolvi passar no
supermercado e comprar uma papinha pronta, dessas industrializadas, para
oferecer a ela quando fizéssemos uma parada num restaurante de beira de
estrada.
Planejei tudo direitinho. Só não contei com o apurado controle de qualidade da
minha bebê. Tirei a tampa do produto e, na primeira colherada, ela cuspiu a
gororoba longe. Fez uma careta horrível, como se eu estivesse oferecendo a ela
alguma coisa imprópria para consumo humano.
Como desprezar essa sabedoria? Foi a primeira e última vez que uma papinha
pronta entrou no nosso carrinho de supermercado.
Aprender a comer bem é um patrimônio para a vida toda, mas os pais
negligenciam esse aprendizado. Acham que isso não é importante ou que não é
função deles. Se preocupam mais em comprar o último iPad para os filhos do
que em saber se eles reconhecem uma berinjela. Educar é difícil. Ter filhos é
conhecer a vida selvagem. Precisamos menos de manuais de instrução e mais
de bom senso. Acertamos aqui, erramos ali. É preciso ter serenidade para
aceitar isso.
Sou mãe há quase 14 anos. Muita coisa vem por aí. O balanço geral, até agora,
deixa a família satisfeita. Não terceirizamos além da conta. Não perdemos o
contato. Não nos arrependemos.

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Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/cristiane-
segatto/noticia/2013/12/quem-e-bo-seu-filhob.html

Em “Trabalhamos em horários irregulares, frequentemente à noite e de


madrugada.”, o sinal indicativo de crase foi empregado:

a) para atender à regência do nome “irregulares”.


b) para atender à regência do verbo “trabalhar”.
c) por tratar-se de uma locução adverbial de base feminina.
d) para concordar com o advérbio “frequentemente”.
e) para atender à regência do nome “madrugada.

15. (AOCP/UFSM/Analista Administrativo–Contabilidade/2014)

A geração de pais-avôs

Espremidos entre a infância dos filhos e a própria velhice chegando, homens de


50 ou 60 anos com filhos pequenos têm um grande desafio pela frente:
envelhecer sem deixar de ser jovem.
Isabel Clemente

Eles tiveram filhos depois - ou bem depois - dos 45. Sentiam-se jovens. Não
tinham dúvida a respeito disso, mas quando viram os filhos crescendo,
vacilaram. O tempo começou a passar mais rápido. Voltaram a malhar para
recuperar o vigor físico. Estão mais vaidosos. De uma hora para outra,
incorporaram hábitos alimentares mais saudáveis. Precisam ter saúde, cabelos,
músculos. Beber menos, dormir mais. Prometeram aos filhos viver muito. E em
nome dessa promessa, desejam a eternidade. Como todos nós.
[...]Vencer a morte é um desejo humano, ainda que inconsciente. Uma utopia
que nos move atrás de qualidade de vida, de cura para doenças, de antídotos
para o sofrimento, de vitaminas para a beleza. São armas capazes de retardar o
envelhecimento, nunca detê-lo. Envelhecer é um processo. A boa notícia é que
a juventude é um estado de espírito que podemos cultivar.

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Língua Portuguesa – PM/PA
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Pesquei especialmente para vocês, que estão se achando velhos, que têm medo
de morrer antes que o filho cresça, tenha título de eleitor ou dirija um carro, a
melhor definição que conheço sobre juventude. Eu a encontrei no texto “Youth
Mode: um estudo sobre a liberdade", da Box1824, uma agência paulista
especializada no tema jovens e em estratégias para se comunicar com eles.
“Juventude não é liberdade no sentido político. É uma emancipação do tédio,
do previsível, da tradição. É atingir um potencial máximo: a habilidade de ser a
pessoa que você quer ser. Trata-se da liberdade de escolher como se
relacionar; de experimentar coisas novas; de cometer erros. A juventude
entende que toda liberdade tem limites e que ser adaptável é a única maneira
de ser livre".
Não estou sugerindo que você vista as roupas do seu filho adulto de 20 anos
para brincar com sua criança de quatro, nem que cometa desatinos dos quais
vá se arrepender depois. O recado é “adapte-se". Pare de fumar ou beber tanto.
Pratique algum esporte, ainda que seja empinar pipas. Dê-se ao luxo de sentar
no chão, por cinco minutos que seja, ao lado daquela criança para brincar de
boneca. E tire partido dos sorrisos. Você, que a essa altura já deve ter assistido
ao filme de animação Monstros S.A., sabe que as gargalhadas das crianças
liberam muito mais energia do que os gritos e os choros. Para terminar, antes
de reclamar de novo de alguma coisa, respire fundo. Respirar fundo também é
um ótimo antídoto para a velhice como predisposição da alma.
A essência do comportamento jovem é ter curiosidade em relação à vida, e não
perder tempo pensando no fim. De preferência, não ser tedioso e, finalmente,
ser aquilo que você gostaria de ser. Tem fase melhor da vida para alcançar este
objetivo do que a meia idade? Talvez hoje, mais do que nunca, vocês tenham a
paz e o discernimento necessários para experimentar algo novo ou tomar
decisões que mudem para melhor o rumo de suas vidas. É uma hipótese.
Dêemse o benefício da dúvida. Nossa cultura está repleta de interesses
cruzados entre as gerações. Talvez, com o fim da cerimônia e a relativização de
certas tradições, estejamos inaugurando uma era propensa à maior
comunicação entre pessoas de idades tão diferentes. Sinta-se ungido pela sorte

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Profa. Beatriz de Assis

de recomeçar. Quando seu filho crescer, ele irá entender - mais cedo ou mais
tarde - que a vida de cada um carrega histórias únicas, e que buscar uma
escala de valores sobre as vantagens e as desvantagens de ser filho de um pai
“velho" é um exercício inútil.
“Por muito tempo, a idade esteve amarrada a uma série de expectativas
sociais. Mas quando o jovem da geração Boomerang retorna para o ninho vazio
e a aposentadoria fica mais distante a cada dia, o vínculo entre idade e
expectativas sociais começa a se desfazer", diz outro trecho do estudo da
Box1824. Cabe a cada um, portanto, reconstruir os laços com a juventude. E te
digo que a presença de uma criança em casa é um ótimo começo.
Ser pai de criança pequena agora é o seu predicado. As pessoas irão enxergá-lo
também sob essa nova lógica. Pode ser que você não tenha mais paciência para
“certas coisas". Considere a algazarra excessiva, o barulho, desnecessário. Mas
o pacote é esse do jeito que está aí, aguardando para ser desembrulhado. Não
inventaram nenhuma fórmula melhor para viver do que usufruir um dia depois
do outro. E quando você faz tudo isso no “modo jovem", você não se torna
imortal, mas, parafraseando as mentes criativas da Box1824, você fica infinito.
Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/isabel-
clem... noticia/2014/03/geracao-de-bpais-avosb.html

“A essência do comportamento jovem é ter curiosidade em relação à vida...”


No período acima, a crase foi utilizada:

a) para atender à regência do verbo “é”.


b) para atender à regência do nome “relação”.
c) para atender à regência do verbo “ter”.
d) por tratar-se de locução adverbial de base feminina.
e) por tratar-se de locução conjuntiva de base feminina.

16. (AOCP/TCE–PA/Técnico de Informática/2012)

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“O jornalista Lewis Dvorkin atribui o interesse crescente pelos textos de


fôlego ao declínio dos grandes portais, que aconteceu em paralelo à
ascensão das redes sociais."

O sinal indicativo de crase foi empregado para marcar a introdução de uma


expressão que funciona como:

a) objeto indireto.
b) adjunto adverbial.
c) agente da passiva.
d) complemento nominal.
e) adjunto adnominal.

17. (AOCP/BRDE/Analista de Sistemas–Administrador de Banco de


Dados/2012)

Condenados à tradição
O que fizeram com a poesia brasileira
Iumna Maria Simon

Por um desses quiproquós da vida cultural, a tradicionalização, ou a referência


à tradição, tornou-se um tema dos mais presentes na poesia contemporânea
brasileira, quer dizer, a que vem sendo escrita desde meados dos anos 80.
Pode parecer um paradoxo que a poesia desse período, a mesma que tem
continuidade com ciclos anteriores de vanguardismo, sobretudo a poesia
concreta, e se seguiu a manifestações antiformalistas de irreverência e
espontaneísmo, como a poesia marginal, tenha passado a fazer um uso
relutantemente crítico, ou acrítico, da tradição. Nesse momento de
esgotamento do moderno e superação das vanguardas, instaura-se o consenso
de que é possível recolher as forças em decomposição da modernidade numa
espécie de apoteose pluralista. É uma noção conciliatória de tradição que, em

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lugar da invenção de formas e das intervenções radicais, valoriza a


convencionalização a ponto de até incentivar a prática, mesmo que
metalinguística, de formas fixas e exercícios regrados.
Ainda assim, não se trata de um tradicionalismo conservador ou “passadista",
para lembrar uma expressão do modernismo dos anos 20. O que se busca na
tradição não é nem o passado como experiência, nem a superação crítica do
seu legado. Afinal, não somos mais como T. S. Eliot, que acreditava no efeito
do passado sobre o presente e, por prazer de inventar, queria mudar o passado
a partir da atualidade viva do sentimento moderno. Na sua conhecidíssima
definição da tarefa do poeta moderno, formulada no ensaio “Tradição e talento
individual", tradição não é herança. Ao contrário, é a conquista de um trabalho
persistente e coletivo de autoconhecimento, capaz de discernir a presença do
passado na ordem do presente, o que, segundo Eliot, define a autoconsciência
do que é contemporâneo.
Nessa visada, o passado é continuamente refeito pelo novo, recriado pela
contribuição do poeta moderno consciente de seus processos artísticos e de seu
lugar no tempo. Tal percepção de que passado e presente são simultâneos e
inter-relacionados não ocorre na ideia inespecífica de tradição que tratarei aqui.
O passado, para o poeta contemporâneo, não é uma projeção de nossas
expectativas, ou aquilo que reconfigura o presente. Ficou reduzido,
simplesmente, à condição de materiais disponíveis, a um conjunto de técnicas,
procedimentos, temas, ângulos, mitologias, que podem ser repetidos, copiados
e desdobrados, num presente indefinido, para durar enquanto der, se der.
Na cena contemporânea, a tradição já não é o que permite ao passado vigorar
e permanecer ativo, confrontando-se com o presente e dando uma forma
conflitante e sempre inacabada ao que somos. Não implica, tampouco,
autoconsciência crítica ou consciência histórica, nem a necessidade de
identificar se existe uma tendência dominante ou, o que seria incontornável
para uma sociedade como a brasileira, se as circunstâncias da periferia pós-
colonial alteram as práticas literárias, e como.

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Não estou afirmando que os poetas atuais são tradicionalistas, ou que se


voltaram todos para o passado, pois não há no retorno deles à tradição traço de
classicismo ou revivalismo. Eles recombinam formas, amparados por modelos
anteriores, principalmente os modernos. A tradição se tornou um arquivo
atemporal, ao qual recorre a produção poética para continuar proliferando em
estado de indiferença em relação à atualidade e ao que fervilha dentro dela.
Até onde vejo, as formas poéticas deixaram de ser valores que cobram adesão
à experiência histórica e ao significado que carregam. Os velhos
conservadorismos culturais apodreceram para dar lugar, quem sabe, a
configurações novas e ainda não identificáveis. Mesmo que não exista mais o
“antigo", o esgotado, o entulho conservador, que sustentavam o
tradicionalismo, tradição é o que se cultua por todos os lados.
Na literatura brasileira, que sempre sofreu de extrema carência de renovação e
variados complexos de inferioridade e provincianismo, em decorrência da vida
longa e recessiva, maior do que se esperaria, de modas, escolas e antiqualhas
de todo tipo, essa retradicionalização desculpabilizada e complacente tem
inegável charme liberador.
Revista Piauí, edição 61, 2011.

Assinale a alternativa correta quanto ao que se afirma sobre os elementos


linguísticos empregados no texto.

a) O emprego do sinal indicativo de crase no “a”, na expressão “a produção


poética” (6. parágrafo), não altera a correção gramatical.
b) No fragmento “Não implica, tampouco, autoconsciência crítica” (5.
parágrafo), o emprego da preposição “em” antes da expressão
“autoconsciência” não altera a correção gramatical.
c) A substituição da expressão “tampouco” (5. parágrafo) pela expressão
“todavia” não altera a correção gramatical e o sentido original do texto.
d) A forma verbal “exista” (7. parágrafo) pode ser flexionada no plural para
concordar com a expressão “o „antigo, o esgotado, o entulho conservador.”

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e) A expressão “onde”, em “Até onde vejo, as formas poéticas deixaram” (7.


parágrafo), pode ser substituída por “aonde”, sem alterar a correção
gramatical.

18. (AOCP/Colégio Pedro II/Assistente de Alunos/2010)

“Conforme dados da Polícia Civil do Rio, das 10 mil armas apreendidas com
criminosos entre 1998 e 2003 no Estado, 17% pertenciam a empresas de
segurança privada.”

É correto afirmar que NÃO ocorre acento indicativo de crase antes


de empresas porque:

a) a forma verbal pertenciam se encontra na terceira pessoa do plural.


b) a expressão empresas não está precedida de artigo definido feminino.
c) a forma verbal pertenciam não é sucedida por uma preposição.
d) a forma verbal pertenciam está relacionada à expressão 17%.
e) a expressão criminosos se encontra no masculino plural.

19. (Cespe/FUB/Nível Superior/2015) Com base nas ideias e estruturas


linguísticas do trecho, julgue o item subsecutivo.

O emprego do acento indicativo de crase em “Candidatou-se à Academia


Brasileira de Letras" é obrigatório, devido à fusão da preposição que segue a
forma verbal com o artigo definido feminino singular que precede o termo
“Academia".

20. (Cespe/TCU/Técnico Federal de Controle Externo/2015) Com relação a


aspectos linguísticos do texto, julgue o próximo item.

(...)

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“A invenção e a difusão da técnica da escritura, somadas à compilação de


costumes tradicionais, proporcionaram os primeiros códigos da Antiguidade,
como o de Hamurábi,o de Manu, o de Sólon e a Lei das XII Tábuas.”
(...)

O emprego do sinal indicativo de crase no trecho “somadas à compilação de


costumes tradicionais” (L.24) é facultativo, razão por que sua supressão não
acarretaria prejuízo para o sentido nem para a correção do período.

21. (Cespe/FUB/Técnico/2015) A respeito das ideias e das estruturas


linguísticas do trecho abaixo, julgue o item subsecutivo.

(...)
“Constitui alento a informação de que sete universidades brasileiras figuram
entre as doze melhores da América Latina. Duas ocupam o pódio: em primeiro
lugar, está a Universidade de São Paulo (USP); em segundo, a Universidade de
Estadual de Campinas (Unicamp). A Universidade de Brasília (UnB) ocupa a
décima posição, seguida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e
pela Universidade Federal do Rio Grande so Sul (UFRGS).”
(...)

Na linha 1, é facultativo o emprego de sinal indicativo de crase no “a” que


antecede “informação”, devido à regência nominal do vocábulo “alento”.

22. (Cespe/DEPEN/Agente e Técnico/2015) Em relação às ideias e às


estruturas linguísticas do texto, julgue o item que se segue.

É preciso compreender que o preso conserva os demais direitos (educação,


integridade física, segurança, saúde, assistência jurídica, trabalho e outros)
adquiridos como cidadão, uma vez que a perda temporária do direito de

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liberdade em decorrência dos efeitos de sentença penal refere-se tão somente à


liberdade de ir e vir. Isso, geralmente, não é o que ocorre.
O que se constata é que, na prática, o cidadão preso perde muito mais do que
sua liberdade. Perde sua dignidade, é submetido a humilhação e acaba se
sentindo um nada.

No trecho “refere-se tão somente à liberdade de ir e vir” (l.5), o emprego do


sinal indicativo de crase deve-se ao fato de a locução “tão somente” exigir
complemento antecedido pela preposição a.

23. (Cespe/DEPEN/Nível Superior/2015) No que diz respeito aos aspectos


linguísticos do texto Educação prisional, julgue o seguinte item.

“No Brasil, a educação prisional está garantida por lei. Os mais de 500 mil
detentos existentes no país têm direito a salas de aula dentro dos presídios e, a
cada doze horas de frequência escolar de qualquer nível (fundamental, médio
profissionalizante ou superior), o preso tem um dia de pena resumido. Desde
2012, entre os projetos voltados à recuperação e à inserção social, está a
remição de pena por meio da leitura.”
(...)

Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, o sinal indicativo de crase


poderia ser eliminado em ambas as ocorrências no trecho “voltados à
recuperação e à reinserção social" (l. 6 e 7).

24. (Cespe/MPU/Analista/2015) Julgue o item subsequente, relativo à


estrutura linguística do texto.

“Na organização do poder político no Estado Moderno, à luz da tradição


iluminista, o direito tem por função a preservação da liberdade humana, de

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maneira a coibir a desordem do estado de natureza, que, em virtude do risco da


dominação dos mais fracos pelos mais fortes, exige a existência de um poder
institucional.”

O emprego do sinal indicativo de crase em “à luz da tradição iluminista” (l.1)


é facultativo, ou seja, a sua retirada não prejudicaria a correção gramatical
nem o sentido original do texto.

25. (Cespe/CGE-PI/Auditor Governamental/2015) Julgue o item que se


segue, relativo à estrutura linguística e ao sentido do texto.

Uma casa tem muita vez as suas relíquias, lembranças de um dia ou de outro,
da tristeza que passou, da felicidade que se perdeu. Supõe que o dono pense
em as arejar e expor para teu e meu desenfado. Nem todas serão
interessantes, não raras serão aborrecidas, mas, se o dono tiver cuidado, pode
extrair uma dúzia delas que mereçam sair cá fora.
Chama-lhe à minha vida uma casa, dá o nome de relíquias aos inéditos e
impressos que aqui vão, ideias, histórias, críticas, diálogos, e verás explicados o
livro e o título. Possivelmente não terão a mesma suposta fortuna daquela dúzia
de outras, nem todas valerão a pena de sair cá fora. Depende da tua
impressão, leitor amigo, como dependerá de ti a absolvição da má escolha.
Machado de Assis. Advertência. In: Relíquias da casa velha. Rio
de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.

No trecho “Chama-lhe à minha vida uma casa” (l.7), é facultativo o emprego


do sinal indicativo de crase.

26. (Cespe/MPU/Técnico/2015) Com relação às ideias e às estruturas


linguísticas do texto, julgue o item que se segue.

(...)

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“No período colonial, o Brasil foi orientado pelo direito lusitano. Não havia o
Ministério Público como instituição. Mas as Ordenações Manuelinas de 1521 e as
Ordenações Filipinas de 1603 já faziam menção aos promotores de justiça,
atribuindo-lhes o papel de fiscalizar a lei e de promover a acusação criminal.
Existiam ainda o cargo de procurador dos feitos da Coroa (defensor da Coroa) e
o de procurador da Fazenda (defensor do fisco).”
(...)

A correção gramatical do texto seria preservada caso se substituísse a


expressão “a acusação” (l.10) por à acusação, pois, nesse caso, o emprego
do sinal indicativo de crase é opcional.

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Gabarito das questões

1. E
2. C
3. A
4. C
5. E
6. A
7. A
8. D
9. C
10. C
11. C
12. E
13. C
14. C
15. B
16. D
17. D
18. B
19. C
20. E
21. E
22. E
23. C
24. E
25. C
26. E

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