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ELECTRÓNICA I (2007/2008)

Trabalho Prático Nº 3

Rectificação e Filtragem

1. Introdução
Um díodo de junção, cujo símbolo se apresenta na Fig. 1a) é um semicondutor simples
constituído por uma região p ou ânodo (+) e uma região n ou cátodo (−).
Quando se aplica uma diferença de potencial positiva entre o ânodo e o cátodo – díodo
directamente polarizado – o díodo tende a conduzir apresentando uma fraca resistência à
passagem da corrente (rD) e uma diferença de potencial VDO aos seus terminais (entre
aproximadamente 0,5V e 0,8V em junções de silício). Quando se aplica uma tensão negativa
entre ânodo e cátodo – díodo inversamente polarizado – o díodo oferece uma elevada resistência
à passagem da corrente, pelo que a corrente é muito pequena quando comparada com a corrente
do díodo directamente polarizado.

vD iD
iD
vD

di
iD
iD 1
= D -VZO
rD dv D
VDO vD

VDO vD

a) b)
Fig. 1 – Curvas características de um díodo: a) díodo de junção normal; b) díodo de Zener.

Pode observar-se na curva característica que, quando o díodo está inversamente


polarizado, a corrente é aproximadamente zero independentemente da tensão inversa. Apresenta
neste caso uma resistência Rr muito elevada (reverse resistance). Quando o díodo está
directamente polarizado, e a tensão aplicada é maior ou igual à tensão de arranque (ou tensão
limiar de condução) VDO, que vale ≈0,6V para díodos de silício e ≈0,2V para díodos de

Trabalho prático 3 / Electrónica I 1


germânio, o díodo conduz quase livremente, apresentando uma resistência de condução rD muito
pequena e uma tensão aos seus terminais praticamente constante e igual a VDO.
Quando o díodo está directamente polarizado, mas com uma tensão inferior a VDO, o díodo
continua a oferecer uma elevada resistência à passagem da corrente. Por isso, na prática é usual
definir dois modos de funcionamento distintos para o díodo: ao corte – inversamente polarizado
ou directamente polarizado mas com tensão inferior a VDO – e em condução – directamente
polarizado e com tensão superior a VDO.
Os dois modos de funcionamento do díodo são representáveis por dois circuitos
equivalentes simplificados para o díodo (Fig. 2).

VDO
RD Rr

a) b)
Fig. 2 – Circuitos equivalentes simplificados para um díodo: a) em condução; b) em corte.

É habitual, quando nada for dito em contrário, desprezar o efeito das resistências de
condução dos díodos, considerando rD = 0Ω e Rr → ∞.
O díodo de Zener, cuja curva característica está representada na Fig. 1b) comporta-se
como o díodo normal, excepto quando a tensão aos seus terminais tender a tomar valores
inferiores à tensão -VZO, designada tensão de Zener. Nesta região da característica os díodos de
Zener apresentam novamente uma zona de muito baixa resistência, o que os torna úteis em
circuitos de referência e estabilização de tensão. Existem comercialmente díodos de Zener para
tensões de Zener de alguns Volt até dezenas ou centenas de Volt.

1.1 Rectificação de meia onda

A maior parte dos circuitos electrónicos requerem alimentação em CC. Uma forma de
satisfazer esse requisito é a conversão da tensão sinusoidal das redes de distribuição de
electricidade em tensão contínua. Esta conversão faz-se através dos chamados circuitos
rectificadores. Devido ao seu modo de funcionamento unidireccional, o díodo é o elemento ideal
para essa tarefa.
No circuito da Fig. 3a) apresenta-se um rectificador de meia onda. É utilizado um
transformador para reduzir a amplitude da tensão de alimentação para um valor desejado (Fig.
3b) e Equação 1), e em seguida esta tensão é aplicada a um díodo e a uma resistência RL.

Trabalho prático 3 / Electrónica I 2


iD(t)
vD(t) vs(t)

D1 VDO 2π
220V vs(t) RL v0(t) 0 ωt1 ωt2 π ωt

a) b)
Fig. 3 – Rectificador de meia onda: a) circuito; b) tensão de alimentação.

v s (t ) = Vs sin (ωt ) (1)

De acordo com o funcionamento dos díodos referido no ponto anterior, podemos


imediatamente retirar algumas conclusões para um período de vs(t). Para ω.t entre 0 e π, vs(t) é
positiva e o díodo está polarizado directamente; mas só conduz quando vs(t) for superior a VDO
(entre ω.t1 e ω.t2). Quando vs(t) é inferior a VDO (entre 0 e ω.t1 e entre ω.t2 e 2π) o díodo está em
corte.
Vejamos agora como se pode fazer uma análise formal, embora aproximada, de circuitos
com díodos. Basta identificar a situação de condução e de não condução dos díodos e substituí-
los pelos seus esquemas equivalentes simplificados correspondentes.
Para o circuito da Fig. 3a), os circuitos equivalentes estão representados na Fig. 4. Quando
o díodo está em condução temos iD>0 e vD=VDO+rD.iD. Assim, como vs=vD+RL.iD, resulta
iD=(vs-VDO)/(rD+RL)>0. Portanto o díodo conduz quando vs>VDO.

vD(t) vD(t)
iD(t) iD(t)

VDO rD Rr→∞
vs(t) RL vO(t) vs(t) RL vO(t)

a) b)
Fig. 4 – Circuitos equivalentes para o rectificador de meia onda:
a) díodo em condução; b) díodo em corte.

A tensão vO(t) nesta situação vale vO=RL.iD=(vs-VDO).RL/(rD+RL). Substituindo valores


habituais em díodos de silício, rD = 0Ω e VDO = 0,6V, resulta: vO=vs-0,6 , iD=vO/RL, e vD= VDO.
Na situação de corte, que ocorre para iD≤0, ou seja para vs≤ VDO, teremos vD=Rr.iD. Assim,
iD=vs/(Rr+RL), vO=vs.RL/(RL+Rr). Com Rr→∞, vem vO=0, iD=0 e vD=vs. Na Fig. 5 estão

Trabalho prático 3 / Electrónica I 3


representadas as formas de onda de vD(t) e vO(t).

vD(t) vO(t)

VDO 2π VDO 2π
ωt1 ωt2 ωt ωt1 ωt2 ωt

a) b)
Fig. 5 – Resposta do rectificador de meia onda: a) tensão no díodo; b) tensão de saída.

O valor médio (ou valor DC) de vO(t) pode ser calculado através do integral da Equação 2.

T 2π ωt
1
VO = ∫ vO (t )dt =
1 1 2
[vs (t ) − VDO ]dωt
2π ∫0 2π ω∫t1
v O (t )dωt = (2)
T0

Ο ângulo ω.t1 corresponde ao instante de tempo em que vs=0,6 V e pode ser facilmente
determinado. Normalmente VDO é desprezável quando comparado com a amplitude máxima de
vs. Assim, o valor médio pode ser aproximado pela Equação 3.

Vs
VO = (3)
π

1.2 Rectificação de onda completa

Como se verificou no ponto anterior, a tensão de saída do circuito de rectificação de meia


onda é composta só por uma alternância. No caso da rectificação de onda completa (Fig. 6) as
alternâncias positiva e negativa da tensão de entrada aparecem ambas na tensão de saída do
circuito rectificador (a alternância negativa aparece invertida). Os díodos D1 e D2 conduzem nas
alternâncias positivas de vs e os díodos D3 e D4 conduzem nas alternâncias negativas. Contudo,
a corrente em RL tem sempre o sentido positivo.
A rectificação de onda completa é muito mais usada do que a rectificação de meia onda,
pois permite obter um valor médio da tensão de saída aproximadamente duplo daquele que se
pode obter com a rectificação de meia onda, para a mesma tensão alternada de entrada. Existem
comercialmente circuitos compactos de pontes rectificadoras contendo 4 díodos, vulgarmente
designados por pontes de díodos.

Trabalho prático 3 / Electrónica I 4


i(t) vD(t)
v O (t) v s (t)
D1 iL(t)
D4 D3 V DO
220V RL =1KΩ vO(t)
vs(t)
ωt 1 ωt 2 2π ωt
D2

a) b)
Fig.6 – Rectificador de onda completa: a) circuito; b) tensão de saída.

1.3 Filtragem

Com a rectificação obtém-se à saída do circuito rectificador uma tensão não negativa, mas
com uma componente alternada significativa. Esta componente alternada é indesejável, pois
provoca um ruído de ripple nos circuitos alimentados. Para reduzir esta componente AC é
necessário fazer uma filtragem.
A maneira mais simples de obter um efeito de filtragem consiste em colocar um
condensador em paralelo com a carga RL. O efeito da introdução do condensador é mostrado na
Fig. 7. A tracejado indica-se qual seria a forma de vO sem o condensador.

vO(t)

VO Vr

Vo.máx Vo.min

t1 t2 t3 t
Fig. 7 – Forma de onda de um rectificador de onda completa com filtragem
por condensador em paralelo com a carga RL.

No instante t1 vO atinge o valor máximo Vo.máx. No intervalo de tempo entre t1 e t2, os


díodos estão inversamente polarizados e é o condensador que fornece energia à carga, o que faz
decrescer (exponencialmente) a sua tensão. Quando esta atinge o valor Vo.min, no instante t2, os
díodos voltam a conduzir até ao instante t3, recarregando o condensador.
Como se pode constatar, a componente AC de vO é agora menor, existindo contudo ainda
uma tensão de ripple com um valor pico a pico Vr. O valor de Vr depende do condensador e da
carga. Uma análise aproximada permite estimar o valor de Vr através das Equações 4, 5 e 6, em
que Vo é o valor médio de vO, IL é o valor médio de iL, f é a frequência de vs e C é a capacidade

Trabalho prático 3 / Electrónica I 5


do condensador.

IL V V
Vr ≈ ; I L = O ; VO = Vo.máx − r (4, 5, 6)
2 f .C RL 2

2. Procedimentos experimentais

I. Monte o circuito da Fig. 8, utilizando o transformador existente na sua bancada. Este deverá
apresentar uma tensão eficaz no secundário Vs / 2 entre 7V e 12V, dependendo da

bancada.

iD(t)
vD(t)

D1
220V vs(t) RL=1KΩ v0(t)

Fig. 8 – Montagem 1: rectificador de meia onda.

a) Visualize no osciloscópio e registe num quadro vs e vO. Visualize e registe separadamente


vD. Descreva o funcionamento do circuito.

b) Meça o valor médio de vO (VO). Calcule uma estimativa teórica para este valor médio.

II. Monte o circuito da Fig. 9, utilizando o mesmo transformador da montagem anterior.

i(t) vD(t)

D1 iL(t)
D4 D3
220V RL =1KΩ vO(t)
vs(t)
D2

Fig. 9 – Montagem 2: rectificador de onda completa.

Trabalho prático 3 / Electrónica I 6


a) Visualize no osciloscópio e registe num quadro o sinal vs. Visualize agora o sinal vO e
registe-o no mesmo quadro de vs. Visualize e registe separadamente vD. Descreva o
funcionamento do circuito.
Nota: Não é possível visualizar vs e vO em simultâneo, utilizando os dois canais do osciloscópio,
porque esses dois sinais têm referências diferentes. Para registar ambos os sinais no mesmo
quadro, com o desfasamento correcto, é importante levar em linha de conta o
funcionamento da montagem descrito em a).

b) Meça o valor médio de vO (VO). Calcule uma estimativa teórica para este valor médio.

c) Compare as vantagens e as desvantagens das duas montagens rectificadoras.

III. Complete a montagem anterior até obter o circuito da Fig. 10, com o interruptor I na posição
0, RL = 1KΩ e C = 10µF.

vR1

1 R1=100Ω
vD(t) ir(t)
I
D1 0
D3 C
D4
220V vO(t)
vs(t) RL
D2

Fig. 10 – Montagem 3: rectificador de onda completa com filtragem.

a) Visualize no osciloscópio e registe num quadro o sinal vO.

b) Meça o valor médio de vO (VO) e o valor da tensão de ripple (Vr) (tensão pico a pico).
Compare o valor obtido de Vr com o seu valor teórico.

c) Compare os resultados agora obtidos com os que tinha obtido sem a filtragem.

d) Altere a capacidade do condensador C para 100 µF e repita as alíneas a) e b). Comente as


diferenças observadas.

e) Descreva por palavras suas como funciona o circuito, referindo em que momentos é que
ocorre a carga e a descarga do condensador.

Trabalho prático 3 / Electrónica I 7


f) Mude agora o interruptor I para a posição 1 mantendo o valor de C utilizado em d). Através
da resistência R1 pode ser medida a corrente de saída da ponte de díodos. Visualize no
osciloscópio e registe num mesmo quadro vO e vR1. Comente o andamento de vR1.
Nota: É aconselhável visualizar no osciloscópio vO e vR1 separadamente, pois a sua visualização
em simultâneo não é muito trivial. Todavia, tenha o cuidado de representar os dois sinais
com o desfasamento correcto, valendo-se do seu conhecimento sobre o funcionamento do
circuito (alínea anterior).

2.1 Observações sobre as montagens a realizar durante a experiência

a) Um erro na polaridade de um condensador electrolítico resulta geralmente na sua destruição


e, muitas vezes, na sua explosão. Quando ocorre a explosão, os fragmentos são projectados
para cima e são libertados gases tóxicos. É portanto necessário muito cuidado com a sua
ligação nos circuitos, sendo aconselhável manter os olhos afastados do topo dos mesmos.

b) Deve-se ter cuidado ao ligar as pontas dos osciloscópios para evitar fazer curto-circuitos
através da massa do osciloscópio. A referência dos dois canais do osciloscópio é a mesma: a
massa do osciloscópio.

c) A escolha dos díodos para os circuitos de rectificação deve atender à tensão de entrada,
tensão e corrente médias à saída (entregue à carga ou ao conjunto filtro-carga), tensão
inversa, corrente máxima instantânea e potência dissipada.

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Rectificação e Filtragem

Trabalho Prático Nº 3

Ficha de Resultados

Turma: _____ Grupo: _____

Nomes: _____________________________________________

2. Procedimentos experimentais

I. Rectificador de meia onda

a) Visualização e registo de vs, vO e vD. Descrição do funcionamento do circuito.

vs(t): _______ V/DIV vO(t):________ V/DIV vD(t): ________V/DIV


Base de Tempo:________ s/DIV

b) Medição do valor médio de vO (VO). Cálculo de uma estimativa teórica para este valor
médio.

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VO = ________V

II. Rectificador de onda completa.

a) Visualização e registo de vs, vO e vD. Descrição do funcionamento do circuito.

vs(t): _______ V/DIV vO(t):________ V/DIV vD(t): ________V/DIV


Base de Tempo:________ s/DIV

b) Medição do valor médio de vO (VO). Cálculo de uma estimativa teórica para este valor
médio.

VO = ________V

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d) Comparação das vantagens e desvantagens das duas montagens rectificadoras.

III. Rectificador de onda completa com filtragem.

a) Visualização e registo de vO.

vO(t):________ V/DIV
Base de Tempo:________ s/DIV

b) Medição do valor médio de vO (VO) e do valor da tensão de ripple (Vr). Comparação de Vr


com o seu valor teórico.

VO = ________V Vr = _______ V

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c) Comparação dos resultados obtidos com filtragem com os resultados sem filtragem.

d) Alteração do valor de C para 100 µF. Visualização e registo de vO. Medição do valor médio
de vO (VO) e do valor da tensão de ripple (Vr). Comentário sobre as diferenças observadas.

VO = ________V Vr = _______ V

vO(t):________ V/DIV
Base de Tempo:________ s/DIV

e) Descrição do funcionamento do circuito, referindo em que momentos é que ocorre a carga e


a descarga do condensador.

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f) Mudança do interruptor I para a posição 1. Visualização e registo de vO e vR1. Comentário
sobre o andamento de vR1.

vO(t): ______V/DIV vR1(t): ______V/DIV


Base de Tempo:________ s/DIV

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