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Introdução
Pero aparte de esto debemos recordar que, [...], la teoria del balance
entre el trabajo y el consumo no surgió de la cabeza de um teórico
sino que es el resultado de la observación de rasgos de conducta
econômica em las massas de campesinos, que sólo mediante esta
hipótesis podían explicarse satisfactoriamente. (CHAYANOV, 1985,
p. 40-41).
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Chayanov está sendo utilizado pelas contribuições que realizou a cerca do estudo sobre Campesinato e pelos
elementos para a caracterização desse sujeito, mas vale ressaltar que para ele o campesinato era visto como
modo de produção. O trabalho aqui desenvolvido discorda, pois entende campesinato como classe social. Além
disso Chayanov diferencia dos outros autores clássicos já citados pelo fato de não fazer uma leitura marxista da
realidade.
Na lógica camponesa o uso dos recursos se dá de forma diversificada, como
já analisava Chayanov (1985, p.238)., a acumulação de dinheiro objetivava o
aumento da produtividade, vislumbra a diminuição do esforço e a garantia do bem-
estar da família.
Dessa maneira o que acontece é que o camponês, que deveria possuir a terra
e nela ter condições para se reproduzir é condicionado ao capital, restando ao
camponês quase nenhuma alternativa a não ser se submeter à lógica capitalista,
pois “Ao realizar a expropriação do trabalhador, o capital cria as condições sociais
para mostrar a outra face do seu processo de reprodução, a exploração do
trabalhador que já foi expropriado” OLIVEIRA, 1991, p.111).
Baseado em Martins (1986) e Oliveira (1986), o modo de produção capitalista,
é o modo de produção da mais-valia, no qual a mercadoria não é a base restrita do
processo. Na mercadoria está aprisionada a mais-valia decorrente desse processo
produtivo, e é a partir da circulação que irá se concretizar esse processo.
Concretizará porque é no momento da circulação que a mercadoria será convertida
em dinheiro, então o capitalista se apropriará desse capital valorizado, entendo que
o mesmo é provido do trabalho não pago (mais-valia).
A diferença fundamental entre unidades capitalistas e unidades camponesas
está na lógica interna da exploração e organização. Dessa maneira, o fato de
acumular dinheiro não o torna pequeno-burguês.
Breves Considerações
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. Prefácio. In: PAULINO, Eliane Tomiasi. Por uma
Geografia dos camponeses. São Paulo: Editora UNESP, 2006.
PAULINO, Eliane Tomiasi. Por uma Geografia dos camponeses. São Paulo:
Editora UNESP, 2006.
SABOURIN, Eric. Camponeses do Brasil: entre a troca mercantil e a
reciprocidade. [traduzido do francês por Leonardo Milani]. Rio de Janeiro:
Garamond, 2009.