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Uma breve discussão em torno do conceito de Campesinato

Ingrid Michelle Coelho Sampaio Félix 1


Goegrafar (UFBA)/ TMG-LEAU (UESB)
michelle_cfelix@hotmail.com

O conceito de campesinato é um conceito atual e permanente, podendo ser entendido como


uma classe social integrada à vicissitude de forças sociais e econômicas do mundo
contemporâneo. No Brasil essa classe se destaca pela força de trabalho familiar, e a forma
como se articula com o mercado local e o mercado capitalista, levando em consideração as
singularidades atreladas a totalidade da dinâmica de reprodução.

Palavras-Chave: Campesinato. Questão Agrária. Classe Social.

Introdução

O campesinato é um conceito que não perpassa apenas no campo ideológico,


mas que expressa e se materializa na prática, que ajuda a compreender a realidade
agrária brasileira. O conceito camponês, além de seu significado político e da
construção de pensamento acadêmico, reflete a história social em sentido amplo.
Aqui serão tratados e entendidos como classe social pela sua capacidade de criação
e recriação.

Como classe sui generis do capitalismo, sua singularidade se


manifesta na experiência única de reprodução, a qual se baseia no
próprio controle sobre o trabalho e sobre os meios de produção. É o
que lhes permite conservar a capacidade de produzirem seus
próprios meios de vida, ainda que as condições concretas de
reprodução de cada família nem sempre o determine. (OLIVEIRA,
2006, p.16).

Não se trata de uma independência dos fatores e das relações capitalistas,


pois há sujeição de renda, de produção, mas uma independência no modo de
produção, possibilitando a sua recriação; há uma relativa autonomia campesina,
mas também há sujeição desses sujeitos ao mercado capitalista; é a materialização
da relação dialética entre o tradicional e moderno.
1
Mestre em Geografia pela Universidade Federal da Bahia.
Como acrescenta Marques (2002, p.2),

A ordem social moderna é organizada pelo mercado e pelo princípio


de competição, tendo como valores o indivíduo e a razão.
A relação dialética entre tradição e modernidade perpassa toda a
cultura brasileira. Não há um destino pré-determinado para o
campesinato na sociedade brasileira. O destino dessa classe social é
definido ao longo de sua própria história pelas posições que ocupa
no campo de lutas que se forma em torno da questão agrária.

Utilizando a lógica da teoria da modernização, o campesinato a fragiliza,


desmascara, no momento em que demonstra que o acesso à técnica, às formas de
produção não destroem a lógica camponesa, pelo contrário, percebe-se a sua
recriação em outro contexto, com outras possibilidades. O campesinato é a
expressão contraditória de um modo de produção cuja mola propulsora não é
somente a mercadoria, mas também a acumulação.

O campesinato possui uma organização da produção baseada no


trabalho familiar e no uso como valor. O reconhecimento de sua
especificidade não implica a negação da diversidade de forma de
subordinação às quais pode apresentar-se submetido, nem da
multiplicidade de estratégias por ele adotadas diante de diferentes
situações e que podem conduzir ora ao „descampesinamentos‟, ora à
sua reprodução enquanto camponês. (MARQUES, 2002, p.2).

O conceito de campesinato é um conceito atual e permanente, podendo ser


entendido como uma classe social integrada à vicissitude de forças sociais e
econômicas do mundo contemporâneo. No Brasil essa classe se destaca pela força
de trabalho familiar, e a forma como se articula com o mercado local e o mercado
capitalista, levando em consideração as singularidades atreladas a totalidade da
dinâmica de reprodução. Como confirma Marques (2002, p.3),

O campesinato se refere a uma diversidade de formas sociais


baseadas em diferentes relações de trabalho e de acesso à terra [...].
Porém, na década de 70, o conceito de pequena produção passa a
ser usado como alternativa ao de camponês por seu caráter
operacional e por, supostamente, melhor representar a realidade de
um campo submetido pelo Estado à desarticulação de seus
movimentos sociais e a um conjunto de políticas de cunho
modernizante.
Sua relação com o mercado acontece de maneira distinta se comparado aos
produtores capitalistas, devido à especificidade do modo de produção, pois ainda
que parte da produção seja destinada ao mercado, esse sujeito a faz para garantir
melhores condições de reprodução de sua família. Nesse sentido, Souza (2008,
p.125), reflete afirmando que

A classificação do quão o camponês está ou não vinculado ao


mercado para deixar de sê-lo (camponês) não tem sido teórico, pois
não explica. Ou seja, o que interessa são as relações sociais
estabelecidas, pois, como afirmado anteriormente, vinculado ao
mercado ele sempre esteve. [...] Embora os camponeses estejam
totalmente inseridos no mercado – sabemos que o mercado sempre
vez parte da vida camponesa – esta relação é o meio para manter e
ampliar a sobrevivência e não o fim e objetivo da vida.

A atividade camponesa não inverte as bases da acumulação ampliada.


Mesmo sendo uma atividade baseada numa outra lógica de produção, permite a
acumulação dos setores capitalistas, pois o excedente de renda gerado é possível
de ser apropriado pelo capital, direta ou indiretamente.
Os camponeses também formam uma categoria política que explicita as
contradições do processo histórico, expressam uma identidade, valores e
possibilidades de organização social, que foi materializada através de lutas. Tal
organização social é fortalecida devido as especificidade da organização interna da
unidade de produção, que os diferenciam dos outros trabalhadores rurais e urbanos,
pois operam sob os princípios da força de trabalho familiar, manutenção dos meios
de produção, reciprocidade e forma de produção, que objetiva a condição de vida e
a reprodução de sua família.
O campesinato brasileiro é a expressão permitida de uma outra forma de
produção que não a capitalista sob determinada estrutura e sob certas formas de
negação política.
O campesinato deve ser analisado a partir do contexto histórico em que está
inserido e da estrutura de sociedade em que se reproduzem. Esses fatores
interferem nas formas de produção e na vida social. Dessa maneira, não se pode
perder de vista que os sujeitos aqui tratados estão vinculados ao desenvolvimento
desigual e combinado do capital; ao desenvolvimento ampliado de reprodução do
capital; as políticas de colonização. Esse sujeito não é estranho/desconhecido ao
capital, mas necessário para a sua reprodução.
Esse entendimento está em consonância com estudos desenvolvidos por
Teodor Shanin, Margarida Moura, José de Souza Martins, Ariovaldo Umbelino de
Oliveira, Marta Inez Marques, Alexandrina Luz Conceição, Suzane Tosta Souza,
Eliane Tomiasi Paulino, Antonio Tomaz Junior, Guiomar Germani, entre tantos
outros.
Entendendo o contexto social, percebe-se que por muito tempo o estudo do
conceito e do sujeito foram renegados e estiveram distantes das preocupações
intelectuais e políticas progressivas das décadas de 1940 a 1960. Tais políticas
estavam focadas na industrialização, na modernização e no fim do “tradicional”, pois
previam o desaparecimento do camponês no mundo pós-colonial, devido o avanço
do capital no campo, retificando que esses sujeitos teriam alternativa se inserirem na
lógica de produção capitalista ou tornar-se trabalhadores assalariados.

Interpretações marxistas e clássicas em torno do campesinato

Marx, quando se dedicou ao desvendamento das contradições essenciais do


modo de produção capitalista, baseou-se na tríade TERRA, TRABALHO e CAPITAL.
Os estudos e reflexões sobre a questão agrária foi influenciado por concepções
teóricas do interior da discussão, apoiadas em teorias de Lênin, de Kautsky e de
Rosa Luxemburgo.
É importante que leiam esses autores fazem uma reflexão no que foi dito e o
contexto histórico que viviam, podendo assim avançar na teoria a partir da realidade
analisada. Numa das interpretações sobre as contribuições desses teóricos para os
estudos da questão agrária, Marques (2002), afirma que:

[...], apoiando-se em Lênin, consideravam que este segmento social


estava fadado à extinção e que daria lugar a uma realidade
polarizada entre trabalhadores assalariados e capitalistas, pequenos
e grandes. [...], inspirando-se na idéia de acumulação primitiva
continuada de Rosa Luxemburgo, afirmavam a permanência do
campesinato no interior da agricultura capitalista. (p.04).

Lênin foi cauteloso ao tratar da agricultura para autoconsumo,


compreendendo a diferença da agricultura mercantil, principalmente no que tange a
eliminação da pequena propriedade, afirmando que a lei da eliminação da pequena
propriedade de produção pela grande propriedade, só é aplicável na agricultura
mercantil.
Na sua obra “O Desenvolvimento do Capitalismo na Rússia” (1985), publicada
em 1899, Lênin realizou seu estudo na Rússia e indicou que o processo capitalista
estava provocando uma “decadência do estabelecimento, a ruína do camponês e
sua transformação em operário além da ampliação da unidade agrícola e a
transformação do camponês em empresário rural” (1985, p.83).
Lênin (1985, p.113) partiu de uma análise que tinha como centralidade a
acumulação e a exploração, o que o impediu de visualizar a transição entre
camponês servo e camponês livre. Para ele o camponês

Não era antagônico ao capitalismo, mas, ao contrário, é a sua base


mais profunda e sólida. A mais profunda porque é no seu interior
mesmo, (...) que constatamos a formação constante de elementos
capitalistas. A mais sólida porque é sobre a agricultura em geral e o
campesinato em particular que pesam mais intensamente as
tradições da Antiguidade, (...) é aí que a ação transformadora do
capitalismo se manifesta mais lenta e mais gradualmente.

Analisando o camponês livre, não percebeu que esse poderia se desenvolver


no seio do capitalismo moderno, sendo contraditoriamente necessária à reprodução
do capital.
A discussão de Lênin talvez esteja calcada nos níveis de opressão e
exploração praticados tanto no feudalismo, quanto no escravismo moderno. O
escravismo moderno é uma relação eminentemente mercantil, estruturada em bases
distintas as da servidão feudal, não havendo nessa última uma característica típica
para o desenvolvimento do capital, a mobilidade da força de trabalho. Por conta
dessas questões “O campesinato antigo não se “diferencia” apenas: ele deixa de
existir, se destrói, é inteiramente substituído por novos tipos de população rural, que
contribuem a base de uma sociedade dominada pela economia mercantil e pela
produção capitalista” (LÊNIN, 1985, p.114).
Kautsky em sua obra “A Questão Agrária” publicada em 1899 (1972), quando
analisou os camponeses, partiu do fundamento e da ideia de seres sociais isolados,
ausentes das relações de mercado. O autor, no final do século XIX, vivia um
contexto no qual o debate acontecia em torno da transformação da sociedade. Ele
buscou em sua obra, contribuir para o debate e construção do socialismo, dentro da
social democracia alemã. Em sua análise, o campesinato seria uma incógnita para o
desenvolvimento do socialismo e um empecilho ou mesmo atraso para o
desenvolvimento do capitalismo. O camponês para Kautsky (1972, p.128-129),

(...) deixa portanto de ser o senhor da sua exploração agrícola: esta


torna-se um anexo da exploração industrial pelas necessidades da
qual se deve regular. O camponês torna-se um operário parcial da
fábrica (...) ele cai ainda sob a dependência técnica da exploração
industrial (...) lhe fornece forragens e adubos. Paralelamente a esta
dependência técnica produz-se ainda uma dependência puramente
econômica do camponês em relação a cooperativa.

Kautsky partiu da lógica de que a indústria seria a força motriz da sociedade,


se expandiria para todo o mundo ao ponto de dominar o camponês. Questionava e
afirmava ser um equívoco a teoria da superioridade da agricultura camponesa de
base familiar sobre a capitalista, ressaltando que o aumento no número de unidades
familiares significava a fragmentação das explorações, ou seja, agravava ainda mais
a condição camponesa e a perda do seu caráter produtivo. Ele tratava, naquele
momento histórico, da perda do papel produtivo da propriedade camponesa, pois
essa, com o avanço e consolidação do capital, não conseguiria mais produzir para
subsistência, tendo esse trabalhador que migrar em busca do trabalho acessório.
Segundo o autor, “A grande exploração agrícola é a que melhor satisfaz as
necessidades da grande indústria agrícola. Essa, muitas vezes, quando não tem
uma grande exploração deste gênero à sua disposição, cria-a”. (KAUTSKY, 1972,
p.124). Dessa maneira, as transformações que ocorrem na agricultura ao integrar-se
com a indústria torna o agricultor mais vulnerável e dependente do capital.
Tal posicionamento estava calcado e fundamentado na concepção de que
para o desenvolvimento do capitalismo outra forma de reprodução que não a
capitalista não seria possível, havendo somente espaço para reprodução, na
sociedade capitalista, para a classe burguesa e a classe trabalhadora. Dessa forma,
não levou em consideração a reprodução do capital por meio da acumulação
primitiva, através da circulação e comercialização, como destacou Rosa
Luxemburgo.
Chayanov2 em “La organización de la unidad econômica campesina” (1985),
desenvolve um estudo que foi marco pioneiro no debate sobre campesinato.
Apresentou minuciosamente a forma de organização econômica e social das
unidades camponesas. Procurou demonstrar as diversas formas pela qual a unidade
camponesa conseguia atingir o equilíbrio interno, se baseando em teorias que
contribuíssem para entender o equilíbrio entre a força de trabalho e o consumo
familiar.
Levou em consideração a composição familiar, a área da unidade econômica,
equilíbrio interno, força de trabalho disponível e as atividades desenvolvidas,
afirmando ser de extrema importância tais informações. “El volumen de la actividad
de la família depende totalmente del número de consumidores y de ninguma manera
del número de trabajadores.” (CHAYANOV, 1985, p.81).
Afirmava que o aproveitamento da força de trabalho da família camponesa ao
máximo evitaria ociosidade em diferentes períodos da produção. Pois na agricultura
camponesa, a força de trabalho não é oscilante, não é contratada ou dispensada
conforme as necessidades dos cultivos, sendo “organizada” para evitar o
desemprego interno.

Pero aparte de esto debemos recordar que, [...], la teoria del balance
entre el trabajo y el consumo no surgió de la cabeza de um teórico
sino que es el resultado de la observación de rasgos de conducta
econômica em las massas de campesinos, que sólo mediante esta
hipótesis podían explicarse satisfactoriamente. (CHAYANOV, 1985,
p. 40-41).

Nesse bojo, a força de trabalho assume um papel de impedimento para


inserção de máquinas em terras camponesas, além dos custos (aquisição,
manutenção) e disponibilidade de terras. A mecanização e a intensificação e
redução de capitais pode significar o aumento de ganhos brutos. A intensificação da
produção tem que representar maiores índices de produtividade, mas será rejeitada
se significar o desemprego interno.

2
Chayanov está sendo utilizado pelas contribuições que realizou a cerca do estudo sobre Campesinato e pelos
elementos para a caracterização desse sujeito, mas vale ressaltar que para ele o campesinato era visto como
modo de produção. O trabalho aqui desenvolvido discorda, pois entende campesinato como classe social. Além
disso Chayanov diferencia dos outros autores clássicos já citados pelo fato de não fazer uma leitura marxista da
realidade.
Na lógica camponesa o uso dos recursos se dá de forma diversificada, como
já analisava Chayanov (1985, p.238)., a acumulação de dinheiro objetivava o
aumento da produtividade, vislumbra a diminuição do esforço e a garantia do bem-
estar da família.

Sólo de modo gradual, al ir aumentando la productividad de la fuerza


de trabajo y al poder ampliarse el presupuesto personal para ir
cubriendo una tras otras las necessidades familiares, el jefe de la
explotación puede destinar una cantidad cada vez mayor Del ingreso
a la renovación y formación de capital. En otras palabras, podemos
decir que en la unidad económica de explotación familiar los
adelantos para renovar y formar capital se extraen del mismo
presupuesto y están vinculados con el proceso de satisfacción de las
necesidades personales y que, en todos los casos, su importe
depende de la medida en la que pueden satisfacerse estas
necesidades.

Chayanov quando propôs entender a mobilidade e a dinâmica social a partir


da lógica camponesa, partiu e baseou-se nas características internas, embora não
perdesse de vista a articulação e existência no modo de produção capitalista. O
autor não concordou com a possibilidade do desaparecimento do campesinato para
o desenvolvimento do capitalismo, não comungava da ideia de que as relações
mercantis conduziriam a desagregação camponesa rumo a proletarização.
Ressaltava que a realidade é dinâmica e compreendia a importância do campesinato
naquele momento histórico, pois para ele o campesinato era modo de produção e
não classe social.
A inserção do camponês no mercado de trabalho significou para Chayanov
(1985), uma maneira de manutenção da condição camponesa, pois não se baseava
na lógica de acumulação burguesa, não estava fundamentada na lógica do lucro,
mas de reprodução da vida. Mesmo quando os camponeses estabelecem uma
relação com o mercado, não se pode analisar com o fim do campesinato, mas como
estratégia de reprodução, ainda que os preços dos produtos sejam por vezes
estabelecidos pelo mercado, ele não perde a autonomia na produção, podendo se
dedicar mais a uma cultura de mercado, mas mantendo as culturas de subsistência,
mantendo a organização interna e os valores.
En la actualidad, la unidad económica campesina en casi todas
partes está ligada al mercado capitalista de mercancías; en muchos
países sufre la influencia del capital financieiro, que la há hecho
empréstitos, y coexiste con la industria organizada al modo
capitalista y, en algunos lugares, también con la agricultura
capitalista. Las empresas campesinas tienen interrelaciones sociales
demasiado complejas con todos estos elementos en la economía
actual. Después de los trrabajos del profesor Lyashenko sobre la
evolución de la economía campesina rusa y los de Lenin sobre la
americana, podemos ver con toda claridad que no hay que esperar
necesariamente que el desarrollo de la influencia capitalista y la
concentración en la agricultura desemboquem en la creación y el
desarrollo de latifundios. Con mayor probabilidad habría que esperar
que el capitalismo comercial y financeiro establezca una dictadura
económica sobre considerables sectores de la agricultura, la cual
permanecería como antes en lo relativo a producción, compuesta de
empresas familiares de explotación agrícola en pequeña escala,
sujeitas en su organización interna a las leyes del balance entre
trabjo y consumo. (CHAYANOV, 1985, p. 42).

Chayanov analisa a unidade camponesa a partir da coerência interna,


afirmando que os camponeses atuavam numa lógica distinta à lógica de reprodução
plena capitalista pela sua própria condição social, tornando-se um equívoco os
analisar puramente a partir dos parâmetros produtivos capitalistas. Afirmava ainda,
que para uma sociedade igualitária, o campesinato deveria seguir o caminho do
cooperativismo, e defendia a ideia de que somente dessa maneira poderia competir
com a estrutura de mercado. Assim, a partir da organização cooperativa
conseguiriam se conscientizar do uso coletivo dos meios e instrumentos de
produção.
Shanin (1980) destaca como elementos básicos para a caracterização do
camponês: a) a propriedade rural/familiar é a unidade básica para organização
social e econômica; b) trabalho familiar; c) a agricultura é a principal atividade e
significa fonte de renda. Porém acrescentamos a reciprocidade, relações de
produção e a terra como elemento essencial de reprodução da vida. Analisando
cada elemento desses e o contexto histórico que estão inseridos, considerará
fundamental para caracterização do campesinato autonomia do trabalho e trabalho
familiar como elemento diferenciador.
Para Shanin (1980, p. 76),
Um camponês não é uma palavra vazia a refletir os preconceitos do
populus, as frivolidades lingüísticas dos intelectuais ou, ainda,
conspirações de adeptos de uma ideologia, embora às vezes isso
possa ser verdadeiro. Se revogado, este conceito (ainda?) não pode
ser facilmente substituído por algo de natureza semelhante. Ele tem,
assim como os conceitos de “capitalismo”, “proletariado” e, é claro,
“modo de produção”, potenciais de reificação, isto é, pode ser
enganoso, assim com pode ser usado para enganar, especialmente
quando utilizado de maneira ingênua. Tem-se dito corretamente que
“o preço da utilização de modelos é a eterna vigilância”. É verdade
também que sem tais construções teóricas não seria absolutamente
possível qualquer progresso nas ciências sociais.

Camponeses: estudos brasileiros do conceito e do sujeito

José de Souza Martins (1986) ao escrever “Os camponeses e a Política no


Brasil” analisando a realidade do campo e a questão agrária brasileira, destacou-se
pelo entendimento da expansão capitalista no campo e o enfoque que deu aos
camponeses. Em sua análise foi desvendando como o modo de produção capitalista
é contraditório, as formas de sujeição da renda ao capital, a subordinação do
trabalhador e a recriação de formas não-capitalistas de produção.
Martins, chamou a atenção para a forma contraditória que o capitalismo se
reproduz, ressaltando que não é sempre necessário que as forças produtivas se
desenvolvam nos estabelecimentos agrícolas, que os processos se industrializem ou
que os trabalhadores se tornem assalariados, a produção não precisa se dá sob o
modo de produção capitalista para que o capital se reproduza e se amplie.
Em sua análise ainda chamou a atenção para a importância política que
envolvia os conceitos acadêmicos e categorias sociais, dizendo que

[...] camponês e latifundiário – são palavras políticas, que procuram


expressar a unidade das respectivas situações de classe e,
sobretudo, que procuram dar unidade às lutas dos camponeses. Não
são, portanto, meras palavras. Estão enraizadas numa concepção da
História, das lutas políticas e dos confrontos entre classes sociais.
Nesse plano, a palavra camponês não designa apenas o seu novo
nome, mas também o seu lugar social, não apenas no espaço
geográfico, no campo em contraposição à povoação ou à cidade,
mas na estrutura da sociedade; por isso, não é apenas um novo
nome, mas pretende ser também a designação de um destino
histórico. (MARTINS, 1986, p.22-23).

Assim baseado na teoria da acumulação primitiva desenvolvida por


Luxemburgo, Martins analisou o capital e o campesinato a partir da realidade
brasileira. Dessa forma, compreendeu a existência de uma classe camponesa
subjugada e sujeitada, mas resistente, no processo histórico. Segundo o autor, o
campesinato brasileiro é concebido, a princípio, as margens do sistema
escravocrata, no qual a lógica da monocultura, do latifúndio e comércio exportador,
construiu ideologicamente e materialmente a sua sujeição.
Tendo por base tal concepção, Moura (1986, p.64-65) afirma que

A extensão do capitalismo no campo não se dá simplesmente pelo


advento de relações baseadas na compra e venda da força de
trabalho – portanto, na expropriação dos meios de produção do
camponês. Na verdade, o capitalismo se estende ao campo quando
se institui a propriedade capitalista da terra. A renda territorial
capitalizada vincula imediatamente a atividade produtiva camponesa
aos requisitos da reprodução ampliada do capital e às leis do
mercado. O camponês passa a se vincular ao movimento do capital,
na condição de produtor de mercadorias ou mesmo de trabalhador
para o capital industrial, mesmo que continue habitando sua parcela
de terra.

Assim, segundo o que explica Oliveira (1986, p.28),

O desenvolvimento do capitalismo é produto de um processo


contraditório de reprodução ampliada do capital. Ou seja, o modo
capitalista de produção não está circunscrito apenas à produção
imediata, mas também à circulação de mercadorias; portanto, inclui
também a troca de mercadorias por dinheiro e, obviamente, de
dinheiro por mercadorias.

Sendo assim, os ganhos se dão a partir do rendimento bruto, no qual se


avalia a satisfação das necessidades da família, relacionados no aumento da
produtividade do trabalho, sendo pouco relevante a variação dos ganhos monetários
de renda. Dessa forma, a força de trabalho nas unidades camponesas é inerente a
composição da família. A indisponibilidade de terra pode significar a necessidade de
aumentar os ganhos familiares através de atividades não-agrícolas, como veremos
na área pesquisada.
Inversamente a essa lógica e diferenciando das variáveis, na unidade
capitalista a terra disponível e os meios de produção é que irão determinar o
equilíbrio, na qual a força de trabalho será contratada conforme o potencial produtivo
da unidade.
Apesar de anunciado a proletarização camponesa com a nova reconfiguração
mundial promovida pelo capital expansionista, com processos cada vez mais
acelerados pela industrialização, com inserção e adentro do capital no campo, o
descompasso no espaço agrário brasileiro, não necessariamente provocaram a
proletarização, mas processos mobilidade do trabalho desses sujeitos para outras
regiões.
De acordo com Oliveira (1991, p.35):

Portanto, a compreensão do papel e lugar dos camponeses na


sociedade capitalista e no Brasil, em particular, é fundamental. Ou
entende-se a questão no interior do processo de desenvolvimento do
capitalismo no campo, ou então continuar-se-à a ver muitos autores
afirmarem que os camponeses estão desaparecendo, entretanto eles
continuam lutando para conquista o acesso às terras em muitas
partes do Brasil.

A permanência camponesa é recriada a partir das condições e contextos que


os trabalhadores se encontram, a possibilidade de recriação camponesa é real, fato
concreto, resultado das contradições do capital no campo. Entendendo esses
sujeitos sociais a partir dos processos complexos de (re)construção do território
camponês, sendo esse território não apenas lugar de produção, mas também lugar
de reprodução da vida.
No Brasil,

O camponês era, portanto, duplamente excluído: da condição de


proprietário de terras e da condição de escravo, já que não podia ser
convertido em renda capitalizada do tráfico colonial. Essa exclusão,
portanto, das relações de propriedade, não excluía da propriedade.
Ele viveu, durante todo o tempo do escravismo, essa contradição
maior representada pelo escravo numa economia capitalista de
produção escravista de mercadorias. (MARTINS, 1986, p.38).

Os camponeses se caracterizam, principalmente pelas relações de produção.


Na economia camponesa destaca-se pelo trabalho familiar, pela economia de
subsistência, pela propriedade familiar e controle da terra (expresso no direito a
posse), ou seja, do controle dos meios de produção, além do planejamento e
cálculo/tempo da produção, diferenciando dos não-camponeses e das propriedades
capitalistas.
A terra configura-se como o espaço da produção e da reprodução da vida. A
resistência e a luta pela terra refletem as tentativas de enfrentamento aos projetos
do capital (monopolização da produção e tentativas de territorialização).

[...] o eixo central que norteia a discussão é de produção camponesa,


na sociedade capitalista, enquanto uma contradição desse modo de
produção, que, por sua vez, se apropria do trabalho camponês, a fim
de garantir, e mesmo ampliar, a produção e a reprodução do capital.
(SOUZA, 2008, p.38).

Os elementos auxiliam a pensar a complexidade do espaço agrário de


Jaguaquara a partir de sua totalidade e de suas particularidades, pois, como já
colocado, o contexto analisado se dá partir de um desenvolvimento desigual e
combinado na sociedade capitalista, e na implantação de uma política nacional de
distribuição de terras.

[...] o desenvolvimento desigual do modo capitalista de produção na


formação social capitalista, significa entender que ele supõe sua
reprodução ampliada, ou seja, que ela só será possível se articulada
com relações não-capitalista. E o campo tem sido um dos lugares
privilegiados da reprodução dessas relações de produção não-
capitalista. (OLIVEIRA, 1991, p.11).

A terra e a atividade desenvolvida nela – reprodução do sustento, reprodução


da vida – é uma das maneiras de organização social do camponês, o qual produz
nesse meio, produtos essenciais para sua própria sobrevivência, além dos
benefícios produzidos para aqueles que os subordinam. Mas para que essa
reprodução aconteça é também necessária a garantia da força de trabalho familiar.
Martins (1986) afirma que para o camponês a terra é espaço de reprodução da vida,
é a terra de trabalho, o meio de produção que permite sua realização material, ou
seja, é a base territorial de garantia de sua sobrevivência e não apenas mercadoria.
Porém numa sociedade desigual o que acontece é a apropriação dos meios
de produção dessa classe social e a desvalorização da mesma, como explica Moura
(1986, p.10):

O campesinato é sempre um pólo oprimido de qualquer sociedade.


Em qualquer tempo e lugar a posição do camponês é marcada pela
subordinação aos donos de terra e do poder, que dele extraem
diferentes tipos de renda: renda em produto, renda em trabalho,
renda em dinheiro.
A proposta de analisar o campesinato não tem pretensão de generalizar o
conceito, mas o de entender tanto sujeito como conceito a partir das semelhanças e
heterogeneidades das caracterizações do camponês-imigrante, colono, levando em
consideração o processo e movimento dialético, principalmente no que tange a sua
capacidade de recriação a partir das mudanças estruturais em um determinado
contexto.
As características levantadas para identificação do sujeito camponês-
imigrante (colono) não é na tentativa de engessar a realidade à teoria, pois se
entende a especificidade e relevância do camponês muito além de tal
caracterização, o sujeito poderá ser compreendido no bojo da investigação da
unidade familiar, nas relações de produção, internas e externas, através das
relações em um contexto social mais amplo.
O campesinato é distinto do modo de produção capitalista devido sua forma
de produzir e das relações de trabalho estabelecidos na unidade produtiva. Porém
quando se estabelecem as relações externas esse é, muitas vezes, subordinado às
condições e às necessidades do mercado capitalista.
O campesinato representa nessa luta pela sobrevivência e permanência no
sistema capitalista, como conceitua Taussig (1980) apud Marques (2001, p.1)

O campesinato é uma classe social [...] que se insere na sociedade


capitalista de forma subordinada. Ela é caracterizada por uma
organização social específica que ora serve aos interesses
capitalistas, ora lhes é contraditória. O modo de vida camponês
apresenta simultaneamente uma relação de subordinação e
estranhamento com a sociedade capitalista. Se por um lado, o
mercado domina o campesinato, por outro, ele não o organiza.

Dessa forma, é possível compreender que o campesinato ao mesmo tempo


em que se subordina ao capital, se mantêm nas possibilidades de reprodução não-
capitalistas, se organizando e tem seus pilares calcados externamente à lógica do
capital.
A consolidação global do sistema capitalista de produção, adicionado a
organização do trabalho e a busca pela apropriação dos meios de produção,
resultando no controle do mercado, pode-se perceber que
[...] o camponês, adaptou-se e foi adaptado, transformou-se e foi
transformado, diferenciou-se internamente, mas permaneceu
identificável como tal. Teve suas formas de produção e organização
de vida redefinidas e, em larga medida, postas a serviço de uma
realidade estrutural mais poderosa: a engrenagem do capital. [...] o
camponês desempenha um contraditório papel que, de um lado,
expressa a sua resistência em desaparecer e, de outro é resultado
do próprio capitalismo que não extingue. (MOURA, 1986, p. 18-19).

Assim, o camponês se adapta às demandas do capital, sem perder de vista


os princípios básicos de sua reprodução, porém entendendo que sua relação com o
capital se faz necessária para a garantia de sua sobrevivência, a exemplo de sua
ligação com o mercado. O capitalismo tem suas bases firmadas na ideologia da
igualdade, na qual o parâmetro é o mercado, Moura (1986, p.11-12) conceitua o
mercado dizendo que

Seu conteúdo transcende a realidade física do dinheiro como


mediador privilegiado das transações mercantis. O mercado
revoluciona a existência camponesa porque é revolucionado por
novas lógicas de produção, que consiste basicamente na
transformação da terra e da própria força de trabalho do camponês
também em mercadoria, como ocorre nas formações capitalistas.

Porém, a expropriação do camponês, se dá muitas vezes, no próprio.

[...] seja através da apropriação de parte do que produz, sob forma


de tributos entregue ao dono da terra, seja através dos preços
depreciados que o comerciante comprador de sua colheita impõe, ou
ainda pela expropriação de sua terra pelo grande proprietário.
(MOURA, 1986, p.14).

Apesar de o capital ter como objetivo a subordinação do trabalhador e o


controle dos meios de produção, ele também se reproduz nos processos não-
capitalistas de produção. Desta forma, há interesses por meio do capital nas
relações não-capitalistas. Sobretudo porque,

A utilização dessas relações de trabalho não-capitalistas poupa ao


capitalista investimentos em mão-de-obra. Ao mesmo tempo, ele
recebe parte do fruto do trabalho desses parceiros e camponeses,
que converte em dinheiro. Assim, realizam a metamorfose da renda
da terra em capital. (OLIVEIRA, 1991, p.18).
Outra forma de controle do capital no campo é quando o proprietário ou
grileiro tem a terra e o camponês não a possui, então o proprietário capitalista vende
para o camponês, ou mesmo aluga. Como esclarece Oliveira (1991, p.49):

[...] o desenvolvimento do modo capitalista de produção no campo se


dá primeiro e fundamentalmente pela sujeição da renda da terra ao
capital, que pela compra da terra para explorar ou vender, quer pela
subordinação à produção do tipo camponês. O fundamental par ao
capital é a sujeição da renda da terra, pois a partir daí, ele tem as
condições necessárias para sujeitar também o trabalho que se dá na
terra.

Dessa maneira o que acontece é que o camponês, que deveria possuir a terra
e nela ter condições para se reproduzir é condicionado ao capital, restando ao
camponês quase nenhuma alternativa a não ser se submeter à lógica capitalista,
pois “Ao realizar a expropriação do trabalhador, o capital cria as condições sociais
para mostrar a outra face do seu processo de reprodução, a exploração do
trabalhador que já foi expropriado” OLIVEIRA, 1991, p.111).
Baseado em Martins (1986) e Oliveira (1986), o modo de produção capitalista,
é o modo de produção da mais-valia, no qual a mercadoria não é a base restrita do
processo. Na mercadoria está aprisionada a mais-valia decorrente desse processo
produtivo, e é a partir da circulação que irá se concretizar esse processo.
Concretizará porque é no momento da circulação que a mercadoria será convertida
em dinheiro, então o capitalista se apropriará desse capital valorizado, entendo que
o mesmo é provido do trabalho não pago (mais-valia).
A diferença fundamental entre unidades capitalistas e unidades camponesas
está na lógica interna da exploração e organização. Dessa maneira, o fato de
acumular dinheiro não o torna pequeno-burguês.

Como vemos, não se deve eleger como critério das diferenças o


nível de bem-estar e o volume de bens materiais, mas a forma como
se organizam internamente. Em outras palavras, deixarão de ser
camponeses ao incorporarem a lógica capitalista, expressa na
exploração do trabalho alheio e privilegiamento da acumulação de
capital. (PAULINO, 2006, p.50).

Assim, o que diferencia a reprodução capitalista é a maneira como se


comporta a depender da relação de produção, mas sempre com o intuito de
subordinar o camponês na lógica do capital, independem do caminho que tenha que
seguir para obter a sua satisfação.

Mesmo assim, o capital monopolista, embora tendo no campo um


setor de baixa rentabilidade, lá se implanta, mesmo naqueles setores
onde o tempo de produção é muito maior que o tempo de trabalho (a
razão estrutural do surgimento do bóia-fria). Nesse processo temos o
monopólio da produção, ou seja, a circulação está dominada pela
produção alias dentro do mecanismo lógico do capitalismo na
indústria.
A industrialização da agricultura, que é uma evidência desse
processo, gera a agroindústria. É, portanto, o capital que solda
novamente o que ele mesmo o separou: agricultura e indústria,
cidade e campo. Aqui, o capital sujeita o trabalho que se dá no
campo. (OLIVEIRA, 1986, p. 52-53).

Os modelos de desenvolvimento agrícola são responsáveis pela produção de


excessos, dependentes das tecnologias poluidoras, além de provocarem fragilidade
econômica nas unidades de produção. Percebe-se a não solidez dos projetos
capitalistas para o campo, possibilitando enxergar a (re)criação do campesinato, no
qual demonstra que a agricultura camponesa é a que melhor se adapta as
mudanças. No caso da agricultura familiar, essa passa a atender as novas
exigências de produção do mercado capitalista.

Breves Considerações

Conforme o que foi explicitado, os camponeses estão inseridos no modo de


produção capitalista, são inerentes e contraditórios a esses, incorporam técnicas,
produzem também para o mercado, mas por terem o controle dos meios de
produção não os tornam capitalistas, pois a lógica interna de produção é
diferenciada e o trabalho é familiar.
O conceito está vinculado no cerne do pensamento teórico sobre a sociedade
contemporânea, e como qualquer outro conceito e pensamento social está
diretamente imergido nas realidades e nos problemas sociais e políticos que
produzem o espaço agrário e geográfico como um todo.
Referências

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