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História Medieval
2008
História Medieval
Sumario
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Idade Média
História Medieval, economia, sociedade, influência da Igreja, feudalismo, castelos,
guerras, peste negra, cruzadas, revoltas camponesas, cavaleiros, servos, sistema feudal,
arte medieval
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Introdução
A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no
século V, sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com
a retomada comercial e o renascimento urbano. A Idade Média caracteriza-se pela economia
ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção
feudal e sociedade hierarquizada.
Estrutura política
Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era
quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e
ajuda ao seu suserano. O vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em
troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam
por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.
Todos os poderes jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos
senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).
Sociedade medieval
A sociedade era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza
feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e
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(metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor
feudal).
As Cruzadas
História das Cruzadas Medievais, Guerra na Idade Média, conflitos medievais,
renascimento comercial, rotas de comércio, economia medieval, história da
economia européia.
eram guerras marcadas por diferenças religiosas, também possuíam um forte caráter
econômico. Muitos cavaleiros cruzados, ao retornarem para a Europa, saqueavam cidades
árabes e vendiam produtos nas estradas, nas chamadas feiras e rotas de comércio. De certa
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Organização
Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número
de fiéis para lutarem pela causa. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que
receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha
fracassou e muitos perderam suas vidas em combate.
Após isso, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente
para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam, como emblema, o sinal da cruz costurado
sobre seus uniformes de batalha. Sob liderança de Godofredo de Bulhão, estes guerreiros
massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre
para acesso aos peregrinos.
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Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229)
ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento
religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais
desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados,
e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação. 5
Embora não tenham sido bem sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e
morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também
chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. Elas proporcionaram também o
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Sociedade feudal
A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A
nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de
terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um
grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de
impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos
(camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos
senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha
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(metade da produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor
feudal).
Economia feudal
A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na
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Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns
na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra
possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era
baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado
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Religião
Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder
espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento
na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em
grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram
responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando
e copiando livros e a bíblia.
Igreja Medieval
Poder da Igreja Católica na Idade Média, influência cultural, política, econômica e 8
social, Inquisição.
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A influência da igreja
Durante a Idade Média (século V ao XV) a Igreja Católica conquistou e manteve
grande poder. Possuía muitos terrenos (poder econômico), influenciava nas decisões políticas
dos reinos (poder político), interferia na elaboração das leis (poder jurídico) e estabelecia
padrões de comportamento moral para a sociedade (poder social).
Como religião única e oficial, a Igreja Católica não permitia opiniões e posições
contrárias aos seus dogmas (verdades incontestáveis). Aqueles que desrespeitavam ou
questionavam as decisões da Igreja eram perseguidos e punidos. Na Idade Média, a Igreja
Católica criou o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) no século XIII, para combater os
hereges (contrários à religião católica). A Inquisição prendeu, torturou e mandou para a
fogueira milhares de pessoas que não seguiam às ordens da Igreja.
Por outro lado, alguns integrantes da Igreja Católica foram extremamente
importantes para a preservação da cultura. Os monges copistas dedicaram-se à copiar e
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guardar os conhecimentos das civilizações antigas, principalmente, dos sábios gregos. Graças
aos monges, esta cultura se preservou, sendo retomada na época do Renascimento Cultural.
Enquanto parte do alto clero (bispos, arcebispos e cardeais) preocupava-se com as
questões políticas e econômicas, muitos integrantes da Igreja Católica colocavam em prática
os fundamentos do cristianismo. Os monges franciscanos, por exemplo, deixaram de lado a 9
bíblicas, pois era uma forma didática e visual de transmitir o evangelho para uma população
quase toda formada por analfabetos. Neste contexto, o papa São Gregório (papa entre os anos
de 590 e 604) criou o canto gregoriano. Era uma outra forma de transmitir as informações e
conhecimentos religiosos através de um instrumento simples e interessante: a música.
feudalismo, estavam em transição. Ou seja, é uma época em que o sistema feudal estava
entrando em crise. Muitas mudanças econômicas, religiosas, políticas e culturais ocorrem
nesta fase.
Crescimento demográfico
O século XIII foi marcado também pela diminuição nas guerras. Vivenciou-se neste
período uma situação de maior tranqüilidade em função do fim das cruzadas. Este clima de
paz em conjunto com o aumento na produção de alimentos significou um significativo
aumento populacional no continente europeu. Este crescimento demográfico foi interrompido
em meados do século XIV com a peste bubônica, que matou cerca de um terço da população
européia.
A Crise Romana
A partir do século III a crise do Império romano tornou-se intensa e
manifestou-se principalmente nas cidades, através das lutas sociais, da retração
do comércio e das invasões bárbaras. Esses elementos estimularam um processo de
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ruralização, envolvendo tanto as elites como a massa plebéia, determinando o
desenvolvimento de uma nova estrutura sócio econômica, baseada nas Vilae e no
colonato.
As transformações da estrutura produtiva desenvolveram-se principalmente nos
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O Colono
O colono é o trabalhador rural, colocado agora em uma nova situação. Nas
regiões próximas à Roma a origem do colono é o antigo plebeu ou ainda o
ex-escravo, enquanto nas áreas mais afastadas é normalmente o homem de origem
bárbara, que, ao abandonar o nomadismo e a guerra é fixado à terra
O colono é um homem livre por não ser escravo, porém está preso à terra.
A grande propriedade passou a dividirem-se em duas grandes partes, ambas
trabalhadas pelo colono; uma utilizada exclusivamente pelo proprietário, a outra
dividida entre os colonos. Cada colono tinha a posse de seu lote de terra, não
podendo abandoná-lo e nem ser expulso dele, devendo trabalhar na terra do senhor
e entregar parte da produção de seu lote.
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Bárbaros
Para os romanos “bárbaros” eram todos aqueles que viviam além das fronteiras do
Império Romano e, portanto, não possuíam a cultura romana.
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As Invasões Bárbaras
Os Reinos Bárbaros
A instabilidade e a curta duração de muitos desses reinos também se ligaram ao fato
de os germanos desconhecerem a noção de Estado. A própria concepção que tinham da
Monarquia em nada contribuiu para a consolidação dos Reinos. Concebiam-na como "uma
Realeza absoluta apoiada na força militar. Os Reis do povo franco, godo, vândalo etc, não 13
tinham nenhuma idéia de um Estado cuja responsabilidade lhes cabia. Eram proprietários de
suas conquistas e as partilhavam entre seus sucessores, em geral seus filhos. A idéia de
explorar metodicamente suas riquezas igualmente lhes escapava: viviam em um domínio até o
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esgotamento das reservas, depois procuravam outros recursos. Sua Corte era integrada pelos
fiéis e parentes. A organização familiar (...) permaneceu idêntica após as invasões: “compra”
da esposa, direito paterno de justiça, solidariedade familiar, divórcio excepcionalmente, mas
concubinato muito comum, pelo menos entre os Reis. A organização judiciária permanecia
caracterizada pelo famoso Wergeld."
Reino vândalo.
Após atravessarem a fronteira do império no ano 406, os vândalos avançaram pela
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Para administrar um império tão grande, Carlos Magno estabeleceu muitas normas
escritas, as chamadas capitulares, que funcionavam como leis.
Entre os administradores estavam:
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Magno. Após o fim da dinastia Carolíngia, a Germânia passou a ser controlada por cinco
famílias, onde os poderes das terras ficaram divididos em cinco ducados:
Saxônia, Lorena, Francônia, Baviera e Suábia.
Entre estes reis não havia sucessão dinástica.
Os reis germânicos continuaram na tradição Carolíngia e aliaram-se ao Papa, 16
E assim mais um império desaparece, deixando para as gerações seguintes sua cultura
e personagens importantes para serem estudados e assim lembrados mais uma vez.
Sociedade Feudal
A sociedade feudal era composta por três classes básicas: Clero, Nobres e Servos. A
estrutura social praticamente não permitia mobilidade, sendo portanto que a condição de um
indivíduo era determinada pelo nascimento. As terras eram divididas em feudos, onde havia
um senhor, o senhor feudal que mandava em tudo no local. O senhor era o proprietário dos
meios de produção, enquanto os servos representavam a grande massa de camponeses que
produziam a riqueza social. Cada feudo tinha sua moeda, leis, tecnologia e às vezes a própria
língua(o tamanho dos feudos eram tão grandes que não havia comunicação entre eles a não
ser em caso de guerra, fazendo com que cada um tivesse um desenvolvimento diferente. O
clero possuía grande importância no mundo feudal, cumprindo um papel específico em termos
de religião, de formação social, moral e ideológica. No entanto esse papel do clero é definido
pela hierarquia da Igreja, quer dizer, pelo Alto Clero, que por sua vez é formado por membros
da nobreza feudal. Originariamente o clero não é uma classe social, pois seus membros ou são
de origem senhorial (alto clero) ou servil (baixo clero).
A maioria dos livros de história retrata a divisão desta sociedade segundo as palavras
do Bispo Adalberon de Laon: "Na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros
trabalham, onde todos formam um conjunto inseparável e o trabalho de uns permite o trabalho
dos outros dois e cada qual por sua vez presta seu apoio aos outros".
Os servos tinham de pagar muitas taxas aos senhores feudais, como:
Corvéia: O servo deveria prestar trabalho gratuito ao senhor feudal.
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Economia Feudal
A economia feudal possuía base agrária, ou seja, a agricultura era a
atividade responsável por gerar a riqueza social naquele momento. Ao mesmo
tempo, outras atividades se desenvolviam, em menor escala, no sentido de
complementar a primeira e suprir necessidades básicas e imediatas de parcela da
sociedade. A pecuária, a mineração, a produção artesanal e mesmo o comércio eram
atividades que existiam, de forma secundária.
Como a agricultura era a atividade mais importante, a terra era o meio de
produção fundamental. Ter terra significava a possibilidade de possuir riquezas
(como na maioria das sociedades antigas e medievais), por isso preservou-se a
caráter estamental da sociedade. Os proprietários rurais eram denominados
Senhores Feudais, enquanto que os trabalhadores camponeses eram denominados
servos.
O feudo era a unidade produtiva básica. Imaginar o feudo é algo complexo,
pois ele podia apresentar muitas variações, desde vastas regiões onde
encontramos vilas e cidades em seu interior, como grandes “fazendas” ou mesmo
pequenas porções de terra. Para tentarmos perceber o desenvolvimento
socioeconômico do período, o melhor é imaginarmos o feudo como uma grande
propriedade rural. O território do feudo era dividido normalmente em três
partes: O Domínio, terra comum e manso servil.
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Terra comum e a parte da terra de uso comum. Matas e pastos que podem ser
utilizadas tanto pelo senhor feudal como pelos servos. É o local de onde
retiram-se lenha ou madeira para as construções, e onde pastam os animais.
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Manso servil era a parte destinada aos servos. O manso é dividido em lotes
(glebas) e cada servo tem direito a um lote. Em vários feudos o lote que cabe a
um servo não é contínuo, ou seja, a terra de vários servos são subdivididas e
umas intercaladas nas outras. De toda a produção do servo em seu lote, metade da
produção destina-se ao senhor feudal, caracterizando uma obrigação denominada
talha.
Esse sistema se caracteriza pela exploração do trabalho servil, responsável
por toda a produção. O servo não é considerado um escravo, porém não é um
trabalhados livre. O que determina a condição servil é seu vínculo com a terra,
ou seja, o servo esta preso a terra. Ao receber um lote de terra para viver e
trabalhar, e ao receber (teoricamente) proteção, o servo esta forçado a
trabalhar sempre para o mesmo senhor feudal, não podendo abandonar a terra. Essa
relação, definiu-se lentamente desde a crise do Império Romano com a formação do
colonato.
Além da corvéia e da talha, obrigações mais importantes devidas pelo servo
ao senhor, existiam outras obrigações que eram responsáveis por retirar dos
servo praticamente tudo o que produzia.
Tradicionalmente a economia foi considerada natural, de subsistência e
desmonetarizada. Natural por que baseava-se em trocas diretas, produtos por
produto e diretamente entre os produtores, não havendo portanto um grupo de
intermediários (comerciantes); de subsistência por que produzia em quantidade e
variedade pequena, além de não contar com a mentalidade de lucro, que exigiria a
produção de excedentes; desmonetarizada por não se utilizar de qualquer tipo de
moeda, sendo que havia a troca de produto por produto.
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O poder
No mundo feudal não existiu uma estrutura de poder centralizada. Não existe
a noção de Estado ou mesmo de nação. Portanto consideramos o poder como
localizado, ou seja, existente em cada feudo. Apesar da autonomia na
administração da justiça em cada feudo, existiam dois elementos limitadores do
poder senhorial. O primeiro é a própria ordem vassálica, onde o vassalo deve
fidelidade a seu suserano; o segundo é a influência da Igreja Católica, única
instituição centralizada, que ditava as normas de comportamento social na época,
fazendo com que as leis obedecessem aos costumes e à “ vontade de Deus”. Dessa
forma a vida quase não possuía variação de um feudo para outro.
É importante visualizar a figura do rei durante o feudalismo, como
suserano-mor, no entanto sem poder efetivo devido a própria relação de suserania
e a tendência á auto-suficiência econômica.
Os fatores que desencadearam a grande crise do século XIV foram vários, dentre os
quais devemos destacar aqueles que, na opinião de muitos historiadores, compõem a chamada
"triologia" da crise feudal: a fome, a peste e as guerras.
O final da Baixa Idade Média é marcado, portanto, por um período de acentuada e
generalizada crise, composta por vários fatores de origem econômica e social que assolaram a 20
Europa.
Primeiramente, com relação à fome, é preciso ressaltar que a estagnação das técnicas
agrícolas somada ao crescimento demográfico gerou um enorme desequilíbrio entre a
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produção e o consumo. A falta de alimentos fez com que o solo fosse mais utilizado,
comprometendo ainda mais sua produtividade e agravando a escassez de alimentos. Ou seja,
em virtude do uso constante, a terra perde sua qualidade, causando o empobrecimento cada
vez maior da atividade agrícola.
A esse quadro de saturação da economia agrícola, alguns historiadores acrescem
fatores de natureza geográfica para apontar as razões que desencadearam a grande fome do
século XIV. Acredita-se que, nesse período, houve uma repentina mudança no clima europeu,
que o tornou mais úmido e frio, dificultando o trabalho e a produção agrícola.
Além desses aspectos, o historiador Phillippe Wolf acrescenta ainda que: “O problema
de subsistência na Europa é explicado pelas más condições de armazenagem que provocavam
perdas consideráveis, por apodrecimento do trigo, por extensão de diversas doenças que o
tornavam impróprio ao consumo e, finalmente, pelos hábitos alimentares demasiado
uniformes (o milho, por exemplo, ainda não era conhecido, nem tampouco a batata, que mais
tarde terão um papel importante na alimentação). Uma colheita fraca bastava para ameaçar o
equilíbrio entre a oferta e a procura; duas seguidas inevitavelmente provocavam a fome".
Bibliografia:
Franco Jr., Hilário, O feudalismo, Ed. Brasiliense, col. Tudo é História
História Geral - Aquino, Denize e Oscar - Ed. Ao Livro Técnico.
Toda a História - José Jobson Arruda - Ed. Ática
História - Luiz Koshiba - Ed. Atual
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História-Idade média
O sistema feudal
Objetivo: aqui inicia-se mais uma etapa da história ocidental, e veremos detalhes
sobre o sistema feudal, suas origens, o auge e porque acabou.como era a vida das pessoas.
Também as transformações que o feudalismo sofreu e como influenciou as gerações futuras. 21
O feudalismo é o elemento que define esta parte da história,é uma fase singular
devido a servidão.coincidentemente a Idade Média está ligada com a formação,
desenvolvimento e declínio do trabalho servil.É dividida em:
Alta Idade Média ( séc. V-XI), esta fase vai desde a queda de Roma e formação dos
reinos germânicos no Ocidente até o início das cruzadas contra o Islão, a servidão começa a
surgir e tomar forma ,para depois se tornar sólida e espalhar-se.
Baixa Idade Média (séc. XI-XV), esta fase começa com a primeira Cruzada até a
centralização do poder real e a expansão ultramarina européia.nesta fase tem-se o
renascimento comercial e urbano,orientando assim a vida econômica.nesta época ocorre o
apogeu e também a crise que leva ao seu declínio.
terra mas não de maneira livre, pois deviam pagar tributo.podia ser proprietário de alguns
instrumentos de trabalho. O servo tem de se submeter a essa vida , principalmente porque o
senhor feudal tem a ajuda das armas e da igreja. A produção tem como maior objetivo manter
os senhores feudais. E ocorre assim um atrito entre servos e senhores feudais.
A servidão 22
em nenhuma dessas classes. Estes eram : os vilãos, que eram camponeses livres;os senescais ,
que eram agentes senhoriais.
A importância da servidão na Idade Média era tanta , que o fim da servidão foi
equivalente ao fim do feudalismo e da Idade Média.
A sociedade
A sociedade feudal era principalmente rural, ou seja, quase todas as pessoas viviam
no campo.O trabalho na agricultura era pesado e cansativo e os camponeses ficavam com
poucos frutos,visto que as terras eram dos nobres.
Os nobres eram os donos da terras, também chamados de feudos.como proprietários,
o trabalho deles era pouco, em comparação com os servos.
Servos,não eram escravos porque não pertenciam aos nobres, já que não podiam ser
vendidas para outro senhor feudal. Mas também não eram livres para irem para outro lugar ou
outro feudo.estes camponeses servos tinham direito de utilizar um pedaço da terra do feudo
para uso próprio.mas o senhor feudal não fazia investimentos na terra.Os instrumentos de
trabalho ,como foices, machados e outros, pertenciam aos servos.veja algumas das obrigações
feudais:
Tais obrigações servis ou melhor, direitos senhoriais, eram como consagrados pela
tradição e variavam de acordo com a região.A relação entre senhor feudal e servo era bem
prática: os servos trabalhavam enquanto os senhores feudais lhes garantiam proteção, em caso
de guerras, e abrigo, no caso de calamidade. Mesmo assim , com essa suposta proteção, os
camponeses não se conformavam tão facilmente com tanto trabalho me tanto tributo.por isso 23
havia rebeliões, que infelizmente eram sufocadas de maneira violenta e cruel pelos nobres.
O feudo era uma grande propriedade de terra, que os servos trabalhavam.haviam as
terras comunais, estas eram usadas tanto pelo senhor, por meio de seus servos, como pelos
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camponeses.também servia como pastagem para animais, colheita de frutas, além ser usada
para as caça do nobre.
A economia do feudo era de subsistência ,pois o feudo não produzia tantos
excedentes,mas apenas o básico para sobreviver.por causa disso as cidades e o comércio eram
pouco desenvolvidos.
NOTA: A expansão árabe limitou o comércio europeu. Com as invasões árabes,
iniciadas no século VIII,houve dificuldades para os europeus, pois o norte da África, parte da
península ibérica e o Mar Mediterrâneo eram dos árabes.isto contribuiu para uma das
características do feudalismo, o isolamento da Europa e o esvaziamento das cidades e do
comércio.
A transformação do feudalismo
O auge do feudalismo foi entre os séculos IX e XIII. Nesta época a Europa era
dividida em vários feudos, um „mundinho‟ governado por seu próprio senhor,com suas
leis,cobranças e forças armadas. Nesta situação, o rei era um nobre proprietário de terra,com
pouca autoridade além do seu próprio feudo. Essa hierarquia tem origens nas guerras 24
O desenvolvimento econômico
Quando as últimas invasões bárbaras acabaram,inicia-se o desenvolvimento comercial
da Idade Média.
As energias sociais começam a dedicar-se mais, provocando pequenos acréscimos na
capacidade produtiva feudal.com isso tem- se um aumento populacional, dando início ao
processo de colonização interna do ocidente. Pois com mais pessoas era necessário mais
terras, o meio mais viável era ir atrás de terras. No século XI,há uma relativa melhora das
técnicas agrícolas, como exemplo: emprego de moinho de vento e água, atrelagem do animal
pelo colo. O uso do arado e da enxada de ferro.claro que estas inovações foram limitadas, já
que não havia tantos incentivos.
O aumento da produção agrícola se deu ,por cultivar áreas que antes estavam
desocupadas (desmatando bosques e drenando pântanos), depois,desenvolvendo o emprego do
afolhamento, isto é , dividir a terra em três partes . sendo que em duas eram cultivadas duas
culturas diferentes e na terceira parte a terra ficava em descanso, ou melhor , no pousio. Esta
parte ficavam recebendo todo o cuidado para recuperar a fertilidade. Então depois de três
anos,havia a rotação de culturas.
Com o aperfeiçoamento da metalurgia houve a criação de arados de ferro, que
aumentaram a produtividade e diminuíram o esforço.
O aperfeiçoamento do artesanato de roupas e objetos pessoais, armas e armaduras
asseguravam maior conforto e capacidade militar.
Com tudo isso, muitos feudos começaram a produzir mais que o necessário. com estes
excedentes, era possível vender e com o dinheiro, comprar outras coisas que vinham das
regiões vizinhas.
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Com isso começa a surgir as feiras medievais, estas eram os locais onde os
comerciantes faziam seus negócios.algumas destas feiras ser tornaram tão importante que
deram origem acidades.Nas cidades viviam a maioria dos artesãos e comerciantes. A cidade e
o campo foram aprimorando suas atividades econômicas.ficando da seguinte forma :o campo
aprimorando sua agricultura e criação de animais, já as cidades se concentrando no artesanato 25
e no comércio. E os nobres ficaram com a parte que era a força motriz da época: consumir,
principalmente as mercadorias vendidas pelos comerciantes e artesãos.
Com isso as cidades foram crescendo, e como muitas delas eram dentro das terras do
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nobres, elas também pagavam tributo feudais.mas depois do século XIV, muitas cidades já
tinham se tornado ricas o suficiente para se livrarem do domínio do senhor feudal e assim
obter autonomia.
C
omo vimos na unidade anterior, o
domínio imperial romano unificou Império Romano, ou Bizantino, manteve as
povos e civilizações que haviam se heranças grega e romana. 2
C
om a decadência do Império soldados entravam diretamente para as
Romano, os povos germânicos forças militares romanas em troca de terras.
começaram a se estabelecer onde De forma, muitos deles tornaram-se altos 3
antes estavam os territórios dominados pelos oficiais do exército romano.
romanos. Da mistura da sociedade romana, que se
Esses povos habitavam as regiões além do achava em decadência, com a sociedade
rio Reno, até o sul da Escandinávia. Antes germânica, que se achava em transformação,
do contato com os romanos, os povos nasceu um novo sistema, chamado
germânicos eram seminômades e viviam do feudalismo.
pastoreio e da agricultura. A terra era
comunitária e os rebanhos pertenciam aos Os reinos bárbaros
principais guerreiros da tribo. Só em época
de guerra surgia uma autoridade com poder
A
formação dos reinos bárbaros na
de comando na tribo. Esse era o chamado Europa efetuou-se em duas fases,
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ignoravam a escrita. Por essas razões, onda de bárbaros, que se fixou na Europa e
tiveram de se inspirar nas instituições que marcou mais nitidamente o mapa desse
romanas para formar seus primeiros continente.
Estados.
A aristocracia guerreira germânica, de A segunda fase de formação dos reinos
certa forma, associava-se à decadente bárbaros
aristocracia, pois um terço das terras ficou
4
A
com os germanos, juntamente com os escra- segunda onda das invasões
vos e trabalhadores; o restante ficou com a germânicas se distingue da primeira
antiga nobreza provincial romana. Os por seus resultados duradouros, mar-
pequenos proprietários e camponeses livres cando profundamente a formação da futura
que ainda existissem tomavam-se depen- Europa. Houve a conquista da Gália pelos
dentes dos aristocratas bárbaros ou romanos. francos e o domínio da Inglaterra pelos
Por esse processo, as diferenças sociais anglo-saxões, no século V No século VI os
aumentavam ainda mais. lombardos conquistaram a península Itálica.
A autoridade da aristocracia bárbara foi Os povos que chegavam nessa fase tinham
crescendo com o aumento de seus domínios sua região de origem bem mais próxima que
territoriais e de seus trabalhadores. Surgiram os povos anteriores, podendo enviar reforços
realezas rudimentares, onde os reis eram de contingentes para consolidar as
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apoiados por bandos de nobres armados e conquistas. Além disso, migraram lenta-
fiéis à liderança real. Esses reinos bárbaros mente, o que gerou um povoamento seguro e
preservaram o escravismo e o colonato, concentrado. Não se associavam aos
formas de trabalho herdadas do Império romanos, como os povos da primeira fase,
Romano. mas confiscavam as terras e as distribuíam
No nível religioso, houve a conversão entre seus guerreiros.
gradativa dos bárbaros ao cristianismo, o que À medida que os francos, lombardos e
fazia desaparecer as velhas religiões anglo-saxões tomavam as regiões da Europa,
comunitárias. as antigas víllae (latifúndios romanos)
Vários reinos bárbaros se destacaram desapareciam, cedendo lugar a diversas for-
nesta primeira fase: mas de propriedade: pequenos proprietários
Reino vândalo. Após atravessarem a arrendando terras, camponeses dependentes
fronteira do império, no ano 406, os de aristocratas bárbaros, aldeias de
vândalos avançaram pela Gália e pela camponeses que utilizavam terras comunais.
península Ibérica até se estabelecerem no Nessa segunda etapa das invasões, afirmou-
norte da África, em 429. se uma sólida aristocracia territorial e
Reino dos ostrogodos. Eles fixaram-se consolidaram-se as aldeias comunitárias de
na península Itálica em 488, sob a liderança camponeses. Tanto a aristocracia territorial
de Teodorico. Utilizaram-se das instituições como as aldeias comunitárias são
romanas para a administração. características do futuro sistema feudal.
Reino dos visigodos e dos borgúndios. Outra importante característica dessa fase é
Os visigodos ocuparam a Gália em 519 e que as leis romanas deixaram de prevalecer,
depois dominaram grande parte da península sendo utilizado um sistema de leis baseado
Ibérica. Os borgúndios organizaram seu em antigos costumes bárbaros (direito
reino ao sul da Gália, entre os anos 443 e consuetudinário). Esse fato ajudou a
534. Como os outros reinos bárbaros, consolidar os novos reinos bárbaros.
adaptaram-se às instituições romanas. Com a Nessa fase, destacaram-se dois reinos:
invasão dos francos este reino desapareceu. O reino dos francos. Originários da Bélgica
Os reinos germânicos dessa época atual, os francos fixaram-se na Gália do
tiveram uma breve duração. No entanto, essa Norte, onde se aliaram aos romanos. No
fase de invasões abriu caminho para outra entanto, a partir de 481, os romanos
2007
C
lovis (482-511) conseguiu organizar
eventual unificação (a chamada heptarquia a administração e consolidar as
anglo-saxônica). A invasão dos normandos fronteiras do reino. Fez campanhas
vindos da Normandia no século XI acelerou militares contra os visigodos e dominou o
a implantação de um feudalismo típico na borgúndios. Converteu-se ao cristianismo e
Inglaterra. impôs unificação religiosa e política em seus
territórios.
Após a morte de Clovis, o reino ficou
dividido entre seus filhos, até 558, quando
Clotário reunificou o reino e começou a
ampliar seu território. Essa tarefa foi
continuada por Clotário II, seu sucessor.
Uma das maiores realizações da dinastia
merovíngia foi a conquista da Germânia,
terra de origem dos bárbaros germânicos. A
dinastia não apresentou progressos na
técnica e na administração real, nem
conseguiu impor uma administração nas
regiões conquistadas. As moedas de ouro
desapareceram e os reis merovíngios não
conseguiram restabelecer um padrão
monetário para incrementar o comércio, já
bastante pobre.
O poder dos reis merovíngios foi sendo
suplantado pela atuação do majordomus
(chamado também "mordomo do paço" ou
"prefeito do palácio"), equivalente a um
primeiro-ministro, que passou a controlar a
administração do reino. Ele era indicado
Arte dos vikings: pedra com pelo rei franco, mas o cargo passou a ser
representação de um guerreiro (século hereditário, dado que os reis merovíngios
VII).
2007
C
om a morte de Pepino, o reino
ficou dividido entre seus dois
filhos, Carlomano e Carlos
Magno. Esses dois herdeiros disputavam o
domínio total do reino, mas com a morte de
Carlomano, em 771, Carlos Magno
transformou-se no único rei dos francos.
Carlos Magno e seu exército de
aristocratas anexaram a Saxônia (parte da
atual Alemanha), a Frísia (parte da atual
Holanda) e a Catalunha (parte da atual Para faciliatar a administração de seu
Espanha) e a Itália lombarda. Também vasto império, Carlos Magno dividiu-o em
2007
C
faziam cumprir as capitulares (leis arlos Magno morreu em 814, sendo
administrativas criadas pelo imperador). No sucedido por seu filho Luís, o
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entanto, não existia realmente uma burcracia Piedoso, que governou até 840. Os
palaciana que administrasse efetivamente o filhos de Luís, o Piedoso, passaram a
império. O que garantia a relativa coesão dos disputar o poder, arrastando o Império
domínios imperiais era o juramento de Carolíngio a uma longa guerra interna, que o
fidelidade que os vasslos carolíngios faziam fez desaparecer. Uma das razões principais
ao rei. dessa desintegração foram as guerras pela
sucessão, que dizimaram a maioria dos
O caminho para o feudalismo jovens combatentes da aristocracia. Isso era
agravado pela pouca eficiência da cavalaria
A
s medidas políticas e econômicas para manter a ordem na vastidão territorial
tomadas por Carlos Magno do império. Além disso, não havia um
visavam ao fortalecimento de seu sistema de administração suficientemente
poder pessoal. Com o passar do tempo, organizado que garantisse a unidade política.
entretanto, essas medidas tiveram um efeito Além dessas razões, havia o baixo nível das
contrário, isto é, foram minando o poder forças produtivas, que não atendiam às
central e fortalecendo o poder dos nobres e necessidades de um império organizado e
senhores locais, abrindo caminho para o centralizado. Por outro lado, as novas
desenvolvimento do feudalismo. invasões que assolaram a Europa Ocidental
Desde a época dos merovíngios, havia o mostraram a fragilidade da administração
beneficium, que consistia em doar terras aos dos condes, duques e marqueses.
nobres que prestassem serviços ao rei; esses Numa tentativa de evitar a falência total do
nobres eram chamados de vassalos. Com império, os três irmãos, que lutavam pelo
Carlos Magno, essas doações passaram a ser poder, entraram em acordo. Pelo Tratado de
um direito daqueles que prestassem serviços Verdun, assinado em 843, dividiram o
ao imperador. Esses nobres, vassalos diretos império em três partes: a Lotário couberam
do imperador, não se submetiam à os domínios centrais; Luís, o Germânico,
autoridade dos condes e dos missi dominici. recebeu a porção oriental; e Carlos, o Calvo,
Daí surgiram os feudos territoriais, ficou com a parte ocidental do império.
concessões de terras revestidas de poderes Com a morte desses soberanos e a posterior
jurídicos e políticos, em troca de serviço divisão de cada reino entre seus herdeiros, a
militar. Surgiu uma cavalaria de aristocratas, desagregaçãodo império foi inevitável. Em
2007
A Consolidação do Feudalismo
6. Pântano
7. Forno
8. Solo improdutivo
9. Terra de pousio
10. Bosque
11. Campos cultivados
pelos camponeses
12. Pomar
13. Prado
14. Moinho
15. Castelo
16. Casa do pároco
17.Aldeia
frutas, madeiras, mel, castanhas etc. A caça Outra diferença entre um servo e um escravo
era direito exclusivo do senhor. é que o servo era dono dos instrumentos de
produção.
A sociedade feudal
As relações sociais no feudalismo
A
sociedade feudal era
O
rigidamente estratificada, isto feudalismo foi constituído pela
é, dificilmente havia articulação entre dois eixos de
mobilidade, pois a posição dos grupos era relações: as relações feudo-
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determinada pela relação com a terra. Se- vassálicas e as relações servis de produção.
gundo a mentalidade da época, a sociedade As relações feudo-vassálicas estabeleciam-
estava dividida porque Deus determinara se entre membros da aristocracia militar e
diferentes funções para cada camada. Havia territorial e baseavam-se no feudo, na
três camadas fixas. O clero (sacerdotes) era fidelidade e na reciprocidade. As relações
a camada mais importante, considerada servis de produção estabeleciam-se entre o
intermediária entre Deus e os homens. Sua senhor da terra e o trabalhador e estavam
função era orar pela salvação de todos. Os baseadas na desigualdade de condições e na
guerreiros (nobreza e aristocracia) lutavam exploração do trabalho.
para proteger o resto da sociedade dos A aristocracia feudal tirava seu sustento e
males do mundo. O seu poder vinha do fato garantia seu poder e sua riqueza por meio do
de serem os donos da terra e terem o trabalho do servo, da guerra e das alianças.
monopólio militar. Os trabalhadores Os servos, que recebiam um lote para
deveriam produzir o necessário para o cultivar e eram defendidos pelo senhor, de-
sustento de toda a sociedade. viam a este uma série de obrigações: deviam
Na verdade, cada uma dessas ordens se trabalhar na reserva senhorial alguns dias
subdividia em vários estratos internos. Havia por semana, e todo o produto desse trabalho
diferentes tipos de trabalhadores: os era do senhor feudal (corvéia); entregava
pequenos proprietários, que cultivavam seus uma parte do que produziam na reserva
lotes (alódios); os antigos proprietários, que servil (talha); pagavam pelo uso do moinho
se ligaram a um senhor (vilões, porque ou do lagar (banalidades); quando um servo
habitavam as vilas); e o trabalhador escravo, morria, os filhos deveriam pagar para
que não desaparecera totalmente da Europa continuar em suas terras (mão-morta).
Havia um forte componente religioso nessa
2007
P oliticamente o feudalismo
caracterizou-se pela fragmentação
política. As relações pessoais tornavam-se
doações não terminava aí: o aristocrata que
recebia a terra a redistribuía para outros
aristocratas, que passavam a ter as mesmas
mais fortes com o enfraquecimento da obrigações. Teoricamente, os senhores
atuação do Estado. Essas relações, feudais recebiam as terras do rei, o soberano;
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O
cavaleiro foi a figura característica Uma das principais funções militares da
da organização militar do cavalaria era garantir e ampliar os domínios
feudalismo. Ser cavaleiro, com dos senhores e reprimir rebeliões
escudos, lanças, espadas, cota de camponesas que ameaçassem o poder da
malha e armadura, era privilégio da aristocracia. Mas a militarização servia
aristocracia, pois o acesso à cavalaria também par defender a cristandade contra
dependia da origem e da riqueza. Essa seus inimigos, por exemplo, os muçulmanos,
característica estava ligada à separação entre ao mesmo tempo que garantia a conquista de
guerreiros e chefe que se dera na tribo mais terras.
germânica e também ao custo do Os constantes combates acabavam
equipamento completo de um cavaleiro, que destruindo as plantações e os campos. No
era muito alto para os mais pobres. Era século X, a Igreja interveio, propondo a
preciso ter muitas terras e servos trabalhando Trégua de Deus, que determinava que não se
para sustentar um cavaleiro. Ou seja, poderia guerrear entre a quinta-feira e a
somente a aristocracia feudal era capaz segunda-feira pela manhã.
disso.
2007
A
Igreja sobreviveu às crises e mundo da Igreja; os padres, em seus
mudanças do final da Antiguidade sermões passavam essa visão de um mundo
e da Alta Idade Média. O clero dividido em classes, naturalmente desiguais.
monopolizava o saber em um mundo de 13
analfabetos e foi responsável por conservar Memória e História
a cultura letrada da Antiguidade Clássica.
Embora o texto a seguir seja de um
Apesar de manter essa cultura atrelada a
autor nascido no final do século
seus interesses de grande senhora de terras,
XII, ele se refere a um problema
a Igreja muito contribuiu para que o
que a Igreja católica enfrentou
conhecimento não estagnasse.
desde a Antiguidade: as crenças
A Igreja romana acumulou poderes que
populares arraigadas nos
derivavam de sua riqueza material e da
costumes dos camponeses,
influência espiritual que exercia sobre as
constituindo um sério obstáculo
pessoas.
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dono tivera de sua esposa um filho. Um dia, bem, como recompensa, visitaram o lugar e
como a dama e o senhor tivessem saído, honraram o cão como a um mártir rogando-
tendo feito o mesmo a ama-de-leite, lhe por suas enfermidades e necessidades; e
deixando a criança sozinha, uma enorme muitos deles foram aí vítimas de seduções e
serpente entrou em casa e dirigiu-se ao ilusões do diabo, que, por esse meio, condu-
berço do menino. Vendo a serpente, o galgo zia os homens ao erro. Mas sobretudo as
que lá ficara perseguiu-a e atacou-a debaixo mulheres que tinham filhos fracos e doentes
14
do berço, virando-o de cabeça para baixo, e levavam-nos a esse lugar Num burgo
cobriu de mordidas a serpente, que se fortificado, distante uma légua desse lugar
defendia e mordia como ele. O cão acabou iam consultar uma velha, que lhes ensinava
matando-a lançando para longe do berço. O a maneira ritual de agir de fazer oferendas
berço, o chão, assim como a garganta e a ca- aos demônios, de invocá-los, e que as
beça do animal, ficaram encharcados com o conduzia a esse lugar Quando ali chegavam,
sangue da serpente. Maltratado por ela, o ofereciam sal e outras coisas; penduravam
cão deixou-se estar de pé ao lado do berço. nos arbustos dos arredores as fraldas das
Quando a ama-de-leite voltou, pensou que o crianças; fincavam um prego nas árvores
cachorro tinha devorado a criança e soltou que haviam crescido nesse lugar; passavam
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um grito de dor muito forte. Ouvindo-o, a a criança nua entre os troncos de duas
mãe acudiu por sua vez, viu e pensou a árvores: a mãe, que ficava de um lado,
mesma coisa, soltando um grito semelhante. segurava a criança, jogava-a nove vezes
Da mesma forma, o cavaleiro, chegando ao para a velha, que ficava do outro lado.
quarto, teve o mesmo pensamento, e, Invocando os demônios, elas rogavam aos
sacando da espada, matou o cachorro. faunos que viviam na floresta de Remite que
Então, aproximando-se da criança, recebessem aquela criança doente e
encontraram-na sã e salva, dormindo enfraquecida que, diziam elas, a eles
docemente.Tentando compreender o que se pertencia; e que o filho delas, que eles
passara, descobriram a serpente estraçalhada levariam consigo, voltasse gordo e forte, são
e morta pelas mordidas do cão. e salvo.
Reconhecendo então a verdade do fato, e irigimo-nos a esse lugar, convocamos o
deplorando ter matado de maneira injusta povo da terra e pregamos contra tudo o que
um animal tão útil, lançaram-no num poço foi dito. Fizemos exumar o cachorro morto e
situado diante da porta do castelo, jogaram cortar as árvores sagradas, e mandamos
sobre ele uma grande quantidade de pedras e queimar estas juntamente com os ossos do
plantaram ao lado árvores em memória cachorro. E fiz divulgar pelos senhores da
desse acontecimento. Mas o castelo foi terra um decreto prevendo a prisão e o
destruído pela vontade divina e a terra, confisco dos bens daqueles que a partir de
transformada em deserto, abandonada por então fossem a esse lugar por motivos
seus habitantes. Entretanto os camponeses, semelhantes.
ouvindo falar da nobre conduta do cão e do Étíene de Bourbon (c. 1180-1261), citado por
DUBY, G. A Europa na Idade Média. São Pauio,
modo como fora morto, apesar de inocente e Martins Fontes, 1988. p. 37-39
por causa de algo que só poderia esperar o
2007
Atividades
1. Depois do contato com os romanos, as comunidades germânicas
sofreram sensíveis transformações. Releira os itens relativos a esse
assunto neste capítulo e identifique-as
Se utilizássemos numa conversa com homens medievais a expressão Idade Média, eles
não teriam idéia do que isso poderia significar. Eles, como todos os homens de todos os
períodos históricos, se viam vivendo na época contemporânea. De fato, falarmos em Idade
Antiga ou Média representa uma rotulação a posteriori, uma satisfação da necessidade de se
dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos Idade Média, foi o século XVI 16
que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desprezo
indisfarçado pelos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI.
Este se via como o Renascimento da civilização greco-latina, e portanto tudo que estivera
entre esses picos de criatividade artístico-literária (de seu próprio ponto de vista, é claro) não
passava de um hiato, de um intervalo. Logo, de um tempo intermediário, de uma idade média.
Admirador dos clássicos, o italiano Petrarca (1304-1374) já se referira ao período
anterior como de tenebrae: nascia o mito historiográfico da Idade das Trevas. Em 1469 o
bispo Giovanni Andréa, bibliotecário papal, falava em media tempestas, literalmente “tempo
médio”, mas também com o sentido figurado de “flagelo”, “ruína”. A idéia se enraizou
quando em meados do século XVI Vasari, numa obra biográfica de grande artistas do seu
tempo, popularizou o termo Renascimento. Assim, por contraste, difundiram-se em relação à
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1
Texto extraído da obra: Idade Média o nascimento do Ocidente de Hilário Franco Junior.. São Paulo
Brasiliense, 1994,
2
Que se refere à filologia , ciência que, por meio de textos escritos, estuda língua, a literatura e todos os
fenômenos de cultura de um povo.
2007
desfrutara. Revelando tais críticas, para Diderot “sem religião, seriamos um pouco mais
felizes”. Para Condorcet, a humanidade sempre esteve numa marcha em direção ao progresso,
com exceção do período no qual predominou o Cristianismo, isto é, a Idade Média. Para
Voltaire, os papas eram símbolos de fanatismo e do atraso daquela fase histórica, por isso
afirmava, irônico, que “é uma prova da divindade de seus caracteres terem subsistido a tantos
crimes”. A posição daquele pensador sobre a Idade Média poderia ser sintetizada pelo
tratamento que dispensava à Igreja: “a Infame”. 17
Contudo, com o Romantismo da primeira metade do século XIX o preconceito em
relação à Idade Média se inverteu. O ponto de partida fora a questão da identidade nacional,
que ganhara forte significado com a Revolução Francesa (1789). As conquistas de Napoleão
alimentaram o fenômeno, com a pretensão do imperador francês de reunir a Europa sob uma
única direção, despertando em cada região dominada ou ameaçada uma valorização de suas
especificidades, de sua personalidade nacional, enfim, de sua história. Ao mesmo tempo tudo
isso punha em xeque a validade do racionalismo, tão exaltado pela centúria anterior, a que
levara a Europa àquele contexto de conturbação, revoluções e guerras.
Aí estavam as raízes do Romantismo e sua nostalgia pela Idade Média. Michelet em
1845 a exaltava como “aquilo que amamos, aquilo que nos amamentou quando pequenos ,
aquilo que foi nosso pai e nossa mãe, aquilo que nos cantava tão docemente no berço”. Assim
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vista como momento de origem das nacionalidades, ela satisfazia os novos sentimentos
políticos do século XIX. Vista como época de fé, autoridade e tradição, a Idade Média
oferecia um remédio à insegurança e aos problemas decorrentes de um culto exagerado ao
cientificismo. Vista como fase histórica das liberdades, das imunidades e dos privilégios,
reforçava o liberalismo burguês vitorioso no século XIX. Desta maneira, o equilíbrio e a
harmonia na literatura e nas artes, que o Renascimento e o Classicismo do século XVII tinha
buscado, cedia lugar à paixão, à exuberância e à vitalidade encontráveis na Idade Média. A
verdade procurada através do raciocínio, que guiara o Iluminismo do século XVIII, cedia
lugar a valorização dos sentidos, do instinto, dos sonhos, das recordações. Abundam então
obras de ambientação ou temática medievais com Fausto (1808 e 1832) de Goethe, O
Corcunda de Notre Dame (1831) de Victor Hugo, os vários romances históricos de Walter
Scott (1771-1832), dentre eles Ivanhoé e Contos dos Cruzados.
Mas a Idade Média dos românticos era tão preconceituosa quando a dos renascentistas e
dos iluministas. Para estes, teria sido uma época, negra, a ser relegada da memória histórica.
Para aqueles, um período esplêndido, um dos grandes momentos da trajetória humana, algo a
ser imitado, prolongado. Mesmo um historiador, como Carlyle, escrevia em 1841 que a
civilização feudal fora “a coisa mais elevada” que a Europa tinha produzido. Daí o século do
Romantismo ter restaurado inúmeros monumentos medievais, construído palácios e igrejas
neogóticas, mas inventado detalhes, modificando concepções, criando a usa Idade Média. Na
erudição o século XIX foi mais feliz na sua Idade Média. Na erudição o século XIX foi mais
feliz na sua paixão pela época medieval fundando sociedades históricas, editando textos,
organizando grandes coleções documentais como a Monumenta alemã e a Patrologia
francesa. De qualquer forma, a Idade Média permanecia incompreendida. Aos preconceitos
anteriores, juntava-se o da idealização, já antecipado por Lessing (1729-1781): “noite da
Idade Média, que seja! Mas era uma noite resplandecente de estrelas”.
Finalmente com o século XX se passou a tentar ver a Idade Média como os olhos dela
própria, não com os daqueles que viveram ou vivem noutro momento. A função do
historiador é compreender, não julgar o passado.Logo, o único referencial possível para se ver
a Idade Média, é a própria Idade Média. A partir dessa postura, e elaborando, para concretizá-
la, inúmeras novas metodologias e técnicas, a historiografia medievalísticas deu um enorme
2007
salto qualitativo. Sem o risco de exagerar, pode-se dizer que o medievalismo se tornou uma
espécie de carro-chefe da historiografia contemporânea, abrindo caminhos ao propor temas,
experimentar métodos, rever conceitos, dialogar intimamente com outras ciências humanas.
Curiosamente, isso não apenas deu um grande prestígio à produção medievalística nos meios
cultos, como também popularizou a Idade Média diante de um público mais vasto, porém de
forma bem mais consciente do que o entusiasmo revelado pelo século XIX.
Mas, enfim, que conceito tinham da “Idade Média” os próprios medievos? Questão 18
difícil, pois enquanto o clero oferecia várias respostas, a partir de interpretações teológicas, os
laicos de forma geral (sobretudo os camponeses) mantinham-se ainda presos a concepções
antigas, pré-cristãs. Simplificadamente, essa bipolarização quanto à História partia de duas
visões distintas quanto ao tempo. A postura pagã, fortemente enraizada na psicologia
coletiva, aceitava a existência de um tempo cíclico, daquilo que se chamou de “mito do eterno
retorno”. Ou seja, as primeiras sociedades só registravam o tempo biologicamente, sem
transformá-lo em História, portanto sem consciência de sua irreversibilidade. Isso porque,
para elas, viver na real era viver segundo o sagrado (dos rituais) quanto o profano (do
quotidiano) só existiam por reproduzirem atos ocorridos na origem dos tempos. Daí a
importância da festa do Ano Novo, que era uma retomada do tempo no seu começo, isto é,
uma repetição da cosmogonia, com ritos de expulsão de demônios e de doenças.
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Tal concepção sofreu sua primeira rejeição com o Judaísmo, que via em Iavé não uma
divindade criadora de gestos arquetípicos3, mas uma personalidade que intervém na História.
O cristianismo retomou e desenvolveu essa idéia, tornando a História linear: Há um ponto de
partida (Gênese), um de inflexão (Encarnação) e um de chegada (Juízo Final). Portanto, linear
mas não ao infinito, pois há um tempo escatológico4 – que só um Deus conhece – Limitando o
desenrolar da passagem humana pela Terra, isto é, a História. Contudo, se o Cristianismo
reinterpretava a História, não podia deixar de sentir seu peso, por isso sua liturgia baseia-se na
repetição periódica e real da Natividade, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, quer dizer, o
fiel ao participar da reprodução do evento divino volta ao tempo em que ele se deu. Ou seja, a
cristianização das camadas populares não aboliu a teoria cíclica, pelo contrário, permitiu por
influência dela o reforço de certas categorias do pensamento míticos.
Colocada na confluência dessas três concepções (circular, linear, escatológica), a
sociedade medieval oscila quanto á importância da quantificação do tempo. Como na
Antiguidade, o dia estava dividido em 12 horas e a noite também, independente da época do
ano. As formas de medi-las eram precárias até o aparecimento do relógio mecânico no século
XIV. Mas eram precárias por desinteresse em submeter ás horas a um sistema rígido: como
toda sociedade agrária, a medieval guiava-se pelo ritmo mais visível da natureza, o Sol, a Lua,
as estações. Apenas o clero, por necessidades litúrgicas, estabeleceu um controle maior sobre
as horas, contando-as grosseiramente de três em três a partir da meia-noite (matinas, laudes,
primas, terça, sexta, nona, vésperas, completas). Este sistema, contudo, era impreciso e não se
adequava às atividades laicas.
A contagem dos dias agrupava-os em semanas de sete, adotadas no Ocidente por volta
do século IV. No Sul os dias receberam nomes de deuses romanos e no Norte de deuses
germânicos. Por exemplo, o dia da Lua (lunae dies)deu lunedi em italiano, lundi em francês e
lunes em espanhol , e monday ( moon day = dia da lua) e inglês e montag em alemão.
Curiosamente, em português não se seguiu a tradição pagã, baseando-se no hábito cristão dos
3
Arquétipo: Modelos dos seres criados
4
Escatologia: Doutrina do destino último do homem (morte, ressurreição, juízo final) e do mundo (estado
futuro)
2007
primeiros tempos de comemorar a semana inteira de Páscoa. Como todos aqueles dias eram
feriados (feriae) precisou-se ordená-los (segunda, terça. Etc.), mantendo-se os nomes apenas
do domingo (dia de dominus = dia do senhor) e do sábado (o “repouso” do Antigo
Testamento). O agrupamento em meses, por sua vez de origem muito antiga, passou para a
Europa medieval, latina e germânica, com seus nomes romanos.
Mais problemático era o cômputo dos anos. Desde o Egito Faraônico atribuía-se 365
dias a cada ano, mas como isso não correspondia exatamente ao curso solar, com o tempo 19
surgiram diferenças significativas. Em função disso, na Idade Média variou
consideravelmente a forma de datação. Mesmo o conceito de Era Cristã, proposto pelo monge
Dionísio, o pequeno, no século VI e popularizado por Beda, o Venerável, no século VIII, não
teve aceitação geral. Carlos Magno adotou-o no século IX para futura França, a Alemanha
apenas no século X, a Espanha no século XII, outros países mais tarde ainda. Agravando a
situação, o dia inicial do ano civil variava de região para região. Na França do norte e Paises-
Baixos o ano começava na Páscoa, que sendo festa móvel fazia alguns anos terem 13 meses e
outros apenas 11. Na França do Sul e parte da Itália, na festa de Anunciação (25 de março).
Na Inglaterra, Alemanha, Espanha e Portugal o ano civil coincidia com o litúrgico,
começando no Natal. As mudanças de sistema não eram raras e acentuavam a confusão, como
na Inglaterra do século XIV, que passou a adorar o 25 de março. Apenas com o calendário
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5
No cristianismo primitivo retorno de Cristo aguardado como próximo/ A segunda vinda de cristo.
6
Sistema dos que acreditavam que o mundo acabaria no ano 1000 da era cristã.