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Talvez seja este o texto mais distorcido da Bíblia. Embora quase que universalmente
aceito, contém muitos erros de interpretação. Vejamos:
O povo de Israel era governado por vários tipos de Instruções:
O dízimo se enquadra unicamente na Instrução do Templo. Como o regime do Templo
não existe mais hoje. Pois não temos mais O Templo em Jerusalém, então não temos
como cumpri-las.
Tome cada passagem bíblica sobre dízimo e observe que os contextos sempre contêm
instruções cerimoniais do Templo. Agregados aos dízimos lá estão as ofertas alçadas,
os bodes, os sacerdotes, os levitas, o templo, etc.
Mas, alguém poderia argumentar que o termo “roubará o homem a Elohim?” Faz
Malaquias 3:8-10 se enquadrar no oitavo mandamento da lei, “não furtarás”. Entretanto,
cada vez que um judeu quebrava algum mandamento do Templo também pecava contra
a Torah. A ligação é intrínseca. Veja alguns exemplos:
Como podemos agora tomar o texto de Malaquias, extrair a porção contida nos
versos 8-10 do capítulo 3 e fazer uma aplicação de roubo de dinheiro para as
pessoas de nossa época? Os ladrões do livro de Malaquias são outros e eles não
estão roubando dinheiro!
Ora, abrir as janelas dos céus é oferecer boas condições climáticas, chuvas, para que a
colheita fosse farta. Era um assunto especificamente destinado aos dizimistas
agricultores. Pessoas ligadas a terra! Os outros profissionais judeus, pescadores,
carpinteiros, padeiros, guardas, nada tinham a ver com esta briga!
Como então dizer que o devorador aqui é o diabo? Que o fruto da terra são nossos
empregos?
Que a abastança é dinheiro, prosperidade?
É triste a situação daqueles que sempre dão dez por cento de seus salários para a igreja
e ficam aguardando indefinidamente pela benção da abastança. Quando ela não vem,
eles reinterpretam o texto dizendo que a abastança citada por Malaquias é saúde, paz,
amor e esperança. Uma cadeia de equívocos interpretativos, pois quando lemos estes
quatro versos com a devida atenção fica claro que o contexto é de bênçãos materiais e
não espirituais. Abastança! Colheita farta! Frutos na vide! Sem devorador! Sem
gafanhotos destruindo as lavouras. O tema é benção material e não saúde, paz, amor e
esperança! Elohim não muda e uma desilusão hermenêutica poderá levar a outros erros
em série. O fim será uma forte decepção com a religião e com Elohim que nenhuma
culpa tem neste processo. Mudaram o texto. Distorceram as palavras de Malaquias! Mas
o nosso Elohim continua sempre o mesmo!
ADVERTÊNCIA FINAL
Já que os líderes religiosos querem tomar para si a aplicação do texto de Malaquias,
sugerimos que absorvam primeiramente a grande mensagem contida no capítu lo 2 verso
7:
Ki shftêi Kohen ishmerú Da'at vê'Torá ivakshu mipihú ki malach Adonay Tzvaot hú.
Porque os lábios do sacerdote devem guardar o Conhecimento e a Torá, pois da sua
boca devem os homens procura-las , porque ele é mensageiro do YHWH dos Exércitos
A superstição criada pela doutrina do dízimo não condiz com a mensagem da verdade. A
crença de que seremos amaldiçoados se não dermos dez por cento de nossos salários à
igreja é um engodo e tanto. Superstição. Simplesmente um ERRO. A superstição é uma
ferramenta perfeita nas mãos de líderes religiosos. Sempre foi assim. Na idade média as
pessoas acreditavam que comprando indulgências escapariam do purgatório indo
diretamente para o céu. Quanto dinheiro o clero medieval não amealhou durante séculos
explorando a crendice supersticiosa de milhões de sinceros!
ABRAÃO E O DIZIMO
É indiscutível que o patriarca Abraão nos deixou um grande exemplo. Fé,
altruísmo, companheirismo com Elohim. Abraão era um “grande latifundiário”.
(Gênesis 13:10, 14 e 15). Centenas (Gênesis 14:14) de servos trabalhavam para o
fazendeiro Abraão, que além de muitas terras, possuía muito gado, muito ouro e
muita prata (Gênesis 13:2).
Os filhos “oficiais” de Abraão foram oito. Isaque nascido de Sara. Ismael nascido
de Hagar e mais seis rapazes nascidos de Quetura (Gênesis 25:1 e 2). As filhas e
os outros filhos de concubinas não são citados por nome. São estatísticas
genéricas (Gênesis 25:6). Mas observe que antes de morrer, Abraão tomou todas
as suas riquezas, terras, gado e transferiu tudo para o nome de Isaque. O filho
predileto e o filho da aliança de Elohim tornou-se herdeiro único e legítimo
herdeiro. Aos outros irmãos couberam indenizações, ou melhor, compensações
de direito, conforme narrado em Gênesis 25: 5-6. Abraão ainda teve o cuidado de
enviá-los para outros lugares todos os seus filhos de sua casa, mandando-os
para o Oriente – o lugar mais distante (Gênesis 25:6), para que Isaque não tivesse
problemas com irmãos mais tarde.
Nos tempos bíblicos o espaço de tempo entre uma gravide z e outra era
determinado pelo período da amamentação. Abraão precisaria de pelo menos 20
anos de “procriação” para gerar estes outros seis filhos de uma mesma mulher.
Em épocas remotas, quando as vacinas BCG ainda não existiam para garantir a
imunidade do bebê, o leite materno era a principal fonte de vida e sobrevida. Por
isso a mãe amamentava a prole durante anos. O pai colaborava abstendo -se de
relações sexuais com a “mulher-láctea”, isto porque, uma nova gravidez
encerraria o fluxo leiteiro. Um desastre para o bebê e uma catástrofe social nas
comunidades nômades adversas à mortalidade infantil.
Ninguém pode afirmar que Abraão vivia sob alguma forma de lei que o obrigava a
ser um dizimista.
Nem tão pouco pode afirmar que Elohim exigia dele, sob mandamento, dez por
cento de sua renda.
O dízimo na era patriarcal não era obrigatório! Muito menos sistemático. A
sazonalidade do dízimo estava ligada a fatos especiais que traziam muda nças de
rendas. Destas receitas extras dava -se o dízimo.
DESPOJOS DE GUERRA
Dízimo sobre despojos são único neste caso de Abraão. Dois outros exemplos
são apresentados na bíblia. O primeiro em Êxodo 3:21-22; 11:2-3; 12:35-36,
quando os Israelitas ganharam dos Egípcios pouco antes de saírem para o
deserto. Está bem claro que eles não deram (tão pouco pagaram) qualquer
dízimo.
Interessante notar que o texto justifica esta dádiva afirmando que aquilo era uma
compensação salarial pelos muitos anos de trabalho escravo. Esta massa de
salários atrasados, esta “indenização trabalhista paga na despedida”, deveria ser
à luz da teologia moderna, cem por cento dizimável. Entretanto isto não
acontece.
Mas, a seu bom tempo, meses mais tarde, parte desta fortuna é oferecida
liberalmente, de todo o coração, não por tristeza ou por necessidade, mas com
prazer, em forma de ofertas voluntárias para a construção do
Tabernáculo. Elohim ama quem dá com alegria! (Ver Êxodo 35:5,20,21; 36:3,5,6)
O segundo exemplo traz detalhes sobre os procedimentos das ofertas aplicados
aos despojos de guerra.
O texto encontra-se em Números 31. Houve uma guerra com os Midianitas. Um
quinhentos-ávos da metade dos despojos destinada à congregação deveria ser
oferecido como oferta ao YHWH (verso 27 e 28). Um cinquenta-ávos da outra
metade deveria ser oferecido pelos soldados ao sacerdote Eleazar (Verso 29).
Nenhum sistema de dízimo é aplicado a estes despojos. E saber que toda aquela
matemática de divisão de ofertas dos despojos, incluía bois, jumentos, ovelhas.
(Versos 9, 26-31). Exatamente as mesmas “unidades monetárias” utilizadas no
cálculo do dízimo da era levítica.
Assim, podemos afirmar que Abraão deu o dízimo a Melquisedeque sem estar
obedecendo alguma lei que o obrigasse a fazê-lo. (Segundo a Tradução Bíblica) É
mais fácil afirmar que ele estava seguindo uma tradição de sua época. Costumes
religiosos da cultura de seus dias. Ele deu o dízimo sobre valores de coisas
roubadas. Coisas roubadas, recuperadas e devolvidas aos seus legítimos donos
(Gênesis 14:21-23). Deu também o dízimo sobre o salário alheio. Sobre a parte
que se referia ao pagamento dos homens que foram com ele para a guerra. Os
trezentos e dezoito valentes e seus amigos Aner, Escol e Mamre. (Gênesis 14:24).
Para Abraão o princípio de dar dízimos não lhe era estranho. Tabletes
cuneiformes comprovam esta prática entre os povos da Mesopotâmia. Os
caldeus e os babilônicos sustentavam seus templos, seus deuses com
dízimos. (Veja W. von Soden, He Ancient Orient, Eerdmans, 1994, pp. 188-198.
Também A. e W. Eichrodt, Theology of He Old Testament, SCM, 1987, Vol. I, pp.
141-177 e Harris, Archer, Waltke, Theological Wordbook of He Old Testament,
Moody Press, 1980).
Concluímos então que Abraão não é um exemplo de dizimista para nossos dias.
Em nenhuma parte da Bíblia ele é apresentado como um dizimista sistemático,
regular. Suas práticas de dízimos em nada se parecem com as requeridas hoje
em dia pelos líderes religiosos. Abraão dizimou justamente riquezas que não lhe
pertenciam. Riquezas que ele devolveu (90%) aos seus legítimos donos. Abraão
estava seguindo um costume de sua época. Costume dos povos da Antiguidade.
Abraão deu seu dízimo a um sacerdote - E ele abençoou Abraão e sua prática
dizimista. Se Elohim abençoou o sistema de dízimo de Abraão, como alguém
ousaria mudar todo o contexto e fazer aplicações distorcidas para sustentar uma
teologia moderna de espoliação a crentes sinceros. Pessoas simples que são
induzidas a dar dez por cento de suas rendas a líderes religiosos comp letamente
desassemelhados a Melquisedeque, o sacerdote do Poderoso Altíssimo. O
recebedor e abençoador do dízimo especial de Abraão?
Na realidade tudo aquilo era uma grande tipologia. Melquisede que representando
Yeshua, nosso Sumo Sacerdote. Abraão re tornando a Jerusalém, a Cidade da
Paz, trazendo os cativos. O pão e o vinho também estavam ali nas mãos de
Melquisedeque complementando a belíssima tipologia da salvação. Da liberdade.
Da paz. O dízimo de Abraão também era um ritual simbólico. Adoração ao Elohim
que liberta. Uma oferenda. Um culto ao grande Elohim que garante todas as
conquistas! Àquele que nos fez livres em Mashiyach Yeshua). Esta é a história de
um Elohim que ama àqueles que lhe dão ofertas voluntárias. Sem imposição.
Sem coação. Sem ameaças de maldição. Sem superstições. Depois destas coisas
veio a palavra do YHWH a Abraão numa visão, dizendo: Não temas, Abraão, eu
sou teu escudo; a sua recompensa será muito grande. (Gênesis 15:1).
Fonte
Tanach Hebraico