Vous êtes sur la page 1sur 131

Élisabeth Roudinesco

el paciente, el terapeuta
y el Estado

y % \
Siglo veintiuno editores Argentina
T ra d u cc ió n de
S a ra V assallo
EL PACIENTE,
EL TERAPEUTA
Y EL ESTADO

p or
s
E lisab eth R o u d in e sc o

S ig lo
v ein tiu n o
ed ito re s
Argentina
383
Siglo veintiuno editores Argentina s.a.
TU C U M Á N 1621 7° N (C1050AAG). BUENO S AIRES. R E P Ú B LIC A A R G EN TIN A

Siglo veintiuno editores, s.a. de c.v.


C E R R O D E L AGUA 248. DELEG ACIÓN COYOACÁN, 04310, M ÉXICO, D. F.

Cet ouvrage, fm blié clans le cadre du Programme d ’A ide


a la Publication Victoria Ocampo, beneficie du soulien
du Minislére des Affaires Elrangeres et du Service Cullurel
de l ’A mbassade d'e Frailee en Argentine.
EsLa o b ra , p u b lic a d a e n el m arco del P ro g ra m a d e Ayuda
a la E dición V ictoria O c am p o , h a sido b e n eficia d a c o n el apoyo
del M inisterio d e A suntos E x tra n je ro s y del Servicio C u ltu ral
d e la E m b ajad a d e F rancia en la A rg e n tin a .

R o u d in e sc o , É lisa b e th .
El p a c ie n te , el te r a p e u ta y el E stad o / E lisa b e th
R o u d in e sc o
I a ed. B uenos Aires: Siglo XXI E d ito re s A rg e n tin a , 2005.
144 p.; 21x14 cm - (Psicología y Psicoanálisis)
T rad u c id o por: Sa-ra Vasallo.
ISBN 987-1220-07-3
1. Psicología. 1. Sara Vasallo, trad. II. T ítu lo .
CDD 150

Título original: Le palien!., le thérapeule et l ’E tal


© 2004, Librairie Arthéme Fayard

Portada: Peter Tjebbes

© 2005, Élisabeth Roudinesco


© 2005,7 Siarlo
O
XXI Editores Argentina
O
S.A.

ISBN 987-1220-07-3

Im p reso e n 4 so b re4 S.R.L.


Jo sé M árm ol 1660, B uenos A ires,
en el m es d e m ayo de 2005

H e ch o el d e p ó sito q u e m arca la ley 11.723


Im p reso en A rg e n tin a - M ade in A rg e n tin a
y
Indice

Agradecimientos.................................................................................................

El c h a r la tá n ...................................................................................................... 13

II.
Las p s ic o te ra p ia s ............................................................................................ 37

III.
El u n iv e rso d e las s e c ta s ............................................................................. 65

rv.
E sp ejism o s d e l p e r it a je ............................................................................... 85

D el b u e n y d e l m al g o b i e r n o ................................................................... 111

A n ex o s 133
A 1a. memoiia de M a u d M a n n o n i
Si no eres tú, entonces es tu hermano.
J ean d e la F o n t a in e
A gradecim ientos

Expreso mi más p ro fu n d o ag rad ecim ien to a R oland G ori y M arie


José del Volgo, p o r h a b e rm e aco m p añ ad o a lo largo de la redacción
de este libro, c o n fián d o m e m uchos docum entos.
A gradezco tam bién a P h ilip p e G ra u e r y A rm and Touati, que m e
ayudaron a descalificar m u ch o s ru m o res sobre las prácticas psicote-
rapéuticas en Francia.
Mi g ratitu d se dirige asim ism o a A n to in e C o u rb an p o r h ab e r cla­
sificado p ara m í las diferen tes m edicinas, guiado p o r la certeza del va­
lor transhistórico del ju ra m e n to de H ipócrates.
A gradezco ad em ás a Sergio B envenuto y a Paola Mieli p o r sus in­
dicaciones acerca de las relaciones q u e m a n tie n en el psicoanálisis y
las p sicoterapias con el E stado en los Estados U nidos y en Italia, lo
qu e m e p erm itió co m p ararlas con las disposiciones legales d o m in a n ­
tes en Francia, G ran B retañ a y Austria.
G racias, p o r fin, a todos los q u e me a p o rta ro n su ayuda: Chawki
A zouri, F rancoise C aró n , Ja c q u e s D errid a, F rancois Régis D u p o n t-
M uzart, C arm en H e rn á n d e z , C a ta rin a K oltai, D aniéle Lévy, H en ri
Roudier.
FX CHARLATÁN
“C u a n d o d e tu v ie ro n a los c o m u n ista s, n o dije n a d a , p o r q u e yo n o
e r a c o m u n is ta . V in ie ro n a b u s c a r a los socialistas y n o d ije n a d a p o r ­
q u e yo n o e r a socialista. V in ie ro n a d e te n e r a los d irig e n te s sin d ic a ­
les y n o dije n a d a p o r q u e n o e r a d irig e n te sin d ica l. V in ie ro n p o r los
ju d ío s y n o dije n a d a p o r q u e yo n o e r a ju d ío . D e sp u é s v in ie ro n a d e ­
te n e r m e a m í y n o q u e d a b a ya n a d ie q u e p u d ie ra d e c ir n a d a ”. 1
El h o r r o r q u e s e n tim o s al le e r este te s tim o n io se d e b e a su v alo r
d e v e rd a d u n iv e rsa l. Ya sea q u e vivam os e n d e m o c ra c ia o b a jo el yu­
g o d e r e g ím e n e s d ic ta to ria le s, ya sea q u e tra b a je m o s e n u n a c o le c ti­
v id a d , d e l tip o q u e f u e re , o q u e p e r te n e z c a m o s a u n a c o m u n id a d
c u a lq u ie ra , e n su m a , c u a le s q u ie ra q u e se an las c irc u n s ta n c ia s h is tó ri­
cas, n o d e b e m o s c e d e r n u n c a al m é to d o d el silencio ni a la a c e p ta c ió n
d e la a r b itra rie d a d legal. P o rq u e si e n tra m o s e n la e s p ira l d e l te r r o r
q u e n o s in s p ira la a lte rid a d , c re y e n d o q u e e sta m o s s a lv a g u a rd a n d o
la paz d e n u e s tro p r o p io re in o , p e rd e m o s p r im e ro el h o n o r y lu e g o la
lib e rta d . Y e n ú ltim a in sta n c ia , fav o rec em o s la g u e rra .
S in e m b a rg o , n o f u e r o n o tro s el m é to d o n i el a c to q u e a d o p ta ­
ro n y a c e p ta r o n los re p r e s e n ta n te s d e las m ás p o d e ro s a s so c ie d a d e s
fra n c e sa s p sic o a n a lític a s el 12 d e d ic ie m b re de 2 003.2 F re n te a u n m i­

1 T estim onio del padre N iem óller a propósito del período nazi. Citado por A ndré
Sirota, Figures de. la perversión sociale, París, EDF, 2003, p. 22.
- La Sociedad Psicoanalítica de París (SPP), la Asociación Psicoanalítica de Fran­
cia (APF), am bas afiliadas a la International Psychoanalytical Association (IPA) funda­
da p o r Sigm und Freud en 1910, así com o la O rganización Psicoanalí dea de L engua
Francesa (OPLF), la Asociación Lacaniana Internacional (ALI) y la Sociedad de Psi­
coanálisis Freudiano (SPF). Solam ente la Escuela de la Causa Freudiana (ECF), fun-
n istro b e n e v o le n te y d eseo so d e in sc rib ir e n el C ó d ig o d e S alu d P ú b li­
ca u n a ley s u sc e p tib le d e g a ra n tiz a r la “s e g u rid a d ” p a r a los “u su a rio s”
(es decir, los p a c ie n te s a fe c ta d o s p o r u n g r a n “d ific u lta d p a ra vivir”)
c o n el fin d e p ro te g e rs e d e los c h a rla ta n e s (es d ecir, d e los p s ic o te ra ­
p e u ta s ) , r e c la m a ro n q u e se los d isp e n sa ra d e to d a fo rm a d e vig ilan ­
cia estatal, a c a m b io de lo cu a l e n tr e g a r o n o fic ia lm e n te e n m a n o s d el
E stado p r o te c to r la “lista” d e sus m ie m b ro s, c o n s ig n a d a h ac ía ya tie m ­
p o e n gu ías d isp o n ib le s p a ra q u ie n q u isie ra co n su lta rla s.
¿P ero q u é es u n a lista?
Las listas, los in v e n tario s, las g u ías, los ca tá lo g o s, e n re s u m e n , to ­
d o ra stro d e u n a c o n ta b ilid a d o d e u n c e n so , sirv ie ro n s ie m p re c o m o
s o p o rte ta n to p a ra la c re a c ió n d e m é to d o s lite ra rio s c o m o p a ra el ejer­
cicio d el p o d e r d el E stado.3A n á rq u ic a , o r d e n a d a o su sc ep tib le d e m o ­
d ific ació n , la lista como tal a s e g u ra u n a p e r e n n id a d a la co sa n o m b r a ­
d a. T o d a lista p o se e u n c a rá c te r tra u m á tic o , p o r q u e to d a lista c re a u n
a c o n te c im ie n to . F u e p o r eso, sin d u d a , q u e los h o m b re s , c u a lq u ie ra
q u e f u e ra la c u ltu ra a la q u e p e r te n e c ie r a n , s ie m p re r e c u rr ie r o n a lis­
tas p a ra d a r te stim o n io d el h e c h o d e q u e su h is to ria n o se r e d u c ía a
u n d e lirio o u n a ficció n . E n los E sta d o s d e m o c rá tic o s , d o n d e rig e la
tra n s p a re n c ia , la lista d e b e e s tip u la r la n o r m a y e x c lu ir el d e s o rd e n .
P e ro e n los re g ím e n e s d ic ta to ria le s, p o r el c o n tra rio , p u e d e in stitu ir
la tira n ía , c o n s id e r a n d o la a lte rid a d c o m o u n a a n o m a lía o u n desvío.

dada porJacques-Alain Miller, sostenido éste sobre todo por Bernard-H enri Lévy, Jean-
Claude Milner, C atherine Clém ent, Philippe Sollers y jack Lang, se negó a asociarse a
ese acto al que, p or otro lado, adh iriero n otras tres asociaciones: Espacio A nalítico
(EA), la Internacional de los Foros del cam po lacaniano (IFCL) y la Fundación Euro­
pea de Psicoanálisis presidida p o r M oustapha S afouan, vale decir, S.500 psicoanalistas
sobre un total de 5.000 que figuran en los listados y d e 6.000 si se incluyen los no ins­
criptos. Asistieron a esta reunión, cuyo inform e publiqué en Le NouvelAne (3 de ene­
ro de 2004): Marilia Aisenstein, G érard Bazalgette, E dm undo Gómez Mango, Patrick
Guyom ard, Claude Landm an, Lilia M ahjoub, Charles M elman, Jacques Sédat, yo mis­
ma, Jean-Francois Mattei, m inistro de Salud, y su asesor Alain Corvez. Un m anifiesto
lanzado en febrero de 2004 a la iniciativa de R ene Major, Michel Plon, Eric Porge,
Franck C haum ou, Pierre Bruno, Pierre Marie, Cécile D rouet, Guy Lérés y Sophie
Aouillé hizo un llam ado a los psicoanalistas independientes para que rechazaran ese
acto. El llamado recogió 500 firmas. Véase L ’H umanilé d el 29 de m arzo de 2004.
5 Véase Elisabeth Roudinesco, “La liste de L acan”, Revue de la UNI', octubre de
2003.
Ese g esto a lta m e n te sim b ó lic o , q u e co n sistió e n e n tr e g a r al E sta­
d o u n a lista d e n o m b r e s in sc rip to s e n a n u a rio s , h iz o q u e los r e p r e ­
s e n ta n te s d e las s o c ie d a d e s p sic o a n a lític a s se e x c lu y e ra n d el m u n d o
d e los p sic o te ra p e u ta s , in te g r á n d o s e e n u n p o d e r d el E sta d o q u e los
r e c o n o c e — sin ex ig irles n in g ú n d ip lo m a e sp e c ífic o — c o m o n o c h a r ­
la ta n e s, al m o d o d e los m é d ic o s y los p sic ó lo g o s p o s e e d o r e s d e d ip lo ­
m as e sta ta le s. El o b je tiv o d e l M in iste rio d e S a lu d es d e s te r r a r d e la
c iu d a d a los p s ic o te ra p e u ta s q u e n o te n g a n d ip lo m a , p a ra re e m p la ­
za rlo s p o r m é d ic o s y p sicó lo g o s. Al c o n c e d e r a los p sic o a n a lista s u n
p riv ileg io d isc rim in a to rio , el E sta d o los a u to riz a , p o r c o n s ig u ie n te , de
fa d o , a volverse p s ic o te ra p e u ta s a u n c u a n d o n o te n g a n d ip lo m a s.
H ay e n esto a lg o a b e r ra n te . P o rq u e , e n e fe cto , o b ie n el E sta d o re ­
c o n o c e s o la m e n te c o m o te ra p e u ta s a aq u e llo s a los q u e e n tre g a u n d i­
p lo m a u n iv e rsita rio (d e m e d ic in a o d e p sic o lo g ía ), o b ie n a c e p ta q u e
se o to rg u e ese títu lo a to d o s los q u e , co n o sin él, p ra c tic a n te ra p ias,
lu e g o d e h a b e rse fo rm a d o p ro fe s io n a lm e n te e n a so cia cio n e s privadas.
E n el p rim e r caso, ni los p sic o an a listas n i los p s ic o te ra p e u ta s d e b e ría n
se r h a b ilita d o s p o r el E sta d o si n o p o se e n d ip lo m a s es p ec ífico s p a r a
ello , m ie n tra s q u e , e n el s e g u n d o caso, los p s ic o te ra p e u ta s d e b e r ía n
o b te n e r u n e s ta tu to id é n tic o al d e los p sic o a n a lista s, ya q u e u n o s y
o tro s re c ib e n su fo rm a c ió n p ro fe sio n a l e n a so c ia c io n e s privadas.
J u s ta m e n te p o r q u e ese p riv ileg io o to rg a d o al p sic o an á lisis es in ­
s o ste n ib le d e s d e el p u n to d e vista d e la ley, el m in is tro , b e n e v o le n te
y p r e o c u p a d o e n lo m ás p r o f u n d o d e su a lm a p o r c o n v e rtirs e , e n
F ra n c ia , e n p r o te c to r d el psico an álisis, re c la m ó q u e se le e n tre g a r a n
las listas y, m ás a ú n , q u e se e la b o r a r a u n a g u ía c o m ú n e n el f u tu ro .
H a b ie n d o d e c id id o sa lir a la caza d e los c h a rla ta n e s , o b lig a n d o a los
p s ic o te ra p e u ta s sin d ip lo m a a in sc rib irse e n listas p re fe c to ra le s p a ra
p o d e r c o n ta b iliz a rlo s, h a c e r los cen so s y p e sq u isas c o rre s p o n d ie n te s ,
el E sta d o n o p o d ía d e n in g ú n m o d o — so p e n a d e in f rin g ir la ley—
o to r g a r a los p sic o a n a lista s u n e s ta tu to d e e x c e p c ió n .
Es así c o m o p u d o re c la m a rle s lo q u e M efistó feles o fre c e a F au s­
to, es decir, u n p a c to d e se rv id u m b re v o lu n ta ria . P a ra n o se r d e s ig n a ­
d o s a u to m á tic a m e n te c o m o c h a rla ta n e s , a m o d o d e los p s ic o te ra p e u ­
tas sin títu lo , y p a ra e lu d ir las e v a lu a cio n e s d e los r e p r e s e n ta n te s d el
p o d e r m é d ic o , se o to r g a r o n a sí m ism os, d e esa m a n e ra , el d e r e c h o
d e d is c e rn ir lo q u e es, o n o es, u n te ra p e u ta d e l alm a. Los p s ic o a n a ­
listas c o m p ro m e tid o s en ese p a c to g a n a ro n e n el te rr e n o d e la e x c e p ­
ció n lo q u e p e r d ie ro n e n el d e la lib e rta d . H a b ie n d o re n u n c ia d o a su
ética, p o d r á n e n tre g a rse d e lle n o , d e a h o r a e n a d e la n te , e n tr e ellos,
sin lím ites y c o n p le n o g o ce, a u n a c a c e ría d e listas, c o n el o b jetiv o d e
excluir, sin q u e el E sta d o ni siq u ie ra te n g a q u e e n c a rg a rs e d e ello , a
los q u e d e n tr o d e sus c o rp o r a c io n e s se ría n su sc e p tib le s d e se r s e ñ a ­
la d o s c o m o c h a rla ta n e s .
A través d e l a c to d e l 12 d e d ic ie m b re , los r e p r e s e n ta n te s d e la S o­
c ie d a d P sic o a n a lític a d e P a rís (S P P ), q u e a d h ie r e n a u n f re u d is m o
clásico, h a n lo g ra d o u n a v e rd a d e r a h az añ a . Al f re c u e n ta r d e s d e h a c e
añ o s, e n fo rm a re g u la r, a los re p r e s e n ta n te s d e la R e p ú b lic a e n o p o r ­
tu n id a d d e co n g re so s, e n c u e n tro s y c o lo q u io s d e to d a ín d o le , e n la
A sam b lea n a c io n a l o e n el S e n a d o ,1 lo g r a r o n in c lu ir a tres d e las m á s
p o d e ro sa s s o c ie d a d e s la c a n ia n a s d e F ran cia, e n su p o lític a d e in te g ra ­
ció n d e l psicoanálisis e n el p o d e r m é d ic o . El e n e m ig o c o m ú n , o d ia ­
d o p o r to d o s ellos, es el y e rn o d e L acan , Ja c q u e s-A la in M iller, e n c a r ­
n a c ió n d e la le g itim id a d d e l m a e stro y a n im a d o r d e la m uy p o te n te
E scu ela d e la C au sa F re u d ia n a (EC F) f u n d a d a e n 1981.
Así, los e le g id o s d e la R e p ú b lic a ca y ero n e n la tra m p a . Al p r e o c u ­
p a rse p o r e x c lu ir a los c h a rla ta n e s del tr a ta m ie n to d e la sa lu d m e n ­
tal m e d ia n te u n n u ev o C ó d ig o d e S alud, y r e s p o n d ie n d o así a las q u e ­
ja s d e los “u s u a rio s ”,5 c o n v o c a ro n c o m o c o n s e je ro s a p s iq u ia tra s y
psico an alistas s u p u e s ta m e n te objetivos y p r e o c u p a d o s p o r el b ie n p ú ­
blico. P e ro e n re a lid a d , lo q u e h ic ie ro n , sin sa b e rlo , fu e fa v o re c e r la
ec lo sió n d e la p e rse c u c ió n d e c h a rla ta n e s d e n tr o d e l á m b ito psicoa-
n a lític o fran cés. Los p sic o an a listas d e la E scu e la d e la ca u sa f re u d ia ­
n a so n los ú n ic o s, en efe cto , q u e re iv in d ic a ro n p ú b lic a m e n te la p rá c ­
tica d e se sio n es c o rta s y n o c ro n o m e tr a d a s , lo c u a l los s e ñ a la c o m o
im p o s to re s a n te la m ira d a d e sus e n e m ig o s d e la SPP, q u e d e f ie n d e n
o tr a té c n ic a d e la cu ra.

1 Se en cu en tran huellas de todos estos coloquios en diversos sitios de Internet.


Véase en especial el que se m antuvo el 23 de marzo de 2000 p o r iniciativa de Bernard
Accoyer, el cual m e confirm ó durante u n a conversación privada en e n ero d e 2004 que
ignoraba a qué grupos psicoanalíticos pertenecían sus “asesores” psiquiatras. El lector
encontrará en los anexos d e este libro la lista de las diferentes corrientes del psicoaná­
lisis en el m undo, en tre las cuales figura el lacanismo.
1 Éste es el térm ino con el cual el Ministerio de Salud denom ina a los pacientes.
El a s u n to se c o m p lic a m ás a ú n si p e n s a m o s q u e m u c h o s d e los
alia d o s la c a n ia n o s d e la SPP re iv in d ic a n ta m b ié n la p rá c tic a d e las se­
sio n e s c o rta s. ¿N o c o r r e n el riesg o e n to n c e s d e q u e sus a lia d o s los ca­
ta lo g u e n a su vez c o m o c h a rla ta n e s ? O tr o p r o b le m a es q u e los m ie m ­
b ro s d e la IPA d e s ig n a n c o n el té rm in o d e “c u r a p s ic o a n a lític a ” u n a
p rá c tic a q u e re s p o n d e a c rite rio s té c n ic o s m uy p re c iso s, ya q u e d e b e
llevarse a c a b o a raz ó n d e c u a tro o c in c o se sio n e s p o r s e m a n a y co n
p a c ie n te s e n p o sic ió n ac o sta d a. L la m a n e n c a m b io “p s ic o te ra p ia psi­
c o a n a lític a ” a la c u ra re a liz a d a f re n te a f re n te a ra z ó n d e d o s o tres
v eces p o r se m an a . P a ra los la c a n ia n o s, p o r el c o n tra rio , so n c u ra s psi-
c o a n a lític a s ta n to las q u e se e fe c tú a n c a ra a c a ra c o m o las q u e se d e ­
s a rro lla n c o n el p a c ie n te a c o sta d o e n u n diván. El ú n ic o c rite rio q u e
se to m a e n c u e n ta es la fo rm a c ió n d e l te ra p e u ta . Si es p sic o an a lista,
está h a b ilita d o p a ra p ra c tic a r c u ra s p sic o a n a lític a s c o n el p a c ie n te en
c u a lq u ie r p o sic ió n . E n o p in ió n d e los la c a n ia n o s , las p s ic o te ra p ia s
— c e n tra d a s e n la su g e stió n y la b ú s q u e d a d e u n a c u ra c ió n in m e d ia ­
ta— n o so n , p o r c o n s ig u ie n te , c u ra s p sic o an a lítica s, sin o té c n ic a s d e
c u ra c ió n y a d a p ta c ió n al o r d e n d e l m u n d o , a u n q u e a lg u n o s p sic o a ­
n alistas r e c u rr a n a ellas a q u í o allá d e n tr o d e d ife re n te s in stitu c io n e s.
¿D irem o s d e los u n o s q u e so n c h a rla ta n e s y d e los o tro s q u e n o
lo son? ¿U n m ism o p sic o an a lista d e b e r á in sc rib irse e n u n a lista d e psi­
c o te ra p e u ta s se g ú n p e rte n e z c a a u n a u o tr a e sc u e la o re c ib a a p a c ie n ­
tes e n p o sic ió n s e n ta d a o ac o sta d a?
S ea c o m o fu e re , es la p r im e ra vez e n F ra n cia , y e n v irtu d d e u n a
ley d e la R e p ú b lic a ,6q u e se c o n v ie rte n e n a s u n to d e E sta d o d e b a te s

11Ha aparecido u n a cantidad im presionante de enm iendas a la ley desde el año


2000. Remito para ello a los capítulos n y v del presente libro. El 8 de octubre de 2003
se votó en la Asamblea nacional, p o r iniciativa de B ernard Accoyer, y con unanim idad
de los treces diputados presentes, una enm ienda al Código de Salud que desencade­
nó una polém ica general en todas las corporaciones d e la psique, ya se tratase de psicó­
logos, psicoterapeutas, psicoanalistas o psiquiatras. De acuerdo con los psicoanalistas
“entregadores de listas”,Jean-Fran?ois Mattei y Francis G iraud redactaron nuevam en­
te la enm ienda, que fue adoptada luego en una segunda lectura por el Senado el 19
de en ero de 2004, según el texto siguiente: “El uso del título de psicoterapeuta está re­
servado a los profesionales inscriptos en el registro nacional de los psicoterapeutas. La
inscripción se registra en una lista establecida por los representantes del Estado en el
distrito de su residencia profesional. Se exim e de esa inscripción a los titulares de un
diplom a estatal, a los psicoanalistas regularm ente inscriptos en los repertorios de sus
científicos so b re la técnica psicoanalítica, d e b a te s q u e v en ían e fe c tu á n ­
dose a la vista d e to d o s d e sd e h a c e c u a re n ta años. T o d o o c u rre a p a rtir
d e a h o ra c o m o si esos psico an alistas e n tre g a d o re s d e g u ía s h u b ie ra n
au to rizad o al E stad o a to m a r posición, a su vez, e n el c a m p o d e u n a q u e­
rella cien tífica a c e rc a d e la cu a l n o p o se e c o m p e te n c ia alg u n a.*
¿ H a b re m o s lleg ad o al p u n to e n q u e , e n n o m b re ele la “s e g u rid a d ”
d e la p o b la c ió n y d e la p e rse c u c ió n d e los im p o sto res, le p id a m o s al Se­
n a d o o a la A sam b lea q u e d é s u c o n s e n tim ie n to es clarecid o a c e rc a d el
m o d o d e tr a ta r tal o cual tip o d e psicosis, c á n c e r o e n fe rm e d a d c a rd io ­
vascular?
U n a vez a d q u irid a la g a ra n tía , p o r c ie rto ilu so ria , d e q u e sus es­
cu e la s p e r m a n e c e r ía n in to c a b le s 7 y d e q u e ú n ic a m e n te los p s ic o te ra ­
p e u ta s se v e ría n o b lig a d o s a in sc rib irse en listas, los p sic o an a listas q u e
firm a ro n el p a c to d e las g u ía s e n tr a r o n e n la e s p ira l in fe rn a l d e la d e ­
te c c ió n d e los c h a rla ta n e s . E n u n a p r im e ra fase p u d ie ro n c o m p ro b a r
q u e el E sta d o m o s tra b a s u m o in te ré s e n ca lific ar al c o n ju n to d e los
p ro fe sio n a le s q u e se o c u p a n d e l “d o lo r d e vivir” co n el fin d e e v a lu a r­
los. Y e n u n s e g u n d o m o m e n to , d e s p u é s d e h a b e r sid o e x im id o s d e

asociaciones". En abril de 2004, esta en m ienda fue m odificada nuevam ente p o r el


diputadoJean-M ichel D ubernard y luego enviada al Senado. Los diputados de izquier­
da votaron por el retiro liso y llano de todas las enmiendas. En su forma actual, el artícu­
lo 18 (18 quater) sobre el encuadre de las psicoterapias en Francia parece inaplicable
* El texto definitivo del artículo 18 q u a te r votado después de la publicación
del libro de É. R oudinesco puede consultarse e n In tern e t: w w w .effet-freudien.com /
effetfreudien/A m endem ent/D ubernard.htm . “Article 18 quater: Usage du titre de psy-
c h o th érap eu te”. El artículo 18 quater, retom ando la en m ienda Accoyer, fue exam ina-
dp nuevam ente p o r el Senado, que ha realizado una cantidad considerable de debates,
al cabo de los cuales ha propuesto que el uso del título de psicoterapeuta sea reservado
a los profesionales inscriptos en el Registro N acional de Psicoterapeutas. La inscrip­
ción figura en listas preparadas en cada distrito. El tercer punto de! artículo pro p o n e
que los solicitantes que poseen un diplom a de doctor en m edicina o los psicólogos con
diplom as estatales sean dispensados d e la inscripción, al igual que los psicoanalistas re­
gistrados en los sum arios de sus asociaciones. La obligación de inscripción atañ e sola­
m ente a los profesionales que no pertenecen a ninguna d e estas tres categorías. Estas
decisiones están acom pañadas de discusiones minuciosas acerca del sentido d e las fra­
ses del artículo (véase “A m e n d em en t/D u b e rn ard ” en el sitio m encionado).[T .]
7 Las asociaciones que suscribieron al pacto de las guías se declararon satisfechas
y reaseguradas p o r la benevolencia del m inistro y la nueva redacción del texto d e la
enm ienda (C om unicado de la AFP del 21 de enero de 2004).
la lista d e la P re fe c tu ra , se p u s ie ro n a c a ta lo g a r a los p sic o a n a lista s sin
gu ías, o s im p le m e n te h o stile s a la ley, c o m o c h a rla ta n e s .
L a p r u e b a d e ello, p o r si n o h u b ie ra b a s ta n te s, es la d e c la ra c ió n
d e B e rn a rd B ru sset, m ie m b r o d e la SPP. E n c u a n to el S e n a d o v o tó la
e n m ie n d a , se a p re s u ró , c o n la c o m p lic id a d d e los “b u e n o s la c a n ia n o .”
q u e h a b ía n a d h e r id o a su p o lític a d e las listas, a c u b r ir d e o p r o b io a
los o tro s lacanianos, los d e la E scuela d e la C ausa F re u d ia n a (EC F), a c u ­
sa d o s d e im p o s tu ra c o n el p r e te x to d e q u e n o r e s p e ta r ía n las “n o r ­
m as in te r n a c io n a le s ” im p u e s ta s p o r la IPA: “S e a n c u a le s f u e r e n los
a p o rte s d e L a c a n , re c o n o c id o s p o r to d o s, a la te o r ía p sic o a n a lític a ,
su p rá c tic a r o m p e c o n las n o r m a s in te r n a c io n a le s y c o n el m é to d o
fre u d ia n o d e aso cia ció n d e ideas. Las sesio n es sin c ita p rev ia, su d u r a ­
c ió n v aria b le p e r o a m e n u d o b rev e , p u e d e n se r e fic a c e s p a ra a q u e llo s
q u e so n c a p a c e s d e e fe c tu a r u n au to an álisis. El a fo rism o d e L a c a n “El
p sic o a n a lis ta só lo se a u to riz a p o r sí m ism o y p o r a lg u n o s o tr o s ” h a
p ro d u c id o ab u so s, p e rju ic io s e in clu so , a veces, estafas c a ra c te riz a d a s.
S u in c id e n c ia re su lta m u y p e s a d a e n el le g a d o d e l p sic o a n á lisis, te ­
n ie n d o e n c u e n ta , so b re to d o , q u e e x c e le n te s p sic o a n a lista s la c a n ia ­
n o s h a n v u e lto a p rá c tic a s m ás se ria s y se e s fu e rz a n p o r o r g a n iz a r fo r­
m a c io n e s p ro fe sio n a le s c o h e r e n te s e n el s e n o d e sus a s o c ia c io n e s.8
Q u e n o se n o s e n tie n d a m al: p o d e m o s y d e b e m o s c ritic a r la p rá c ­
tica d e las se sio n e s b rev es.9 P e r o es in a c e p ta b le q u e a lg u n o s p sic o a ­
n alista s p u e d a n u tiliz a r el p o d e r p ú b lic o p a r a d e d ic a rs e a p e rs e g u ir
a o tro s, c u a le s q u ie ra q u e se a n , c o n el o b je tiv o d e h a c e r tr iu n f a r su­
p u e s ta s “n o r m a s ” e n c o n tra d e su p u e sta s “d e s v ia c io n e s ”. P o rq u e esas
su p u e sta s n o rm a s n o son e stab lecid as e n a b s o lu to p o r el E stad o , y m e­
n o s a ú n las d esviaciones, las tra n sg re sio n e s o lo s abu so s, ya q u e lo ú n i­
co q u e c o m p e te al E sta d o es r e c o n o c e r los d ip lo m a s o to rg a d o s e n las
u n iv e rsid a d e s. D ic h o d e o tr o m o d o , el E sta d o d e b e c o m p ro m e te rs e
a n o in te r v e n ir e n ese tip o d e d e b a te s, y e n el caso d e q u e a a lg u n a s
a so cia cio n e s se les o c u r r ie r a u tiliz a r los p o d e re s p ú b lic o s p a r a d irim ir

8 Sitio Oedipe, 25 de enero y 1“ d e febrero de 2004.


9 C om o lo h e hech o yo misma en varias o portunidades. Para esta cuestión y en
cuanto a la significación de la frase citada de Lacan, véase Elisabeth Roudinesco, Es-
quisse d ’u ne vie, histoire d ’u n systéine de pensée, París, Fayard, 1993 [Jacques Lacan. Esbozo de
una vida, historia de u n sistema de pensamiento, Buenos Aires, Fondo de C ultura E conó­
mica, 1994].
sus diverg en cias, el E stado d e b e n e g a rse a ap o y arlas, p a ra n o s o b re ­
p asar su p ro p ia re sp o n sa b ilid a d .
A d ife re n c ia d e la p e rse c u c ió n o r q u e s ta d a p o r la SPP, u n a ju r is ta
y u n filósofo tu v ie ro n la v a le n tía d e in te r ro g a rs e so b re u n o d e los as­
p e c to s esen c iale s d e esta d iscu sió n . E n u n tex to titu la d o “N o n o s p ri­
ven d e n u e s tro s c h a r la ta n e s ”, firm a d o p o r v arios p sico an alistas, éstos
a le g a n la lib e rta d d e los p a c ie n te s o p o n ié n d o s e a la m a n ía d el c o n ­
trol d e c a rá c te r m éd ico : “N o so tro s, q u e n o s h e m o s e m p e ñ a d o e n u n a
p sic o te ra p ia o en u n psicoanálisis, q u e n o s h e m o s c o m p ro m e tid o o
p o d e m o s estarlo , p e d im o s a las ‘a u to rid a d e s sa n ita ria s’ q u e te n g a n la
a m a b ilid a d d e d e ja r d e p r o te g e rn o s d e n u e s tro s c h a rla ta n e s . E n efec­
to, n o h a b ie n d o ca íd o a ú n bajo el ré g im e n d e la tu te la , p e n s a m o s q u e
so m o s c a p ac es d e elegir, a s u m ie n d o los riesg o s c o r r e s p o n d ie n te s , a
n u e s tro s p sico an alistas y a n u e s tro s p s ic o te ra p e u ta s ”.10
P ero ¿q u é es u n c h a rla tá n y p o r q u é u n E sta d o tie n e q u e in m is­
cu irse e n la cu e stió n d e sa b e r q u ié n tie n e , o n o tie n e , d e r e c h o a o c u ­
p a rse d e l su frim ie n to d el alm a?
O rig in a d a e n la le n g u a ita lia n a e n 1572, la p a la b ra “c h a r la tá n ”
significa lite ra lm e n te “h a b ita n te d e C e r r e to ”11 y e n se n tid o fig u ra d o
“el q u e g rita e n los m e rc a d o s ”, “m a c a n e a d o r ” y s o b re to d o “v e n d e d o r
d e d ro g a s” y “c h a r la ta n e r ía s ”. A p a rtir d e fin es d e l siglo xvil, el té rm i­
n o d e s ig n a d e m o d o p ey o rativ o a lo s m a la b a rista s, a los d e n tista s, a
los v e n d e d o re s d e so p a d e sa p o , e n re s u m e n , a to d o im p o s to r q u e ex ­
p lo ta la c re d u lid a d p ú b lic a.
T o d a s o c ie d a d o to rg a u n lu g a r a la fig u ra d el im p o s to r, p o r el h e ­
c h o m ism o d e q u e sólo p u e d e fu n c io n a r a c o n d ic ió n d e d e fin ir cla­
r a m e n te a q u ié n re c h a z a y a q u ié n incluye en fu n c ió n d e las n o rm a s
q u e se h a fijado. Así, el c h a rla tá n , d e c u a lq u ie r m a n e ra q u e se lo d e ­
n o m in e , es sie m p re u n a fig u ra e s tru c tu ra l d e lo h e te r o g é n e o . D efin i­
d o c o m o p a r te m a ld ita ,12 e s lo q u e e sc a p a a la ra z ó n o al lógos. Es el

10 M arcelajacub y Patrice Maniglier, “Laissez-nous nos charlatans”, Jjí Monde, 3 de


diciem bre de 2003. Véase tam bién René Major, “La psychanalyse est-elle sécurisable?”,
Magaziiie ljuéraire, 428, febrero de 2004.
11A ldea situada cerca d e Espoleto, cuyos habitantes vendían drogas en los m er­
cados.
'* G eorges Bataille, La part mandile, Oeumes completes, t. vil, París, Gallim ard, 1976
[La parte m.aldita, B arcelona, Icaria, 1987].
d ia b lo , el e x c lu id o , lo sa g ra d o , la su c ie d a d , la p u ls ió n , lo in c o n fe s a ­
ble, la m u e rte . P e ro es a la vez la d ro g a (pharm akori) , el d is p e n s a d o r
d e d ro g a s (pharmakos) , el d ro g a d o , el chivo e m isa rio o el m á rtir q u e
es p re c iso ca stig ar p a ra q u e la c o m u n id a d se r e g e n e r e . El c h a r la tá n ,
p o r c o n s ig u ie n te , es u n ser d o b le : c a rg a c o n la sa n c ió n , p e r o es ta m ­
b ié n la c o n d ic ió n d e to d a sa n c ió n . O to rg a la c u ra c ió n c o n a y u d a d e
p o c io n e s m ilag ro sas y a la vez d istrib u y e el v e n e n o . E n v e n e n a d o r o
re p a ra d o r, tir a n o o m ise ra b le , el c h a rla tá n es el otro d e la c ie n c ia y d e
la ra z ó n , el otro re s p e c to d e n o so tro s m is m o s.13
E n F ra n cia , los n u ev o s có d ig o s del saber, q u e rig e n las re la c io n e s
e n tr e la e n f e rm e d a d y el su je to e n fe rm o , n a c e n lu e g o d e la R ev o lu ­
c ió n , fa v o re c id o s p o r la in v e n c ió n d e la c lín ic a m é d ic a sa lid a d e l “d e ­
la n ta l” d e X avier B i c h a t . E l su je to e n f e rm o se c o n v ie rte e n u n “ca­
s o ” en q u e se in sc rib e lo u n iv e rsa l d e la e n f e rm e d a d , y el s ín to m a se
to r n a u n e le m e n to sig n ific a n te q u e p e rm ite la c o n s tru c c ió n d e vastas
n o so lo g ía s15 y p o te n te s p ro g ra m a s d e lu c h a c o n tra los m iasm as y los
d a ñ o s. E m e rg e d e to d o e llo u n a c o n c ie n c ia m é d ic a , p re d ic tiv a , n o r ­
m ativa, colectiva, fu n d a d a e n el h ig ie n ism o , y q u e va b o r r a n d o p r o ­
g re siv a m e n te la n o c ió n d e e n f e rm e d a d vivida p o r el su je to y e n v ia d a
p o r D ios. A p a re c e , e n to n c e s , la v o lu n ta d estatal d e la m e d ic a c ió n d e
la c o m u n id a d .16 L a sa lu d n o se d e fin e ya c o m o u n e s ta d o a n ta g o n is ­
ta d e la e n f e rm e d a d , y los d o s té rm in o s d e s a p a re c e n p a u la tin a m e n te
d e l d isc u rso m é d ic o p a r a c e d e r su lu g a r a u n a r e p r e s e n ta c ió n d el su ­
je to , d el c u e r p o y la so c ie d a d c e n tr a d a en la a lte r n a n c ia d e la n o r m a
y la p a to lo g ía .

13Recordem os que e n la tragedia de Sófocles, Edipo, después de su crim en, pasó


del estatuto de sabio y tirano al de chivo emisario y depositario de la suciedad.
Xavier Bichat (1771-1802): m édico y cirujano francés. Iniciador de la prim era
m edicina científica que se desarrollará luego con Francois Broussais (1772-1838), Clau-
de B ernard (1813-1878) y Louis Pasteur (1822-1895). “A briendo cadáveres", Bichat li­
ga la clínica con la anatom ía y define la vida com o el conjunto de las funciones que re­
sisten a la m uerte. Véase Michel Foucault, El naámimlo de la clínica: una arqueología de
la mirada médica, Madrid, Siglo XXI, 1999.
Nosología: sistema de clasificación de las enferm edades.
10 La m edicina estatal nació en Alemania a principios del siglo xvm al mismo tiem ­
po q u e la “ciencia" de Estado. Véase Michel Foucault, Dils el écrits, t . I I I, París, Galli-
m ard, 1994, pp. 210-211.
Se tra ta rá a p a rtir d e e n to n c e s, p a r a los re sp o n s a b le s d e las p o lí­
ticas e sta ta le s d e la salu d , n o s o la m e n te d e m e jo ra r la s u e rte d e los
e n fe rm o s, sino d e g a ra n tiz a r la p ro te c c ió n d el p u e b lo , v íctim a p o sib le
d e los ritu a le s d e los c u ra n d e ro s , b ru jo s o d is trib u id o re s d e p o c io n e s
m ágicas, a te m o riz a d o so b re to d o p o r el e s p e c tro d e las e p id e m ia s, cu ­
y a a m e n a z a e r a vivida c o m o c o rre la to d e la d iso lu c ió n d e las c o s tu m ­
b re s y d e la p é r d id a d e la a u to rid a d m o n á rq u ic a . A p a r tir d e m ay o d e
1803, el E sta d o p o n e e n p rá c tic a los p rin c ip io s d e u n a m e d ic in a c ie n ­
tífica. Sus p ro fe sio n a le s se fo rm a rá n , d e s d e e n to n c e s e n a d e la n te , e n
fac u ltad e s q u e les o to rg a rá n d ip lo m as. T o d o s a q u e llo s q u e e je rc e n su
a rte d e a c u e rd o c o n las tra d ic io n e s d e l A n tig u o R é g im e n d e b e n re ­
g istra r sus títu lo s e n listas si n o q u ie re n se r asim ilad o s a c h a rla ta n e s ,
es decir, c u r a n d e r o s ilícito s.17
P e ro las cosas n o so n ta n sim ples. En esa é p o c a , q u e d u r a r ía a ú n
se se n ta a ñ o s m ás, la m e d ic in a se se p a ra p o c o a p o c o d e la tra d ic ió n hi-
p o c rá tic a d e los “h u m o r e s ”, p e r o to d a v ía n o es cap az d e c u r a r las e n ­
fe rm e d a d e s a las q u e d a u n n o m b r e y cuyos m e c a n ism o s fisiológicos
em p iez a a c o m p re n d e r. D ich o d e o tro m o d o , e n el m o m e n to m ism o
e n q u e el E sta d o in a u g u ra su g ra n lu c h a c o n tra el o sc u ra n tism o d e las
creen cias, la m e d ic in a n o h a e la b o ra d o a ú n tra ta m ie n to s cu rativ o s q u e
p u e d a o fre ce r al público. G eo rg es C ab an is se c o n fo rm a p o r el m o m e n ­
to c o n fo rm u la r la p re g u n ta : “¿El a rte d e c u r a r se f u n d a e n b ases sóli­
d as?”. D e ese m o d o , la m e d ic in a sig u e sie n d o u n a cien c ia d e la o b se r­
vación, p e ro n o d e la e x p e rim e n ta c ió n . P o r eso, d e b e e n s e ñ a rse e n los
h o sp itale s, d o n d e el p a c ie n te se tra n s fo rm a en u n “c a so ”, y n o e n la
u n iv e rsid ad , d o n d e “se e sc u c h a n lib ro s sin v er la n a tu ra le z a ”.18
A u n q u e el E sta d o a r r e b a te a la Ig lesia la g e s tió n d e la s a lu d p ú ­
b lica, el p u e b lo sigue a p e g a d o a sus c re e n c ia s, in c ita d o a ello p o r los
s a c e rd o te s q u e in te r p re ta n los m a les b io ló g ic o s c o m o u n ca stig o d i­
v in o al q u e to d o s d e b e m o s s o m e te rn o s . Y p a ra e te rn iz a r e sta m o ra l
d e la n e c e s id a d d el su frim ie n to en c o n tr a d e la m e d ic in a d e las L u ­
ces, re c o m ie n d a n r e c u rr ir a los m ilag ro s, los ro sario s, las n o v e n a s, los
p e re g rin a je s, p e r o ta m b ié n a té c n ic a s m á s p a g a n a s y o c u lta s p ra c tic a ­

17 Véase Jacques L éonard, La médecine entre les pouvoirs et les savoirs, París, Aubier,
1981.
18Georges Canguilhem, Eludes d'hisloire et dephilosophie dessciences, París, Vrin, 1968.
d as p o r los c u ra d o re s d e a n im a le s, esp ec ialista s d e h e rid a s, a p r e n d i­
ces y c o n ju ra d o re s d e to d a laya. Es así c o m o , d u r a n te u n siglo, los m é ­
d ic o s d e la c ie n c ia van a c o h a b ita r c o n los c h a rla ta n e s .
Y co m o la h isto ria d e la c h a rla ta n e ría sig u e el m ism o c a m in o q u e
el re c o rr id o p o r la ciencia, los p ra c tic a n te s d e sa b e re s o cu lto s, lejos d e
p e r m a n e c e r trib u ta rio s d e las an tig u as técnicas m ág icas d e c u ra , se vol­
v e rá n ellos m ism os m é d ic o s p o s e e d o re s d e d ip lo m a s d e E stad o . M ás
a ú n , ex tra erán sus m é to d o s d e la ciencia, y le p e d irá n p re sta d o sus cálcu­
los, p re d ic c io n e s y m e d ica cio n es. P re o c u p a d o s p o r c o m b a tir la cien c ia
m e d ia n te otra “c ie n c ia ”, se van a se p a ra r d e los sa c e rd o te s y d e la reli­
g ió n p a ra c o n s tru ir u n a “m e d ic in a ” q u e va a ase m e ja rse en a p a rie n c ia
a la m e d ic in a cien tífica, a la q u e d a rá n el n o m b re d e “h o m e o p a tía ”.
I n v e n ta d a p o r F e d e ric o S a m u e l F la h n e m a n n , u n m é d ic o a le m á n
d e s e o so d e c o m b a tir la in e fic a c ia d e los tra ta m ie n to s d e la m e d ic in a
c ie n tífic a en la p r im e ra m ita d d e l siglo XIX, la h o m e o p a tía se b asa en
u n a te ra p é u tic a lla m a d a d e las “altas d ilu c io n e s ”, q u e co n s iste e n p r o ­
d u c ir en el h o m b re sa n o s ín to m a s se m e ja n te s a los d e la e n f e rm e d a d
q u e se p r e te n d e e rra d ic a r. P e ro c o m o esas “d ilu c io n e s ” n o so n sin o
s u sta n c ia s d e s p ro v is ta s d e to d o p r in c ip io ac tiv o , e llo sig n ific a q u e
c u a n d o p ro d u c e n u n a se n sa c ió n d e b ie n e s ta r e n u n p a c ie n te , a c tú a n
p o r su g e stió n , e n v irtu d d e lo q u e llam am os hoy e n d ía u n “p la c e b o ”.,,J
C o m p itie n d o a le g r e m e n te c o n la c ie n c ia p o r el h e c h o d e re c u ­
r r ir a la q u ím ic a , la h o m e o p a tía co n siste e n re a lid a d e n u n a p la c e b o -
te ra p ia q u e re h a b ilita el v ín c u lo p e r d id o p o r la m e d ic in a e n tr e el e n ­
fe rm o y su e n f e rm e d a d , e n tr e el te ra p e u ta y el p a c ie n te . P a ra d e c irlo
d e o tr o m o d o , c o n tra los ex ceso s d e u n a m e d ic in a c ie n tífic a estatiza­
d a, a n ó n im a , c e n tra liz a d a , la h o m e o p a tía p r o p o n e al su je to m o d e r ­
n o u n r e to r n o a u n a e sp e c ie d e e s p iritu a lid a d a n im is ta o n a tu ra lis ta ,
b a s a d a e n r e g ím e n e s alim e n tic io s y e n u n a b ú s q u e d a d e la u n id a d d e
la p e rs o n a .
H u b ie r a sid o lícito p e n s a r q u e c o n el fo rm id a b le s u r g im ie n to d e
u n a m e d ic in a c ie n tífic a r e a lm e n te cu ra tiv a e n el siglo XIX, la h o rn eo -

19 A ctualm ente se da el nom bre de “placebo” a una sustancia desprovista de todo


principio activo. Los laboratorios farm acéuticos utilizan su principio en ciego (sobre
pacientes) o en “doble ciego” (sobre pacientes y a sabiendas de los m édicos) para ha­
cer pruebas con m oléculas activas.
p a tía iba a d e sa p a re c e r, al igual q u e to d a s las m e d ic in a s lla m a d as “p a ­
r a le la s ” h e r e d a d a s d e la tr a d ic ió n p o p u la r d e los c u r a n d e r o s . P e ro
n o o c u r r ió así e n a b s o lu to . C o m o s a b e r o c u lto b a s a d o e n u n ritu a l
d e e x o rc ism o , c im e n ta n d o su le g itim id a d e n las in c e r tid u m b r e s d e
la ra z ó n , se d e s p le g ó e n el m u n d o e n te r o c o m o h u b ie r a p o d id o h a ­
c e rlo u n m o v im ie n to e c o ló g ic o -n a tu ra lista , c o n sus a d e p to s , su s es­
cu e la s d iv e rg e n te s, sus escisio n es, sus je fe s e s p iritu a le s, y s o b re to d o
c o n sus c e re m o n ia le s te ra p é u tic o s : to m a s u b lin g u a l d el r e m e d io e n
h o ra s fijas, e v ita m ie n to d e la m e n ta o re c h a z o d e o tr a s su sta n c ia s
c o n s id e r a d a s in c o m p a tib le s , etc. E n c u a n to a los m u c h o s e s tu d io s
q u e a p o r ta ro n la p r u e b a d e la n o a c tiv id a d d e sus d ilu c io n e s , n o h i­
c ie ro n m ás q u e fo rta le c e r su éx ito d e n tr o d e u n p ú b lic o c a d a vez m ás
e x te n d id o .
L eg itim a d a o fic ia lm e n te e n 1982, e n s e ñ a d a d e s d e e n to n c e s e n la
F a c u lta d d e M e d ic in a , la h o m e o p a tía es a p lic a d a a c tu a lm e n te e n
F ra n c ia p o r m é d ic o s q u e n o se c o n s id e ra n e n a b s o lu to c h a rla ta n e s y
q u e so n r e c o n o c id o s p o r el E sta d o , gracias a sus d ip lo m a s , c o m o a u ­
té n tic o s te ra p e u ta s.20 Y sin e m b a rg o , u n a g ra n p a rte d e la c o rp o ra c ió n
m é d ic a se sig u e o p o n ie n d o a esa v alid ac ió n , c o m o lo p ru e b a n las d e ­
clarac io n es oficiales d e la A ca d em ia d e M ed icin a, u n o d e cuyos m ie m ­
b ro s e s c rib ía e n 1985: “N o hay m o tiv o p a ra o ficializ ar u n a e n s e ñ a n z a
q u e n o se b a s a e n d a to s c ie n tífic o s. ¿ T e n d re m o s q u e o fic ia liz a r e n
tie m p o s v e n id e ro s la v arita d e l a n tig u o d e s c u b r id o r d e f u e n te s d e
ag u a , y c o n s id e ra rla u n in s tru m e n to d ia g n ó stic o ta n v álid o c o m o el
esteto sco p io , o la im p o sició n d e m a n o s c o m o p r o c e d im ie n to te ra p é u ­
tic o ?” Y ag re g a: “L as m e d ic in a s p a ra le la s c o n s titu y e n u n a re g re s ió n
q u e no s h a c e r e tr o c e d e r a u n a e ra p re c ie n tífic a d e la h u m a n id a d ”.-1
D e este m o d o , la h o m e o p a tía es a la m e d ic in a c ie n tífic a lo q u e
los m o v im ien to s carism á tic o s so n a la re lig ió n , es d ec ir, u n a c re e n c ia

La hom eopatía es m erecedora de un diplom a llam ado “m edicina n atu ral” al


igual que la m esoterapia, la auriculoterapia, la fitoterapia o la osteopatía.
Declaraciones del profesor G ounelle de Pontanel en I^eFígaro del 4 de abril de
1984 y del profesor Sournia en la revista Science et Vie, n 9 150, m arzo de 1985. Véase
tam bién Fran^ois L aplantine y Paul-Louis Rabeyron, l^es médeánes paralléles, París, PUF,
Col. “Que sais-je?”, 1987 y Jean-M arie Abgrall, Les charlatans de la sanie, París, Payot,
1998, p. 10.
q u e im ita la v e rd a d . “P o co im p o rta n — e s c rib e T h o m a s S a n d o z — las
fallas in h e r e n te s a las le y en d a s te ra p é u tic a s q u e a c o m p a ñ a n a la h o ­
m e o p a tía [ ...] E sta sim b o liza p e r f e c ta m e n te u n in te n to lo g ra d o y le­
g ítim o p o r d ev o lv er ta n to a los p a c ie n te s c o m o a los p ro fe sio n a le s el
s e n tim ie n to d e se r m é d ic a y so c ia lm e n te activos. E sto sig n ific a m u y
p o c o si se la c o m p a r a co n las cie n c ia s m é d ic a s, p e r o re s u lta c ru c ia l
d e s d e el p u n to d e vista d e la p sic o lo g ía d e la s a lu d ”.22
D u ra n te d o s siglos, to d a s las p o lítica s lla m a d a s d e “sa lu d p ú b lic a ”
p e r m itie r o n q u e la m e d ic in a c ie n tífic a a firm a ra su s u p e rio r id a d so ­
b re to d a s las o tra s te r a p é u tic a s — m ágicas, c u ltu ra le s, e s o té ric a s— sin
h a b e r lo g ra d o e rra d ic a rla s n u n c a .
P e ro la h o m e o p a tía n o es, a este re sp e c to , la ú n ic a m e d ic in a lla­
m a d a “p a ra le la ” o “altern ativ a” q u e haya lo g rad o im p la n ta rse d e u n m o ­
d o ta n esp e c ta c u la r e n los países d e m o crático s ( d o n d e la cien c ia m é d i­
ca h a lo g ra d o su p u e sta m e n te o b te n e r u n su ste n to ra c io n a l e n to d as las
ca p as d e la s o c ie d a d ). E n re a lid a d , d e s d e h a c e u n c u a r to d e siglo, la
b ú s q u e d a d e la e stim a d e sí m ism o y d e l d e s a r ro llo p e r s o n a l se h a
v u e lto u n o d e los re so rte s m ás im p o r ta n te s d e la c u ltu r a d e l n arcisis­
m o q u e c a ra c te riz a a las clases m e d ia s d e las s o c ie d a d e s o c c id e n ta le s.
E n este c o n te x to , la sa lu d n o se d e fin e ya s o la m e n te c o m o “el sile n ­
cio d e los ó r g a n o s ”, es d ec ir, c o m o la fa lta d e e n f e r m e d a d o d e in v a­
lid ez, sin o c o m o u n e s ta d o d e b ie n e s ta r físico, so c ial y m e n ta l cuyo
h o r iz o n te fa n ta sm á tic o se ría el acceso a la in m o rta lid a d .
N o d e b e aso m b ra r, e n to n c e s , q u e las g r a n d e s p o lític a s d e sa lu d
p ú b lic a , lig a d as a u n a c o n c e p c ió n e x p e r im e n ta l d e la m e d ic in a , h a ­
yan a m p lific a d o la p o te n c ia d e u n g ra n m e rc a d o d e la ilu s ió n te ra ­
p é u tic a . M ira d o s c o m o o b je to s cuyos c u e r p o s so n e x p lo ra d o s e n si­
le n c io , o tra ta d o s c o m o e n fe rm o s a m e n a z a d o s p o r la lo c u ra d e sus
n e u r o n a s o sus g e n e s, m u c h o s su je to s q u e su fre n , a te rro riz a d o s a n te
la id e a d e u n a p é r d id a d e sí, b u sc a n re fu g io ya sea e n sectas, ya sea
en p sic o te ra p ia s o e n m ú ltip le s m e d ic in a s p a ra le la s, n a tu ra le s o a lte r­
n ativ as q u e e s tá n a c tu a lm e n te e n p le n a e x p a n s ió n . E so te rista s , c u ­
r a n d e r o s , irid ó lo g o s , falsos k in e sió lo g o s, m a g n e tiz a d o re s , a s tró lo ­
gos, a d e p to s d e l ay u n o , c re y e n te s e n la te ra p ia u rin a ria , n a tu ró p a ta s ,

-- Dicúonnaire de lapensée medícale (ed. p o r D om inique L ecourt), París, PUF, 2004,


p. 582.
in sta la d o re s d e v en to sas, c a n c e ró lo g o s u tiliz a d o re s d e p lan tas, v e n d e ­
d o re s d e p ild o ra s m ilagrosas o d e re m e d io s re ju v e n e c e d o re s, rivalizan
e n p r o p o n e r re c e ta s co n el fin d e to m a r a su ca rg o to d a la m ise ria d e
u n a so c ie d a d e n fe rm a p o r el p ro g re s o y e n tre g a d a a la d e s e s p e ra c ió n
id e n tita ria in h e r e n te a la m e rc a n tiliz a c ió n d el m u n d o .23
E sta f o rm id a b le c u ltu r a d e la ilu sió n te ra p é u tic a se c a ra c te riz a ,
e s p e c ia lm e n te e n F ran cia, p o r la c re a c ió n d e g ru p o s o re d e s cuyas p o ­
cio n es, p o m a d a s y p íld o ra s son a c o g id a s fe rv o ro s a m e n te p o r m u c h a s
revistas q u e a d o p ta n c o n la m ism a c o n v icc ió n los tra ta m ie n to s d e la
m e d icin a científica. Es el caso de Santé magazine [La revista d e la sa lu d ],
Présenlcition santé [P re s e n ta c ió n S a lu d ], Prévention santé [P re v e n c ió n
S a lu d ], Plantes et médecines [P la n ta s y m e d ic in a s ], Médecines nouvelles
[N uevas m e d ic in a s], etc. Se h a p ro d u c id o , sin e m b a rg o , u n c a m b io
im p o rta n te e n tre fin es del siglo XX y c o m ien z o s del siglo x x i. E n 1984,
el lib ro d e la c a n ta n te R ika Zara'i, M a médecine natnrelle [Mi m e d ic in a
n a tu ra l] , co m o e x p o n e n te c o n tra rio d e la m e d ic in a oficial, h a b ía g o ­
za d o d e l a m p lio su fra g io d e u n p ú b lic o p o p u la r. E n c a m b io , h o y en
d ía es e n el lib ro d e u n p s iq u ia tra fo rm a d o e n el h o sp ita l d e Shadysi-
d e (d e la U n iv ersid a d de P ittsb u rg h , p ro fe so r d e T erap ia C o g n itiv a e n
el C e n tro H o s p ita la rio U n iv ersitario d e L yo n ) d o n d e los c o n s u m id o ­
res d e la ilu sió n te ra p é u tic a p u e d e n d e s c u b rir co n d e le ite u n a se rie
d e re c e ta s q u e los p r o te g e n d el d o lo r d e vivir, re c e ta s q u e n o les van
e n zaga a las d e los m ás fam o so s c u ra n d e r o s d e los tie m p o s a n tig u o s.
E n e m ig o ta n to d el P ro z a c 24 c o m o d el psico an álisis, D avid S ervan-
S c h re ib e r afirm a , p o r e je m p lo , q u e la m e jo r m a n e r a d e lu c h a r c o n ­
tra la d e p r e s ió n es c o n s u m ir á c id o s g ra so s y p ra c tic a r m o v im ie n to s
d e re la ja c ió n o cu lar, c o m e r p e s c a d o y v e rd u ra s e n vez d e c a r n e y fe­
c u le n to s, o h a c e r d a r v ueltas al iris p a r a irrig a r m e jo r el c e re b ro . S o n
éstos a lg u n o s d e los m é to d o s q u e p r o p o n e este n u e v o d o c to r d e l al-

El lector encontrará en el anexo de este libro la lista no exhaustiva de las m edi­


cinas paralelas censadas por la Organización M undial de la Salud (OMS). En Francia,
se calcula en 100.000 la cantidad de profesionales paralelos entre los cuales figuran
tanto diplom ados en m edicina o psicología com o astrólogos, videntes o gurúes de sec­
tas “curanderistas”. Sin em bargo, es preciso m anejar con prudencia esas cifras puesto
que ningún sondeo serio ha sido efectuado hasta ahora (véase Jean-M arie Abgrall, Les
charlatans de la santé, op. cit.).
* Famoso rem edio psicotrópico de la clase de los antidepresivos.
m a y el c u e rp o . A d if e r e n c ia d e R ika Z arai, d ic e b a s a rse e n la m e d i­
c in a cien tífic a: “C a d a u n o d e m is m é to d o s — a firm a — h a sid o v erifi­
c a d o c ie n tífic a m e n te c o n e s tu d io s q u e o fre c e n g a r a n tía s d e rig o r y
c r e d ib ilid a d ”.25
P ara h a c e r fru ctificar sus d escu b rim ie n to s, D avid S ervan-S chreiber,
q u e se d e c la ra fav o rab le a la in tr o d u c c ió n d e las m e d ic in a s p a ra le la s
d e n tro d e la m e d ic in a cien tífica, h a c re a d o así u n a n u ev a te ra p ia e m o ­
c io n a l d el m o v im ie n to o cu lar, c e rc a n a a la a u to h ip n o sis: el EMDR (Eye
movevient desensitization a n d reprocessing). P e ro in v e n tó a d e m á s u n a
“lá m p a r a ” q u e , e n el m o m e n to a n te s d e d e s p e rta rs e , d if u n d e u n a luz
q u e r e p r o d u c e la d el sol n a c ie n te . D io a su in v e n to el n o m b r e d e “si­
m u la d o r d el a lb a ”. P a ra te rm in a r, h a in v e rtid o sus e n e rg ía s e n la c o n s­
titu c ió n d e u n a so c ie d a d , Iso d is N a tu ra , q u e c o m e rc ia liz a el “c o m p le ­
m e n to a lim e n tic io O M 3 ”.
Al ig u a l q u e R ika Z a ra i, D avid S e rv a n -S c h re ib e r p r e c o n iz a u n a
m e d ic in a b a s a d a e n su sta n c ia s lla m a d a s “n a tu r a le s ”, d ife re n te s d e las
d e la h o m e o p a tía , p e ro p o c o activas o q u e a c tú a n p o r e fe c to d e p la ­
ceb o . Y sin e m b a rg o , u n a y o tr a n o tie n e n el m ism o e s ta tu to legal. E n
el caso d e R ita Z arai y d e sus ém u lo s, el C o n se jo d el C o le g io d e M é­
d ic o s sie m p re p u e d e in ic ia r a c c io n e s ju d ic ia le s, sin n e c e s id a d d e q u e
ex ista u n a d e n u n c ia d e te rc e ro s , p o r ejercic io ilegal d e la m e d ic in a ,
m ie n tra s q u e , c u a n d o se tra ta d e u n m ie m b ro de ese C o n sejo , éste só­
lo p u e d e in te rv e n ir si se h a d e p o s ita d o u n a d e n u n c ia . L os q u e r e lla n ­
tes d e b e n a p o r ta r e n to n c e s la p r u e b a d e q u e los m é d ic o s h a n tra ta ­
d o c o n su stan cias in a d e c u a d a s e n fe rm e d a d e s q u e n o tie n e n n a d a q u e
ver co n ese tra ta m ie n to : c á n c e re s, e n fe rm e d a d e s infeccio sas o c a rd io ­
v ascu lares, etc. A h o ra b ie n , D avid S e rv a n -S c h re ib e r n o está in c lu id o
en esa c a te g o ría , ya q u e se o c u p a s o la m e n te d e los tra s to rn o s d el al­
m a y n o d e las e n f e rm e d a d e s o rg á n ic a s, a u n q u e n o v acile e n afirm ar,

2r>Palabras de David Servan-Schreiber recogidas por Le Nouvel Observateur en una


sección titulada “Vencer la ansiedad, la depresión, el estrés, sin Freud ni píldoras. La
nueva m edicina del cuerpo y del alm a”, 21-27 de agosto de 2003. Véase tam bién David
,
Servan-Schreiber, Guérir le stress Vanxiété, la dépression sans médicaments ni psychanalyse,
París, Laffont, 2003 (400.000 ejem plares vendidos; en u n editorial del 22 de febrero
de 2004, el diario Le Monde califica a David Servan-Schreiber de “gurú de una nueva
m edicina”). Se puede consultar asimismo Rika Zarai, Ma rnJderine naturelle, C a rrero /
Michel Lafon, 1984 (un m illón y m edio de ejem plares vendidos).
p o r o tr o lad o , a le g a n d o b asarse en trab a jo s ep id e m io ló g ic o s, q u e el
c o n s u m o del p e sc a d o d ism in u y e los riesg o s d e cá n c e r.!r'
P ero , ¿cuáles son, e n to n c e s, e n re a lid a d , las “v e rd a d e ra s e n fe rm e ­
d a d e s ” tra ta d a s “e fic a z m e n te ” p o r los m é d ico s q u e r e c e ta n a sus p a­
cie n te s su stan cias ineficaces? L a re sp u e sta es sim ple: so n “e n f e rm e d a ­
d e s del a lm a ”, es d ecir, “e n f e rm e d a d e s ” q u e n o se tra ta n e n p rin c ip io
sin o so b re la base d e la su g e stió n o la re la c ió n d e tra n s fe re n c ia , y q u e
sólo los v e rd a d e ro s “m é d ico s d e l a lm a ” e s tá n h a b ilita d o s p a r a tratar,
te n g a n o n o d ip lo m a s d el E stado: p sicó lo g o s clínicos, p siq u iatras, psi­
co a n alistas, p sic o te ra p e u ta s. ¿E starán esto s ú ltim o s a lg ú n d ía a u to ri­
za d o s a d e s ig n a r c o m o c h a rla ta n e s a los m é d ic o s d is p e n s a d o re s d e
su stan cias in o p e ra n te s y c a re n te s d e fo rm a c ió n e n los d ife re n te s m é­
to d o s d e a b o rd a je d e l p siquism o?
En é p o c a s re c ie n te s, u n tal L oic L e R ib au lt, p e rito c o rte ja d o d u ­
ra n te a ñ o s p o r el M in iste rio d e Ju sticia , g e ó lo g o d e fo rm a c ió n e in ­
v e n to r d e u n m é to d o “c ie n tífic o ” d e s tin a d o a id e n tific a r c rim in a le s,
fu e llevado a ju ic io p o r el C o leg io d e M éd ico s p o r h a b e r in v e n ta d o
u n a su stan cia m ilag ro sa, el silanol, d e s tin a d a a c u r a r las artro sis, las
m o rd e d u ra s , las ro tu ra s d e lig a m e n to s, la so riasis y o tra s a fe c c io n e s
d e l m ism o tip o . A c la m a d o p o r los p a c ie n te s a los cu a le s esa p o c ió n
p a re c ía c o n v e n irle s, h izo sa b e r d u r a n te el ju ic io , e n e n e r o d e 2004,
q u e s e te n ta p ro d u c to s sim ilares al suyo se c o m e rc ia liz a b a n le g a lm e n ­
te e n las farm ac ia s sin q u e el C o leg io d e M éd ico s se in q u ie ta ra p o r
ello .27 C u a n d o se sab e, p o r o tr o la d o , q u e su stan cias ta n activas co m o
los p sic o tró p ico s so n re c e ta d a s a to n ta s y a locas p o r m é d ico s clín ico s,
in c o m p e te n te s e n p siq u ia tría , p o d e m o s v e r d a d e r a m e n te p r e g u n ta r ­
n o s q u ié n es el c h a rla tá n d e q u i é n .. . ’8
E n v irtu d de las leyes d e m a rz o d e 2002, in tr o d u c id a s e n F ra n c ia

*' Muchos trabajos epidem iológicos han m ostrado que algunos cánceres se vincu­
lan al consum o de grasas. Pero no hay nada que pruebe, si se exam inan los casos uno
por uno, que se pueda preservar a un sujeto de ese tipo de cáncer por m edio de regí­
m enes alim enticios específicos.
27 Consúltese H uguesjeanneaud, “Le procés d u professeurT ournesol”, Le Journal
du Dimancke, l~ de febrero de 2004.
La Academia d e Medicina d enunció en 1997 el exceso de recetas. El lector pue­
de leer tam bién É douard Zarifian, Le Prix du bien-etre. Psychotrope el société, París, Odile
Jacob, 1996.
en el C ó d ig o d e S alu d P ú b lic a ,-IJ se e s tip u la q u e “n o p u e d e p ra c tic a r ­
se n in g ú n a c to m é d ic o y n in g ú n tra ta m ie n to sin el consentimiento libre
y esclarecido d e la p e r s o n a y ese c o n s e n tim ie n to p u e d e a n u la rs e e n to ­
d o m o m e n to ”. P e ro la ley p re c isa , asim ism o , q u e “te n ie n d o e n c u e n ­
ta su e s ta d o d e sa lu d y la u rg e n c ia d e las in te r v e n c io n e s re q u e rid a s
p o r a q u é l, to d a p e r s o n a tie n e d e r e c h o a re c ib ir el tr a ta m ie n to m ás
a d e c u a d o y g o z a r d e las te ra p ia s d e re c o n o c id a e fic a c ia y q u e g a r a n ­
tic en la m a y o r se g u rid a d sa n ita ria , h a b id a c u e n ta d e los c o n o c im ie n ­
tos m é d ic o s ya p u e s to s a p r u e b a . Los acto s d e p re v e n c ió n , in v estig a­
c ió n o c u id a d o s, e n el c o n te x to d e la e v o lu c ió n d e los c o n o c im ie n to s
d e la m e d ic in a , n o d e b e n h a c e r c o r r e r riesgos d e s p ro p o r c io n a d o s en
c o m p a r a c ió n c o n el b e n e fic io e s p e r a d o ”.
C o m o se ve, el le g is la d o r c o n s id e r a q u e to d o su je to tie n e d e r e ­
c h o a re c h a z a r u n tr a ta m ie n to — y p o r c o n s ig u ie n te a p o n e r en p e li­
g ro su v id a— a c o n d ic ió n d e q u e se h ay a in f o rm a d o d e q u e ese tra ta ­
m ie n to p r e s e n te u n a e fic a c ia re a l d e s d e el p u n to d e v ista d e los
c o n o c im ie n to s m é d ico s. D ic h o d e o tr o m o d o , u n p a c ie n te a fe c ta d o
p o r u n c á n c e r p u e d e re c h a z a r sin n in g ú n p ro b le m a h a c e rse c u ra r p o r
la m e d ic in a , c o n la p rev ia c o n d ic ió n d e q u e el m é d ic o h ay a o b te n id o
su c o n s e n tim ie n to lib re y e s c la re c id o ,30 d e s p u é s d e h a b e r lo in fo rm a ­
d o d e los p e lig ro s q u e p o d r ía c o r r e r si se su s tra je ra a la c iru g ía, a la
q u im io te r a p ia o a la r a d io te r a p ia (es decir, a los ú n ic o s tra ta m ie n to s
e fic ac es e n este c a m p o ) p a r a d irig irse a u n h o m e ó p a ta o a u n psico-
te r a p e u ta . P e ro , e n e ste caso, ¿ p o d e m o s d e c ir q u e el p a c ie n te está
r e a lm e n te e n c o n d ic io n e s d e to m a r u n a d e c is ió n “lib re y e s c la re c i­
d a ”? S u v o lu n ta d d e e lu d ir el tra ta m ie n to eficaz p a r a e n tre g a rs e a la
m e d ic in a paralela^ q u e lo lle v ará n e c e s a r ia m e n te a la m u e rte , ¿es a
c o n s e c u e n c ia d e u n a a lu c in a c ió n , d e u n a p sico sis, d e u n d e s e o in ­
c o n s c ie n te d e su ic id io , d e su te r r o r o d e u n a d e c is ió n lib r e m e n te
a c e p ta d a d e m o rir?
¿N o p o d e m o s d e c ir e n to n c e s q u e el “c o n s e n tim ie n to ” d e ese pa-

29 Joumat Offiáel, 5 de m arzo de 2002. Ley 2002-2003 del 4 de m arzo de 2002, re­
ferida a los derechos de los enferm os y la calidad del sistema de salud.
"■Remito a la excelente ponencia d e Roland Gori, “Le nourrisson savant dans les
logiques du consentem ent", coloquio de Aix-en-Provence sobre el consentim iento, 21
de septiem bre de 2003.
c íe n te d e b e c o n s id e ra rs e “in o p e r a n t e ”, así c o m o lo es, s e g ú n la ley
fra n ce sa, to d a d e c isió n d e u n a p e r s o n a q u e “c o n s ie n te ” e n se r escla­
va, aju stic iad a o m u tila d a ? En re a lid a d , las cosas so n m ás co m p lejas.
E n efecto , n in g ú n m é d ic o p u e d e o b lig a r a tra ta rs e a u n p a c ie n te en
p e lig ro d e m u e rte , sie m p re q u e éste h ay a sid o “e s c la re c id o ” a c e rc a
d e la n a tu ra le z a d e su e n f e rm e d a d . P e ro ¿q u é d e b e h a c e r u n h o m e ó ­
p a ta c u a n d o u n p a c ie n te le p id e q u e le re c e te u n a su sta n c ia inactiva?
¿D ebe in fo rm a rlo d e la ra d ic a l in e ficac ia d e esa su stan cia en este ca­
so preciso? Es s e g u ro q u e sí. P e ro e n to n c e s , ¿c ad a h o m e ó p a ta n o tie­
n e acaso el d e b e r d e in fo rm a r a to d o p a c ie n te q u e las d ilu c io n e s q u e
él re c e ta so n sustancias n o activas q u e sólo a c tú a n p o r su g estió n ? ¿C a­
d a h o m e ó p a ta d e b e d e c la ra rse u n “c h a r la tá n ” a p e s a r d e q u e se a m é ­
d ic o y esté e n p o se sió n d e u n d ip lo m a legal esp ec ífico lla m a d o “m e ­
d ic in a n a tu r a l”?
E n 1926, al to m a r la d e fe n s a d e su am ig o T h e o d o r R eik ,31 F re u d
su b ray ó c u á n p e lig ro so e ra p o n e r s e a p e rs e g u ir a los c h a rla ta n e s d e
m a n e ra in c o h e r e n te : “P e rm íta n m e d a r al té rm in o ‘c h a r la tá n ’ el se n ­
tid o q u e se m e re c e y n o su sig n ific ac ió n legal. P a ra la ley, es c h a r la ­
tán el q u e c u ra a e n fe rm o s sin p r o b a r q u e p o se e u n d ip lo m a m é d ic o
estatal. Yo p re f e r ir ía o tr a d e fin ic ió n : es c h a rla tá n q u ie n p r e te n d e e m ­
p r e n d e r u n tra ta m ie n to sin p o s e e r los c o n o c im ie n to s n i las c a p a c id a ­
d e s re q u e rid o s . B a sá n d o m e e n e s ta d e fin ic ió n , m e atre v o a a firm a r
q u e — n o s o la m e n te e n los p aíses d e E u ro p a — los m é d ic o s su m in is­
tra n al p sico an álisis su c o n tin g e n te m ás s u rtid o d e c h a rla ta n e s . M uy
a m e n u d o , p ra c tic a n el tra ta m ie n to p sic o a n a lític o sin h a b e rlo a p r e n ­
d id o y sin c o m p r e n d e r lo ”.32
Si, a p esar d e la f u e rte o p o sic ió n d e l c u e r p o m é d ic o , la m e d ic in a
d e E stad o h a a c e p ta d o a c o g e r e n su s e n o u n s a b e r o c u lto ,33 esto es, la
h o m e o p a tía , c o n firié n d o le la d ig n id a d d e u n a m e d ic in a d e n o m in a ­

31 T heodor Reik (1888-1869), psicoanalista norteam ericano de origen austríaco,


fue acusado en 1926 de ejercicio ilegal de la m edicina porque practicaba curas psicoa­
nalíticas sin ser médico.
" Sigm und Freud, “Análisis profano", Obras completas, t. XX, Buenos Aires, Amo-
r'rortu, 1979. Véase tam bién Roland Gori, ‘Totis psychothérapeutes?”, Cultures en Mou-
vement, 65, marzo de 2004. Volveré a tratar esta cuestión capital en el capítulo v.
,:l En Gran Bretaña, la hom eopatía es reconocida como u n a m edicina denom ina­
da “natural”, pero los profesionales que la practican no están obligados a ser m édicos.
d a “n a t u r a l”, y si hoy e n d ía ya n o es cap az d e d is tin g u ir e n t r e la p r á c ­
tica m é d ic a y m e ro s co n sejo s d e n u tric ió n , ello sig n ific a q u e la m e d i­
c in a d e E sta d o n o está ta n e x e n ta d e irra c io n a lid a d c o m o lo d e ja e n ­
te n d e r.
Las re la c io n e s q u e se h a n te jid o e n O c c id e n te e n t r e los p a c ie n ­
tes, los m é d ic o s y el E sta d o n o s h a c e n ver m u y b ie n , u n a vez m ás, h as­
ta q u é p u n to re s u lta c e n tra l la e x tr a ñ a fig u ra d e l c h a r la tá n e n la h is­
to ria d e las te ra p ia s d e l c u e r p o y el alm a. C u a n to m á s p r e te n d e u n
d is c u rs o c ie n tífic o e r r a d ic a r las c re e n c ia s, b a s á n d o s e e n u n a p o lític a
d e v ig ila n c ia , s e g u rid a d y p e r ita je d e n o m in a d a “c ie n tíf ic a ” o e n el
c o n tro l d e los p u e b lo s y las c o n c ie n c ia s, ta n to m ás fav o rec e el su rg i­
m ie n to d e n u e v o s c h a r la ta n e s q u e , p o r o tr o la d o , se p a r e c e n ta n to
e n t r e sí q u e sólo p u e d e a d o p ta r lo s o e s tig m a tiz a rlo s a lte rn a tiv a m e n ­
te. P e ro el c h a rla tá n q u e se q u ie r e e x c lu ir d e la c o m u n id a d , u tiliz a n ­
d o m e n o s u n a ra z ó n q u e u n a c ie n c ia e rig id a e n re lig ió n , c o n s e rv a
s ie m p re su p re se n c ia , ya sea a fu e ra d e los g ra n d e s sistem as q u e se h a n
p r o p u e s to a b o lirlo c o m o a d e n tr o d e ello s, e n el c a so d e q u e ésto s
q u ie ra n in te g ra rlo . Al m o d o d e u n a d r o g a o u n e s p e c tro , está sie m ­
p re allí, a c e c h a n d o e n m e d io d e las so m b ra s, s e m e ja n te a eso s m o n s ­
tru o s d e G oya q u e viven e n el r e in o d e los s u e ñ o s. Si q u e r e m o s im p e ­
d ir q u e e jerza sus p o d e re s d a ñ in o s , hay q u e te n e r c la ro q u e n u n c a lo
lo g ra re m o s , n i m e d ia n te la caza d e b ru jas, ni m e d ia n te p e sq u isa s su ­
p u e s ta m e n te cien tífic as, ni p o r el re c o n o c im ie n to p u r o y s im p le (cu­
yos e fe c to s so n e v id e n te m e n te p e rv e rso s).
D e sd e fin e s d e l siglo x ix , las p o lític a s h ig ie n ista s d e sa lu d tu v ie­
r o n d o s c o m p o n e n te s : u n o e r a p ro g re sista , h u m a n is ta y ra c io n a l, y
a p u n t a b a a m e jo r a r la sa lu d d e la p o b la c ió n m e d ia n te la d e te c c ió n
y c u r a c ió n p o sib le d e las e n f e rm e d a d e s o rg á n ic a s m ás im p o rta n te s ;
el o tro , fra n c a m e n te r e a c c io n a rio , o c u lto y m o rtífe ro , va a d e s e m b o ­
c a r e n el e u g e n ism o , es d ecir, e n u n a id e o lo g ía d e la e lim in a c ió n d e
la “r a z a ” m ala, ca lific ad a c o m o “e n f e r m a ”, e n p ro v e c h o d e la b u e n a ,
c a lific a d a d e “s a n a ”.3'1
Es así c o m o n o fu e la c h a r la ta n e r ía c o m o tal la q u e a rro jó a los
tr e n e s q u e lle v a ría n a A uschw itz a m illo n e s d e r e p r e s e n ta n te s d e la

3-1Véase Michel Foucault, La volonté de savoir, París, Gallim ard, 1976 [La voluntad
de saber, México, Siglo XXI, 1997].
“m a la ra z a ” (ju d ío s, g ita n o s, h o m o se x u a le s, testig o s d e j e h o v á ) , sino
q u e ta m b ié n lo h iz o u n e u g e n is m o f a n á tic o d e riv a d o d e la c ie n c ia
m é d ic a m ás e la b o ra d a d e E u ro p a . L a c ie n c ia m ism a h izo p o sib le, e n ­
ton ces, el h o r r o r d e l g e n o c id io , d isfraz ad a d e s a b e r o c u lto y p e rv e r­
tid a p o r u n a c h a r la ta n e r ía d e E stad o . Y se sa b e q u e los p rim e ro s ex ­
p e rim e n to s d e e x te rm in a c ió n se p r a c tic a ro n c o n e n fe rm o s m e n tales.
H itle r fu e sin d u d a el m a y o r c h a r la tá n d e O c c id e n te , a d e p to a la
n a tu ro p a tía y a los re g ím e n e s v e g e ta ria n o s; p e r o c o n trib u y e ro n a su
p o lític a cien tífic o s d e alto nivel, e n tr e los cu a le s h a b ía u n a c a n tid a d
im p re s io n a n te d e m é d ico s: “Los m é d ico s, p siq u ia tra s, b ió lo g o s, e s p e ­
cialistas e n g e n é tic a y a n tro p ó lo g o s q u e c o la b o r a r o n e n el p ro y e c to
nazi — esc rib e B e n o it M assin— n o e r a n p sic ó p a ta s m a rg in a le s, sin o a
m e n u d o las fig u ra s m ás e m in e n te s d e n tr o d e sus resp ectiv as c o m u n i­
d a d e s científicas. Su c o m p ro m is o se in sc rib ía e n la tra d ic ió n c e n tra l
d e la in v e stig a ció n a n tro p o ló g ic a y b io m é d ic a a le m a n a d e s d e h a c ía
se se n ta a ñ o s ”.3’"’
A c tu a lm e n te sa b em o s q u e la v o lu n ta d fa n á tic a d e “h ig ie n iz a r” el
c u e rp o y las co n c ie n cia s c o rre el p e lig ro d e tra n sfo rm a rse e n u n p ro ­
yecto d e e rra d ic a c ió n d e to d o desvío y tie n e c o m o objetivo el c o n tro l
n o ya d e la salud física, sino d e la salud d e n o m in a d a “rac ial” o “m e n ta l”.
N a c id a a p r in c ip io s d e l siglo x ix y fa v o re c id a p o r la p u e s ta e n
p rá c tic a d e la n u ev a m e d ic in a cie n tífic a y estatal, la p siq u ia tría a d o p ­
tó u n e n fo q u e ra c io n a l d e l f e n ó m e n o d e la lo c u ra b ajo el im p u lso d el
m é d ic o e id e ó lo g o P h ilip p e P in el. L ib e ró al lo c o d e su e s ta tu to d e in ­
se n sa to e h izo d e él u n a lie n a d o , h a b ita d o p o r u n re s to d e ra z ó n .36 Al
volverse m é d ic o , el a lie n ista se h iz o así h e r e d e r o d e l s a c e rd o te y su
fu n c ió n co n sistió e n cónsolar al e n f e rm o a p o r tá n d o le a y u d a y c o m p a ­
sión. P ero a ese a rte d e c o n s o la r se a ñ a d ía el d e clasificarlas d ife re n ­
tes fo rm a s d e lo c u ra a través d e g ra n d e s n o so lo g ías q u e p e r m itía n d e ­
fin ir u n a clín ic a y p r o p o n ía n u n tra ta m ie n to . D ic h o d e o tr o m o d o , el
p siq u ia tra d e este n u ev o o r d e n m é d ic o salid o d e la R e v o lu c ió n d e b ía
in v e n ta r clasificacio n es q u e n o sólo se ría n c o d ific a c io n e s d e co m p o r-

3a Paul W eindling, L'Hygiéne de la race, t. I, L’Hygiene raciale et eugénisme medical en


Allemagne, 1870-1933, París, La Découverte, 1998, prefacio de B enoíi Massin.
3r>Véase Jan Goldstein, Consoler et classijier: L ’essor de la psychiatrie franfaise, Le Ples-
sis-Robinson, Synthélabo, colección “Les em pécheurs de penser e n ro n d ”, 1997.
ta m ie n to , sin o d e o tra s ta n ta s m a n e ra s d e in te g r a r al lo co , e n ta n to
su je to d e d e r e c h o , e n el e sp a c io j u r íd ic o s u rg id o d e la D e c la ra c ió n
d e los D e re c h o s d e l H o m b r e y d el C iu d a d a n o .
L a p s iq u ia tría va a vacilar in d e fin id a m e n te d u r a n te u n siglo e n ­
tre d o s e x p lic a c io n e s d e la e n f e rm e d a d m e n ta l. U n a d e ellas se rá p r o ­
g resista, b a s a d a al m ism o tie m p o en la c a u sa lid a d p síq u ic a y e n la vo­
lu n ta d d e c u ra r, la o tr a se rá ríg id a y va a fo ca liza rse e n la c a u sa lid a d
o rg á n ic a p a r a h a c e r e n tr a r el p siq u ism o e n las c a te g o ría s d e u n bio-
pocler. E n el p r im e r caso, el p a c ie n te y el m é d ic o p o n e n e n p rá c tic a
u n a a lia n z a te ra p é u tic a d e tip o tra n s fe re n c ia l o p s ic o d in á m ic o . E n el
s e g u n d o , el p a c ie n te se e x p o n e a q u e se c la sifiq u e n sus n e u r o n a s y
sus c o m p o rta m ie n to s , o a q u e se e fe c tú e el ra s tre o d e sus fu n c io n e s
o rg á n ic a s, e n re s u m e n , a u n v e r d a d e r o n ih ilism o te ra p é u tic o , el m is­
m o q u e h a triu n fa d o hoy en d ía co n la u tiliza ció n ab u siv a m e n te “c ie n ­
tífic a ” d e los p ro d u c to s p sic o tró p ic o s.
A fin es del siglo XIX, n o e x istie n d o tod av ía la farm ac o lo g ía , se c o n ­
sid e ra b a q u e el e n c ie rr o e r a la ú n ic a m a n e r a d e c u r a r la lo c u ra . Las
la rg as e sta d ía s e n los asilos se h a b ía n c o n v e rtid o en ese e n to n c e s , co ­
m o lo es hoy la ca m isa d e fu e rz a , e n el ú n ic o tr a ta m ie n to p o sib le d e
to d a s las e n fe rm e d a d e s m e n ta le s. F u e ésa la é p o c a d e la te o ría d e la
h e re n c ia -d e g e n e ra c ió n , la cu a l se im p u s o e n m u c h o s c a m p o s d el sa­
b e r a n te s d e d e r r u m b a r s e e n 1905. R e d u jo la e n f e rm e d a d m e n ta l a
u n a ca u sa lid a d e s tric ta m e n te o rg á n ic a , q u e c o n d e n a b a al fracaso la
id e a m ism a d e su b jetiv id ad .
In m e d ia ta m e n te d e sp u é s d e esa d e c lin a c ió n , las p sic o te ra p ias, h e ­
re d a d a s d e las a n tig u a s c re e n c ia s en c u ra c io n e s m ilag ro sas, in te n ta ­
r á n a p o r ta r u n a so lu c ió n c u ra tiv a a las e n f e rm e d a d e s p síq u icas, p o r
fu e ra d e la c ie n c ia m é d ic a y sus p o lític a s estatale s. S erá el m ism o es­
p a c io e n d o n d e el p sicoanálisis, d isc ip lin a laica y ra c io n a l, va a resti­
tu ir al su je to su lugar, e n u n disp o sitiv o d o n d e la p a la b ra , c o m o ex ­
p r e s ió n d e l in c o n s c ie n te , e s c a p a a to d a p o lític a d e v ig ilan c ia q u e
p u d ie r a a s p ira r a h ig ie n iz a r el p siq u ism o . Se d e s a rro lla rá e n alian z a
c o n u n a m e d ic in a c ie n tífic a y e n el s e n o d e la p siq u ia tría , a la cu al
a p o r ta r á u n a n u ev a v ita lid a d , sin d e ja r d e a lim e n ta r c o n su e x p e rie n ­
cia c lín ic a las diversas escu elas d e p s ic o te ra p ia d e l m u n d o o c c id e n tal.
LAS PSICOTERAPIAS
D esd e q u e el m é d ic o inglés D an ie l H ack T uke c re ó e n 1872 el té r­
m in o “p s ic o te ra p ia ”, q u e se p o p u la riz ó lu e g o e n F ra n c ia g ra c ia s a
H ip p o ly te B e rn h e im , este m é to d o d e tra ta m ie n to d e las e n f e rm e d a ­
d es lla m a d as “p s íq u ic a s ”1 se e x p a n d ió a m p lia m e n te e n el m u n d o o c­
c id e n ta l, so b re to d o e n los E stad o s U n id o s, h asta el p u n to d e q u e es
im p o sib le d e fin irla a h o r a c o m o u n a d isc ip lin a s in g u la r p o s e e d o ra d e

' Daniel Hack Tuke (1827-1895), bisnieto de William Tuke (1732-1822), él mismo
fundador d e la psiquiatría inglesa, pertenecía a una larga generación de clínicos filán­
tropos apegados, como el m édico francés Hippolyte Bernheim (1840-1919) a la idea
de tratar las enferm edades psíquicas por la palabra. Las enferm edades denom inadas
“psíquicas” — o enferm edades “d e los nervios”— m erecían tradicionalm ente la desig­
nación de “neurosis” (histeria, angustia, obsesiones) y tienen que ver con la psicotera­
pia, m ientras que las enferm edades llam adas “m entales”, es decir, las psicosis (la locu­
ra), pertenecen más bien a la esfera de la psiquiatría, al igual que las enferm edades
que se dio en llam ar “de h u m o r” (melancolía, depresión).
Se llama “psiquiatría dinám ica” o “psicodinám ica” al conju n to de las escuelas y
corrientes q ue se abocan a la descripción y la terapia de todas esas “enferm edades” de
acuerdo con una perspectiva dinám ica, es decir, haciendo intervenir un tratam iento
psíquico d u ran te el cual se instaura una relación de transferencia entre el terapeuta y
el enferm o (psicoterapia, psicoanálisis, psiquiatría, psicología clínica). C uando la psi­
quiatría pretende ser puram ente biológica u organicista —com o es el caso hoy en día,
con el predom inio de los tratam ientos farmacológicos—, sale de la esfera de la psiquia­
tría dinám ica.
Surgida en 1896, la psicología clínica es una práctica terapéutica difundida en
Francia por Pierre Ja n e t (1859-1947) y sus herederos. Basada en un enfoque psicodi-
náriuco, se funda en el diálogo directo y en un exam en basado en la observación de
las conductas individuales. Se enseña en la universidad, en el m arco de los estudios
de psicología, y los profesionales que la practican han recibido diplom as estatales, ai
u n fu n d a m e n to sistem a tiz ad o . A c tu a lm e n te , es p re fe rib le , e n vez d e
r e c u rr ir al té rm in o “p s ic o te ra p ia ”, h a b la r d e las p sic o te ra p ia s. ¿D e d u ­
cire m o s e n to n c e s q u e esa te ra p ia del a lm a es im p o sib le d e d efin ir, d a­
d a su fa n tá stic a ato m iz a c ió n ? P o r c ie rto , re s p o n d e m o s p o r la n e g a ti­
va a esta p r e g u n ta . P e r o la c o m p ro b a c ió n d e esa d iv e rsid a d , q u e d a
p r u e b a d e la ev o lu ció n de las so c ie d a d e s o c c id e n ta le s e n b u sca d eses­
p e r a d a d e h ig ie n e , b ie n e s ta r e in m o rta lid a d , d e b e r ía in c ita r a la p r u ­
d e n c ia a a u to re s d e clasific ac io n es, e v a lu a d o re s y e x p e rto s d e to d a
ín d o le .
C u a n d o u n o c o n su lta la lista (n o ex h au stiv a) d e las m e d ic in a s p a ­
rale las, e s ta b le c id a p o r la O M S, c o m p r u e b a u n a m e z c la r e a lm e n te
cu rio sa . Se aso cia n e n ella v arios m é to d o s clásicos d e p s ic o te ra p ia in ­
d iv id u al y g r u p a l (h ip n o sis, Gestalt-te ra p ia , p s ic o d ra m a ) , q u e n o p r e ­
s e n ta n a fin id a d a lg u n a c o n la c a te g o ría d e las m e d ic in a s p a ra le la s;
u n a ra m a d e la p sic o lo g ía (la p sic o lo g ía n e u ro fis io ló g ic a ), q u e n o co ­
rre s p o n d e a n in g ú n tip o d e m e d ic in a o p sic o te ra p ia ; u n falso sa b e r
d e tra d ic ió n o c u ltista (la a s tro lo g ía d ia g n ó stic a ) b a s a d o en la v id e n ­
cia y el e s o te rism o (e v e n tu a lm e n te o rg a n iz a d o s e n se cta s), y p o r ú lti­
m o u n a in c re íb le v a rie d a d d e “p r á c tic a s ” q u e se v in c u la n ya se a al
c a m p o d e las m e d ic in a s p a ra le la s (fito te ra p ia , irid o lo g ía , v en to sas,
sa n g ría s), ya a d iscip lin as esp iritu a le s y c o rp o ra le s n o te ra p é u tic a s (yo­
ga) y a m e n u d o se ctarias, ya a la n e b u lo s a d e las sectas ( d ia n o é tic a ) ,
ya a v e ce s, s im p le m e n te , a c u id a d o s estético s, tra ta m ie n to s re la ja n te s
o p a ra c o m b a tir el d o lo r (b a ln e o te r a p ia ) .
La lista ( n o ex h au stiv a) d e las p sic o te ra p ia s, q u e p o d e m o s e n c o n ­
tra r e n d ife re n te s lib ro s p u b lic a d o s p o r p siq u ia tra s o p sicó lo g o s, n o
es p a r a n a d a satisfacto ria. Así, p o r e je m p lo , e n u n lib ro re c ie n te , h o s­
til al p sicoanálisis y c o n o r ie n ta c ió n n e u ro c ie n tífic a y c o m p o rta m e n -
talista, J e a n C o ttra u x n o s p r o p o rc io n a u n a lista n o lim itativ a d e dos-

igual que los psiquiatras form ados en la Facultad de Medicina. Com o los psicoanalis­
tas, los psicoterapeutas pueden poseer diplom as del Estado, pero su form ación p ro fe ­
sional específica se efectúa en asociaciones privadas, reconocidas o no p o r el Estado
según los países. Véase H enri F. Ellenberger, Histoirecle la décauverlede l ’inconsácnl (1970),
París, Fayard, 1994. T rataré en el capítulo iv de este libro la cuestión de la psicología
clínica, así com o el problem a del reconocim iento p o r parte del Estado de la psicote­
rapia. Consúltense asimismo los anexos.
c ie n ta s n u e v e fo rm a s d e p sic o te ra p ia . A llí fig u ra n d isc ip lin a s q u e so n
e n su m ayoría v erd a d eras psico terap ias, p e ro e l a u to r ag re g a la a c u p u n ­
tu ra (m e d ic in a p a ra le la tra íd a p o r los je s u íta s d e su v u e lta d e C h in a
e n el siglo xvii), la m e d ita c ió n tib e ta n a y la m e d ita c ió n tra s c e n d e n ta l
( m é to d o s d e c o n c e n tra c ió n d e o r ig e n o r ie n ta l) . Las d o s ú ltim a s n o
so n te ra p ia s ni m e d ic in a s, p e r te n e c e n m ás b ie n al u n iv e rso d e las sec­
tas. A éstas se a ñ a d e la ta la s o te ra p ia ( tra ta m ie n to r e la ja n te u o r ie n ta ­
d o a c o m b a tir las artro sis o re u m a s) y, p o r fin , la to ta lid a d d e las g r a n ­
des c o rrie n te s p sic o a n a lític a s (Ego Psychology, c u ltu ra lis m o , k le in ism o ,
fre u d is m o , la c a n is m o ), las c u a le s n o so n e n a b s o lu to p s ic o te ra p ia s ,
sin o e sc u e la s clín icas q u e to m a n c o m o re fe re n c ia el sistem a d e l p e n ­
sa m ie n to f re u d ia n o y q u e se v in c u la n , p o r su h isto ria , a la g én e sis y el
d e s a rro llo d e la p s iq u ia tría d in á m ic a .2
P e ro lo m ás a s o m b ro s o es q u e el a u to r d e m a rra s lla m e “p sic o a­
nálisis a d le r ia n o ” a la e s c u e la d e p sic o lo g ía in d iv id u a l f u n d a d a p o r
A lfred A dler, d e s p u é s d e su r u p tu r a co n F re u d e n 1911, y “p s ic o a n á ­
lisis j u n g i a n o ” a la e s c u e la d e p s ic o lo g ía a n a lític a c r e a d a p o r C a ri
G ustav J u n g , d e s p u é s d e a b a n d o n a r el m o v im ie n to p sic o a n a lític o e n
1913. R e co n o z ca m o s, sin e m b a rg o , co m o ev id en c ia, q u e A d le r y ju n g
ro m p ie r o n c o n el c o n ju n to d e l siste m a c o n c e p tu a l a n a lític o p re c isa ­
m e n te p a ra in sc rib ir sus re sp e ctiv as escu elas e n la d e s c e n d e n c ia d e la
p s iq u ia tría d in á m ic a y al m ism o tie m p o e n la h e r e n c ia d e ja d a p o r las
p sic o te ra p ia s.3
Si c o n s u lta m o s a h o r a e l in fo rm e d e la A c a d e m ia d e M e d ic in a 11r e ­
d a c ta d o p o r P ie rre P ic h o ty F ran g o is A llillaire, nos p e rc a ta m o s d e q u e
las d e fin ic io n e s q u e ello s d a n d e las p sic o te ra p ia s, d e su h is to ria y d e
su m o d o d e im p la n ta c ió n e n F ra n c ia y en el m u n d o , so n re a lm e n te
a rb itra ria s. N o s o la m e n te a g r u p a n las c o rrie n te s e n c in c o c a te g o ría s
— h u m a n ista , ec lé ctica, co g n itiv o -c o m p o rta m e n ta lista , s is té m ic a y psi-

2 Para el problem a de la clasificación, rem ito a los anexos de este libro.


3 Véase Jean Cottraux, Les visileurs du soi. A quoiservent les psy?, París, Odile Jacob,
2004. El lector encontrará en el anexo un intento de clasificación de esas escuelas.
1 Pierre Pichot y Jean-F ranfois Allillaire, “Sur la p ratique de la psychothérapie”,
en nom bre de un grupo de trabajo, Bulletin de lAcadémie Nationale de Médecine, 2003,
187, 6, sesión del 1° de ju lio de 2003. Sobre ese inform e se basó B ernard Accoyer pa­
ra elaborar su enm ienda y Jean-F ranfois Mattei para rectificarla y construir su progra­
ma de salud m ental.
c o a n a lític a — q u e n o c o r r e s p o n d e n a n in g u n a re a lid a d p re c is a (ya
q u e to d a s ellas c o n fig u ra n u n f e n ó m e n o d e d im e n s ió n m u n d ia l) , si­
n o q u e a d e m á s d e s fig u ra n , e n el s e n tid o e s tric to d e l té rm in o , la his­
to ria d e esas c o rrie n te s . Así, los n o m b re s d e F re u d , M e lan ie K lein y
L acan n o se m e n c io n a n n u n c a , el d e C ari R o g e rs se aso cia co n u n a
e sc u e la q u e n o es e x a c ta m e n te la suya y, p a r a te rm in a r, el g ra n p si­
c o a n a lista y a n tro p ó lo g o n o r te a m e r ic a n o G re g o ry B a te so n , f u n d a d o r
d e la e sc u e la d e P a lo A lto, es calific ad o c o m o “p sic ó lo g o ”, co sa q u e
n u n c a fu e.
E n c u a n to a la c re a c ió n d e la p s ic o te ra p ia in s titu c io n a l, P ic h o t y
A llillaire la a trib u y e n a P h ilip p e P in e l, c u a n d o e n re a lid a d es G e o r­
g es D a u m é z o n q u ie n fo rjó ese té rm in o , e n 1953, p a r a d e s ig n a r u n a
te ra p é u tic a d e la lo c u ra q u e a sp ira b a a re f o rm a r la in stitu c ió n d el asi­
lo. E sta re fo rm a ya h a b ía sid o a p lic a d a bajo la é p o c a d e la O c u p a c ió n
e n el h o s p ita l d e S ain t-A lb an b ajo el im p u ls o d e L u c ie n B o n n a fé y
F ra n ^ o is T o sq u elles.5
“D u ra n te el siglo XX — e s c rib e n los d o s a u to re s m e n c io n a d o s — la
p s ic o te ra p ia estuvo lig a d a c o n el s u rg im ie n to d e l p sic o an á lisis, q u e
e n n u e s tro país sólo p e n e tr ó r e a lm e n te el e sp a c io p siq u iá tric o a p a r­
tir d e los a ñ o s c in c u e n ta , p e ro q u e r e p r e s e n tó h a s ta a lr e d e d o r d e los
a ñ o s o c h e n ta la base c o n c e p tu a l d e la m a y o r p a r te d e las p s ic o te ra ­
p ia s ”. C u a n d o u n o sab e q u e la p s ic o te ra p ia se d e s a rro lló paralelamen­
te A p sic o an á lisis e n to d a s p a r te s d e l m u n d o , y q u e se im p la n tó en
F ra n c ia antes d e la P rim e r a G u e r ra M u n d ia l y n o e n 1950, n o s p r e ­
g u n ta m o s si P ic h o t y A llillaire e stá n v e r d a d e r a m e n te ca lific ad o s p a ra
ev a lu a r la s itu a c ió n d e estas d isc ip lin a s e n F ra n c ia . ¿ H a b rá n o lv id a d o
q u e u n a m a y o ría d e p siq u ia tra s c re ó la SPP e n 1926? ¿S ab e n lo q u e
es u n a p sic o te ra p ia ? T e n e m o s d e r e c h o a d u d a rlo .
R e firié n d o n o s a h o r a a T o b ie N a th a n ,6 c o m p ro b a m o s q u e califica
al p sicoan álisis d e “falsa c ie n c ia ” c o n el p r e te x to d e q u e n o s e ría “eva-
lu a b le ”. L o d e fin e a d e m á s c o m o c ie n c ia “o c c id e n ta l”, e n la m e d id a

3 Véase Élisabeth Roudinesco, t. II, París, Fayard, 1986 [La batalla de cien años. His­
toria del psicoanálisis en Francia, Madrid, Fundam entos, 1993].
6 Psicólogo clínico, form ado en el psicoanálisis d e la SPP, allegado a Serge Lebo-
vici (1915-2000) y ex alum no de Georges D evereux (1908-1985), Tobie N athan es pro­
fesor de psicología en la Universidad de París vm y, actualm ente, encargado de misión
e n q u e s e ría in o p e ra n te ap lic a d o a las tres c u a rta s p a rte s d e la h u m a ­
n id a d . R e su lta d e ello q u e el p sic o an á lisis se ría u n a d o c trin a c a r e n te
d e s e rie d a d y p ro d u c to d e u n a m e n ta lid a d co lo n iz a d o ra . T obie N a th a n
le o p o n e las v irtu d e s d e las “p s ic o te ra p ia s ” q u e se h a d a d o en lla m a r
“tra d ic io n a le s ”, q u e p r e te n d e n a c tu a r “n o so b re el a lm a s in o so b re in ­
visibles, q u e n o u tiliza n la p a la b ra n i p ro v o c a n e m o c io n e s , sin o q u e se
rig e n p o r ritu a le s, sacrificio s d e a n im a le s, fa b ric a c ió n d e a m u le to s,
p le g a ria s o e x tra c c ió n d e o b je to s-so rtile g io s, e t c é te r a ”.7
Si se lo m ira m ás d e c e rc a , esta s “p s ic o te r a p ia s ” e q u iv a le n m ás
b ie n a c u ra s d e tip o c h a m á n ic o . P e r o esto n o im p o r ta d e m a s ia d o . E n
el m a rc o d e sus c o n su lta s y te n ie n d o e n c u e n ta su e n s e ñ a n z a , T o b ie
N a th a n p ro p o n e a alg u n o s d e sus a lu m n o s q u e se in ic ie n e n esas p rá c ­
ticas te ra p é u tic a s. P ie n sa q u e p o d r á n así tra ta r a p a c ie n te s p ro v e n ie n ­
tes d e la in m ig ra c ió n a fric a n a , f u e r a d e to d a r e f e r e n c ia a la p siq u e ,
c u a lq u ie ra q u e sea, c o n s id e ra d a n e c e s a ria m e n te c o m o “c o lo n ia l”. “E n
u n m o m e n to e n q u e e n to d a s las g ra n d e s m e tró p o lis es p o sib le c o n ­
cilia r te ra p ia s cien tíficas, c u ltu ra le s y relig io sas, d o n d e los p a c ie n te s
se o rg a n iz a n en g ru p o s colectivos y v ie n e n a in te r r o g a r a sus te ra p e u ­
tas p a r a p e d irle s e x p lic a c io n e s a c e rc a d e las c u ra s q u e ésto s les re s e r­
van, c re o q u e la ú n ic a a c titu d q u e n o s q u e d a c o n s iste e n a c o m p a ñ a r
a los u s u a rio s e n sus b ú s q u e d a s ”.8
P o r c o n s ig u ie n te , e n n o m b r e d e la v e r d a d e r a c ie n c ia , los “u su a ­
rio s” e n c u e stió n n o son m ira d o s c o m o su je to s — p r o c e d im ie n to d e ­
m a sia d o “o c c id e n ta l”—•, sin o c o m o o b je to s d e e x p e rim e n ta c ió n . F re n ­
te a u n g r u p o d e u n o s q u in c e te ra p e u ta s , in ic ia d o s e n los m é to d o s
lla m a d o s “tra d ic io n a le s ”, se los invita a r e la ta r sus su e ñ o s. E n fu n c ió n
d e la in te r p re ta c ió n q u e se les d a d e éstos, se los “o r ie n ta ” lu e g o h a ­
cia u n p ro to c o lo d e a u to te ra p ia : “Se le so licitó a u n a jo v e n p sicó tica,
d e o rig e n ca b ila — esc rib e Z e rd a lia D a h o u n e n u n a rtíc u lo crítico — ,

para la francofonía en B ujum bura (B urundi). En 1977, inauguró e n el hospital Avi-


cenne (en la periferia parisina de Bobigny), un servicio de consulta en etnopsiquiatría
y en 1993 fundó el centro Georges-Devereux, donde se cruzan psicoterapeutas de un
nuevo estilo.
7 Pierre PichotyT obie N athan, Quel avenirpour lapsychiatrie et la psycliothérapie?, Le
Plessis-Robinson, Synthélabo, col. “Les em pécheurs de to u m e r en ro n d ”, 1998, p. 40.
* Tobie N athan, “U n discours d érangeant su r la guérison”, Monde, 5 de febre­
ro de 2000.
q u e tra je ra al c o n s u lto rio u n h u e v o sa ca d o d e la h e la d e ra , q u e h a b r ía
p a s a d o la n o c h e al claro d e lu n a . Se le p id ió lu e g o q u e tra je ra o tro s
o b je to s. Los c u r a n d e r o s ca b ila u tiliz a n esta p rá c tic a , p e r o , e n el m a r­
co d e u n a c o n s u lta e n u n c e n tr o sa n ita rio , ésta p la n te a p ro b le m a s .
¿Se n e c e s ita r e a lm e n te to d a esta m a n ip u la c ió n p a r a su sc ita r el re la to
d e los su e ñ o s o p a ra p r o d u c ir f e n ó m e n o s d in á m ic o s e n u n a cu ra ?".9
Es así co m o , e n el m ás laico r e c in to d e la u n iv e rsid a d re p u b lic a ­
n a, se fo rm a n p sicó lo g o s co n d ip lo m a , q u e se c a ra c te riz a n a m e n u d o
p o r p a re c e rs e a los m o ra b ito s o m a g o s, a n im a d o s , c o m o a lg u n o s d e
sus p a c ie n te s, p o r la c o n v ic c ió n d e q u e fo rm a s d e m o n ía c a s e invisi­
b le s g o b ie r n a n el m u n d o . P e ro , s o b re to d o , lo q u e su sc ita n u e s tr o
a s o m b ro es q u e esos m ism o s psicó lo g o s d e l c e n tr o G eo rg es-D ev e re u x
r e c ib ie ro n e n 1998, p o r p a r te d e l M in iste rio d e A su n to s S ociales, el
m a n d a to d e a b rir u n c o n s u lto rio p ilo to d e s tin a d o a las v íctim as d e las
se c ta s .10 C o m o vem os, c ie n tism o , p e n s a m ie n to m á g ic o y r e h a b ilita ­
ció n d e las víctim as h a c e n b u e n a s m ig as e n u n d e p a r ta m e n to d e psi­
c o lo g ía d o n d e el p sico an álisis es c o n s id e r a d o b u r lo n a m e n te u n a fa l­
sa cien c ia.
P o r fin , si c o n s u lta m o s la o b r a d e A lain V ivien s o b r e las sectas,
n o s d a m o s c u e n ta d e q u e ese g ra n esp ec ialista fra n c é s e n la c u e stió n
a d o p ta al p ie d e la le tra las c o n c lu s io n e s d e u n a e n c u e s ta p a r la m e n ­
ta ria d e 1995 q u e u b ic a b a los m o v im ie n to s p sic o a n a lític o s e n la m is­
m a lista q u e las se ctas m ás c rim in a le s d e l p la n e ta , tales c o m o m o v i­
m ie n to s s a tá n ic o s o a p o c a líp tic o s , g r u p o s n e o p a g a n o s , o c u ltista s,
o rie n ta lista s, ev an g elistas y c u r a n d e r o s ." ¿Es é s te u n p r o c e d im ie n to
serio? E n vez d e c a ta lo g a r a la d isc ip lin a f re u d ia n a , e n la cu a l n o e n ­
c o n tra m o s n in g u n a se c ta (lo re p ito , n in g u n a , y v o lv e ré a tr a ta r este
p u n t o ) , e n u n a lista d e esta ín d o le , y a u n c u a n d o sus a so c ia c io n e s ex ­
h ib a n a veces u n a c o n d u c ta “s e c ta ria ”, ¿ n o se ría m ás p r u d e n te re fle ­
x io n a r so b re el m o d o e n q u e las sectas — las v e rd a d e ra s — se h a n ap o ­
d e r a d o d e l v o c a b u la rio y d e los m é to d o s d e l p sic o an á lisis p a r a lib ra r

9 Zerdalia D ahoun, “Les us et abus de I’ethnopsychiatrie”, Les Temps Morfemas, ju ­


lio-agosto de 1992.
10Léase Fran^oise Sironi, “Les laissés p our com pte de la psychanalyse”, Le Monde,
27 de noviem bre de 2003.
11 Alain Vivien, Les sectes, París, O dile Jacob, 2003.
la m ás fe ro z d e las b atallas c o n tra este ú ltim o y c o n tr a la m e d ic in a , las
cien c ias, la d e m o c ra c ia y las L uces?
P a ra e n te n d e r lo q u e so n a c tu a lm e n te las p sic o te ra p ia s, es p r e f e ­
rib le e x p lic ita r sus e s tru c tu r a s o rg a n iz a c io n a le s , e n vez d e in te n ta r
clasific ac io n es ineficaces. M ás d e se iscien tas e scu e las d e p s ic o te ra p ia
h a n flo re c id o e n el m u n d o d e s d e 1950, so b re to d o e n los E stad o s U n i­
dos, p aís p r o f u n d a m e n te re lig io so y c o m u n ita ris ta , p a r a r e s p o n d e r a
la in c re íb le d e m a n d a d e c u id a d o s p síq u ic o s f o rm u la d a p o r la so c ie­
d ad y p o r esas clases m e d ia s o b se sio n a d a s p o r el “c u lto d e sí”.12
C o m o las m e d ic in a s tra d ic io n a le s d e l alm a, y al ig u a l q u e el c h a ­
m a n ism o , todas las p sic o te ra p ias se b asan e n el p rin c ip io se g ú n el cual
el p r o c e s o d e la c u ra se v in c u la a la influencia q u e p u e d e e je r c e r el
te r a p e u ta so b re el p a c ie n te , y a la c re e n c ia d e é s te e n el p o d e r d e c u ­
r a r p o s e íd o p o r el c u ra d o r. P o r c o n s ig u ie n te , m a n tu v ie ro n s ie m p re ,
p o r u n la d o , u n a re la c ió n a m b ig u a c o n el p e n s a m ie n to m á g ico , e n
v irtu d d e la cu a l el p a c ie n te y el te ra p e u ta c r e e n e n la efic ac ia d e u n
tr a ta m ie n to fu n d a d o e n el p o d e r d e la ilu sió n , y, p o r o tr o la d o , te n ­
d ie r o n u n p u e n te c o n el p e n s a m ie n to ra c io n a l, el cu a l p e r m ite v eri­
ficar la “e fic a c ia ” real d e u n a c u ra im p o sib le d e ev a lu a r m e d ia n te p e ­
rita je s c ie n tífic o s. A dem ás, a d ife re n c ia d e las te o ría s cie n tífic a s d el
p s iq u is m o , y p a r tic u la r m e n te el p sic o a n á lisis, las p s ic o te ra p ia s so n
c u ltu ra lis ta s, relativistas o “é tn ic a s ”. S u o b je to n o r a d ic a e n la e sp e c i­
ficid ad d e la p siq u e e n g e n e ra l, sin o en tal o cual p siq u ism o , d e fin id o
s o b re la b ase d e su d ife re n c ia c o n o tro . P ro v ie n e d e a q u í su fa n tá sti­
ca d iv e rsid a d , ya q u e c a d a u n a d e ellas es c o n c e b id a p a r a a d a p ta rs e
a u n caso particu lar, a un g ru p o d e fin id o , a u n c o n te x to , a u n a e tn ia , a
u n p u e b lo , a u n a c a te g o ría , a u n m o m e n to h istó ric o , e tc é te ra .
H is tó r ic a m e n te , la p s ic o te ra p ia su rg ió d e la c u r a m a g n é tic a in ­
v e n ta d a a fines d e l siglo xvii p o r F ranz A n tó n M esm er, q u ie n ex p licab a
los tra s to rn o s p síq u ic o s so b re la base d e la e x is te n c ia d e u n “flu id o
m a g n é tic o ”. E n 1784, el m a rq u é s A rm a n d d e P u y sé g u r fu e el p r im e ­
ro e n m o s tra r la n a tu ra le z a p sic o ló g ic a y “n o f lu íd ic a ” d e la re la c ió n
te ra p é u tic a , re e m p la z a n d o la c u ra m a g n é tic a p o r u n e s ta d o d e su e­
ñ o d e s p ie r to (o s o n a m b u lism o ), q u e el m é d ic o esco c és J a m e s B raid ,

15Se en co n trará en el anexo del presente libro una lista (no exhaustiva) de las psi­
coterapias, las sectas y los m étodos paralelos.
e n 1843, lla m a rá “h ip n o s is ”. B e rn h e im va a r e e m p la z a r lu e g o el m é ­
to d o h ip n ó tic o p o r la su g e stió n , a b r ie n d o así el c a m in o a la id e a d e
u n a te ra p ia b asa d a fu n d a m e n ta lm e n te e n u n a p u r a re la c ió n d e tra n s­
feren c ia.
E n .1949, Lévi-Strauss situ a b a al p sic o an á lisis e n el re g is tro d e las
g ra n d e s técn icas d e su g e stió n y lo c o m p a r a b a c o n el m é to d o d e la c u ­
ra c h a m á n ic a , es decir, c o n u n a p s ic o te ra p ia “m á g ic a ”. E n el p rim e r
caso, se ñ a la b a e n r e s u m e n , el c h a m á n h a b la y p ro v o c a la “a b re a c -
c ió n ”, es decir, lib e ra los afecto s d e l e n fe rm o , m ie n tra s q u e , e n el se­
g u n d o caso, esta fu n c ió n es c u m p lid a p o r el m é d ic o q u e e s c u c h a , e n
el m a rc o d e u n a re la c ió n e n la q u e el e n f e rm o to m a la p a la b ra . I n d e ­
p e n d ie n te m e n te d e esta c o m p a ra c ió n , L évi-Strauss m o s tra b a q u e , e n
las so c ie d a d e s o c c id e n ta le s, la “m ito lo g ía p s ic o a n a lític a ” h a b ía servi­
d o c o m o sistem a d e in te r p re ta c ió n colectiv a. “A p a re c e así u n p e lig ro
co n sid e ra b le : q u e el tra ta m ie n to (sin q u e el m é d ic o , e n tié n d a s e b ie n ,
lo a d v ie rta ), lejo s d e c u lm in a r e n la re so lu c ió n , s ie m p re re s p e tu o s a
d el c o n te x to , d e u n tra s to rn o p re c iso , se r e d u z c a a la re o rg a n iz a c ió n
d e l u n iv e rso d e l p a c ie n te e n fu n c ió n d e las in te r p re ta c io n e s p sico a­
n a lític a s”.13
Si la c u ra se p r o d u c e p o r la a d h e s ió n d e u n a co lec tiv id a d a u n m i­
to f u n d a d o r q u e a c tú a c o m o u n sistem a d e re o rg a n iz a c ió n e s tru c tu ­
ral, ello sig n ific a q u e este siste m a e stá d o m in a d o p o r u n a “efic ac ia
sim b ó lic a ”. Lévi-Strauss d e d u c e d e allí la id e a , a n tic ip a d a ya e n 1950
e n la “I n tro d u c c ió n a la o b r a d e M a rc el M a u ss”, d e q u e lo q u e lla m a ­
m os “in c o n s c ie n te ” n o se ría m ás q u e u n lu g a r vacío e n q u e se re a li­
z a ría la a u to n o m ía d e u n a fu n c ió n sim b ó lica: “L o s s ím b o lo s so n m ás
re a le s q u e lo q u e ello s sim b o liz an , el sig n ific a n te p r e c e d e y d e te r m i­
n a al sig n ific a d o ”.11
P o d ría m o s o b je ta r a Lévi-Strauss q u e si la “m ito lo g ía p sic o a n a lí­
tic a ” so la m e n te se im p la n tó e n las p a rte s d e l m u n d o en q u e ex iste u n

wClaude Lévi-Strauss, “Le sorcier e t sa m agie”, Anthropologie stnicturale, París, Plon,


1958, p. 202 [“El hechicero y su m agia”, Antropología estructural, Buenos Aires, Eudeba,
1968, pp. 166-167].
11 Claude Lévi-Strauss, “ín tro d u c tio n á l’ceuvre de M arcel M auss”, Sociologie et
anlhropologie, París, PUF, 1950, p. XXXII [“Introducción a la obra de Marcel Mauss”, So­
ciología y Antropología, Madrid, Tecnos, 1979].
E sta d o d e d e re c h o (lo cu al co n stitu y e u n a e x c e p c ió n a to d a s las o tra s),
esto sig n ifica q u e el p sic o an á lisis n o es u n a m ito lo g ía n i u n a p sic o te ­
ra p ia , sin o u n a d isc ip lin a ra c io n a l q u e d e ja su b sistir e n su s e n o ras­
tro s d e c h a m a n is m o y p e n s a m ie n to m á g ico , sin q u e e llo sig n ifiq u e
q u e d e p e n d a d e éstos.
P o rq u e al a b a n d o n a r el h ip n o tis m o , la su g e stió n y la catarsis, lla­
m a n d o d e s p u é s “tr a n s f e re n c ia ” a la re la c ió n e n tr e el te r a p e u ta y el
p a c ie n te , F re u d in v e n tó el ú n ic o m é to d o m o d e r n o d e p s ic o te ra p ia
f u n d a m e n ta d o e n la e x p lo ra c ió n d e l in c o n s c ie n te y la s e x u a lid a d ,
c o n s id e r a d o s los d o s u n iv e rsa le s d e la su b je tiv id a d h u m a n a . A d o sa­
d o , p o r u n la d o , a u n a c lín ic a d e la e s c u c h a — h e r e d a d a d e la c lín ic a
d e la o b se rv a c ió n p r o p ia d e la m e d ic in a c ie n tífic a — y, p o r o tro , a u n
sistem a d e p e n s a m ie n to s u rg id o d e la tra d ic ió n g rie g a y a le m a n a d e
la filosofía, el psico an álisis d e jó d e ser u n a p s ic o te ra p ia e n s e n tid o es­
tric to . D isolvió, sin h a c e rlo s d e s a p a re c e r, los d o s g ra n d e s p rin c ip io s
d e c re e n c ia y su g e stió n q u e a n id a n e n el c e n tr o d e l d isp o sitiv o d e la
c u r a q u e c a ra c te riz a a la p sic o te ra p ia . A e ste re s p e c to , y c o n s id e ra d o
u n a ra m a d e la p siq u ia tría d in á m ic a , se a c e rc a m ás a la p sic o lo g ía clí­
n ic a y a la m e d ic in a (p siq u ia tría ) q u e a la p sic o te ra p ia .
P o r c o n s ig u ie n te , el p sic o an á lisis sostuvo d e s d e el c o m ie n z o , en
to d o s los p aíses d el m u n d o , u n a re la c ió n co n flictiv a c o n las o tra s fo r­
m as d e p sic o te ra p ia , ya sea p o r q u e d io a lim e n to a estas ú ltim a s p a r a
re c h a z a rla s d e s p u é s p o r c h a r la ta n e r ía , ya se a p o r q u e a lg u n o s re g la ­
m e n to s estatale s lo a m a lg a m a ro n c o n ella s,15ya sea p o r q u e les o p u s o
u n a fu e rte resisten c ia, p ro v o c a n d o así escisio n es y d isid en c ias.
E n c u a lq u ie ra d e estas h ip ó te sis, u n rasg o c o m ú n lig a e n tr e sí a
to d a s las escu elas d e p s ic o te ra p ia d e l siglo XX, ya q u e to d a s ellas se e n ­
ra íz a n e n ú ltim a in s ta n c ia e n la c a p a o r ig in a ria d e l m a g n e tism o , el
h ip n o tis m o y la su g e stió n . Se o rg a n iz a n d e u n m o d o id é n tic o , es d e ­
cir, e stá n r e p re s e n ta d a s p o r u n je fe q u e d e s e m p e ñ a la fu n c ió n d e te­
r a p e u ta y r e f e r e n te in te le c tu a l ta n to p a ra su g r u p o c o m o p a ra sus p a ­
c ie n te s . C re a d a , c a d a u n a d e ellas, p o r h o m b r e s o m u je re s q u e se
p r e s e n ta n c o m o f u n d a d o r e s d e u n sistem a d e p e n s a m ie n to , c o n d o c ­
trin a s p ro p ias, las escu elas d e p sic o te ra p ia d e s a p a re c e n a m e n u d o co n
la m u e rte d e sus f u n d a d o r e s , a veces p a ra c e d e r su lu g a r a o tra s es-

n Trataré este problem a en el capítulo v.


cu e la s o rg a n iz a d a s se g ú n el m ism o m o d e lo , o tra s veces p a r a volver a
in sc rib ir el p e n s a m ie n to d e l je fe en u n a h e r e n c ia cism ática.
En c o n s e c u e n c ia , c u a n to m á s a d h ie r e n estas escu e las a los g r a n ­
d es sistem as d e p e n s a m ie n to d e la p siq u ia tría d in á m ic a (F r e u d ,J u n g ,
A dler, Ja n et, e tc .), m e n o s c a e n e n la tra m p a d e d esv iarse h a c ia la p e r ­
so n a liz ació n ca rism á tic a y r e p e tid a d e sus je fe s. Y al revés, c u a n d o se
a p a rta n d e esos sistem as, c o r r e n e n to n c e s el riesg o d e a d o p ta r rasg o s
d e las o rg a n iz a c io n e s d e las sectas. Y c o m o el p u n to c o m ú n q u e c o m ­
p a r te n las sectas c o n las escu elas d e p s ic o te ra p ia ra d ic a e n q u e a m b as
c o n s titu y e n lu g a re s d e tra n sm isió n d e las “c u ra s m ila g ro sa s”, n o h a ­
b rá d e s o r p re n d e r n o s q u e se a p o y e n u n a s y o tra s e n los d o s p o lo s d e
la su g e stió n y la c re e n c ia q u e c a ra c te riz a n a la vez las m e d ic in a s p a ­
rale las y las te ra p ia s psíq u icas.
R e su m a m o s lo d ic h o h a s ta a h o ra . E n el g r a n im p u lso c o n te m p o ­
rá n e o d e la ilu sió n te ra p é u tic a , las sectas so n ta n c a p ac es d e a p r o p ia r ­
se las p rá c tic a s d e las p sic o te ra p ia s y los c o n c e p to s d el p sic o an álisis,
c o m o lo s o n las e sc u e la s d e p s ic o te ra p ia d e a d h e r ir a la d is c ip lin a
p rin c ip a l q u e es el p sicoanálisis, y al revés, p u e d e n c o n la m ism a faci­
lid a d c o n v e rtirse e n sectas, así c o m o las m e d ic in a s p a ra le la s p u e d e n
v o lverse u n in s tru m e n to p a r a las se cta s d e c o m e rc ia liz a r su sta n c ia s
inactivas.
Se c o m p re n d e e n to n c e s p o r q u é las escu e las d e p s ic o te ra p ia — así
c o m o ta m b ié n las aso c ia c io n e s d e p sic o an á lisis— se h a n o b s tin a d o ,
d e sd e q u e ex iste n , e n e rig ir c o m ité s d e ética, d e fin ir có d ig o s d e d e o n -
to lo g ía, así c o m o re g la m e n to s relativ o s a los d e r e c h o s d e los p a c ie n ­
tes y la re s p o n sa b ilid a d d e los m é d ico s, e n su m a, to d o u n a rs e n a l d e
c o n tro le s, p e rita je s, ev a lu a cio n e s y a u to rr e g u la c ió n , d e s tin a d o a d e s­
te rr a r a los “c h a r la ta n e s ” de sus o rg a n iz a c io n e s . N o hay d u d a d e q u e,
al a c tu a r de este m o d o , h a n ac tu a liz ad o d e m a n e r a ex c e siv a m e n te b u ­
ro c rá tic a los e n u n c ia d o s d el ju r a m e n to d e H ip ó c ra te s .16
¿ Q u ié n e s son los c h a rla ta n e s s e ñ a la d o s d e e ste m o d o c o m o b la n ­
cos d e la v e n g a n z a y cu á le s so n los a b u so s d e q u e so n cu lp ab le s? La

10 Publicam os el ju ram en to de H ipócrates e n u n anexo al presente libro. C on ex-


cepción del p u n to 5, es aplicable a todos los terapeutas, cualquiera que sea su familia
de origen, y revela una ética m ucho más sólida que todos los códigos de deontología
m odernos q ue rigen supuestam ente las relaciones entre el paciente y el terapeuta.
r e s p u e s ta es sim p le: los ab u so s, e n el c a m p o d e la p s ic o te ra p ia , y tra ­
tá n d o s e d e los E sta d o s U n id o s , s o n e n p r im e r lu g a r d e c a r á c te r se­
x u al. P e ro ¿q u é es u n a b u so sexual?
E n u n lib ro n o r te a m e r ic a n o q u e c a u só im p a c to , p u b lic a d o en
1972, P hyllis C h e sle r n a r r a v ario s re la to s d e m u je re s v íctim as d e a b u ­
sos fla g ra n te s p o r p a r te d e a lg u n o s p sic o te ra p e u ta s .
H ija d e u n a fam ilia d e a lc o h ó lic o s, d o n d e d o m in a la v io le n c ia y
se m u ltip lic a n las d isp u ta s, S té p h a n ie c o m ie n z a u n a te ra p ia d e s p u é s
d e u n e p iso d io d ep re siv o , d u r a n te u n p e r ío d o e n q u e p asa la m a y o r
p a r te d e su tie m p o d u r m ie n d o y c o m ie n d o . El te ra p e u ta la r e c ib e d u ­
r a n te d iez m in u to s , la p esa y le p re s c rib e a n tid e p re s iv o s y tests d e e m ­
b a ra z o . Al fin a l d e la se sió n , la b esa d e u n m o d o excesiv o , lo cu a l n o
le im p id e a ella volver p a ra p ro s e g u ir la c u ra . C u a n d o e lla se resiste,
él le r e s p o n d e q u e el d e se o v ie n e d e ella y q u e su in c o n s c ie n te o c u l­
ta p o te n te s p u lsio n e s se x u ale s. T ra n s c u rrid o s tres m e se s d e a c o so , el
te ra p e u ta invita a S té p h a n ie a re c o sta rse en el diván y le p id e q u e c o n ­
s ie n ta en u n a re la c ió n c a rn a l. L a m u c h a c h a a c e p ta la p r o p u e s ta p o r ­
q u e e s p e ra se r tra ta d a c o n m ás a m a b ilid a d . P e ro e n c u a n to el acto se­
x u al te rm in a , el te ra p e u ta se le v an ta y se p o n e a e s c rib ir a m á q u in a
c o n fre n e sí. E n lo sucesivo, le d a r á m a n u sc rito s p a r a c o p ia r a m á q u i­
n a d ic ié n d o le , al m ism o tie m p o , q u e h a d e ja d o d e d e s e a rla . P o c o
tie m p o d e sp u é s, la m u c h a c h a in s u m e u n m o n tó n d e s o m n ífe ro s. U n
d ía q u e está d e s n u d a e n c o m p a ñ ía d e su te ra p e u ta e n el c o n s u lto rio ,
o tra p a c ie n te to c a el tim b re d e la e n tra d a , in sistie n d o d u r a n te v e in te
m in u to s . S té p h a n ie la p e rc ib e p o r la v e n ta n a y, al v er su a s p e c to d e ­
se sp e ra d o , p ie n sa : “D e n tro d e u n a ñ o , esta ré c o m o e lla ”. P o n e fin e n ­
to n c e s d e u n m o d o d e fin itiv o a su tr a ta m ie n to .17
E n e ste caso, el a b u s a d o r p o s e e .u n d ip lo m a p e r f e c ta m e n te legal.
D e fo rm a c ió n p siq u iá tric a , p ra c tic a “c u r a s ” q u e o b e d e c e n ta n to a los
m é to d o s d e l p sic o an á lisis c o m o a los d e la p sic o te ra p ia , p e ro q u e se
a se m e ja n m u c h o a las p rá c tic a s d e los g u rú e s q u e d irig e n las sectas.
S a b e m o s m uy b ie n q u e c u a lq u ie r có d ig o d e d e o n to lo g ía es to ta lm e n ­
te im p o te n te p a ra ev itar ese tip o d e c o m p o rta m ie n to y q u e es p rec iso
q u e la p a c ie ñ te p r e s e n te u n a d e m a n d a ju d ic ia l. P e ro si lo h a c e , te n ­

17 Phyllis Chesler, Les femmes ei la folie, París, Payot, 1979.


d rá q u e p r o b a r q u e los ac to s se x u ale s e n c u e stió n n o se p r o d u je r o n
c o n su “c o n s e n tim ie n to ”. ¿Y c ó m o p ro b a r, a d e m á s, q u e se p r o d u je ­
r o n re a lm e n te ? O tr o p ro b le m a : ¿se p u e d e ca lificar d e ab u so s se x u a ­
les todas las re la c io n e s ín tim a s e n tr e los p a c ie n te s y los te ra p e u ta s? La
h isto ria d e l psicoanálisis, y m ás a ú n la d e las p sic o te ra p ia s, q u e se b a ­
san en f e n ó m e n o s d e su g e stió n , m u e s tra n q u e e n la c u ra se d a to d o
tip o d e situ a c ió n y q u e la tra n s g re s ió n d e los p rin c ip io s n o se d e b e
sie m p re al ab u so e n s e n tid o estricto .
Así, a n te s d e q u e la IPA estab leciese reg las m uy p recisas a p a rtir d e
1920, m u c h o s p sic o a n a lista s to m a b a n c o m o p a c ie n te s a m ie m b r o s
d e sus fam ilias, se casaban co n ex p a c ie n te s tra n sfo rm a d o s ya e n te ra ­
p eu tas, o se e n a m o ra b a n , e n m e d io d el p ro c e s o d e la cu ra, p o r n o h a ­
b e r sa b id o resistir a los rec lam o s d e u n ( a ) p a c ie n te . Las reg las p e rm i­
tie ro n d e fin ir c o m o “transgresivas” p rác tica s q u e n o lo e ra n to d av ía,
a n te s d e la ex iste n cia d e la regla, y d e c la ra ro n “abusivas” a las desvia­
cio n es perversas. P e ro es fácil c o m p re n d e r q u e a u n q u e la reg la sea n e ­
cesaria p a ra el b u e n fu n c io n a m ie n to d e u n a in stitu c ió n y p a ra p r o te ­
g e r a los p a c ie n te s, el exceso d e re g la m e n ta c ió n , d e p u rita n is m o o d e
p eritaje s su p rim e la lib e rta d n e c e sa ria p a r a la eficacia d e u n a cu ra , te­
n ie n d o en c u e n ta q u e el riesg o es in h e re n te a to d a re la c ió n h u m a n a .
El re m e d io al m al re su lta e n to n c e s p e o r q u e el m al q u e se p r e te n d ía
errad ic ar.
D esp u és d e la p u b lic a c ió n del lib ro d e Phyllis C h esler, y e n el c o n ­
te x to d e la ju rid iz a c ió n p u r ita n a d e los c o m p o rta m ie n to s in d iv id u ale s
q u e se d e s a rro lla b a en esa é p o c a e n los E stad o s U n id o s, la A m e ric a n
P sychiatric A ssociation, in sp irá n d o se e n el ju r a m e n to d e H ip ó c ra te s,
a d o p tó u n n u e v o có d ig o d e d e o n to lo g ía , m á s severo q u e los a n te r io ­
res, q u e d e fin ía c o m o delictiv o e in c lu so c rim in a l to d o c o n ta c to se­
x u a l e n t r e u n te r a p e u ta y u n p a c ie n te d u r a n te u n a te ra p ia . T o d a s
las g ra n d e s a so c ia c io n e s la im ita ro n : la A m e ric a n P sy ch o lo g ica l As­
so c ia tio n e n 1977, la A m e ric a n A sso c iatio n o f Sex E d u c a to r, C o u n -
s e lo rs a n d T h e r a p is ts e n 1979, la N a tio n a l A s s o c ia tio n o f S o c ia l
W orkers en 1980, y p o r fin la A m e ric a n P sy ch o an aly tic A sso c ia tio n 18
e n 1983.

***Asociación regional afiliada a la IPA que agrupa un conjunto de sociedades psi­


coanalíticas norteam ericanas.
P a ra resu m ir, to d a s estas s o c ie d a d e s riv aliza ro n e n in g e n io s id a d
co n el o b je to d e e la b o ra r re g la m e n to s y m o d a lid a d e s d e c o n tro l. Y to­
d as ellas fra c a sa ro n e n r e d u c ir la c a n tid a d d e a b u s o s re a le s .111
S ea c o m o fu e re , el a b u s o c o m p r o b a d o se c o n v irtió e n el ú n ic o
c rite rio p a ra d e te r m in a r el d e lito en m a te ria d e re la c io n e s “tra n sg re -
sivas” e n tr e p a c ie n te s y te ra p e u ta s , p e ro se a p lic ó al c o n ju n to d e las
p sic o te ra p ia s, q u e f u e ro n e n to n c e s c o n s id e ra d a s p rá c tic a s s o s p e c h o ­
sas, se cta rias, d esv iac io n istas, p elig ro sas, c rim in a le s o sa tán icas. M ás
a ú n , las c a m p a ñ a s o rq u e sta d a s p o r los d e fe n so re s d el tra ta m ie n to m é­
d ic o d el p siq u ism o p ro v o c a ro n u n f e n ó m e n o m asivo d e c re e n c ia e n
los a b u so s, e n el c o n te x to d e u n a so c ie d a d c a d a m ás d e b ilita d a p o r
u n s u frim ie n to q u e n a c ía d e lo m ás p r o fu n d o d e sí m ism a. P o r eso , a
p a r tir d e los a ñ o s n o v e n ta , m iles d e p a c ie n te s se c o n s id e r a r o n vícti­
m as d e ab u so s c o m p ro b a d o s r e a lm e n te p o r p a rte d e te ra p e u ta s , a los
cu ales re c h a z a b a n p o r ra z o n es diversas y a los q u e d e n u n c ia ro n ta c h á n ­
d o lo s d e c h a rla ta n e s .20 C o m o c o n s e c u e n c ia d e e llo , las d e n u n c ia s se
m u ltip lic a ro n .
S a b e m o s d e s o b ra q u e c u a n to m ás u n a so c ie d a d tra ta d e a u to in -
m u n iz a rse c o n tra a g re sio n e s q u e lleg an d e l e x te rio r, m ás d e stru y e los
m e c a n is m o s d e d e fe n sa q u e le p e r m ite n resistirlas.21 Y e n vez d e tr a ­
b a ja r a favor d e su p é r d id a , c re y e n d o p r o te g e r s e d e to d o s los p e li­
g ro s, ¿ n o es p r e f e r ib le ac aso b u sc a r p o r o tra s vías la p o s ib ilid a d d e
u n a c u ra ? “H e m o s in v e n ta d o u n a té c n ic a m u y so fistic a d a p a r a aliviar
el s u frim ie n to d e los h o m b r e s -—d e c ía al final d e su v id a u n p sic o a ­
n alista d e p re s tig io — , es la té c n ic a d el en say o y el e rro r. L a d ific u lta d

111 En un libro apasionante, la socióloga norteam ericana Susan Baur m uestra que
sobre un total de m ás de un m illón de profesionales, el porcentaje de abusos varía en­
tre S y 12%, cualesquiera que sean los códigos de deontología que se adopten. Véase
Susan Baur, Relations intimes. Qxiand patients et tliémpeutes passent a Vacie (1977), París,
Payot, 1997. Debem os a William Masters y a Virginia Jo h n so n el prim er estudio sobre
el tema, publicado en 1970. En lo que hace a Francia, y exclusivam ente en el ámbito
psicoanalítico, se puede evaluar en un 3% el porcentaje de abusos y transgresiones.
** Para este tem a, consúltese el capítulo rv de este libro.
21 “U n proceso autoinm unitario, com o se sabe, es ese e x trañ o com portam iento
del ser vivo que, de u n a m anera casi suicida, se aplica “él m ism o” a destruir sus propias
protecciones, a inm unizarse contra su propia ‘in m u n id ad ’ ”. Véase Jacques D errida y
Jü rg e n H aberm as, Le “concept” du U11 septembre”, diálogo en Nueva York (octubre-di-
ciem bre d e 2001) con Giovanna Borradori, París, Galilée, 2004.
e stá e n q u e , d e a h o r a en a d e la n te , p o r c a d a e r r o r se in stitu y e u n a
nu ev a r e g la ”.”
C u a n d o él psicoanálisis e m p e z ó a im p la n ta rs e en los E stad o s U n i­
d os, a p rin c ip io s d e l siglo XX, fu e a d o p ta d o p o r m o v im ie n to s d e ín ­
d o le m ística q u e in te n ta b a n c u ra r el “n e rv io sism o ” d e las m u je re s m e ­
d ia n te cu ra s esp iritu a le s. E n re a c c ió n a esa situ a c ió n , q u e los p o n ía
e n p e lig ro d e se r ta c h a d o s d e c h a rla ta n e s , lo s p r im e ro s fre u d ia n o s
n o r te a m e r ic a n o s , g u ia d o s p o r E rn e s t J o n e s y p o r A rd e n A b ra h a m
Brill, y d e s o b e d e c ie n d o la p o sic ió n d e F re u d , d e c id ie ro n re se rv a r la
p rá c tic a d e la c u r a a los m éd ico s. F ue así c o m o el p sico an álisis se c o n ­
virtió, se g ú n la c é le b re fó rm u la d e su fu n d a d o r, e n “la sierv a d e la psi­
q u ia tría ”. Las p sic o te ra p ias se d e s a rro lla ro n p o r su lad o , a veces fu e ra
d e la e sfe ra m é d ic a , m e z c lá n d o se co n m o v im ie n to s m ístico s o p u r ita ­
nos, o tra s veces e n e l te r r e n o d e la p sic o lo g ía e in c lu so d e n tr o d e la
p siq u ia tría . D e a h í q u e se p r o d u je r a u n a f o rm id a b le co n fu sió n .
En F ran cia, país fre u d ia n o p o r ex c elen c ia, el p sicoanálisis fu e co n ­
sid e ra d o sie m p re u n a d isc ip lin a m ayor, q u e se im p la n tó ta n to p o r vía
p siq u iá tric a c o m o p o r vía lite ra ria o filosófica. P o r c o n s ig u ie n te , n o
tuvo n u n c a el e s ta tu to p o lític o e id e o ló g ic o q u e h a b ía a d q u irid o e n
su elo n o rte a m e ric a n o . N o fue ni “a d a p ta tiv o ” n i “h ig ie n ista ”, sin o m ás
b ie n o r ie n ta d o h a c ia la id e a d e q u e d e b ía g a r a n tiz a r al p a c ie n te n o
ya la sa lu d , sin o el lib re e je rc ic io d e su d e se o . E n F ra n c ia , e l p sic o a ­
nálisis es p o r ta d o r d e los p r in c ip io s d e 1789: p r e f e r ir la r e b e lió n so­
b e r a n a a la a u to in m u n iz a c ió n , el e s p íritu c rític o a la su m isió n al bio-
p o d e r.
Sin em b arg o , en vez d e ren o v a r el g ra n m e n saje fre u d ia n o , sus p ro ­
fesionales, c u a le sq u ie ra q u e sean sus escu elas d e p e n s a m ie n to , n o h a n
d e ja d o de d a r señas, d esd e h a c e v ein te añ o s, d e u n v io le n to d e sp re c io
p o r los p sic o te ra p e u ta s, a los q u e c o n s id e ra n , en el m e jo r d e los casos,
c u ra n d e ro s y, e n el peor, g u rú e s de sectas: “[ ...] m iserab le s lobbies qu e
p r e te n d e n q u e el E stad o re c o n o z c a u n a d isc ip lin a p e r f e c ta m e n te in e­
x is te n te — escribe, p o r ejem p lo , Jacques-A lain M iller— , u n a d iscip lin a
d e ficción co m o la q u e h u b ie ra p o d id o in v e n ta r u n B o rg es e n su H is­
toria universal de la infam ia: eso se lla m a psico te ra p ia [ ... ] T e h a g o m a­
sajes e n los d e d o s d e los pies, te h a g o g rita r b ie n fu e rte , c o rre r d esn u -

-- Citado por Susan Baur, Relations intimes, cit., p. 201.


d o s o b re la playa, te e n s e ñ o a p o n e r tu p á ja ro e n u n a ja u la , a a b r ir tu
cajita m á g ica p a ra a tra p a r el b a s tó n d e la m a rio n e ta , te a r r u llo p a ra
q u e d u e rm a s, te rela jo , te d ig o q u e e re s el fé n ix , la m ás lin d a p a ra ir a
b ailar [ ...] Ya está, te p sic o te ra p ic é , soy p s ic o te ra p e u ta ”.23
D os a ñ o s d e sp u é s, c u a n d o M iller h a m o d ific a d o ya su ju ic io (ya
q u e se h a a lia d o , e n c o n tr a d e los p s ic o a n a lis ta s “e n tr e g a d o r e s d e
a n u a r io s ”, co n los p s ic o te ra p e u ta s a los q u e a n te s rid ic u liz a b a ), le to ­
ca a C h a rle s M e lm a n , p rin c ip a l o r g a n iz a d o r la c a n ia n o d e la in c o r p o ­
r a c ió n d e los p s ic o te ra p e u ta s a las “listas” (c o n sus h o m ó lo g o s f r e u ­
d ia n o s o rto d o x o s d e la S P P ), o r g a n iz a r el a ta q u e a las a c c io n e s d e los
lobbyingde estos ú ltim o s y d e n u n c ia rlo s p o r h a b e r p u e s to e n f u n c io ­
n a m ie n to fo rm a c io n e s p ro fe sio n a le s lucrativas, d e s tin a d a s a h a c e r d el
p sic o an á lisis u n “d e p a r ta m e n to d e sus p r in c ip a d o s ”, d e u n m o d o si­
m ila r a las e m p re sa s d e las sectas: “P o d e m o s r e n d ir h o m e n a je al d o c ­
to r A cco y er y al p ro fe so r M attei — e s c rib e — p o r r e s p e ta r e n g ra n m e ­
d id a la sin g u la rid a d d el psicoanálisis, h a b ié n d o lo e x c lu id o d e l c a m p o
d e la r e g la m e n ta c ió n ”.2'1
E n u n a p e rsp e c tiv a sim ilar, C o le tte S oler, ex m ie m b r o d e la Es­
c u e la d e la C au sa F re u d ia n a (E C F) d e Ja cq u e s-A la in M iller, v itu p e ra
a este ú ltim o y a los p s ic o te ra p e u ta s : “¿ Q u é p u n to d e s e m e ja n z a se
p u e d e e n c o n tr a r e n t r e la re s p u e s ta c o g n itiv o -c o m p o rta m e n ta lista , la
d e l an á lisis tra n sa c c io n a l, la e m p a tia , la te ra p ia d e l rebirth, la b io e n e r-
g ía, la p s ic o te ra p ia tib e ta n a , las te ra p ia s New A ge y la d isc ip lin a f re u ­
d ia n a d e re v e la c ió n d e l in c o n s c ie n te ? ”.25
E n e fe c to , n o hay n a d a e n c o m ú n , a p a r e n te m e n te , e n tr e esas téc­
n ic a s y la d isc ip lin a re in a . P e ro ¿ q u é tie n e n e n c o m ú n , p o d ría m o s r e ­
p lic a rle , el análisis tra n sa c c io n a l in v e n ta d o p o r u n d is id e n te d e) m o ­
v im ie n to p sic o a n a lític o y las te ra p ia s c o g n itiv o -c o m p o rta m e n ta lista s
(T T C )“ p ra c tic a d a s p o r los p siq u ia tra s? ¿Q u é e le m e n to c o m ú n v in­
c u la a estas ú ltim a s co n las m a n io b ra s se cta rias d e los h e r e d e r o s c o n ­
te m p o r á n e o s d e la New Age} A fu e rz a d e q u e r e r d ife re n c ia rse a to d a

'‘Jacques-Alain M iller y 84 amigos, Qui sont vos ¡isychanalysíes?, París, Seuil, 2002,
pp. 8-9.
Charles M elman, “U ne hystérie collective”, LeFigaro, 10 de enero de 2004.
a:' Colette Soler, Sitio Oedipe, 3 de febrero de 2004.
“ La cuestión de las TTC será tratada en el capítulo rv de este libro.
c o sta d e l e n e m ig o im a g in a rio , p a r a p re s e rv a r m e jo r su p ro p io r e in a ­
d o , se c o r r e el riesgo, al n o sa b e r d e q u é se es tá h a b la n d o , d e in sc ri­
b ir e n u n a m ism a “lis ta ” p rá c tic a s q u e n o tie n e n o tr o v ín c u lo e n tr e
ellas q u e n o sea el d e fo rm a r p a r te d e esa m is m a “lista ”. ¿N o n o s a m e ­
n a z a así el p e lig ro d e e n c o n tr a r n o s u n d ía e n la lista d e a q u e llo s q u e
h a b re m o s ex c lu id o ?
V olvem os a e n c o n tr a r esta m ism a c o n fu s ió n , e n tr e sectas, p sico ­
te ra p ia s, n u ev a s te ra p ia s y te ra p ia s m á g ica s u o cu ltas, e n el c o m u n i­
c a d o oficial d e la a so c ia c ió n “E sp ac io a n a lític o ” d if u n d id o e n e n e r o
d e 2004: “¿C ó m o se o rg a n iz a rá el C o le g io d e P s ic o te ra p e u ta s te n ie n ­
d o e n c u e n ta la m u ltip lic id a d d e las o b e d ie n c ia s (an álisis tran saccio -
n al, p sic o te ra p ia s c o m p o rta m e n ta lis ta s , rebirth, b io e n e r g ía , a m o ro lo -
g ía , p s ic o te ra p ia tib e ta n a ) , p u e s to q u e las d o s fe d e ra c io n e s m á s
c o m p ro m e tid a s sólo a g r u p a n a u n te rc io d e los p ro fe sio n a le s? ¿Va a
in c lu ir ta m b ié n el rolfing, las te ra p ia s d e l T ú n e l, el channelling, la cien -
tología? ¿Nos van a r e p r o c h a r q u e p ro te g e m o s n u e s tro s n e g o c io s p o r­
q u e n o s n e g a m o s a o c u p a r n o s d e la g e s tió n d e l r u b r o p sic o an á lisis
del s u p e rm e rc a d o d e las p sic o te ra p ia s? ”27
Si los p sic o an a listas d e s p re c ia n ta n s o b e ra n a m e n te a los p sic o te ­
ra p e u ta s es p o r q u e se a s e m e ja n a ellos, sin d u d a a lg u n a , y p o r q u e e n
m u c h o s casos ello s m ism o s p ra c tic a n p sic o te ra p ia s m e d ia n te la p a la ­
b ra , a las q u e d a n e n lla m a r a veces, p o r si fu e r a p o c o , “p s ic o te ra p ia s
p sic o a n a lític a s”, o p o r q u e r e c u r r e n in c lu so a las té c n ic a s d e l psico-
d ra m a o d e la te ra p ia fam iliar, etc. P e ro si los d e te s ta n , es p o rq u e ellos
m ism o s fu e ro n in c a p a c e s d e r e s p o n d e r d e u n a m a n e r a c o h e r e n te a
la e x p lo sió n d e la d e m a n d a d e h ig ie n ism o p s íq u ic o q u e h a in v a d id o
la so c ie d a d fra n ce sa, y p o r q u e se r e p le g a r o n s o b re ello s m ism o s p a ra
d e f e n d e r su te rrito rio .
Es así c o m o p r e f ie r e n c o n s id e r a r a los p s ic o te ra p e u ta s — sus se­
m e ja n te s, sus h e rm a n o s , sus d isid e n te s— los re sp o n s a b le s d e su p ro ­
p io r e b a ja m ie n to , e n vez d e re fle x io n a r e n lo q u e re a lm e n te so n las
p sic o te ra p ias. Y d e g o lp e , los p sic o te ra p e u ta s , h u m illa d o s d e s d e h a c e
d é c a d a s p o r los p sic o a n a lista s, c u a n d o e n r e a lid a d f u e r o n ello s los
q u e s u p ie ro n a tra e rse los favores d e las clases m e d ia s, n o v acilan e n
d a r lib re c u rso a las m ism as b u rla s, a c u s a n d o a esto s ú ltim o s d e ser

87 Com unicado del “Espacio analítico”, en el sitio OEdipe, 24 de enero de 2004.


p s ic o te ra p e u ta s e n m a sc a ra d o s: “Es c u rio so q u e e n F ra n c ia — e sc rib e
S e rg e G in g e r— los m e d io s d e c o m u n ic a c ió n sig u e n o b n u b ila d o s p o r
el p sic o an á lisis y re d u c e n d e b u e n a g a n a la p s ic o te ra p ia al p s ic o a n á ­
lisis, sim b o liz a d o p o r el ‘d iv á n ’. S in e m b a rg o , las d ife re n te s o rg a n iz a ­
c io n e s d e p sic o an a listas e s tim a n q u e n o p r a c tic a n la p s ic o te ra p ia (la
c u ra ad v ie n e ‘p o r a ñ a d id u r a ’) y, a d e m á s, a lg u n o s se s o r p r e n d e r á n al
e n te r a r s e d e q u e s o la m e n te u n 12% d e las p e rs o n a s q u e d e c la ra n h a ­
b e r s e g u id o u n a p s ic o te ra p ia lo h ic ie r o n e n el div án (a ra z ó n d e va­
rias sesio n es s e m a n a le s ), m ie n tra s q u e el 18% d e los o tro s d ic e n h a ­
b e r e fe c tu a d o u n a ‘p s ic o te ra p ia d e in sp ira c ió n p s ic o a n a lític a ’ ”.*8
E n los E stados U n id o s, la n o c ió n d e ab u so a p lic a d a a las p sic o te ra­
pias tuvo sie m p re u n a c o n n o ta c ió n sexual. E n F rancia, en cam b io , c u a n ­
d o se lo utiliza p a ra d e sig n a r las “d esv iacio n es” d e las p sico terap ias, el
té rm in o se refiere e n p rim e ra in stan c ia al sistem a d e d o m in a c ió n q u e
c a racteriza a las sectas. P o r co n sig u ie n te , d e n tro d e u n a trad ició n laica
y ja c o b in a , el abu sad o r, a u n c u a n d o se vale d e su sexo, es c o n c e b id o a n ­
tes q u e n a d a c o m o aq u e l q u e e jerce u n a d o m in a c ió n so b re la c o n c ie n ­
cia d e o tro , r e d u c ie n d o así la lib e rta d d e éste a u n a se rv id u m b re . P o r
lo ta n to , la lu c h a q u e llevan a c a b o los p sic o te ra p e u ta s fran ceses, p a ra
p o n e r e n el ín d e x a sus c h a rla ta n e s , se h a in sc rip to d e s d e 1980 e n el
am p lio c o m b a te q u e el E sta d o lib ra c o n tra las e m p re sa s sectarias.
El in te n to d e los p sic o te ra p e u ta s p o r o b te n e r u n e s ta tu to legal e n
F ra n c ia h a p a sa d o p o r varias etap as. Se c re ó p r im e ro , e n 1966, el G ru ­
p o S in d ica l d e la P sico lo g ía y el P sico a n álisis (PsyG ). A esa in iciativ a
sig u ió , e n 1981, la c re a c ió n d e l S in d ic a to N a c io n a l d e los P ro fe sio n a ­
les e n P s ic o te ra p ia (SN PPsy) y, c a to rc e a ñ o s d e s p u é s, c o n el im p u lso
q u e le d ie ro n P h ilip p e G ra u e r, M ichel M e ig n a n t y S erg e G inger,-9 sur-

^ Serge Ginger, La Psychothérapie au XXV siécle, editado p o r FFdP, 2003, p. 97.


w Michel M eignant es m édico y sexólogo. H abiendo hecho prim ero un análisis
con un psicoterapeuta de obediencia jungiana, seguido po r otro con un psicoanalista
freudiano, term inó por aban d o n ar la sexoiogía, a la que consideraba dem asiado téc­
nica y teñida por la m edicina (Viagra e inyecciones en el pen e). Creó entonces una es­
cuela especializada en lo que dio en llam ar “am orología”, que se ocupa de “aquellos
que no logran am ar”. En 1980, fue inculpado judicialm ente por uso ilegal de la m edi­
cina v, luego, por com plicidad de ejercicio ilegal de la m edicina por haber protegido
a terapeutas sin diplom a. Serge G inger es psicólogo clínico, analizado por un psicoa­
nalista de la SPP y fundador de la Escuela Parisina de Gastá&terapia.
g e la p o te n te F e d e ra c ió n F ra n c e sa d e P sic o te ra p ia (FF dP) a filia d a a
la E u ro p e a n A ssociation o f P sy c h o th e ra p y (E A P ).
Al ig u a l q u e los p sic o a n a lista s, los p s ic o te ra p e u ta s h a n e n tr a d o
e n v io le n ta s rey e rta s, a c u sá n d o se re c íp ro c a m e n te d e a b u so s o desvia­
c io n es. E n 1998, se p r o d u jo u n a escisió n e n el se n o d e la FFdP, q u e
d io lu g a r al n a c im ie n to d e la A so ciació n F e d e ra tiv a F ra n c e s a d e los
O rg a n ism o s d e P sico terap ia30 (A F F O P ). T o d as estas aso ciacio n es a g ru ­
p a n a lre d e d o r d e s e te n ta in stitu to s d e fo rm a c ió n p ro fe sio n a l, d e n tr o
d e los cu a le s p o d r ía n d is tin g u irs e u n a s c in c u e n ta c o rrie n te s . P o d e ­
m os d e s ta c a r, e n t r e ellas, la te ra p ia fa m ilia r lla m a d a “s is té m ic a ”, la
G¿s¡!ató-terapia, el análisis tra n sa c c io n a l, el a c e rc a m ie n to c e n tr a d o e n
la p e rs o n a , el p s ic o d ra m a , la h ip n o te r a p ia , el an álisis p sic o o rg á n ic o ,
el S ofía-análisis, el rebirth, el E m et-an álisis,31 la te ra p ia p o r el a rte , la
p sic o g en e alo g ía, la p ro g ra m a c ió n n e u ro lin g ü ístic a , y p o r fin to d a s las
té cn ic as p sic o c o rp o ra le s. O b se rv e m o s q u e p a r a los p sic o te ra p e u ta s ,
q u e a m e n u d o so n ellos m ism o s p sic o an a listas o p sic o a n a liz a d o s, el
p sico an álisis n o es m ás q u e u n a p sic o te ra p ia e n tr e o tras.
C u a tro m il tre sc ie n to s te ra p e u ta s fo rm a n p a r te d e esas aso cia cio ­
n es, q u e se a u to r r e g u la n y se in s c rib e n e n u n a n u a r io c o m ú n q u e
a g ru p a e n to ta l a casi sie te m il m ie m b ro s ,32 lo cu a l p e r m ite id e n tifi­

30 La Asociación está presidida actualm ente por Jean-M ichel Fourcade, psicólogo
clínico, especialista en bioenergía reichiana “trabajada en piletas”. Su vicepresidente es
Philippe Grauer. Profesor de ciencias de la educación en la universidad de París-vw, psi­
coanalista y psicoterapeuta, analizado p o r Alain Didier-Weil, controlado p or Michel Gui-
bal y Patrick Guyomard, Philippe G rauer fundó el C entro Interdisciplinario de Form a­
ción en la Psicoterapia (CIFP). Ha redactado excelentes artículos sobre la historia de
las nuevas terapias.
31 Escuela denom inada de “orientación poslacaniana”, fundada por Bruno y My-
riarn Dal-Palu: “La raíz hebrea errwl (verdad) viene a significar, paradójicam ente, que
para toda persona, sólo hay verdad del sujeto [...] Por otro lado, el afijo análisis signi­
fica una pertenencia analítica que va desde el psicoanálisis al análisis transaccional, pa­
sando por el análisis sistémico”. Psicoanalista, form ado en la ECF, B runo Dal-Palu es
secretario general de la AFFOP.
32 El Registre des psychoth-érapeutes jnofessionn-els - AFFOP saldrá publicado d e n tro de
poco tiempo. Los Annuaires despsycholhérapeutes del SNPPsy se publicaron e n 2003; los
Annuaires des psychotherapeules et des j/raticiens de la relation d ’aide se editaron en Lyon,
Editions Réelles, 2003-2004. E ntre los psicoterapeutas que figuran en estas guías en­
contram os alrededor de 500 m édicos (psiquiatras o clínicos) y 1.000 psicólogos clíni-
c a rlo s y s o m e te rlo s a reg la s p rec isas e n m a te ria d e d e o n to lo g ía . A d e ­
m ás, m u c h o s te ra p e u ta s n o están in sc rip to s e n n in g u n a p a rte , p e ro
c irc u la n e n d if e r e n te s g r u p o s /’3 F u e c o n el o b je tiv o d e d e te c ta r a esos
sie te m il te ra p e u ta s in sc rip to s, y a to d o s los “n o in s c rip to s ”, q u e e m ­
p e z ó h a c e ya a lg u n o s a ñ o s la p e rs e c u c ió n e n g r a n esca la e n b u sc a d e
c h a rla ta n e s y sectas, caza lle v ad a a c a b o d e c o m ú n a c u e r d o p o r psi­
q u ia tra s, p sicó lo g o s, p sic o an a listas y el E stado.
¿C ó m o clasificar c o r r e c ta m e n te a estas e s c u e la s d e p s ic o te ra p ia
sin c a e r e n u n m é to d o sim p lista o ac u sa d o r, e v ita n d o la in c u lp a c ió n
d e d esv iac ió n , a b u s o se x u al o d o m in a c ió n p r o p ia d e la secta? N o es
co sa fácil. Sin e m b a rg o , p o d ría m o s lo g ra rlo in te n ta n d o a g ru p a rla s es­
tr u c tu r a lm e n te e n tres c a te g o ría s y, d e s d e el p u n to d e vista h istó ric o ,
e n tres g e n e r a c io n e s sucesivas.
L a p r im e ra y m ás a n tig u a d e ellas n a c e d e las p rá c tic a s su rg id a s
d e la h ip n o sis y la su g e stió n .3,1 L a s e g u n d a , q u e a p a re c ió e n los a ñ o s
v e in te , p ro v ie n e d e las d ife re n te s c o r r ie n te s d is id e n te s d e l p sic o a n á ­
lisis q u e se im p la n ta ro n e n las g r a n d e s c lín ic a s n o r te a m e r ic a n a s es­

cos. Los dem ás son en su origen educadores, profesores, trabajadores sociales, ortofo-
nistas, enferm eros y kinesioterapeutas.
3:1Es muy difícil p roporcionar una cifra exacta a este respecto. Se han barajado va­
rios cálculos que llegan hasta los 30.000 no inscriptos. Yo misina m e equivoqué en el
cálculo antes de em pezar la encuesta. En realidad, según A rm and Touati, que ha efec­
tuado un censo muy serio en Cultures en Mouvement (65, m arzo de 2004), estos psicote­
rapeutas no inscriptos serían muy pocos, esto es, no sobrepasarían los 500 profesiona­
les. Pero todas las partes im plicadas en el asunto tien d en a inflar las cifras, algunos
psicoterapeutas p o rq u e q uieren im presionar a sus adversarios, el m inistro de Salud
p orque p re te n d e convencer a la opinión de la oportu n id ad de su política de norm ali­
zación de las conciencias. B ernard Accoyer, p o r ejem plo, ha declarado varias veces que
está convencido de que cientos de fiam breros, carniceros o com erciantes franceses se
autoproclam an psicoterapeutas instalando chapas profesionales en la entrada de los
edificios d o n d e viven. Al igual que m uchos psicoanalistas, Accoyer está absolutam en­
te seguro de que las escuelas de psicoterapia están “infiltradas” p o r las sectas. Philippe
Grauer, que tam bién efectuó sondeos, preguntó al consejero de Jean-Franfois Mattei,
Alain Gorvez, de dónde sacaba esas cifras, sin recibir ninguna respuesta.
11 H ip n o terap ia clásica, training autogénico, m étodo inventado p o rjo h a n n e s
Schultz (1884-1970), llam ado tam bién hipnosis “ericksoniana” a causa del nom bre de
su a u to r Milton Erickson (1901-1980). Consiste en tratar los trastornos de la persona­
lidad sobre la base del sueño paradójico. En Francia, este m étodo es practicado sobre
todo p o r el psicoanalista Frangois Roustang.
p e c ia liz a d a s e n el tr a ta m ie n to d e las p sico sis o p a to lo g ía s lla m a d a s
“cul tu ra le s ”.33 La te rc e ra d e riv a d e las d e m a n d a s d e h ig ie n e p síq u ic a
d e los a ñ o s sesenta. P ero se c o n c retiz ó ta m b ié n a través d e la in v e n ció n
d e n u ev a s te ra p ia s , v e n id a s d el o tr o la d o d e l A tlá n tic o y p a r tic u la r ­
m e n te d e sd e la costa d el O este: te ra p ia fam iliar, tra n sa c c io n a l, Gestall-
te ra p ia , p sic o d ra m a , p sicosín tesis,30 b io e n e rg ía , e tc .37 A ellas se a g re g a
u n a fo rm a d e p sic o te ra p ia c o n te m p o r á n e a , la p s ic o te ra p ia co g n itiv o -
c o m p o rta m e n ta lis ta , q u e n o tie n e n a d a q u e ver co n las m e n c io n a d a s
a n te r io r m e n te y p r e te n d e p o se er, c o n tra ria m e n te a estas ú ltim as, u n
f u n d a m e n to c ie n tífic o .36
En la te rc e ra c a te g o ría h a b r ía q u e u b ic a r a las te ra p ia s c o r p o r a ­
les, p e ro ta m b ié n a lg u n a s te ra p ia s m ág icas, e s o té ric a s u o cu ltas. N a­
cidas en la costa c a lifo rn ia n a , p e r te n e c e n a la g ra n n e b u lo s a d e la New
Age, v e rd a d e ro crisol d e u n a re b e lió n lib e rta ria , q u e d e riv a rá e n p rá c ­
ticas h e te ro g é n e a s , c o m o las m e d ic in a s p a ra le la s, los g r u p o s a so cia ti­
vos m ístico s (b u d ista s, h in d u ista s, k árm ico s, p a ra p s ic o ló g ic o s ).
En re a lid a d , c o m o ya lo su b ra y é , la p s ic o te ra p ia e stá v in c u la d a
e n su p r in c ip io m ism o al re g is tro relig io so : “Se va a v e r al psicotera,-
p e u ta — e sc rib e M ax P agés— , c o m o a n te s se ib a a m isa, y e n é p o c a s
m ás le jan a s a ú n , c o m o se ib a a v er al h e c h ic e r o d e la a ld e a . Se e s p e ­
r a n y se o b tie n e n lo s m ism o s e fe c to s, esto es, u n alivio p ro v is o rio d e
las a n g u s tia s y m iserias c o tid ia n a s y la id e n tific a c ió n c o n líd e re s ca-
rism á tic o s”.39

11 Por ejem plo, la M enninger Clinic de Topeka en Kansas, fundada p o r Cari M en­
ninger, que fue el lugar por donde pasaron obligatoriam ente todos los terapeutas eu­
ropeos exilados p or el nazismo. Véase G eorges Devereux, Psycholhérapie d'un Indien des
plaines (1950), París, Fayard, 1998.
MHe clasificado todas estas terapias en Elisabeth Roudinesco y Michel Plon, Dic-
lionnaire de la Psychanalyse, oj>. di. [Diccionario de psicoanálisis, op. di.]. Véase tam bién Co-
rinne Morel, ABC despsycholhérapies. De la thérapie au dévelo/ipemmt personnel, París, Gran-
cher, 1997. Inventado por Eric Berne (1910-1970), el análisis transaccional, cercano a
la terapia familiar, consiste en establecer una “transacción" entre los m ien)bros de un
grupo o una misma familia. Creada p o r el psicoanalista y psiquiatra italiano R oberto
Assagioli (1888-1974), la psicosíntesis presenta afinidades con la bioenergía.
;l' Véase Nouvelles l/iémpies, docum ento establecido p o r Philippe G rauer, La Docu-
menlation Franfaise, 390, 6 de ju n io d e 1980.
* Para este tema, rem ito al lector al capítulo IV de este libro.
!‘J Max Pagés, “U ne nouvelle religión: la psychothérapie’’, Le Monde, 3 0 /9 /1 9 7 9 .
Al p o n e r e n j u e g o el c u e rp o , y n o so la m e n te la p a la b ra , las p sic o ­
te ra p ias p re c o n iz a n u n a p o sib le lib e ra c ió n in m e d ia ta d e la se x u a lid a d
y d e la a n g u stia , e v ita n d o q u e el su je to se h u n d a e n u n a e x p lo ra c ió n
p ro fu n d a del in c o n sc ie n te . Se las in tu y e p o r eso e n O c c id e n te , d e s d e
1980, c o m o m ás “lib e ra d o ra s ” q u e el psicoanálisis. El h e c h o d e q u e la
“lib e r ta d ” q u e o to rg a n te n g a q u e v er co n ei o r d e n d e lo im a g in a rio n o
m o d ific a en n a d a el q u e se a n c a d a vez m ás c o d ic ia d a s p o r u n a so c ie­
d a d civil d o n d e la d e m a n d a d e g o ce in m e d ia to re s p o n d e ta n to al p r in ­
cip io d e u n a e c o n o m ía lib eral c o m o al d e s e n c a n to p ro v o c a d o p o r los
efe cto s d e la ra c io n a lid a d . E sto ex p lica q u e se h a y a n d e s a rro lla d o en
u n te rr e n o fértil e n rea ccio n es lib ertarias, so b re to d o d e s p u é s d e 1968,
co m o u n a a ltern ativ a al psicoanálisis, so b re el cual p e s a sie m p re la sos­
p e c h a d e a u to rita ris m o y d e cu lp a b iliz a c ió n d el d e s e o h u m a n o .
F re n te a e sta p lu ra lid a d , los p s ic o te ra p e u ta s m ism o s se v ie ro n im ­
p e lid o s a d e f in ir u n “m é to d o in te g ra tiv o ” o “m u ltir r e f e r e n c ia l” q u e
in te g r a r ía al m ism o tie m p o las a s p ira c io n e s p sic o a n a lític a s y m u c h o s
a sp ec to s d e la té c n ic a p s ic o te ra p é u tic a , c o n el o b je to d e tr a ta r a ca d a
p a c ie n te se g ú n su p a to lo g ía .10
P o r d e fin ic ió n , las te ra p ia s “m á g ic a s” o “d e lir a n te s ” so n in c o n tr o ­
lab les e im p o sib le s de e v a lu a r.4' Al d e s a rro lla rs e e n las re d e s aso ciad -

"’Véase E dm ond Marc, “Pluralité e t com plém entarité des psychothérapies”, Psy-
chologie Clinújue, 9, prim avera del año 2000, núm ero especial dedicado a las psicotera­
pias, bajo la dirección de Caroline Carroy.
" El caso de Maud Pisón es característico: Paciente analizada en un diván freud ia-
no, se volvió adepta de una terapia delirante y luego se hizo g urú de un grupo místico
que se asem eja com o dos gotas de agua a una secta. Creyéndose que encarnaba a la
Virgen María, fundó un “Instituto de Investigaciones Psicoanalíticas” que p ropone a
los “pacientes” que se limen las uñas con perforadores de caries y que se dejen crecer
el cabello para o b ten er una m ejor com unicación con las ondas cósmicas. Véase Jean-
Marie Abgrall, La mécanique des sedes, París, Payot, 1996. En cuanto a la secta de “psi­
coanálisis tan trico”, dirigida p o r Michel-Régis Malea, pro p o n e una “enseñanza” que
perm itiría lograr una “m ejor com prensión entre hom bres y m ujeres” a través del des­
cubrim iento de las energías fem enina y masculina, del e n cu e n tro del otro y de sí mis­
mo, del conocim iento del soplo vital y el carácter sagrado del tacto. Difunde de tanto
en tanto opúsculos extraños sobre N inon de Léñelos, Crébillon, Freud, Rasputin, etc.
Salido del budism o m ahayana, el tantrism o mezcla ritos religiosos y sexualidad. Por
consiguiente, la relación sexual con el gurú form a parte de la terapia com o m étodo
de acceso a la “ilum inación”.
vas d e las s o c ie d a d e s d e m o c rá tic a s, las escu elas d e p sic o te ra p ia se c o n ­
v ie rte n in c e s a n te m e n te e n b la n c o d e so sp e ch a s. D e a h í a q u e se su­
p o n g a q u e les d a n a lo ja m ie n to , o q u e las p r o te g e n o c u b r e n , n o hay
m ás q u e u n paso.
“D esp u é s d e u n a m u d a n z a y d e u n a m u e rte q u e le cau só u n tra u ­
m a tism o , m i c o m p a ñ e ra d e c id e v er a u n p s ic o te ra p e u ta m a g n e tiz a ­
dor. Al c a b o d e d o s sesiones, m e in fo rm a q u e este ú ltim o m e h a visto
a través d e ella y q u e d e s e a u n a cita c o n m ig o lo a n te s p o sib le p o r q u e
n u e s tra p a re ja está e n p e lig ro . A c u d í e n to n c e s a la in v itac ió n , d u r a n ­
te la cual, d irig ié n d o s e a la p a c ie n te , c o m ie n z a a d e s tru ir m i im a g e n ,
ju s tific a n d o su d isc u rso p s ic o te ra p é u tic o co n u n c o n fu so sin c re tis m o
d e ca to licism o y n o c io n e s ‘k á rm ic a s’. U n d ía e n q u e e lla le d ic e q u e
yo n o te n g o g an a s d e verlo, g rita y m e in su lta, m e tr a ta d e ‘m ie r d a ’ y
le o r d e n a q u e m e d e je .”
“T o d o s los días, m i h e r m a n a , q u e es o s te ó p a ta ,12 va a v e r a u n psi­
c o te r a p e u ta tra n sa c c io n a l y h o m e ó p a ta . D e sd e q u e in ic ió esa c u ra ,
so stien e un d isc u rso d e u n a g ra n v io le n cia e n c o n tra d e los m é d ic o s
(en c o n tra d e la v a c u n a c ió n y los m e d ic a m e n to s ). Sus íd o lo s se h a n
vu elto la h o m e o p a tía , la n a tu ro p a tía , la c ris ta lo te ra p ia ( d e s tin a d a a
p u rg a rla y a p u r g a r el ja r d ín d e to d o s los to p o s). P a ra c o r o n a r el p a­
n o ra m a , está c o n v e n c id a d e q u e p e r te n e c e a u n a e lite e s p iritu a l. P ro ­
sig u e su fo rm a c ió n p ro fe sio n a l e n u n a aso cia ció n q u e p ra c tic a ‘m a­
ra to n e s te ra p é u tic o s ’, análisis tra n sa c c io n a l y o s te o p a tía .”'3

” Creada en 1874 por el m édico norteam ericano Taylor Still (1828-1917), la os­
teopatía es una técnica de m anipulación de las vértebras. Se basa a m enudo en “teo­
rías energéticas” inspiradas en las m edicinas paralelas. En Francia, desde un fallo con
fecha del 6 de en ero de 1962, la osteopatía es prerrogativa exclusiva de los médicos.
Sin em bargo, la p o n e n en práctica m uchos terapeutas sin diplom a que h a n logrado
con todo un estatuto idéntico al de los psicoterapeutas. Véase R enaud Marhic y Em-
m anuel Besnier, Le. New Age, Bordeaux, Le Castor Astral, 1999.
1:1 E ncontram os m uchos testim onios de este tipo en el sitio de In te rn e t Psy-
chothérapie Vigilance. Véase tam bién Jean-M arie Abgrall, Les charlatans de la santé, aj>.
cit. Entre las sectas que p retenden inspirarse en diferentes psicoterapias, o sim plem en­
te en m edicinas paralelas, figura sobre todo la catarsis glodiana, inventada por A lbert
G laude, que propone “reactivar las ocultaciones responsables del m alestar utilizando
un túnel sim bólico”, el lyingy las vidas anteriores, las técnicas llamadas “m etam órficas”
y el viaje astral. C reado por el psicólogo californiano L eonardo Orr, el rebirlh es u n a te­
rapia llamada de “renacim iento", que algunos psicoanalistas practican y que no deja
D e sd e h a c e u n o s d iez a ñ o s, p a d re s d e v ictim as e n g a ñ a d a s h a n e n ­
v ia d o m u c h o s te stim o n io s de este tip o al M in iste rio d e S a lu d o a a so ­
c ia c io n e s d e vigilancia. Se los evoca r e g u la r m e n te p a r a p r o p o r c io n a r
la p r u e b a fe h a c ie n te d e q u e las escu elas d e p s ic o te ra p ia s e ría n e n re a ­
lid a d v e rd a d e ra s oficinas d e las sectas.‘I'1A c e c h a n d o en la s o m b ra , el
c h a r la tá n , ya sea p a c ie n te o te ra p e u ta , está s ie m p re allí, p u e s , al m o ­
d o d e u n a m a n c h a o n to ló g ica , o c u lto e n el c o ra z ó n d e la c o m u n id a d :
“Si n o e re s tú, e n to n c e s es tu h e r m a n o .. . ”.
P re c is a m e n te p a ra d ife re n c ia rs e d e esas d esv iac io n es, las aso cia­
c io n e s fra n c e sa s d e p sic o te ra p e u ta s, a lr e d e d o r d e 1995, in ic ia ro n trá ­
m ite s c o n el o b je to d e o b te n e r d e los p o d e r e s p ú b lic o s la in s ta u r a ­
c ió n d e u n a o fic in a d e las p ro fe sio n e s n o m é d ic a s d e sa lu d . B e rn a rd
A ccoyer, m é d ico , d ip u ta d o p o r la d e r e c h a g aullista, a c o n se ja d o él m is­
m o p o r u n p s iq u ia tra m ie m b ro d e la SPP,15 e n t r ó e n to n c e s e n la lid
p a r a te rm in a r p r o p o n ie n d o , e n 1999, u n a o r ie n ta c ió n to ta lm e n te d i­
f e r e n te , q u e a p u n ta b a a q u e el p o d e r d e los m é d ic o s p a s a ra a c o n tr o ­
lar el c o n ju n to d e las actividades d e los p s ic o te ra p e u ta s .‘m
C o n s c ie n tes d e l p e lig ro d e se m e ja n te s u b o r d in a c ió n , los p s ic o te ­
ra p e u ta s a ta c a r o n a su vez re c la m a n d o a los p o d e r e s p ú b lic o s q u e se

de a tra er a algunas sectas. Consiste en reactivar la energía del paciente haciéndolo res­
pirar. Ideado por Ida Rolf (1896-1979), el rolfenges un m étodo de m anipulación cor­
poral que aspira a hacer recuperar el equilibrio del cu erp o en relación con la grave­
dad y los d iferentes grupos de m úsculos. Se basa en u n a “teoría" de la arm onía
universal que ha dado lugar a serias derivaciones de tipo esotérico.
■“ Yo misma he oído a m enudo a psicoanalistas y psiquiatras decir, sin esgrim ir la
m enor pru eb a al respecto, que las asociaciones de psicoterapia servirían para disim u­
lar em presas dirigidas por sectas, y especialm ente la secta M oon.
Christian Vasseur, originario de Saboya, com o Accoyer.
lu En virtud de una enm ienda al Código de Salud redactada de este modo: "El uso
de un diplom a de psicoterapeuta está estrictam ente reservado por una parte a los titu­
lares de un diplom a de doctor en medicina, calificado en psiquiatría, y por otra parte
a los titulares de un diplom a de tercer ciclo en psicología”. Véase “Proposition de loi re-
lative á l’exercice de la protession de psychochérapeute, á l’attribution et usage de titre”
[Propuesta de ley acerca del ejercicio de la profesión de psicoterapeuta, la otorgación
y uso d e título], presentada por Jean-M ichel M archand, A ndré Aschieri, Marie-Héléne
A ubert, Wes C ochet y Noel Mamére, Asamblea Nacional, 28 de marzo de 2000. En la
m ism a óptica, el senador Adrien Couteyron presentaría en el Senado, el 19 de diciem ­
bre de 2003, una enm ienda a la enm ienda de Accoyer, que recibiría el apoyo de los sin­
dicatos de psicoterapeutas y de la ECF (Escuela de la Causa Freudiana).
c re a ra u n e s ta tu to se m e ja n te al q u e se c re ó e n d iv erso s p aíses e u r o ­
peos.'17 Se e n tre g a r o n e n to n c e s tre s p ro y e c to s d e ley e n la A sam b lea
N a c io n a l. El p r im e ro , s o s te n id o p o r el d ip u ta d o J e a n -M ic h e l M ar-
c h a n d , p rev e ía la o ficializació n d el d ip lo m a d e p s ic o te ra p e u ta , d ip lo ­
m a q u e se ría av alad o p o r u n a fo rm a c ió n p ro fe s io n a l o rg a n iz a d a e n
in stitu c io n e s p rivadas aprobadas por el M inisterio de Salud. El s e g u n d o
p ro y e c to , d e f e n d id o u n a vez m ás p o r B e rn a rd A ccoyer, co n sistía e n
s o m e te r la p sc o te ra p ia al c o n tro l d el p o d e r m é d ic o . E n c u a n to al te r­
c e ro , p r o p u e s to p o r u n d ip u ta d o m é d ic o d e te n d e n c ia so cialista, Ser-
ge Blisko, exig ía la c re a c ió n de u n a o ficin a in te rp ro fe s io n a l d e las p ro ­
fesio n e s d e la psiq u e.
Es e v id e n te q u e el p rim e r p ro y e c to y el te rc e ro sa tisfac ían las ex­
pectativas d e los p s ic o te ra p e u ta s, q u e n o q u e r ía n in s c rib ir sus activi­
d a d e s e n p ro g ra m a s d e s a lu d p ú b lic a , sin o q u e d e s e a b a n m ás b ie n
a p o r ta r al E sta d o la g a ra n tía d e q u e sus fo rm a c io n e s p ro fe sio n a le s n o
d isim u la b a n a b u so s n i e m p re sa s d e tip o se c ta rio q u e p u d ie r a n p r o ­
vocar d e m a n d a sju d ic ia le s. P ara los p ro fe sio n a le s d e la d isc ip lin a p r in ­
cipal, e sta a u to rre g u la c ió n d e tip o lib e ra l p re s e n ta b a sin d u d a el in ­
co n v e n ie n te d e q u e se te rm in a ra p o r in c lu ir al p sico an álisis e n la la rg a
lista d e las p sic o te ra p ias. Y p o r o tr a p a rte , los p s ic o te ra p e u ta s n o o c u l­
ta b a n su d e s e o d e q u e así fu e ra , ya q u e in te n ta b a n e n e fe c to tra z a r
los lím ite s d e u n a “casa c o m ú n ” q u e p u d ie ra a c o g e r a las c u a tr o p r o ­
fesio n es d e la p s iq u e :18 ¡c rim e n d e lesa m a jestad !
N o hizo falta m ás p a ra q u e los p sic o an a listas d e s a ta ra n u n a v e rd a ­
d e r a g u e r r a d e tr in c h e ra s c o n tra los p s ic o te ra p e u ta s , m u ltip lic a n d o
al in fin ito los co lo q u io s e n la A sa m b le a N a c io n a l y las e n tre v ista s en
el M in isterio d e S alud y la C o m isió n d e A su n to s S ociales d el S e n a d o .49
Las ac cio n es se c o o rd in a b a n p o r in te rm e d io d e u n g r u p o lla m a d o “d e
c o n ta c to ” q u e p e r m itió e s ta b le c e r u n lazo e n t r e las d o s s o c ie d a d e s
d e la IPA (SPP y APF) y los “b u e n o s la c a n ia n o s" , es d ec ir, la A socia­

17T ratarem os esta cuestión en el capítulo v.


“ Psiquiatría, psicología, psicoanálisis, psicoterapia. Véase “La psychothérapie dans
notre société. État actuel et perspectives", coloquio organizado en la A samblea Nacio­
nal por el SNPPsy y la AFOOP bajo la presidencia de Jean-M ichel M archand, el 18 de
noviem bre de 2000.
wVéase Jacques Sédat, “La psychanalyse et l’Etat", Figures <k la Psychanalyse, 5, 2001.
ció n L a c a n ia n a I n te r n a c io n a l (A L I), E sp ac io A n a lític o y la S o cie d ad
d e P sico an álisis F re u d ia n o (SFP). L os r e p r e s e n ta n te s d e las g ra n d e s
a so c ia c io n e s fre u d ia n a s a c e p ta ro n e n to n c e s , y e n d o e n c o n tra d e to ­
d a la tra d ic ió n d el p sicoanálisis laico"’0 d e fin id a p o r F re u d , el p e o r d e
los p ro y ec to s,''1 es decir, el q u e so m e te ría n o s o la m e n te las p sic o te ra ­
pias, sin o ta m b ié n el propio psicoanálisis, al p o d e r d e u n a p o lític a d e sa­
lu d m e n ta l b a s a d a e n el p e rita je y el c o n tro l d e las c o n c ie n c ia s.
Es así c o m o e n la m a ñ a n a d el 12 d e d ic ie m b re d e 2003, d esp u és d e
h a b e r c o m b a tid o salvajem ente c o n tra sus h e r m a n o s en e m ig o s, a c e p ta ­
ro n , a n te el m in istro b e n e v o le n te , q u e u n o s f u e ra n in sc rip to s e n listas
p re fe c to ra le s y q u e o tro s fu e ra n d isp e n sad o s d e ello. E n tre g a ro n así sus
a n u a rio s p a ra q u e el E stado esté e n co n d ic io n e s, e n lo sucesivo, d e res­
p o n d e r a la an g u stia d e los p a c ie n te s, víctim as u n a s veces d e tera p ias
m ág icas, o tra s veces d e m a n ip u la c io n e s d e sectas. O lv id a ro n , sin d u d a,
ese día, q u e las tres cu a rtas p a rte s d e esos p sic o te ra p e u ta s se h a b ía n for­
m a d o e n sus divanes y escuelas d e psicoanálisis, y q u e fo rm a b a n p a rte ,
d e a lg u n a m a n e ra , d e la “fam ilia”: u n a ra m a re c h a z a d a , d isid e n te , re­
n e g a d a , d e s o rd e n a d a , p e ro al fin y al ca b o u n a ra m a d e la fam ilia.
A fin es d e l a ñ o 1963, e n el m o m e n to e n q u e L ac an fu e ta c h a d o
p o r la IPA d e la lista d e sus p ro fe sio n a le s, E lia n e A m a d o Lévy-Valensi,
u n a p sic o an a lista israe lita q u e n o p e r te n e c ía al p a rtid o d e los la ca n ia­
n o s, en v ió a S erg e L ec laire u n a c a rta e n q u e c o m e n ta b a u n pasaje d el
T alm u d : “Si u n a c iu d a d es sitiad a y c o rre el p e lig ro d e p ere cer, y si el
q u e la a se d ió p r o p o n e le v a n ta r el sitio a c o n d ic ió n d e e n tre g a r a u n
h o m b re , la c iu d a d d e b e p e re c e r a n tes q u e e n tre g a r a ese h o m b re . A u n
c u a n d o ese h o m b r e sea u n c rim in a l, a u n c u a n d o d e b ie r a n e je c u ta rlo
ese m ism o d ía ”. “S on im á g e n e s ex tre m as, lo sé — a g re g a b a — , n o esta­
m o s e n p e lig ro d e m u e rte y la víctim a s e ñ a la d a n o h a c o m e tid o u n cri­
m e n . Sin e m b a rg o , el e s q u e m a m o ra l sig u e s ie n d o el m is m o ”."2
N o h ay d u d a d e q u e los p sic o an a listas fra n c e se s d e b e r ía n m e d i­
ta r s o b re esa frase, hoy m ás q u e n u n c a .

’MRecordem os que Freud consideraba que su disciplina debía perm anecer “libre”,
no pud ien d o subordinarse a un poder, cualquiera que sea, religioso o médico. Ni m é­
dicos ni sacerdotes. La lucha a favor del psicoanálisis llam ado “pro fan o ” o “laico” ha
dividido durante un siglo al m ovim iento psicoanalítico m undial.
'' H ablam os de la enm ienda Accoyer-Giraud-Mattei, ya referida en el capítulo I.
Vi Carta de Eliane Amado Lévy-Valensi a Serge Leclaire del 7 de noviembre de 1963.
EL U N IV E R SO DE LAS SECTAS
E n sus o ríg e n e s, el té rm in o “s e c ta ” d e s ig n a a u n g r u p o q u e se se­
p a ra d e u n a e sc u e la d e p e n s a m ie n to , d e u n a Iglesia, d e u n a re lig ió n
o d e u n a in stitu c ió n p o lítica, p a ra volver a u n ific a rse b a jo la é g id a d e
u n je f e h e r é tic o . E n este se n tid o , las g r a n d e s se c ta s d e in s p ira c ió n
g n ó stica , p la tó n ic a u o rie n ta lis ta , q u e p re c o n iz a b a n la in s u r r e c c ió n
e s p iritu a l, la b ú s q u e d a de la in m o rta lid a d o d e u n c o n o c im ie n to m ís­
tico, te n ía n co m o r e f e r e n te m ayor urta v e rd a d e ra filo so fía d e la lib e r­
tad. Y es a través d e esta te m á tic a c o m o se in sc rib ió , e n el s e n o d e la
h isto ria d e la ra c io n a lid a d h u m a n a , la la rg a a v e n tu ra , o s c u ra y r e p r i­
m id a , d e u n d e s e o del h o m b r e d e n o satisfacerse c o n se r s im p le m e n ­
te h o m b r e .
El caso m ás fa sc in a n te es el d e esos ism ailíes a los q u e se d a b a el
n o m b re d e A sesinos.1F u e ro n los p rim e ro s e n ser lla m a d o s así p o r h a ­
b e r sistem a tiz ad o el tira n icid io , es decir, el asesin a to ritu a l d e los je fe s
p o lítico s y religiosos c o n tra los cu a le s se h a b ía n re b e la d o . E n 1164, el
im am d e la c o m u n id a d p u so e n acto, e n su fo rta le z a d e A lam ü t, situ a­
d a al n o r te d e Irá n , u n a fo rm a e x tre m a d e m isticism o q u e n o e ra o tra
co sa q u e la fig u ra su b lim e d e u n a lib e rta d f u n d a d a e n u n a re la c ió n
servil c o n D ios. La p ro c la m a c ió n d e u n a g ra n r e s u rre c c ió n se e m p a ­
r e n ta b a e n to n c e s c o n u n d e s e o d e p o n e r e n c u e stió n la a u to rid a d re ­
ligiosa, se m e ja n te á lo q u e se ría m ás ta rd e el d e se o d e los ja n se n ista s :
“A costa d e estar sie m p re fascin ad o s p o r el d esastre -^ e sc rib e C h ristian
J a m b e t— y d e tra n s fo rm a r su lib e rta d e n s e rv id u m b re in te r io r p a ra

1La palabra “asesino” [y assassin] proviene del térm ino haskishin que significa “be-
bedor de hachís”.
c o n la p e rs o n a d el im am . D e a h í el cu lto d e la p e rs o n a lid a d , q u e lle­
va a frases d e este tipo: ‘Q u ie n h a visto al im a m h a visto a D ios. Q u ie n
n o o b e d e c e a] im am n o o b e d e c e a sí m is m o ’
M enos d e u n siglo d e s p u é s d e este a c o n te c im ie n to , la c o m u n id a d
se disolvería y el ú ltim o je fe d e A Jam út h a b ría su c u m b id o b ajo los g o l­
p es d e los invasores m o n g o le s. El n u e v o o b jetiv o d e los n u e v o s in te ­
le ctu a le s ism ailíes se c e n tr a r á e n to n c e s e n c o n q u is ta r d e s d e a d e n tr o
a u n c o n q u is ta d o r im p o sib le d e vencer.
En la secta te ra p é u tic a (ashram) d e S h ri R a jn e esh B ag h w an r e e n ­
c o n tra m o s la fig u ra d e la se rv id u m b re v o lu n ta ría . E n 1980, é s ta esta­
b a c o m p u e s ta d e se te n ta m il a d e p to s e u r o p e o s y n o rte a m e r ic a n o s en
el m u n d o . V arios m iles d e e n t r e e llo s ib a n to d o s los a ñ o s a R o m a y
a la In d ia p a r a p ra c tic a r allí u n a fo rm a d e te ra p ia c o rp o ra l b a s a d a e n
la v io le n c ia física: v io lacio n es colectivas, m ie m b ro s q u e b ra d o s , d ie n ­
tes ro to s, ro stro s d e s h e c h o s. P a ra q u e el g u r ú c u r a n d e r o a d m itie ra a
u n m ie m b ro , ca d a a d e p to d e b ía so m e te rse a ritos d e p u rific a c ió n q u e
p o d ía n lle g a r h a sta el ra s p a d o d e la le n g u a o el “o lf a te o ” d e sus o lo ­
res, q u e e r a e fe c tu a d o p o r m u je re s s e le c c io n a d a s p a ra ello. L o m ás
a s o m b ro s o es q u e los a d e p to s a esas p rá c tic a s p e r te n e c ía n a c ie rta s
e lite s in te le c tu a le s o c c id e n ta le s: “M e s o r p r e n d ió — e sc rib e M ax Pa-
gés-— la su m isió n op resiv a y a b s u rd a d e los p a rtic ip a n te s e n esos ri­
tu a les. I n s tru id o s y fo rm a d o s e n d isc ip lin a s in te le c tu a le s e x ig e n te s,
e r a n p ro fe so re s d e u n iv e rsid a d , p sic o an a listas, m é d ico s. U n e s c rito r
c é le b re , al d ía sig u ie n te d e q u e le r o m p ie ra n u n d ie n te e n u n g ru p o ,
r e n d ía p le ite sía al g u r ú [ ...] S on n u e s tro s h e rm a n o s , n u e s tro s c o le ­
gas. ‘¿Q u é q u ie re s q u e le h a g a ? ’, d e c ía u n a p a r tic ip a n te , c o n o c í la
Iglesia ca tó lic a , el P a rtid o C o m u n ista , la iz q u ie rd a , el m o v im ie n to fe ­
m inista. A h o ra estoy a q u í”.3
El f e n ó m e n o d e las sectas es u n a v e r d a d e r a e s tru c tu r a tra n sh istó -
rica q u e vuelve a e n c o n tra rs e , e n diversos g ra d o s, e n to d o s los g ru p o s

1Christían Jam bet, Im grande résurreclion d ’A lamúl. Les formes de la liberté dans le shi’is-
me isniaélien, Lagrasse, Verdier, 1990.
' Max Pagés, “Une nouvelle religión: la psychothérapie”, articulo citado. Basán­
dose en Louis D um ont, Catherine C lém ent recuerda que en India existen m illares de
sectas que, lejos de ser liberticidas, aspiran a abolir el sistema de las castas: “L’h o rreu r
en som m e”, Ij >Nouvel Áne, noviem bre-diciem bre de 2003.
h u m a n o s co n fin e s m e siá n ic o s o te ra p é u tic o s — e n el c h a m a n is m o y
el tra n c e , p o r e je m p lo — , p e r o ta m b ié n e n to d a s las e sc u e la s d e p si­
q u ia tría d in á m ic a y d e p sic o te ra p ia . S u rg id a s d e la c rític a y el cu estio -
n a m ie n to d e u n sa b e r d o m in a n te al q u e se c o n s id e ra in c a p a z d e a p o r-
lar la c a p a c id a d d e s e a d a d e c u ra r, éstas rev a lo riza n s is te m á tic a m e n te ,
a través d el lu g a r q u e o to r g a n al je f e in ic ia d o r y “c u r a d o r ”, la d o b le
lig u ra p a ra d ig m á tic a d e la s e rv id u m b re y la lib e rta d .
P e ro c u a n to m ás p r o f u n d a es la r u p tu r a d el g r u p o d is id e n te c o n
el sistem a in te rp re ta tiv o o rig in a l q u e g a ra n tiz a b a su a n tig u a c o h e r e n ­
cia, m ás se a c e rc a al p e lig ro d e n a u f r a g a r e n la d e riv a se cta ria. Es así
co m o la d o c trin a , si se r e d u c e a u n a té c n ic a co e rcitiv a, p u e d e r e d u n ­
d a r e n su sim p le in v e rsió n . E n vez d e b u sc a r la v e rd a d d e D ios — o d el
sa b er objetivo— a través d e la e n s e ñ a n z a d e u n m a e stro , los m ie m b ro s
d e la n u ev a c o m u n id a d ven e n el m a e stro la f u e n te d e to d a v e rd a d .
Este es e n to n c e s e rig id o e n g u r ú id o la tra d o p o r a d e p to s q u e d e ja n d e
ser sus d isc íp u lo s. E n este ú ltim o caso, la se rv id u m b re p a r a c o n D ios
o u n je f e ya n o es u n m o d o d e ac ce so a la lib e rta d , sin o la e x p re s ió n
d e u n a esclav itu d q u e lleva al su je to a a d u la r el c u e r p o se x u al d el g u ­
rú. E n c o n s e c u e n c ia , el c rim e n se tra n sfo rm a e n ley, el in c e sto se c o n ­
v ierte e n el f u n d a m e n to d e to d a filiació n , la e n f e rm e d a d , e n la p u r i­
fica ció n d e l a lm a y el te rro r, e n el h o riz o n te m ism o d e la c o m u n id a d .
E n tre g a d a p r im e ro a la b ú s q u e d a d e u n a in v e rsió n p e rv e rsa d e la ley,
la se cta n o p u e d e lu e g o ev ad irse d e la d e c e p c ió n a la c u a l la c o n d e n a
lo re a l y o rg a n iz a el su ic id io colectivo d e sus m ie m b ro s.
S ín to m a d e u n a a n u la c ió n d e las fro n te ra s e n t r e lo in te r io r y lo
ex te rio r, e n tr e lo n o rm a l y lo p a to ló g ic o , el f e n ó m e n o m o d e r n o d e
la o rg a n iz a c ió n e n se ctas n o tie n e ya n a d a q u e v e r c o n el m e sia n ism o
r e b e ld e d e los a n tig u o s tie m p o s. H a b ie n d o a b ju ra d o d e la id e a m is­
m a d e u n a p o sib le lib e rta d h u m a n a , el f e n ó m e n o q u e n o s o c u p a es
a la re lig ió n lo q u e las m e d ic in a s p a ra le la s so n a la m e d ic in a c ie n tífi­
ca, y al E sta d o d e d e r e c h o lo q u e el fascism o es a la d e m o c ra c ia .
P e ro ta m b ié n , la o rg a n iz a c ió n se cta ria es a las p sic o te ra p ia s lo q u e
estas ú ltim a s so n al p sicoanálisis. M a n c h a y p la g a, esa co sa im p o sib le
d e n o m b r a r — esa c h a rla ta n e ría sin fro n te ra s— , p o r la cu al u n a c o m u ­
n id a d h u m a n a d e s ig n a sin cesa r lo q u e ella n o es. P e ro c o m o la se c ta
es al m ism o tie m p o la q u e p r o p o r c io n a u n a d r o g a (pharm akos) y la
d ro g a m ism a (pharm akon), p o r eso p re c is a m e n te p r e te n d e c u ra r a sus
a d e p to s d e to d a s las to x in a s in v e n ta d a s p o r las s o c ie d a d e s d e m o c rá ti­
cas, la m e d ic in a y la p siq u iatría : pesticidas, p sic o tró p ic o s, g rasas a n i­
m ales, m e d ic a m e n to s, c o c a ín a , c o lo ra n te s , d e te rg e n te s , e tc é te ra .
P ero c o m o f e n ó m e n o p la n e ta rio , la se c ta d e h o y es ta m b ié n u n
e q u iv a le n te d e ese otro te rro ris m o , m u c h o m ás c rim in a l, q u e c a ra c te ­
riza al E sta d o d e lic u e n c ia l (o c h a rla tá n ) e n su re la c ió n c o n el E stad o
n a c ió n o el E stad o d e d e re c h o : “[ ...] la fu e n te m ás ir re d u c tib le d el
te r r o r a b s o lu to — e scrib e J a c q u e s D e rrid a — , la q u e se e n c u e n tr a p o r
d e fin ic ió n m ás in e rm e a n te la p e o r a m e n a z a , s e ría la q u e p ro v ie n e
del ‘a d e n tr o ’, d e esa z o n a d o n d e el p e o r ‘a f u e r a ’ h a b ita ‘e n m í’”. 1E n
este a s p e c to , la g ra n se cta d e los E vang elistas,3 su rg id a d e las Ig lesias
p ro te s ta n te s tra d ic io n a le s, cuya m isió n c o n siste e n o rg a n iz a r la “Ar-
m a g e d d o n ” (la b a ta lla final e n t r e el b ie n y el m al) d e s p e r ta n d o a los
cristia n o s d e su le ta rg o , es c ie r ta m e n te u n a d e las m ás p o te n te s d el
p la n e ta , ya q u e c u e n ta c o n q u in ie n to s m illo n e s d e a d e p to s r e p a r ti­
do s p o r el m u n d o , c o n c e n tra d o s so b re to d o e n los E sta d o s U n id o s y
A m é ric a la tin a .6
E n B rasil, los ev angelistas se h a n a p o d e r a d o d e l s a b e r p sic o an a lí-
tico c u e s tio n a n d o y so slay an d o las so c ie d a d e s f re u d ia n a s d e to d a s las
te n d e n c ia s. H a b ie n d o c re a d o u n a so c ie d a d d e p sic o an á lisis lla m a d a
“o r to d o x a ”, se la n z a ro n a la “f o rm a c ió n ” d e m il q u in ie n to s p ro fe s io ­
n a le s a p to s, se g ú n ellos, p a ra d is tin g u ir e n tr e u n a e s q u iz o fre n ia y u n a
p o se sió n d e m o n ía c a e n f u n c ió n d e la re a c c ió n d el p a c ie n te a la fra ­
se: “L a s a n g re d e Je sú s tie n e p o d e r" . D e sp u é s d e ello , e la b o r a r o n e n
2000 u n p ro y e c to d e ley p a ra re c la m a r al E sta d o u n a r e g la m e n ta c ió n
d e la p ro fe sió n p sic o a n a lític a .7 E sta situ a c ió n es ú n ic a e n los a n a le s
d e l m o v im ie n to p sic o a n a lític o .

1Véase Jacques D errida y jü rg en Haberm as, Le “concept” du “11 septembre", op. cil.,
p. 145.
' Q ue se define com o una iglesia.
" G. W. Bush, presidente de los Estados Unidos, ad h eren te al com bate contra el
“eje del m al”, es m iem bro de uno de los com ponentes del m ovim iento evangelista. Véa­
se I*eNouvel Observateur, “Les évangéliques, la secte qui veut c onquérir le m o n d e ”, 26
de febrero-3 de mamo de 2004.
7 Proyecto de ley 3.944, 2000, presentado p o r Eber Silva, diputado evangelista de
Rio de Janeiro.
C o m o la d ise m in a c ió n d e las arm a s n u c le a re s y b ac te rio ló g ica s, co­
m o la d isp e rsió n c la n d e stin a d e los o rg a n ism o s v iv o s— e m b rio n e s , in ­
jertos, esp erm a, ovocitos— , co m o la circ u lac ió n o c u lta d e las d ro g as, d e
la m o n e d a o d e los m á rtire s, el e s p e c tro d e la m e c á n ic a se c ta ria m e ro ­
d e a e n el fu tu ro d e las so c ie d a d e s d em o crática s. P o r el h o r r o r q u e sus­
cita, p o r el desafío q u e la n za a la tra d ic ió n d e las L u ces y p o r el p r o ­
g ra m a d e e u g e n ism o q u e p ro p o n e , la o rg an iz ac ió n c o n te m p o r á n e a d e
las sectas p a re c e q u e r e r a b o lir el p rin c ip io m ism o d e u n a tran sm isió n
g en e aló g ica . A fu e rz a d e re c u sa r la ley p a ra b o r r a r la se p a ra c ió n e n tre
sí y el o tro , lleva h a sta sus ú ltim a s e in so p o rta b le s c o n s e c u e n c ia s el sa­
crificio d e l c u e rp o , la a n u la c ió n d e la c o n c ie n c ia , la d e s tru c c ió n d e la
id e n tid a d y las p rácticas sex u ales transgresivas o perversas. Es así c o m o
d e s c a n sa sie m p re e n la p ro m e s a d e u n a m u e rte d e la civilización y en
la c re e n c ia d e lira n te en u n a n u ev a ed ad p osible (New Age) d el universo.
“P o d re m o s fu n d irn o s en la m é d u la d e los h u eso s d el m esías y c o n ­
v e rtirn o s e n u n a se m illa d e l m esías. E n to n c e s esta se m illa p u r a se rá
s e m b ra d a e n el ú te r o d e la e sp o sa sin p e c a d o . E n tr a n d o e n la m é d u ­
la d e los h u e s o s d el m esías, u n a m u je r p u e d e volverse u n a se m illa d el
m esías sin p e c a d o . Si los d o s p a d re s e s tá n e x e n to s d e p e c a d o , su h ija
lo es ta rá : es el c a m b io d e g e n e r a c ió n .” Y a d e m á s: “L es p r o p o n e m o s
a y u d a rn o s a a c e le ra r la c a tá s tro fe final, q u e n o h a r á sin o p u rific a r el
u n iv e rso , d e s tru y e n d o a los se re s q u e so n f ru to d e u n a e x p e r ie n c ia
fra c a sa d a . A y u d a d m e a a p lic a r m i p la n , q u e se b asa e n u n a activ ació n
d e los d if e r e n te s rac ism o s p a r a lo g r a r q u e e s ta lle u n a g u e r r a m u n ­
d ia l”. Y p o r fin: “N o veo q u e las m e d id a s p o p u la re s , la a u to a b n e g a -
c ió n o la d e m o c ra c ia h ay a n h e c h o a lg o a lg u n a vez p o r el h o m b re , ex ­
c e p to h u n d ir lo en el b a r r o ”.8
Estas d e c la ra c io n e s e m a n a n d e los f u n d a d o r e s d e las tres sectas
d e l siglo XX m ás tr is te m e n te c é le b re s d e l p la n e ta : S u n M y u n g M u n
(M o o n ), r e p r e s e n ta n te d e la A so ciac ió n e n favor d e la U n ific a c ió n
d e l C ristia n ism o M u n d ia l (A U C M ); C la u d e V o rilh o n , p o r el M ovi­
m ie n to d e la G e n io c ra c ia M u n d ia l (o se cta d e R a e l); L afay ette R on
H u b b a r d , p o r la Iglesia d e C ie n to lo g ía y “te r a p ia ” lla m a d a “d ia n o é ti-
c a ”. L as tres tie n e n e n c o m ú n el o d io p o r la d e m o c ra c ia , el re c h a z o
d e la c ie n c ia y la m e d ic in a , la c re e n c ia e n la in m o rta lid a d , el c u lto d e
la d e s ig u a ld a d y la o b se sió n p o r la p u r e z a biológica.'-'
F u n d a d a e n 1968, la se cta M o o n vin o a s u stitu ir d if e r e n te s m o v i­
m ie n to s d e caza d e b ru jas a n im a d o s p o r m ilita re s d e C o re a d e l Sur. El
objetiv o d e esto s m o v im ie n to s e ra e rra d ic a r, c o n ay u d a d e la CIA, la
plag a m u n d ia l d el co m u n ism o , c o n s id e ra d o el S ata n ás d e los tie m p o s
m o d e rn o s . C o n d e n a d o varias veces p o r v io la ció n y p e rv e rs io n e s se­
xuales, S u n M yung M u n re iv in d ic ó s ie m p re los v alo res d e u n c ristia ­
n ism o tra d ic io n a l, q u e n o lo ex im ió d e d e s p o ja r a sus a d e p to s d e sus
b ie n e s, o b lig á n d o lo s a c o n tr a e r m a tr im o n io e n t r e ello s c o n su p r o ­
p ia b e n d ic ió n , d e s p u é s d e h a b e r g o z a d o d e u n e x tra ñ o d e r e c h o d e
a b u s o sexual. In s ta la d a e n m u c h o s países, c o n u n a g e s tió n s e m e ja n ­
te a la d e u n a e m p re s a m u ltin a c io n a l, la A U C M p re s e n tó sie m p re sus
p rác tica s d e co n v e rsió n c o m o e x p e rie n c ia s m ísticas o te ra p é u tic a s d e
p u rific a c ió n d e l a lm a y el c u e rp o .
D esp u é s d e h a b e r sid o s e c u e stra d o p o r u n p la to v o la d o r e n 1973,
C la u d e V o rilh o n f u n d ó u n m o v im ien to d e s tin a d o a re c ib ir a los ex tra-
te rrestre s. E n su ca lid a d d e h ijo d e D ios r e e n c a r n a d o e n el án g e l R ael,
estab leció c o m o p rin c ip io f u n d a d o r d e su se cta la o b lig a c ió n d e la re ­
la ció n sexual co n to d o s sus a d e p to s, h o m b re s, m u je re s o n iñ o s. O b se ­
sio n a d o p o r los p ro b le m a s d e “filia ció n ”, lo g ró c o n v e n c e r a c in c u e n ta
m u jeres “rae lian a s” q u e a c ep taran u n huevo, re p ro d u c id o c in c u e n ta ve­
ces d e m o d o id é n tic o . G racias a esa “c lo n a c ió n r e p r o d u c to r a ”, in sp ira ­
d a e n las investigaciones c o n te m p o rá n e a s so b re los e m b rio n e s, p r e te n ­
d ió p o d e r “d u p lic a r ” u n n iñ o m u e rto a los d ie z añ o s, lo c u a l su scitó
en sus p a d re s la e s p e ra n z a d e q u e “re s u c ita ra ”. P a ra re a liz a r esta p r o e ­
za, a p e ló a u n e q u ip o d e “sa b io s” fo rm a d o s p a r a e ste fin p o r su p r o ­
pia secta. F u e así c o m o el C o n g re s o d e los E stad o s U n id o s lo re c ib ió
e n m a rz o d e 2001 c o m o u n v e rd a d e ro in v e stig a d o r.10A u n q u e se a im ­
p o sib le “fa b ric a r” u n c lo n e n esas c o n d ic io n e s , m u c h o s in v e stig a d o ­

9 Lafayette Ron H ubbard (1911-1986), de nacionalidad norteam ericana, era en


un principio a u to r de ciencia ficción. Sun Myung Mun, nacido en 1920 en Corea del
Sur, es un ex militar. Claude Vorilhon, nacido en 1946, canadiense de origen francés,
es un autodidacta que ha cam biado varias veces de actividad e identidad.
10El interrogatorio de Claude Vorilhon tuvo lugar en m arzo de 2001. Véase el dia­
rio Libération del 30 de m arzo de 2001.
re s y esp ec ialista s en g e n é tic a se c o n v e n c ie r o n d e q u e el p la n e ta se
lle n a ría e n p o c o tie m p o d e “b e b é s c lo n a d o s ”.
L a Iglesia d e C ie n to lo g ía , m u c h o m ás m o d e r n a e n su s m é to d o s
to ta lita rio s y coercitivos, tuvo s ie m p re el p ro y e c to , c o m o su n o m b r e
lo in d ic a , d e re c o n c ilia r la c ie n c ia y la re lig ió n . E sa es la ra z ó n p o r la
cual re iv in d ic a el e s ta tu to d e v e rd a d e r a re lig ió n sin d e ja r p o r ello d e
p r e te n d e r se r u n p o rta v o z d e los v alo re s d e la c ie n tific id a d c o n te m ­
p o r á n e a . E n este se n tid o , n o hay d u d a d e q u e es la se cta m ás p e r n i­
ciosa d e l m u n d o o c c id e n ta l, ya q u e e x tra e d e ese m u n d o o c c id e n ta l
u n s a b e r a p a r e n te m e n te o b jetiv o , u n siste m a d e c r e e n c ia m o d e ra d o
e n a p a rie n c ia y u n m o d e lo d e c u ra te ra p é u tic a e x tre m a d a m e n te “ra ­
c io n a l”. E ste m o d e lo se in s p ira ta n to e n el p sic o an á lisis c o m o e n el
análisis lla m a d o “tra n sa c c io n a l”, e x tra e e le m e n to s d e la p sic o lo g ía d el
c o m p o rta m ie n to y d e las n e u ro c ie n c ia s : c o n d ic io n a m ie n to , h ip n o sis,
b eh a v io rism o , te ra p ia c o g n itiv o -c o m p o rta m e n ta lista . A c tú a p o r c o n ­
s ig u ie n te c o m o u n a v e rd a d e r a “d r o g a d e s u s titu c ió n ”, p r o p o n ie n d o
a sus a d e p to s u n pharm akon “e c o ló g ic o ” c a p az d e p u r g a r a la c o m u n i­
d a d d e to d a s las p o lu c io n e s q u e le in flig e la e ra in d u s tria l: d e s o c u p a ­
c ió n , m iseria social, so le d a d p síq u ica .
Es así c o m o la secta a d o p ta c o m o insig n ias, p a r a re b a ja rla s, to d o s
los g r a n d e s p rin c ip io s f u n d a d o r e s d e las d e m o c ra c ia s y d e las a s p ira ­
c io n e s h ig ie n ista s q u e c a r a c te riz a n la in d iv id u a lid a d m o d e rn a . L os
d e r e c h o s d e l h o m b r e , la lu c h a c o n tr a las d isc rim in a c io n e s, el acceso
al b ie n e s ta r y al éx ito social, lo g ra d o s p o r el m é rito , so n los te m a s ve-
h ic u la d o s p o r sus m ú ltip le s “a so c ia c io n e s”, a sa b er: A sociación p o r los
D e re c h o s d e l H o m b r e y c o n tra la D is c rim in a c ió n , E scu e la d e l D es­
p e rta r, E scu ela d e l R itm o , C o m ité d e A cció n p a r a los D e re c h o s a u n
B u e n E n to r n o A m b ie n ta l o en p r o d e l R e sp e to p o r los D e re c h o s a
D e fe n d e rse , etc. P re o c u p a d a p o r p re se rv a r u n a im a g e n d e resp e tab ili­
d a d , la se cta n o vacila e n afirm a r, al ig u a l q u e los d e fe n s o re s d e l cien-
tism o o la p sic o fa rm a c o lo g ía , q u e sus m é to d o s so n so m e tid o s a eva­
lu a c ió n , v erific ac ió n y e x p e r im e n ta c ió n p o r p a r te d e altas in stan c ias
m é d ic a s y n o p o c o s c o m ité s d e ética. M ás a ú n , so licita sin d e s c a n so la
c o la b o r a c ió n d e p e r s o n a lid a d e s d é l m u n d o d e l e s p e c tá c u lo c o m o
J o h n T rav o lta, J u lia M ig e n es o C h ic k C o re a , q u ie n e s d a n p r u e b a tes­
tim o n ia l d e los su p u e sto s reg a lo s c o n q u e su lib e ra lid a d e n r iq u e c e a
la h u m a n id a d e n te ra .
P ara el f u tu ro a d h e r e n te , la e n tr a d a e n la se cta se realiza e n va­
rias etap a s. P rim e ro tie n e q u e fam iliariz arse c o n la lite r a tu r a c a n ó n i­
ca d e l g u rú fu n d a d o r. L u eg o d e b e so m e te rse a v ario s “tests d e p e rso ­
n a lid a d ” q u e p o n d r á n e n ev id en c ia sus p u n to s d éb iles. P o r ú ltim o , se
e n tre v ista c o n los alto s re p r e s e n ta n te s d el m o v im ie n to , los c u a le s le
p r o p o n e n tra b a jo s a c a m b io d e su e ld o s rid íc u lo s (lo q u e eq u iv ale e n
la p rá c tic a , p a ra el a d h e r e n te , a d o n a r a la c o m u n id a d sus b ie n e s y
sus rec u rso s e c o n ó m ic o s ) . F irm a e n to n c e s u n c o n tra to v álid o p o r u n
m illó n d e añ o s, lu e g o a p r e n d e a d e s c u b rir e n él la e x iste n c ia d e u n a
“s e g u n d a d in á m ic a (o D 2) ”, v e r d a d e r o “im p u lso a so b rev iv ir a través
d el se x o ”. Si ese im p u lso es in su fic ie n te , eso sig n ifica q u e e stá a fe c ta ­
d o p o r u n a p a to lo g ía . P ara c u ra rse , d e b e r á e n to n c e s r e n u n c ia r a la
p a re ja ú n ic a y e n tre g a rs e a n u ev a s p rá c tic a s sex u ales, es decir, co lec­
tivas o sa d o m aso q u ista s.
El a d e p to g a n a e n p o c o tie m p o su d e r e c h o a a c c e d e r al v o c a b u ­
lario “s e c re to ” d e la c ie n to lo g ía , q u e h a r á d e él u n in ic ia d o cap az d e
re c lu ta r a su vez a o tro s a d e p to s. S ig u ie n d o el p r o c e d im ie n to p o r el
cu a l las sectas p o n e n e n ac ció n la je r g a q u e las m e d ic in a s p a ra le la s
usan c o m o su stitu to d e l d isc u rso m é d ic o (ca lifica d o c o m o a se sin o ),
la Iglesia d e C ie n to lo g ía r e c u rr e a la te rm in o lo g ía d e la p sic o lo g ía o
el psicoanálisis y la tra n sfo rm a e n u n a je r g a q u e se su p o n e m u c h o m ás
“c ie n tífic a ” q u e el c o n ju n to d e los té rm in o s a d o p ta d o s c o m ú n m e n te
p o r esas disciplinas.
D e este m o d o , el a d h e r e n te r e c o rr e u n la rg o tray e cto d e tra b a jo
d e co-coachingo co-auditingc a lc a d o d e la p sic o te ra p ia , d u r a n te el cu a l
se e n te r a d e q u e el “p r o d u c to fin al d e la d ia n o é tíc a es u n se r h u m a ­
n o q u e g o za d e b u e n a salud y c o n u n c o e fic ie n te in te le c tu a l e le v a d o ”,
o q u e “los m ie m b ro s atro fia d o s, las m a n c h a s d e la p iel, las e r u p c io ­
n e s c u tá n e a s , la c e g u e r a o la s o r d e r a p u e d e n c u r a rs e m e d ia n te la
d ia n o é tic a " .'1
P e ro p a r a q u e la in ic ia c ió n d e l a d h e r e n te a lc a n c e su p u n to d e
p e rfe c c ió n , es p re c iso c o m p le ta rla c o n u n ú ltim o trá m ite : el test d el
“e le c tr ó m e tr o ”. S e g ú n H u b b a rd , el se r h u m a n o se c o m p o n e d e tres
esferas: el “té ta n o ”, lo m e n ta l, el c u e r p o físico. El p r im e ro , s itu a d o
fu e ra d el c u e r p o h u m a n o , es u n a e n e rg ía có sm ic a d e o rig e n e x tra te ­
r re s tr e q u e p r im e ro se c o n g e ló p a r a volver a c a le n ta rs e d e s p u é s p o r
a c c ió n d e los v olcanes, a n te s d e m a te ria liz a rse e n c a d a in d iv id u o p a ­
ra d a r le vida. P o r in te r m e d io d e la e s fe ra m e n ta l, esa e n e r g ía có sm i­
ca p u e d e e x p re sa rse y lu e g o c o n c re tiz a rs e e n el c u e r p o físico. P u e d e
se r así c a p ta d a p o r u n “e le c tr ó m e tr o ”, q u e sirve p a r a re g is tra r las va­
riac io n es.
S o m e tid o p rim e ro a u n a “c u r a ” y lu e g o a u n a m e d ic ió n “c ie n tífi­
c a ” d e su “e n e r g ía c ó sm ic a ”, el a d h e r e n te es in v ita d o d e s p u é s a p a r­
tic ip a r e n se sio n es d e a u to h ip n o s is cu y o c o n te n id o se tra n s m ite se­
g u id a m e n te a u n “su p e rv iso r”, q u e sigue y d irig e el “tr a ta m ie n to ”. L os
d o c u m e n to s re c o p ila d o s d u r a n te esas m ú ltip le s c o n fe sio n e s c o n s titu ­
y e n la b a se p rin c ip a l q u e p e r m ite a la se c ta a c r e c e n ta r su p o d e r d e
d o m in io s o b re el a d e p to , e n caso d e q u e éste q u is ie ra s u stra e rse a él.
P e ro el tr a ta m ie n to e stá d e s tin a d o m á s q u e n a d a a “c u r a r ” al s u je to
d e los v ín c u lo s q u e lo a ta n al m u n d o e x te r io r (c ó n y u g e , p a d re s, h i­
jo s , p a tr o n e s ) , ju z g a d o c o m o n e fa s to p a r a su n u e v o b ie n e s ta r. U n a
vez q u e se h a v u elto in d if e re n te a ese e n to r n o “p a to ló g ic o ”, el a d h e ­
r e n te p u e d e se g u ir viviendo “n o r m a lm e n te ” y tr a ta n d o a las p e rso n a s
q u e d esee .
A p a r tir d e a h í, se lo o b lig a rá a s o m e te rs e a o tra s fo rm a s d e “p u ­
rific a c ió n te ra p é u tic a ”, d e s tin a d a s a p r o te g e rlo ta n to d el c á n c e r y d e
las e n f e r m e d a d e s c a rd io v a s c u la re s c o m o d e las p e r n ic io s a s p la g a s
d e u n a s o c ie d a d d e m o c rá tic a c o n s id e ra d a n e u ró tic a , p sic ó tic a o cri­
m in a l. Se p u rific a rá to m a n d o b a ñ o s d e v a p o r q u e p u e d e n d u r a r h a s­
ta seis h o ra s, p a r tic ip a n d o to d o s los d ía s e n c a rre ra s a p ie , s ig u ie n d o
r e g ím e n e s a lim e n tic io s c o m p u e s to s d e v e r d u r a s a p e n a s c o c in a d a s ,
a d o p ta n d o p o r ú ltim o u n a te ra p ia m e g a v ita m ín ic a e n d osis q u e p u e ­
d e n llev arlo a veces a la m u e r te .1'
Ya se a n p sicóticos, n e u ró tic o s o d ep re siv o s, ya se a q u e n o su fra n
d e n in g ú n tra s to rn o p síq u ic o a p a r e n te , los fu tu ro s a d e p to s se h a c e n
m ie m b ro s d e la Iglesia d e C ie n to lo g ía p o r q u e c re e n h a b e r e n c o n tr a ­
d o allí esa lib e rta d q u e les es im p o s ib le lo g ra r e n la v id a c o tid ia n a .
D e s e n c a n ta d o s , d e s lig a d o s d e to d o c o m p ro m is o , p e r d id o s e n u n
m u n d o q u e les o fre c e n a d a m ás q u e la im a g e n d e u n n arc isism o c o n ­
q u is ta d o r al cu al se s ie n te n a je n o s, b u sc a n e n to n c e s , e n la m ás to ta li­
ta ria d e las c o e rc io n e s y e n la se rv id u m b re m ás ab y ecta, u n m o d o d e
c u ra rs e d e la v a c u id a d d e su s e r y d e la n u lid a d , a m e n u d o in c o m ­
p re n s ib le p a r a ellos, q u e m a rc a las re la c io n e s a n ó m a la s q u e m a n tie ­
n e n d e s d e h a c e la rg o tie m p o c o n sus p a r ie n te s y alleg ad o s.
E xisten m iles d e sectas en el m u n d o 13 q u e n o están o rg a n iz a d a s d e
a c u e r d o c o n el m o d e lo d e la c ie n to lo g ía . L a m a y o ría d e los g u r ú e s
q u e las d irig e n h a n sid o o h a b r ía n p o d id o se r p a c ie n te s d e p s iq u ia ­
tras, d e p sic o a n a lista s o p s ic o te ra p e u ta s. A v eces so n m éd ico s, d e n tis ­
tas, h o m e ó p a ta s, o steópatas, a c u p u n to re s, p sic o te ra p eu ta s, p siq u iatras,
etc., p e r o m u y a m e n u d o son s im p le m e n te a u to d id a c ta s 1,1y n o tie n e n
n in g ú n d ip lo m a . M a n tie n e n c o n el a d h e r e n te a la se c ta u n a re la c ió n
fu sio n al m a rc a d a p o r m a ltra to s sex u ales, e p iso d io s d e lira n te s y esta­
fas fin a n c ie ra s. E n c u a n to a los a d e p to s, su rg id o s e n su m a y o ría d e las
clases m e d ia s o d e la alta b u rg u e sía , p e r te n e c e n al m u n d o d e l p e r io ­
d ism o o del esp e c tá c u lo , o se m u e v e n e n el á m b ito m é d ico , e m p re s a ­
rial o d e la fu n c ió n p ú b lica. Es fre c u e n te q u e n a d ie , en su e n to r n o , se
e n te r e d el calvario d e sus vidas. Se h a n c e n s a d o e n F ran cia, en 1995,
c ie n to s e te n ta y d o s sectas y m á s d e tre sc ie n to s g r u p o s c o n te n d e n c ia
a co n v ertirse e n tales, c o m p u e sto s d e te ra p e u ta s y p a c ie n te s p sicóticos,
d ep resiv o s, su icid as, d e lira n te s , to x ic ó m a n o s o a lco h ó lico s. Q u in ie n ­
tas m il p e rs o n a s h a n sido “a fe c ta d a s ” p o r los f e n ó m e n o s se c ta rio s e n ­
tre 1982 y 1 999.15
E n los caso s e n q u e e s c a p a n a su s e rv id u m b re v o lu n ta ria , a m e ­
n u d o d e s p u é s d e v e in te a ñ o s d e h u m illa c io n e s, los ex a d h e r e n te s n o
lo g ra n vivir sin ayuda. Y a c u d e n a v e r a p s ic o te ra p e u ta s, p sic o a n a lis­
tas, p sic ó lo g o s o p siq u iatras. R e c o r r e n e n to n c e s e n d ire c c ió n in v e rsa
el trayecto q u e los h a b ía llevado a e x p e r im e n ta r los p rin c ip io s d e u n a
“c u r a ” q u e n o e r a m ás q u e u n sim u la c ro d e c u ra . La n u ev a c u ra r e e m ­
p la za e n to n c e s a la a n te r io r y el a d e p to , tra n s fo rm a d o a h o r a e n pa-

13 Budistas (Sukyo M ahikari), hinduistas (Khrishna, Brama Kum ariu World Spiri-
tual University, con estatuto de O N G ), ju d eo cristian as (Testigos de Jehová, Waco,
m orm ones, Christian Science, pentecostales), neopaganas (Rael), esotérico-ocultistas
(O rden del T em plo Solar), escuelas d e sabiduría (m editación trascendental, Nueva
Acrópolis, Fraternidad Blanca Universal), ecologistas (Ecoovie, Invitación a la Vida in ­
tensa), etcétera.
HJean-M arie Abgrall, Les charUitav-s de la santé, op. át.
15Véase Alain Vivien, Les sectes, op. di.
c ie n te , es tr a ta d o c o n d ro g a s ( p s ic o tró p ic o s ) o m e d ia n te o tra s té c ­
nicas, n o ya p a r a se r e n r o la d o e n u n sistem a to ta lita rio , sin o p a r a in ­
te n ta r c o m p r e n d e r la sig n ific a c ió n d e su c o m p o r ta m ie n to a n te rio r.
A le c c io n a d o s p o r la e x p e r ie n c ia vivida, alg u n o s a n tig u o s a d e p to s se
vuelven p s ic o te ra p e u ta s ," 's in d ip lo m a y sin in sc rib irse en listas, p e r o
m u c h o s d e ellos r e c u rre n ta m b ié n a las m e d ic in a s p ara lela s — h o m e o ­
p atía, fito te ra p ia , irid o lo g ía — o a n u ev a s te rap ias.
N o c a b e d u d a d e q u e es e n el s e n o del m o v im ie n to d e la N ew Age
d o n d e se h a n id o a c u m u la n d o , d u r a n te v e in te a ñ o s, to d o s los c o m ­
p o n e n te s d e estas n u ev a s te ra p ias.
M o v im ie n to n e o e s p iritu a lis ta c o m p u e s to d e m ag o s, ta u m a tu rg o s
y m ístic o s, el o c u ltis m o h iz o su a p a ric ió n a fin e s d e l sig lo XIX r e a c ­
c io n a n d o c o n tr a el p o sitiv ism o d e lo s sa b e re s e n s e ñ a d o s e n las u n i­
v e rsid a d e s d e lo s p a íse s o c c id e n ta le s . Se tra ta b a e n ese m o m e n to d e
r e u n ir e n u n a e s p e c ie d e sin c re tis m o , d if u n d id o p o r d if e r e n te s sec­
tas, te m a s c o m u n e s a las re lig io n e s o c c id e n ta le s y o r ie n ta le s c o n el
fin d e re v a lo riz a r los sa b e re s lla m a d o s “o c u lto s ” o “r e p r im id o s ” ta n ­
to p o r el d isc u rs o c ie n tífic o c o m o p o r las re lig io n e s in s titu c io n a liz a ­
d a s e n iglesias.
S o b re ese te r r e n o se d e s a rro lló e n los E sta d o s U n id o s , y v in c u la ­
d a a la g ra n e p id e m ia d e e s p iritism o q u e se h a b ía d if u n d id o e n t r e las
m u je re s, u n a n u e v a d o c trin a e s o té ric a in s p ira d a e n la a n tig u a te o so ­
fía. C o n v e n c id a d e q u e los “m a e stro s invisibles” d e la tra d ic ió n m ísti­
ca h a b ía n e n c o n tr a d o re fu g io e n las altas cim as d e l H im alay a, A lice
Bailey, e s p iritista y a d e p ta d e la te le p a tía ,17 fo rjó e n 1948 la e x p re s ió n
New Age para n o m b r a r la f u tu r a “e d a d d e o r o ” a la q u e d e b ía a c c e d e r
la h u m a n id a d p o r m e d io d e u n c o n o c im ie n to p r o f u n d o y su b je tiv o
d e l m ás allá.

"*El Journal des Psychologues, n a 174, febrero de 2000, ha publicado varios testim o­
nios a este respecto. El docum ento se titula “Les sectes, un danger pour la profession”.
17 Freud, com o se sabe, se interesó vivam ente por el fenóm eno de la telepatía (co­
m unicación del pensam iento a distancia) para m ostrar que el fenóm eno no existía. “El
psicoanálisis —escribe Jacques D errida— se traga y al mismo tiem po expele ese cuer­
po extraño que se llama telepatía.” Véase S. Freud, “Psicoanálisis y telepatía” (1921),
Oeuvres completes, t. X V I, París, PUF, 1991 [Obras completas, Buenos Aires, 1998, vol. x v i i i ,
pp. 165 y ss.], y Jacques Derrida, Psyché, Invention de l ’autre, París, Galilée, 1987.
E n 1961, e n u n m o m e n to e n q u e el psico an álisis n o r te a m e r ic a n o
se so m e tía , p o r u n lado, d e u n m o d o c a d a vez m ás p r o n u n c ia d o a los
p rin c ip io s d e u n a p siq u ia tría b io ló g ic a , y e n q u e , p o r o tr o la d o , e m ­
p e z a b a a to m a r e n c u e n ta la “c u ltu r a d e l n a rc isism o ”, M ic h ae l M ur-
p h y cre ó , e n E salen (u n a p e q u e ñ a e s ta c ió n b a ln e a ria d e la c o s ta ca-
lif o r n ia n a d e Big S u r), u n in s titu to q u e se d io la m is ió n d e r e u n ir
to d o s los sa b e re s e m a n a d o s d e la c ie n c ia , la filosofía y la re lig ió n , co n
el fin d e in v e n ta r u n a n u ev a m a n e ra d e vivir y “d e s a rro lla r el p o te n ­
cial h u m a n o ”.18 E llo b r in d ó a m u c h o s p e n s a d o r e s la o p o r tu n id a d d e
d a r c o n fe re n c ia s d o n d e se a b o r d a b a n , f re n te a u n o d e los m ás b ello s
paisajes d el m u n d o , to d o s los te m as q u e p u d ie r a n reso lv e r el c a lle jó n
sin sa lid a q u e F re u d h a b ía d e s c rito c o n ta n ta e x a c titu d tr e in ta a ñ o s
a n te s c o n el n o m b re d e “m a lestar e n la c u ltu r a ”. N o se ta rd ó e n e n se ­
ñar, e n E salen, n uevas técn icas d e m e d ita c ió n y n uevas in v estig acio n es
s o b re la filosofía o r ie n ta l... así c o m o n u e v o s c a m in o s p a r a a c c e d e r a
la New Age. Se d irá , u n p o c o m ás ta rd e , q u e e n E salen “los p sic ó tic o s
c u ra b a n a los otros".
C ie rta id e a d e la felicidad, d e s c o n o c id a p o r la m ism a é p o c a e n E u ­
ro p a , p e ro in v e n ta d a a p rin cip io s d el siglo en el co ra zó n d e u n a E u ro ­
p a q u e s e ría d e v a sta d a e n s e g u id a p o r d o s g u e r r a s , se p u s o así e n
p rá c tic a e n ese fa n tá stic o la b o ra to r io d e la lib e rta d q u e p r o lo n g a b a ,
c o n u n a m o d a lid a d lib e rta ria , las a n tig u a s e x p e r ie n c ia s m ísticas. Ac­
c e d e r al c o n o c im ie n to d el m ás allá, es decir, a u n m ás a llá d e la c o n ­
c ie n c ia e in c lu so a u n m ás a llá d e l in c o n s c ie n te fre u d ia n o : tal e r a la
e x tra v a g a n te u to p ía d e los c re a d o r e s d e l c e n tr o d e E sa le n . P a ra r e a ­
lizarla, se b a s a b a n e n el le g a d o q u e les h a b ía n d e ja d o los s u rre a lis ­
tas, y so b re to d o e n la tra y e c to ria m ís tic a d e A n to n in A rta u d c u a n d o
h a b ía c ru z a d o el A tlá n tic o p a r a in ic ia rse e n el c u lto d e l p e y o tl19 e n ­
tre los in d íg e n a s d e M éxico. El ac ce so a la v e r d a d e r a lib e rta d , e s d e ­
cir, a la c o n fro n ta c ió n co n lo d e s c o n o c id o , la lo c u ra o el “Yo soy o tr o ”
d e A r th u r R im b a u d , p a s a b a p o r el c o n s u m o d e d r o g a s (el fa m o so

'* De allí derivará la técnica denom inada de “desarrollo personal”. Véase W. T. An-
derson, The Upstart Spring: Esalen and tJie American Axoakening, Reading, Mass., Aldison
Wesley, 1983, y Su san Baur, Relations intimes, oj). cit. En las clasificaciones actuales, se da
a m enudo el calificativo de “hum anista” a esta corriente de la psicoterapia.
19 H ongo alucinógeno.
LSD)*11 y p o r u n a e x p e r ie n c ia d e la s e x u a lid a d c a r n a l, c o le c tiv a y
tra n sg re siv a f u n d a d a e n el e x tre m o g o c e d e los c u e r p o s , q u e ib a e n
c o n tr a d e la p e rsp e c tiv a f re u d ia n a n o sin p r e t e n d e r d e s b o rd a rla , r e ­
n o v a rla y su b v e rtirla .
D u ra n te varios a ñ o s, el In s titu to d e E salen re c ib ió la visita d e u n a
c a n tid a d c o n s id e r a b le d e e s c rito re s , in v e s tig a d o re s , d is id e n te s d e l
f re u d is m o o crítico s d e la p s iq u ia tría y d e l o r d e n fa m ilia r b u rg u é s, to ­
d o s fa sc in a d o s p o r esta b ú s q u e d a psicodélica d e la Nexo Age. E n tr e ello s
fig u ra n Anai's N in , C ari R o g ers, A b ra h a m M aslow, A lian W atts, E ric h
F ro m m , W illiam S h u tz, Id a R olf, R o n a ld L ain g , F re d e r ic k P erls, Al-
d o u s H uxley, C arlo s C a sta ñ e d a , T im o th y L eary .21
D el “m e jo r d e los m u n d o s ” s o ñ a d o p o r H uxley, q u e h a b ía p ro fe ­
tiz a d o e n 1932 la lle g a d a d e u n a h u m a n id a d v íc tim a d e l d e lirio d e n ­
tista, n a c ie ro n to d a s las e sc u e la s d e p s ic o te ra p ia c o n te m p o r á n e a . T o ­
d as e lla s q u e r ía n r o m p e r c o n u n a visión e s tr e c h a y r e d u c to r a d e la
c ie n c ia q u e p r e te n d ía , ya e n ese e n to n c e s , r e g e n te a r el c o n ju n to d e
los c o m p o rta m ie n to s su b jetiv o s. E n tr e ellas, v arias se s u b o r d in a b a n
al m o d e lo d e la Gestalt-te ra p ia f u n d a d a p o r F ritz P erls, a la p sic o lo g ía
del ser y la existencia, o a u n a b o rd a je lla m a d o “n o d irec tiv o ” o d e bioe-
n e r g ía in v e n ta d o p o r A le ja n d ro L ow en, d is c íp u lo d e W ilh e lm R e ic h .
N a c id o e n 1893 e n u n a fam ilia ju d ía b e rlin e sa , P erls fu e a n a liz a ­
d o p o r d o s d e las g ra n d e s fig u ra s d is id e n te s d e l m o v im ie n to fre u d ia -
n o : K a re n H o rn e y y W ilh elm R e ic h . O b lig a d o a h u ir d e A le m a n ia e n
1933, vivió e n A frica d e l Sur, d o n d e e m p e z ó e f e c tu a n d o c u ra s clási­
cas. P e r m a n e c ió sin e m b a rg o p r o f u n d a m e n te m a rc a d o p o r la e n s e ­
ñ a n z a d e R eich . Al ig u al q u e m u c h o s fre u d ia n o s d e esa g e n e r a c ió n ,
asp ira b a a e m an c ip arse d e ese psicoanálisis q u e se h a b ía esclero sad o e n

*' LSD: ácido iisérgico dietilam ida, sustancia derivada del tizón de centeno, des­
cubierta en 1943 p o r un m édico suizo, A lberto H offm ann, e im portada a los Estados
U nidos p o r la CIA, que tenía la esperanza de utilizarla com o test de verdad du ran te
sus interrogatorios...
21 Tim othy Leary (1920-1996), un profesor no rteam erican o de origen irlandés,
convertido al hinduism o y gran amigo de Aldous Huxley. Sancionado varias veces con
penas de cárcel por uso de estupefacientes, term inó creando una “liga”, la Iglesia LSD.
AI final de su vida, llevaba dos pulseras que m encionaban la dirección de dos socieda­
des que deberían intervenir para conservar su cerebro en el m om ento de morir. Cam­
bió luego de opinión y reclam ó que sus cenizas fueran esparcidas en el espacio...
reglas d e m a sia d o rígidas. S o ñ a b a c o n u n a n u e v a f o rm a d e p ra c tic a r la
c u ra q u e n o se lim ita ra a la p a la b ra , a la e x p lo ra c ió n d el in c o n s c ie n ­
te o al an álisis d e la tra n sfe re n c ia , sin o q u e in c lu y e ra e n su p r o to c o ­
lo la c u e stió n d e l c u e r p o se x u a d o : p aso al a c to , tra n s g re s ió n , e x p e ­
rie n c ia s diversas d e s tin a d a s a p o n e r c o to a las fu erza s d e la re p re s ió n
p a ra h a c e r s u rg ir del su je to la p u lsió n e n e s ta d o b ru to .
In sp irá n d o s e en el g ra n n e u ró lo g o K u rt G o ld ste in , d e q u ie n h a ­
bía sido asiste n te e n F ra n k fu rt, in v e n tó la G «í«/¿-terapia, esa fo rm a d e
p s ic o te ra p ia in d iv id u a l o co lectiv a, e in c lu so e x iste n c ia l, d u r a n te la
cu a l se invita al p a c ie n te a vivir sus c o n flic to s a través d e u n a e x p r e ­
sión a la vez c o rp o ra l y v erb a l, c o n el fin d e v o lv er a e n c o n tr a r la u n i­
d a d d e su p e rso n a lid a d .
Fue p r im e ro e n N u ev a York, e n 1946, y d e s p u é s e n el I n s titu to de
E salen, d o n d e P erls d e s a rro lló sus te o ría s g estaltistas, a n im a n d o g r u ­
p o s v in c u la d o s a la c o n tr a c u ltu r a n o r te a m e r ic a n a . M a n tu v o m in u ­
ciosas re la c io n e s sex u ales c o n sus p a c ie n te s, q u e se v o lv e rían lu e g o ,
ta m b ié n , fu tu ra s te ra p e u ta s .22 D esp u é s d e u n a la rg a e s ta d ía e n el J a ­
p ó n , va a aso cia r la te o ría te ra p é u tic a d e la Gestalt c o n el b u d is m o ze n
y se tra n s fo rm a rá e n u n g u rú q u e p re c o n iz a ta n to el n a tu ris m o c o m o
la a p e r tu ra a to d a s las fo rm a s d e te ra p ia c o rp o ra l. Éstas se d e s a rro lla ­
rá n d e s p u é s d e su m u e rte , p r im e ro e n C a lifo rn ia y d e s p u é s e n d iv e r­
sos países.
E xisten a c tu a lm e n te , so b re to d o e n E u ro p a , e n los E stados U n id o s
y en A m éric a la tin a , m ás d e c ie n in stitu to s d e fo rm a c ió n e n la Gestalt-
te ra p ia . Sus p ro m o to r e s h a n r e n u n c ia d o d e s d e h a c e la rg o tie m p o a
las p rácticas transgresivas d el je fe f u n d a d o r y h a n p u e s to e n vigor seve­
ros có d ig o s d e o n to ló g ic o s q u e p r o h íb e n ese tip o d e d esv iacio n es. C o ­
m o los psicoanalistas, p e rsig u e n a los c h a rla ta n e s . Y n a d a n o s a u to riz a
a a firm a r q u e se o rg a n iz a n e n sectas o q u e e s tá n b ajo la in flu e n c ia d e
u n a o rg a n iz a c ió n se cta ria, a u n c u a n d o las se cta s r e c u r r a n a a lg u n o s
d e sus m é to d o s.
La a v e n tu ra de la New Age te rm in ó c o n u n a p esad illa. ¿P o d ía su c e­
d e r acaso de o tr o m o do? N o, p o r cierto . S ab em o s, en efe cto —y F re u d
n o fu e el p r im e ro e n d e c irlo — , q u e to d a d o c trin a q u e p r o m e te al
h o m b re u n a lib e rta d fu n d a d a e n la re a liza ció n ilim ita d a d e sus pulsio-

” Véase Susan Baur, Relalicms intimes, o¡?. di., pp. 98-103.


nes se x u ales está d e s tin a d a al e n c ie rr o típ ico d e la secta y n o c o n d u c e
a o tr a p ersp e ctiv a q u e n o sea el a c r e c e n ta m ie n to d e su se rv id u m b re .
E n 1980, c u a n d o u n a p e rio d ista n o r te a m e r ic a n a a n u n c ió la lle g a ­
d a d e u n a “c o n s p ira c ió n d e A c u a rio ”, r e to m a n d o , p a r a tra n s fo rm a r­
los, to d o s los te m as d e la New Age p u e sto s e n p rá c tic a en E salen , volvió
a p o n e r e n el ta p e te u n a v ersió n astro ló g ica d e la a n tig u a teo so fía: “La
h u m a n id a d — d e c ía e n r e s u m e n — iba a e n tr a r e n u n m ile n io d e a m o r
y d e luz lig a d o al p asaje a s tro ló g ic o d e la e r a d e Piscis a la d e A cu a rio ,
sig n o a n u n c ia d o r d e u n a N u e v a E d a d y d e u n f u tu ro e n c a n t a d o r ”.-3
P ara las d ife re n te s sectas q u e a d h irie ro n a ese a n u n c io , la p ro fe c ía p ro ­
p o r c io n ó la o p o r tu n id a d p a ra a c e n tu a r sus c a m p a ñ a s d e d e n ig ra c ió n
d e la m e d ic in a c ie n tífic a y p a r a h a c e r p ro s p e r a r u n a m u ltitu d d e m e ­
d ic in a s o c u lta s, d e lira n te s o m o rtífe ra s : la in s tin to te ra p ia , c a p a z su ­
p u e s ta m e n te d e c u ra r el c á n c e r in g irie n d o c a r n e c ru d a , o la u rin o te -
ra p ia , q u e co n siste e n h a c e r b e b e r su p ro p ia o r in a a u n p a c ie n te p a ra
re g e n e ra rlo . T o d as las m e d ic in a s p ara lela s y to d a s las o tra s te ra p ias d el
c u e r p o y d el a lm a a p ro v e c h a ro n e ste n u ev o “a d v e n im ie n to ” d e A cu a­
rio p a ra “m o d e rn iz a r s e ”. E n c u a n to a las sectas, flo re c ie ro n ta m b ié n
e n el te r r e n o fertiliza d o p o r u n a New Age q u e ya n o te n ía m u c h o q u e
v er c o n las b ellas e x p e rie n c ia s lib e rta ria s d e Big S ur.21
El le c to r h a b r á c o m p re n d id o q u e , a u n q u e sea p o sib le h a c e r la lis­
ta d e las g r a n d e s sectas o rg a n iz a d a s a esca la p la n e ta ria p a r a c o m b a ­
tirlas le g a lm e n te ,25 re su lta e n c a m b io m u c h o m ás difícil e n u m e r a r los

Citado p o r R enaud M arhic y E m m anuel Besnier, Le New Age, op. ál. Véase igual­
m ente Laura W inkler (astróloga y terapeuta del “desarrollo personal”), L'Elre du Ver­
sean: défis pour les temps á venir, París, Des Trois Monts, 1999.
Véase M ichel L.acroix, Lespiritualisme totalitaire: leNezu Age et les sedes, París, Plon,
1995.
® El trabajo de lucha en contra de las sectas ha sido llevado a cabo de m anera muy
eficaz en Francia, entre 1998 y 2004, p o r la Misión Interm inisterial de lucha con tra las
sectas dirigida p o r Alain Vivien. C ontrariam ente a países com o C anadá o los Estados
U nidos, Francia se negó, con toda razón, a considerar las grandes sectas —especial­
m ente la cientología— com o verdaderas religiones. La consecuencia de ello es que el
fenóm eno de las sectas en Francia sufrió claram ente una regresión desde 1999, m ien­
tras que en el resto del m u n d o se despliega cada vez más. Pero resulta de ello al mis­
mo tiem po que las psicoterapias y sobre todo las nuevas terapias, en plena expansión,
son tachadas de técnicas influenciadas por el espíritu sectario.
m ú ltip le s g ru p o s co n te n d e n c ia o n o a c o n v e rtirse en sectas, q u e g o ­
zan d e u n a p e rfe c ta in se rc ió n en las re d e s asociativas d e las so c ie d a ­
d e s o c c id e n ta le s. E stos g ru p o s r e c u r r e n a to d o tip o d e “m e d ic in a s ”
d el a lm a y d el c u e r p o e n tr e las cu a le s se e n c u e n tra n ta n to las m e d i­
cin as p ara lela s y las p sic o te ra p ia s clásicas c o m o las te ra p ia s m á g icas o
m ísticas o las c u ra s p sic o a n a lític a s in c o n tro la d a s,
D esead as a c tu a lm e n te co n v e h e m e n c ia ,26 esas “m e d ic in a s ”, p asa­
das p o r e l filtro d e la New Age, so n ta m b ié n v alo rizad a s p o r a lg u n o s
p ro g ra m a s d e televisión q u e p o n e n e n e s c e n a e n fo rm a d ire c ta el su­
frim ie n to p síq u ic o c o n te m p o r á n e o .27 C iertas revistas e sp ec ializa d as28
las r e c o m ie n d a n asim ism o a sus le c to re s d e s p u é s d e h a b e rla s “p u e s ­
to a p r u e b a ”29 c o m p a rá n d o la s c o n o tra s m e d ic in a s c o n s id e ra d a s m ás
“c ie n tífic a s”, c o m o la p siq u ia tría o el psicoanálisis.
C u a n to m ás se d e s e a y v a lo ra ese tip o d e m e d ic in a s, m ás se v en
c o n d e n a d a s a se r o b je to d e ev a lu a cio n e s, m e d id a s p re c a u to ria s , p es­
qu isas e in c lu so a s e r re c h a z a d a s p o r p a rte d e los m ism o s q u e las u ti­
lizan y las d if u n d e n , y q u e te m e n s ie m p re v er s u rg ir a través d e ellas
la s o m b ría fig u ra d e l c h a rla tá n . P o rq u e , e n las so c ie d a d e s d e m o c r á ­
ticas m o d e rn a s , los su jeto s, lib ra d o s a sí m ism o s, están p r o f u n d a m e n ­
te a n im a d o s d e u n a d e m a n d a c o n tra d ic to ria : q u ie re n p o d e r e le g ir li­
b r e m e n te al q u e los c u re ( p rin c ip io d e lib e rta d ) sin d e ja r d e e x ig ir al
E stad o q u e los p ro te ja d e los c h a rla ta n e s ( p rin c ip io d e s e g u rid a d ).
¿P ero d e q u é c h a r la tá n te n e m o s m ie d o , ya q u e se tra ta d e esas
“m e d ic in a s ” q u e p o r d e fin ic ió n e s c a p a n a to d a fo rm a d e o b je tiv a ció n

a Treinta m illones de franceses recurren a esas diferentes “m edicinas” (especial­


m ente a la hom eopatía), a las que consideran “com plem entarias” respecto de la me­
dicina científica, calificada de “deshum anizada”.
57 T elerrealidad o program as que re ú n e n a personas desesperadas y “ex p erto s”
(psiquiatras, psicoanalistas, psicoterapeutas) bajo la égida de un anim ador inofensivo.
Para los modos de reclutam iento de los “testigos” que se exhiben en esos program as,
se puede consultar Macha Séry, “Des tém oins á la chaine", 1^ Monde-Televisión, 8-14 de
marzo de 2004.
* Después de haber estado dirigida hasta 1996 por una adepta de la secta [VI, la
revista Psychologíes, controlada ahora p o r Jean-Louis Servan-Schreiber, es actualm ente
en Francia el principal vector de todas las nuevas terapias. Consúltese Dom inique Mehl,
La Bonne Parole, París, La M artiniére, 2003.
* Especialm ente L ’Express y Le Nouvel Observaleur.
ra c io n a l o q u e d e s a p a re c e n al c a b o d e a lg u n o s a ñ o s p a r a v o lv er a n a ­
c e r c o n o tr o n o m b re ? ¿C ó m o d efin ir, al fin d e c u e n ta s , al c h a rla tá n
c u a n d o sa b e m o s q u e los a d e p to s d e las te ra p ia s c o m p o rta m e n ta lis ta s
c a ta lo g a n d e ese m o d o al p sic o a n a lista co n el p r e te x to d e q u e la c u ­
ra p ra c tic a d a p o r éste n o tie n e v alo r científico? ¿C ó m o d e fin ir al c h a r­
la tá n si este ú ltim o u tiliza el m ism o té rm in o p a r a d e s ig n a r u n a s veces
al p s ic o te ra p e u ta y o tra s veces a sus p ro p io s a d v e rsa rio s f re u d ia n o s o
la c a n ia n o s? Al fin y al c a b o , ¿el c h a rla tá n n o es ac aso el q u e c o n s u m e
esas “m e d ic in a s ” c o m o si fu e ra n d ro g a s, fa v o re c ie n d o la p r o m o c ió n
d e éstas y c o r r ie n d o el rie sg o d e a b u s a r d e l p ú b lic o ? ¿El c h a rla tá n n o
es a q u e l q u e se ñ a la a su s e m e ja n te ta c h á n d o lo d e c h a r la tá n sin s a b e r
d e q u é está h a b la n d o ?
P ese a to d o , n o p o d r e m o s m e n o s q u e a f r o n ta r el p r o b le m a d e sa­
b e r quién e sta rá h a b ilita d o p a ra c o n tro la r lo in c o n tr o la b le y cu á l es el
p ro c e d im ie n to q u e h a b r á q u e p o n e r e n p rá c tic a p a r a lo g ra rlo .
ESPEJISMOS DEL PERITAJE
D e sd e q u e se s e p a ró d e l p sic o a n á lisis b ajo la in flu e n c ia d e u n a
c o n c e p c ió n c o m p o r ta m e n ta lis ta d e la c o n d ic ió n h u m a n a , y d e s d e
q u e la ú ltim a v ersió n d e l M a n u a l de estadística y diagnóstico de los tras­
tornos mentales (D SM )* se c o n v irtió e n la ú n ic a re f e r e n c ia c o n s id e r a ­
d a “c ie n tífic a ” p a r a clasificar las e n f e rm e d a d e s m e n ta le s y los tra s to r­
n o s p síq u ic o s, la p s iq u ia tr ía h a r e n u n c ia d o a to d a f o rm a d e m isió n
salv ad o ra p a ra p o n e r s e al servicio d e los la b o ra to rio s fa rm a c é u tic o s y
d e la d ic ta d u r a del p e rita je .
P o r co n sig u ie n te , to d a s las p olíticas d e salud m e n ta l d e los E stad o s
d e m o c rá tic o s —y s o b re to d o la d e F ra n c ia — están so m e tid a s al m ism o
tie m p o al d o b le im p e rativ o b io ló g ico y d e se g u rid a d . Su o b jetiv o ra d i­
ca e n d e te c ta r y p e rs e g u ir la a n o m a lía p síq u ic a d e la m ism a m a n e r a
en q u e se d e te c ta u n a e n f e rm e d a d o rg á n ic a y, p o r e je m p lo , tra ta r al
n iñ o q u e se re b e la c o n tra el sistem a esco la r c o m o u n e n fe rm o “h ipe-
rac tiv o ” al cual h a b ría q u e su m in istra r rita lin a 1 p a r a c e r ra r los ojos a n ­
te las causas reales, ec o n ó m ic as, p síq u icas o sociales d e su m alestar.!

* Este diccionario de 1.120 páginas, reeditado por cuarta vez en Francia en 2003
por la editorial Masson, es la traducción del m anual originalm ente escrito en inglés,
publicado p or prim era vez en 1980 p o r el equipo norteam ericano de la Am erican Psy-
chiatric Association. [T.]
' Rem edio psicotrópico derivado de las anfetam inas y am pliam ente distribuido,
sobre todo en los Estados Unidos, a tos niños que presentan signos de inestabilidad es­
colar.
2 Prueba de ello, si es que vale la pena insistir, es el program a de “detección fifi
sufrimiento psíquico” elaborado por el Ministerio de Salud, publicado en el Boletín ( )í¡
cial del 11 de diciembre de 2003, con el título “La salud de los alumnos: program a quin
En n o m b r e d e esc c ie n tific ism o p o lic ia l, estas p o lítica s tra ta n de
e v a lu a r el d e s o rd e n m e n ta l en la e sc u e la y el su frim ie n to p síq u ic o en
la so c ie d a d a fu e rz a d e p eric ias p siq u iá tric a s y tra ta m ie n to s , en su m a­
y o ría ineficaces, así c o m o se p re v ie n e n las e n fe rm e d a d e s card io v ascu ­
lares con re g ím e n e s alim en ticio s y re m e d io s ad ecu a d o s. N o so la m e n te
los n iñ o s n o te n d r á n ya d e r e c h o , en el fu tu ro , a se r in s o p o rta b le s , re ­
b e ld e s o d o ta d o s d e e s p íritu c rític o , sin o q u e p a r a r e m e d ia r su in s o ­
le n c ia c o n tr a los m a e stro s (¿n o es e le m e n ta l s a b e r q u e esa in so le n c ia
n o se o rig in a en las n e u ro n a s? ), se los o b lig a rá d e n tro d e p o co , al igual
q u e a los p ro fe so re s, a lle n a r u n c u e s tio n a r io a c e rc a d el c o m p o rta ­
m ie n to m e n ta l d e sus p a d re s. ¿S on é sto s alc o h ó lic o s, locos, su ic id a s
o s im p le m e n te su fre n tra sto rn o s? ¿G o zan d e u n a b u e n a sa lu d p síq u i­
ca? ¿Se p e le a n ? ¿D iscuten? ¿ C o n su m e n m e d ic a m e n to s p sic o tró p ico s?
¿H ay “a n te c e d e n te s ” en la fam ilia?, e tc é te ra .
A h o ra b ie n , c u a n d o se e m p ie z a a p ra c tic a r ese tip o d e m é to d o s ,
se olvida q u e e n el c a m p o d el p siq u ism o el im p e ra tiv o d e la n o r m a y
de la p a to lo g ía n o p e r te n e c e al m ism o re g istro q u e el q u e rig e al c u e r­
p o o rg á n ic o . Y a u n c u a n d o se d e s c u b r ie r a a lg ú n d ía q u e se tra ta d e
u n m ism o re g istro , se o lv id a ría q u e a p r e n d e r a c u r a r es, c o m o d e c ía
G e o rg e s C a n g u ilh e m , a p r e n d e r “a c o n o c e r la c o n tra d ic c ió n e n tr e la
e s p e ra n z a d e u n d ía y el fra ca so d e l fin al, sin p e r d e r la e s p e r a n z a ”.3
In s c rip ta e n el m o v im ie n to d e u n a g lo b a liz a c ió n e c o n ó m ic a q u e
tra n sfo rm a a los h o m b r e s e n o b je to s d e m e rc a n c ía , n u e s tra so c ie d a d ,
q u e califiq u é h a c e u n tie m p o d e “d e p re siv a ”,^ está s e ria m e n te e x p u e s­
ta a o b e d e c e r a esas ó r d e n e s d e v ig ilan c ia y s e g u rid a d colectivas. P o r ­
q u e to d o o c u r r e c o m o si e l in d iv id u o s o la m e n te le in te r e s a s e p a r a
c o n ta b iliz a r sus lo g ro s, y c o m o si n o e n c a ra s e al su je to q u e su fre m ás
q u e c o m o la víctim a p o sib le de la c h a r la ta n e r ía . P e ro esa s o c ie d a d n o
ve q u e este ú ltim o , a fu e rz a d e n o c r e e r m ás n i en las v irtu d e s d e la li­

quenal de prevención y ed ucación”. T ratar de detectar de ese m odo el sufrim iento psí­
quico com o si se tratara de una enferm edad, equivale a considerar que cada sujeto es
un enferm o y, más aún, considerar “crim inal” a un sujeto cuyo com portam iento será
juzgado por anticipado corno susceptible de llevarlo a com eter un acto criminal.
3Georges C anguilhem , í x normal el le pathofogique (1943), París, PUF, 1966 [Lo nor­
mal y lo patológico, México, Siglo XXI, 1978],
1 Elisabeth Roudinesco, Pourquoi la psychanalyse?, París, Fayard, 1999 [Porqué el psi­
coanálisis, Buenos Aires, Paídós, 2004].
b e r ta d ni e n el p ro g re s o d e la m e d ic in a c ie n tífic a , es p ro v o c a d o ca d a
vez e n m a y o r escala p o r e lla m ism a. Es así c o m o c o n o b s tin a c ió n c r e ­
c ie n te tr a ta d e p o n e r e n cifras el d é fic it e n f u n c ió n d e u n a n o r m a ,
a d o p ta n d o m e d ic io n e s d e la d e fic ie n c ia o el tra u m a tis m o p a r a e lu d ir
u n a in te r ro g a c ió n s o b re sus o ríg e n e s.
P o r eso asistim os, e n n u e s tro s E sta d o s d e m o c rá tic o s , a u n a e s p e ­
cie d e in v o lu c ió n d el ra c io n a lism o d e las L u ces, q u e lleva a los su je­
tos a d e s e a r p o r sí m ism o s su p r o p ia esclav itu d . L a c o n s e c u e n c ia d e
esto es q u e el psicoanálisis es a ta c a d o c o n v io le n c ia p o r las n e u ro c ie n -
cias y el c o m p o rta m e n ta lis m o , los c u a le s c o n s titu y e n los d o s p ila re s
d e e s te so m b río h ig ie n ism o d e las alm as e n f u n c ió n d e l cu a l u n in d i­
v id u o es ca p az d e a b d ic a r d e su lib e r ta d p a r a a d a p ta rs e a u n m o d e lo
d e su m isió n colectiva. El p sic o an á lisis es a ta c a d o e n to d a s p a rte s d e l
m u n d o — p o r los p sic o a n a lista s m ism o s, a veces c ó m p lic e s d e u n a r e ­
sisten c ia in c o n s c ie n te f re n te a su p r o p ia d isc ip lin a — 5 p o r q u e r e p r e ­
s e n ta u n a d e las fo rm a s m ás m o d e rn a s d e re sis te n c ia , n o so la m e n te
r e s p e c to d e los sa b e re s o c u lto s, sin o a d e m á s c o n tr a la p rá c tic a d e la
p e r ic ia p s iq u iá tric a , d e l c o n tr o l y la e v a lu a c ió n p u e s to s e n p r á c tic a
p o r el p o d e r d o m in a n te .
P re d e c ir, evaluar, ca lc u lar, r e d a c ta r p e ric ia s, v alid ar, co n ta r, m e ­
d ir: ¿ q u é q u ie re n d e c ir to d a s estas p a la b ra s tr a tá n d o s e d e l su frim ie n ­
to p síq u ic o y d e las te ra p ia s q u e d e b e r ía n c u ra rlo , y m á s a ú n d e la clí­
n ic a q u e d e b e r ía d escrib irlo ?
P a ra c o m p r e n d e r c ó m o h e m o s p o d id o pasar, en u n p e r ío d o d e
tr e in ta a ñ o s , d e s d e u n e n f o q u e e s tr u c tu r a l d e l s u je to q u e te n ía e n
c u e n ta sus afectos, su viv en cia e x iste n c ia l, u n a le c tu ra d e su vida in ­
c o n s c ie n te o d e la d e su e n to r n o , a u n a c o m p a r tim e n ta c ió n “a teó ri-
c a ” d e sus c o m p o rta m ie n to s , es p re c iso q u e s e p a m o s e n p r im e r lu g a r
q u e los p ro c e d im ie n to s p a r a e v a lu a r el p siq u ism o n a c ie ro n , d e s p u é s
d e 1970, d e u n a v o lu n ta d d e los re s p o n sa b le s d e las p o lítica s d e sa lu d
p ú b lic a c o n vistas a r e d u c ir d e m o d o d rá s tic o el co sto d e las fin a n c ia ­
c io n e s d e to d a s las fo rm a s d e p a to lo g ía : e n los c a m p o s d e la m e d ic i­
n a , la p siq u ia tría , la p sic o lo g ía y la p sic o te ra p ia . Así se ex p lica la c é ­
le b r e y a la r m a n te fó rm u la q u e la n z a ro n , m á s a llá d el A tlá n tic o , los

* Com o lo p rueba la famosa entrega de los anuarios del 12 de diciem bre de 2003.
fa n á tic o s d e la e v a lu a c ió n : “la m e d ic in a d e c a lid a d es a q u e lla q u e
cu e sta lo m e n o s p o sib le ”.0
A d m ita m o s q u e la p ro lo n g a c ió n d e la d u r a c ió n d e la v id a en O c­
c id e n te , así co m o la am p lifica ció n d e u n g ra n m a lestar e n la c u ltu ra ,
h a c e n q u e la e v a lu a ció n d el “b u e n u so d e los c u id a d o s m é d ic o s ” se
vuelva u n a n e c e s id a d a b s o lu ta . P e ro ¿ c ó m o p o d e m o s e x p lic a r q u e
c u a n to m ás tra ta m o s d e r e d u c ir los costos, m ás se d e s a rro lla n a esca­
la p la n e ta ria las te ra p ia s m ágicas, las m e d ic in a s p ara lela s, las a u to te -
rap ias d e lira n te s, las p íld o ra s m ilag ro sas, en re su m e n , to d o u n fo rm i­
d a b le m e rc a d o d e la ilu sió n te ra p é u tic a ? N o p o d e m o s m e n o s q u e
observar, e n efe cto , q u e este m e rc a d o re s p o n d e a u n a e c o n o m ía d e l
goce, d e l gasto, d e la p u lsió n y d e l d e s b o rd e , q u e e c h a p o r tie rra c o n
to d o d e s p re c io las reg las d e la r a c io n a lid a d d e l c u id a d o m é d ic o . ¿C ó­
m o n o v er q u e esta m e d ic in a , a p e s a r d e sus lo g ro s c ien tífic o s y u n in ­
d isc u tib le p o d e r d e cu rar, n o d a al su je to u n a re sp u e s ta a sus a n g u s ­
tias?, ¿y q u e c u a n to m ás tra ta la e n f e rm e d a d r e d u c ie n d o los co sto s
m e d ia n te e v a lu a c io n e s excesivas, m ás fa v o re c e la m is e ria p síq u ic a ,
a d e m á s d e la d e s ig u a ld a d d e las c o n d ic io n e s?
La ev a lu a ció n se h a vu elto o b lig a to ria en F ra n c ia d e s d e 1991 e n
to d a s las d isc ip lin as m é d ic a s.’ E n f u n c ió n d e ella, se ev a lú a el co sto
d e u n a p a to lo g ía , el co sto d e la c a lid a d d e l tra ta m ie n to , el co sto d e l
tie m p o q u e el m é d ic o pasa c o n el p a c ie n te , se e s ta b le c e n p ro to c o lo s
d e tra ta m ie n to p e r f e c ta m e n te c o d ific a d o s y se m id e , p o r e je m p lo , la
c a n tid a d d e a ñ o s d e v ida q u e se g a n a n c o n ello, a d m itie n d o , d e u n
m o d o co n v e n cio n al, q u e “u n a ñ o de vida g a n a d o p e ro c a rg a d o d e su ­
frim ie n to y d e fa lta d e c o n f o r t s e rá ig u al a u n m e d io a ñ o d e v id a c o n
b u e n a s a lu d ”.8 A p e sa r d e estos d e s c o n c e r ta n te s ra z o n a m ie n to s , co-

r>A lexandra G iraud, “Origines et définitions de l’évaluation en m édecine”, en Vi-


viane Kowes (e d .), Evaluation de la qualilé en psychiatrie, París, Económ ica, 1994. Esta te­
sis fue criticada violentam ente p o r Hillary R odham C linton, Historia viva. Memorias,
Buenos Aires, Planeta, 2004.
' Precisam ente en esta óptica de evaluación generalizada, Bernard K ouchner, por
ese entonces ministro de Salucl, creó el 14 de octubre de 1997 la Asociación Nacional
de Acreditación y Evaluación de la Salud (AÑAJES), con la firm e intención de incluir
en este sistema el peritaje psicoterapéutico.
* Alexandra Giraud, “Origines et définitions de l’évaluation en m édecine”, op. cit.,
p. 33.
m o el q u e c o n siste en d is p e n s a r d e to d o tra b a jo e n c o n ta c to c o n el
a m ia n to al su je to g e n é tic a m e n te p re d is p u e s to a u n c á n c e r p a ra r e m ­
p la z a d o p o r o tr o s u p u e s ta m e n te “s a n o ”, la e v a lu a c ió n n o h a d e ja d o
d e te n e r e fe c to s b e n é fic o s e n la m e d id a e n q u e h a p e r m itid o , p o r
eje m p lo , c u id a r m e jo r a los p a c ie n te s, ra c io n a liz a r los g asto s d e salu d
y r e c o m p o n e r la g e o g ra fía d e la in stitu c ió n h o s p ita la ria d e n tr o d e u n
sistem a r e c o n o c id o c o m o el m e jo r del m u n d o d e s d e el p u n to d e vis­
ta d e la ig u a ld a d d el c iu d a d a n o fre n te a las e n f e rm e d a d e s graves. H ay
q u e r e c o n o c e r a sim ism o q u e c o n trib u y ó a q u e el E s ta d o d e ja se d e
e f e c tu a r el re e m b o ls o d e u n a g ra n c a n tid a d d e r e m e d io s e n fu n c ió n
d e la in s u fic ie n c ia d el “b e n e fic io p r o d u c id o ”, s o b r e to d o e n lo q u e
h a c e a las fam o sa s su sta n c ia s d e a lta d ilu c ió n p r o d u c id a s p o r los la­
b o ra to rio s fa rm a c é u tic o s.9
P e ro , p o r o tr o lad o , n o re s u lta m e n o s in e v ita b le re c o n o c e r q u e
los p r o c e d im ie n to s d e e v a lu a c ió n , a u n q u e n o o b e d e z c a n en sí m is­
m o s a u n r ig u ro s o c o n tro l, p u e d e n v o lverse p e lig ro so s, p e rv e rs o s y
h a s ta to ta lita rio s, ya q u e to m a n c o m o p u n to d e r e f e r e n c ia p riv ileg ia­
d o la a r b itra rie d a d legal in h e r e n te a u n s u p u e s to a c c io n a r “o b je tiv o ”
o “c ie n tífic o ” e n d e trim e n to d e la d e lib e ra c ió n c rític a . ¿C ó m o es p o ­
sib le, p o r e je m p lo , c o n s id e ra r q u e u n a ñ o d e v id a g a n a d o a co sta d e
u n a fa lta ra d ic a l d e c o n f o r t p u e d a “e q u iv a le r” a m e d io a ñ o d e vida
g o z a n d o d e b u e n a sa lu d , sin te n e r e n c u e n ta la o p in ió n d e l p a c ie n ­
te, su d e s e o p r o fu n d o , su resisten c ia al su frim ie n to , etc.? L a cu e stió n
resid e f u n d a m e n ta lm e n te e n s a b e r cuál es la in s ta n c ia le g al e n la q u e
se b asa el q u e p r e te n d e e v a lu a r a los d em ás. ¿ Q u ié n r e u n ir ía las c o n ­
d ic io n e s p a ra ev a lu a r al ev a lu a d o r? ¿C ó m o c o n tr o la r las d esv iac io n es
p ro v o c a d a s p o r los esp ejism o s d e esta id e o lo g ía d e l p e rita je g e n e r a ­
lizad o , q u e h a in v a d id o las s o c ie d a d e s d e m o c rá tic a s y p r e te n d e , en
n o m b r e d e la se g u rid a d d e la p o b la c ió n , c o n tr o la r lo in c o n tro la b le ?
E n el c a m p o d e la p s iq u ia tr ía y la p sic o lo g ía , la id e o lo g ía d e la
e v a lu a c ió n h a lle v ad o a u n v e rd a d e ro d e s a stre , ta n to en el p la n o clí­
n ic o c o m o d e s d e el p u n to d e vista d e la e n s e ñ a n z a m ism a d e las d is­
cip lin as. P ara r e d u c ir los costos y d e fin ir m e jo r los “p e r f ile s ” p a to ló ­

9 Este cese del reem bolso no es efectivo todavía en Francia y no deja de provocar
muchas polémicas.
g icos d e los p a c ie n te s, los e v a lu a d o re s h a n a p lic a d o a los e n fe rm o s
m e n ta le s c r ite r io s id é n tic o s a los q u e se u tiliz a n p a ra r e u n ir e n u n
m ism o s e c to r h o s p ita la rio a las e s p e c ia lid a d e s m é d ic a s. P o r c o n s i­
g u ie n te , ya n o se tr a ta a los p a c ie n te s caso p o r caso y d e a c u e r d o co n
la sin g u la rid a d d e su h isto ria , sin o e n la m e d id a e n q u e p e r te n e c e n
a “g ru p o s h o m o g é n e o s d e e n f e r m o s ” d e fin id o s e n f u n c ió n d e c rite ­
rios c o m p o rta m e n ta lis ta s y p sic o fa rm a c o ló g ic o s. E sto e q u iv a le a d e ­
cir q u e a c a d a c o m p o rta m ie n to c o rr e s p o n d e u n re m e d ió ; a c a d a p a ­
to lo g ía, u n a c ie rta c a n tid a d d e ac to s m é d ico s; a c a d a h o sp ital, u n tip o
d e p a to lo g ía . Los e n fe rm o s se clasifican e n f u n c ió n d e “fic h a s ”, d es­
tin a d a s a re c o p ila r to d a s sus ac tiv id ad e s y a d e fin ir la c a n tid a d d e trá­
m ites — a m b u la to rio s , h o sp ita la rio s o e x tra h o sp ita la rio s — e fe c tu a d o s
p o r el p siq u iatra, el cual tie n e a d e m á s e n c u e n ta en su a u to e v a lu a c ió n
el tie m p o tr a n s c u r rid o en la p r e s e n ta c ió n te le fó n ic a d e u n caso . La
fich a sirve lu e g o p a r a e s ta b le c e r u n in fo rm e d e ac tiv id ad a n u a l en v ia­
d o a la D irec ció n G e n e ra l d e la S alu d (D G S), la cu al p u e d e u tiliza rlo
p a ra re d a c ta r estadísticas.
C o n s tre ñ id o s p o r u n tra b a jo ad m in istra tiv o c a d a vez m á s p e s a d o ,
d e b ie n d o m u ltip lic a r cálcu lo s y ev a lu a cio n e s, o b lig a d o s a e fe c tu a r las
fam o sas p e ric ia s d e s tin a d a s a clasific ar a los p a c ie n te s , e n v irtu d d e
u n sistem a d e vigilancia, e n u n a je r g a ta n e s p e c ia liz a d a c o m o in c o h e ­
re n te , los p siq u iatras se h a n c o n v e rtid o e n u n o s p o co s a ñ o s e n los p ro ­
ta g o n ista s p rin c ip a le s d e u n p ro y e c to e n d e s c o m p o sic ió n , c u a n d o en
re a lid a d d e b e r ía n se r (c o m o a lg u n o s n o s lo q u ie r e n h a c e r c r e e r ) los
clín ic o s m o d e rn o s d e u n a c e rc a m ie n to d in á m ic o d e la lo c u ra . Es así
c o m o h a n te rm in a d o p o r tra n s fe rir su c o m p e te n c ia s a e n f e r m e r o s o
psicó lo g o s q u e se o c u p a n del p siq u ism o d e l p a c ie n te . E n u n in fo rm e
a c a rg o d e Je a n -F ra n c o is M a tte i (g ra n “p r o te c to r d e l p sic o a n á lisis”),
q u e re c la m a b a u n a a c e n tu a c ió n d e l a s p e c to m é d ic o e n el e n f o q u e
d el h e c h o p síq u ic o e n F ra n c ia ,10 varios p siq u ia tra s e v a lu a d o re s a n u n ­
c ia ro n la d e s a p a ric ió n , e n 2020, d e la d isc ip lin a p siq u iá tric a : “E n tre
los m é d ico s, los p siq u ia tra s son a q u e llo s q u e p r e s e n ta n el p r o m e d io
d e e d a d m ás ele v a d o [ ...] . E n 2012, u n a d ism in u c ió n d e l 12% d e psi­
q u ia tr a s es casi in e lu c ta b le , si te n e m o s e n c u e n ta las d e c is io n e s ya

Carta deJean-Frangois Mattei a Philippe Cléry-Mélin, del 10 de febrero de 2003.


to m a d a s y el p la z o m ín im o d e o n c e a ñ o s p a ra q u e éstas se m a te ria li­
ce n . Si se c o n s e rv a n u n o s 176 d ip lo m a s d e e s tu d io s e sp e c ia liz a d o s e n
p siq u ia tría , la d is m in u c ió n d e la c a n tid a d d e p s iq u ia tra s se ría d e al­
r e d e d o r d el 40% (5.398) e n el h o r iz o n te d e l 2 020, e n q u e q u e d a r ía n
so la m e n te 7.856 p siq u ia tra s. E sta im p o r ta n te r e d u c c ió n d e la c a n ti­
d a d d e e s p e c ia lista s c o m p ro m e te la re a liz a c ió n d e las m isio n es q u e
p re c o n iz a m o s p a r a la p s iq u ia tr ía ”.11
El te x to d e este in fo rm e n o es o tr o q u e el q u e sirvió d e b ase a las
e n m ie n d a s d e B e rn a r d A c c o y e ry so b re to d o d e je a n - F r a n f o is M attei
a las q u e n o s h e m o s r e f e rid o a n te s .1- P a ra p o n e r u n re m e d io a la in e ­
lu c ta b le d e c lin a c ió n d e la p siq u ia tría , a b a n d o n a d a p o r los m ás b ri­
lla n te s e n tr e los e s tu d ia n te s, q u e se o r ie n ta n d e a h o r a e n a d e la n te h a­
cia o tra s e s p e c ia lid a d e s, los a u to re s d el in f o rm e p r o p o n e n c r e a r u n
e s ta tu to d e p siq u ia tra c o o rd in a d o r, cuya m isió n c o n s is tiría e n evaluar,
v ig ilar y r e d a c ta r in fo rm e s o p e rita je s so b re to d o s los te ra p e u ta s d e la
p siq u e sin d ip lo m a e n p sic o lo g ía o p siq u ia tría , p a r a im p e d irle s “p e r­
j u d i c a r ” a los p a c ie n te s.
P re c o n iz a n , d e esta m a n e r a , c o n s id e ra r “c ie n tífic a s ” s o la m e n te a
las p sic o te ra p ia s q u e h a n sid o o b je to d e las m e n ta d a s p eric ias, y efe c­
tu a d a s f u n d a m e n ta lm e n te p o r p siq u ia tra s o, a fa lta d e éstos, p o r psi­
c ó lo g o s. E sto sig n ific a ta m b ié n , a la la rg a , c o n s id e r a r q u e esas psi­
c o te ra p ia s s e rá n las ú n ic a s e n se r to m a d a s a c a rg o p o r el s e g u ro d e
e n f e r m e d a d .* Y es e n n o m b r e d e e s ta id e o lo g ía d e l p e r ita je c o m o

" Philippe CIéry-M élin,Jean-Charles Pascal y Viviane Kovess-Mafety, Plan d ’acticms


psychiatrie el santé mentóle del 15 de septiem bre de 2003. Hay en Francia 196.000 m édi­
cos; 94.859 son clínicos generales y 101.141 se reparten en unas cuarenta especialida­
des, entre las cuales se encuentra la psiquiatría, que cuenta con 13.600 profesionales
listados en el Annuaire despsychiatres frangais del año 2003-2004. El 50% de ellos han re­
cibido una form ación psicoanalítica (especialmente los profesionales liberales). Entre los
5.000 psicoanalistas franceses que figuran en los anuarios y listados de sus sociedades,
2.000 son psiquiatras. Nótese que entre los clínicos g enerales encontram os a hom eópa­
tas y psicoterapeutas. Véase Robert Levet, “Que penser du rap p o rt Cléry-Mélin?", Cultu­
res en mouvemenl, 65, m arzo de 2004. Véase tam bién Cécile Prieur, “Un rapport préco-
nise 140 pistes de réform e pour sortir la psychiatrie de la crise”, Le Monde, 7 de octubre
de 2003.
En el capítulo i.
* La autora se refiere al sistema de reem bolso generalizado de los gastos m édicos
garantizado por la Seguridad Social, integrada en Francia en el Estado. [T.]
los p s ic o te r a p e u ta s n o d ip lo m a d o s h a n s id o c o n d e n a d o s p o r u n
m in is tro b e n e v o le n te — q u e n o sabe c u á n to s s o n — a in sc rib irse en
listas c o n el fin d e s e r e v a lu a d o s p o r j u r a d o s c o m p u e s to s p o r p si­
q u ia tra s y psicó lo g o s in c a p a c e s d e ju z g a rlo s y q u e ig n o ra n a b s o lu ta ­
m e n te c o n q u ié n e s se las tie n e n q u e ver. Es así c o m o se p ie n sa p r o te ­
g e r a los “u s u a rio s ” d e l p o d e r d e las se cta s en el m o m e n to m ism o e n
q u e , c o m o ya lo se ñ a lé , el f e n ó m e n o d e las se ctas está e n re tro c e s o
e n F ran cia.
F re n te a las p sic o te ra p ia s y n u ev a s te ra p ia s cuyo d e s p lie g u e tra té
d e describir, las te ra p ias c o g n id v o -c o m p o rta m e n ta lista s (T C C ),l:i co m ­
p le ta m e n te ig n o ra d a s p o r los p a c ie n te s, so n sin e m b a rg o las ú n ic a s
q u e m e re c e n u n a ap re c ia c ió n d e “c ien tífic as” p o r p a rte d e los p siq u ia­
tras h o stiles al psicoanálisis, así c o m o p o r p a rte d e los p sicó lo g o s cog-
nitivistas, glob alistas o e x p e rim e n ta lis ta s p o s e e d o re s d e d ip lo m a s es­
tatales, y, p o r ú ltim o (lo cu a l es m ás grav e a ú n ) , p o r p a r te d e l m u y
se rio In s titu to N a c io n a l d e la S a lu d y d e la In v e stig a c ió n (In s e rm ).
S u rg id a s del b e h a v io rism o y d e las te o ría s c o g n itiv ista sy d e l c o m p o r ­
ta m ie n to , estas te ra p ia s c o n siste n e n u n a m e z c la d e m é to d o C o u é ,14
d e d o m e s tic a c ió n d e l c u e r p o , té c n ic a s d e p e rs u a s ió n y c o n d ic io n a ­
m ie n to d e co n c ie n cia s.*
L ejos de q u e r e r e m a n c ip a r al sujeto, p ro p o n e n , en efecto , u n p r o ­
to c o lo te ra p é u tic o c ifra d o , e sp e c ie d e c o n tr a to , p ro y e c to d e v id a o
re e d u c a c ió n d e l p e n s a m ie n to . AJ té rm in o d e éste, y en el m a rc o d e
u n a c a n tid a d m uy p re c isa d e sesio n es, se su p o n e q u e el p a c ie n te , q u e
h a sid o c la ra m e n te in fo rm a d o p o r su te ra p e u ta , a p r e n d e , si es fóbi-
co, a c u ra r su fo b ia m ira n d o p e líc u la s d e te rro r; si es a n o ré x ic o , a co ­
m e r p o c o y e n p e q u e ñ a s c a n tid a d e s; si es an sio so , a c o n tro la r su a n ­
g u stia y volverse ra z o n a b le ; si es e s q u iz o fré n ic o , a n o h a c e rs e m á s el
loco y ra z o n a r c o r r e c ta m e n te . U n a vez e m b a la d o en este tip o d e m é-

11En Francia, dos sociedades com portam entalistas agrupan a más de 567 profe­
sionales, casi todos psiquiatras.
1,1 Emile Coué (1857-1926), farm acéutico francés, inventor del m étodo llam ado
“de autosugestión", que consiste en controlarse o dom inarse a sí mismo.
* Téngase en cuenta que la expresión “m étodo C oué” se ha generalizado en la
lengua francesa corriente para referirse con u n a connotación despectiva a toda técni­
ca o m étodo carente de fundam ento serio. [T.]
to d o s lla m a d o s “m o d e lo s b á s ic o s ”, d e b e r á p a sa r lu e g o p o r d ife re n te s
eta p a s a n te s d e a c c e d e r a la “c u r a ” definitiva: shaping, modeling, fa d in g ,
e x tin c ió n , a u to d e se n sib liz a c ió n , p r o g ra m a d e tolien-economy, a p r e n d i­
zaje m e d ia n te la h u id a , e lu sió n o castigo, etc. A tre v á m o n o s a d e c irlo :
estas “te ra p ia s ” tie n e n m á s q u e v er c o n las té c n ic a s d e la d o m in a c ió n
y p o d e r p u estas e n p rá c tic a p o r las d ic ta d u ra s o las sectas q u e co n te ­
rap ia s d ig n a s d e este n o m b re . P o d e m o s e n to n c e s re g o c ija rn o s d e q u e
el p ú b lic o las ig n o re .
Y sin e m b a rg o , c o m o lo m u e s tra u n “p e rita je c o le c tiv o ” p u b lic a ­
d o el 26 d e fe b re ro d e 2004 p o r iniciativa p rim e ro d e B e rn a rd K o u ch -
n e r y lu e g o d e W illiam D a b ,B d ir e c to r g e n e ra l d e S alu d , v ario s inves­
tig a d o re s d e l In s e rm n o v acilan e n su b ra y a r q u e h a n p r o p o r c io n a d o
la p r u e b a d e la s u p e rio r id a d d e estas te ra p ia s so b re las o tra s, e sp ec ial­
m e n te re s p e c to d e los e n f o q u e s p s ic o d in á m ic o s , e n t r e lo s cu a le s el
ú ltim o y p e o r lu g a r le to c a al psico an álisis. C u a n d o sa b e m o s q u e esos
“e x p e r to s ” o p e rito s d e l In s e rm a d h ie r e n ello s m ism o s a esas te ra p ia s
c o g n itiv o -c o m p o rta m e n ta lista s, c u a n d o n o ig n o ra m o s q u e so n ad v e r­
sa rio s activ o s d e l p sic o a n á lisis y d e los e n f o q u e s p s ic o d in á m ic o s , o
fa n á tic o s d e l p e rita je g e n e ra liz a d o e n m a te ria d e sa lu d p ú b lic a , n o s
p re g u n ta m o s en q u é c o n s iste n sus c o m p e te n c ia s y su c a lid a d d e eva­
lu a d o re s. ¿ P u e d e n ju z g a r co n to d a o b je tiv id a d lo s m é to d o s q u e so n
los suyos y los o tro s, q u e a ta c a n sa lv a je m e n te ? 16 ¿Q u é d iría m o s si el
E stad o e n c a rg a ra a los m ie m b ro s m ás o rto d o x o s d e las so c ied a d es psi-
co a n alític as la ta re a d e é v a lu a r y e s ta b le c e r p e rita je s d e las cu ras p ra c ­
ticad as p o r los m ie m b ro s d e sus p ro p ia s escuelas?

18 N om brado com o director g eneral de Salud en agosto de 2003, p o r iniciativa de


Jean-Frangois Mattei, William Dab es un fanático de la evaluación efectuada por exper­
tos: “Lo que no se evalúa no es científico’’, declaró en Le Fígaro del 27 de febrero de
2004.
E ntre los dieciséis “peritos” encontram os a David Servan-Schreiber, Je a n Cot-
traux y D aniel W idlócher, este últim o psicoanalista, m iem bro de la APF [Asociación
Psicoanalítica de Francia] y presidente de IPA, el cual ha m anifestado siem pre u n a ex­
trem a sim patía por esos m étodos, hasta el punto de ser nom brado m iem bro ho n o ra­
rio de la Asociación Francesa de T erapia C om portam entalista y Cognitiva. Se leerá tam­
bién con interés la excelente declaración de Roland Gori, psicoanalista, profesor de
psicopatología en la universidad de Aix-Marsella, fu ndador e n 1984 de la revista Clini-
(¡ues Médilerranéennesy presidente del Sem inario Interuniversitario E uropeo de Inves-
C o n s c ie n te s d e q u e es im p o s ib le v e rific a r la eficacia d e u n a te ra ­
p ia co n u n m é to d o id é n tic o al q u e c o n s iste e n e v a lu a r la p r e s e n c ia
o a u s e n c ia d e u n a su sta n c ia activa e n u n m e d ic a m e n to , los p e rito s
se ñ a la n q u e n o h a n r e c u rrid o a la c o m p a ra c ió n e n tre u n a te ra p ia lla­
m a d a “a c tiv a ” y u n a te ra p ia “p la c e b o ”. A firm a n , d e este m o d o , q u e
h a n m e d id o la efic ac ia d e las T C C m e d ia n te “m e ta a n á lisis ”17 q u e p a ­
san revista a u n to ta l d e c e rc a d e “s e te c ie n to s es tu d io s e fe c tu a d o s d e s­
d e h a c e se s e n ta a ñ o s ”. P e ro c u a n d o s a b e m o s q u e los “a n á lis is” q u e
c o m p o n e n esos “m e ta a n á lis is ” u tiliza n la té c n ic a d e l c o n tra p la c e b o
(sim p le o d o b le c ie g o ), n o s d a m o s c u e n ta d e h a s ta q u é p u n to los p e ­
rito s d el In s e rm se c o n d e n a n ellos m ism o s a n o p o d e r h a c e r n in g u ­
n a p ericia.
E n efecto , to d a s las p eric ias q u e p r e te n d e n c o m p a r a r u n a te ra p ia
d e n o m in a d a “e fic a z ” c o n u n a te ra p ia lla m a d a “p la c e b o ” p o n e n e n
p rá c tic a p ro to c o lo s q u e n o v ac ila ré e n ca lific ar d e p e r f e c ta m e n te ri­
d ic u lo s. Se p r e te n d e d e esa m a n e r a “v e rific a r” m e d ia n te u n p e rita je
la d ife re n c ia e n tr e u n g r u p o d e p a c ie n te s so m e tid o s a “v e r d a d e r a s ”
te ra p ias y o tr o g r u p o o b lig a d o a e n tr a r e n las m ás e x tra v a g a n te s situ a­
cio n e s d e tip o p la c e b o ; p o r e je m p lo , c o n ta c to m ín im o c o n u n te ra ­
p e u ta d u r a n te d o s se m an a s, lista d e e s p e r a c o n c o n ta c to te le fó n ic o
d u r a n te m eses, c o m p a ra c ió n d e u n a te ra p ia ya v alid ad a c o n este “m é ­
to d o ” c o n o tr a q u e n o h a sid o v a lid ad a , e tc é te ra .
E n u n a é p o c a e n q u e los m e jo re s in v e stig a d o re s se p r e g u n ta n c ó ­
m o evitar s u frim ie n to s a los a n im ales, a los q u e se so m e te n e c e s a ria ­
m e n te a e x p e r ie n c ia s m é d ic a s, n o s p r e g u n ta m o s e n v irtu d d e q u é
a b e r ra c ió n los a d e p to s d e l c o m p o rta m e n ta lis m o h a n p o d id o así
“p ra c tic a r p e ric ia s ” so b re h o m b re s y m u je re s tra tá n d o lo s c o m o se tra ­

tigaciones en Psicopatología y Psicoanálisis (SIUERPP), creado por Pierre Fédida en


2000, el cual agrupa a 130 profesores psicoanalistas que pertenecen a todas las tenden­
cias del freudism o francés: “Siento repugnancia. Ese inform e se presenta com o cien­
tífico pero no lo es [...] No es más que un discurso pseudocientífico que legitim a el
discurso al m odo higienista, dando prioridad a la seguridad ante todo” (I*e Monde, 26
de febrero de 2004).
17 Los m etaanálisis consisten en “adoptar la hipótesis de que el conjunto de los es­
tudios es una m uestra de todos los estudios posibles sobre el tema dado”. Esos m etaaná­
lisis están sacados de trabajos norteam ericanos y canadienses ya conocidos.
ta b a e n é p o c a s le ja n a s a las ra ta s d e la b o ra to r io . U n a vez m ás, es la
c ie n c ia o c c id e n ta l m ás so fistica d a la q u e h a p r o d u c id o las in v asio n es
b á rb a ra s m ás v io le n ta s q u e n o s d ev a sta n . E n F ra n c ia , es el E sta d o el
q u e las fin a n c ia y ellas p r e te n d e n ho y e n d ía , c o n la c o m p lic id a d tá­
cita d e tre s m il q u in ie n to s p sic o a n a lista s, e r r a d ic a r a lo s sie te m il q u i­
n ie n to s p s ic o te ra p e u ta s in sta la d o s e n la c o m u n id a d p a ra r e e m p la z a r ­
los p o r a d e p to s d el c o n d ic io n a m ie n to a u to e v a lu a d o . H ay q u e d e c irlo
sin a m b a g e s: la c r u e ld a d h u m a n a n o tie n e lím ite s.18
C elo so s d e las o tra s e sc u e la s d e p sic o te ra p ia , a las c u a le s c o n s id e ­
ra n “irra c io n a le s ” y “n o c ie n tífic a s ”, s in tié n d o s e in fe rio riz a d o s a c a u ­
sa d e la falta to ta l d e r e c o n o c im ie n to p ú b lic o , los a d e p to s d e las T C C
p r e t e n d e n p o s e e r c o n e x c lu siv id a d el ú n ic o m é to d o in fa lib le , v e ri­
fic a d o , e v a lu a d o y eficaz d e l m u n d o . D e sd e el f o n d o d e su m a ld ito
a n o n im a to , se c o n s id e r a n v íc tim a s d e u n f o rm id a b le c o m p lo t “m e ­
d iá tic o ” o r q u e s ta d o p o r in te le c tu a le s l!l q u e se a tre v e n , d e s d e h a c e u n
siglo, a r e b a ja r la v e r d a d e r a c ie n c ia y q u e o to r g a n v a lo r a la te ra p ia
m ás n e fa sta , te m ib le y e s c a n d a lo s a n u n c a im a g in a d a e n O c c id e n te ,
es to es, la c u r a fre u d ia n a . E n e fe c to , e n casi to d a s las o b ra s q u e ala­
b a n las v en taja s d e las T C C , la fa m o sa d isc ip lin a q u e r e in a s o b re las
d e m á s es ju z g a d a c o m o a fe c ta d a d e u n “g ra n re tra s o f ra n c é s ” en m a­
te ria d e in v e stig a c ió n c ie n tífic a . E n c u a n to a F re u d e n p e rs o n a , se lo
califica a lo larg o d e m ú ltip le s p á g in a s d e “m itó m a n o ”, “im p o s to r ” o
p a d r in o d e u n a “o m e r t á ” q u e a p u n ta a d is im u la r c r ím e n e s y o p e r a ­
c io n e s “f r a u d u le n ta s ”.20

18 Después de la publicación de ese inform e, u n o de los peritos psiquiatras, Jean-


Michel T hurin, desm intió en una declaración en In tern e t (28 de febrero de 2004), un
trabajo e n el que sin em bargo había participado: “La pericia se fue acercando progre­
sivam ente a una orientación Evidence Based Medecine, llevada hasta sus últim as conse­
cuencias. A hora bien, esta últim a no se adapta a nuestro objeto de estudio p or m últi­
ples razones. La más evidente reside en que una psicoterapia n o es u n a m olécula
quím ica que se prescribe a un p acien te”.
|,J E ntre los cuales se incluyen filósofos o escritores tan poco “serios” com o Tho-
mas M ann, T h eo d o r A dorno, Rom ain Rolland, A ndré B retón, Pierre-Jean Jouve, Jac-
ques D errida, Christian Jam bet, Gilíes Deleuze, Michel Foucault, etcétera.
■'-'“Je a n Cottraux, a utoperito de sus propias terapias, llega incluso a designar al sa­
bio vienés con el sobrenom bre de “Sigm und F raude”. Véase Les visiteurs de sai, op. cil.,
p. 140.
P e ro algo p e o r nos q u e d a p o r d e sc u b rir. E n u n lib ro re c ie n te ti­
tu la d o Mensonges f r e u d i e n s p re m ia d o p o r la S o c ie d a d F ra n c e s a d e
H isto ria d e la M e d ic in a y re c ib id o c o n ferv o r p o r la c o rp o ra c ió n m é ­
dica, Le Quotidien du M édeán [El d ia rio d e l m é d ic o ], los p r o m o to r e s
d e las TC C , c o n u n prefacio d e u n p sicó lo g o sim p atizan te d el C lu b d e
I’H o rlo g e [C lu b d e l R elo j],-- el p s ic o a n á lisis es p r e s e n ta d o p o r el
a u to r, J a c q u e s B é n e ste a u , c o m o u n “in v e n to m e n tir o s o ”, u n a “e s ta ­
fa ”, u n a “p ro d ig io sa re tó ric a d e falta d e in f o r m a c ió n ”. E n c u a n to a
sus re p re se n ta n te s, d e sd e F re u d h asta L acan p a s a n d o p o r Jo n e s , J u n g ,
M elan ie K lein, A n n a F re u d , B e tte lh e im , etc., se los c o m p a ra co n u n a
c o h o r te d e g á n g ste re s p sic ó p atas ávidos d e lle n a rse los bolsillos, in c a ­
p ac es d e c u ra r a n a d ie y p ro te g id o s p o r “r e d e s ” o “s u b m a rin o s ” q u e
les p e r m itir ía n in filtra rse e n las so c ie d a d e s o c c id e n ta le s p a r a d if u n ­
d ir e n ellas sus “m ito s f u n d a d o r e s ”. B asán d o se e n estos r a z o n a m ie n ­
tos y o tro s sim ilares, el a u to r y el re d a c to r d e l p re fa c io n o vacilan e n
a firm a r q u e h a b r ía q u e escrib ir el “lib ro n e g ro d e l fre u d is m o ”, in v e n ­
ta rio a lta m e n te n e c e sa rio d e sus d a ñ o s , c r ím e n e s y ab u so s.
El v o c a b u la rio u tiliz a d o e n este lib ro r e s p o n d e a u n a “m e to d o ­
lo g ía ” q u e tie n d e a r e d u c ir to d a s las fo rm a s d e c o m p ro m is o a e s tra ­
tegias p o lic ía c a s fo m e n ta d a s p o r lobbies. L a m e to d o lo g ía e n c u e s tió n
se ase m e ja b a s ta n te a la u tiliz a d a p o r R o g e r G a ra u d y e n su lib r o Los
mitos fundadores de la política israelí, q u e fu e r e tir a d o d e la v e n ta e n
F r a n c ia e n 1995 al a p lic a rs e la L ey G ay sso t d e l 13 d e e n e r o d e
1990.23
D e este m o d o , B é n e ste a u fin g e ig n o ra r q u e to d o s los p o d e re s d ic­
tatoriales p ro h ib ie ro n sie m p re y e n to d o s lados la e n s e ñ a n z a y la p rá c ­
tica d el p sicoanálisis, e m p e z a n d o p o r el p o d e r e m p la z a d o p o r los n a ­
zis, q u e lo c a lific a ro n d e “c ie n c ia j u d í a ”, y sig u ie n d o p o r el ré g im e n
estalinista, q u e h izo d e él u n a “c ie n c ia b u r g u e s a ”. V arios r e p r e s e n ta n ­
tes d e esta d isc ip lin a d ia b ó lic a y m e n tiro sa f u e ro n p e rse g u id o s, e x te r ­

21Jacques Bénesteau, Mensongesfreudiens. Histoire d ’u ne désinformalion séculaire, Spri-


m ont (Bélgica), Editores Mardaga, 2002, prefacio de Jacques Corraze.
" Una sede de la extrem a derecha francesa.
,J3Véase Jacques Derrida y Élisabeth Roudinesco, De quoi demain... Dialogue, París,
Fayard-Galilée, 2001 [Y mañana, qué, Buenos Aires, F ondo de C ultura E conóm ica,
2004].
m in a d o s, to r tu r a d o s a c a u sa d e sus ideas.-"1 P e ro n a d a d e eso in te re s a
r e a lm e n te al a u to r d e l lib ro , q u e lleg a h a sta a a firm a r q u e F re u d in ­
v e n tó las p e rs e c u c io n e s a n tis e m ita s d e las q u e fu e v íc tim a e n V ien a;
ta m p o c o p a re c e in te r e s a r a los a d e p to s d e las T C C , q u e se in s p ira n
e n el p r im e ro p a r a m a ld e c ir al p sicoanálisis.
E n los a lb o re s d e l siglo XXI, e n el p aís m á s f r e u d ia n o d e l m u n d o ,
el p sicoanálisis es o d ia d o , p o r co n sig u ie n te , p o r u n o s o sc u ro s e x p e rto s
d e l p o d e r m é d ic o , d e se o so s d e d e s te r r a r d e la s o c ie d a d al q u e c o n s i­
d e r a n el m ay o r c h a rla tá n d e la h isto ria . El e s p e c tro d e F re u d — phar-
makos, e n v e n e n a d o r, m e n tiro s o , a u to r d e c o m p lo ts— sig u e p e r tu r b a n ­
d o el s u e ñ o d e los bárbaros.®
¿Y c ó m o n o p e n sa r, e n este c o n te x to , e n la o b se rv a c ió n d e T h o -
m as M a n n esc rita e n 1938? “¡C on q u é in te n s id a d ese h o m b r e [H itle r]
d e b e o d ia r al psico an álisis! S o sp e c h o s e c r e ta m e n te q u e el f u ro r c o n
el cu a l m a rc h ó c o n tra c ie rta ca p ita l se d irig ía al viejo p sic o an a lista ins­
ta la d o allí, su v e r d a d e r o y e s e n c ia l e n e m ig o , el q u e d e s e n m a s c a ró la
n e u ro sis , el g r a n d e s tr u c to r d e ilu sio n es, el q u e sa b e a q u é a te n e rs e
a c e rc a d e l g e n io y lo c o n o c e d e s o b r a .”20
N in g u n a f o rm a d e c u r a p síq u ic a , p o r d e fin ic ió n , p u e d e se r o b je ­
to d e p e rita je s,27 c o m o u n r e m e d io o u n tr a ta m ie n to m é d ic o . L a cu ­
r a n o es n i u n a té c n ic a n i u n a c to d e c iru g ía , ta m p o c o es u n m e d ic a ­
m e n to , sin o u n a e x p e r ie n c ia sin g u la r q u e transforma al su je to . L o q u e
m u e s tra la h isto ria m o d e r n a d e las e n f e rm e d a d e s d e l a lm a es q u e la
d iv e rsid ad es n e c e s a ria p a r a c o m p r e n d e r m e jo r la su b je tiv id ad h u m a ­
n a. Así, g rac ias a la a lia n z a d e la q u im io te ra p ia , a u n a a c o g id a co lec-

Véase Elisabeth Roudinesco, “Le Club de l’H orloge e t la psychanalyse: chroni-


que d 'u n antisém itism e masqué", Les Temps Modernas, ju n io de 2004.
'a C uando uno se entera del triste estado en que se halla la investigación científi­
ca francesa, se p regunta realm ente p o r qué el Inserm financia sem ejantes estupideces.
Véase Monde del 7-8 de m arzo de 2004.
*■T hom as M ann, Les exigmces dujour, París, Grasset, 1976, p. 284.
57 En Por qué el psicoanálisis (op. cit.) exam iné en detalle los m étodos puestos en
práctica desde 1930 para verificar la eficacia de las psicoterapias. Todos los resultados
m uestran que basta con que un paciente se ocupe de sí m ismo y que se decida a ir a
ver a un terapeuta para sentirse ya “c u ra d o ” a medias. Es así com o el 80% de los pa­
cientes interrogados se m uestran satisfechos d e la experiencia de una cura, d e cual­
quier tipo que fuere.
tiva en lo s h o sp ita le s y a las cu ra s p sic o d in á m ic a s, el ro s tro d e la lo c u ­
r a se h a tra n s fo rm a d o e n to d o s los p aíses o c c id e n ta le s . Es g ra c ia s a
esa a lian z a q u e h e m o s p a s a d o d e l e n c ie rr o e n el asilo a la re in s e rc ió n
d e los e n f e rm o s m e n ta le s e n la so c ie d a d . En c a m b io , d e s d e q u e el
m e n c io n a d o M a n u a l de estadística y diagnóstico de Los trastornos mentales
(DSAT) p u s o fin a ello, asistim os a ú n a re g re s ió n e n el tra ta m ie n to -d e
la lo c u ra . Las cá rc e le s se h a n p o b la d o d e e n f e rm o s m e n ta le s y las in ­
te rn a c io n e s a rb itra ria s van e n a u m e n to , a c o m p a ñ a d a s m u y a m e n u ­
d o d e ab u so s y tra ta m ie n to s d e b a ja c a lid a d .58
D eb e m o s, asim ism o , al psico an álisis q u e se h a y a n p o d id o d e s e n ­
m a sc a ra r las te o rías d el c o n d ic io n a m ie n to , cuya fu e n te d e in sp ira c ió n
n o es o tr a q u e la n e g a c ió n ra d ic a l d e to d a s las fo rm a s d e lib e rtad .'29 X
p o r ú ltim o , es el in c re íb le d e s a rro llo d e las te ra p ia s m ás e x tra v a g a n ­
tes — v e n id a s d e l o tr o la d o d e l A tlá n tic o — lo q u e p e r m itió q u e el
h o m b r e o c c id e n ta l p u d ie ra e n f r e n ta r el g ra n e sp ejism o in h e r e n te a
la e sen c ia m ism a d e su narcisism o , a u n c u a n d o fu e ra m o rtífe ro e n ex ­
trem o .
R e c o rd e m o s el caso d e S tan ley M ilg ram , ese p ro fe s o r d e la U n i­
v e rsid a d d e Yale, a d e p to d e la e x p e r im e n ta c ió n .30 E n 1970, p o n ie n d o
avisos e n la p re n s a escrita , se le o c u r r ió r e c lu ta r a e s tu d ia n te s d e s e o ­
sos d e g a n a r d in e ro y les p ro p u s o in te n ta r u n “p e q u e ñ o e x p e r im e n ­
to ”. H a c ié n d o le s c re e r q u e tra ta b a d e h a c e r m e d ic io n e s d e la m e m o ­
ria y d e l a p re n d iz a je , los a rra s tró e n u n a e s p ira l in fe rn a l e n n o m b r e
d e l n o b le p rin c ip io d e la in v e stig a ció n c ie n tífic a d e la v e rd a d .
L os re c lu ta d o s se d is trib u y e ro n e n d o s g ru p o s: m o n ito re s y a lu m ­
nos. P rovisto d e u n e le c tro d o e n la m u ñ e c a y a ta d o c o n sogas a u n a
silla, el a lu m n o se c o n v e rtía e n el cobayo d e u n a e x p e rie n c ia q u e le
re s u lta b a in c o m p re n s ib le , ya q u e su fin a lid a d n o e ra o tr a q u e p o n e r
a p r u e b a la c ru e ld a d del m o n ito r. In sta la d o d e la n te d e u n a h ile ra h o ­
riz o n ta l d e tr e in ta p a la n q u ita s ca p a c e s d e p r o d u c ir c h o q u e s e lé c tri­
cos g ra d u a d o s q u e p o d ía n a u m e n ta r h a s ta p r o d u c ir e fe cto s m o rta le s,

* Hasta el pun to de que un diputado com unista, Georges H age, reclam ó a este
respecto una investigación en el Parlam ento. Véase Le Quotidien du Médeán, 27 de fe­
brero de 2004.
Las sectas utilizan estas teorías por esta razón.
* Stanley Milgram, Soumission á l ’autoriii, París, Calmann-Lévy, 1974.
el m o n ito r d e b ía a d m in is tra r u n ca stig o al a lu m n o e n c u a n to c o m e ­
tía el m e n o r e r r o r e n la m e m o riz a c ió n d e u n a p a la b ra .
E n c a rn a n d o s ie m p re la a u to r id a d c ie n tífic a , el e x p e r im e n ta d o r
M ilg ram c o m p ro b ó , a m e d id a q u e se d e s a rro lla b a su in v e n to , q u e el
60% d e los m o n ito re s e r a cap az d e d e s c a rg a r c h o q u e s m o rta le s s o b re
sus víctim as. E stos ig n o ra b a n q u e su a lu m n o e ra u n a c to r q u e sim u la ­
b a el d o lo r. D e ese “e x p e r im e n to ”, M ilg ram sacó la c o n c lu sió n d e q u e
si m u c h o s in d iv id u o s p u e d e n c o m e te r a c to s d e ese tip o , es p o r q u e se
id e n tific a n c o n el e x p e rim e n ta d o r, el c u a l e n c a r n a u n p o d e r sim b ó li­
co sin lím ites p o r el h e c h o m ism o d e o c u p a r el lu g a r d e je f e o líd er.
Sin e m b a rg o , e s te “e x p e r im e n to ” n o d e m u e s tra o tr a co sa q u e la
in u tilid a d d e to d o p ro c e d im ie n to d e p e rita je s o b re el c o m p o rta m ie n ­
to h u m a n o . E n c a m b io , n o s p r o p o rc io n a la p r u e b a d e q u e el g o ce d el
e x p e r im e n ta d o r n o tie n e lím ite s, y q u e é s te n o es a je n o e n su f u e ro
in te r n o a los d e s e o s p e rv e rso s q u e p r e te n d e su sc ita r e n sus re c lu ta s.
M e n tiro so , a b u s a d o r, tra m p o s o , in v e n to r d e e n g a ñ o s , el e x p e r im e n ­
ta d o r só lo m ira a sus su jeto s c o m o o b je to s fe d c h e s. E n c u a n to al m o ­
n ito r m a n ip u la d o , n a d a n o s d e m u e s tr a q u e e n o tr o c o n te x to d e b a
tra n s fo rm a rs e n e c e s a r ia m e n te e n u n to rtu ra d o r.
N u e s tro m u n d o , p o b la d o d e e v a lu a d o re s in c o m p e te n te s , s ie n te
sin e m b a r g o fa sc in a c ió n p o r los e sp ejism o s d e l p e rita je g e n e ra liz a d o .
T o d o o c u r r e c o m o si la p r o life ra c ió n d e las re la c io n e s , c o m p ila c io ­
n e s y m e ta a n á lisis n o s a u to riz a r a a ta p a r n o s los o íd o s f re n te a las v e r­
d a d e ra s d e m a n d a s d e la so c ie d a d civil. H ay allí u n fo rm id a b le a b u s o
d e p o d e r.
L a id e o lo g ía d e l p e rita je se h a e x te n d id o a to d o s los c a m p o s d e
las c ie n c ia s h u m a n a s , y s o b re to d o a la u n iv e rsid a d , d o n d e p r o d u c e
e fe c to s d e v a sta d o re s -—tr a tá n d o s e s in g u la r m e n te d el n o m b r a m ie n to
d e los p ro fe s o re s d e P sico lo g ía y p o r e n d e d e la f o rm a c ió n d e lo s p si­
c ó lo g o s, cuyos d o s te rc io s so n c lín ic o s, y e n tr e lo s cu a le s se re c lu ta n
los f u tu r o s p s ic o a n a lista s.31 D e sd e 1991, p o r c o n s ig u ie n te , la D irec-

51 D entro de los 50.000 psicólogos diplom ados en las universidades de ciencias h u ­


m anas, 35.000 están en actividad. E n tre éstos, dos tercios son psicólogos clínicos
(22.000) y un porcentaje del 80% han seguido un proceso psicoanalítico o se han %aiel-
to psicoanalistas, o en otros casos, se han orientado hacia diversas psicoterapias sin ha­
berse inscripto forzosam ente en listados.
c ió n d e In v estig ac ió n del M in isterio d e E d u c a c ió n h a p u e s to e n o b ra
u n p ro to c o lo d e ev a lu a ció n sistem á tic a d e los e q u ip o s d e r e c e p c ió n
d e las escu elas d o c to ra le s. E n la re p ú b lic a laica, p a ra te n e r a u to rid a d ,
ya n o b a sta c o n ser u n p ro fe s o r c o n u n d ip lo m a estatal d el m ás alto
nivel, ni h a b e r p u b lic a d o trab a jo s re c o n o c id o s e n el m u n d o e n te r o ,
sino q u e hay q u e a d a p ta rse , a d e m á s d e to d o ello, a e v a lu a c io n e s lle­
v adas a c a b o p o r “e x p e r to s ” q u e n o tie n e n , e n g e n e ra l, ni la m ism a
n o to r ie d a d y m e n o s a ú n el ta le n to o la c o m p e te n c ia d e a q u e llo s a los
q u e so m e te rá n a estu d io .
P a ra q u e el le c to r c o m p r e n d a c a b a lm e n te el f u n c io n a m ie n to d e
esta m á q u in a de p e rita je q u e p r e te n d e c o n tro la r “c ie n tífic a m e n te ” la
tra n sm isió n del saber, voy a r e c u r r ir a m i p r o p ia e x p e rie n c ia ; h a c e r ­
lo u n a vez n o sig n ific a q u e esto se re p e tir á . E n 1998, c u a n d o se m e
p ro p u s o se r m ie m b r o d el c o m ité d e re d a c c ió n d e la rev ista L ’E volu-
lion Psychiatrique, a c e p té c o n ta n to m ás e n tu sia s m o c u a n to q u e te n ía
allí m u c h o s am ig o s y s o b re to d o p o r q u e yo h a b ía sid o la p rim e ra , h a ­
ce v ein te años, e n escrib ir su h isto ria .32 Ig n o ra b a p o r ese e n to n c e s q u e
los m ie m b ro s d e l c o m ité d e re d a c c ió n d e e sta rev ista h a b ía n a d h e r i­
d o al sistem a e n v ig o r e n el se n o d e la se cc ió n xvi d e p sic o lo g ía d el
C o n sejo N a c io n a l d e la U n iv e rsid a d (C N U ), el cu a l, p a r a ca lific ar a
los p ro fe so re s, a p lic a c ie rto s m é to d o s lla m a d o s “c ie n tífic o s ” d e eva­
lu a c ió n .
L a ap lic a c ió n d e e ste sistem a lleva a a p re c ia r la c o m p e te n c ia n o
e n fu n c ió n d e las o b ra s ni d e los lib ro s o a rtíc u lo s p u b lic a d o s e n ex c e ­
le n te s revistas o e n e d ito ria le s re sp e ta b le s, sin o e n f u n c ió n d e c o la b o ­
ra c io n e s p u b lic a d a s p o r revistas d is trib u id o ra s d e “c a lific a c io n e s ” y
p o r lo ta n to listadas e n b a n c o s d e d a to s q u e “g a r a n tiz a n ” su valor, p o r
el h e c h o d e a d o p ta r u n p rin c ip io d e “le c tu ra a n ó n im a ”.
El c a rá c te r “c ie n tífic o ” d e esos te x to s se c o lig e p o r la c a n tid a d d e
citas q u e los m e n c io n a n e n o tro s tex to s, se le c c io n a d o s ésto s s e g ú n el

® Fundada en 1925 por once psiquiatras psicoanalistas, dirigida después por Hen-
ri Ey, luego porE tien n eT rillaty Jacq u es Postel, L ’E volulion psychiatrique encarnó du ran ­
te setenta y cinco años la flor y nata del pensam iento psiquiátrico-psicoanalítico fran­
cés antes de convertirse, bajo la dirección de YvesThoret, en una “revista distribuidora
de calificaciones” som etida al peritaje. Véase Élisabeth Roudinesco, La batalla (U 100
años. Historia del psicoanálisis en Francia (1986), tres volúm enes, op. di.
m ism o p rin c ip io . Se d e te r m in a así el “fa c to r d e im p a c to ” ( im p a ctfa c­
tor) d e u n artícu lo . C u a n to m ás el a u to r es citad o p o r o tro s au to re s, m ás
p r o b a b ilid a d e s tie n e , c r e e n ellos, d e alz a rse c o n u n P re m io N o b e l.
C o n la c o n d ic ió n , c o n to d o , d e q u e o b e d e z c a a la re g la im p u e s ta d e
n o c ita r e n la b ib lio g ra fía te x to s p u b lic a d o s m ás d e c u a tro a ñ o s atrás.
E n el c a m p o d e las c ie n c ia s h u m a n a s , es fácil im a g in a rs e las c o n s e ­
c u e n c ia s d e s tru c tiv a s q u e p u e d e p ro v o c a r u n a re g la s e m e ja n te . U n
c a n d id a to a u n p u e s to o a u n a p u b lic a c ió n d e b e , e n e fe c to , e lim in a r
d e su d e m o s tra c ió n to d a re f e r e n c ia a P la tó n , F re u d , K an t, e tc é te ra .
G racias a la lu c h a lle v a d a a c a b o p o r P ie r re F é d id a y R o la n d G o-
ri d e n tr o d e l C N U , esa re g la d el impact factor n o se a p lic a e n las o tra s
rev istas d e c ie n c ia s h u m a n a s d e n o m in a d a s “c a lif ic a d o r a s ” p a r a el
n o m b r a m ie n to d e c a n d id a to s y so m e tid a s, sin e m b a r g o , al p r o c e d i­
m ie n to d e l p e rita je . M u c h a s d e ellas p u d ie r o n , d e ese m o d o , ev itar
c a e r e n el e n g r a n a je d e la p e ric ia g e n e ra liz a d a m a n te n ie n d o c o m ité s
clásicos q u e se le c c io n a b a n lo s te x to s sin r e c u r r ir s is te m á tic a m e n te al
a n o n im a to y e n f u n c ió n d e las c u a lid a d e s re a le s d e los a u to re s . ¿P e­
ro c u á n to tie m p o d u r a r á e sta rec tifica ció n ?
N o fu e é ste el caso d e la rev ista L ’E volution Psychiatñque, q u e , al
s o s te n e r la p o lític a e x p u e s ta e n el D SM , o p tó p o r s o m e te rs e e n te r a ­
m e n te a los c r ite r io s im p u e s to s p o r las rev istas m é d ic a s lla m a d a s
“c ie n tífic a s ”.
E ste siste m a d e cla sific a c ió n d e las c o m p e te n c ia s c ie n tífic a s fu e
in v e n ta d o e n 1957 p o r E u g e n e G arfield , m é d ic o n o r te a m e r ic a n o , in ­
v e s tig a d o r e n la U n iv e rsid a d J o h n s H o p k in s, q u e se h a b ía p r o p u e s to
e lim in a r to d a f o rm a d e a fe c to o su b je tiv id a d e n los c rite rio s d e se lec­
c ió n d e los in v e stig a d o re s, p a ra “fa b ric a r p re m io s N o b e l”.
P a ra h a b la r d e m a n e r a m ás c o n c re ta , u n u n iv e rs ita rio d e l nivel
d e M ic h el F o u c a u lt, cuya c o n trib u c ió n a las d if e r e n te s d isc ip lin a s d e
la p s ic o p a to lo g ía , p siq u ia tría , p sico an álisis y p sic o lo g ía c lín ic a es re ­
c o n o c id a m u n d ia lm e n te , tra d u c id a e n c u a r e n ta le n g u a s y c o m e n ta ­
d a e n to d a s las u n iv e rs id a d e s d e to d o s los p aíses d e l m u n d o , n o te n ­
d r ía hoy e n d ía n in g u n a p ro b a b ilid a d de s e r ca lific ad o c o m o p ro fe so r
d e P sico lo g ía e n F ra n c ia . Se ta c h a ría e n e fe c to su o b r a d e “l ite r a r ia ”
o “filo só fic a ” y p o r e n d e se la c o n s id e ra ría m a rg in a l re s p e c to d e la es­
p e c ia lid a d . P e o r a ú n , si p e rsis tie ra e n p o s tu la rs e a u n c a rg o , se v ería
o b lig a d o a o lv id a r sus o b ra s y a p u b lic a r p o r lo m e n o s u n a d o c e n a d e
a rtíc u lo s s o m e tid o s a p e ric ia s e n revistas esp ec ializa d as e n “califica­
c io n e s ”.
P u d e h a c e r la e x p e rie n c ia d e este siste m a d e n tr o d e L ’E volution
Psychiatnque c u a n d o asistí a la p r im e ra r e u n ió n d el c o m ité d e re d a c ­
ció n , la ú n ic a a la q u e a c e p té c o n c u rrir. Ese día, e s p a n ta d a p o r lo q u e
estab a d e s c u b rie n d o , p re g u n té al je f e d e re d a c c ió n y a los o tro s m ie m ­
b ro s — tra n sfo rm a d o s en e x p e rto s— si se a tre v e ría n p o r e je m p lo a re ­
ch a za r u n a rtíc u lo q u e se h u b ie ra so licitad o a Lévi-Strauss, e n el caso
d e q u e u n o d e los p e rito s e x p e rto s, ig n o ra n d o el n o m b re d el au to r, lo
e s tim a ra “n o c ie n tífic o ”. E sp e ra b a q u e m i p re g u n ta d e s a ta ra la h ila ri­
d a d g en e ral. E n cam b io , el je fe d e re d a c c ió n , co n u n a g ra n so n risa, m e
re s p o n d ió a firm a tiv a m e n te , e v id e n te m e n te s e d u c id o p o r la id e a d e
p o d e r n e g a rse a p u b lic ar, p o r lo m e n o s u n a vez e n su v id a, u n a rtíc u ­
lo e n c a rg a d o a u n o d e los g ra n d e s p e n s a d o re s d e n u e s tro tiem p o ...
A lg u n o s co leg a s se sin tie ro n m o le sto s a n te lo o c u r r id o . O tro s, e n
c a m b io , se re g o c ija ro n a la b a n d o ese m aravilloso p rin c ip io ig u a lita rio
q u e p e rm itía d e u n a vez p o r to d a s d e te c ta r los falsos v alo res y d e m o s ­
tr a r c ie n tífic a m e n te q u e c ie rto s p e n s a d o r e s r e c o n o c id o s n o h a c ía n
o tra co sa q u e e je rc e r, en re a lid a d , u n p o d e r e d ito ria l “m e d iá tic o -p o -
lític o ”. Ese p o d e r los h a c ía p a sa r p o r v e rd a d e ro s sabios, re le g a n d o así
a los “v e rd a d e r o s ” in v e stig a d o re s a u n a n o n im a to h u m illa n te . A firm é
e n to n c e s q u e , e n lo q u e a m í m e c o n c e rn ía , yo p r e f e r ía n o p u b lic a r
n u n c a n a d a en u n a revista q u e m e h a b ía c o o p ta d o co m o “p e r ita ”. P a ­
r a m i g ra n s o rp re sa , el je f e d e re d a c c ió n m e re s p o n d ió : “P e ro c o n u s­
te d , q u e r id a am ig a, h a re m o s u n a e x c e p c ió n ”. Se in ic ió e n to n c e s u n a
d isc u sió n e n tre to d o s los m ie m b ro s d e l c o m ité , y c a d a u n o d e ello s
a d m itió q u e esos p e rita je s a n ó n im o s n o e r a n m ás q u e u n a a p a rie n c ia
s im u la d a e n la m e d id a e n q u e los le c to re s d e s ig n a d o s c o m o e x p e r to s
e ra n m u y a m e n u d o m ie m b ro s d e l c o m ité d e L ’E volution Psychiatrique
y q u e d efa cto e s ta b le c ía n p e ric ia s d e los te x to s e s c rito s a v eces p o r
o tro s m ie m b ro s y o tra s veces p o r alleg a d o s. T e n ía n ya la c o s tu m b re ,
p o r c o n s ig u ie n te , d e id e n tific a r al a u to r m e d ia n te d o s criterio s: el es­
tilo, v e rd a d e ro e stig m a d e u n a p e rs o n a lid a d , y el m o d o d e re d a c c ió n
d e las citas a p ie d e p ág in a. (E n e fe c to , c a d a a u to r tie n e la suya a es­
te re sp e c to , q u e d ifie re d e to d o s los d em ás.)
M uy in trig a d a , p re g u n té e n to n c e s a los m ie m b ro s d el c o m ité d e
esta p re stig io sa revista p o r q u é h a b ía n a d o p ta d o u n m é to d o ta n ríg i­
d o , ya q u e al m ism o tie m p o n o se a b s te n ía n d e r e b a ja r lo y c ritic a rlo :
“P e ro , al fin y al c a b o — d ije — , ¿ q u ié n tie n e d e r e c h o a d e c id ir p o r sí
m is m o la v alid ez d e u n te x to , y c u á le s s o n los c r ite r io s a d o p ta d o s ?
¿ Q u ié n e s tá h a b ilita d o a d e c id ir q u e ex iste u n a e x c e p c ió n y c u á l es el
e s ta tu to d e u n a u to r q u e g o za d e esa e x c e p c ió n ? ” N o re c ib í n in g u n a
re sp u e sta . Sin e m b a rg o , el je f e d e re d a c c ió n d e c la ró q u e e r a u n “in te -
g rista ” e n ese tip o d e p r o c e d im ie n to “ig u a lita rio ” y “c ie n tífic o ”, m ie n ­
tras q u e el se c re ta rio d e re d a c c ió n , c o n v e rtid o h o y e n j e f e d e r e d a c ­
ció n , a firm ó en form a confidencial q u e to d o eso e ra u n a sim u la c ió n , q u e
a d e m á s to d o s lo sa b ía n , y q u e e r a el C N U el q u e im p o n ía esa m o d a ­
lid a d . C o m o rev ista c a lific a d o ra e n c ie n c ia s so ciales, L ’E vo lu tio n Psy-
chiatrique d e b ía así a te n e rs e a la “c ie n tific id a d ” im p u e s ta p o r las m á s
altas in sta n c ia s d e la e s c u e la r e p u b lic a n a .
L u e g o d e ese d iá lo g o , se m e c o n fió la ta re a d e a n a liz a r e n ta n to
e x p e rta u n te x to , lle g a d o p o r c o r r e o y titu la d o “D efic ien c ias d e la f u n ­
c ió n d e l p a d r e y su p le n c ia s d e a u to fu n d a c ió n e n la psicosis: el c rim e n
d e L o u is A lth u s s e r”. El te x to e r a u n a e sp e c ie d e p a s tic h e d e la o b r a
d e P ie r r e L e g e n d re , e s ta b a e s c rito e n j e r g a la c a n ia n a , e n r e s u m e n ,
u n f ra g m e n to d e a n to lo g ía d ig n o d e u n a o b ra d e M o lie re re v isa d a y
c o r r e g id a p o r S okal y B ric m o n t.* E n tre o tra s in e p cia s, el a u to r e x p li­
c a b a q u e A lth u ss e r h a b ía p a s a d o su vida “e n m a s c a r a n d o su m al p r o ­
f u n d o ” y q u e s o la m e n te el m é to d o “casu ístico p e r m itía c o le g ir ” u n a
h is to ria s e m e ja n te .
E n re a lid a d , m e h a c ía n h a c e r u n a p e ric ia d e u n te x to q u e h a b ría n
p o d id o n e g a rs e a p u b lic a r c o n to d a sim p lic id a d d e s p u é s d e u n a m e ­
r a le c tu r a y sin q u e h ic ie r a fa lta el m e n o r an á lisis d e e x p e r to . ¿ P o r
q u é , e n to n c e s , m e h a b ía n h e c h o p e r d e r el tie m p o ? L o c o m p r e n d í só­
lo d e s p u é s. E n el siste m a d e l p e rita je g e n e ra l, las revistas d is trib u id o ­
ras d e ca lific a c io n e s d e b e n p r o p o r c io n a r u n a p r u e b a d e q u e r e c h a ­
za n , c a d a a ñ o , u n a c a n tid a d su fic ie n te d e te x to s p a r a q u e su fam o so
im pactfactorvaya. e n a u m e n to .
T uve q u e e n f r e n ta rm e , a m i vez, c o n el Big B r o th e r d e l p e rita je ,

* Autores d e Impostures intellectuelUs, París, O dileJacob, 1997 [Imposturas intelectua­


les, B uenos Aires, Paidós, 1999], libro que pasa en Tevista, sim plificándolas, las ideas de
varios intelectuales parisinos (entre los cuales algunos son em inentes) presentados co­
m o una banda de im postores. [T.]
c u a n d o el d ir e c to r d e l se rv ic io lite r a r io d e L ’E volution psychiatrique,
o tr o a r d ie n te d e fe n s o r d e la “c ie n tific id a d ” d el tra b a jo in te le c tu a l, d e ­
cid ió p r e p a r a r u n n ú m e ro e sp ec ial d e la revista d e d ic a d o a L a c a n , e n
o p o r tu n id a d d e l c e n te n a r io d e su n a c im ie n to . M e h izo lle g a r u n a d e ­
m a n d a d e a r tíc u lo e n f u n c ió n d e m is c o m p e te n c ia s u n iv e rsita ria s. L a
c a rta e s tip u la b a , e n lo c o n c e r n ie n te a d ic h o a r tíc u lo (q u e d e b ía te ­
n e r listo d e n tr o d e u n a s tres se m a n a s), q u e d e b e r ía s o m e te rm e a u n a
le c tu ra a n ó n im a q u e se ría e fe c tu a d a p o r u n o ( p o r lo m e n o s ) d e los
m ie m b ro s d e l c o m ité d e re d a c c ió n , c o m ité d e l q u e yo m is m a fo rm a ­
b a p a rte . Se m e p r o p o n ía d e a lg ú n m o d o r e d a c ta r u n a r tíc u lo q u e la
revista d e c id iría , e n ú ltim a in sta n c ia , n o p u b lic ar, e n el caso d e q u e
n o se lo re c o n o c ie ra c o m o “c ie n tífic a m e n te c o r r e c to ”.
¿Q u é e x p e rto e sta ría h a b ilita d o e n el se n o d e l c o m ité p a r a e fe c ­
tu a r el in fo rm e d e mi artículo? Esa e r a la v e rd a d e ra c u e stió n ... a la q u e
n a d ie su p o c o n te s ta rm e . C o m o se a d m itía q u e c a d a m ie m b r o d e l co ­
m ité e r a c a p az d e r e c o n o c e r al a u to r d e u n te x to so b re la b ase d e los
d o s c rite rio s m e n c io n a d o s m ás a rrib a , se d e c id ió al fin q u e m i te x to
se ría ev aluado p o r u n e x p e rto e x te rio r a la revista. “¿P ero q u ié n ? ”, p re ­
g u n té . T o d o s los especialistas ac tu a le s d e l C orpus la c a n ia n o se c o n o ­
ce n e n tr e ellos y to d o s tie n e n in te r p re ta c io n e s d iv e rg e n te s y a lta m e n ­
te p o lé m ic a s s o b re la o b ra d e l m a estro . T o d o s r e c o n o c e r ía n m i estilo,
as! c o m o yo h a b r ía re c o n o c id o el d e ello s si se m e h u b ie r a e n c a rg a d o
q u e leyera a m i vez los te x to s q u e ello s h a b ría n d a d o a la rev ista p a ra
el n ú m e r o d e l c e n te n a rio . E n c o n s e c u e n c ia , el a n o n im a to , p rin c ip io
b ásico d e estas le c tu ra s d is p e n s a d o re s d e ca lific ac io n es, ib a a se r b u r ­
la d o d e n u ev o . M is o b se rv a c io n e s n o sirv ie ro n p a r a n a d a y, e n ju n io
d e 2001, r e n u n c ié al c o m ité sin h a b e r escrito a rtíc u lo a lg u n o .
D esd e q u e la m a n ía d e l p e rita je se a b a tió s o b re esta p re s tig io sa
revista, n o e n c o n tr a m o s e n ella m ás q u e a rtíc u lo s sin e stilo , sin a lm a ,
o sim p le m e n te ilegibles. El c o n te n id o se e m p o b re c e en c a d a e n t r e ­
ga. Y a m e d id a q u e las d isc ip lin a s d e la p siq u e d e s a p a re c e n e n el e m ­
b u d o ú n ic o d e u n d isc u rso g a ra n tiz a d o y c la u su ra d o , los e d ito ria le s
se tra n s f o r m a n e n a u to g lo rific a c io n e s d ig n a s d e las h o m ilía s d e la
A c a d e m ia d e C ien c ias d e la ex U n ió n S oviética. P ru e b a d e e llo es el
ú ltim o ed ito ria l: “C o n u n a c a n tid a d c a d a vez m ás a lta d e s u sc rip to s y
u n a v e n ta p o r n ú m e ro e s tim u la d a p o r la c o n fig u ra c ió n d e p á g in a d e
la revista, L ’E volution psychiatrique ha a c re c e n ta d o c o n s id e r a b le m e n te
su v isib ilid a d y d ifu sió n . D a te stim o n io d e ello la p ro g re s ió n d e su im-
pact factor, q u e a c a b a d e g a n a r varios p u n to s , e t c é te r a ”.33
¿ O s a ría m o s n o re s e rv a r u n f u tu r o r a d ia n te a u n a re v ista cu y o s
m ie m b r o s e x h ib e n u n a sa tisfa c c ió n ta n e s p lé n d id a e n c u a n to a su
n u e v o p o d e r d e im p a c to ?
P a ra c o m p r e n d e r re a lm e n te la d ev a sta ció n q u e p ro v o c a e sta id e o ­
lo g ía d e l p e rita je , es p re c iso re la ta r b re v e m e n te c u á le s f u e r o n las e ta ­
p as d e la p ro fe sio n a liz a c ió n d e los p sic ó lo g o s y d e la im p la n ta c ió n d e
la e n s e ñ a n z a d e l p sic o an á lisis e n la u n iv e rsid a d p o r la vía d e la p sic o ­
lo g ía clín ica.
D u ra n te el p e r ío d o in te r m e d io e n tr e las d o s g u e rra s , la p sic o lo ­
g ía d e jó d e se r u n a sim p le d isc ip lin a u n iv e rs ita ria a r r in c o n a d a e n tr e
la filo so fía (a la q u e se s u b o r d in a b a e n el p la n o te ó ric o ) y la m e d i­
c in a , q u e e x tr a ía d e e lla a su vez c ie rta s té c n ic a s . E n 1 920, fu e r e ­
c o n o c id a e n e fe c to c o m o u n a d isc ip lin a te ra p é u tic a h a b ilita d a p a r a
f o rm a r clín ic o s. H e n r i P ié ro n c re ó e n to n c e s el I n s titu to d e P sico lo ­
gía, q u e a b a rc a b a varias se cc io n es: p sic o lo g ía d e l tra b a jo , p sic o lo g ía
y p e d a g o g ía in fa n til, p sic o lo g ía c lín ic a y p a to ló g ic a y p s ic o lo g ía e x ­
p e r im e n ta l. L a ta re a e se n c ia l d e los p sicó lo g o s, d o ta d o s d e d ip lo m a s
estatale s, c o n sistió e n volverse los a u x ilia re s d e la p ro fe s ió n p siq u iá ­
tric a p a r a p e r m itir q u e la in s titu c ió n e s c o la r p u d ie r a s e p a r a r a los
n iñ o s d e n o m in a d o s “a n o r m a le s ”, d e s tin a d o s a s e r tra ta d o s p o r la m e ­
d ic in a (id io ta s, d é b ile s, m in u sv álid o s, a fe c ta d o s p o r d e fic ie n c ia s m o ­
tric es y c e re b ra le s , etc.) y los lla m a d o s “r e tr a s a d o s ” c o n n e c e s id a d d e
re e d u c a c ió n .
E n 1947, e l M in iste rio d e E d u c a c ió n N a c io n a l c o n fió a D an ie l La-
g a c h e la o rg a n iz a c ió n d e u n a lic e n c ia tu ra d e P sico lo g ía c o n fin es p ro ­
fe sio n a le s y e n te r a m e n te d e s p r e n d id a d e to d a fo rm a c ió n filosófica.
Se c r e a r o n e n to n c e s , a p a r tir d e esta iniciativa, n u e v a s ra m a s d e la psi­
c o lo g ía : p s ic o p a to lo g ía c lín ic a , p s ic o p a to lo g ía g e n e r a l, p sico fisio lo -
g ía n o r m a l o p a to ló g ic a , e tc é te ra .
In te r e s a d o so b re to d o e n im p rim ir u n a p o lític a u n ita r ia a la psi­
c o lo g ía , D a n ie l L a g a c h e fu e ta m b ié n , e n su c a lid a d d e p sic o a n a lista
m ie m b r o d e la SPP y lu e g o f u n d a d o r e n 1953 d e la S o c ie d a d F ra n ce -

M L É volution psychiatrique, o c tu b r e - d ic ie m b r e d e 2003, v o l. l x v i i i , n° 4.


sa d e Psicoanálisis (SFP), el p rim e ro e n in tr o d u c ir u n a e n s e ñ a n z a u n i­
v ersitaria d e l psicoanálisis e n u n m a rc o in d e p e n d ie n te d e la p siq u ia­
tría. E n este c o n te x to , la d isc ip lin a f re u d ia n a se su stra ía al p o d e r d e la
m e d icin a, p e ro re c a ía en c a m b io bajo el d o m in io d e u n s a b e r q u e n o
e ra el suyo y cuya u n id a d n o d e ja b a d e se r ficticia. L a d isc ip lin a f re u ­
d ia n a a lim e n ta b a p o r c ie rto los p rin c ip io s d e u n a p s ic o lo g ía clín ic a
c e n tr a d a e n las c o n d u c ta s y los c o m p o rta m ie n to s , in s c rip ta e n la tra ­
d ic ió n d e P ie rre Ja n e t, p e ro n o p o r ello d e ja b a d e q u e d a r a p re s a d a e n ­
tre las d ife re n te s ram as d e la psicología, la cual se r e p a rtía ella m ism a
e n tre u n a o rie n ta c ió n e x p e rim e n ta l, u n a se g u n d a te n d e n c ia m ás so­
cial y u n a te rc e ra n e ta m e n te fisiológica, n e u ro ló g ic a o b io ló g ic a .34
D u ra n te larg o s añ o s, los p sicó lo g o s n o lo g r a r o n c o n s e g u ir u n es­
ta tu to legal q u e les p e r m itie ra p ra c tic a r el psico an álisis, e n los casos
e n q u e h u b ie ra n a d q u irid o la fo rm a c ió n n e c e s a ria p a r a ello , o e n ca­
so c o n tra rio , q u e les p e rm itie ra e fe c tu a r p sic o te ra p ia s in s p ira d a s en
la p sicología clín ic a (re se rv a d a s a los p siq u ia tra s ). C u a n d o tra n s g r e ­
d ía n la p ro h ib ic ió n , el C o n sejo d e l C o leg io los p e rs e g u ía ju d ic ia lm e n -
te p o r e jercicio ilegal d e la m e d icin a. Es así co m o d e b ie r o n h a c e r f re n ­
te a la a c u sa c ió n d e c h a r la ta n e r ía q u e les la n z a ra n lo s m é d ic o s , sus
colegas m ás p ró x im o s, a c u sa c ió n q u e p e s a d e s d e ya so b re las es p ald as
d e sus p ró jim o s y h e rm a n o s , esto es, los p s ic o te ra p e u ta s sin d ip lo m a .
Al c a b o d e m u c h o s a ñ o s d e lu c h a , los p sic ó lo g o s te r m in a r o n p o r
a rra n c a rle s a los p o d e re s p ú b lic o s el e s ta tu to q u e re c la m a b a n . D esd e
ju lio d e 1985,35 e m p e z a ro n a in te g ra rs e e n o tra s p ro fe s io n e s d e sa lu d ,
g racias a diversas legislacio n es, y se v o lv ie ro n e n to n c e s m a y o rita rio s
e n las aso c ia c io n e s d e psico an álisis, e n d e tr im e n to d e los p siq u ia tra s .

11 Para la historia de las relaciones entre los psicólogos y los psicoanalistas, véase
Élisabeth Roudinesco, La batalla de 100 años. Historia del psicoanálisis en Francia, op.cit.,
vol. III; Annick Ohayon, L'Impossiblerencontre, París, La Découverte, 1999, y Marie-Claude
Lam botte (ed.), Lapsychologieel ses applrcaticmsfrraliqu.es, París, LGF, “Le livre de p o c h e ”,
1995. Véase tam bién États généraux de la psychologie, 23 y 24 de m arzo de 2001 (docu­
m ento periodístico).
* La ley del 25 de julio de 1985 precisa que el “uso profesional del diplom a de psi­
cólogo, acom pañado o no p o r una calificación, está reservado al titular de un diplo­
ma, certificado o título que pruebe un aprendizaje universitario fundam ental de alto
nivel en psicología: El diplom a en cuestión debe prep arar para la vida profesional y fi­
gurar en una lista establecida por d ecreto por el Consejo de E stado”.
A g ru p a d o s e n sin d ic a to s p o te n te s , los p sic ó lo g o s e la b o r a r o n , c o m o
los p s ic o te ra p e u ta s , u n a c a n tid a d im p r e s io n a n te d e te x to s lla m a d o s
“d e o n to ló g ic o s ” q u e a p u n ta b a n a d e f in ir su p ro fe s ió n , a d e f in ir sus
ac tiv id ad e s y a e x c lu ir d e sus filas... a los “c h a r la ta n e s ”.
A m e d id a q u e a u m e n ta b a n las re iv in d ic a c io n e s p r o fe s io n a le s d e
los psicólogos, los psicoanalistas d e s a rro lla b a n su p ro p ia p o lítica d e im ­
p la n ta c ió n u n iv e rsita ria . E n u n p r im e r p e r ío d o , e n t r e 1947 y 1968, a
través d e D a n ie l L a g a c h e , D id ie r A n z ie u o J u li e tt e F av ez -B o u to n ie r,
m ie m b ro s d e la A so ciació n P sic o a n a lític a d e F ra n c ia (A F P ), se a p li­
c a r o n a u tiliz a r la e s p e c ia lid a d d e la p sic o lo g ía c lín ic a c o m o v e c to r
p a r a d e s a r ro lla r sus a s o c ia c io n e s e n el d o m in io u n iv e rs ita rio . F o rm a ­
d o s p o r p sic o an a listas d ip lo m a d o s e n p sic o lo g ía , los e s tu d ia n te s e r a n
e n to n c e s o rie n ta d o s h a c ia las escu e las p sic o a n a lític a s a las cu a le s p e r ­
te n e c ía n sus p ro fe so re s. C a d a e sc u e la p o se ía , d e esa m a n e r a , su “b as­
tió n ” u n iv e rsita rio . C o m p u e s ta d u r a n te m u c h o tie m p o p o r u n a m a ­
y o ría d e p siq u ia tra s, la SPP se im p la n tó m ás b ie n e n las fa c u lta d e s d e
m e d ic in a , m ie n tra s q u e la A PF im p o n ía su p o d e r e n los d e p a r ta m e n ­
to s d e c ien c ias h u m a n a s . A m b o s g ru p o s, afiliad o s a la IPA y h o stile s a
los la c a n ia n o s, tra n sfirie ro n así sus q u e re lla s a las in stitu c io n e s d e l Es­
ta d o q u e las a c o g ía n , las cu a le s se v o lv iero n a m e n u d o a n e x o s d e las
s o c ie d a d e s p sic o a n a lític a s.36
S in e m b a rg o , d e s p u é s d e 1968, b ajo la in flu e n c ia d e J e a n L a p la n -
c h e y m ás ta rd e d e P ie rre F é d id a y R o la n d G o ri, este m o v im ie n to d io
u n v u e lc o e n s e n tid o in v e rso . L os p sic o a n a lista s im p la n ta d o s e n la
u n iv e rsid a d tr a ta r o n m ás b ie n d e e s c a p a r a sus resp e ctiv as in s titu c io ­
nes, a las q u e c o n s id e ra b a n e s c le ro s a d a s y d o g m á tic a s. R e n u n c ia r o n
in c lu so , a veces, a sus arra ig o s asociativos, y p re firie ro n la lib e rta d u n i­

* Serge Leclaire creó en 1969 el D epartam ento de Psicoanálisis de París vm (Uni­


versidad de Saint-Denis), que Lacan retom ó a su cargo en 1974, antes de queJacques-
Alain M iller iniciara su dirección. Este dep artam en to está integrado al de Filosofía.
Por consiguiente, los clínicos que se form an en él, no poseyendo diplom as d e psicolo­
gía o m edicina, no pueden calificarse com o profesionales de la salud. Son considera­
dos pues, “charlatanes”, tam o por los freudianos hostiles al lacanism o como por los
psicólogos antifreudianos, adeptos a los fetiches y am uletos form ados en el centro
Georges-Devereux en la misma universidad, a los que se agrega un tercer tipo de ad­
versarios, los fanáticos de las TCC que consideran que todos los freudianos son unos
im postores...
v ersitaria e n vez d el e n r o la m ie n to ad m in istra tiv o . Se in s ta u ró d e ese
m o d o u n a su til re la c ió n , in te r n a a la d isc ip lin a f re u d ia n a , e n tr e d o s
c o n c e p c io n e s d e la laicid ad . U n a d e ellas so ste n ía la id e a d e q u e es­
ta b a re se rv a d o s o la m e n te a las a s o c ia c io n e s p sic o a n a líd c a s la tra n s ­
m isión laica d e la d isc ip lin a, m ie n tra s q u e la o tr a se in c lin a b a a p e n ­
sar q u e só lo la u n iv e rsid a d p o d ía g a ra n tiz a r u n a e n s e ñ a n z a laica d e
la d isc ip lin a re in a , co n to ta l in d e p e n d e n c ia d e las p a rro q u ia s psicoa-
nalíticas.
A p a rtir d e los a ñ o s o c h e n ta , to d o s los n o m b ra m ie n to s u n iv e rsita ­
rios q u e e m a n a b a n d e la sección xvi d e l C N U se so m e tie ro n al p á lid o
p o d e r del p e rita je y la ev a lu a ció n . P o r lo ta n to , d e a h o r a e n a d e la n ­
te, c u a n to m á s “c ie n tífic a m e n te c o r r e c ta s ” se a n ju z g a d a s las p u b lic a ­
c io n e s d e u n c a n d id a to , d e a c u e r d o c o n los c rite rio s d e las rev istas
d o ta d a s d e lo q u e d a n e n lla m a r u n “c o m ité a n ó n im o ”, m ás p r o b a b i­
lid a d es te n d rá é ste d e c o n s e g u ir u n p u e s to . Se c o m p r e n d e e n to n c e s
p o r q u é , c u e s tio n a d a p o r u n a p sic o lo g ía c a d a vez m ás e x p e rim e n ta -
lista, c o g n itiv ista o c o m p o rta m e n ta lis ta , la p sic o lo g ía c lín ic a clásica
c o r r e el se rio p e lig ro d e d e s a p a re c e r d e la e n s e ñ a n z a u n iv e rsita ria ,
s u e rte q u e c o r r e r á p r o n to el p sic o an á lisis (c o n to d a s sus d ife r e n te s
te n d e n c ia s ), p a r a se r r e e m p la z a d o p o r las TC C .
E ste y n o o tr o es el p ro y e c to d e l m in is tro b e n e v o le n te q u e p r e ­
te n d e p r o te g e r a F ra n c ia y a la d isc ip lin a re in a . T e n ie n d o e n c u e n ta
d ic h a p o lític a , se v e ra m e n te c o n d e n a d a p o r R o la n d G o ri, u n o se p r e ­
g u n ta p o r q u é los p sic o an a listas e n tre g a d o r e s d e listas, e n tr e los c u a ­
les hay alg u n o s u n iv e rsita rio s, p u d ie r o n c o n trib u ir d e esa m a n e r a a
su p r o p ia a n iq u ila c ió n . C u a n d o se vean o b lig a d o s a e n s e ñ a r ello s m is­
m o s, e n la u n iv e rsid a d , los p rin c ip io s d e las T C C , ¿ c a m b ia rá n tal vez
d e o p in ió n y s e n tirá n m e n o s te m o r d e se r su p e ra d o s p o r los p sic o te -
ra p e u ta s in c o n tro la b le s? ¿S erán e n to n c e s e rra d ic a d o s d e la c o m u n i­
d ad ? ¿P ero q u ié n , e n to n c e s , a c u d irá e n su ayuda?
D EL B U E N Y D EL MAL G O B IE R N O
“N o sé — e s c rib ía F re u d e n 1928 al p a s to r O sk a r P fiste r— si u s te d
h a c a p ta d o el v ín c u lo s e c re to q u e u n e m i a r tíc u lo s o b r e el a n á lis is
p ra c tic a d o p o r los legos y E l porvenir de u n a ilusión. E n el p rim e ro q u ie ­
ro p r o te g e r al p sic o an á lisis d e los m é d ic o s, e n el o tro , lo q u ie ro p r o ­
te g e r d e los sa c e rd o te s. Q u isie ra a s ig n a rle u n e s ta tu to q u e to d a v ía n o
tie n e , el e s ta tu to d e p a s to r secular d e alm as, el c u a l n o te n d ría n e c e ­
sid a d d e se r m é d ic o ni ta m p o c o te n d r ía d e r e c h o a s e r s a c e rd o te .” Y
m ás a d e la n te ag re g a: “M e p a r e c e q u e el p sic o an á lisis c o m o tal d e b e
se r u n a s u n to p u r a m e n te ‘s e c u la r ’. E n su e s e n c ia p r o p ia es e s tric ta ­
m e n te p riv ad o y n o p r o d u c e v alo re s e n f o rm a d ir e c ta ”.1
P o r c o n s ig u ie n te , F re u d n o p e n s a b a q u e el p sic o an á lisis p u d ie ra
se r u n a “p r o fe s ió n ”. L a e n c a r a b a m ás b ie n c o m o u n sistem a d e p e n ­
s a m ie n to d e s d e el p u n to d e vista te ó ric o y c o m o u n a rte d e s d e el p u n ­
to d e vista c lín ic o . P a ra él, su la ic id a d s o la m e n te p o d ía ser g a ra n tiz a ­
d a, p o r lo ta n to , p o r la e x is te n c ia d e in s titu c io n e s esp ec ífica s. S in
e m b a rg o , a u n q u e c o n c e b ía el a n á lisis c o m o u n a d isc ip lin a a u tó n o ­
m a, im p o s ib le d e r e d u c ir a u n a ac tiv id ad c u ra tiv a o a u n a p ro fe s ió n
s a n ita ria , F re u d su b ra y a b a al m ism o tie m p o q u e se a s e m e ja b a a u n a
p s ic o te ra p ia y q u e c u a n to m á s g e n te la a d o p ta s e y m ás éx ito tuviese,
m ás o b lig a d a se v ería a a d a p ta rs e a n u e v a s re a lid a d e s so ciales y, p o r
e n d e , a c o n tr a e r a fin id a d e s c o n lo q u e c a ra c te riz a a u n a p sic o te ra p ia ,

1 Correspondance ele Sigmund Freud avec le pastear Pfister (1909-1939), París, Gallimard,

1966. Freud alude a la cuestión desarrollada en “¿Pueden los legos ejercer el análisis?”,
Obras completas, Buenos Aires, A m orrortu, 1998, vol. xx, p. 165, y en El porvenir de una
ilusión (1927), O C , vol. X X I.
esto es, u n a c u ra in m e d ia ta d e sín to m a s y la re s p u e s ta a la d e m a n d a
d e b ie n e s ta r fo rm u la d a p o r el p a c ie n te : “Y ta m b ié n es m u y p ro b a b le
— d e c ía — q u e e n la a p lic a c ió n m asiva d e n u e s tra te ra p ia n o s v eam o s
p re c isa d o s a a le a r el o ro p u ro d el análisis c o n el c o b re d e la su g estió n
d ire c ta ...”.2
E stas d o s a firm a c io n e s d e F re u d d a n p r u e b a d e la c o n tra d ic c ió n
in h e r e n te al e s ta tu to d e l psicoanálisis.
E n e fe cto , si el a n a lista es u n “p a s to r se c u la r d e a lm a s”, su e s ta tu ­
to se asem e ja a u n a e sp ec ie d e filósofo so c rá tic o , leg o y p ro fa n o , y p o r
lo ta n to es im p o sib le c o m p a ra rlo c o n u n te ra p e u ta y to d a v ía m e n o s
c o n u n p ro fe s io n a l d e la salu d . P e ro p o r o tr o la d o , si tr a ta a sus p a ­
c ie n te s e n u n a p e rsp e c tiv a p sic o p a to ló g ic a , a c tú a e n ca lid a d d e te ra ­
p e u ta y su p rá c tic a se s u b o rd in a , p o r lo m e n o s e n n u e s tro s E sta d o s
d e m o c rá tic o s, a u n a p o lític a d e sa lu d p ú b lic a.
Si existe u n a c o n tra d ic c ió n in h e r e n te a la situ a c ió n d e l a n a lista
— p a s to r d e a lm as se c u la r p o r u n la d o , te r a p e u ta p o r o tr o — , h a y a d e ­
m ás o tr a c o n tra d ic c ió n d e u n a im p o r ta n c ia e q u iv a le n te e n tre el e sta ­
tu to laico d e la d isc ip lin a p sic o a n a lític a y su m o d o d e tra n sm isió n .
E n a lem á n , e l té rm in o laten, u tilizad o las m ás d e las veces p o r F re u d
p a r a d e f in ir el p sic o an á lisis la ico {Laienanalyse) ,* p u e d e e m p le a rs e
p a ra d e s ig n a r lo q u e es p ro fa n o , es decir, a je n o a lo relig io so o a lo
sa g ra d o . E n esta a c e p c ió n , se o p o n e a la n o c ió n d e la icid ad , ya q u e
im p lic a la id e a d e d e s e n c a n to o d e silu sió n , p e r o ta m b ié n la n o c ió n
d e in c o m p e te n c ia . S e r leg o significa n o e s ta r in ic ia d o e n u n a rte o e n
u n a p rá c tic a , y p o r e n d e se r u n a fic io n a d o . P a ra d e c irlo d e o tr a m a ­
n e ra , el té rm in o Laienanalyse r e ú n e tre s sig n ific ac io n e s h e te ro g é n e a s :

8 Sigm und Freud, “Nuevos cam inos de la terapia analítica” (1920), en Obras com­
putas, vol. xvii, Buenos Aires, A m orrortu, 1998, p. 163 ["Perspectives d ’avenir de la thé-
rapeutique analytique” (1910), en La techniquepsychanalytique, París, PUF, 1953],
* Respecto del artículo de F reud de 1926, DieFrage der Laienanalyse, el traductor
en castellano de la editorial A m orrortu ha adoptado, com o se sabe, el térm ino “lego”
com o equivalente de “no m édico” (“¿Pueden los legos ejercer el análisis?”, Obras com­
putas, Buenos Aires, A m orrortu, 1998, vol. xx, pp. 165 y ss). En francés, el título del
mismo texto es traducido com o La question de l'Analyse profane, París, Gallím ard, 1985,
p. 106. Tenga en cuenta el lector, pues, la diferencia de connotación introducida p o r
“lego” y “profano” en las páginas que siguen. [T.]
la ico , p r o fa n o y le g o (y p o r e n d e in c o m p e te n te ) . Y sin e m b a r g o ,
F re u d lo re iv in d ic a a b ie r ta m e n te d e u n a m a n e r a positiva.
E n fra n c é s, a m b o s té rm in o s — “la ic o ” y “p r o f a n o ”— n o se r e c u ­
b re n .* P o rq u e la n o c ió n d e la ic id a d re m ite tr a d ic io n a lm e n te a to d o
a q u e llo q u e n o p a r tic ip a d e la c o n d ic ió n d e c lé rig o . A d em á s, d e s d e
la R e v o lu c ió n d e 1789, y m ás ta rd e c o n la ley d e 1905 s o b re la se p a ­
ra c ió n d e la Ig lesia y el E sta d o , el té rm in o d e la ic id a d lleva c o n s ig o el
sig n o , a u n q u e n o d e u n a n tic le ric a lis m o m ilita n te , al m e n o s, d e u n
c o m p ro m iso p o lític o a fav o r d e u n a lib e rta d o r ie n ta d a h a c ia el r e c h a ­
zo d e to d a d o m in a c ió n relig io sa so b re el c u e rp o d e la n a c ió n y la c o n ­
c ie n c ia d e los c iu d a d a n o s .
E n e sta p e rsp e c tiv a p u e d e calific arse d e lego al p sic o an á lisis si és­
te es p ra c tic a d o p o r a fic io n a d o s q u e n o p e r te n e c e n a u n a c o r p o r a ­
c ió n p ro fe sio n a l, sin q u e se a n e c e s a rio p o r ello a trib u irle el a trib u to
d e laico, o sea, c o m p ro m e tid o d e u n a m a n e r a ra d ic a l e n c o n tr a d e la
r e lig ió n e n su lu c h a a fa v o r d e la n o c ió n d e c iu d a d a n o . P e ro si e l psi­
co a n álisis q u ie re se r a la vez le g o y laico , es d ec ir, p r a c tic a d o p o r afi­
c io n a d o s e in d e p e n d iz a d o d e to d a re lig ió n y p o r c o n s ig u ie n te d e los
sa c e rd o te s, d e b e u n ir e n u n so lo v o c a b lo d o s d e s ig n a c io n e s d if e r e n ­
tes q u e n o tie n e n g r a n a fin id a d e n tr e sí, e x c e p to el h e c h o d e q u e a m ­
b a s se o p o n e n a lo s a g ra d o y a la re lig ió n .3 P e ro , ¿ c ó m o u n a n a lis ta
p o d r ía re d u c irs e a u n “le g o " si to d o te r a p e u ta se asim ila, e n los E sta­
d o s d e m o c rá tic o s, a u n p ro fe s io n a l d e la salud?
E n u n te x to d e 1919 q u e tr a ta d e la tra n sm isió n d el p sico an álisis,
F re u d su b ray a q u e éste se p u e d e e n s e ñ a r sin n in g ú n p r o b le m a e n la
u n iv e rs id a d , ya q u e c o n s id e r a d o d is c ip lin a , n o tie n e n e c e s id a d d e
la c u ra p a r a existir. Sus c o n c e p to s p u e d e n e la b o ra rs e , vo lv erse a in ­
v en tar, c ritica rse y tra n s m itirs e p o r f u e r a d e to d o tra b a jo clín ic o . Si se
in s titu y e ra u n a e n s e ñ a n z a d e ese tip o , a g re g a F re u d , n o só lo p o d r ía
f e c u n d a r las o tr a s d is c ip lin a s, sin o a d e m á s a y u d a r a los m é d ic o s a
c o m p r e n d e r m e jo r los p r o b le m a s p síq u ic o s d e sus p a c ie n te s, lo cu al

* Así com o no se recubren en castellano profano, laico y lego. [T.]


3 Marie B onaparte había traducido el térm ino com o “psicoanálisis practicado por
los que no son m édicos”. Sus sucesores propusieron la traducción de “análisis laico” y
hoy en día se habla más bien de “análisis pro fan o ” [analyse profane]. En inglés se dice
lay-analysis.
les im p e d iría e n tre g a rs e a c h a rla ta n e s . A p e s a r d e ello , F re u d a firm a
q u e sólo el h e c h o d e a tra v e sa r u n a c u r a p u e d e g a r a n tiz a r la fo rm a ­
c ió n c lín ic a y d id á c tic a d e u n p sic o a n a lista .
E n esa ép o c a , c o n s id e ra q u e s o la m e n te los p sic o an a listas fo rm a ­
d o s d e n tr o d e la IPA, es decir, d e a c u e r d o c o n c rite rio s d e fin id o s p o r
u n a in s titu c ió n p riv a d a a u to rr e f e r e n c ia d a , e s tá n h a b ilita d o s a e n s e ­
ñ a r el psico an álisis en u n a u n iv e rsid a d . P a ra d e c irlo d e o tr o m o d o , la
laicidad d e l p sic o an á lisis, es d ec ir, su in d e p e n d e n c ia d e to d o p o d e r
— relig io so , estatal, m é d ic o , u n iv e rsita rio — d eriv a se g ú n él d e l h e c h o
d e q u e “está e x c lu id o d e la u n iv e rs id a d ” p o r q u e , a g re g a , lo q u e h a
p r o d u c id o su o rg a n iz a c ió n laica es esa ex c lu sió n m ism a: “Es e v id e n ­
te, p u e s, q u e [las aso c ia c io n e s de p sico an álisis] se g u irá n c u m p lie n d o
u n a f u n c ió n ú til m ie n tra s se m a n te n g a d ic h a e x c lu s ió n ”.1
Es o bvio q u e si F re u d te n ía ra z ó n e n p re se rv a r la fo rm a c ió n clí­
n ic a d e los p sico an alistas d e to d a fo rm a d e d o m in a c ió n relig io sa, m é ­
d ic a o estatal, se eq u iv o có to ta lm e n te e n c u a n to a la e v o lu c ió n u lte ­
rio r d e las re la c io n e s d el p sic o an á lisis c o n el E sta d o , ta n to e n lo q u e
re s p e c ta a la u n iv e rsid a d c o m o a las p o lític a s d e sa lu d p ú b lic a.
E llo se d e b e a q u e F re u d d e s c o n o c ía — al ig u al q u e su s h e r e d e ­
ro s— la e s e n c ia m ism a d e la u n iv e rs id a d . S u rg id a d e l g ra n m o d e lo
e u r o p e o m ed iev al, la u n iv e rsid a d tal c o m o fu e p ro lo n g a d a p o r la c a ­
si to ta lid a d d e las s o c ie d a d e s d e m o c r á tic a s m o d e rn a s , d e s c a n s a e n
u n a ú n ic a ex ig en c ia, esto es, q u e to d o E sta d o d e b a re c o n o c e r de modo
incondicional su lib e rta d , es decir, el d e r e c h o d e to d o s los q u e d e p e n ­
d e n d e ella, ta n to p ro fe so re s c o m o e s tu d ia n te s , a d e c ir p ú b lic a m e n ­
te to d o lo q u e e x ig e n u n a in v e stig a ció n , u n s a b e r o u n p e n s a m ie n to
d e la v e rd a d .5 A h o ra b ie n , este p rin c ip io d e in c o n d ic io n a lid a d se c o n ­
tra d ic e d e u n m o d o fla g ra n te n o c o n la d isc ip lin a f re u d ia n a e n ta n ­
to s a b e r e n s e ñ a b le d e a c u e r d o c o n c rite rio s “o b je tiv o s”, sin o c o n la
c o n c e p c ió n d e la la ic id a d re iv in d ic a d a p o r las a s o c ia c io n e s p sico a-
n alític as. Estas ú ltim a s se c o n s id e r a r o n s ie m p re , e n e fe c to , “p r o p ie ­
ta ria s ” d e l s a b e r f r e u d ia n o , c o m o si f u e r a n las ú n ic a s h a b ilita d a s
p a r a d e c ir su v e rd a d , h a s ta el p u n to d e q u e ca lifican c o m o “c h a rla ­

* Sigm und Freud, “¿Debe enseñarse el psicoanálisis en la universidad?”, Obras com­


pletas, Buenos Aires, A m orrortu, 1998, vol. xvii, p. 169.
5Véase Jacques Derrida, L ’Université sans condition, París, Galilée, 2001.
tá n ” o “in te le c tu a l a u t o p r o c la m a d o ” a to d o e s c rito r, in v e s tig a d o r o
u n iv e rsita rio q u e p r e te n d a d e fin irs e c o m o f r e u d ia n o o q u e tra b a je
so b re el c o rp u s f r e u d ia n o sin p e r te n e c e r a u n a c a p illa p o s e e d o r a d e
u n distintivo.
E n re a lid a d , esta c o n c e p c ió n d e la la ic id a d n o tie n e n a d a d e “lai­
c o ”. P o rq u e si b ie n es le g ítim o q u e las a s o c ia c io n e s p sic o a n a lític a s es­
té n h a b ilita d a s p a r a f o r m a r lib r e m e n te a te ra p e u ta s s e g ú n c rite rio s
d e fin id o s p o r ellas m ism as e in d e p e n d ie n te s d e to d a d o m in a c ió n d e l
E sta d o , es im p e n s a b le q u e p u e d a n p ro c la m a rs e p o s e e d o r a s e x c lu si­
vas d e u n a d isc ip lin a q u e p e r te n e c e d e a h o r a e n m á s a la h u m a n id a d
e n te r a . Si el p sic o a n á lisis n o es u n s a b e r o c u lto , si su e n s e ñ a n z a n o
está re se rv a d a e x c lu siv a m e n te a las a so c ia c io n e s p riv ad a s, a Iglesias,
p a r r o q u ia s o sectas, e n to n c e s , se vuelve n e c e s a r ia m e n te u n a d isc ip li­
n a cab al. P o r c o n s ig u ie n te , n a d a se o p o n e a q u e se a e n s e ñ a d o e n la
u n iv e rsid a d , d e m a n e r a r e a lm e n te laica, p o r p r o fe s o re s d ip lo m a d o s
y n o p sic o a n a lista s q u e d e s e a ría n h a c e r d e e lla u n o b je to d e e s tu d io
o d e in v e stig a ció n c o m o p o r e je m p lo p sic ó lo g o s, filó so fo s, lite ra to s ,
a n tro p ó lo g o s o h is to ria d o re s . P e ro e n ta n to s a b e r o c u lto , e n s e ñ a d o
e n p a rro q u ia s , le s e ría im p o s ib le c o n s titu irs e e n d is c ip lin a laica ( e n
el s e n tid o d e la la ic id a d u n iv e rs ita ria ).
C o m o se ve, las c o sa s n o so n sim p les. P o r q u e si e l p sic o a n á lisis
n u n c a p u d o s e r re c o n o c id o c o m o u n a d isc ip lin a ca b al, c o m o lo fu e
la p sic o lo g ía , la so c io lo g ía o la a n tro p o lo g ía , fu e p r e c is a m e n te p o r ­
q u e n o está e n te r a m e n te la ic iz a d o , ya q u e sig u e s ie n d o e n p a r te p r o ­
p ie d a d d e las a s o c ia c io n e s p sic o a n a lític a s, e n v irtu d d e q u e la f o rm a ­
c ió n e n p sic o an á lisis c o n s e rv a s ie m p re u n c a rá c te r “in ic iá tic o ”.
E n F ra n c ia , p aís a la vez f r e u d ia n o y laico p o r e x c e le n c ia , n o exis­
te n in g u n a c á te d ra d e p sic o a n á lisis e n las altas in s titu c io n e s d e la R e­
p ú b lic a (n i e n la E sc u e la d e A ltos E stu d io s n i e n el C o le g io d e F ra n ­
cia, p o r e je m p lo ),6 d o n d e su frió sie m p re d e o stra c ism o . Es así c o m o
la d isc ip lin a f r e u d ia n a se e n s e ñ a e n la u n iv e rs id a d , c o m o lo h e m o s
visto, d e m a n e r a in d ir e c ta , p o r n o d e c ir oficio sa, e n d e p a r ta m e n to s
d e c ie n c ia s h u m a n a s o d e le tra s. Y p a r a q u e los c lín ic o s q u e la p ra c ti­

6 Véase Michel Plon, “U n e place introuvable”, en La psychanalyse: chercher, inventer,


réinventer\ Ramonville-Saint-Agne, Eres, 2004.
ca n p u e d a n se r calificados c o m o p ro fe sio n a le s d e salu d , es n e c e s a rio ,
a d e m á s, q u e h a y a n re c ib id o u n títu lo . D e lo c o n tra rio , n o p o d r á n
e je rc e r su a rte m á s q u e c o m o “a f ic io n a d o s ”, o p a r a d e c irlo d e o tr o
m o d o , e n lo p riv a d o e n vez d e h a c e r lo e n in stitu c io n e s p ú b licas.
T o d o o c u rre , p u es, c o m o si, a fu e rz a d e p r e te n d e r s e profano, lego
o laico, es decir, in d e p e n d ie n te d e to d o p o d e r estatal, m é d ic o o re li­
gioso, el psicoanálisis se h u b ie ra v u e lto clerical p o r u n la d o , p o r el h e ­
c h o d e a d h e r ir a aso c ia c io n e s p riv ad a s, y p o r o tr o la d o c o m o si se h u ­
b ie ra p ro fe sio n a liz a d o e n ra z ó n d e la in s e rc ió n d e sus clín ic o s e n u n
e s ta tu to d e te ra p e u ta d e p e n d ie n te d el C ó d ig o d e S alu d P ú b lica.
Y ésa es la ra z ó n p o r la c u a l e x iste a c tu a lm e n te u n v e r d a d e r o a n ­
ta g o n ism o e n t r e la u n iv e rs id a d y las s o c ie d a d e s p sic o a n a lític a s. N o
s ie n d o ya los b a s tio n e s o a n e x o s d e d ic h a s so c ie d a d e s , los d e p a r ta ­
m e n to s d e p sic o lo g ía c lín ic a s o n sin d u d a m ás “la ic o s ” q u e las p a ­
rro q u ia s p sic o a n a lític a s p r e o c u p a d a s p o r q u e el E sta d o las p r o te ja .
P e ro p a r a q u e sig a n sié n d o lo , h a r ía falta, a d e m á s , q u e p u d ie r a n sus­
tra e rs e al d o m in io d e l p e r ita je im p u e s to p o r las o tra s ra m a s d e la
p sic o lo g ía .7
E sta situ a c ió n d e e x c lu sió n e in c lu sió n o to r g a u n e x tra ñ o a sp e c ­
to a la d isc ip lin a fre u d ia n a . E x te rio r a las in s titu c io n e s estatale s, q u e
la to le ra n , y a la vez in te r n a a c a d a d isc ip lin a q u e la to m a e n c u e n ta ,
se p a re c e a u n s a b e r n ó m a d e , in d e fin ib le , subversivo, m o le sto , sie m ­
p re u b ic a d o e n los lím ites y a m e n a z a d o sin d e sc a n so p o r la a c u sa c ió n
d e c h a rla ta n e ría . In m ig ra n te sin p a s a p o rte y sin d o c u m e n to s , a u n q u e
al m ism o tie m p o re c o n o c id o , c e le b ra d o u o d ia d o , el p sic o an á lisis es
u n a d ro g a (phanm akon) d e la q u e los E sta d o s d e m o c rá tic o s q u is ie ra n
lib e ra rse sin lo g ra rlo n u n c a . P o r esta ra z ó n , los p sic o an a listas h a n o b ­
te n id o sie m p re y e n to d as p a rte s títu lo s c a p a c e s d e p r o te g e rlo s d e to ­
d a in g e re n c ia estatal e n su p rác tica .
A m e d id a q u e d e s a p a re c ía n ios g ra n d e s p e n s a d o r e s d e r e f e r e n ­
cia, ú n ic o s ca p a c e s d e e fe c tu a r u n a re n o v a c ió n d e la d o c trin a , las so­
c ie d a d e s p sic o a n a lític a s, c u a lq u ie ra q u e fu e r e su te n d e n c ia , se h a n
tra n s fo rm a d o e n c o rp o ra c io n e s d e p ro fe sio n a le s. H a n d e ja d o d e ser,
p o r c o n s ig u ie n te , esas escuelas so c rá tic a s d e tip o “p r o f a n o ” d o n d e se

1 Es ésta la reivindicación de Roland Gori.


tra n s m itía u n s a b e r c ie n tífic o , filo só fico y lite r a r io d e a lto nivel a u n a
e lite s ie m p re re n o v a d a . Se h a n v u e lto m ás b ie n p o c o a p o c o , y h a s ta
sin sa b e rlo , a s o c ia c io n e s d e p ro fe s io n a le s d e la sa lu d . Y sin e m b a r g o ,
co m o lo su b ra y a J a c q u e s D e rrid a , la “situ a c ió n a n a lític a , e n su s m ín i­
m as p re m isa s”, d e b e ría p e r m a n e c e r “in d ife re n te a to d a p re o c u p a c ió n
v in c u la d a c o n la sa lu d p ú b lic a , m ás a ú n [ .. .] , y la c u e s tió n es ta n d i­
fícil c o m o p o lé m ic a , a to d a p r e o c u p a c ió n d e o r d e n te ra p é u tic o , a la
c u e stió n d e c ie rta n o rm a lid a d lla m a d a e n f o rm a g e n e r a l ‘s a lu d ’ a n ­
tes d e d a rle la e sp e c ific a c ió n d e ‘sa lu d p ú b lic a ’”.8
C o m p u e sta s h o y e n g e n e ra l d e p sicó lo g o s c lín ic o s q u e h a n a d q u i­
rid o el e s ta tu to d e p ro fe s io n a le s d e la sa lu d , estas so c ie d a d e s n o tie­
n e n ya a s p ira c io n e s in te le c tu a le s , a u n q u e in c lu y a n e n sus filas a ex ­
c e le n te s clínicos se ria m e n te fo rm a d o s. C o m o lo h a b ía h e c h o ya E rn e s t
J o n e s , h a n o p ta d o p o r d e d ic a rs e a r e g la m e n ta r las c o n d ic io n e s so c ia­
les d e l e je rc ic io d e l p sic o an á lisis, m ás q u e a d e c ir “q u é es el p s ic o a n á ­
lisis y lo q u e n o d e b e r ía s e r si n o q u ie re p e r d e r s e ”.9 E n c u a n to a los
m ie m b ro s d e las “b u e n a s ” so c ie d a d e s la c a n ia n a s, d e a h o r a e n a d e la n ­
te s u b o r d in a d a s a la IPA, el d u e lo d e la fig u ra d e l m a e stro , le jo s d e
llev arlos a la s a b id u ría o la re c o n c ilia c ió n c o n la é tic a fre u d ia n a , los
h a in s ta la d o e n la n o r m a liz a c ió n p r o fe s io n a l y, p o r ú ltim o , e n v ir­
tu d d e u n p ro c e s o d e a u to in m u n iz a c ió n , los h a h e c h o d e te s ta r a las
“o tr a s ”.
E stas so c ie d a d e s ya n o q u ie re n c a m b ia r el m u n d o n i tra n s m itir a
sus a d h e r e n te s u n id e a l d e lib e r ta d o r e b e lió n , c u a lq u ie ra q u e sea,
m e n o s a ú n c o m p ro m e te rs e e n el m e n o r in te n to p o lític o d e cu e stio -
n a m ie n to d e l b io p o d e r. R e iv in d ic a n su p r á c tic a y se ju s tific a n so la ­
m e n te a p a r tir d e la clín ic a, c o m o si n in g u n a o tr a cosa ex istie ra m ás
allá d el div án o d e l c o n s u lto r io e x c e p to el te r r o r d e la d e s o c u p a c ió n
o la c o m p e te n c ia . Se c ie rra n d e ese m o d o a to d a lu c h a d e e m a n c ip a ­
c ió n q u e p u e d a su rg ir d e la so c ie d a d civil, c o m o la lu c h a d e las m u ­
jeres, d e los o p rim id o s , d e los h o m o se x u a le s, d e los in te le c tu a le s , etc.
E llo o c u r r e p o r q u e h a n a b a n d o n a d o el m e n s a je f re u d ia n o o rig in a rio

6 Jacques D errida, “Substitutions”, Toxicomanie el devenir de l ’humanitc, París, Odile


Jacob, 2001.
9 Michel Schneider, “La ‘q uestion’ en déb at”, en Sigm und Freud, La question de í ’a-
nalyseprofane, op cit., p. 178 [“Análisis p ro fan o ”, o}?. cit. ] .
p a r a c o n v e rtirse al n u e v o o r d e n d e l lib e ra lism o e sta ta l fu n d a d o e n la
id e o lo g ía d el p e rita je , el cien tificism o y la a d h e s ió n a n o rm a s im p u e s ­
tas d e s d e a fu e ra . A d em á s, p a r a p r o te g e rs e d e to d a p o s ic ió n c rític a
q u e p u d ie ra afe cta rlas, p r o d u c e n h a g io g ra fía s y re la to s p ia d o s o s d e s­
tin a d o s a p r o b a r a sus m ie m b ro s q u e to d o a n d a a las m il m arav illas
e n el m e jo r d e los m u n d o s p o sib le s.10
E stá d e m ás d e c ir q u e estas so c ie d a d e s, c o m o los p ris io n e ro s d e
la cav ern a, sig u e n so ñ a n d o c o n su p a s a d o e s p le n d o r. Y b u sc a n d o a p o ­
yo, sú b ita m e n te , e n los p o d e re s p ú b lic o s, d e s c a rg a n su ir a c o n tr a los
p sic o te ra p e u ta s, los m a rg in a le s, lo s in d e p e n d ie n te s , los n o in sc rip to s,
los “m a lo s la c a n ia n o s ”, los c h a rla ta n e s ...
E n m u c h o s p aíses d e m o c rá tic o s, p e r o so b re to d o e n E u ro p a y e n
los E sta d o s U n id o s, d o n d e h a n a d q u irid o u n f u e r te p o d e r social, las
so c ie d a d e s p sic o an a lítica s se h a n in c lin a d o f re n te a los d ife r e n te s sis­
tem as estatale s o a d m in istra tiv o s q u e a s p ira b a n a re d u c irlo s a n o s e r
m ás q u e c o rp o ra c io n e s d e sa lu d c o n el p r e te x to d e la “s e g u rid a d ” d e
la p o b la c ió n . H a n te r m in a d o a h o r a p o r p a r e c e r s e a lo s p a c ie n te s
d e los q u e se o c u p a n , es decir, a s p ira n a te n e r lib e rta d p a ra g o b e r n a r ­
se sin in je re n c ia d e l E stad o , p e r o re c la m a n asim ism o d el E sta d o q u e
los p ro te ja d e los c h a rla ta n e s .
En 1927, c u a n d o surgió el g ran d e b a te so b re la cu estió n d e si los n o
m é d ico s p u e d e n p ra c tic a r el análisis (p o lé m ic a q u e e n f r e n tó a los p a r­
tidarios d e la s u b o rd in a c ió n del p sicoanálisis a la m e d ic in a c o n los q u e
p re fe ría n q u e el p rim e ro fu e ra e x te rio r a la s e g u n d a ) , se a le g a ro n d o s
a rg u m e n ta c io n e s p rin cip ale s q u e vale la p e n a re c o rd a r en el m o m e n to
actual. E rn e st J o n e s p e n s a b a q u e b ajo la é g id a d e la m e d ic in a — d isci­
p lin a c e n tra l— el psicoanálisis p o d ría a b s o rb e r a to d a s las o tras te ra p ias
p síq u ica s (p sico lo g ía, p s ic o te ra p ia , p s iq u ia tría ) p a r a volverse d e ese
m o d o la d o c trin a im p e ria l en ese ca m p o . F re u d , e n cam b io , te m ía q u e
esa su b o rd in a c ió n m a ta ra la esencia m ism a d el psicoanálisis co m o siste­
m a d e p en sa m ie n to : “Q u ie ro estar se g u ro d e q u e se va a im p e d ir q u e la
te ra p é u tic a m a te a la c ie n c ia ”, d ec ía . P re v e ía d e esa m a n e ra q u e e n u n
fu tu ro ra d ia n te , el m o v im ien to p sic o a n a lític o lo g ra ría c re a r escu elas
específicas se m e ja n te s a las g ra n d e s in stitu c io n e s u n iv e rsitaria s e u ro -

“ Véase M arilia Aisenstein, “La psychanalyse va mieux", Liberation, 9 de m arzo de


2004.
p e a s y cap aces d e e n s e ñ a r todas las disciplinas n ec esarias p a r a la fo rm a ­
c ió n d e u n an alista, el c u a l n o se ria s o la m e n te u n clín ic o , sin o a d e m á s
u n h o m b r e d e cien c ia, u n h u m a n is ta c u ltiv a d o y le tra d o , e tc é te ra .
N i F re u d n i J o n e s im a g in a ro n lo q u e s u c e d e ría . N o s o la m e n te el
psico an álisis, a u n s u b o r d in a d o a la m e d ic in a , n o lo g ró im p o n e r s e a
las p sic o te ra p ia s, sin o q u e n u n c a p u d o s e r e n s e ñ a d o e n esas g r a n d e s
e sc u e la s c o n las q u e s o ñ a b a F r e u d .11 S us te m o r e s se c o n f ir m a ro n , “la
te ra p é u tic a m a tó a la c ie n c ia ” y los p sic o a n a lista s se c o n v irtie r o n e n
p ro fe s io n a le s d e la sa lu d .
P o r c o n s ig u ie n te , tal c o m o se lo e n s e ñ a hoy e n d ía e n sus aso c ia ­
c io n e s, y p a r a su d e s g ra c ia , el p sic o an á lisis se h a v u e lto e l e q u iv a le n ­
te d e u n a p s ic o te ra p ia . N o es n a d a m á s q u e té c n ic a y c lín ic a . A l r e ­
n u n c ia r a c o n v e rtirse e n a lg o q u e n o se a s o la m e n te p ro fe s io n a le s d e
la sa lu d , los p sic o a n a lista s se h a n c o n f u n d id o c o n los p s ic o te ra p e u -
tas, sus h e rm a n o s y e n e m ig o s, los cuales se h a n c o n c e b id o d e s d e siem ­
p re c o m o los o y e n te s d e l s u frim ie n to d e l a lm a y q u e p o r ese m ism o
h e c h o p r e te n d ie r o n s ie m p re , c o n tra ria m e n te a los p sico an alistas, q u e
su e s ta tu to fu e se re c o n o c id o p o r el E sta d o al ig u al q u e éste r e c o n o ­
cía a los p sicólogos.
E n c u a r e n ta y c in c o p aíses d e l m u n d o , se h a n o rg a n iz a d o p a r a re ­
c la m a r a los p o d e re s p ú b lic o s el r e c o n o c im ie n to d e su ac tiv id ad , a la
q u e d e sig n a n d el m o d o siguiente: “La p sic o te ra p ia es la a p licació n siste­
m á tic a d e m é to d o s p rec iso s e n el tra ta m ie n to d e l su frim ie n to p síq u ic o
y d e las e n fe rm e d a d e s psico so m áticas, así c o m o ta m b ié n , c irc u n s ta n ­
c ia lm e n te , d e crisis e x iste n cia les d e diversos o ríg e n e s. El f u n d a m e n to
d e l tra ta m ie n to es la re la c ió n e n tr e el p sic o te ra p e u ta y su p a c ie n te o su
c lie n te , p a ra h a b la r e n té rm in o s n o m é d ico s. El g r u p o al q u e a p u n ta n
las p sic o te ra p ia s c o m p r e n d e a esas p e rso n a s q u e su fre n d e p ro b le m a s
e m o c io n a le s, p e ro ta m b ié n a a q u e lla s q u e q u isie ra n a m p lia r sus posi­
b ilid a d e s d e acció n social e in tro sp e ctiv a. D e ese m o d o , la p s ic o te ra p ia
sirve e n m u c h o s casos c o m o m e d io d e p re v e n c ió n ”.12
S ig u ie n d o el e je m p lo d e los psicoanalistas, los p sic o te ra p e u ta s h a n

" En Francia, René Major ha vuelto a tom ar en cuenta este proyecto al p ro p o n er


la creación de u n instituto de altos estudios en psicoanálisis. Los psicoterapeutas hicie­
ron lo mismo, pro p o n ien d o a su vez crear un instituto de altos estudios en psicoterapia.
Globalized. Psychotherapy, obra colectiva, Viena, Londres, 2002.
a d o p ta d o c o m o c rite rio s d e fo rm a c ió n la te ra p ia p e rso n a l, e q u iv a le n ­
te d el psico an álisis d id á ctico , la su p e rv isió n (o c o n tro l) q u e p e r m ite
q u e u n c a n d id a to d é c u e n ta d e su p rá c tic a a u n te ra p e u ta h a b ilita d o ,
y p o r ú ltim o la e n s e ñ a n z a te ó ric a y d o c trin a l. C o m o los p sico an alistas,
se h a n r e u n id o e n m ú ltip le s a so c ia c io n e s in te rn a c io n a le s o f e d e ra ti­
vas y, c o m o éstos, e n el caso d e p o s e e r d ip lo m a s estatales, p u d ie r o n
im p a rtir u n a e n s e ñ a n z a en la u n iv e rsid a d q u e ib a re fe rid a p o r e je m ­
p lo a su h isto ria o a sus técnicas. P o r ú ltim o , h a n clasificad o las p sic o ­
te ra p ia s e n siete c o rrie n te s , e n tr e las cu a le s h a n in c lu id o las g r a n d e s
e sc u e la s d e p s iq u ia tría d in á m ic a : p sic o an á lisis, p sic o lo g ía a n a lític a ,
p sic o lo g ía clín ic a, p sic o lo g ía in d iv id u a l. A éstas a g r e g a r o n los e n f o ­
q u es d e tip o c o m p o rta m e n ta lista , las te ra p ia s fam iliares sistém icas, los
tra ta m ie n to s lla m a d o s “h u m a n is ta s ”, “h ip n ó tic o s ” d e re la ja c ió n , así
c o m o las te ra p ia s d e n o m in a d a s “in te g ra d v a s ”.
E n c u a n to a los psicoanalistas, so b re p a s a d o s p o r los p s ic o te ra p e u ­
tas, d e c id ie ro n a su vez r e c la m a r al E sta d o ta n to u n r e c o n o c im ie n to
esp ec ífico q u e los d is tin g u ie ra d e sus h e r m a n o s e n e m ig o s c o m o u n a
a c re d ita c ió n q u e los p u d ie r a h a c e r e n t r a r e n la c o r p o r a c ió n d e los
p ro fe sio n a le s d e la sa lu d al la d o d e esto s ú ltim o s.
F re n te a e sta d o b le d e m a n d a , y e n el c o n te x to d e u n a e x te n s ió n
d e la id e o lo g ía d e l p e rita je p ro m o v id a p o r las p o lític a s d e s a lu d p ú ­
b lica, los E sta d o s d e m o c rá tic o s re a c c io n a r o n d e tres m a n e ra s: im p le-
m e n ta r o n u n a leg islació n lib e ral, a c o m p a ñ a d a o n o p o r u n m é to d o
d e n o m in a d o d e “a c r e d ita c ió n ” (E stad o s U n id o s, R e in o U n id o ) , q u e
a u to riz a ra a las a so cia cio n e s a a u to rr e g la m e n ta r s e y a u to e v a lu a rse se­
g ú n sus p ro p io s c riterio s; im p u s ie ro n u n c o n tro l a u to rita rio (A lem a­
n ia ), q u e s u b o r d in a d ic h a s aso c ia c io n e s a u n b io p o d e r n o r m a liz a d o r
e je rc id o p o r m ie m b ro s d e l c u e r p o m é d ic o ; c r e a r o n u n e s ta tu to leg al
d e la p ro fe sió n d e p s ic o te ra p e u ta , d e p e n d ie n te o n o d e u n m o n o p o ­
lio a trib u id o al p o d e r m é d ic o (A ustria, Italia).
E n los E stad o s U n id o s, a m e d id a q u e la p s iq u ia tría ib a n a u f r a g a n ­
d o e n el b io lo g ism o fa rm a c o ló g ic o , los p sic o an a listas, q u e se a b s tu ­
v ie ro n d e d e n u n c ia r u n a d eriv a a la c u a l n o h a b ía n d e ja d o d e c o n tri­
b u ir,13 se a c e rc a ro n a los p sic ó lo g o s p a r a se r r e c o n o c id o s p le n a m e n te

15En efecto, fueron psicoanalistas los que elaboraron el DSM. Véase Stuart Kirk y
H erb Kutchins, Aimez-vous le DSM? Le triomphe de la psychiatrie américaine (Nueva York,
c o m o v e rd a d e ro s p s ic o te ra p e u ta s, al ig u al q u e los o tro s p s ic o te ra p e u ­
tas, a u to o rg a n iz a d o s ellos m ism o s o “a c re d ita d o s ” y p o s e e d o r e s d e d i­
fe re n te s d ip lo m as, es decir, e d u c a d o re s , e n fe rm e ro s , m é d ico s, p siq u ia­
tras, p sicó lo g o s, tra b a ja d o re s sociales, o ste ó p a ta s, e tc é te ra .
E n tre 2000 y 2003, c re a r o n u n c o n sejo d e a c re d ita c ió n p a ra la e n ­
se ñ a n z a d e l p sic o an á lisis, el P sychoanalytic C o n s o r tiu m ,1’ lo c u a l los
llevó a d e f in ir las m o d a lid a d e s esp ecíficas d e fo rm a c ió n p ro fe s io n a l
e le g id a s e n sus in stitu to s. C o m o los p sic o te ra p e u ta s , a c e p ta r o n e n tr e
sus filas a c a n d id a to s su rg id o s d e diversas p ro fe s io n e s e n el c a m p o d e
la sa lu d . C o n f ir ie ro n al p sic o an á lisis el e s ta tu to d e u n a p s ic o te ra p ia
sin g u lar, o lv id a n d o q u e a q u é l es, a n te to d o , u n a d is c ip lin a c a b al, q u e
n o p u e d e r e d u c irs e a u n a m e ra té c n ic a cu rativ a: “El p sic o an á lisis es
u n a fo rm a e sp e c ífic a d e p s ic o te ra p ia in d iv id u a l cuyo o b jetiv o es h a ­
c e r lle g a r a la c o n c ie n c ia e le m e n to s y p ro c e so s m e n ta le s in c o n s c ie n ­
tes c o n el o b je to d e a m p lia r la c o m p re n s ió n d e l in d iv id u o , m e jo r a r
su a d a p ta c ió n e n m ú ltip le s esfe ra s d e f u n c io n a m ie n to , aliv iar los sín ­
to m a s d e l d e s o rd e n m e n ta l y fa c ilita r la tra n sm isió n d e l c a r á c te r y el
d e s a rro llo e m o c io n a l. E l tra b a jo p sic o a n a lític o se c a ra c te riz a p o r la
p r o f u n d id a d y la in te n s id a d , re a liz a d a s e n el m a rc o d e se sio n e s fre ­
c u e n te s d u r a n te u n p e r ío d o d e la rg a d u r a c ió n ”.15
Así, m ie n tra s q u e los p sic o te ra p e u ta s d el m u n d o e n te r o c a ta lo g a n
al p sicoanálisis e n tr e las p sic o te ra p ias, los psico an alistas n o rte a m e ric a ­
n o s la c o n s id e ra n u n a p sic o te ra p ia . ¿ D ó n d e re sid e la d ife re n c ia ?
L os p sic o an a listas n o rte a m e ric a n o s h a n p e r d id o su id e n tid a d p r e ­
c is a m e n te p o r q u e se h a n v u e lto p s ic o te ra p e u ta s e n tr e m u c h o s o tro s.
C o m o to d o s los p ro fe s io n a le s d e la sa lu d , so n v íctim as d e la in je r e n ­
cia excesiva d e la ju s tic ia q u e h a tra n s fo rm a d o p r o f u n d a m e n te , d es­

1992). Le Plessis-Robinson, Synthélabo, col. "Les em p éch eu rs de p e n se r en rond",


1998, y Élisabeth R oudinesco, Par qué el psicoanálisis, op. cit.
El d o cu m en to fu n d a d o r del Psychoanalytic C onsortium fue ratificado p o r la
Am erican Academy o f Psychoanalysis, el National M em bership Com m ittee on Psychoa-
nalysis Social Work, la División o f Psychoanalysis de 1’Am erican Psychological Associa-
tion, y por la Am erican Psychoanalytic Association, com ponente regional de la IPA.
15 Psychoanalytic C onsortium , docum ento fundador. Véase tam bién Paola M idi,
“Q uelques considéradons relatives au rapport du Psychoanalytic C onsortium sur la loi
m ation psychanalytique. L ettre ouverte aux collégues am éricains”, inédito.
d e 1975, las re la c io n e s e n tr e los te ra p e u ta s y sus p a c ie n te s . A cu sa d o s
d e ab u so s, a m e n a z a d o s d e se r llev ad o s a j u ic i o si n o lo g ra n im p e d ir
q u e u n su ic id a c o n s ig a su c o m e tid o m o rta l, ev a lu a d o s sin d e s c a n s o
p o r e x p e rto s in c o m p e te n te s q u e p r e te n d e n v erific ar la e fic ac ia d e las
c u ra s m e d ia n te p la ce b o s, o p e rs e g u id o s p o r p a d re s d e s c o n te n to s d e
los tra ta m ie n to s a q u e se s o m e te n sus hijos, h a n a b a n d o n a d o la inves­
tig a c ió n e r u d ita y f u n d a m e n ta l. Se sa b e, e n e fe c to , q u e los m e jo re s
tra b a jo s n o rte a m e ric a n o s a c e rc a d e F re u d , el psico an álisis, la h is to ria
d e é ste y sus r e la c io n e s c o n las h u m a n id a d e s so n e fe c tu a d o s d e s d e
h a c e ya u n tie m p o e n las g ra n d e s u n iv e rsid a d e s d e le tra s p o r in v esti­
g a d o re s d e a lto nivel q u e n o son ni p sic o a n a lista s y ni s iq u ie ra a n a li­
za d o s y q u e a m e n u d o n o tie n e n n in g ú n c o n ta c to c o n las c o r p o r a c io ­
n e s p sic o an a líd c as.
T re in ta a ñ o s d e s p u é s d e la S e g u n d a G u e r ra M u n d ia l, A u stria es­
ta b a a p u n to d e c o n v e rtirse e n el m a y o r b a s tió n d e las p sic o te ra p ia s,
m ie n tra s q u e I n g la te r ra p o r u n la d o y F ra n c ia p o r o tr o s e g u ía n sie n ­
d o los d o s p aíses m á s fre u d ia n o s d e E u ro p a , el p r im e ro a c a u sa d e su
ex c e p c io n a l tra d ic ió n clín ica (M elan ie K lien, A n n a F re u d , W in n ic o tt,
e tc .), el s e g u n d o a c a u sa d e la re n o v a c ió n a p o r ta d a p o r L ac an .
E n 1981, los p s ic o te ra p e u ta s a u s tría c o s lo g ra ro n r o m p e r el m o ­
n o p o lio q u e re s e rv a b a e x c lu siv a m e n te a lo s m é d ic o s el d e r e c h o d e
llevar a c a b o p sic o te ra p ias. C re a ro n e n to n c e s la U m b re lla O rg a n iz a -
tio n o f P sy ch o th e ra p y A ssociations, la cu a l a c o g ió e n su se n o a r e p r e ­
s e n ta n te s d e to d o s los m é to d o s y a p ro fe sio n a le s sa lid o s d e to d a s las
p ro fe sio n e s sa n itarias: psicó lo g o s, tra b a ja d o re s sociales, e d u c a d o re s ,
etc. O n c e a ñ o s d e s p u é s, r e a g ru p a d o s e n u n a a s o c ia c ió n d e g r a n p o ­
d er, o b tu v ie r o n d e l E sta d o ( h e c h o ú n ic o e n E u ro p a ) el r e c o n o c i­
m ie n to oficial d e su e s ta tu to . C o n s ig u ie ro n a d e m á s q u e los serv icio s
d e sa lu d a s u m ie ra n los g astos d e a lg u n o s p a c ie n te s a los c u a le s se les
p u d o e n to n c e s re e m b o ls a r sus cu ras.
E n este c o n te x to , el E sta d o c o n s id e ra al p sic o an á lisis u n a p sic o ­
te ra p ia p a rtic u la r, ya sea q u e la p ra c tiq u e n m é d ico s, p sic ó lo g o s o psi­
c o te ra p e u ta s .16 E n c u a n to a los p sic o an a listas, cu y o n ú m e r o es escaso

10 En Austria hay 5.367 psicoterapeutas en ejercicio, 85 psicoanalistas m iem bros


de la W iener Psychoanalytische V ereinigung (WPW) y un centenar de psicoanalistas
a c a u sa d e l ex ilio d e F re u d y d e to d o s sus c o m p a ñ e ro s e n 1938, se r e ­
p a r tie r o n e n d o s g ru p o s: u n o s se a filia ro n a la IPA, lo s o tr o s so n d e
o b e d ie n c ia la c a n ia n a y p ro v ie n e n d e los c írc u lo s d e p s ic o lo g ía p r o ­
f u n d a f u n d a d o s p o r Ig o r C a ru s o e n 1947. A m e n u d o , e ste ta s y e r u d i­
tos a s p ira n a d ife re n c ia rs e d e los p s ic o te ra p e u ta s e n u n p a ís q u e h a
b o r r a d o d e su m e m o r ia el n o m b r e d e F re u d .
E n G ra n B re ta ñ a , e n u n p r im e r tie m p o y tal c o m o lo h a b ía p r e ­
visto J o n e s , el p sic o an á lisis se p u s o b ajo la fé ru la d e la m e d ic in a y se
volvió la r e in a d e las d isc ip lin a s e n el se n o d e las p s ic o te ra p ia s . É stas
to m a r o n p o r e n d e u n im p u ls o im p o r ta n te e n las clín ic a s in g le sa s, es­
p e c ia lm e n te e n la T avistock C lin ic d o n d e se tr a ta b a a p a c ie n te s psi-
c ó tic o s o borderline.11 P e ro u n a le n ta d e c lin a c ió n a fe c tó a p a r ti r d e
1960 a los c lín ic o s re u n id o s e n la p re stig io sa B ritish P sy ch o a n aly tica l
Society (B P S), q u e e ra sin e m b a rg o la ú n ic a h a b ilita d a p a r a calificarse
co n el té rm in o d e “p s ic o a n a lític a ”, d e s p u é s d e h a b e r a c o g id o a F re u d
y su fa m ilia e n 1938. F u e e n to n c e s c u a n d o los p s ic o te ra p e u ta s e m p e ­
z a ro n a o rg a n iz a rs e d e f o rm a a u tó n o m a c r e a n d o la B ritish A ssocia-
tio n o f C o u n s e llin g , sin q u e el E sta d o in te rv in ie ra n u n c a , ya q u e e n
el R e in o U n id o to d a s las p ro fe s io n e s d e sa lu d , in c lu y e n d o la m e d ic i­
n a , e s tá n rev e stid a s d e u n e s ta tu to p riv a d o y c a d a u n a d e p e n d e d e u n
o rg a n is m o d o ta d o d e u n a le g isla ció n específica. P o r c o n s ig u ie n te , los
p s ic o te ra p e u ta s h a n re c ib id o f o rm a c io n e s p r o fe s io n a le s d iv e rsifica­
das. U n g r a n n ú m e r o e n tr e ellos son m é d ic o s, p s iq u ia tra s o p sic ó lo ­
gos, p e r o hay ta m b ié n tra b a ja d o re s sociales, e n f e rm e ro s , s a c e rd o te s
o in c lu so p ro fe s io n a le s p a ra m é d ic o s.
D e n o m in á n d o s e a sí m ism o s c o m o u n a p ro fe s ió n “d e a y u d a v er­
b a l”, y al s e p a ra rs e e n 1992 d e los p sic o a n a lista s d e la BPS, q u e c re a ­
r o n e n ese m o m e n to su p r o p ia a so c ia c ió n d e “p s ic o te ra p ia p s ic o a n a ­
lític a ”, los p s ic o te ra p e u ta s d e to d a s las c o rrie n te s lo g ra ro n u n irs e p a ra
fu n d a r e n 1993 el U n ite d K in g d o m C ouncil o f P sy ch o th erap y (U K C P).
E ste o rg a n ism o a b a rc a hoy e n d ía o c h e n ta o rg a n iz a c io n e s , so b re to d o

lacanianos o m iem bros de los Círculos Igor Caruso. Véase Élisabeth Roudinesco y Mi-
chel Plon, Diclionnaire depsychanalyse, op. cit. [Diccionario de psicoanálisis, op. ai.].
I! Borderline State: térm ino utilizado por los clínicos norteam ericanos y anglosajo­
nes para den o m in ar trastornos de la personalidad y de la identidad que se hallan en
el lím ite en tre la neurosis y la psicosis.
las e sp ec ializa d as e n las nu ev as te ra p ia s, p sic o te ra p ia s clásicas, co m -
p o rta m e n ta lista s, p e ro ta m b ié n g r u p o s p sic o a n a lític o s n o afiliad o s a
la BPS y a m e n u d o d e o b e d ie n c ia la c a n ia n a , así c o m o to d a s u e rte d e
p rác tica s c lín ic as su rg id a s ya sea d e las e sc u e la s d e p s iq u ia tría d in á ­
m ica (A sso ciatio n o f J u n g ia n A nalysts), ya sea d e m o v im ie n to s te ra ­
p é u tic o s p ro v e n ie n te s d e la so c ie d a d civil (W o m e n T h e ra p y C e n te r,
p o r e je m p lo ) .18 El U K CP se d e fin e a sí m ism o c o m o u n a a so c ia c ió n
c a rita tiv a 19 cuyo o b jetiv o es “p ro m o v e r el a r te y la c ie n c ia d e la p sic o ­
te ra p ia al serv icio d el p ú b lic o , así c o m o la in v e stig a c ió n y la f o rm a ­
c ió n p ro fe s io n a l”. Sin e m b a rg o , c o m o lo se ñ a la A d riá n R o d e es, le fal­
ta m u c h o al U K C P p a ra o rg a n iz a r el c o n ju n to d e los p s ic o te ra p e u ta s
cuyos efectivos a u m e n ta n sin cesa r e n G ra n B re ta ñ a . E x iste n , e n efe c­
to, a lre d e d o r d e c u a tro m il p ro fe sio n a le s n o “c o n tr o la d o s ” n i “re g is­
tra d o s ”, y n a d a p e rm ite a firm a r q u e se trata d e “c h a r la ta n e s ”.20 L a BPS
es la ú n ic a q u e se ñ a la c o m o c h a rla tá n a to d o p sic o a n a lista q u e n o fo r­
m e p a rte d e su c írc u lo p riv ad o , p a r tic u la rm e n te los la c a n ia n o s.
E n los d o s g ra n d e s p aíses q u e f u e r o n los in ic ia d o re s d e l n a z ism o
y d el fascism o, es decir, A le m a n ia e Italia re s p e c tiv a m e n te , el p sic o a ­
n álisis n o lo g ró n u n c a volver a im p la n ta rs e a ca u sa d e l ex ilio m asivo
d e sus m a e stro s f u n d a d o re s . E n A le m a n ia se la e stig m a tiz ó , a ca u sa
d e ello, co m o “c ie n c ia ju d ía ”. Se h a c ía n e c e sa rio p o r c o n s ig u ie n te d es­
tru ir sus in stitu c io n e s, e r r a d ic a r su v o c a b u la rio , su in flu e n c ia c u ltu ­
ral y sus c o n c e p to s. D esp u é s d e 1945, sus p ro fe s io n a le s f u e r o n s o m e ­
tid o s a leg isla cio n e s estatale s d e tip o a u to rita r io o b u ro c rá tic o .
M ás ta rd e , se la c o n s id e r ó c o m o u n a p s ic o te r a p ia c o m ú n , y al
ig u al q u e las o tra s p sic o te ra p ia s, s u b o r d in a d a al p o d e r d e los m é d i­
cos e in te g r a d a a las p ro fe sio n e s d e la sa lu d . S ó lo los q u e h a n re c ib i­
d o u n d ip lo m a d e E sta d o , los p sic ó lo g o s o los p s iq u ia tra s , p u e d e n
p ra c tic a rla “lib r e m e n te ”. T o d o s los o tro s te ra p e u ta s , c u a lq u ie ra q u e
sea su fo rm a c ió n p ro fe sio n a l, d e b e n o b se rv a r la re g la d e u n a re c e ta

18 National Register of Psycholherapists, UKCP, 1998 y 2003. 6.000 psicoterapeutas f i ­


guran en este anuario. En cuanto a la BPS, com prende 300 m iem bros. Consúltese Mem-
bership Handbook and Ráster, IPA, 2003.
14 Conform e a la ley de 1901.
20 Véase Adrián Rodhes, “L’histoire de l’UKCP”, en La Psychothérapie au XXI' siécle,
op. cit., p. 132.
p r e s c rip ta p o r u n m é d ic o . P o r c o n s ig u ie n te , a d if e r e n c ia d e l p a c ie n ­
te in g lé s, al q u e el E sta d o c o n s id e r a lo s u f ic ie n te m e n te lú c id o c o m o
p a r a e le g ir lib r e m e n te a su te ra p e u ta , el p a c ie n te a le m á n se ve p r i­
v a d o d e ese d e r e c h o , a m e n o s q u e d e c id a s u s tr a e r s e al s is te m a d e
sa lu d y c o r r e r el rie sg o d e r e c u r r ir a p ro fe s io n a le s q u e el E sta d o c o n ­
s id e r a “c h a r l a t a n e s ”. Se s o m e te n las c u r a s a “p e r i t a j e s ” lle v a d o s a
c a b o p o r r e p r e s e n ta n te s d e las cajas d e s e g u ro d e e n f e r m e d a d , p ú ­
b lic a s o p riv a d a s, los cu a le s p u e d e n in te r r u m p ir la s e n to d o m o m e n ­
to , d e f in ie n d o p o r a n tic ip a d o la c a n tid a d d e s e sio n e s q u e r e q u ie r e
tal o c u a l p a to lo g ía . P o r lo ta n to , las te ra p ia s c o g n itiv o - c o m p o r ta -
m e n ta lis ta s se e x p a n d e n e n u n p a ís d o n d e las o b r a s c o m p le ta s d e
F re u d n u n c a p u d ie r o n volver a e d ita rs e c o r r e c ta m e n te e n su le n g u a
o rig in a l p o r n o h a b e r su fic ie n te s le c to re s , a p e s a r d e los e s fu e rz o s d e
Ilse G ru b ric h -S im itis, la m e jo r e s p e c ia lista m u n d ia l d e los m a n u s c ri­
tos d e l m a e s tro .
E n Italia, e n v irtu d d e la ley O ssic in i2' d e l 18 d e fe b r e r o d e 1989,
el e s ta tu to d e las p sic o te ra p ia s se re g la m e n tó e n te r a m e n te lu e g o d e
h a b e r s e c r e a d o el C o n sejo d e l C o le g io d e los P sicó lo g o s, c o n c e b id o
s e g ú n el m ism o m o d e lo q u e el d e los m é d ic o s. E n c o n s e c u e n c ia , los
ú n ic o s h a b ilita d o s p a ra e je rc e r p sic o te ra p ias son los psicólogos, los m é­
d ico s y los c iru ja n o s. N o se r e c o n o c e n in g ú n e s ta tu to e s p e c ífic o a los
p s ic o te ra p e u ta s n i a los p sic o a n a lista s q u e n o tie n e n títu lo , los c u a ­
les p u e d e n s e r p e rse g u id o s e n to d o m o m e n to p o r e je rc ic io ileg al d e
la p s ic o te ra p ia .
Es c ie rto , sin e m b a rg o , q u e el C o n se jo d e l C o le g io d e los P sicó lo ­
go s d e fin e el m a rc o d e n tr o d e l cu a l el E sta d o p u e d e a c r e d ita r a esas
in s titu c io n e s d e p s ic o te ra p ia e n los casos e n q u e sus m ie m b ro s n o dis­
p o n g a n d e los d ip lo m a s re q u e rid o s .22 C o m o la ley n o m e n c io n a el té r­
m in o “p sic o an á lisis”, éste e sca p a a to d a r e g la m e n ta c ió n ... p e r o n o tie­
n e e x is te n c ia leg al a lg u n a . P o r eso, te m ie n d o lo s e fe c to s p e rv e rso s
d e u n a ley q u e sitú a a p sic ó lo g o s y m é d ic o s e n el p u n to m ás a lto d e

21 Deriva del n o m b re de A driano Ossicini, d ip u tad o com unista que re fu n d o el


PDS.
22 Se p u e d e consultar G ilbert Diatkine y Alain G ibeault, “Vers un statut eu ro p éen
de la psychanalyse”, en Monographies de la revue frangaise de psychanalyse. La psychanalyse
et VEurope de 1993, París, PUF, 1993.
la je r a r q u ía , e n c u a n to a la v a lid a c ió n d e las p sic o te ra p ia s, los p sic o a ­
nalistas h a n d e c id id o o to rg a r a sus escu elas de fo rm a c ió n p ro fe s io n a l
el e s ta tu to de in stitu to s d e p sic o te ra p ia . P a ra e s ta r s e g u ro s d e o b te n e r
la calificación, los m ie m b ro s d e la S o cie ta P sicoanalitica Ita lia n a (S P I),
a filia d a a la IPA, y los d e tres a s o c ia c io n e s d e o b e d ie n c ia la c a n ia n a ,
h a n a c e p ta d o q u e el p sico an álisis se vuelva d e ese m o d o u n a p sic o te ­
r a p ia e n tr e o tra s, c o n la c o n s ig u ie n te d e s a p a ric ió n d e su e s p e c ia lid a d
c ie n tífic a .25
E n c u a n to a los p sic o an a listas q u e re c h a z a n ese e n c u a d r e , se los
d e ja e n paz, p u e s to q u e la ley n o m e n c io n a su d isc ip lin a. P e r o e n el
caso d e q u e u n p a c ie n te p r e s e n te u n a d e m a n d a , n a d a im p e d ir á q u e
se a n p e rs e g u id o s p o r e je rc ic io ile g a l d e la p sic o lo g ía y la p s ic o te ra ­
p ia, si es q u e n o tie n e n d ip lo m a s. P o r c o n s ig u ie n te , ta n to el p a c ie n ­
te ita lia n o c o m o e l a le m á n — al c o n tra rio d el p a c ie n te in g lé s— n o tie­
n e n e n te r a lib e rta d p a r a e le g ir a su te ra p e u ta , a n o se r q u e salg a d e l
sistem a im p u e sto , e x p o n ié n d o s e a los riesgos q u e ello im p lica , p a r a
ir e n b u sc a d e u n te ra p e u ta n o c o n tro la d o p o r el C o le g io o, e n o tra s
p a la b ra s, d e u n “c h a r la tá n ”.
El le c to r h a b r á c o m p re n d id o ya q u e c u a n to m a y o r se a la fu e rz a
c o n q u e la re la c ió n d e l te ra p e u ta c o n el E sta d o se s u s te n te e n u n sis­
te m a lib e ra l, m a y o re s s e rá n las p o sib ilid a d e s d e q u e el p a c ie n te se a
c o n s id e r a d o u n su je to lib re y d ig n o d e c u ra rs e c o n q u ie n h ay a d e c i­
d id o h a c e rlo . Al revés, c u a n d o esa r e la c ió n d e s c a n s a e n u n siste m a
a u to rita r io , a r b itra rio o c o e rc itiv o , el p a c ie n te p a s a a c o n v e rtirs e e n
u n a v íc tim a p o te n c ia l c a r e n te d e to d a r e s p o n s a b ilid a d e n c u a n to a
su s d e s e o s y d e m a n d a s . E n el p r im e r caso, se d a p r io r id a d al p r in c i­
p io d e lib e rtad , e n el se g u n d o , al p rin c ip io d e se g u rid a d . Sin e m b a rg o ,
c u a lq u ie ra q u e se a el sistem a e le g id o , el p sic o a n á lisis es c o n te m p la ­
d o p o r el E sta d o c o m o u n a p s ic o te ra p ia p a rtic u la r. L as re g la m e n ta ­
c io n e s lib e ra le s fa v o re c e n la e x p a n s ió n d e las p s ic o te ra p ia s e n d e ­
tr im e n to d e l p sic o a n á lisis, ya q u e s u p o n e n u n a f r a g m e n ta c ió n d e
la n o c ió n m ism a d e su b je tiv id ad y u n a división e n t r e el su je to ( u n i­
versal) y el in d iv id u o (relativo, c a te g o ria l): a c a d a u n o c o r r e s p o n d e
s u 'te ra p ia , d e a c u e r d o c o n su “d if e r e n c ia ”. E n c u a n to a las re g la m e n -

” Testim onio de Sergio Benvenuto, 15 de m arzo de 2004.


ta c io n e s a u to rita ria s , n o fa v o re c e n ni a las p sic o te ra p ia s n i al p sic o a ­
nálisis; só lo d a n a lim e n to a la s u m isió n d e l p s iq u ism o a p o lític a s e s ta ­
tales d e sa lu d m e n ta l y al sistem a g e n e ra liz a d o d e p e rita je .
S in e m b a rg o , las le g isla cio n e s, c u a le s q u ie ra q u e s e a n , n o so n e n
a b s o lu to r e s p o n s a b le s d e la p é r d id a d e in f lu e n c ia d e l p sic o a n á lisis
e n p ro v e c h o d e las p sic o te ra p ia s. P o rq u e la r a z ó n p o r la c u a l las so­
c ie d a d e s p sic o a n a lític a s se h a n v u e lto c o r p o r a c io n e s d e sa lu d , a b a n ­
d o n a n d o la c ie n c ia e n b e n e fic io d e la te ra p ia — la in v e stig a c ió n f u n ­
d a m e n ta l, “la ic a ”, e n b e n e fic io d e la p a r r o q u ia — , re s id e e n q u e ellas
m ism as se h a n s e ñ a la d o a n te el E sta d o c o m o a s o c ia c io n e s d e p s ic o te ­
ra p e u ta s .
E n F ra n c ia , h a s ta o c tu b re d e 2003, lo s p sic o a n a lista s h a b ía n lo­
g r a d o ev itar to d a fo rm a d e r e g la m e n ta c ió n a c o s ta d e lib r a r u n a g u e ­
r r a p e r m a n e n te , ta n fero z c o m o in eficaz, e n c o n tra d e los p s ic o te ra ­
p e u ta s.
S in e m b a r g o , ya d e s d e 1983, S erg e L e c la ire , m ás a n im a d o p o r el
e s p íritu d e las leyes y d e la d ig n id a d d e la r e p ú b lic a fre u d ia n a q u e p o r
el d e s e o d e re iv in d ic a r tal o c u a l c a te g o ría p ro fe s io n a l, h a b ía c o m ­
p r e n d id o h a s ta q u é p u n to la escle ro sis d e sus in s titu c io n e s h a c ía p e ­
sar u n a a m e n a z a c o rp o ra tiv ista s o b re el psicoanálisis. F u e p o r eso q u e
el 15 d e d ic ie m b re d e 1989 avisó e n la p r e n s a la c r e a c ió n d e u n a A so­
c ia c ió n q u e a s p ira b a a se r u n a in sta n c ia o r d in a l d e los p sic o a n a lista s
(A P U I): “D e sd e h a c e u n o s tr e in ta a ñ o s — d e c ía — , el m o v im ie n to psi-
c o a n a líd c o f ra n c é s es el m e jo r y el m ás vital d e l m u n d o , lo cu a l p u e ­
d e d e c irse to d a v ía hoy, so b re to d o c o m p a rá n d o lo c o n los E stad o s U n i­
dos. A h o ra b ie n , te n g o la im p r e s ió n q u e se va e s c le ro s a n d o e n u n a
e s p e c ie d e g u e r r a s d e re lig io n e s y e n d e b a te s te ó ric o s q u e n o p ro d u -
c e n ya n in g u n a in v e n c ió n . Y n o es d e d e s e a r q u e el m o v im ie n to a n a ­
lític o fra n c é s a b o r d e el a ñ o lím ite d e 199224 e n e se e s ta d o d e d e b ili­
dad El p e lig ro a c tu a l es q u e el p sic o an á lisis n a u fra g u e , se d ilu y a
[ ...] E a m a y o ría d e los an a listas e n F ra n c ia n o tie n e n n o to r ie d a d . N o
e s tá n e n a p a r a to s in s titu c io n a le s. F o rm a n u n a g e n e r a c ió n d e e n t r e
tr e in ta y c in c o y c u a r e n ta a ñ o s q u e n o se in te r e s a n e n a b s o lu to p o r

21 Serge Leclaire alude aquí al Acta U nica E uropea firm ada el 31 de diciem bre de
1992 por los doce Estados m iem bros de la C om unidad Económ ica Europea.
las q u e re lla s d e sus p re d e c e s o re s. Y n e c e s ita n u n lu g ar, u n c o n ju n to .
Allí resid e la fu erza d e n u e s tra iniciativa, e n n o e s ta r m a rc a d a p o r n in ­
g ú n a p a r a to ”.25
El adjetiv o “o r d in a l”, s u g e rid o p o r u n alto f u n c io n a rio d el E sta­
d o lla m a d o A lain G e ro la m i, a te rro riz ó al c o n ju n to d e la c o m u n id a d
p sic o a n a lític a fra n ce sa, la cual a p ro v e c h ó p a ra b u r la r s e d e l p ro y e c to
h a c ié n d o le r e c o rd a r a su a u to r q u e el C o leg io d e M é d ico s h a b ía sido
f u n d a d o p o r el g o b ie rn o d e Vichy. Y sin e m b a rg o , la o p o r tu n id a d d el
p ro y e c to e ra in c u e stio n a b le . L e c la ire e s ta b a m u y al ta n to , e n efecto ,
d e las diversas le g isla cio n e s e u ro p e a s y se p r e o c u p a b a ya p o r las re la ­
c io n e s e n tr e el E sta d o , las p sic o te ra p ia s y el psico an álisis. N o lo escu ­
c h a r o n .26
P o co d e s p u é s d e la m u e rte d e S e rg e L e c la ire , J a c q u e s S é d a t m o ­
d ific ó la sig n ific ac ió n d e su p ro y e c to y c o n sus am ig o s d e l “g r u p o d e
c o n ta c to ”, e n tró e n la e sp ira l d e u n a lu c h a d esp ec tiv a e n c o n tra d e los
p s ic o te ra p e u ta s, q u e d e s e m b o c a ría e n el d e s a stre d e las e n m ie n d a s
d e o c tu b re d e 2003 y e n e r o y a b ril d e 2004, q u e h e m o s m e n c io n a d o
al c o m ie n z o d e este libro: “E stam o s h o y — e s c r ib ía ja c q u e s S é d a t en
2001— e n u n a situ a c ió n e n q u e hay u n a d e m a n d a d e r e g la m e n ta c ió n
p o r p a rte d e l p ú b lic o y ta m b ié n p o r p a r te d e a lg u n o s p s ic o te ra p e u ­
tas q u e v e ría n c o n b u e n o s ojos, q u iz á , q u e se e le v a ra su d ig n id a d si
se u b ic a ra al p sic o a n á lisis e n la se rie d e las p s ic o te ra p ia s . T a m b ié n
la co m isió n V ivien ex ig e u n a r e g la m e n ta c ió n a c e rc a d e las sectas, la
e x ig e n asim ism o p e rs o n a s q u e se p r e o c u p a n p o r p r o te g e r al p ú b lic o ,
c o m o p o r e je m p lo el d o c to r A ccoyer, q u e h a to m a d o e s ta in iciativ a
p a r la m e n ta r ia p a r a in s e r ta r la p s ic o te r a p ia e n el C ó d ig o d e S a lu d
P ú b lic a , lim ita n d o su e je rc ic io a lo s p s iq u ia tr a s y d o c to r e s e n p sic o ­
lo g ía ”.27
C u a n d o sab em o s, c o m o lo h e m o stra d o , q u e el p sic o an á lisis se h a
v u elto u n e q u iv a le n te “id e o ló g ic o ” d e u n a p s ic o te ra p ia a ca u sa d e la

* Serge Leclaire, “E ntretien", Liberation, 17 de enero de 1990. El docum ento fun­


dador de la APUI estaba firm ado por Jacques Sédat, Daniéle Lévy, L u d e n Israel y Phi-
lippe Girard.
MMuchos psicoanalistas, en tre los cuales se en cu en tra Jacques-Alain Miller, reco­
nocen hoy en día haberse equivocado en ese m om ento.
27Jacques Sédat, “La psychanalyse et l ’E tat’’, artículo citado.
o r ie n ta c ió n d e sus aso cia cio n e s, c u a n d o s a b e m o s q u e e n 2001 e l fe­
n ó m e n o d e las se cta s e sta b a ya e n re g re s ió n e n F ra n c ia , y c u a n d o so ­
m o s c o n s c ie n te s , p o r ú ltim o , d e las c o n s e c u e n c ia s c a ta s tró fic a s q u e
a c a rre a , d e s d e el p u n to d e vista é tic o , la a p lic a c ió n e s tric ta d e l p r in ­
cip io d e se g u rid a d e n d e trim e n to d el p rin c ip io d e lib e rta d , c o m p r e n ­
d e r e m o s c u á n re tró g ra d a s , f u n d a m e n ta lm e n te a n tie u r o p e a s y c u e s­
tio n a b le s d e s d e el p u n to d e vista c o n s titu c io n a l28 so n las e n m ie n d a s
e n c u e stió n : “E ste g o b ie rn o — esc rib e F ra n ? o is-H e n ri B ria rd — lo d i­
g o p ú b lic a m e n te , n o tie n e la v a le n tía d e e n c a r a r d e f re n te el p r o b le ­
m a y e la b o r a r u n v e rd a d e ro p ro y e c to d e ley [ ...] Se utiliza, p e r v ir tié n ­
d o lo , el p r o c e d im ie n to d e la e n m ie n d a a p lic á n d o lo a u n te x to q u e
n o tie n e n a d a q u e v e r c o n la p s ic o te ra p ia y q u e se d isc u te e n m e n o s
d e d o c e m in u to s e n tr e u n o s d o c e d ip u ta d o s. P ro v o c a r e a lm e n te c o n s­
te r n a c ió n el c o m p r o b a r q u e e n este p aís se p r o m u lg a n leyes s o b re
c u a lq u ie r co sa y s o b re casi to d o , e so es lo q u e el v ic e p re s id e n te d e l
C o n se jo d e E sta d o d e n o m in a u n a ‘g e s tic u la c ió n leg isla tiv a’”.30
E sas e n m ie n d a s p r e te n d e n n o so la m e n te d isp e n sa r d e la ley a u n a
c a te g o ría d e c iu d a d a n o s (los p sic o a n a lista s) e n d e tr im e n to d e o tr a
(los p s ic o te ra p e u ta s ), sin o q u e a d e m á s s o m e te n a la f é ru la d e u n sis­
te m a a u to rita r io y c o n s e rv a d o r el c o n ju n to d e las m e d ic in a s d e l alm a.
Q u e los r e p r e s e n ta n te s d e d o c e s o c ie d a d e s p sic o a n a lític a s fra n ce sas
h a y a n s o s te n id o y ra tific a d o esas e n m ie n d a s n o s c o n f ir m a sin d u d a
q u e la d isc ip lin a r e in a c o r r e p e lig ro e n F ra n c ia , ya q u e só lo u n te rc io
d e su s re p r e s e n ta n te s , so ste n id o s p o r in te le c tu a le s , m a n ife s ta ro n p ú ­
b lic a m e n te su d e s a c u e r d o c o n el a c to d el 12 d e d ic ie m b re y c o n su
p o lític a d e d e te c c ió n d e l s u frim ie n to p síq u ic o .
¿C ó m o salir d e e ste a to lla d e ro ? S e rá p re c iso sin d u d a q u e e n u n

™La C onstitución francesa regula de un m odo estricto el derecho de enm ienda.


U na enm ienda resulta inaceptable si el adoptarla aum enta los gastos públicos, lo cual
podría muy bien ser el caso de la en m ienda de M atteí-Giraud, la cual provocará un au­
m ento del déficit del Seguro Social estatal si las curas no son rembolsadas. Además, es­
ta enm ienda atenta contra la libertad de em p ren d er y pone en tela de juicio situacio­
nes existentes. Por últim o, lo cual es lo más im portante, introduce una discrim inación
entre dos tipos de prácticas similares ante la ley: el psicoanálisis y la psicoterapia.
Abogado del Consejo de Estado.
“ .Franfois-H enri Briard, “L’am en d em en t Accoyer est-il inconstutionnel?”, Lapsy-
chanalyse. au XXI' siéck, op. cit., p. 139.
d ía n o le ja n o (¡e s p e re m o s q u e así sea!) los p sic o a n a lista s, c o n v e rti­
d o s, al ig u a l q u e los p s ic o te ra p e u ta s , e n p ro fe s io n a le s d e la p siq u e ,
p u e d a n p r o p o n e r al E sta d o (d e s p u é s d e re f le x io n a r s o b r e los d ife ­
r e n te s sistem as e u r o p e o s q u e a c a b o d e ev o car) u n a r e g la m e n ta c ió n
h o n e s ta y o rig in a l q u e te n g a e n c u e n ta los in te re se s y los d e s e o s n o
só lo d e los p a c ie n te s sin o d e to d a s las “fa m ilia s” d e te ra p e u ta s im p li­
ca d a s en el s u f rim ie n to p síq u ic o c o n te m p o r á n e o , es d ec ir, p s iq u ia ­
tras, p sicó lo g o s, p sic o an alistas, p sic o te ra p e u ta s.
“Si yo s u p ie ra q u e u n a co sa ú ü l p a r a m i n a c ió n s e ría r u in o s a p a ­
r a o tr a — d e c ía M o n te s q u ie u — , n o la p r o p o n d r ía a m i p r ín c ip e , p o r ­
q u e soy u n h o m b r e a n te s d e se r fra n c é s, o b ie n , p o r q u e soy n e c e s a ­
r ia m e n te h o m b r e y sólo p o r a z a r soy fra n c é s. Si yo s u p ie ra d e alg o
q u e m e f u e r a ú til a m í y d a ñ in o p a r a m i fam ilia, tr a ta r ía d e sa c a rlo
d e m i e s p íritu . Si s u p ie ra d e algo q u e f u e r a ú til p a r a m i fam ilia y q u e
n o lo f u e r a p a r a m i p a tria , tr a ta r ía d e o lv id a rlo . Si s u p ie ra d e a lg o
q u e fu e ra ú til p a r a m i p a tria p e r o p e rju d ic ia l p a r a E u ro p a , o q u e fu e ­
ra útil p a r a E u ro p a y n o civ o p a r a el g é n e r o h u m a n o , lo c o n s id e r a r ía
u n c r im e n .”
E sto y n o o tra co sa es el e s p íritu d e las leyes.
ANEXOS
El ju ram en to de H ipócrates

1. J u r o p o r A p o lo , m é d ic o , p o r E scu lap io , p o r H ygia y P a n a c e a , p o r


to d o s los d io se s y las d io sas, a los q u e to m o p o r te stig o s, q u e c u m ­
p liré e n la m e d id a d e m is fu e rz a s y m i c a p a c id a d , el j u r a m e n to y
c o m p ro m is o sig u ien te s:
2. P o n d r é a m i m a e s tro e n m e d ic in a e n la m ism a c a te g o ría q u e los
a u to re s d e m is d ías. C o m p a r tir é c o n él m i h a b e r y si fu e r a n e c e ­
sa rio p r o v e e ré a sus n e c e s id a d e s . C o n s id e r a r é a su s h ijo s c o m o
h e r m a n o s y, si d e s e a n a p r e n d e r la m e d ic in a , se la e n s e ñ a ré sin sa­
la rio y sin c o m p ro m iso .
3. C o m u n ic a ré los p re c e p to s , las le c c io n e s o ra le s y el re sto d e m i e n ­
s e ñ a n z a a m is hijos, a los h ijo s d e m i m a e stro y a los d is c íp u lo s li­
g a d o s p o r u n c o m p ro m is o y u n ju r a m e n to e n v irtu d d e la ley m é­
d ic a, c o n e x c e p c ió n d e c u a lq u ie r o tro .
4. O r ie n ta r é el ré g im e n d e los e n fe rm o s e n b e n e fic io d e éstos, a la
m e d id a d e m is fu erza s y d e m i ju ic io , y m e a b s te n d r é d e to d o m al
y to d a injusticia.
5. N o d a r é a n a d ie v e n e n o , si se m e lo p id e , y n o to m a ré la in ic ia ti­
va d e tal su g e stió n . D e u n m o d o sim ilar, n o p r o p o r c io n a r é a n in ­
g u n a m u je r u n p re se rv a tiv o p a ra ab o rta r.
6. P a sa ré m i v id a y e je r c e ré m i a r te e n la in o c e n c ia y la p u rez a.
7. N o p ra c tic a ré la o p e r a c ió n d e la in c isió n .2

‘Jam ás podrem os saber si se trata del a uténtico texto de H ipócrates, po rq u e la


v e r s ió n m á s a n t ig u a q u e se t ie n e e s u n m a n u s c r ito b i z a n t i n o d e l s i g l o IX (n o ta d e

A ntoine C ourban).
2 Extracción d e cálculos. El p u n to 6 significa que el terapeuta se limita a lo que
pertenece al cam po de su práctica.
8. C u a lq u ie ra q u e se a la casa d o n d e e n tre , e n tr a r é p a r a u tilid a d d e
m is e n fe rm o s, m e p re se rv a ré d e to d a fe c h o ría v o lu n ta ria o c o r r u p ­
ta y so b re to d o d e s e d u c ir a las m u je re s y los m u c h a c h o s, lib res o
esclavos.
9. S ea lo q u e fu e r e lo q u e v ie ra u o y e ra e n la s o c ie d a d d u r a n te el
e je rc ic io o in c lu so fu e ra d e l e je rc ic io d e m i p ro fe s ió n , c a lla ré lo
q u e n o n e c e s ita ser d iv u lg a d o , a d o p ta n d o c o m o u n a o b lig a c ió n
el d e b e r d e la d isc re ció n e n el caso d e q u e se p re s e n ta s e n c irc u n s­
ta n cia s sim ilares.
10. Si c u m p lo este ju r a m e n to sin tra n s g re d irlo , q u e m e sea d a d o g o ­
zar fe liz m e n te d e la vida y d e m i p ro fe sió n , r e s p e ta d o p a r a sie m ­
p re e n tr e los h o m b re s.
11. Si violo este ju r a m e n to o m e tra ic io n o , d e s e o q u e m i s u e rte sea
c o n tra ria .
Intento de clasificación de las
m edicinas del alm a y el cuerpo *

1. Medicinas arcaicas

M e d ic in a fa ra ó n ic a
M e d ic in a m e s o a m e ric a n a
M e d ic in a c h in a
M e d ic in a in d ia (A yurveda)
M e d ic in a g rie g a p r e h ip o c rá tic a

2 . Medicinas mágicas o religiosas

C h a m a n is m o
T ra n c e
R itu al v u d ú
A sh ra m *
E x o rc ism o
P rá c tic a s d e los c u ra n d e ro s ,* ad iv in o s y h e c h ic e ro s *

3. M edicina científica (alianza de una clínica y de un


sistema de pensam iento)

A. M e d ic in a g rie g a (h ip o c rá tic a ), h e le n ís tic a (g a lé n ic a ), b izan ii


n a , á ra b e , la tin a .

* Indicación de u n a posible frontera com ún e n tre m edicina mágica, mrdU ui.i


paralela, secta, psicoterapia.
B. M e d ic in a c ie n tífic a m o d e r n a (siglo XIX). E n F ran cia: 196.000
p ro fe sio n a le s r e p a rtid o s e n u n a s c u a r e n ta e s p e c ia lid a d e s, u n a d e las
cuales, la p siq u ia tría , c o m p re n d e 13.600 p ra c tic a n te s, e n tr e los c u a ­
les el 50% im p le m e n ta n el psico an álisis. O c h o m illo n e s d e p a c ie n te s
se in s e rta n e n u n e n fo q u e p sic o ló g ic o (p sico lo g ía c lín ic a ), u n tra ta ­
m ie n to p síq u ic o (psicoanálisis, p s ic o te ra p ia ) o u n o b a sa d o e n psico-
tró p ic o s (p siq u ia tría ).
C. P ro fe sio n e s p a ra m é d ic a s : e n fe rm e ro s , k in e s io te ra p e u ta s , po-
d ó lo g o s, o rto fo n ista s, p e d ic u ro s , e tc é te ra .

4. Escuelas de psiquiatría o psicopatología llamadas


“dinámicas” o “psicodinámicas” (alianza de una
clínica y un sistema de pensamiento)

A. P sicoanálisis (S ig m u n d F re u d y sus h e re d e ro s : seis g ra n d e s te n ­


d e n c ia s e n el m u n d o a p a rtir d e l f re u d is m o clásico, c u a tro d e las c u a ­
les e s tá n p r e s e n te s e n la I n te r n a tio n a l P sy ch o a n aly tica l A sso c iatio n
(IPA) f u n d a d a p o r S ig m u n d F re u d e n 1910; a n n a fre u d is m o , Ego Psy-
chology, Self Psychology, k le in ism o , p sic o a n á lisis e x is te n c ia l (D asein-
analysé), la ca n ism o . E n F ran cia, d o s c o rrie n te s p rin c ip a le s (fre u d ism o
clásico y la c a n ism o ) a b a rc a n a lr e d e d o r d e 6 .0 0 0 p ro fe s io n a le s y 19
asociacio n es.
B. P sico lo g ía c lín ic a (P ie rre J a n e t ) : varias e s p e c ia lid a d e s a s o c ia ­
d as c o n e s p e c ia lid a d e s m éd icas: p sic o so m á tic a , p sic o o n c o lo g ía , psi-
c o d e r m a to lo g ía , p s ic o g e r o n to lo g ía , etc. E n F ra n c ia se c a lc u la e n
22.000 la c a n tid a d d e p ro fe sio n a le s, e n tr e los cu a le s u n 80% h a re c i­
b id o u n a fo rm a c ió n e n psicoanálisis.
C. P sic o te ra p ia in s titu c io n a l ( s u b o rd in a d a a la p s iq u ia tría ).
D. P sico lo g ía a n a lític a (C ari G u s ta v ju n g ). C u e n ta e n F ra n c ia c o n
200 p ro fe sio n a le s.
P sico lo g ía in d iv id u a l (A lfred A d le r).

5. Escuelas de psicoterapia

700 a p e la c io n e s en el m u n d o , 50 e n F ra n cia , 7.500 p ro fe sio n a le s,


d e los cu a le s 500 so n p s iq u ia tra s y 1.000 p sicó lo g o s. El 75% p ra c tic a
el psicoanálisis. 70 in stitu to s d e fo rm a c ió n p ro fe s io n a l e n tr e los c u a ­
les u n o s 30 se r e p a r te n e n t r e d o s fe d e ra c io n e s (FFdP, A F F O P ). L ista
n o ex haustiva:

A . P sicoterapias arcaicas o clásicas:


M a g n e tism o flu íd ic o (F ra n z A n tó n M e sm e r)
M a g n e tism o sim p le (P u y sé g u r)
H ip n o tis m o
S u g estió n
M é to d o c a tá rtic o
S e x o te ra p ia (d e riv a d a d e la se x o lo g ía )
S u e ñ o d e s p ie r to d irig id o

B. P sicoterapias psíq u ica s o psicocorporales, deriva d a s o


disidentes del psicoanálisis, llam adas ta m b ién “nuevas
terapias
P sic o d ra m a
P sico sín tesis
L o g o te ra p ia
T raining a u tó g e n o
T e ra p ia fa m ilia r lla m a d a “sisté m ic a ”
Geslalt- te ra p ia
A nálisis tra n sa c c io n a l
New Age* (m o v im ie n to )
D e sa rro llo p e rs o n a l (m o v im ie n to )
P sic o te ra p ia in te g ra tiv a
P sic o te ra p ia M o rita
A sh ram *
P s ic o te ra p ia fu n c io n a l
E n fo q u e c e n tr a d o e n la p e r s o n a
H ip n o te r a p ia d e n o m in a d a “e r ic k s o n ia n a ”
A nálisis p s ic o o rg á n ic o
S ofía-análisis
Rebirth*
E m et-an álisis
T e ra p ia p o r el a rte
P sic o g e n e a lo g ía
P ro g ra m a c ió n n e u ro lin g ü ís tic a (PN L )
K inesiología*
M asaje sensitivo
E n erg ía específica p a ra u n a ec o lo g ía rela cio n a l esencial (ESPERE)
A firm a ció n d e sí
V e g e to te ra p ia
M o rfo a n álisis
M é to d o Vi ttoz
G rito p rim a l
B io e n e rg ía
A nálisis d e l c a rá c te r (W ilhelm R eich)
A nálisis b io e n e rg é tic o (A le x a n d re L ow en )
C o-co n sejo -so stén m u tu o
Rolfing
S o fro lo g ía
A m o ro lo g ía
R e lajació n (7 m é to d o s)
Counselling
Coaching
H a p to n o m ía

C. Terapias d el com portam iento llam adas tam bién


“cognitivo-com portam entalistas” (TC C ). E n F rancia hay
5 3 2 profesionales, en su m ayoría psiq u ia tra s, agrupados
en dos asociaciones:

M o d ific ac ió n d el c o m p o rta m ie n to
Deprogramming
Debriefmg
D ese n sib iliza ció n m e d ia n te m o v im ie n to s o c u la re s
G estió n d e l estré s
T e ra p ia c o g n itiv o -a n a líd c a
T e ra p ia c o m p o rta m e n ta lis ta
T e ra p ia c o g n itiv o -c o m p o rta m e n ta lista
T e ra p ia d ia lé c tic o -c o m p o rta m e n ta lis ta
T erap ia c o m p o rta m e n ta lista y cognitiva m e d ia n te la re a lid a d virtual
6. Medicinas paralelas, llam adas “naturales” o
“alternativas”, contem poráneas de la medicina
científica m oderna, y medicinas ocultas.

D o sc ie n ta s e n el m u n d o se g ú n la O M S (lista n o e x h a u stiv a ). H ay
e n F ra n c ia a lr e d e d o r d e 100.0 0 0 p ro fe s io n a le s m é d ic o s o n o m é d i­
cos, c o n d ip lo m a s o sin ello s, y 30 m illo n e s d e p a c ie n te s .

H o m e o p a tía
A u ric u lo te ra p ia
I n d o io g ía
Q u iro lo g ía
O s te o p a tía
Q u iro p ra x is
K in esio lo g ía
New Age* (m o v im ie n to )
F ito te ra p ia
A ro m a te ra p ia
T e ra p ia a base d e re s in a d e p in o
N u tric io n is m o
I n s d n to te ra p ia
M a c ro b ió tic a
E sp ag irism o
H id r o te r a p ia
M e so te ra p ia
N e v ra lte ra p ia
R e fle x o lo g ía p la n ta r
S im p a tic o te ra p ia
M e d ic in a a n tro p o s ó fic a
N a tu r o p a tía
G alvanism o
V en to sas
S an g rías
E n d o c r in o te ra p ia e n d ó g e n a
U rin o te r a p ia
R a d ie stesia
D ia g n ó stic o m e d ia n te e x a m e n d e la le n g u a
D iag n ó stic o a stro ló g ico
A c u p u n tu r a
Yin Yang
A stro lo g ía p sic o a n a lític a
T ra ta m ie n to s p a ra p sic o ló g ic o s
A stró lo g o s c u ra d o re s
V id e n te s
C u ra n d e ro s ,* adiv in o s y h e c h ic e ro s*
Las sectas contem poráneas

172 c o n ta b iliz a d a s e n F ra n c ia e n tr e 1983 y 1999. 5 0 0 .0 0 0 p e rs o ­


n a s im p lic a d a s e n el f e n ó m e n o .

1. Clasificación general

M o v im ie n to s sa tá n ic o s o a p o c a líp tic o s
G ru p o s n e o p a g a n o s
M o v im ie n to s o c u ltista s
M o v im ie n to s o rie n ta lis ta s
Ig lesia ev a n g elista
G ru p o s c u ra n d e ris ta s

2. Lista no exhaustiva

M oon
R a e lia n o s
Ig lesia d e C ie n to lo g ía
Sukyo M a h ik ari
K rish n a
B ra m a K u m ari
W orld S p iritu a l U niversity
T estigos d e J e h o v á
M o rm o n e s
W aco
C h ristia n S cie n ce
O r d e n d e l T e m p lo S olar
M e d ita c ió n tra sc e n d e n ta l*
N u ev a A cró p o lis
F ra te r n id a d B lan c a U n iv ersa l
E coovie
K inesiología*
In v ita c ió n a la V id a I n te n s a (IV I)
P sico an álisis tá n tric o
A sh ram *
New Age*' (m o v im ie n to )

Vous aimerez peut-être aussi