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R.A.: 249762613860
ELETRÔNICA DE POTÊNCIA
Brası́lia
2018
SOUSA, Pedro Rangel da Silva. Eletrônica de Potência. xx Páginas. Faculdade
Anhanguera, Brası́lia, 2018.
RESUMO
2 Retificadores Controlados 17
2.1 Retificadores de tensão monofásico de meia onda controlado . . . . . . 18
2.2 Retificadores de tensão monofásicos de onda completa semi-controlado
e totalmente controlado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2.1 Retificador monofásico de onda completa semi-controlado . . . 21
2.2.2 Retificadores de tensão monofásicos de onda completa total-
mente controlado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3 Retificadores de tensão trifásicos de meia onda controlado . . . . . . . 23
2.4 Retificadores de tensão trifásicos de onda completa semi controlado e
totalmente controlado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.5 Retificadores hexafásicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.6 Considerações sobre transformadores aplicados a retificadores de potência 27
4 Inversores de frequência 31
4.1 Transformadores de pulso e opto-acopladores . . . . . . . . . . . . . . 32
5 Conclusão 34
6 REFERÊNCIAS 35
Lista de Figuras
1 Estrutura básica de um diodo semicondutor. . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2 Estrutura e o sı́mbolo de um SCR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3 Três modelos de SCR’s: baixa, média e alta potência (da esquerda para
a direita). As imagens não estão em escala. . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4 Sı́mbolo do DIAC e um exemplo de componente comercial. . . . . . . . 9
5 Sı́mbolo do TRIAC e um exemplo de componente comercial. . . . . . . 9
6 Representação da queda de tensão do tiristor real e sua resistência
interna. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
7 Curva de corrente versus tensão do tiristor real. . . . . . . . . . . . . . 10
8 MOSFET tipo depleção de canal n. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
9 MOSFET tipo depleção de canal n com Vas = O V e uma tensão VDD
aplicada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
10 Caracterı́sticas de dreno e transferência para um MOSFET tipo depleção
de canal n. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
11 Sı́mbolo do IGBT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
12 IGBT - Curva Caracterı́stica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
13 Diferenças de caracterı́sticas entre bipolares e FET’s. . . . . . . . . . . 15
14 Diagrama de tempos de comutação para cargas resistivas. . . . . . . . 17
15 Sendo 0≤ α ≤ π o ângulo de disparo do SRC . . . . . . . . . . . . . . . 18
16 Circuito Retificador de Meia Onda à diodo com carga puramente resistiva. 19
17 Formas de Ondas referentes a um Circuito Retificador de Meia Onda à
diodo com carga puramente resistiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
18 Formas de Ondas referentes a um Circuito Retificador de Meia Onda à
diodo com carga RL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
19 Retificador de onda completa com terminal central. . . . . . . . . . . . . 21
20 Ponte retificadora monofásica totalmente controlada. . . . . . . . . . . . 22
21 Retificadores Trifásicos Controlados de Meia Onda (α = 0o ). . . . . . . . 23
22 Retificador trifásico controlado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
23 Retificador trifásico a três nı́veis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
24 Retificaror Hexafásico em Ponte - Retificador de 12 Pulsos. . . . . . . . 26
25 Retificação hexafásica de meia onda ou duplo estrela. . . . . . . . . . . 27
26 Ligação do inversor de frequência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1 Dispositivos Eletrônicos de Potência
As fontes chaveadas são idealmente não dissipativas tendo uma elevada eficiência
(70% ou mais), neste tipo de circuito, um elemento funciona como chave, o ideal é
que ele opere ora em corte (quando então a corrente é quase nula), ora em saturação
(quando a tensão entre os terminais é quase nula) assim ligando e desligando rapi-
damente, de forma a manter uma tensão de saı́da estabilizada, o produto V.I que cor-
responde à potência dissipada pelo transistor em condução permanece sempre baixo
aumentando a eficiência da fonte. Evidentemente, na prática a potência no elemento
série não é totalmente nula, mas através de técnicas de circuito e adequada escolha
de componentes, esta potência pode ser reduzida a valores relativamente baixos em
comparação com a dissipada nas fontes lineares, assim tendo uma maior eficiência,
menor tamanho e maior leveza, entretanto, são mais complexos e mais caros, e o cha-
veamento da corrente pode causar problemas de ruı́do se não forem cuidadosamente
suprimidos, também é importante destacar, entretanto, que a ondulação de saı́da em
fontes chaveadas é muito maior em relação às fontes lineares (quase uma ordem de
grandeza).
Elas podem ser classificadas de acordo com a forma de onda da tensão de entrada
e de saı́da:
• Entrada CA, saı́da C: retificador
• Entrada C, saı́da C: conversor de tensão, ou conversor de corrente ou conversor
C/C
• Entrada CA, saı́da CA: conversor de frequência, ciclo conversor
• Entrada C, saı́da CA: inversor
5
Figura 1: Estrutura básica de um diodo semicondutor.
6
P+, por difusão, existe uma penetração de lacunas na região N-. Além disso, à medida
que cresce a corrente, mais lacunas são injetadas na região N-, fazendo com que
elétrons venham da região N+ para manter a neutralidade de carga. Desta forma,
cria-se uma carga espacial no catodo, a qual terá que ser removida (ou se recombinar)
para permitir a passagem para o estado bloqueado do diodo.
O comportamento dinâmico de um diodo de potência é, na verdade, muito diferente
do de uma chave ideal, como se pode observar na figura 3.2. Suponha-se que se
aplica uma tensão vi ao diodo, alimentando uma carga resistiva (cargas diferentes
poderão alterar alguns aspectos da forma de onda).
1.2.1 SRC
O SCR (Silicon Controlled Rectifier) se assemelha a um diodo pelo fato da cor-
rente poder fluir pelo dispositivo em um único sentido, entrando pelo terminal de
anodo e saindo pelo terminal de catodo. No entanto, difere de um diodo, porque,
mesmo quando o dispositivo está diretamente polarizado, ele não consegue entrar
em condução, enquanto não ocorrer a ativação do seu terminal de controle (terminal
denominado porta, ou gate em inglês).
Ao invés de usar um sinal de permanência continua na porta (como nos transisto-
res) como sinal de controle, os tiristores são comutados ao ligamento pela aplicação
de um pulso ao terminal de porta, que normalmente pode ser de curta duração. Uma
vez comutado para o estado de ligado, o tiristor SCR permanecerá por tempo indefi-
nido neste estado, enquanto o dispositivo estiver diretamente polarizado e a corrente
de anodo se mantiver acima de um patamar mı́nimo.
Os SCR’s são empregados em corrente alternada como retificadores controlados
e, quando utilizados em corrente contı́nua, comportam-se como chaves. O SCR é
apenas um tipo de tiristor, mas devido ao seu disseminado uso na indústria, muitas
vezes os termos tiristor e SCR são confundidos. Os TRIAC’s são dispositivos semi-
condutores comumente utilizados em comutação de corrente alternada.
7
Figura 2: Estrutura e o sı́mbolo de um SCR.
Figura 3: Três modelos de SCR’s: baixa, média e alta potência (da esquerda para a
direita). As imagens não estão em escala.
1.2.2 DIAC
O DIAC (DIode for Alternating Current) é um gatilho bidirecional ou diodo que con-
duz corrente apenas após a tensão de disparo ser atingida e para de conduzir quando
a corrente elétrica cai abaixo de um valor caracterı́stico, chamado de corrente de
corte. Este comportamento é o mesmo nas duas direções de condução de corrente.
A tensão de disparo é por volta dos 30 volts para a maioria destes dispositivos.
O DIAC é normalmente usado para disparar TRIACs e SCRs.
Como um DIAC é um gatilho bidirecional, seus terminais não são marcados como
anodo ou catodo mas a maioria é marcada como A1 ou MT1 e A2 ou MT2.
Seu funcionamento é simples: Para passar do estado de bloqueio para o estado de
condução, é preciso ultrapassar a tensão de ruptura (VR), rompendo assim, a junção
polarizada inversamente, podendo a corrente fluir em ambos sentidos. Para voltar ao
estado de bloqueio, basta remover a tensão por alguns instantes. Os DIAC’s servem
para controlar o disparo de TRIAC’s quando uma tensão de referência chegar a certo
valor.
8
Figura 4: Sı́mbolo do DIAC e um exemplo de componente comercial.
1.2.3 TRIAC
Um TRIAC (TRIode for Alternating Current) é um componente eletrônico equiva-
lente a dois retificadores controlados de silı́cio (SCR/tiristores) ligados em antiparalelo
e com os terminais de disparo (gate) ligados juntos. Este tipo de ligação resulta em
uma chave eletrônica bidirecional, que pode conduzir a corrente elétrica nos dois sen-
tidos.
Um TRIAC pode ser disparado tanto por uma corrente positiva quanto negativa
aplicada no terminal de disparo. Uma vez disparado, o dispositivo continua a conduzir
até que a corrente elétrica caia abaixo do valor de corte. Isto torna o TRIAC um conve-
niente dispositivo de controle para circuitos de corrente alternada, que permite acionar
grandes potências com circuitos acionados por correntes da ordem de miliamperes.
Também podemos controlar o inı́cio da condução do dispositivo, aplicando um
pulso em um ponto pré-determinado do ciclo de corrente alternada, o que permite
controlar a percentagem do ciclo que estará alimentando a carga (também chamado
de controle de fase).
O TRIAC de baixa potência é utilizado em várias aplicações como controles de
potência para lâmpadas dimmers, controles de velocidade para ventiladores, entre
outros. Contudo, quando usado com cargas indutivas, como motores elétricos, é ne-
cessário que se assegure que o TRIAC seja desligado corretamente, no final de cada
semi-ciclo de alimentação elétrica. Para circuitos de maior potência, podemos utilizar
dois SCRs ligados em antiparalelo, o que garante que cada SCR estará controlando
um semiciclo independente, não importando a natureza da carga.
9
1.3 Região de operação dos tiristores
O tiristor real tem uma curva como mostrado na Figura 19 onde nota-se que este
componente possui três regiões de operação. A inclinação da curva depende da re-
sistência interna do tiristor. As três regiões de operação do tiristor são:
10
1.4 O transistor de efeito de campo MOSFET
A operação de um MOSFET pode ser dividida em três diferentes regiões, depen-
dendo das tensões aplicadas sobre seus terminais.
O transistor MOSFET tornou-se um dos dispositivos mais importantes utilizados
no projeto e çonstrução de circuitos integrados para computadores digitais. E termica-
mente estável, além de outras caracterı́sticas que o destacam em projetos de circuitos
para computadores. Entretanto, como elemento discreto em um encapsulamento tipo
ca eca, ele deve ser manuseado com cuidado.
• Região de Corte: quando VGS < Vt, onde VGS é a tensão entre a porta (gate) e
a fonte (source). O transistor permanece desligado, e não há condução entre o dreno
e a fonte. Enquanto a corrente entre o dreno e fonte deve idealmente ser zero devido
à chave estar desligada, há uma fraca corrente invertida.
• Região de Triodo (ou região linear): quando VGS > Vt e Vds < VGS - Vt, onde
Vds é a tensão entre dreno e fonte. O transı́stor é ligado, e o canal que é criado per-
mite o fluxo de corrente entre o dreno e fonte. O MOSFET opera como um resistor,
controlado pela tensão na porta. A corrente do dreno para a fonte é:
2 1 W
ID = K[2(VGS − Vt )VDS − VDS ], onde K = µn Cox
2 L
• Região de Saturação: quando VGS > Vt e Vds > VGS - Vt.
O transı́stor fica ligado, e um canal que é criado permite o fluxo de corrente en-
tre o dreno e a fonte. Como a tensão de dreno é maior do que a tensão na porta,
uma parte do canal é desligado. A criação dessa região é chamada de “pinch-off”.
A corrente de dreno é agora relativamente independente da tensão de dreno (numa
primeira aproximação) e é controlada somente pela tensão da porta de tal forma que:
ID = K(VGS − Vt )2
11
Figura 8: MOSFET tipo depleção de canal n.
Além disso:
É a camada isolante de SiO2 na construção do MOSFET a responsável pela de-
sejável alta impedância de entrada do dispositivo.
Na verdade, a impedância de entrada de um MOSFET equivale normalmente a um
JFET tı́pico, ainda que a impedância de entrada da maioria dos JFETs seja bastante
alta para grande parte das aplicações. A impedância de entrada extremamente alta
continua confirmando o fato de que a corrente de porta (IG ) é absolutamente zero
ampere para as configurações de polarização dc.
A razão para o nome FET metal óxido semicondutor torna-se agora muito óbvia. O
metal refere-se às conexões de dreno, fonte e porta com superfı́cie apropriada - em
particular, o terminal de porta e o controle proporcionado pela área de superfı́cie de
contato; o óxido para a camada isolante de dióxido de silı́cio; e semicondutor para a
estrutura básica na qual as regiões tipo p e n estão espalhadas. A camada isolante
entre a porta e o canal sugeriu um outro nome para o dispositivo: FET de porta isolada
ou IGFET (insulated-gate FET), ainda que este nome esteja sendo cada vez menos
utilizado na atual literatura.
12
corrente resultante com VGS = O V continua a ser chamada de IDSS .
Figura 9: MOSFET tipo depleção de canal n com Vas = O V e uma tensão VDD
aplicada.
13
1.5 O transistor bipolar com porta isolada IGBT
O transistor bipolar de porta isolada (IGBT) destaca-se pelas caracterı́sticas de
baixa queda de tensão no estado ligado do BJT com as excelentes caracterı́sticas de
chaveamento, que traz um circuito de acionamento da porta bem simplificado e com
alta impedância de entrada do mosfet. Existem no mercado transistores IGBTs com
os valores nominais de corrente e de tensão bem acima dos valores encontrados para
Mosfets de potência.
Os IGBTs estão gradativamente substituindo os mosfets que se dizem em aplicações
de alta tensão, onde as perdas na condução precisam ser mantidas em valores bai-
xos. Mesmo as velocidades de chaveamento dos IGBTs sejam maiores (até 50 kHz)
do que as do BJTs e as do mosfets.
Ao contrário do ocorrido no MOSFET, o IGBT não tem nenhum diodo reverso in-
ternamente, sendo assim este fator torna sua capacidade de bloqueio para tensões
inversas muito baixa, podendo suportar uma tensão inversa máxima em menos de 10
volts.
14
Figura 12: IGBT - Curva Caracterı́stica.
15
As configurações básicas podem ser as mesmas na comutação de cargas, porém
o desempenho é diferente, e se não forem levadas as caracterı́sticas diferentes dos
dois tipos de componentes o projetista menos experiente pode não obter do MOSFET
de potência o desempenho ideal, equivalente ou melhor do que o do transistor bipolar
comum na mesma aplicação.
De fato, se levarmos em conta que a entrada de um MOSFET representa um ca-
pacitor e que a elevada impedância implica numa corrente de carga e descarga muito
pequena para este capacitor nas comutações, se não houver uma maneira de se com-
pensar esse efeito o principal ponto de comprometimento dos projetos será a veloci-
dade.
Para as configurações que daremos, sugeridas pelo manual de transistores de
efeito de campo de potência da Motorola, os tempos são justamente os fatores que
mais importam. Por este motivo, as especificações de cada configuração serão dadas
justamente em função dos tempos.
Assim, podemos definir os seguintes tempos para os circuitos.
a) Turn-on delay (tempo para ligar) - é o intervalo de tempo que decorre entre a
aplicação de um pulso na entrada (Vin) até que a saı́da atinja 90% de sua amplitude
máxima (V1).
b) Turn-on rise time (tempo de subida) - é o tempo que, após a aplicação do pulso
de comutação, a corrente de dreno demora para subir de 10% para 90% de seu valor
máximo.
c) Turn-off delay (tempo para desligar) - é o contrário do turn-on timer, ou seja,
o tempo que decorre a partir do momento em que o pulso de disparo deixa de ser
aplicado até que a tensão de saı́da cai para 10% de seu valor máximo.
d) Turn-off fall time (tempo de descida) - é o tempo que decorre entre o instante em
que o sinal de entrada deixa de aplicada, para que a corrente de dreno caia de 90%
de seu valor máximo para 10% deste valor.
e) Turn-on delay (intervalo de tempo para ligar) - é o intervalo de tempo que decorre
entre a aplicação do pulso de entrada até que a corrente de dreno atinja 10% de seu
valor máximo.
f) Turn-on fall time (tempo de descida ao ligar) - É o tempo que decorre entre a
aplicação do pulso de entrada até que a tensão na saı́da (V2) caia a 10% do valor
máximo.
g) turn-off delay (tempo de desligamento) - intervalo de tempo para que a corrente
cai de 90% a 10% de seu valor máximo após o pulso de comutação na entrada.
h) Turn-on off rise time (tempo de subida no desligamento) - é o intervalo que
decorre entre o instante em que o pulso de comutação deixa de ser aplicado e a
tensão de saı́da (dreno) sobe para 90% de seu valor máximo.
Abaixo é mostrado um exemplo de corrente de dreno (forma de onda prática, in-
cluindo picos causados por correntes que não são induzidas por portadores de carga).
16
Figura 14: Diagrama de tempos de comutação para cargas resistivas.
2 Retificadores Controlados
Historicamente, a retificação controlada de potência apareceu com o desenvolvi-
mento da válvula a gás e posteriormente com o desenvolvimento dos semicondutores
de potência. O elemento mais representativo da famı́lia dos semicondutores controla-
dos de potência é o tiristor (SCR).
Os circuitos retificadores controlados constituem a principal aplicação dos tiristo-
res em conversores estáticos. Esses circuitos possuem uma vasta aplicação indus-
trial, com grande gama de especificações na alimentação de dispositivos de baixa
até médio-alta potência, como por exemplo, no acionamento de motores de corrente
17
contı́nua, em estações retificadoras para alimentação de redes de transmissão C
(VHDC), no acionamento de locomotivas, etc.
Retificadores montados com tiristores permitem a manipulação da tensão em sua
saı́da (VCMED) em função do ângulo de disparo. Varia-se o ângulo de disparo de
tiristores, deslocando no tempo o pulso de disparo enviado ao gate.
Desvantagens:
– Baixo fator de potência.
– Compromete qualidade da energia.
– Corrente assimétrica na entrada.
– Filtros maiores em relação ao de onda completa.
18
A partir do controle do ângulo de disparo é possı́vel variar a potência fornecida à
carga.
Figura 16: Circuito Retificador de Meia Onda à diodo com carga puramente resistiva.
19
Figura 18: Formas de Ondas referentes a um Circuito Retificador de Meia Onda à
diodo com carga RL.
20
A desvantagem principal do circuito retificador de meia onda está justamente no
fato de apresentar um fator de ondulação não satisfatório.
21
O fornecimento de energia elétrica é feito, essencialmente, a partir de uma rede de
distribuição em corrente alternada, devido, principalmente, à facilidade de adaptação
do nı́vel de tensão por meio de transformadores.
Em muitas aplicações, a carga alimentada exige uma tensão contı́nua. A con-
versão CA-CC é realizada por conversores chamados retificadores. Os retificadores
podem ser classificados segundo a sua capacidade de ajustar o valor da tensão de
saı́da (controlados x não controlados); de acordo com o número de fases da tensão
alternada de entrada (monofásico, trifásico, hexafásico, etc.); em função do tipo de
conexão dos elementos retificadores (meia ponte x ponte completa).
Os retificadores não-controlados são aqueles que utilizam diodos como elementos
de retificação, enquanto os controlados utilizam tiristores ou transistores.
Usualmente topologias em meia ponte não são aplicadas. A principal razão é que,
nesta conexão, a corrente média da entrada apresenta um nı́vel médio diferente de
zero. Tal nı́vel contı́nuo pode levar elementos magnéticos presentes no sistema (indu-
tores e transformadores) à saturação, o que é prejudicial ao sistema. Topologias em
ponte completa absorvem uma corrente média nula da rede, não afetando, assim, tais
elementos magnéticos.
22
2.3 Retificadores de tensão trifásicos de meia onda controlado
23
Uma das técnicas mais necessárias neste meio é a conversão de corrente elétrica,
que busca receber um tipo de sinal e transformá-lo em outro que possa ser realmente
usado sem trazer riscos aos aparelhos eletrônicos. Para tanto, utiliza-se o retificador
trifásico.
O que ocorre em todo o Brasil, e em boa parte do mundo, é que a energia elétrica
produzida pelas distribuidoras costuma chegar aos pontos de consumo numa forma
conhecida como corrente elétrica alternada. Esta não pode ser usada pela maioria
dos equipamentos eletrônicos. Neste sentido, o retificador trifásico é o responsável
por transformá-la. Basicamente, o retificador trifásico tem a função de receber a cor-
rente elétrica alternada e convertê-la para corrente elétrica contı́nua. Dessa forma, ele
consegue impedir que haja uma inversão do fluxo de energia.
De modo geral, para a maior parte da população, a chegada de energia elétrica
em sua residência ou estabelecimento é algo quase automático. Mas aqueles que
lidam diariamente com este tipo de serviço sabem da importância de uma retificador
trifásico para o consumo seguro de energia elétrica.
24
Entretanto, outras aplicações admitem esta conexão, a exemplo de casos onde o reti-
ficador é conectado a um inversor para utilização em sistemas de alimentação ininter-
rupta.
No sistema de controle, há necessidade de uma única malha de tensão para man-
ter a regulação do valor médio da tensão de saı́da do conversor, de acordo com o
sinal de referência de valor fixo previamente estabelecido. As amostras das tensões
em cada saı́da são obtidas através de divisores resistivos e então somadas, sendo
este resultado comparado ao valor de referência da tensão.
A corrente em cada fase do sistema de alimentação é imposta por uma malha
especı́fica de corrente. São necessárias três malhas independentes para gerar os
sinais que determinam a razão cı́clica dos sinais de comando dos seis interruptores do
conversor. Um sensor para amostrar a corrente de entrada do retificador é inserido em
cada fase, gerando o sinal a ser comparado com a respectiva referência de corrente.
No sistema de controle, há necessidade de uma única malha de tensão para man-
ter a regulação do valor médio da tensão de saı́da do conversor, de acordo com o
sinal de referência de valor fixo previamente estabelecido. As amostras das tensões
em cada saı́da são obtidas através de divisores resistivos e então somadas, sendo
este resultado comparado ao valor de referência da tensão.
A corrente em cada fase do sistema de alimentação é imposta por uma malha
especı́fica de corrente. São necessárias três malhas independentes para gerar os
sinais que determinam a razão cı́clica dos sinais de comando dos seis interruptores do
conversor. Um sensor para amostrar a corrente de entrada do retificador é inserido em
cada fase, gerando o sinal a ser comparado com a respectiva referência de corrente.
25
Sistemas polifásicos têm sido empregados, por muitos anos em acionamentos,
e recentemente em geração eólica. Quando considera-se sistemas de geração de
energia elétrica hexafásicos, habitualmente empregam-se sistema trifásico duplo, de-
fasados de 30 graus elétricos entre si e sem conexão de neutro.
Tipicamente, esses sistemas utilizam-se de retificadores a diodos de doze pulsos
para converter corrente alternada em corrente contı́nua, para posteriormente injetar a
potência na rede elétrica através de inversores trifásicos. Contudo, podem-se obter
melhores resultados utilizando-se retificadores ativos, uma vez que eles proporcionam
menor distorção harmônica nas correntes do gerador e uma tensão de saı́da regulada.
Observando isso, essa dissertação propõe uma topologia de retificador ativo para um
sistema hexafásico. São utilizados sistemas de referência estacionário e sı́ncrono
com o objetivo de obter os modelos dinâmicos do conversor, com isso são propostas
estratégias de controle nesses eixos de referências.
A topologia, modelo dinâmico e estratégia de controle propostos são validados por
simulação e experimentalmente para especificações de: 12 kW, 220 V de tensão de
entrada e 800 V de tensão de saı́da. Os resultados são apropriados, proporcionando
tensão de saı́da regulada, correntes com reduzido conteúdo harmônico, e consequen-
temente, alto fator de potência.
Apesar das vantagens da retificação de meia onda hexafásica, sobre outras es-
truturas de retificação de 6 pulsos trifásicas, sua aplicação ainda é limitada pelo fato
da corrente de carga ser dividida por apenas seis SCR’s que estão no secundário do
transformador. Dependendo da magnitude da corrente na carga, um único SCR pode
não ser capaz de conduzir sua parcela de corrente. Associar SCR’s em paralelo con-
torna o problema, mas pode-se criar outro como a distribuição desigual de corrente
entre os tiristores em paralelo.
26
Figura 25: Retificação hexafásica de meia onda ou duplo estrela.
27
3 Operação dos conversores
As aplicações de máquinas de corrente contı́nua (MCC) são bastante variadas,
incluindo, por exemplo, a tração de veı́culos elétricos e o acionamento de máquinas
operatrizes.
Em algumas aplicações, alimentadas em corrente alternada (CA), nas quais se de-
seja alterar o valor da tensão (e da corrente) eficaz da carga, é usual o emprego dos
chamados Variadores de Tensão, também designados como Gradadores (Barbi), Con-
tatores Estáticos (Labrique e Santana), Controladores (Rashid; Sen). Como aplicações
tı́picas podem-se citar, dentre outras:
• aquecimento (controle de temperatura);
• reguladores de tensão;
• controle de intensidade luminosa em lâmpadas incandescentes;
• acionamento de motores CA;
• partida suave de motores de indução;
• compensação de reativos em sistemas de potência (RCT, CCT).
Os dispositivos semicondutores de potência empregados em tais conversores são,
tipicamente, tiristores, uma vez que se pode contar com a ocorrência de comutação
natural. Em aplicações de baixa potência pode-se fazer uso de TRIAC’s, enquanto
para potência mais elevada utilizam-se 2 SCR’s em antiparalelo.
28
locomotivas diesel-elétricas, cujos geradores (acionados por motores diesel) fornecem
uma tensão em 400Hz. Um cicloconversor reduz esta freqüência para fazer o aciona-
mento de motores de indução utilizados na tração, com freqüências até 50/60Hz.
O transformador que acopla os barramentos CC serve para, nas comutações entre
os semiciclos limitar a corrente que eventualmente circularia entre os retificadores, por
causa do atraso na comutação dos tiristores em função de se estar alimentando uma
carga com caracterı́stica indutiva. Dependendo da estratégia de comando dos conver-
sores, ou do tipo de carga alimentada, este transformador pode não ser necessário,
desde que se garanta que não ocorrerá condução simultânea dos conversores.
3.3 Inversão
De maneira genérica, inversor de frequência é um dispositivo eletrônico capaz de
variar a velocidade de giro de um motor de indução trifásico. É um dispositivo que
transforma corrente elétrica alternada fixa (corrente e tensão) em corrente elétrica
CA variável controlando a potência consumida pela carga através da variação da
29
frequência entregue pela rede. Este dispositivo possui este nome pela maneira que
ele faz esta variação de giro do motor trifásico.
Motores de indução trifásicos são altamente empregados por terem alta eficiência,
baixo custo, robustez e também pela configuração de nossos sistema distribuição de
energia, que é feita em corrente alternada (CA). Por estas caracterı́sticas o motor
trifásico é ideal em quase todo tipo de operação, largamente encontrado na indústria.
No que se diz respeito à velocidade, este motor possui velocidade constante, variando
em função de cargas a ele acopladas e na utilização de um inversor de frequência. Seu
principio de funcionamento é baseado no campo magnético girante, que surge quando
um sistema de alimentação de corrente alternada é aplicada em polos defasados entre
si 120o . Desta forma surge o campo magnético, através deste defasamento.
A velocidade de rotação do motor trifásico está ligada a velocidade proporcionada
pelo campo magnético girante, está velocidade é chamada de velocidade sı́ncrona,
em função do número de polos do motor (caracterı́stica construtiva) e em função da
frequência da rede a qual está ligado. Portanto concluı́mos que a velocidade do motor
elétrico trifásico é diretamente proporcional à frequência da rede. Matematicamente:
Velocidade sı́ncrona (Ns) em RPM é o produto de 120 vezes a frequência em Hz (f),
dividido pelo número de polos do motor (p).
Alguns retificadores, a versão semi-controlada não permite a inversão da tensão
instantânea no barramento CC. É possı́vel a colocação de um diodo de roda livre que
entra em operação quando tal tensão se anula. Na ausência do diodo, a condução se
dá pelo último tiristor acionado e pelo diodo do mesmo ramo.
3.4 Regulação
Um regulador de tensão é um dispositivo, geralmente formado por semiconduto-
res, tais como diodos e circuitos integrados, que tem por finalidade a manutenção da
tensão de saı́da de um circuito elétrico. Sua função principal é manter a tensão pro-
duzida pelo gerador dentro dos limites exigidos pela bateria ou sistema elétrico que
está alimentando. Um regulador de tensão é incapaz de gerar energia. A tensão de
entrada deve ser sempre superior à sua tensão de regulagem nominal. Dependendo
do projeto, ele pode ser usado para regular uma ou mais tensões AC ou DC.
Reguladores de tensão são encontrados em dispositivos como fontes de alimenta-
ção variadas, em alternadores automotivos e centrais de usinas elétricas, nesse último
caso o regulador de tensão é utilizado para distribuir uma tensão constante para todos
os clientes.
A regulação de tensão tem como objetivo e regra geral a avaliação da variação da
tensão, relacionando o comportamento da tensão em regime de carga e em vazio, em
relação a uma referência (normalmente a tensão em carga).
Sob o ponto de vista de aplicação, o conceito pode ser utilizado tanto em equi-
pamentos (transformadores, UPS, geradores) ou mesmo nas fontes de alimentação,
como as das distribuidoras ou concessionárias de energia. A regulação de tensão
pode ser ainda particularizada em regulação dinâmica e regulação estática, em re-
ferência direta aos regimes transitório e permanente (pela ordem).
No caso das fontes de energia de backup, como os citados geradores ou os UPSs,
o conceito de regulação dinâmica é bastante útil, pois traduz o comportamento da
tensão de saı́da dos equipamentos quando, por exemplo, se aplica um degrau de
carga conhecido e controlado (ilustrando: quando da aplicação de um degrau de carga
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de 50% para 90% da potência nominal de um equipamento, a observação da tensão
de saı́da em cada ciclo antes da aplicação do degrau de carga até a normalização da
tensão de saı́da) informada a regulação dinâmica. As normas especı́ficas consideram,
neste caso, a necessidade de retorno da tensão em, pelo menos, 90% da tensão
nominal em alguns ciclos, entre outras exigências.
4 Inversores de frequência
A maioria dos motores encontrados nas aplicações industriais tem alimentação
trifásica. O controle da velocidade e torque desses motores diretamente a partir da
rede de energia exige recursos que a tecnologia atual pode oferecer com vantagens.
Um desses recursos é o inversor de freqüência que, além de possibilitar um controle
preciso do torque e velocidade, proporciona muitas outras vantagens como o melhor
aproveitamento da energia e o maior nı́vel de segurança. Neste artigo veremos o que
são os inversores de freqüência e como funcionam.
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O inversor de frequência é principalmente composta de retificador (AC para DC),
filtro, inversor (DC para AC), unidade de frenagem, unidade de disco, unidade de
detecção e unidade de processamento de micro etc O circuito de controle controla
o circuito principal, o circuito retificador converte a energia AC em energia DC do cir-
cuito intermediário suavizar a saı́da do circuito retificador, o circuito inversor reverter
corrente contı́nua em corrente alternada novamente. Uma unidade do inversor (CSC)
funciona através da tomada de corrente alternada (monofásico ou trifásico) e primeiro
retificando-o em DC, a DC é geralmente suavizadas com Capacitores e muitas ve-
zes um estrangulamento DC antes de ser conectado a uma rede de transistores de
potência para transformá-lo em três fases para o motor.
Acoplador Ótico
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A isolação com transformadores de pulso é a mais utilizada em circuitos de disparo
para tiristores, proporcionando uma boa qualidade do pulso mas, pode servir como
caminho para ruı́dos provenientes tanto do circuito de potência, quanto do circuito de
disparo, ocasionando problemas de operação e até queima de componentes.
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5 Conclusão
A eletrônica de potência trata das aplicações de dispositivos semicondutores de
potência, como tiristores e transistores, na conversão e no controle de energia elétrica
em nı́veis altos, médios e baixos de potência, apresentando aplicações em sistemas
eletrônicos diversos, incluindo equipamentos de informática, multimı́dia, comunicações,
nas baixas potências, e sistemas industriais de manufatura e produção, nas altas
potências. Essa conversão é normalmente de AC para DC ou vice-versa, enquanto os
parâmetros controlados são tensão, corrente e frequência. Portanto, a eletrônica de
potência pode ser considerada uma tecnologia interdisciplinar que envolve três cam-
pos básicos: a potência, a eletrônica e o controle.
Podemos ver a atuação dos conversores constituı́dos de semicondutores de potência,
operando como chaves (interruptores) e por elementos passivos (capacitores e indu-
tores), que transformam uma tensão contı́nua, geralmente fixa na entrada, em outra
tensão contı́nua na saı́da, com valor diferente do valor de entrada.
Com relação aos Retificadores trifásicos de onda completa não controlado, é muito
importante para montagem de circuitos retificadores em altas potencias, pois, sua
eficiência é grande em relação aos ao de meia onda. Isso implica numa economia na
montagem de filtros.
O retificador trifásico a três nı́veis, abordando-se aspectos relacionados à concepção
e operação do mesmo com fator de potência unitário. Foi apresentado o circuito do
conversor em malha fechada, destacando-se a necessidade de três laços de corrente
e um laço de tensão para o funcionamento correto da estrutura.
Foram descritas as tensões entre a entrada e o ponto de conexão comum dos
capacitores de saı́da, o que possibilitou o desenvolvimento de expressões dos ciclos
de operação dos interruptores, constatando-se que estas são análogas ao caso do
retificador monofásico, embora devam ser observados os devidos defasamentos. As
expressões que regem os esforços de tensão e de corrente nos elementos semicon-
dutores.
A frequência da corrente injetada em cada estágio de saı́da é três vezes maior que
a frequência da tensão de alimentação, resultando em uma oscilação na tensão de
cada saı́da do retificador. Entretanto, a tensão de saı́da total possui ondulação nula,
uma vez que as ondulações em cada saı́da estão em oposição de fase.
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6 REFERÊNCIAS
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ALMEIDA, José Luiz Antunes de. São Paulo: Érica, 1996. 150 p.
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Érica, 1996. 487 p.
Eletrônica de potência / 1994 - PALMA, Guilherme Rebouças da. São Paulo: Érica,
1994. 259 p.
MOHAN, N. Power Electronic Converters, Application and Design. New York: IE-
Wilwy, 2003.
PRESSMAN, A. I. Switching Power Supply Design. New York: McGraw Hill, 1998.
Crestani, M. “Com uma terceira portaria, o novo fator de potência já vale em abril”.
Eletricidade Moderna, ano 22, no 239, fevereiro de 1994.
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C. de Sá e Silva, “Power factor correction with the UC3854,” Unitrode Application
Note U-125, Unitrode Corporation, USA, 1986.
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