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Pedro Rangel da Silva Sousa

R.A.: 249762613860

ELETRÔNICA DE POTÊNCIA

Professor: Flávio Nery

Brası́lia
2018
SOUSA, Pedro Rangel da Silva. Eletrônica de Potência. xx Páginas. Faculdade
Anhanguera, Brası́lia, 2018.

RESUMO

Este trabalho aborda o princı́pio de funcionamento e as aplicações para os diversos


tipos de retificadores controlados também conhecidos como retificadores a tiristor, e
retificadores não-controlados, de onda completa e meia onda.
Sumário
1 Dispositivos Eletrônicos de Potência 5
1.1 O diodo aplicado a circuitos de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1.1 Aplicação do diodo de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Tiristores: SCR, TRIAC E DIAC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2.1 SRC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2.2 DIAC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2.3 TRIAC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.3 Região de operação dos tiristores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.4 O transistor de efeito de campo MOSFET . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.4.1 Operação Básica e Caracterı́sticas . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.5 O transistor bipolar com porta isolada IGBT . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5.1 Princı́pios de operação do IGBT . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5.2 Curva Caracterı́stica de tensão-corrente do IGBT . . . . . . . . . 14
1.6 Técnicas de chaveamento utilizando MOSFET e IGBT . . . . . . . . . . 15

2 Retificadores Controlados 17
2.1 Retificadores de tensão monofásico de meia onda controlado . . . . . . 18
2.2 Retificadores de tensão monofásicos de onda completa semi-controlado
e totalmente controlado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2.1 Retificador monofásico de onda completa semi-controlado . . . 21
2.2.2 Retificadores de tensão monofásicos de onda completa total-
mente controlado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.3 Retificadores de tensão trifásicos de meia onda controlado . . . . . . . 23
2.4 Retificadores de tensão trifásicos de onda completa semi controlado e
totalmente controlado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.5 Retificadores hexafásicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.6 Considerações sobre transformadores aplicados a retificadores de potência 27

3 Operação dos conversores 28


3.1 Comutação dos tiristores em corrente contı́nua . . . . . . . . . . . . . . 28
3.2 Fator de potência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.3 Inversão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.4 Regulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

4 Inversores de frequência 31
4.1 Transformadores de pulso e opto-acopladores . . . . . . . . . . . . . . 32

5 Conclusão 34

6 REFERÊNCIAS 35
Lista de Figuras
1 Estrutura básica de um diodo semicondutor. . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2 Estrutura e o sı́mbolo de um SCR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3 Três modelos de SCR’s: baixa, média e alta potência (da esquerda para
a direita). As imagens não estão em escala. . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4 Sı́mbolo do DIAC e um exemplo de componente comercial. . . . . . . . 9
5 Sı́mbolo do TRIAC e um exemplo de componente comercial. . . . . . . 9
6 Representação da queda de tensão do tiristor real e sua resistência
interna. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
7 Curva de corrente versus tensão do tiristor real. . . . . . . . . . . . . . 10
8 MOSFET tipo depleção de canal n. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
9 MOSFET tipo depleção de canal n com Vas = O V e uma tensão VDD
aplicada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
10 Caracterı́sticas de dreno e transferência para um MOSFET tipo depleção
de canal n. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
11 Sı́mbolo do IGBT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
12 IGBT - Curva Caracterı́stica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
13 Diferenças de caracterı́sticas entre bipolares e FET’s. . . . . . . . . . . 15
14 Diagrama de tempos de comutação para cargas resistivas. . . . . . . . 17
15 Sendo 0≤ α ≤ π o ângulo de disparo do SRC . . . . . . . . . . . . . . . 18
16 Circuito Retificador de Meia Onda à diodo com carga puramente resistiva. 19
17 Formas de Ondas referentes a um Circuito Retificador de Meia Onda à
diodo com carga puramente resistiva. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
18 Formas de Ondas referentes a um Circuito Retificador de Meia Onda à
diodo com carga RL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
19 Retificador de onda completa com terminal central. . . . . . . . . . . . . 21
20 Ponte retificadora monofásica totalmente controlada. . . . . . . . . . . . 22
21 Retificadores Trifásicos Controlados de Meia Onda (α = 0o ). . . . . . . . 23
22 Retificador trifásico controlado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
23 Retificador trifásico a três nı́veis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
24 Retificaror Hexafásico em Ponte - Retificador de 12 Pulsos. . . . . . . . 26
25 Retificação hexafásica de meia onda ou duplo estrela. . . . . . . . . . . 27
26 Ligação do inversor de frequência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
1 Dispositivos Eletrônicos de Potência
As fontes chaveadas são idealmente não dissipativas tendo uma elevada eficiência
(70% ou mais), neste tipo de circuito, um elemento funciona como chave, o ideal é
que ele opere ora em corte (quando então a corrente é quase nula), ora em saturação
(quando a tensão entre os terminais é quase nula) assim ligando e desligando rapi-
damente, de forma a manter uma tensão de saı́da estabilizada, o produto V.I que cor-
responde à potência dissipada pelo transistor em condução permanece sempre baixo
aumentando a eficiência da fonte. Evidentemente, na prática a potência no elemento
série não é totalmente nula, mas através de técnicas de circuito e adequada escolha
de componentes, esta potência pode ser reduzida a valores relativamente baixos em
comparação com a dissipada nas fontes lineares, assim tendo uma maior eficiência,
menor tamanho e maior leveza, entretanto, são mais complexos e mais caros, e o cha-
veamento da corrente pode causar problemas de ruı́do se não forem cuidadosamente
suprimidos, também é importante destacar, entretanto, que a ondulação de saı́da em
fontes chaveadas é muito maior em relação às fontes lineares (quase uma ordem de
grandeza).
Elas podem ser classificadas de acordo com a forma de onda da tensão de entrada
e de saı́da:
• Entrada CA, saı́da C: retificador
• Entrada C, saı́da C: conversor de tensão, ou conversor de corrente ou conversor
C/C
• Entrada CA, saı́da CA: conversor de frequência, ciclo conversor
• Entrada C, saı́da CA: inversor

1.1 O diodo aplicado a circuitos de potência


O diodo de potência é composto, basicamente, por duas camadas, P e N, que per-
mitem a passagem de corrente em um único sentido. Mas há ainda, em sua estrutura
interna, uma terceira camada, chamada de N extra, que possibilita que o diodo de
potência suporte tensões mais elevadas, uma vez que torna menor o campo elétrico
na região de transição, a fim de manter o equilı́brio da carga.
Essa camada atribui ao diodo de potência uma propriedade resistiva considerável
quando em condução, se tornando mais significativa, de acordo com o aumento da a
tensão a ser suportada pelo componente.

1.1.1 Aplicação do diodo de potência


Para a aplicação correta do diodo, deve-se observar os valores máximos aproxi-
mados para a corrente determinados pelo fabricante. Recomenda-se que, para cada
ocasião, para cada circuito, seja calculada a corrente que o atravessará, a forma de
onda e os valores, eficaz e médio, para então calcular a potência a ser dissipada.

5
Figura 1: Estrutura básica de um diodo semicondutor.

Aplicando-se uma tensão entre as regiões P e N, a diferença de potencial apare-


cerá na região de transição, uma vez que a resistência desta parte do semicondutor é
muito maior que a do restante do componente (devido à concentração de portadores).
Quando se polariza reversamente um diodo, ou seja, se aplica uma tensão nega-
tiva no anodo (região P) e positiva no catodo (região N), mais portadores positivos
(lacunas) migram para o lado N, e vice-versa, de modo que a largura da região de
transição aumenta, elevando a barreira de potencial.
Por difusão ou efeito térmico, uma certa quantidade de portadores minoritários
penetra na região de transição. São, então, acelerados pelo campo elétrico, indo até a
outra região neutra do dispositivo. Esta corrente reversa independe da tensão reversa
aplicada, variando, basicamente, com a temperatura.
Se o campo elétrico na região de transição for muito intenso, os portadores em
trânsito obterão grande velocidade e, ao se chocarem com átomos da estrutura, pro-
duzirão novos portadores, os quais, também acelerados, produzirão um efeito de ava-
lanche. Dado o aumento na corrente, sem redução significativa na tensão na junção,
produz-se um pico de potência que destrói o componente.
Uma polarização direta leva ao estreitamento da região de transição e à redução da
barreira de potencial. Quando a tensão aplicada superar o valor natural da barreira,
cerca de 0,7V para diodos de Si, os portadores negativos do lado N serão atraı́dos
pelo potencial positivo do anodo e vice-versa, levando o componente à condução.
Esta região de pequena densidade de dopante dará ao diodo uma significativa
caracterı́stica resistiva quando em condução, a qual se torna mais significativa quanto
maior for a tensão suportável pelo componente. As camadas que fazem os contatos
externos são altamente dopadas, a fim de fazer com que se obtenha um contato com
caracterı́stica ôhmica e não semi-condutor.
O contorno arredondado entre as regiões de anodo e catodo tem como função criar
campos elétricos mais suaves (evitando o efeito de pontas).
No estado bloqueado, pode-se analisar a região de transição como um capacitor,
cuja carga é aquela presente na própria região de transição.
Na condução não existe tal carga, no entanto, devido à alta dopagem da camada

6
P+, por difusão, existe uma penetração de lacunas na região N-. Além disso, à medida
que cresce a corrente, mais lacunas são injetadas na região N-, fazendo com que
elétrons venham da região N+ para manter a neutralidade de carga. Desta forma,
cria-se uma carga espacial no catodo, a qual terá que ser removida (ou se recombinar)
para permitir a passagem para o estado bloqueado do diodo.
O comportamento dinâmico de um diodo de potência é, na verdade, muito diferente
do de uma chave ideal, como se pode observar na figura 3.2. Suponha-se que se
aplica uma tensão vi ao diodo, alimentando uma carga resistiva (cargas diferentes
poderão alterar alguns aspectos da forma de onda).

1.2 Tiristores: SCR, TRIAC E DIAC


O nome Tiristor vem do termo grego ”thyr”(que significa porta) e engloba uma
famı́lia de dispositivos semicondutores multicamadas, que operam em regime de cha-
veamento, tendo em comum uma estrutura de no mı́nimo quatro camadas semicon-
dutoras numa seqüência P-N-P-N (três junções semicondutoras), apresentando um
comportamento funcional biestável.
A invenção do tiristor no fim dos anos 50 do século passado foi responsável por um
grande surto de evolução tecnológica da eletrônica de potência, que se estendeu pelos
anos 60 e propiciou no anos 70 o inı́cio da implantação da eletrônica de potência em
escala industrial. A principal vantagem dos tiristores é o controle de grande quantidade
de energia. Essa caracterı́stica faz com que esses dispositivos sejam utilizados tanto
no controle eletrônico de potência quanto na conversão de energia.
Os tiristores permitem por meio da adequada ativação do terminal de controle,
o chaveamento do estado de bloqueio para estado de condução, sendo que alguns
tiristores (mas não todos) permitem também o chaveamento do estado de condução
para estado de bloqueio, também pelo terminal de controle.
Como exemplo de tiristores, podemos citar o SCR, o TRIAC e o DIAC.

1.2.1 SRC
O SCR (Silicon Controlled Rectifier) se assemelha a um diodo pelo fato da cor-
rente poder fluir pelo dispositivo em um único sentido, entrando pelo terminal de
anodo e saindo pelo terminal de catodo. No entanto, difere de um diodo, porque,
mesmo quando o dispositivo está diretamente polarizado, ele não consegue entrar
em condução, enquanto não ocorrer a ativação do seu terminal de controle (terminal
denominado porta, ou gate em inglês).
Ao invés de usar um sinal de permanência continua na porta (como nos transisto-
res) como sinal de controle, os tiristores são comutados ao ligamento pela aplicação
de um pulso ao terminal de porta, que normalmente pode ser de curta duração. Uma
vez comutado para o estado de ligado, o tiristor SCR permanecerá por tempo indefi-
nido neste estado, enquanto o dispositivo estiver diretamente polarizado e a corrente
de anodo se mantiver acima de um patamar mı́nimo.
Os SCR’s são empregados em corrente alternada como retificadores controlados
e, quando utilizados em corrente contı́nua, comportam-se como chaves. O SCR é
apenas um tipo de tiristor, mas devido ao seu disseminado uso na indústria, muitas
vezes os termos tiristor e SCR são confundidos. Os TRIAC’s são dispositivos semi-
condutores comumente utilizados em comutação de corrente alternada.

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Figura 2: Estrutura e o sı́mbolo de um SCR.

Figura 3: Três modelos de SCR’s: baixa, média e alta potência (da esquerda para a
direita). As imagens não estão em escala.

1.2.2 DIAC
O DIAC (DIode for Alternating Current) é um gatilho bidirecional ou diodo que con-
duz corrente apenas após a tensão de disparo ser atingida e para de conduzir quando
a corrente elétrica cai abaixo de um valor caracterı́stico, chamado de corrente de
corte. Este comportamento é o mesmo nas duas direções de condução de corrente.
A tensão de disparo é por volta dos 30 volts para a maioria destes dispositivos.
O DIAC é normalmente usado para disparar TRIACs e SCRs.
Como um DIAC é um gatilho bidirecional, seus terminais não são marcados como
anodo ou catodo mas a maioria é marcada como A1 ou MT1 e A2 ou MT2.
Seu funcionamento é simples: Para passar do estado de bloqueio para o estado de
condução, é preciso ultrapassar a tensão de ruptura (VR), rompendo assim, a junção
polarizada inversamente, podendo a corrente fluir em ambos sentidos. Para voltar ao
estado de bloqueio, basta remover a tensão por alguns instantes. Os DIAC’s servem
para controlar o disparo de TRIAC’s quando uma tensão de referência chegar a certo
valor.

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Figura 4: Sı́mbolo do DIAC e um exemplo de componente comercial.

1.2.3 TRIAC
Um TRIAC (TRIode for Alternating Current) é um componente eletrônico equiva-
lente a dois retificadores controlados de silı́cio (SCR/tiristores) ligados em antiparalelo
e com os terminais de disparo (gate) ligados juntos. Este tipo de ligação resulta em
uma chave eletrônica bidirecional, que pode conduzir a corrente elétrica nos dois sen-
tidos.
Um TRIAC pode ser disparado tanto por uma corrente positiva quanto negativa
aplicada no terminal de disparo. Uma vez disparado, o dispositivo continua a conduzir
até que a corrente elétrica caia abaixo do valor de corte. Isto torna o TRIAC um conve-
niente dispositivo de controle para circuitos de corrente alternada, que permite acionar
grandes potências com circuitos acionados por correntes da ordem de miliamperes.
Também podemos controlar o inı́cio da condução do dispositivo, aplicando um
pulso em um ponto pré-determinado do ciclo de corrente alternada, o que permite
controlar a percentagem do ciclo que estará alimentando a carga (também chamado
de controle de fase).
O TRIAC de baixa potência é utilizado em várias aplicações como controles de
potência para lâmpadas dimmers, controles de velocidade para ventiladores, entre
outros. Contudo, quando usado com cargas indutivas, como motores elétricos, é ne-
cessário que se assegure que o TRIAC seja desligado corretamente, no final de cada
semi-ciclo de alimentação elétrica. Para circuitos de maior potência, podemos utilizar
dois SCRs ligados em antiparalelo, o que garante que cada SCR estará controlando
um semiciclo independente, não importando a natureza da carga.

Figura 5: Sı́mbolo do TRIAC e um exemplo de componente comercial.

9
1.3 Região de operação dos tiristores
O tiristor real tem uma curva como mostrado na Figura 19 onde nota-se que este
componente possui três regiões de operação. A inclinação da curva depende da re-
sistência interna do tiristor. As três regiões de operação do tiristor são:

• Curva 1 – região de operação reversa sem corrente no gatilho. Assim como no


caso do diodo, o tiristor suporta uma tensão reversa máxima denominada de VRM;

• Curva 2 – região de operação direta sem corrente no gatilho. De modo idêntico à


região reversa, o tiristor pode ser submetido a uma tensão direta de valor VAKM sem
entrar em condução. Este valor geralmente é igual ao valor VRM;

• Curva 3 – região de operação direta com corrente de gatilho. Neste caso o


tiristor se comporta identicamente ao diodo na região direta, provocando uma queda
de tensão direta.

Figura 6: Representação da queda de tensão do tiristor real e sua resistência interna.

Figura 7: Curva de corrente versus tensão do tiristor real.

10
1.4 O transistor de efeito de campo MOSFET
A operação de um MOSFET pode ser dividida em três diferentes regiões, depen-
dendo das tensões aplicadas sobre seus terminais.
O transistor MOSFET tornou-se um dos dispositivos mais importantes utilizados
no projeto e çonstrução de circuitos integrados para computadores digitais. E termica-
mente estável, além de outras caracterı́sticas que o destacam em projetos de circuitos
para computadores. Entretanto, como elemento discreto em um encapsulamento tipo
ca eca, ele deve ser manuseado com cuidado.

Para o MOSFET canal n:

• Região de Corte: quando VGS < Vt, onde VGS é a tensão entre a porta (gate) e
a fonte (source). O transistor permanece desligado, e não há condução entre o dreno
e a fonte. Enquanto a corrente entre o dreno e fonte deve idealmente ser zero devido
à chave estar desligada, há uma fraca corrente invertida.

• Região de Triodo (ou região linear): quando VGS > Vt e Vds < VGS - Vt, onde
Vds é a tensão entre dreno e fonte. O transı́stor é ligado, e o canal que é criado per-
mite o fluxo de corrente entre o dreno e fonte. O MOSFET opera como um resistor,
controlado pela tensão na porta. A corrente do dreno para a fonte é:

2 1 W
ID = K[2(VGS − Vt )VDS − VDS ], onde K = µn Cox
2 L
• Região de Saturação: quando VGS > Vt e Vds > VGS - Vt.
O transı́stor fica ligado, e um canal que é criado permite o fluxo de corrente en-
tre o dreno e a fonte. Como a tensão de dreno é maior do que a tensão na porta,
uma parte do canal é desligado. A criação dessa região é chamada de “pinch-off”.
A corrente de dreno é agora relativamente independente da tensão de dreno (numa
primeira aproximação) e é controlada somente pela tensão da porta de tal forma que:

ID = K(VGS − Vt )2

OBS: Para o transistor PMOS as equações são idênticas, lembrando que Vt é


negativo e as inequações são inversas. Em circuitos digitais, os MOSFETs são usados
somente em modos de corte e de triodo. O modo de saturação é usado em aplicações
de circuitos analógicos.
Os terminais de fonte e dreno são conectados por meio de contatos metálicos às
regiões n-dopadas, ligadas entre si por um canal n como mostra a figura. A porta é
conectada também à superfı́cie metálica de contato, mas permanece isolada do canal
n por uma camada muito fina de dióxido de silı́cio (SiO2 ). O (SiO2 ) é um tipo particular
de isolante, denominado dielétrico, que cria campos elétricos opostos (por esta razão
o prefixo di-) quando submetido a um campo externo aplicado. O fato de a camada de
SiO2 representar uma camada isolante, revela o seguinte:
Não há conexão elétrica direta entre o terminal de porta e o canal de um MOSFET.

11
Figura 8: MOSFET tipo depleção de canal n.

Além disso:
É a camada isolante de SiO2 na construção do MOSFET a responsável pela de-
sejável alta impedância de entrada do dispositivo.
Na verdade, a impedância de entrada de um MOSFET equivale normalmente a um
JFET tı́pico, ainda que a impedância de entrada da maioria dos JFETs seja bastante
alta para grande parte das aplicações. A impedância de entrada extremamente alta
continua confirmando o fato de que a corrente de porta (IG ) é absolutamente zero
ampere para as configurações de polarização dc.
A razão para o nome FET metal óxido semicondutor torna-se agora muito óbvia. O
metal refere-se às conexões de dreno, fonte e porta com superfı́cie apropriada - em
particular, o terminal de porta e o controle proporcionado pela área de superfı́cie de
contato; o óxido para a camada isolante de dióxido de silı́cio; e semicondutor para a
estrutura básica na qual as regiões tipo p e n estão espalhadas. A camada isolante
entre a porta e o canal sugeriu um outro nome para o dispositivo: FET de porta isolada
ou IGFET (insulated-gate FET), ainda que este nome esteja sendo cada vez menos
utilizado na atual literatura.

1.4.1 Operação Básica e Caracterı́sticas


A tensão porta-fonte é feita zero volt, devido à conexão de um terminal com o ou-
tro, e a tensão VDS é aplicada através dos terminais dreno-fonte. O resultado é uma
atração para o potencial positivo do dreno, dos elétrons livres do canal n, estabe-
lecendo uma corrente semelhante à que atravessa o canal do JFET. Na verdade, a

12
corrente resultante com VGS = O V continua a ser chamada de IDSS .

Figura 9: MOSFET tipo depleção de canal n com Vas = O V e uma tensão VDD
aplicada.

Figura 10: Caracterı́sticas de dreno e transferência para um MOSFET tipo depleção


de canal n.

13
1.5 O transistor bipolar com porta isolada IGBT
O transistor bipolar de porta isolada (IGBT) destaca-se pelas caracterı́sticas de
baixa queda de tensão no estado ligado do BJT com as excelentes caracterı́sticas de
chaveamento, que traz um circuito de acionamento da porta bem simplificado e com
alta impedância de entrada do mosfet. Existem no mercado transistores IGBTs com
os valores nominais de corrente e de tensão bem acima dos valores encontrados para
Mosfets de potência.
Os IGBTs estão gradativamente substituindo os mosfets que se dizem em aplicações
de alta tensão, onde as perdas na condução precisam ser mantidas em valores bai-
xos. Mesmo as velocidades de chaveamento dos IGBTs sejam maiores (até 50 kHz)
do que as do BJTs e as do mosfets.
Ao contrário do ocorrido no MOSFET, o IGBT não tem nenhum diodo reverso in-
ternamente, sendo assim este fator torna sua capacidade de bloqueio para tensões
inversas muito baixa, podendo suportar uma tensão inversa máxima em menos de 10
volts.

1.5.1 Princı́pios de operação do IGBT


A operação do IGBT é muito similar à dos MOSFETs de potência. Para colocá-lo no
estado ligado, basta polarizá-lo positivamente no terminal do coletor (C+) em relação
ao terminal do emissor (E -). De igual maneira, uma tensão positiva VG aplicada na
porta (G) fará o dispositivo passar para o estado ligado (ON), quando a tensão no
gate (G) exceder a tensão de limiar. O IGBT passara para o estado desligado (OFF)
quando houver o corte de tensão do terminal da porta (G).

Figura 11: Sı́mbolo do IGBT.

1.5.2 Curva Caracterı́stica de tensão-corrente do IGBT


A curva caracterı́stica e uma plotagem da corrente de coletor (IC) x a tensão do
coletor-emissão (VCE). Quando não houver a tensão aplicada na porta, o transmissor
IGBT estará no estado desligado (OFF), onde a corrente (IC) é igual a zero (0) e a
tensão que passa através da chave é igual a tensão da fonte.Se a tensão ¿ VGE(th) for
aplicada na porta, o dispositivo passará para o estado ligado e permitira a passagem
da corrente IC. Essa corrente é limitada pela tensão da fonte e pela resistência de
carga. No estado ligado, a tensão através da chave se define a zero.

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Figura 12: IGBT - Curva Caracterı́stica.

1.6 Técnicas de chaveamento utilizando MOSFET e IGBT


Os Transistores de efeito de campo de potência (power FETs) possuem carac-
terı́sticas bem diferentes dos transistores bipolares comuns, o que exige certo cuidado
no projeto de circuitos comutadores que os utilizem. A MOTOROLA, em seu Power
Mosfet Transistor Data sugere diversas técnicas para se obter o máximo rendimento
em circuito de comutação que utilizam estes transistores e que procuramos transferir
aos leitores neste artigo. Com estas técnicas será possı́vel obter os menores tempos
de comutação e o máximo rendimento na transferência de energia.
Enquanto os transistores bipolares comuns, nos circuitos comutadores, operam
como chaves acionadas por correntes, os transistores de efeito de campo de potência,
Power MOSFETs ou Power FETs operam como comutadores acionados por tensões.
A diferença nos projetos é grande, pois as impedâncias envolvidas são comple-
tamente diferentes. Os transistores bipolares são dispositivos de baixas e médias
impedâncias quando atuam desta maneira, enquanto que os transistores de efeito de
campo são dispositivos de alta impedância

Figura 13: Diferenças de caracterı́sticas entre bipolares e FET’s.

15
As configurações básicas podem ser as mesmas na comutação de cargas, porém
o desempenho é diferente, e se não forem levadas as caracterı́sticas diferentes dos
dois tipos de componentes o projetista menos experiente pode não obter do MOSFET
de potência o desempenho ideal, equivalente ou melhor do que o do transistor bipolar
comum na mesma aplicação.
De fato, se levarmos em conta que a entrada de um MOSFET representa um ca-
pacitor e que a elevada impedância implica numa corrente de carga e descarga muito
pequena para este capacitor nas comutações, se não houver uma maneira de se com-
pensar esse efeito o principal ponto de comprometimento dos projetos será a veloci-
dade.
Para as configurações que daremos, sugeridas pelo manual de transistores de
efeito de campo de potência da Motorola, os tempos são justamente os fatores que
mais importam. Por este motivo, as especificações de cada configuração serão dadas
justamente em função dos tempos.
Assim, podemos definir os seguintes tempos para os circuitos.

Tempos para comutação de comporta:

a) Turn-on delay (tempo para ligar) - é o intervalo de tempo que decorre entre a
aplicação de um pulso na entrada (Vin) até que a saı́da atinja 90% de sua amplitude
máxima (V1).
b) Turn-on rise time (tempo de subida) - é o tempo que, após a aplicação do pulso
de comutação, a corrente de dreno demora para subir de 10% para 90% de seu valor
máximo.
c) Turn-off delay (tempo para desligar) - é o contrário do turn-on timer, ou seja,
o tempo que decorre a partir do momento em que o pulso de disparo deixa de ser
aplicado até que a tensão de saı́da cai para 10% de seu valor máximo.
d) Turn-off fall time (tempo de descida) - é o tempo que decorre entre o instante em
que o sinal de entrada deixa de aplicada, para que a corrente de dreno caia de 90%
de seu valor máximo para 10% deste valor.

Tempos para comutação de dreno:

e) Turn-on delay (intervalo de tempo para ligar) - é o intervalo de tempo que decorre
entre a aplicação do pulso de entrada até que a corrente de dreno atinja 10% de seu
valor máximo.
f) Turn-on fall time (tempo de descida ao ligar) - É o tempo que decorre entre a
aplicação do pulso de entrada até que a tensão na saı́da (V2) caia a 10% do valor
máximo.
g) turn-off delay (tempo de desligamento) - intervalo de tempo para que a corrente
cai de 90% a 10% de seu valor máximo após o pulso de comutação na entrada.
h) Turn-on off rise time (tempo de subida no desligamento) - é o intervalo que
decorre entre o instante em que o pulso de comutação deixa de ser aplicado e a
tensão de saı́da (dreno) sobe para 90% de seu valor máximo.
Abaixo é mostrado um exemplo de corrente de dreno (forma de onda prática, in-
cluindo picos causados por correntes que não são induzidas por portadores de carga).

16
Figura 14: Diagrama de tempos de comutação para cargas resistivas.

2 Retificadores Controlados
Historicamente, a retificação controlada de potência apareceu com o desenvolvi-
mento da válvula a gás e posteriormente com o desenvolvimento dos semicondutores
de potência. O elemento mais representativo da famı́lia dos semicondutores controla-
dos de potência é o tiristor (SCR).
Os circuitos retificadores controlados constituem a principal aplicação dos tiristo-
res em conversores estáticos. Esses circuitos possuem uma vasta aplicação indus-
trial, com grande gama de especificações na alimentação de dispositivos de baixa
até médio-alta potência, como por exemplo, no acionamento de motores de corrente

17
contı́nua, em estações retificadoras para alimentação de redes de transmissão C
(VHDC), no acionamento de locomotivas, etc.
Retificadores montados com tiristores permitem a manipulação da tensão em sua
saı́da (VCMED) em função do ângulo de disparo. Varia-se o ângulo de disparo de
tiristores, deslocando no tempo o pulso de disparo enviado ao gate.

2.1 Retificadores de tensão monofásico de meia onda controlado


Vantagens:
– Simplicidade.
– Número de componentes.
– Custo.

Desvantagens:
– Baixo fator de potência.
– Compromete qualidade da energia.
– Corrente assimétrica na entrada.
– Filtros maiores em relação ao de onda completa.

Teoricamente o retificador monofásico de meia onda é o mais simples das estru-


turas empregadas em eletrônica de potência. Ele é comumente utilizado para fazer
alimentação da armadura de pequenos motores de corrente contı́nua, alimentação
de enrolamentos de excitação de máquinas elétricas, carregamento de baterias e
alimentação de circuitos eletrônicos.’
Circuito pouco utilizado na prática pois produz alta ondulação na tensão de saı́da.
O SCR pode entrar em condução (“disparar”) apenas nos ciclos positivos (VAK > 0),
caso receba um pulso de corrente positiva no terminal de gate (IG > 0). O ângulo de
disparo (α) é definido como a diferença entre o instante de cruzamento pelo zero e o
instante de disparo do tiristor. A corrente da fonte não está o tempo todo em fase com
a tensão da fonte (mesmo no caso puramente resistivo) FP < 1.

Figura 15: Sendo 0≤ α ≤ π o ângulo de disparo do SRC .

18
A partir do controle do ângulo de disparo é possı́vel variar a potência fornecida à
carga.

Figura 16: Circuito Retificador de Meia Onda à diodo com carga puramente resistiva.

As formas de ondas resultantes do circuito apresentado na Figura 16 estão de-


monstradas na Figura 17.

Figura 17: Formas de Ondas referentes a um Circuito Retificador de Meia Onda à


diodo com carga puramente resistiva.

Ao acrescentar um indutor junto à carga resistiva temos uma mudança no compor-


tamento das formas de ondas de corrente e de tensão, como demonstrado na Figura
18.

19
Figura 18: Formas de Ondas referentes a um Circuito Retificador de Meia Onda à
diodo com carga RL.

A principal vantagem das pontes semi-controladas é o uso de apenas 2 tiristores,


sendo indicadas quando o fluxo de energia será apenas da fonte para a carga. Neste
circuito a tensão de saı́da, vo(t), pode assumir apenas valores (instantâneos e médios)
positivos. Sempre que a tensão de saı́da tender a se inverter haverá um caminho
interno que manterá esta tensão em zero, desconectando a carga da rede.
A ondulação na saı́da do circuito retificador é muito grande o que torna a tensão
de saı́da inadequada para alimentar a maioria dos circuitos eletrônicos. É necessário
fazer uma filtragem na tensão de saı́da do retificador. A filtragem nivela a forma de
onda na saı́da do retificador tornando-a próxima de uma tensão contı́nua pura que é a
tensão da bateria ou da pilha. A maneira mais simples de efetuar a filtragem é ligar um
capacitor de alta capacitância em paralelo com a carga RL e normalmente, utiliza-se
um capacitor eletrolı́tico. A função do capacitor é reduzir a ondulação na saı́da do
retificador e quanto maior for o valor deste capacitor menor será a ondulação na saı́da
da fonte.
O circuito retificador de meia onda é composto por um único diodo acoplado na
saı́da de um transformador. Graças a essa configuração, após a passagem pelo diodo,
observam-se somente semiciclos positivos, pois durante o semiciclo negativo a tensão
na carga é nula.
A corrente de carga se anula em cada ciclo de funcionamento do retificador, nesta
situação a condução é dita descontı́nua. Se a corrente na carga não se anula antes
do inicio do próximo ciclo, a condução é dita contı́nua. O fato de a condução tornar-
se contı́nua ou descontinua, é conseqüência da constante de tempo da carga. Para
constantes de tempo elevadas (L muito grande) a condução poderá ser contı́nua.
Por não possuir mais a parte negativa da onda, o sinal de saı́da, retificado, agora
tem um valor resultante médio positivo determinado por: 0,318*tensão maxima.

20
A desvantagem principal do circuito retificador de meia onda está justamente no
fato de apresentar um fator de ondulação não satisfatório.

2.2 Retificadores de tensão monofásicos de onda completa semi-


controlado e totalmente controlado

Figura 19: Retificador de onda completa com terminal central.

2.2.1 Retificador monofásico de onda completa semi-controlado


Os retificadores monofásicos de meia-onda não são utilizados em larga escala
devido basicamente a três fatores, são eles: baixa tensão média de saı́da, pouca
eficiência e alto fator de ondulação. Essas limitações podem ser eliminadas pela
retificação em onda completa. Os retificadores de onda completa são mais utilizados
do que os de meia-onda por causa das tensões e correntes médias mais elevadas, da
maior eficiência e do fator de ondulação reduzido.

21
O fornecimento de energia elétrica é feito, essencialmente, a partir de uma rede de
distribuição em corrente alternada, devido, principalmente, à facilidade de adaptação
do nı́vel de tensão por meio de transformadores.
Em muitas aplicações, a carga alimentada exige uma tensão contı́nua. A con-
versão CA-CC é realizada por conversores chamados retificadores. Os retificadores
podem ser classificados segundo a sua capacidade de ajustar o valor da tensão de
saı́da (controlados x não controlados); de acordo com o número de fases da tensão
alternada de entrada (monofásico, trifásico, hexafásico, etc.); em função do tipo de
conexão dos elementos retificadores (meia ponte x ponte completa).
Os retificadores não-controlados são aqueles que utilizam diodos como elementos
de retificação, enquanto os controlados utilizam tiristores ou transistores.
Usualmente topologias em meia ponte não são aplicadas. A principal razão é que,
nesta conexão, a corrente média da entrada apresenta um nı́vel médio diferente de
zero. Tal nı́vel contı́nuo pode levar elementos magnéticos presentes no sistema (indu-
tores e transformadores) à saturação, o que é prejudicial ao sistema. Topologias em
ponte completa absorvem uma corrente média nula da rede, não afetando, assim, tais
elementos magnéticos.

2.2.2 Retificadores de tensão monofásicos de onda completa totalmente con-


trolado
Os retificadores controlados constituem a principal aplicação dos tiristores em con-
versores estáticos. No entanto, estes possuem vasta aplicação industrial, no aciona-
mento de motores de corrente contı́nua, em estações retificadoras para alimentação
de redes de transmissão CC, no acionamento de locomotivas, e em vários outros
casos. O estudo das pontes monofásicas pode ser facilmente estendido a estrutu-
ras trifásicas. Para potências superiores a alguns kVA, geralmente são empregadas
pontes trifásicas, ou mesmo hexafásicas. A Fig. 20 mostra a estrutura de ponte retifi-
cadora monofásica controlada.

Figura 20: Ponte retificadora monofásica totalmente controlada.

22
2.3 Retificadores de tensão trifásicos de meia onda controlado

Figura 21: Retificadores Trifásicos Controlados de Meia Onda (α = 0o ).

Deve-se optar por retificadores trifásicos controlados a medida que precisando-se


manipular a tensão na saı́da do retificador (VCMED), passa-se a trabalhar com cargas
que exijam maior potência.
Se num retificador trifásico todos os diodos (ou ao menos três deles), forem subs-
tituı́dos por tiristores, resultarão em circuitos retificadores controlados, os quais podem
ser:
• De meia onda;
• Em Ponte Semicontrolada;
• Em Ponte Totalmente Controlada.

O retificador Trifásico Controlado de Meia-Onda é denominado também de retifica-


dor controlado em estrela e de retificador trifásico controlado unidirecional pois todo
retorno de corrente é feito pelo neutro, tendo assim a inconveniência de saturar mais
facilmente o núcleo do transformador.
Apenas um dos tiristores estará em condução de cada vez, conduzindo a corrente
a partir de uma das fases.
A transmissão de energia elétrica é uma atividade que exige, acima de tudo, pla-
nejamento. Em quase todos os casos, faz-se necessário a utilização de uma série de
técnicas e equipamentos para fazer a conversão de potência, do tipo de energia, do
tipo de corrente elétrica, entre outros elementos.

23
Uma das técnicas mais necessárias neste meio é a conversão de corrente elétrica,
que busca receber um tipo de sinal e transformá-lo em outro que possa ser realmente
usado sem trazer riscos aos aparelhos eletrônicos. Para tanto, utiliza-se o retificador
trifásico.
O que ocorre em todo o Brasil, e em boa parte do mundo, é que a energia elétrica
produzida pelas distribuidoras costuma chegar aos pontos de consumo numa forma
conhecida como corrente elétrica alternada. Esta não pode ser usada pela maioria
dos equipamentos eletrônicos. Neste sentido, o retificador trifásico é o responsável
por transformá-la. Basicamente, o retificador trifásico tem a função de receber a cor-
rente elétrica alternada e convertê-la para corrente elétrica contı́nua. Dessa forma, ele
consegue impedir que haja uma inversão do fluxo de energia.
De modo geral, para a maior parte da população, a chegada de energia elétrica
em sua residência ou estabelecimento é algo quase automático. Mas aqueles que
lidam diariamente com este tipo de serviço sabem da importância de uma retificador
trifásico para o consumo seguro de energia elétrica.

2.4 Retificadores de tensão trifásicos de onda completa semi -


controlado e totalmente controlado
A figura 22 mostra circuitos de retificadores trifásicos.

Figura 22: Retificador trifásico controlado.

Os retificadores trifásicos são utilizados em aplicações de médias e altas potências.


A ponte trifásica é a configuração mais difundida em função da sua simetria, modula-
ridade e do bom aproveitamento dos transformadores.
Para aplicações em altas potências, emprega-se normalmente estruturas trifásicas.
Esta escolha torna-se atraente sob as óticas do sistema de alimentação, que fornece
energia com correntes equilibradas, e do próprio conversor, onde a energia é pro-
cessada através dos diversos elementos existentes nas três fases. Adicionalmente,
pode-se aplicar aos sistemas trifásicos, efetuando-se as devidas considerações, a
mesma metodologia utilizada em sistemas monofásicos para a solução de problemas
vinculados à comutação e à estratégia de controle.
Para aplicações onde o retificador não se encontra associado a outras topologias,
a conexão entre o ponto médio do barramento CC e o neutro do sistema trifásico de
alimentação não é recomendável, a fim de eliminar problemas resultantes da circulação
de harmônicas de sequência zero, como as componentes de terceira ordem e múltiplas.

24
Entretanto, outras aplicações admitem esta conexão, a exemplo de casos onde o reti-
ficador é conectado a um inversor para utilização em sistemas de alimentação ininter-
rupta.
No sistema de controle, há necessidade de uma única malha de tensão para man-
ter a regulação do valor médio da tensão de saı́da do conversor, de acordo com o
sinal de referência de valor fixo previamente estabelecido. As amostras das tensões
em cada saı́da são obtidas através de divisores resistivos e então somadas, sendo
este resultado comparado ao valor de referência da tensão.
A corrente em cada fase do sistema de alimentação é imposta por uma malha
especı́fica de corrente. São necessárias três malhas independentes para gerar os
sinais que determinam a razão cı́clica dos sinais de comando dos seis interruptores do
conversor. Um sensor para amostrar a corrente de entrada do retificador é inserido em
cada fase, gerando o sinal a ser comparado com a respectiva referência de corrente.

Figura 23: Retificador trifásico a três nı́veis

No sistema de controle, há necessidade de uma única malha de tensão para man-
ter a regulação do valor médio da tensão de saı́da do conversor, de acordo com o
sinal de referência de valor fixo previamente estabelecido. As amostras das tensões
em cada saı́da são obtidas através de divisores resistivos e então somadas, sendo
este resultado comparado ao valor de referência da tensão.
A corrente em cada fase do sistema de alimentação é imposta por uma malha
especı́fica de corrente. São necessárias três malhas independentes para gerar os
sinais que determinam a razão cı́clica dos sinais de comando dos seis interruptores do
conversor. Um sensor para amostrar a corrente de entrada do retificador é inserido em
cada fase, gerando o sinal a ser comparado com a respectiva referência de corrente.

2.5 Retificadores hexafásicos


Retificadores hexafásicos podem ser obtidos pela associação de em série ou pa-
ralelo de dois retificadores trifásicos alimentados por CA trifásica defasadas entre si.

25
Sistemas polifásicos têm sido empregados, por muitos anos em acionamentos,
e recentemente em geração eólica. Quando considera-se sistemas de geração de
energia elétrica hexafásicos, habitualmente empregam-se sistema trifásico duplo, de-
fasados de 30 graus elétricos entre si e sem conexão de neutro.
Tipicamente, esses sistemas utilizam-se de retificadores a diodos de doze pulsos
para converter corrente alternada em corrente contı́nua, para posteriormente injetar a
potência na rede elétrica através de inversores trifásicos. Contudo, podem-se obter
melhores resultados utilizando-se retificadores ativos, uma vez que eles proporcionam
menor distorção harmônica nas correntes do gerador e uma tensão de saı́da regulada.
Observando isso, essa dissertação propõe uma topologia de retificador ativo para um
sistema hexafásico. São utilizados sistemas de referência estacionário e sı́ncrono
com o objetivo de obter os modelos dinâmicos do conversor, com isso são propostas
estratégias de controle nesses eixos de referências.
A topologia, modelo dinâmico e estratégia de controle propostos são validados por
simulação e experimentalmente para especificações de: 12 kW, 220 V de tensão de
entrada e 800 V de tensão de saı́da. Os resultados são apropriados, proporcionando
tensão de saı́da regulada, correntes com reduzido conteúdo harmônico, e consequen-
temente, alto fator de potência.

Figura 24: Retificaror Hexafásico em Ponte - Retificador de 12 Pulsos.

Apesar das vantagens da retificação de meia onda hexafásica, sobre outras es-
truturas de retificação de 6 pulsos trifásicas, sua aplicação ainda é limitada pelo fato
da corrente de carga ser dividida por apenas seis SCR’s que estão no secundário do
transformador. Dependendo da magnitude da corrente na carga, um único SCR pode
não ser capaz de conduzir sua parcela de corrente. Associar SCR’s em paralelo con-
torna o problema, mas pode-se criar outro como a distribuição desigual de corrente
entre os tiristores em paralelo.

26
Figura 25: Retificação hexafásica de meia onda ou duplo estrela.

2.6 Considerações sobre transformadores aplicados a retificado-


res de potência
Os transformadores são os elementos essenciais para o cancelamento das harmô-
nicas nos sistemas retificadores a múltiplos pulsos. Neste trabalho são demonstrados
os cálculos das potências processadas pelos enrolamentos de transformadores com
conexões delta estendido, ziguezague e polı́gono. Faz-se um comparativo entre as
três configurações e aponta-se a mais vantajosa em termos de fabricação e economia
de insumos.
O comparativo de diversas topologias de conversores CA-CC trifásicos de múltiplos
pulsos, baseados nas conexões especiais de transformadores, principalmente nas co-
nexões diferenciais de autotransformadores. Esta técnica de retificação trifásica apre-
senta as vantagens do baixo conteúdo harmônico de corrente na rede e da reduzida
potência aparente processada pelo núcleo dos autotransformadores. As conexões Y-
diferenciais e Delta-diferenciais de 12 e de 18 pulsos são generalizadas através de
expressões algébricas únicas que descreve toda a famı́lia dos conversores desta na-
tureza, para quaisquer valores de tensão de entrada e de saı́da. As saı́das das estru-
turas retificadoras são ligadas em paralelo com o uso de transformadores de interfase
que absorvem as diferenças instantâneas de tensão entre as saı́das dos retificado-
res, possibilitando assim a operação do conversor com carga única. Desta forma, a
proposta principal deste trabalho é gerar múltiplos pulsos de tensão na carga e, como
consequência, obter conversores que apresentem múltiplos pulsos na forma de onda
da corrente na rede de alimentação. Os resultados experimentais dos protótipos im-
plementados são então comparados com a análise matemática desenvolvida e com
os resultados de simulação.
Os transformadores dos retificadores não apresentam problemas de saturação
com componente contı́nua, pois as correntes através dos enrolamentos primário e
secundário são componentes alternadas com valor médio nulo.

27
3 Operação dos conversores
As aplicações de máquinas de corrente contı́nua (MCC) são bastante variadas,
incluindo, por exemplo, a tração de veı́culos elétricos e o acionamento de máquinas
operatrizes.
Em algumas aplicações, alimentadas em corrente alternada (CA), nas quais se de-
seja alterar o valor da tensão (e da corrente) eficaz da carga, é usual o emprego dos
chamados Variadores de Tensão, também designados como Gradadores (Barbi), Con-
tatores Estáticos (Labrique e Santana), Controladores (Rashid; Sen). Como aplicações
tı́picas podem-se citar, dentre outras:
• aquecimento (controle de temperatura);
• reguladores de tensão;
• controle de intensidade luminosa em lâmpadas incandescentes;
• acionamento de motores CA;
• partida suave de motores de indução;
• compensação de reativos em sistemas de potência (RCT, CCT).
Os dispositivos semicondutores de potência empregados em tais conversores são,
tipicamente, tiristores, uma vez que se pode contar com a ocorrência de comutação
natural. Em aplicações de baixa potência pode-se fazer uso de TRIAC’s, enquanto
para potência mais elevada utilizam-se 2 SCR’s em antiparalelo.

3.1 Comutação dos tiristores em corrente contı́nua


Os SCR’s (Silicon Controlled Rectifier) são dispositivos semicondutores cuja condi-
ção de sentido direto é comandável através da aplicação de um pulso de corrente ao
terminal de Porta (ou gate em inglês). A condução, uma vez iniciada se mantém,
mesmo na ausência do sinal no terminal de porta, até que a corrente que o atra-
vessa caia abaixo de um determinado valor, o qual denominamos de Corrente de
Manutenção de Condução, em inglês Holding Current (IH). Em sentido inverso, o
SCR comporta-se como um diodo normal. Os SCR’s são empregados em corrente
alternada como retificadores controlados, e quando utilizados em corrente contı́nua
comportam-se como chaves. O SCR é apenas um tipo de tiristor, mas devido ao seu
disseminado uso na indústria, muitas vezes os termos tiristor e SCR são confundidos.
Os TRIAC’s são dispositivos semicondutores comumente utilizados em comutação de
corrente alternada.
Cicloconversores são associações de retificadores controlados (como os vistos no
capı́tulo dos conversores CA-CC), de maneira que cada um dos retificadores produza,
sobre a carga, tensões com valores médios opostos, como ilustra a figura 10.25, para
o caso de entradas trifásicas e saı́da monofásica.
Aplicação tı́pica deste tipo de circuito é no acionamento de grandes motores CA
(indução ou sı́ncrono), na faixa de centenas ou milhares de kVA, em baixas velocida-
des, como ocorre em moı́nhos, por exemplo, para fabricação de cimento. Dada a alta
potência requerida, não é possı́vel utilizar transistores. Uma vez que a aplicação exige
freqüências baixas sobre a carga, torna-se possı́vel utilizar tiristores com comutação
natural.
Outra aplicação é na alimentação ferroviária em 16 e 2/3 Hz, existente em alguns
trechos de ferrovias européias. Cicloconversores, com entrada em 50Hz, tem subs-
tituı́do os conversores rotativos anteriormente usados. Ainda no setor ferroviário, há

28
locomotivas diesel-elétricas, cujos geradores (acionados por motores diesel) fornecem
uma tensão em 400Hz. Um cicloconversor reduz esta freqüência para fazer o aciona-
mento de motores de indução utilizados na tração, com freqüências até 50/60Hz.
O transformador que acopla os barramentos CC serve para, nas comutações entre
os semiciclos limitar a corrente que eventualmente circularia entre os retificadores, por
causa do atraso na comutação dos tiristores em função de se estar alimentando uma
carga com caracterı́stica indutiva. Dependendo da estratégia de comando dos conver-
sores, ou do tipo de carga alimentada, este transformador pode não ser necessário,
desde que se garanta que não ocorrerá condução simultânea dos conversores.

3.2 Fator de potência


Fator de potência é definido como a relação entre a potência ativa (P) e a potência
aparente (S) consumidas por um dispositivo ou equipamento, independentemente das
formas que as ondas de tensão e corrente apresentem, desde que sejam periódicas
(perı́odo T).
O fator de potência é dado pela relação entre a potência ativa e a potência apa-
rente. Como a carga é resistiva, a potência ativa é aquela dissipada em R, depen-
dendo, assim, do valor eficaz da tensão de saı́da.
Como a corrente da fonte é a mesma da carga, o fator de potência é simples-
mente a relação entre a tensão eficaz de saı́da e a tensão eficaz de entrada, ou seja,
apresenta exatamente o mesmo comportamento.
Uma aproximação aceitável para determinar o fator de potência do conversor como
retificador resulta de igualar as potências CC e CA. Note-se que o ângulo de disparo
α é um valor determinado, que para condições normais varia entre 10o ≤ α ≤ 18o .
A atual regulamentação brasileira do fator de potência estabelece que o mı́nimo
fator de potência (FP) das unidades consumidoras é de 0,92, com o cálculo feito por
média horária. O consumo de reativos além do permitido (0,425 varh por cada Wh)
é cobrado do consumidor. No intervalo entre 6 e 24 horas isto ocorre se a energia
reativa absorvida for indutiva e das 0 às 6 horas, se for capacitiva.
A potência ativa de entrada é dada pela média do produto da tensão (senoidal)
por todas as componentes harmônicas da corrente (não-senoidal). Esta média é nula
para todas as harmônicas exceto para a fundamental, devendo-se ponderar tal pro-
duto pelo cosseno da defasagem entre a tensão e a primeira harmônica da corrente.
Desta forma, o fator de potência é expresso como a relação entre o valor eficaz da
componente fundamental da corrente e a corrente eficaz de entrada, multiplicada pelo
cosseno da defasagem entre a tensão e a primeira harmônica da corrente.
É evidente a relação entre o FP e a distorção da corrente absorvida da linha. Neste
sentido, existem normas internacionais que regulamentam os valores máximos das
harmônicas de corrente que um dispositivo ou equipamento pode injetar na linha de
alimentação.

3.3 Inversão
De maneira genérica, inversor de frequência é um dispositivo eletrônico capaz de
variar a velocidade de giro de um motor de indução trifásico. É um dispositivo que
transforma corrente elétrica alternada fixa (corrente e tensão) em corrente elétrica
CA variável controlando a potência consumida pela carga através da variação da

29
frequência entregue pela rede. Este dispositivo possui este nome pela maneira que
ele faz esta variação de giro do motor trifásico.
Motores de indução trifásicos são altamente empregados por terem alta eficiência,
baixo custo, robustez e também pela configuração de nossos sistema distribuição de
energia, que é feita em corrente alternada (CA). Por estas caracterı́sticas o motor
trifásico é ideal em quase todo tipo de operação, largamente encontrado na indústria.
No que se diz respeito à velocidade, este motor possui velocidade constante, variando
em função de cargas a ele acopladas e na utilização de um inversor de frequência. Seu
principio de funcionamento é baseado no campo magnético girante, que surge quando
um sistema de alimentação de corrente alternada é aplicada em polos defasados entre
si 120o . Desta forma surge o campo magnético, através deste defasamento.
A velocidade de rotação do motor trifásico está ligada a velocidade proporcionada
pelo campo magnético girante, está velocidade é chamada de velocidade sı́ncrona,
em função do número de polos do motor (caracterı́stica construtiva) e em função da
frequência da rede a qual está ligado. Portanto concluı́mos que a velocidade do motor
elétrico trifásico é diretamente proporcional à frequência da rede. Matematicamente:
Velocidade sı́ncrona (Ns) em RPM é o produto de 120 vezes a frequência em Hz (f),
dividido pelo número de polos do motor (p).
Alguns retificadores, a versão semi-controlada não permite a inversão da tensão
instantânea no barramento CC. É possı́vel a colocação de um diodo de roda livre que
entra em operação quando tal tensão se anula. Na ausência do diodo, a condução se
dá pelo último tiristor acionado e pelo diodo do mesmo ramo.

3.4 Regulação
Um regulador de tensão é um dispositivo, geralmente formado por semiconduto-
res, tais como diodos e circuitos integrados, que tem por finalidade a manutenção da
tensão de saı́da de um circuito elétrico. Sua função principal é manter a tensão pro-
duzida pelo gerador dentro dos limites exigidos pela bateria ou sistema elétrico que
está alimentando. Um regulador de tensão é incapaz de gerar energia. A tensão de
entrada deve ser sempre superior à sua tensão de regulagem nominal. Dependendo
do projeto, ele pode ser usado para regular uma ou mais tensões AC ou DC.
Reguladores de tensão são encontrados em dispositivos como fontes de alimenta-
ção variadas, em alternadores automotivos e centrais de usinas elétricas, nesse último
caso o regulador de tensão é utilizado para distribuir uma tensão constante para todos
os clientes.
A regulação de tensão tem como objetivo e regra geral a avaliação da variação da
tensão, relacionando o comportamento da tensão em regime de carga e em vazio, em
relação a uma referência (normalmente a tensão em carga).
Sob o ponto de vista de aplicação, o conceito pode ser utilizado tanto em equi-
pamentos (transformadores, UPS, geradores) ou mesmo nas fontes de alimentação,
como as das distribuidoras ou concessionárias de energia. A regulação de tensão
pode ser ainda particularizada em regulação dinâmica e regulação estática, em re-
ferência direta aos regimes transitório e permanente (pela ordem).
No caso das fontes de energia de backup, como os citados geradores ou os UPSs,
o conceito de regulação dinâmica é bastante útil, pois traduz o comportamento da
tensão de saı́da dos equipamentos quando, por exemplo, se aplica um degrau de
carga conhecido e controlado (ilustrando: quando da aplicação de um degrau de carga

30
de 50% para 90% da potência nominal de um equipamento, a observação da tensão
de saı́da em cada ciclo antes da aplicação do degrau de carga até a normalização da
tensão de saı́da) informada a regulação dinâmica. As normas especı́ficas consideram,
neste caso, a necessidade de retorno da tensão em, pelo menos, 90% da tensão
nominal em alguns ciclos, entre outras exigências.

4 Inversores de frequência
A maioria dos motores encontrados nas aplicações industriais tem alimentação
trifásica. O controle da velocidade e torque desses motores diretamente a partir da
rede de energia exige recursos que a tecnologia atual pode oferecer com vantagens.
Um desses recursos é o inversor de freqüência que, além de possibilitar um controle
preciso do torque e velocidade, proporciona muitas outras vantagens como o melhor
aproveitamento da energia e o maior nı́vel de segurança. Neste artigo veremos o que
são os inversores de freqüência e como funcionam.

O que é um Inversor de Freqüência

Uma forma de se controlar com precisão torque e velocidade de um motor trifásico


quer seja a partir de uma entrada de alimentação monofásica, quer seja a partir de
uma entrada de alimentação trifásica é através de um inversor de freqüência.
Os inversores de freqüência possuem uma entrada ligada à rede de energia co-
mum de alimentação e uma saı́da que é aplicada ao dispositivo que deve ser alimen-
tado, no caso um motor trifásico.

Figura 26: Ligação do inversor de frequência.

Como o controle se faz variando a freqüência e a tensão circuitos com carac-


terı́sticas especiais devem ser usados. Esses circuitos se baseiam em configurações
complexas formadas por dispositivos semicondutores de potência, dispositivos lógicos
de controle, sistemas de proteção e de monitoramento do funcionamento.
Inversor de frequência, também chamado conversor de frequência, é um disposi-
tivo de conversão de controle de energia para converter fonte de alimentação normal
(50 ou 60 Hz) para outro poder frequência por semicondutores poder interior on/off
comportamentos, para controle de motores elétricos em operações de velocidade
variável.

Como é composto o inversor de frequência

31
O inversor de frequência é principalmente composta de retificador (AC para DC),
filtro, inversor (DC para AC), unidade de frenagem, unidade de disco, unidade de
detecção e unidade de processamento de micro etc O circuito de controle controla
o circuito principal, o circuito retificador converte a energia AC em energia DC do cir-
cuito intermediário suavizar a saı́da do circuito retificador, o circuito inversor reverter
corrente contı́nua em corrente alternada novamente. Uma unidade do inversor (CSC)
funciona através da tomada de corrente alternada (monofásico ou trifásico) e primeiro
retificando-o em DC, a DC é geralmente suavizadas com Capacitores e muitas ve-
zes um estrangulamento DC antes de ser conectado a uma rede de transistores de
potência para transformá-lo em três fases para o motor.

4.1 Transformadores de pulso e opto-acopladores


Transformador de pulso deve ser usado quando houver necessidade de isolar o
circuito de controle do circuito de potência, é utilizado o Os transformadores de pulso
são usualmente do tipo 1:1 (um secundário) ou 1:1:1 (dois secundários).
Uma aplicação importante desses dispositivos é quando se deseja disparar dois
SCR’s em antiparalelo, os transformadores de pulso transmitem pulsos de disparo
aos SCR’s e TRIAC’s. A duração necessária do pulso de disparo depende do tipo
de carga. Por exemplo, para carga indutiva, deve-se manter o pulso aplicado por um
intervalo de tempo razoável, garantindo que o SCR esteja em condução no instante
em que o pulso seja retirado.

Acoplador Ótico

Um acoplador óptico é um dispositivo que funciona por meio de um feixe de luz,


ele transmite sinal de um circuito para o outro, sem a ligação elétrica. Onde um diodo
emissor de luz do dispositivo, envia um feixe de luz para o foto diodo ou foto transistor
de um o outro dispositivo.

Transformador de Pulso e Acoplador Ótico

Quando o dispositivo recebe a luz do emissor, a resistência entre seus terminais


diminui, tornando se possı́vel ativar ou controlar o outro circuito.Uma de suas vanta-
gens e que os acopladores ópticos conseguem resistir às altas voltagens, que podem
superar a 5KV e possui uma velocidade maior de comutação. Devido a esses fatores
o dispositivo pode trabalhar com frequências bastante elevadas. Outra vantagem é
que o acoplador óptico consegue ter potencias diferente na entrada e saı́da tornando
possı́vel um circuito trabalhar com corrente continua e o outro em corrente alternada.
Em conversores que utilizam SCR’s, existem diferentes nı́veis de potência ao longo
do circuito. O circuito de potência está submetido a tensões relativamente altas (acima
de 100V ), enquanto que os circuitos de disparo ficam sujeitos a tensões baixas (12V
a 30V ). Torna-se importante uma isolação elétrica entre estes dois circuitos, de ma-
neira a proteger os circuitos e o próprio usuário. A isolação elétrica é feita através de
transformadores de pulso ou de opto-acopladores.
A isolação com opto-acopladores permite uma proteção melhor dos circuitos mas,
há um encarecimento do sistema devido a necessidade de se ter uma fonte C extra,
como mostrado na figura 5.1, onde o opto-acoplador utilizado é um foto-SCR.

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A isolação com transformadores de pulso é a mais utilizada em circuitos de disparo
para tiristores, proporcionando uma boa qualidade do pulso mas, pode servir como
caminho para ruı́dos provenientes tanto do circuito de potência, quanto do circuito de
disparo, ocasionando problemas de operação e até queima de componentes.

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5 Conclusão
A eletrônica de potência trata das aplicações de dispositivos semicondutores de
potência, como tiristores e transistores, na conversão e no controle de energia elétrica
em nı́veis altos, médios e baixos de potência, apresentando aplicações em sistemas
eletrônicos diversos, incluindo equipamentos de informática, multimı́dia, comunicações,
nas baixas potências, e sistemas industriais de manufatura e produção, nas altas
potências. Essa conversão é normalmente de AC para DC ou vice-versa, enquanto os
parâmetros controlados são tensão, corrente e frequência. Portanto, a eletrônica de
potência pode ser considerada uma tecnologia interdisciplinar que envolve três cam-
pos básicos: a potência, a eletrônica e o controle.
Podemos ver a atuação dos conversores constituı́dos de semicondutores de potência,
operando como chaves (interruptores) e por elementos passivos (capacitores e indu-
tores), que transformam uma tensão contı́nua, geralmente fixa na entrada, em outra
tensão contı́nua na saı́da, com valor diferente do valor de entrada.
Com relação aos Retificadores trifásicos de onda completa não controlado, é muito
importante para montagem de circuitos retificadores em altas potencias, pois, sua
eficiência é grande em relação aos ao de meia onda. Isso implica numa economia na
montagem de filtros.
O retificador trifásico a três nı́veis, abordando-se aspectos relacionados à concepção
e operação do mesmo com fator de potência unitário. Foi apresentado o circuito do
conversor em malha fechada, destacando-se a necessidade de três laços de corrente
e um laço de tensão para o funcionamento correto da estrutura.
Foram descritas as tensões entre a entrada e o ponto de conexão comum dos
capacitores de saı́da, o que possibilitou o desenvolvimento de expressões dos ciclos
de operação dos interruptores, constatando-se que estas são análogas ao caso do
retificador monofásico, embora devam ser observados os devidos defasamentos. As
expressões que regem os esforços de tensão e de corrente nos elementos semicon-
dutores.
A frequência da corrente injetada em cada estágio de saı́da é três vezes maior que
a frequência da tensão de alimentação, resultando em uma oscilação na tensão de
cada saı́da do retificador. Entretanto, a tensão de saı́da total possui ondulação nula,
uma vez que as ondulações em cada saı́da estão em oposição de fase.

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