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Atualização: 15/09/2004
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 1
Professora Andréa Silveira –2004
Sumário
1. Introdução ................................................................................................................................ 3
2. Contabilidade Corporativa ................................................................................................ 5
2.1 Noções Introdutórias .............................................................................................................. 5
2.2 Investimentos Permanentes.................................................................................................. 7
2.2.1 Participações Permanentes em Outras Sociedades ..................................................... 9
2.2.1.1 Tipos de Participações Permanentes ......................................................................... 10
2.2.1.2 Controle Direto ou Indireto............................................................................................ 13
2.2.1.3 Participação Recíproca ................................................................................................. 15
2.3 Critérios de Avaliação ......................................................................................................... 15
2.3.1 Método de Custo................................................................................................................ 16
2.3.1.1 O critério de avaliação................................................................................................... 17
2.3.1.2 - Dividendos...................................................................................................................... 19
2.3.1.3 Correção Monetária ....................................................................................................... 22
2.3.2 Método da Equivalência Patrimonial - MEP .................................................................. 22
2.3.2.1 Patrimônio Líquido da IDA ............................................................................................. 24
2.3.2.2 Como aplicar o MEP ...................................................................................................... 26
2.3.2.3 Quando aplicar o MEP.................................................................................................... 27
2.3.2.4 – Critérios para determinar relevância ......................................................................... 29
2.3.2.5 Critérios para determinar a Influência ................................................................... 29
2.3.2.6 Conceito de valor contábil do investimento................................................................ 30
2.3.2.7 Quando deixar de usa o MEP ....................................................................................... 32
2.4 Contabilização do MEP........................................................................................................ 32
2.4.1 Integralização de Capital .................................................................................................. 34
2.4.2 Dividendos Distribuídos .................................................................................................... 34
2.4.3 Lucro ou Prejuízo............................................................................................................... 35
2.4.4 Ajustes de Exercícios Anteriores...................................................................................... 36
2.4.5 Reservas de Capital ........................................................................................................... 37
2.4.6 Variação Cambial de Investimento no exterior .............................................................. 38
2.4.7 Variação na Porcentagem de Participação ................................................................... 39
2.4.8 Reavaliação de Bens ........................................................................................................ 42
2.4.9 Ágio ou Deságio................................................................................................................. 42
2.4.9.1 Tipo de Ágio e Deságio ................................................................................................ 44
2.4.9.2 Contabilização do Ágio e Deságio.............................................................................. 45
2.4.9.3 Amortização do Ágio/Deságio ..................................................................................... 46
2.4.10 Provisão para Perdas................................................................................................... 49
2.4.11 IDAs com Patrimônio Líquido Negativo ........................................................................ 50
2.4.12 Quando deixar de usa o MEP ........................................................................................ 51
2.5 Resultados Não Realizados ................................................................................................. 52
2.5.1 Efeitos de Resultados não Realizados............................................................................ 53
2.5.2 Como determinar os Resultados não Realizados ......................................................... 54
2.5.2.1 Lucro nos Estoques ........................................................................................................ 54
2.5.2.2 Lucro ou Prejuízo em Investimentos ............................................................................ 57
2.5.2.3 Lucro ou Prejuízo em Ativo Imobilizado ...................................................................... 59
2.6 Consolidação das Demonstrações Financeiras............................................................... 60
2.6.1 Noções Preliminares ......................................................................................................... 60
2.6.2 Objetivo da Consolidação e quem deverá fazê-la........................................................ 61
2.6.3 Controladas Não Consolidadas....................................................................................... 63
2.6.4 Técnicas de Consolidação ............................................................................................... 64
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 2
Professora Andréa Silveira –2004
1. Introdução
como foi planejado visa capacitar o aluno a: (a) identificar os tipos de participações
contabilidade financeira.
melhores pesquisas.
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 4
Professora Andréa Silveira –2004
Andréa Alves Silveira Monteiro é mestre em Ciências Contábeis com ênfase em Contabilidade
Financeira pela UERJ; Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Ciências Contábeis e
Administrativas Moraes Júnior; Graduada em Matemática pela Fefacel e é autora de várias apostilas
e artigos técnicos publicados e premiados. Sua experiência profissional desde 1985 inclui o cargo
2. Contabilidade Corporativa
pode ser definida a partir de três pontos de vista distintos: “(a) do usuário, como um
produtividade; (b) do seu objeto, como a ciência que tem capacidade de evidenciar
ponto de vista macro, como uma ciência que registra e avalia como e quão bem a
definida como toda pessoa física ou jurídica sobre a qual são geradas e mantidas
informações contábeis.
empresa que adquire quotas ou ações de outra empresa, passa a ser sua sócia ou
facilitar nossa redação, adotaremos apelidos para estes personagens. Para DORA
sem fins lucrativos. O fato de existir um grupo de empresas não significa que existe
subscrição de pelo menos duas pessoas, o artigo 251 da Lei 6.404/76 dispõe que
a empresa pode ser constituída mediante escritura pública, tendo como único
pela empresa que tenha, em favor da empresa que realizou o gasto: (a) embutido
1. Investimentos: Segundo o item III do artigo 179 da Lei 6.404/76 devem ser
foram realizadas. Por este motivo devem ser diferidos para se confrontarem no
ou recebimento.
Permanentes em Outras Empresas que, como visto, fazem parte dos Ativos
Permanentes.
determinado produto pode decidir participar em uma empresa que tenha por
serão mantidos eternamente, pois a DORA pode resolver não mais mantê-los e
base da venda.
A adquire 50% da empresa B, a DORA tem uma participação direta na IDA. Mas, se
pode-se afirmar que uma empresa controlada é quando a DORA tem 50%
mais uma das ações com direito a voto. Além da definição constante da Lei
• IDAs que estejam sob controle comum, ou seja, mediante acordo de votos,
Exemplo:
A B
51% das AO
DORA possui o controle acionário representado por mais de 50% do capital votante
restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento)
Nessa situação, se a IDA tiver seu capital formado por 2/3 de ações com
direito à voto e 1/3 de ações sem direito à voto, um investidor que tiver 50% + 1 das
ações votantes terá o controle acionário. Exemplo, suponhamos que o capital seja
de 10.000 ações, sendo 6.667 de ações com direito à voto e 3.333 de ações sem
direito à voto. Nesse caso, o investidor que detém 50% das ações mais uma da
ações com direito à voto, ou seja, com 3.334 ações, tem o controle acionário, o que
representa menos de 33,34% do capital total. Isto demonstra que mesmo empresas
que detêm menos de 50% do capital total podem ser controladoras de outras
de, no mínimo, 10% no capital da outra, mas desde que não seja uma
Exemplo:
A B
IDA.
Exemplo:
A B
(Lei 6.404/76), não existe coligada por participação indireta, o que não é o
Exemplo
A B
90%
representa 80% de seu capital votante, desta forma, a Empresa C é uma controlada
A B C
90% 80%
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 15
Professora Andréa Silveira –2004
Então:
A, havendo um inchamento do capital de ambas. A Lei no 6.404/76, por seu art. 244,
eliminação.
• Método de Custo
Outras Participações. O artigo 248 da Lei 6.404/76 determina quais os critérios que
este tipo de investimento. Já o artigo 183 da Lei 6.404/76 instrue avaliar o outros
investimentos (aqueles que não atendem ao critério para avaliação pelo MEP) pelo
compra de ações (ou quotas) de terceiros, sendo a base do custo o preço total pago.
D: Investimentos Empresa B
em empresas:
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 17
Professora Andréa Silveira –2004
Coligadas;
deverá ser constituída uma provisão para cobrir as perdas prováveis na realização
Demonstrações Financeiras;
• a provisão para perdas deve ser feita quando ao se comparar o valor patrimonial
(c) em empresas cujos projetos não são mais viáveis, ou estejam abandonados;
• de acordo com o art. 335 do Decreto 3.000 todas as provisões com perdas não
são citadas como dedutíveis para efeito de cálculos dos impostos e contribuições
Investimentos
$140.000,00
2.3.1.2 - Dividendos
c) o valor dos dividendos citados no item anterior poderá ser limitado ao valor dos LL
do período realizado, desde que a parcela a realizar seja levada à conta Reserva
de Lucros a Realizar;
serem distribuídos, este não poderá ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado na
para fazê-lo. Para tanto deverá justificar tal situação à CVM e constituir uma
não, ele pode ser ajustado para cima ou para baixo, ajustando-se a provisão.
Despesas Operacionais.
D: Disponível
através da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados (PL). Todavia, são muito raros
ou reservas já existentes na data da compra dessas ações. Neste caso, ocorre que
capital, assim já incluídas no preço pago pelas ações. Quando tais lucros ou
monetária, assim como também as provisões para perdas. Com o advento da Lei no
seus investimentos no momento em que são gerados nas IDAs, e não somente no
X0 X1 X2 X3 X4
X0 X1 X2 X3 X4
Diferenças:
Ela é decorrente do lucro apurado e não distribuído pela IDA. O mesmo ocorrerá
dessas empresas para cada exercício social. Para haver plena confiabilidade e,
Financeiras (DFs) da IDA devem ser elaboradas dentro dos critérios da Lei 6.404/76.
A data base das (DFs) da IDA deve ser o mesmo da DORA ou até 60 (sessenta)
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 25
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31/12/x3, as DFs da IDA tem que ser entre 31/10/x3 a 31/12/x3. A existência desta
(b) o período de defasagem deverá ser uniforme na série de exercícios. Caso haja
novo padrão;
(d) se uma das transações abaixo ocorrer na IDA no período de defasagem a DORA
equivalência:
• distribuição de dividendos;
• aumentos de capital;
contábeis adotados pela DORA. Isto inclui métodos de avaliação de ativos, critérios
cálculo da MEP deverá está ajustado em forma final para não produzir distorções na
base seja a vida útil estimada dos bens em face de suas características físicas e de
utilização.
aplicar o MEP, sendo (b) * (c), temos o valor atual dos investimentos, demonstrados
=(c) (d)-(a)=(e)
A será de $2.640.516.
método também é aceito pela legislação fiscal, que o estendeu também às outras
pessoas jurídicas, como consta dos artigos 384 a 391 do Regulamento do Imposto
247/96 em seu artigo 5O faz menção sobre quando aplicar o MEP. Com estas
empresas);
participação for menor que 20%) necessita ser relevante e também influente, sendo
mas não influente, não se aplica o MEP. Também se for influente, mas não
relevância é dada pelo parágrafo único do artigo 247 da Lei no 6.404/76, reproduzido
controlada, for igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimônio
controladas for igual ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do patrimônio
desde que, logicamente, atendam aos outros requisitos para aplicação do MEP.
administradores comuns;
planos de investimentos;
contábil será determinado pela soma do valor inicial do investimento, mais ou menos
ESQUEMA DE AVALIAÇÃO
Controlada
Sim MEP
Não MC
Coligadas ou Relevante
Equiparadas 10% (i) ou Sim MEP
15% (c)
Sim Participação
> 20% do PL
da IDA
Não
MEP Sim
Influência
Não
MC
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 32
Professora Andréa Silveira –2004
estas estejam operando sob severas restrições a longo prazo que prejudiquem
continuará sendo avaliado pelo MEP até a data-base considerada para a venda.
investimento deixar de ser relevante, continuará sendo avaliado pelo MEP. Essa
redução não pode ser considerada de caráter permanente e deverá ter todos os
investimento da DORA. Essa situação somente não ocorre quando o PL da IDA for
anteriores;
Social da IDA.
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 34
Professora Andréa Silveira –2004
anterior.
a) a aumento ocorrido no PL da IDA por reavaliação dos ativos que lhe deram
origem.
DÉBITO CRÉDITO
Investimentos X
a Disponível (ou Obrigações) X
IDA representa uma redução do PL que deve ser acompanhada por uma redução
Na IDA:
DÉBITO CRÉDITO
DÉBITO CRÉDITO
Dividendos a Receber X
a Investimentos X
DÉBITO CRÉDITO
Disponível X
a Dividendos a Receber X
como segue:
DÉBITO CRÉDITO
Investimentos X
a Lucro em Part. em Control./Colig. (Receita Operacional) X
DÉBITO CRÉDITO
retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser
operacional.
Histórico Valor
Valor do Patrimônio Líquido de B em 31/12/x1 100.000,00
Valor do Investimento no Balanço da empresa A em 31/12/x1 100.000,00
Erro imputável ajustado pela empresa B em X2 relativo a X1 (20.000,00)
Lucro apurado por B em X2 50.000,00
Patrimônio Líquido de B em 31/12/X2 130.000,00
Equivalência Patrimonial a ser realizada por A em 31/12/X2 30.000,00
Contabilização:
DÉBITO CRÉDITO
Investimentos 30.000
a Lucro em Part. em Control./Colig. (Receita Operacional) 30.000
nas IDAs são as doações ou subvenções recebidas para investimentos, as quais são
Operacional:
DÉBITO CRÉDITO
Investimentos X
a Lucro em Part. em Control./Colig. (Receita Operacional) X
Se a IDA receber uma doação, para a DORA é uma receita; para a IDA
não o é, pois esse aumento não decorreu de suas operações. Para a DORA é uma
receita, pois representa um ganho derivado de seu investimento. Note-se que a Lei
no 6.404/76, em seu art. 248, item III, diz que o aumento do investimento será
não são receitas. O mesmo tratamento é dado a outros recursos recebidos que não
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 38
Professora Andréa Silveira –2004
DORA deverá ajustar o Patrimônio Líquido da IDA pelos: (a) critérios contábeis
adotados pela DORA em nosso país e (b) pelos resultados não realizados .
paridade cambial utilizada deverá ser ajustado à conta de investimentos, tendo como
acionistas, pelo fato de eles não terem exercido seu direito de preferência;
operacional. Esse aspecto e forma de tratamento são previstos no item II, do art. 16
que determina que tal valor não é tributável se ganho, nem dedutível, se perda.
Exemplo: Uma Empresa A tem 1.800 ações que representam 60% do total das
capital por subscrição de novas ações, sem ágio, no valor de $1.000, e que seja
outros 40% não exerceram seu direito de preferência. Assim, o Capital da Empresa
B estaria agora com 4.000 ações, das quais 2.800 (1.800 + 1.000) pertencentes à
corresponde a:
poderia ser negativo, à medida que houvesse ágio na colocação das ações.
situação, ou seja, gerasse uma perda para a Empresa A, também seria registrada
numa conta semelhante à descrita, a crédito de Investimentos, mas não seria uma
despesa dedutível.
sem ágio ou com ágio inferior ao valor das reservas e lucros. Ocorreria ainda
quando a DORA subscrevesse tal aumento sem que outros acionistas o fizessem,
quando o preço das ações fosse com ágio superior ao valor proporcional dos lucros
conta de Investimentos, valor esse que, todavia, não deve transitar por Receita.
Essa Reserva de Reavaliação deverá ser revertida para Lucro Acumulado na DORA
DÉBITO CRÉDITO
Na reavaliação:
Investimentos X
a Reserva de Reavaliação –
Reavaliação de bens da coligada X X
Na baixa:
Reserva de Reavaliação –
Reavaliação de bens da coligada X X
a Lucros (prejuízos) Acumulados X
avaliados pela equivalência patrimonial, têm sua avaliação pela DORA como o valor
patrimonial das ações ou quotas. Contudo, não necessariamente o valor pago pela
Uma ação de uma empresa, tem três valores distintos: (a) valor nominal; (b) valor
normalmente, o valor pago não é igual ao valor nominal ou valor patrimonial. O valor
existir um valor Patrimonial para suas ações diferente do valor de emissão. Também
do valor patrimonial das ações. A diferença entre estes dois valores é chamado de
pago $15,00 por cada ação. Isto quer dizer que a empresa C pagou $2,00 de ágio
duas subcontas distintas, ou seja, o valor do investimento, avaliado pelo MEP numa
Investimentos
DÉBITO CRÉDITO
DÉBITO CRÉDITO
diferença entre valor contábil e valor de mercado ou pela diferença entre valor pago
que o ágio ou deságio deverá ser amortizado na proporção em que o ativo for sendo
bens que geraram o ágio (ou deságio), para que se amortize o valor
foram baixados, seja por venda seja por perecimento, para baixar também o saldo
forma, o controle posterior se limitaria às eventuais baixas dos bens, ocasião em que
ou deságio somente deve ser baixado quando os bens forem vendidos pela IDA, ou
baixado no período que corresponda à venda de tais estoques pela IDA, o que
DÉBITO CRÉDITO
DÉBITO CRÉDITO
ações da IDA e registrado um ágio do tipo que estamos tratando (por valor de
no que tange aos bens a que se refere o ágio e até o limite de seu saldo
empresa B tenha reavaliado o imóvel sede. Neste caso, seu Patrimônio Líquido
vez, terá que efetuar o ajuste pelo MEP do 40% de sua participação:
DÉBITO CRÉDITO
este valor como ágio. Neste caso, a empresa C deverá amortizar contabilizado:
DÉBITO CRÉDITO
ser no prazo, extensão ou proporção dos resultados projetados, ou pela baixa por
que, a CVM determina que o prazo máximo para este caso não poderá
investimento;
Demonstrações Financeiras;
acionária sobre o PL da IDA. Dessa forma, à medida que a IDA apura seu resultado,
Todavia, uma nova situação surge quando os prejuízos apurados pela controlada ou
investimento feito como perda. Não cabe, assim, registrar um ativo negativo, ou
determinação da CVM não traz prejuízos ao que já foi tratado sobre Provisão para
O item I do art. 248 da Lei das Sociedades por Ações estabelece que,
com terceiros, pois as vendas de bens de uma para outra empresa do mesmo grupo
não geram economicamente lucro, em termos de todo o grupo, a não ser quando
mercadorias a A com lucro, ocorrerá que tais mercadorias serão registradas pela
de empresas é de como se fossem uma só empresa com diversas filiais, onde não
haveria lucro nas transferências de bens. Essa situação ocorre com mais freqüência
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 53
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com o lucro nos estoques, e pode ocorrer com bens do imobilizado e com
conservadorismo;
de balanços.
preço de venda é igual ao preço de custo, não há, logicamente, lucro não realizado a
para terceiros, ou seja, não tem, na data-base do balanço, nenhum saldo daquelas
lucros nos estoques decorrentes das operações entre as sociedades. Assim, não há
Vendas 140.000
Custos das vendas (100.000)
Lucro bruto 40.000
Vendas 160.000
Custos das vendas (140.000)
Lucro bruto 20.000
Histórico A B Consolidado
Venda 160.000 140.000 300.000
Custo 140.000 100.000 240.000
Lucro Bruto 20.000 40.000 60.000
Ganho na EP 40.000
Total 60.000
estoques. Esse lucro nos estoques deverá ser eliminado, pois não representa um
lucros não realizados só existe em relação à venda de bens da IDA para a DORA e
vendido 50% dos estoques para terceiros, estando em estoque na data do Balanço a
acionária numa terceira empresa e há lucro nessa transação, tal resultado deverá
ser eliminado, pois não representa um lucro efetivo realizado com terceiros.
DÉBITO CRÉDITO
Investimento na Controlada C –
Valor da equivalência patrimonial 4.000.000
Ágio 2.000.000
a Bancos 6.000.000
DÉBITO CRÉDITO
Bancos 6.000.000
a Investimentos na Coligada C – 4.000.000
a Receita não-operacional – Lucro na venda de investimentos 2.000.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 58
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controladora e como receita do ano na controlada. Tal valor deve ser eliminado do
eliminado, pois foi transação do próprio ano, e a conta de ágio nada teve de
amortizá-lo num período de cinco anos, o valor da eliminação a cada ano seria
diferente, pois, à medida que tal ativo fosse amortizado contra o resultado, o “lucro
nos ativos” iria reduzindo-se até chegar a zero, quando não haveria mais lucros nos
NA CONTROLADORA A NA CONTROLADA B
Ágio Líquido Amortização Receita Lucros acumulados
(despesas do ano) (anos anteriores)
Em X4 2.000.000 — 2.000.000 —
Em X5 1.600.000 400.000 — 2.000.000
Em X6 1.200.000 400.000 — 2.000.000
Em X7 800.000 400.000 — 2.000.000
Em X8 400.000 400.000 — 2.000.000
Em X9 — 400.000 — 2.000.000
Em X0 — — — 2.000.000
Em X4 2.000.000
Em X5 1.600.000
Em X6 1.200.000
Em X7 800.000
Em X8 400.000
Em X9 —
esse deverá ser integralmente amortizado (pelo saldo até então contabilizado) no
momento da venda.
empresa vende bens do Ativo Imobilizado a outra empresa do conjunto com lucro ou
prejuízo
DÉBITO CRÉDITO
Bancos 10.000.000
a Terrenos 7.500.000
a Lucro na venda de bens do imobilizado 2.500.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 60
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DÉBITO CRÉDITO
seria pelo valor total do lucro não realizado de $ 2.500.000. Por exemplo, se A
Valores, é usualmente adotado pelas empresas. Somente por meio dessa técnica
atividades econômicas que, muitas vezes, são complementares umas das outras. É
a) companhias abertas (art. 249) que tiverem mais de 30% de seu patrimônio líquido
saldos líquidos também dos deságios e provisões para perdas permanentes, saldos
b) nova forma de eliminação dos Lucros Não Realizados, atribuídos estes lucros
exclusivamente à controladora;
b) cuja venda por parte da DORA, em futuro próximo, tenha efetiva e clara
Empresa A 1.000
Empresa B 800
Empresa C 300
$ 2.100
das três empresas, que é $ 2.100. O mesmo seria feito para as demais contas do
data, e que uma ou mais de suas controlada encerrem seus balanços em datas
controlada em seu próprio exercício social. A respeito desse problema, a Lei das
Sociedades por Ações (art. 250, § 4o) determina que: “as sociedades controladas,
cujo exercício social termine mais de sessenta dias antes da data do encerramento
controlada deve ser idêntico ao da controladora, admitindo outro período nos casos
permissão para incluir controladas com base em datas diferentes é aceitável, mas
controladora e suas IDAs como se o grupo fosse uma única empresa, leva à
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 67
Professora Andréa Silveira –2004
moeda nacional.
O art. 250 da Lei das SAs (Lei no 6.404/76), estabelece que serão
DÉBITO CRÉDITO
Capital social $
Reservas de capital das controladas $
Reservas de lucros $
Lucros acumulados $
a Investimentos da controladora $
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 69
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prestou serviços a outra empresa do grupo. Logicamente, essa outra empresa terá
eliminação será:
DÉBITO CRÉDITO
Fornecedores (Empresa A) $
a Clientes (Empresa B) $
DÉBITO CRÉDITO
é que a CVM não permite a eliminação do prejuízo não realizado, apesar de a Lei no
que diz respeito ao princípio do conservadorismo, uma vez que os prejuízos não
a) juros cobrados;
da consolidação;
eletronicamente;
As Lojas Inglesas S.A, cujas ações são negociadas na bolsa de valores, têm 80% da
participação acionária das Lojas Monte Claro S.A. Ambas empresas, apresentaram
as demonstrações abaixo:
ATIVO Passivo
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Caixa 55.000 Fornecedores 90.000
Clientes 115.000 Obrigações Tributárias 60.000
Estoques 160.000 Contas a Pagar 120.000
Títulos e Valores Mobiliários 140.000
Despesas Antecipadas 10.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Capital Social 500.000
Valores a Receber das Lojas Monte Claro 45.000 Reserva de Capital 250.000
ATIVO PERMANENTE Reserva de Lucros 50.000
INVESTIMENTOS Lucros Acumulados 80.000
Participações nas Lojas Monte Claro 400.000 Lucro Líquido de 20x2 320.000
ATIVO IMOBILIZADO
Terrenos 125.000
Edifícios 230.000
Máquinas 190.000
TOTAL 1.470.000 1.470.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 73
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Contas Valores
Receitas Operacionais 540.000
Custo das Vendas (140.000)
Lucro Bruto 400.000
Despesas Operacionais (80.000)
Receita de Equivalência Patrimonial 120.000
Lucro Operacional 440.000
Contribuição Social (35.000)
Lucro antes do Imposto de Renda 405.000
Imposto de Renda (85.000)
Lucro Líquido 320.000
ATIVO Passivo
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Caixa 30.000 Fornecedores 55.000
Clientes 90.000 Obrigações Tributárias 45.000
Estoques 85.000 Contas a Pagar 70.000
ATIVO PERMANENTE PASSIVO EX. LONGO PRAZO
IMOBILIZADO Valores a Pagar a Lojas Inglesas 45.000
Terrenos 135.000
Edifícios 160.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Móveis e Utensílios 130.000 Capital Social 300.000
Veículos 85.000 Reserva de Capital 50.000
Lucro Líquido de 20x2 150.000
TOTAL 715.000 TOTAL 715.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 74
Professora Andréa Silveira –2004
Contas Valores
Receitas Operacionais 390.000
Custo das Vendas (90.000)
Lucro Bruto 300.000
Despesas Operacionais (60.000)
Lucro Operacional 240.000
Contribuição Social (25.000)
Lucro antes do Imposto de Renda 215.000
Imposto de Renda (65.000)
Lucro Líquido 150.000
Papel de Trabalho 1
Papel de Trabalho 2
Papel de Trabalho 3
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
01/01/X2 a 31/12/x2
Ajustes Saldo
Controladora Controlada D C Consolidado
Receitas Operacionais 540.000 390.000 930.000
Custo das Vendas (140.000) (90.000) (230.000)
Lucro Bruto 400.000 300.000 700.000
Despesas Operacionais (80.000) (60.000) (140.000)
Receita de Equivalência Patrimonial 120.000 0 120.000 0 0
Lucro Operacional 440.000 240.000 560.000
Contribuição Social (35.000) (25.000) (60.000)
Lucro Antes do IR 405.000 215.000 500.000
Imposto de Renda (85.000) (65.000) (150.000)
Lucro Líquido 320.000 150.000 350.000
Participação Minoritária 0 0 30.000 0 (30.000)
Lucro Consolidado 320.000 150.000 150.000 0 320.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 76
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Papel de Trabalho 4
1 - Saldos Intercompanhias
1 1 Valores a Receber de Monte Claro 45.000
1 2 Valores a Pagar as Lojas Inglesas 45.000
45.000 45.000
2 - Investimentos - 80%
2 1 Investimentos 400.000
2 3 Capital Social (300 * 80%) 240.000
2 3 Reserva de Capital (50*80%) 40.000
2 4 Receita de Equivalência Patrimonial 120.000
400.000 400.000
3 - Participações Minoritárias - 20%
3 3 Capital Social (300 * 20%) 60.000
3 3 Reserva de Capital (50*20%) 10.000
3 4 Participação Minoritária (DRE) 30.000
3 3 Participação Minoritária (BP) 100.000
100.000 100.000
TOTAL GERAL 545.000 545.000
Comentário sobre o PT 4
etc.
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 77
Professora Andréa Silveira –2004
consolidados;
Resultados do Exercício;
consolidados.
e, por outro lado, como despesas em outra empresa do conjunto, e não representam
2.6.8.2 Dividendos
que foi feita pela sociedade que distribui os dividendos. Essa hipótese praticamente
sociedade.
Resultado do Exercício:
DÉBITO CRÉDITO
vendas de $ 160.000 foram feitas pela controladora A com terceiros e o custo das
sendo a simples soma do lucro da A com a B, pois não remanesceu lucro nos
lucro nos estoques. Esse lucro nos estoques deverá ser eliminado, pois não
O critério adotado pela Lei das Sociedades por Ações e pela CVM para
realizados, pois:
permanente) por seu valor total, mesmo que a controlada tenha acionistas
vendas foram para terceiros ou se foram para outra empresa do grupo. Pelo
equivalência patrimonial.
porém, aceitável somente quando for pequena a diferença de tempo, de sorte que
§ 4o do art. 250 da Lei das Sociedades por Ações e o art. 24 da Instrução CVM no
247/96 permitem uma defasagem de até dois meses, mas sempre antes da data do
diversas sociedades e, não raro, são necessárias certas técnicas que tornam a
seu Balanço em 31-12 e sua controlada B o faz em 30-11, pode ter ocorrido uma
seu ativo, o lucro de seu patrimônio líquido e fazer voltar o produto a seu estoque.
3 Cases e Exercícios
OT – Outros
a) Empresa Controlada
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
b) Empresa Coligada
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 86
Professora Andréa Silveira –2004
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
d) Outras
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
e) Controle Indireto
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
ações. Pergunta-se:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 87
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Exercício 4: A Holding S.A adquiriu em 1/1/x1, 11% das ações do capital social
Histórico Valor $
Saldo em 01/01/X1 10.000
Lucro apurado em X1 2.000
Dividendos declarados em 31/12/X1 e pagos em 5/5/X2 (2.500)
Saldos em 31/12/X1 9.500
Prejuízo apurado em 19X2 (300)
Saldo em 31/12/X2 9.200
Holding S/A para os exercícios sociais de X1 e X2, pelo Método de Custo e pelo
Ano de XI Ano X2
Método de Custo
Diferença Apurada
X0 X1 X2 X3 X4
Lucro/Prejuízo (20.000) 30.000 45.000 40.000 52.000
Dividendos Distribuídos (80% a cada ano)
Integralização(100.000 ações) 200.000 30.000
Aumento de Capital (10.000 ações)
Com base nos dados acima, preencha a tabela abaixo e determine qual o
X0 X1 X2 X3 X4
Método de custo
No ano
Acumulada
Método de custo
Método da equivalência
Diferença percentual
seguintes investimentos:
indique e justifique quais os investimentos que deverão ser avaliados pelo Método
da Equivalência Patrimonial.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Exercício 7:
Investimentos em 31/12/X3
Contabilização
Outras informações:
1. Para a apuração dos resultados de 20x2, das empresas, falta ainda apenas a
Exercício 9: A Cia Petros adquiriu em 01/01/X1 70% das ações do capital social
Histórico Valor
Valor do PL em 1/01/X1 200.000
Lucro apurado em X1 40.000
Dividendos Propostos (12.000)
Prejuízo apurado em X2 (10.000)
Informações Adicionais:
Up de 1,6 sobre seu custo. Ao final do exercício de X2, a empresa Alfa havia
Ficou ainda acordado que a empresa Monte Azul S/A, indicaria a diretoria
RESPOSTA:
Valor do Investimento :
IDAC
Data 31/12/20x2
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
4 Bibliografia recomendada