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CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Câmara de Pesquisa e Desenvolvimento Profissional


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EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL E CONSOLIDAÇÃO


DE BALANÇO
Andréa Silveira
Andréa.Silveira@ig.com.br

Atualização: 15/09/2004
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 1
Professora Andréa Silveira –2004

Sumário

1. Introdução ................................................................................................................................ 3
2. Contabilidade Corporativa ................................................................................................ 5
2.1 Noções Introdutórias .............................................................................................................. 5
2.2 Investimentos Permanentes.................................................................................................. 7
2.2.1 Participações Permanentes em Outras Sociedades ..................................................... 9
2.2.1.1 Tipos de Participações Permanentes ......................................................................... 10
2.2.1.2 Controle Direto ou Indireto............................................................................................ 13
2.2.1.3 Participação Recíproca ................................................................................................. 15
2.3 Critérios de Avaliação ......................................................................................................... 15
2.3.1 Método de Custo................................................................................................................ 16
2.3.1.1 O critério de avaliação................................................................................................... 17
2.3.1.2 - Dividendos...................................................................................................................... 19
2.3.1.3 Correção Monetária ....................................................................................................... 22
2.3.2 Método da Equivalência Patrimonial - MEP .................................................................. 22
2.3.2.1 Patrimônio Líquido da IDA ............................................................................................. 24
2.3.2.2 Como aplicar o MEP ...................................................................................................... 26
2.3.2.3 Quando aplicar o MEP.................................................................................................... 27
2.3.2.4 – Critérios para determinar relevância ......................................................................... 29
2.3.2.5 Critérios para determinar a Influência ................................................................... 29
2.3.2.6 Conceito de valor contábil do investimento................................................................ 30
2.3.2.7 Quando deixar de usa o MEP ....................................................................................... 32
2.4 Contabilização do MEP........................................................................................................ 32
2.4.1 Integralização de Capital .................................................................................................. 34
2.4.2 Dividendos Distribuídos .................................................................................................... 34
2.4.3 Lucro ou Prejuízo............................................................................................................... 35
2.4.4 Ajustes de Exercícios Anteriores...................................................................................... 36
2.4.5 Reservas de Capital ........................................................................................................... 37
2.4.6 Variação Cambial de Investimento no exterior .............................................................. 38
2.4.7 Variação na Porcentagem de Participação ................................................................... 39
2.4.8 Reavaliação de Bens ........................................................................................................ 42
2.4.9 Ágio ou Deságio................................................................................................................. 42
2.4.9.1 Tipo de Ágio e Deságio ................................................................................................ 44
2.4.9.2 Contabilização do Ágio e Deságio.............................................................................. 45
2.4.9.3 Amortização do Ágio/Deságio ..................................................................................... 46
2.4.10 Provisão para Perdas................................................................................................... 49
2.4.11 IDAs com Patrimônio Líquido Negativo ........................................................................ 50
2.4.12 Quando deixar de usa o MEP ........................................................................................ 51
2.5 Resultados Não Realizados ................................................................................................. 52
2.5.1 Efeitos de Resultados não Realizados............................................................................ 53
2.5.2 Como determinar os Resultados não Realizados ......................................................... 54
2.5.2.1 Lucro nos Estoques ........................................................................................................ 54
2.5.2.2 Lucro ou Prejuízo em Investimentos ............................................................................ 57
2.5.2.3 Lucro ou Prejuízo em Ativo Imobilizado ...................................................................... 59
2.6 Consolidação das Demonstrações Financeiras............................................................... 60
2.6.1 Noções Preliminares ......................................................................................................... 60
2.6.2 Objetivo da Consolidação e quem deverá fazê-la........................................................ 61
2.6.3 Controladas Não Consolidadas....................................................................................... 63
2.6.4 Técnicas de Consolidação ............................................................................................... 64
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 2
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2.6.4.1 Diferença na data de encerramento do Exercício..................................................... 65


2.6.4.2 Uniformidade de Critérios Contábeis entre as Empresas Consolidadas .............. 66
2.6.5 Eliminações de Consolidação.......................................................................................... 67
2.6.5.1 Participações em Outras Sociedades ................................................................... 68
2.6.5.2 Saldos de operações intercompanhias ................................................................. 69
2.6.5.3 Resultados Não Realizados.................................................................................... 69
2.6.7 Controle das Transações entre as Empresas do Grupo............................................. 70
2.6.7.1 Papéis de Trabalho ........................................................................................................ 71
2.6.8 Lucros nas transações entre empresas dos grupo ...................................................... 78
2.6.8.1 Juros, comissões e outras receitas intercompanhias................................................ 78
2.6.8.2 Dividendos ........................................................................................................................ 79
2.6.8.3 Lucros nos Estoques ...................................................................................................... 79
2.6.9 Diferenças entre o Lucro pela MEP e o Lucro Consolidado...................................... 81
2.6.10 Consolidação na Existência de Defasagem nas Datas dos Balanços ................... 82
3 Cases e Exercícios .................................................................................................................. 84
4 Bibliografia recomendada ...................................................................................................... 101
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 3
Professora Andréa Silveira –2004

1. Introdução

Este trabalho tem como objetivo o apoio pedagógico ao curso Método

de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços. O treinamento tal

como foi planejado visa capacitar o aluno a: (a) identificar os tipos de participações

permanentes; (b) reconhecer quando há necessidade da aplicação do Método da

Equivalência Patrimonial; (c) determinar o valor a ser registrado; (d) contabilizar as

transações envolvidas; (e) determinar o valor e contabilizar o montante relativo a

ágio ou deságio na aquisição de investimentos; (f) determinar o valor e contabilizar

os resultados não realizados e (f) elaborar a consolidação dos Balanços Patrimoniais

e das Demonstrações do Resultado do Exercício.

Baseando-se em exercícios práticos, na discussão sobre pontos

teóricos importantes e principalmente no arcabouço legal existente como a Lei

6.404/76, a Lei 10.303/01, a Instrução Normativa CVM 247 e o Decreto 3.000/99

(IRPJ), pretendemos transmitir ao grupo participante informações essenciais para a

atuação dos profissionais de contabilidade neste segmento importante da

contabilidade financeira.

Não pretendemos esgotar um assunto tão interessante e vasto como ê

a Equivalência Patrimonial e a Consolidação das Demonstrações Financeiras.

Apenas, dado a sua relevância na sobrevivência das organizações, queremos deixar

um ensaio de um roteiro e uma bibliografia que sirvam para fomentar maiores e

melhores pesquisas.
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 4
Professora Andréa Silveira –2004

O assunto é extremamente motivador para se estudar e aprofundar.

Este é um tímido e inacabado início para os participantes, mas, um sincero apoio de

continuidade às investigações científicas.

Curriculum resumido do professor

Andréa Alves Silveira Monteiro é mestre em Ciências Contábeis com ênfase em Contabilidade

Financeira pela UERJ; Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade de Ciências Contábeis e

Administrativas Moraes Júnior; Graduada em Matemática pela Fefacel e é autora de várias apostilas

e artigos técnicos publicados e premiados. Sua experiência profissional desde 1985 inclui o cargo

de auditor independente, de contadora e de diretora financeira. Atualmente é consultora

independente em logística para informação contábil-financeira, é professora da Universidade Cândido

Mendes, coordenadora do Curso de Ciências Contábeis das Faculdades Integradas de Jacarepaguá,

Professora convidada da Fundação Getúlio Vargas, Presidente do Comitê de Fomento à Profissão

Contábil e docente do corpo de instrutoria do CRC-RJ.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 5
Professora Andréa Silveira –2004

2. Contabilidade Corporativa

2.1 Noções Introdutórias

A contabilidade é uma ciência, do ramo das ciências sociais, e que

pode ser definida a partir de três pontos de vista distintos: “(a) do usuário, como um

sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com

demonstrações e análises de natureza financeira, econômica, física e de

produtividade; (b) do seu objeto, como a ciência que tem capacidade de evidenciar

as variações quantitativas e qualitativas do patrimônio de uma entidade e (c) do

ponto de vista macro, como uma ciência que registra e avalia como e quão bem a

entidade utilizou os recursos a ela confiados. ” (Iudícibus e Marion, 2001, p.43).

Independente do ponto de vista, a entidade é o foco da contabilidade e pode ser

definida como toda pessoa física ou jurídica sobre a qual são geradas e mantidas

informações contábeis.

A estrutura informacional da contabilidade é direcionada para diversas

áreas de conhecimento. Neste curso, estudaremos a Contabilidade Corporativa

que tem por objetivo examinar as metodologias de avaliação e evidenciação para

entidades ligadas entre si e que formam grupos de sociedades.

Empresas corporativas podem ser definidas como pessoas jurídicas

ligadas entre si através de participações societárias de uma empresa em outra.

Estas participações são reconhecidas pela contabilidade como INVESTIMENTOS. A


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 6
Professora Andréa Silveira –2004

empresa que adquire quotas ou ações de outra empresa, passa a ser sua sócia ou

acionista e é chamada de INVESTIDORA. Já a empresa que vende parte ou o total

de suas quotas ou ações para outra empresa é denominada INVESTIDA. Para

facilitar nossa redação, adotaremos apelidos para estes personagens. Para DORA

usaremos a expressão DORA e para IDA, IDA.

A Teoria da Contabilidade sustenta a autonomia patrimonial, julgando

necessária a diferenciação de um patrimônio particular no universo dos outros

patrimônios existentes, independente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de

pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou

sem fins lucrativos. O fato de existir um grupo de empresas não significa que existe

uma nova entidade (Princípio da Entidade).

A formação de grupos empresariais pode ocorrer como:

1. Subsidiária – Empresa controlada por outra que detém o controle total;

2. Subsidiária Integral – Embora a constituição da empresa dependa de

subscrição de pelo menos duas pessoas, o artigo 251 da Lei 6.404/76 dispõe que

a empresa pode ser constituída mediante escritura pública, tendo como único

acionista uma sociedade brasileira. A sociedade assim constituída é chamada de

subsidiária integral, embora com personalidade jurídica absolutamente distinta da

sociedade acionista. Ainda a Lei 6.404/76 determina que poderá haver a

conversão de uma companhia em uma subsidiária integral através da aquisição

de todas as ações de uma empresa (subsidiária integral) por outra (controladora),

exigindo, portanto, que haja prévia aprovação da assembléia geral de ambas as

sociedades (artigo 252);


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3. Agência – Estabelecimento que se encarrega de tratar de negócios por conta da

matriz, mediante certa remuneração. Normalmente, presta serviços para a

matriz, que se responsabiliza econômica e financeiramente pela agência;

4. Filial – Estabelecimento que dependente de outro ou da sede de outro;

5. Sucursal – Estabelecimento que depende de outro estabelecimento que é

matriz. Normalmente, mantém estoques de mercadorias e tem maior liberdade

administrativa que uma agência. Diferencia-se da condição de filial por não

manter atividades aberta ao público.

6. Escritório de Representação - Estabelecimento que depende de outro

estabelecimento que é matriz. Neste caso, são destinados exclusivamente para

as atividades comerciais da organização.

2.2 Investimentos Permanentes

A contabilidade define como INVESTIMENTOS todo gasto realizado

pela empresa que tenha, em favor da empresa que realizou o gasto: (a) embutido

benefícios futuros, (b) resguardado a propriedade ou posse e (c) sido resultado de

transações ou eventos presentes ou passados.

Os investimentos podem ser classificados quanto à intenção de

realização como circulantes e não circulantes. Os Investimentos Circulantes são,

por sua vez, divididos em Operacionais e Financeiros e os Investimentos Não

Circulantes, como Realizáveis a Longo Prazo e Permanentes. Este último,

representa os investimentos dos quais a empresa não tem intenção de venda.


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Os Investimentos Permanentes são subdivididos em três grupos:

1. Investimentos: Segundo o item III do artigo 179 da Lei 6.404/76 devem ser

classificados neste grupo “as participações permanentes em outras sociedades e

os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não

se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa”. Contudo,

apesar de não haver a citação da lei, também se classificam neste grupo os

gastos na aquisição de bens (tangíveis ou intangíveis, móveis ou imóveis) cuja a

aplicação destes não seja destinada à manutenção das atividades da empresa e

que a empresa não tenha intenção de venda. Normalmente, são mantidos

permanentemente na empresa por gerarem benefícios para a empresa por um

longo período de tempo como exemplos a receita de aluguel de imóveis e a

valorização de obras de arte. Quanto as Participações permanentes em outras

sociedades, figuram neste grupo aquelas aquisições de ações/quotas de outras

companhias que a empresa não tem interesse em vender estas participações.

Normalmente, estas aquisições ocorrem por dois motivos: pela necessidade de

diversificar riscos de capital ou para extensão de determinadas atividades da

própria empresa que adquiriu as ações/quotas.

1. Imobilizado: Compreende gastos na aquisição de bens (tangíveis ou

intangíveis, móveis ou imóveis) e direitos cuja a aplicação destes sejam

destinadas exclusivamente à manutenção da atividade principal da empresa ou

exercidos com essa finalidade.

2. Diferido: Compreende gastos de consumo (despesas) que, apesar de o fato

gerador ter ocorrido as receitas correlacionadas a estas despesas ainda não

foram realizadas. Por este motivo devem ser diferidos para se confrontarem no

momento em que ambas (despesas e receitas) ocorrerem. Isto se explica pelo


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 9
Professora Andréa Silveira –2004

fato de que, de acordo com o Princípio da Competência (ou o Princípio da

Confrontadação das Despesas com as Receitas), as receitas e despesas devem

ser incluídas na apuração do resultado do exercício em que ocorrerem, sempre

simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente do pagamento

ou recebimento.

A contabilidade refere-se a todos estes investimentos como ATIVOS e,

exclusivamente sobre o grupo de contas mencionado no parágrafo anterior, como

ATIVOS PERMANENTES. Neste curso, teremos como foco as Participações

Permanentes em Outras Empresas que, como visto, fazem parte dos Ativos

Permanentes.

2.2.1 Participações Permanentes em Outras Sociedades

Participações Permanentes em Outras Sociedades são os

investimentos em outras empresas, na forma de ações ou de quotas. Incluem-se

somente aqueles investimentos em outras sociedades que tenham a característica

de aplicação de capital, não de forma temporária ou especulativa, mas, com efetiva

intenção de usufruir dos rendimentos proporcionados por esses investimentos.

O normal é que tais aplicações de capital em outras sociedades sejam

de natureza voluntária, representando uma espécie de extensão da atividade

econômica da própria empresa. Por exemplo, uma empresa que produz

determinado produto pode decidir participar em uma empresa que tenha por

finalidade a distribuição destes produtos ao consumidor final. Este é o caso da

Petrobrás e da BR Distribuidora. Outros exemplos são investimentos realizados

para diversificação do risco, através da pulverização das atividades econômicas. De


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 10
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qualquer forma, representam tais investimentos uma ampliação voluntária da

atividade econômica, que é realizada por meio da constituição ou aquisição de outra

empresa, em vez de se efetuar a ampliação da própria DORA.

Estes aspectos dão a estes tipos de investimentos valores muito

significativos e, conseqüentemente, retorno e benefícios futuros esperados. Daí, a

característica de permanência destes investimentos. Logicamente, não significa que

serão mantidos eternamente, pois a DORA pode resolver não mais mantê-los e

decidir vendê-los. Contudo, na ocorrência de decisão de alienação de tais

investimentos, os mesmos deverão ser mantidos no Ativo Permanente até a data

base da venda.

2.2.1.1 Tipos de Participações Permanentes

O artigo 243 da Lei 6.404/76 estabelece, em seus parágrafos 1o e 2o

que existem dois tipos de investimentos: Controladas e Coligadas. A CVM

(Comissão de Valores Mobiliários) introduziu, através do Parágrafo Ùnico do artigo

2O da IN 247/96, o conceito de Equiparadas à Coligadas. Há ainda um quarto caso

possível, quando a IDA não é uma Controlada, Coligada ou Equiparada à Coligada.

Este investimento permanente pode ser chamado de “Outras Participações”.

Uma participação pode ser direta ou indireta. Exemplo: se a empresa

A adquire 50% da empresa B, a DORA tem uma participação direta na IDA. Mas, se

a empresa B adquire 80% da empresa C, a empresa A passa, por consequência, a

ter, indiretamente, 40% (50% de 80%) da empresa C. A empresa A passa a ter

participação indireta em C. Este assunto será mais exemplificado adiante.

Vejamos a definição dos quatro tipos de investimentos permanentes:


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a) Controlada: São investimentos que atribuem a DORA, direta ou indiretamente,

direitos permanentes de deliberar sobre questões sociais e o poder de eleger a

maioria dos administradores. Esses direitos são conferidos às ações com

direito a voto, ou seja, às ações ordinárias e, em casos especiais, a certos tipos

de ações preferenciais, quando assim definido no estatuto da empresa. Então,

pode-se afirmar que uma empresa controlada é quando a DORA tem 50%

mais uma das ações com direito a voto. Além da definição constante da Lei

no 6.404/76, a CVM, através do artigo 3O da IN 247/96, inclui mais duas

definições de sociedades controladas:

• a filial, agência, sucursal, dependência ou escritório de representação no

exterior, sempre que os respectivos ativos e passivos, por determinação de

normatização específica, não estejam incluídos na contabilidade da DORA;

• IDAs que estejam sob controle comum, ou seja, mediante acordo de votos,

independentemente de seu percentual de participação no capital votante.

Exemplo:
A B

51% das AO

A preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a

maioria dos administradores de modo permanente ocorrem quando a empresa

DORA possui o controle acionário representado por mais de 50% do capital votante

da outra sociedade. O capital votante é formado por ações ordinárias. Contudo,

conforme o artigo 18 da Lei 6.404/76, podem existir classes de ações preferenciais

que assegurem a seu titular o direito de eleger, em votação em separado, um ou

mais membros dos órgãos de administração. O estatuto ainda pode subordinar as


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alterações estatutárias que especificar à aprovação, em assembléia especial dos

titulares de uma ou mais classes de ações preferenciais.

Segundo o parágrafo 2o do artigo 14 da Lei 6.404/76 (alterado pela Lei

10.303/01) “o número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a

restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinqüenta por cento)

do total das ações emitidas.”

Nessa situação, se a IDA tiver seu capital formado por 2/3 de ações com

direito à voto e 1/3 de ações sem direito à voto, um investidor que tiver 50% + 1 das

ações votantes terá o controle acionário. Exemplo, suponhamos que o capital seja

de 10.000 ações, sendo 6.667 de ações com direito à voto e 3.333 de ações sem

direito à voto. Nesse caso, o investidor que detém 50% das ações mais uma da

ações com direito à voto, ou seja, com 3.334 ações, tem o controle acionário, o que

representa menos de 33,34% do capital total. Isto demonstra que mesmo empresas

que detêm menos de 50% do capital total podem ser controladoras de outras

empresas. Ainda segundo o artigo 116 da Lei 6.404, o controlador (investidor em

uma controlada) pode ser a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas

vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum.

b) Coligada: Uma empresa é coligada de outra sempre que tenha participação

de, no mínimo, 10% no capital da outra, mas desde que não seja uma

participação acionária grande a ponto de controlá-la. Cabe ainda notar que a

menção da lei é genérica em termos da participação, abrangendo as

sociedades em sua totalidade, podendo, portanto, ser a IDA uma sociedade

constituída por ações ou por quotas. Também a lei é omissa sobre as

participações indiretas, concluindo-se que as empresas são coligadas

somente por participações diretas.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 13
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Exemplo:
A B

= ou + de 10% do Capital Total

c) Equiparadas à Coligadas: a Instrução Normativa no 247/96 da CVM, introduz

o conceito de sociedade “Equiparada à Coligada”, a qual estende todas as

disposições definidas para as coligadas. Equipara-se à coligada a sociedade

que participa, direta ou indiretamente com 10% ou mais do capital votante da

IDA, sem controlá-la, independentemente da participação no capital total da

IDA.

Exemplo:
A B

= ou + de 10% das Ações Ordinárias

d) Outras Participações: Participações menores que 10% do capital total da

IDA e que não se classifique em nenhum caso anterior.

Em decorrência do abordado, podemos resumir os investimentos em

quatro tipos distintos de participações, como segue:

TIPO DE PARTICIPAÇÃO CARACTERÍSTICA DE PARTICIPAÇÃO NO CAPITAL

Controladas Maior que 50% do Capital Votante (Direta ou Indireta)

Coligadas Igual ou maior que 10% do Capital Total

Equiparadas Igual ou maior que 10% do Capital Votante (Direta ou Indireta)

Outras Menor que 10% do Capital Total.

2.2.1.2 Controle Direto ou Indireto

Como já mencionado, a DORA pode ter uma participação direta ou

indireta em uma empresa. É importante destacar que para a legislação societária


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 14
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(Lei 6.404/76), não existe coligada por participação indireta, o que não é o

entendimento da CVM. A Comissão de Valores Mobiliários, através da Instrução

Normativa 247/96, item (a) do parágrafo único do Artigo 2O prevê a figura da

empresa Equiparada à Coligada, quando a participação indireta no capital votante

for maior ou igual a 10% (sem a existência de controle). Vejamos os seguintes

exemplos de controle indiretos:

Exemplo

Suponha que a Empresa A tenha 90% das ações de uma Empresa B,

Assim, a Empresa A é controladora da Empresa B diretamente:

A B

90%

A Empresa B, por sua vez, tem um investimento numa Empresa C que

representa 80% de seu capital votante, desta forma, a Empresa C é uma controlada

da Empresa B e a empresa A tem indiretamente 72% de C (90% de 80%). Contudo,

a empresa A também tem os 20% restantes do capital votante da empresa C.

Desta forma, a empresa A tem então: (72% + 20%) = 92% de C.

A B C

90% 80%
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 15
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Então:

A tem o controle direto de B

A tem o controle indireto de C

B tem o controle direto de C

2.2.1.3 Participação Recíproca

Participação recíproca (capital cruzado) seria o caso de uma Empresa

A participar em uma Empresa B, e esta Empresa B também participar na Empresa

A, havendo um inchamento do capital de ambas. A Lei no 6.404/76, por seu art. 244,

vedou expressamente a participação recíproca entre a companhia e suas coligadas

e controladas. Todavia, é possível que isso ocorra temporariamente em virtude de

fusão ou incorporação, havendo o prazo de um ano, após sua ocorrência, para a

eliminação.

2.3 Critérios de Avaliação

A Lei no 6.404/76 através do seu artigo 183 introduziu critérios

contábeis de avaliação dos investimentos permanentes que pudessem refletir o valor

destes Ativos. Também a IN 247/96, acatando a definição legal e sustentando-se

pelos Princípios Fundamentais de Contabilidade, deu orientação sobre o assunto.

Passaram a existir dois métodos de avaliação de Investimentos Permanentes:

• Método de Custo

• Método da Equivalência Patrimonial – MEP


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 16
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Como vimos, podemos segregar em quatro os tipos de investimentos

permanentes: (a) Controladas, (b) Coligadas (c) Equiparadas à Coligadas e (d)

Outras Participações. O artigo 248 da Lei 6.404/76 determina quais os critérios que

deverão ser atendidos para se avaliar os investimentos em Controladas e Coligadas

pelo Método da Equivalência Patrimonial. A Instrução Normativa 247/96 da CVM

cria o conceito de Equiparadas à Coligadas e orienta adotar aquele método para

este tipo de investimento. Já o artigo 183 da Lei 6.404/76 instrue avaliar o outros

investimentos (aqueles que não atendem ao critério para avaliação pelo MEP) pelo

Método do Custo. Vejamos as orientações sobre o Método de Custo.

2.3.1 Método de Custo

Por esse método, os investimentos são registrados pelo custo de

aquisição, deduzido de provisão para perdas. O custo de aquisição é o valor

efetivamente despendido na transação por subscrição de capital ou ainda pela

compra de ações (ou quotas) de terceiros, sendo a base do custo o preço total pago.

O Registro contábil é simples, vejamos um exemplo:

A empresa A adquiriu ações de uma companhia telefônica B no valor

de R$200.000,00, sendo este pagamento efetuado através de depósito em conta

corrente. O registro contábil será:

D: Investimentos Empresa B

C: Conta Corrente Banco X ................................... R$200.000,00

De modo geral, são avaliados pelo custo os seguintes investimentos

em empresas:
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 17
Professora Andréa Silveira –2004

• Não consideradas Controladas, Coligadas ou Equiparadas a

Coligadas;

• Controladas, Coligadas ou Equiparadas a Coligadas não

relevantes. (O conceito de relevante será tratado mais adiante).

2.3.1.1 O critério de avaliação

Como visto, o custo de aquisição é o valor efetivamente despendido na

aquisição do investimento. Segundo o item III do artigo 183 da Lei no 6.404/76,

deverá ser constituída uma provisão para cobrir as perdas prováveis na realização

do valor do investimento quando comprovadas como permanentes.

Para se determinar o valor da provisão para perdas, valem as

orientações do FIPECAFI (2000, pág. 136):

• é necessário saber qual a situação patrimonial da IDA através de suas

Demonstrações Financeiras;

• a provisão para perdas deve ser feita quando ao se comparar o valor patrimonial

(PL da IDA) com o valor de custo do investimento na DORA, ocorrer diferença

negativa oriunda de prejuízos de caráter permanente;

• prejuízos de caráter permanente são investimentos: (a) sem sólidas perspectivas

de recuperação mediante as próprias operações futuras; (b) em empresas falidas;

(c) em empresas cujos projetos não são mais viáveis, ou estejam abandonados;

• a DORA, periodicamente, deve conhecer a situação da empresa onde se efetuou

o investimento, procurando-se obter o maior volume de informações possível;

• o percentual de provisão deve ser proporcional as perdas esperadas, podendo

variar o percentual e chegar até 100% do valor do investimento;


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 18
Professora Andréa Silveira –2004

• de acordo com o art. 335 do Decreto 3.000 todas as provisões com perdas não

são citadas como dedutíveis para efeito de cálculos dos impostos e contribuições

sobre o Lucro Real.

Além do mais, os autores ainda orientam sobre algumas informações

essenciais para o acompanhamento do investimento avaliado pelo método de custo:

a) Para novas empresas: o conhecimento e acompanhamento do projeto da

IDA e de seus gestores;

b) Para empresas em operação: acompanhamento das posições econômicas

e financeiras da IDA através de:

• Análise das demonstrações financeiras;

• Evolução dos negócios e situação do mercado;

• Rentabilidade e política de dividendos;

• Situação do grupo a que pertence e sua segurança.

O Registro contábil da provisão para perdas também é bastante

simples. Consideremos o exemplo anterior onde a empresa A adquiriu ações de

uma companhia telefônica B no valor de R$200.000,00. Suponhamos que existam

prejuízos conhecidos de caráter permanente desta companhia que tenham reduzido

o Patrimônio Líquido da IDA em 30%.

D: Perdas na Realização de Investimento (Despesas Não Operacionais)..............R$60.000,00

C: Provisão para Perdas Permanentes (Conta Redutora do Ativo Permanente) ....R$60.000,00

Desta forma, o Balanço Patrimonial da DORA apresentaria a seguinte

situação no grupo de Investimentos:


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 19
Professora Andréa Silveira –2004

Investimentos

Participação em Outras Empresas Avaliadas pelo Custo Médio ......... $200.000,00

(-) Provisão para Perdas ........................................................................ $ 60.000,00

$140.000,00

Observe que no demonstrativo fica evidente o valor líquido real do

investimento que é de $140.000,00. A constituição da Provisão para Perdas vem

ajustar o valor de custo deste ativo a um valor provável de realização.

2.3.1.2 - Dividendos

Antes de abordarmos sobre o tratamento do recebimento de dividendos

de IDAs avaliadas pelo Método de Custo, vamos relembrar os pontos mais

importantes previstos na Lei 6.404/76, seção III sobre dividendos:

a) as empresas podem distribuir: Lucro do Período, Lucro Acumulado e Reservas de

Lucros. Para os acionistas preferenciais (exceto aqueles com dividendos fixos)

podem ainda serem pagos da conta Reserva de Capital;

b) os acionistas tem direito a receberem anualmente dividendos obrigatórios de

acordo com o determinado em estatuto. Quando omisso a empresa deverá pagar

ao acionista:(50% do LL do período - % Reserva Legal - % Reserva para

Contingências+ Reversão da Reserva de Contingências de Exercícios Anteriores);

c) o valor dos dividendos citados no item anterior poderá ser limitado ao valor dos LL

do período realizado, desde que a parcela a realizar seja levada à conta Reserva

de Lucros a Realizar;

d) a parcela do LL realizado quando não absorvida por prejuízos subsequentes

deverá ser distribuído no primeiro dividendo declarado após a sua realização;


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 20
Professora Andréa Silveira –2004

e) se o estatuto for omisso e a Assemblèia resolver alterar o percentual dos lucros a

serem distribuídos, este não poderá ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado na

forma do item (b) (dividendo mínimo obrigatório);

f) apenas as cias abertas exclusivamente para a captação de recursos por

debêntures não conversíveis em ações e suas controladas que sejam cias

fechadas podem pagar menos do que o dividendo mínimo obrigatório;

g) os dividendos mínimos obrigatórios poderão deixar de serem pagos aos

acionistas no exercício em que a administração não tiver suficiência financeira

para fazê-lo. Para tanto deverá justificar tal situação à CVM e constituir uma

Reserva Especial de Dividendos para futura distribuição;

h) os dividendos declarados deverão ser pagos no prazo de 60 dias da data em que

for declarado ou no máximo dentro do exercício;

i) Dividendo Proposto é o dividendo provisionado por ocasião do encerramento do

Balanço Patrimonial. Este dividendo poderá ser aprovado ou não na Assembléia

Ordinária. Quando aprovado ele é declarado e, posteriormente, pago. Quando

não, ele pode ser ajustado para cima ou para baixo, ajustando-se a provisão.

Dividendo Declarado é o dividendo aprovado na Assembléia.

No Método de Custo os dividendos oriundos dos investimentos são

reconhecidos como Receitas Operacionais. O Plano de Contas deve prever uma

conta para registro destes dividendos figurando no subgrupo de Outras Receitas e

Despesas Operacionais.

Os Dividendos previstos no Balanço Patrimonial da IDA deverão

também ser reconhecidos no Balanço Patrimonial da DORA no mesmo período

base, fazendo a seguinte contabilização:


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 21
Professora Andréa Silveira –2004

D: Dividendos Propostos a Receber (Ativo)

C: Dividendos Propostos (Outras Receitas Operacionais)

Se, por outro lado, a DORA tiver dificuldades em obter informações

sobre os Dividendos, poderá fazer o registro da Receita de Dividendos por regime de

caixa fazendo a seguinte contabilização:

D: Disponível

C: Dividendos Propostos (Outras Receitas Operacionais)

A proposta de destinação do lucro por parte da IDA estará sujeita à

aprovação pela Assembléia Geral, a qual poderá alterar os dividendos propostos.

Nessa situação, se for um valor maior, bastaria registrar o complemento no exercício

seguinte. Por outro lado, se os dividendos aprovados forem menores do que os

propostos, surgiria a necessidade de reverter no exercício seguinte parte da receita

registrada no exercício anterior. Ambos os casos recomenda-se a contabilização

através da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados (PL). Todavia, são muito raros

os casos de alteração da proposta dos administradores.

Um caso incomum ocorre quando os dividendos são oriundos de lucros

ou reservas já existentes na data da compra dessas ações. Neste caso, ocorre que

tais reservas e lucros proporcionais foram “comprados” junto com a parcela de

capital, assim já incluídas no preço pago pelas ações. Quando tais lucros ou

reservas são posteriormente distribuídos na forma de dividendos, sua contabilização

deve ser a crédito do próprio Investimento.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 22
Professora Andréa Silveira –2004

2.3.1.3 Correção Monetária

O valor contábil dos investimentos permanentes mantidos pelas

empresas, existentes no período de 1977 a 1995 estava sujeito à correção

monetária, assim como também as provisões para perdas. Com o advento da Lei no

9.249/95 a correção monetária foi extinta para efeitos fiscais e societários.

2.3.2 Método da Equivalência Patrimonial - MEP

O Método da Equivalência Patrimonial - MEP é uma metodologia que

traz reflexos relevantes nas Demonstrações Financeiras de muitas empresas,

principalmente no mercado de capitais. De características simples se baseia,

essencialmente, na atualização periódica do investimento na contabilidade da

DORA, através da comparação entre o valor contábil da participação e o Patrimônio

Líquido (PL) da IDA.

Exemplo hipotético: uma empresa A adquiriu em 02/01/X1, 50% da

empresa B. O valor do PL da empresa B era, na data da aquisição, de

R$300.000,00. Logo, o valor da aquisição foi de R$150.000,00. Pelo MEP, a

empresa A terá que, periodicamente (normalmente no final de cada exercício social),

ajustar o valor do seu investimento a 50% do PL da empresa B. Então, suponhamos

que em 31/12/X2 o valor do PL seja de R$360.000,00. A empresa A registrará como

aumento no valor de seu investimento R$30.000,00 (50% da variação positiva do PL

de B). Desta forma, manterá a DORA o valor de R$180.000,00 no seu investimento

o que corresponde a 50% do PL da IDA em 31/12/x1.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 23
Professora Andréa Silveira –2004

Por esse critério, as empresas DORAs reconhecem os resultados de

seus investimentos no momento em que são gerados nas IDAs, e não somente no

momento em que são distribuídos na forma de dividendos, como ocorre no Método

de Custo. Este método reconhece o evento econômico, que é a geração dos

resultados, e não a formalidade da distribuição de tal resultado. Este fato é a

principal diferença entre o Método de Equivalência Patrimonial e o Método de Custo.

Para melhor entendimento desses reflexos, vamos examinar uma

mesma situação no Método de Custo comparado com o MEP. A situação é a de uma

Empresa A, que resolveu expandir suas atividades, tendo constituído, em 31-12-X0,

uma Subsidiária B. O total do investimento feito pela Empresa A em X0 (100% do

capital integralizado de B), foi de 10.000 ações ao valor nominal de $1,00,

totalizando $10.000. Suponhamos que os resultados das operações da Cia. B e a

evolução de seu patrimônio tenham ocorrido como segue:

X0 X1 X2 X3 X4

Saldo no início do ano — 10.000 12.000 15.600 20.100

Mais: Lucro do ano — 3.000 4.800 6.000 10.000

Mais: Integralização de Capital 10.000 — — — —

Menos: Dividendos distribuídos – (1.000) (1.200) (1.500) (2.500)

Saldo no fim do ano 10.000 12.000 15.600 20.100 27.600

Comparativamente entre os dois métodos, a conta de Investimentos

estaria registrada, na Empresa A, pelos seguintes valores:


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 24
Professora Andréa Silveira –2004

X0 X1 X2 X3 X4

Método de custo 10.000 10.000 10.000 10.000 10.000

MEP 10.000 12.000 15.600 20.100 27.600

Diferenças:

No ano – 2.000 3.600 4.500 7.500

Acumulada — 2.000 5.600 10.100 17.600

Valor do investimento por ação:

Método de custo 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

MEP 1,00 1,20 1,56 2,01 2,76

Diferença percentual 0% 20% 56% 101% 176%

Observe que a diferença apurada vai-se ampliando gradativamente.

Ela é decorrente do lucro apurado e não distribuído pela IDA. O mesmo ocorrerá

com outros acréscimos ou diminuições patrimoniais, como Reserva de Reavaliação

e Reservas de Capital, como exemplos. Mutações patrimoniais são reconhecidas

quando adotado o MEP o que não ocorre com o Método de Custo.

2.3.2.1 Patrimônio Líquido da IDA

O valor do PL da IDA é a base para a determinação do valor da

equivalência patrimonial do investimento e deve ser extraído do Balanço Patrimonial

dessas empresas para cada exercício social. Para haver plena confiabilidade e,

consequentemente, consistências dos dados utilizados, as Demonstrações

Financeiras (DFs) da IDA devem ser elaboradas dentro dos critérios da Lei 6.404/76.

A data base das (DFs) da IDA deve ser o mesmo da DORA ou até 60 (sessenta)
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 25
Professora Andréa Silveira –2004

dias, no máximo, de defasagem para menos. Exemplo: se as DFs da DORA é de

31/12/x3, as DFs da IDA tem que ser entre 31/10/x3 a 31/12/x3. A existência desta

defasagem merece alguns cuidados:

(a) se a data do encerramento do exercício social da DORA e da IDA não forem

coincidentes, deverá ser elaborada as DFs na data de encerramento da DORA

para realização da MEP;

(b) o período de defasagem deverá ser uniforme na série de exercícios. Caso haja

condições de se reduzir a defasagem, o novo intervalo também deverá ser um

novo padrão;

(c) incluir em notas explicativas esclarecimentos sobre a defasagem;

(d) se uma das transações abaixo ocorrer na IDA no período de defasagem a DORA

deverá ajustar o PL da IDA, extracontabilmente, para efeito de determinação da

equivalência:

• distribuição de dividendos;

• aumentos de capital;

• constituição de Reservas de Reavaliação;

• constituição de Reservas de Capital

As DFs da IDA deverão ser elaboradas sob os mesmos critérios

contábeis adotados pela DORA. Isto inclui métodos de avaliação de ativos, critérios

e de constituição de provisões. O Balanço Patrimonial que servirá de base para o

cálculo da MEP deverá está ajustado em forma final para não produzir distorções na

avaliação do investimento. Na hipótese da IDA também ter investimentos avalidados

pelo MEP, seu Balanço refletir a atualização de tais investimentos.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 26
Professora Andréa Silveira –2004

Todavia, pode ocorrer diversidade de critérios que não devam ser

ajustados. É o exemplo da DORA que opera em ramo diferente da IDA onde se

requer ou é aceitável a adoção de outras práticas contábeis específicas àquele

segmento. Da mesma forma, a utilização de taxas diferentes de depreciação não

representa divergência de prática contábil, desde que em ambas as empresas a

base seja a vida útil estimada dos bens em face de suas características físicas e de

utilização.

2.3.2.2 Como aplicar o MEP

Esse método de avaliação é designado pela expressão Método da

Equivalência Patrimonial pelo fato de seu cálculo ser determinado mediante a

aplicação da porcentagem de participação da DORA sobre o valor do PL da IDA,

observados alguns aspectos adiante mencionados.

Exemplo: A empresa Empreendimentos Luzes S/A adquiriu em 20 de

março de 20x2 participações nas empresas A, B, C e D com os valores contábeis

conforme coluna (a). Ao final do exercício 20x2, as empresas, respectivamente,

apresentaram no Balanço Patrimonial em 31/12/20x2 os valores de PL conforme

coluna (b). O percentual de participação societária é indicada na coluna (c). Após

aplicar o MEP, sendo (b) * (c), temos o valor atual dos investimentos, demonstrados

na coluna (d). A diferença que representa o ajuste no valor do investimentos é

indicada na coluna (e).


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 27
Professora Andréa Silveira –2004

Valor Patrimônio % de Equivalência Ajuste

Contábil Líquido Participação Patrimonial Aumento

=(a) =(b) no Capital (b)*(c)=(d) (Diminuição)

=(c) (d)-(a)=(e)

Empresa A 250.000 2.625.438 15 393.816 143.816

Empresa B 820.000 4.682.927 25 1.170.732 350.732

Empresa C 640.000 1.427.850 40 571.140 (68.860)

Empresa D 380.000 560.920 90 504.828 124.828

TOTAL 2.090.000 2.640.516 550.516

Os valores determinados na coluna (e) serão aqueles contabilizados

para ajustar os investimentos da empresa A para corresponder a sua participação

nas empresas B, C, D e E. Desta forma, o valor total dos investimentos na empresa

A será de $2.640.516.

2.3.2.3 Quando aplicar o MEP

O artigo 248 da Lei no 6.404/76 estabelece para as Sociedades por

Ações a obrigatoriedade da adoção do MEP na avaliação dos investimentos. Esse

método também é aceito pela legislação fiscal, que o estendeu também às outras

pessoas jurídicas, como consta dos artigos 384 a 391 do Regulamento do Imposto

de Renda (Decreto no 3.000, de 26-3-99). Também a Instrução Normativa da CVM

247/96 em seu artigo 5O faz menção sobre quando aplicar o MEP. Com estas

fundamentações podemos afirmar que o MEP será aplicado sobre:


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 28
Professora Andréa Silveira –2004

1. Todos os investimentos em Controladas (direta ou indireta), quando a IDA for

uma SA (capital aberto) ou regulada pelo BACEN (Banco Central do Brasil);

2. Todos os investimentos relevantes em Controladas (para as demais

empresas);

3. Todos os investimentos relevantes em sociedades Coligadas quando a DORA

(qualquer natureza) tiver influência na administração;

4. Todos os investimentos relevantes em sociedades Equiparadas á Coligadas

(CVM) quando a DORA tiver influência na administração;

5. Todos os investimentos relevantes em sociedades Coligadas quando o

percentual do investimento (qualquer natureza) representar, direta ou

indiretamente, 20% ou mais do capital social da IDA;

6. Todos os investimentos relevantes em sociedades Equiparadas à Coligadas ou

quando o percentual do investimento (CVM) representar, direta ou

indiretamente, 20% ou mais do capital social da IDA.

Observe que, no item 3 e 4 duas condições foram associadas para se

determinar o método de avaliação: relevância e influência. Isto significa que para

se aplicar o método sobre aquele tipo de investimento (quando percentual de

participação for menor que 20%) necessita ser relevante e também influente, sendo

as duas mutuamente excludentes, para determinação do MEP. Se for relevante,

mas não influente, não se aplica o MEP. Também se for influente, mas não

relevante, não se aplica o MEP.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 29
Professora Andréa Silveira –2004

2.3.2.4 – Critérios para determinar relevância

A determinação da relevância dos investimentos é feita pela relação

percentual entre o valor contábil dos investimentos no ativo da DORA e o valor do

PL da própria DORA, ambos na data do Balanço de encerramento. A definição de

relevância é dada pelo parágrafo único do artigo 247 da Lei no 6.404/76, reproduzido

no § 3o do artigo 384 do novo RIR/99 e ratificado pelo Artigo 4o da IN 247/96 da

CVM, como segue:

• Quando o valor contábil do investimento em cada sociedade coligada ou

controlada, for igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimônio

líquido da pessoa jurídica DORA;

• Quando o valor contábil do investimento em conjunto das sociedades coligadas e

controladas for igual ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do patrimônio

líquido da pessoa jurídica DORA.

Dessa forma, voltando ao texto da lei, se tivermos investimentos que

individualmente sejam inferiores a 10% do PL da DORA, mas que, em seu conjunto,

sejam superiores a 15%, dever-se-á aplicar o método para todos os investimentos,

desde que, logicamente, atendam aos outros requisitos para aplicação do MEP.

2.3.2.5 Critérios para determinar a Influência

O artigo 4o da IN 247/96 da CVM, determina que a DORA exerce

influência sobre a IDA quando ocorrer:


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 30
Professora Andréa Silveira –2004

1. participação nas deliberações sociais da IDA, inclusive com a existência de

administradores comuns;

2. poder de eleger ou destituir um ou mais dos administradores da IDA;

3. volume relevante de transações, inclusive com fornecimento de assistência

técnica ou informações técnicas essenciais para as atividades da DORA;

4. significativa dependência tecnológica /ou econômica-financeira;

5. recebimento permanente de informações contábeis detalhadas, bem como de

planos de investimentos;

6. uso comum de recursos materiais, tecnológicos e humanos.

2.3.2.6 Conceito de valor contábil do investimento

Quando o investimento estiver sendo contabilizado pelo MEP, seu valor

contábil será determinado pela soma do valor inicial do investimento, mais ou menos

o resultado da equivalência patrimonial do período, mais ágio (não amortizado),

menos deságio (não amortizado), menos provisão para perda.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 31
Professora Andréa Silveira –2004

ESQUEMA DE AVALIAÇÃO

S.A Capital Aberto ou


regulada pelo BACEN MEP

Controlada

Sim MEP

Demais Empresas Relevante


Não MC

Não MC

Coligadas ou Relevante
Equiparadas 10% (i) ou Sim MEP
15% (c)

Sim Participação
> 20% do PL
da IDA
Não

MEP Sim
Influência

Não
MC
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 32
Professora Andréa Silveira –2004

2.3.2.7 Quando deixar de usa o MEP

Segundo o artigo 6O da IN 247/96 da CVM deverá deixar de aplicar o

MEP sobre os investimentos em sociedades coligadas e controladas com efetiva e

clara evidência de perda de continuidade de suas operações ou no caso em que

estas estejam operando sob severas restrições a longo prazo que prejudiquem

significativamente a sua capacidade de transferir recursos para a DORA.

No caso de investimentos em coligada e controlada cuja venda por

parte da DORA, tenha efetiva e clara evidência de realização em futuro próximo,

continuará sendo avaliado pelo MEP até a data-base considerada para a venda.

O investimento em coligada que, por redução do valor contábil do

investimento deixar de ser relevante, continuará sendo avaliado pelo MEP. Essa

redução não pode ser considerada de caráter permanente e deverá ter todos os

seus reflexos evidenciados, segregadamente, em nota explicativa.

2.4 Contabilização do MEP

Pelo já exposto, constatamos que no MEP a conta de Investimentos

será igual ao valor do PL da IDA, proporcional à participação em seu capital. Assim,

se a DORA tiver, digamos, 30% do capital de uma coligada, a conta de

investimentos na DORA deverá ser, a cada encerramento de Balanço, igual a 30%

do PL da coligada na mesma data. Se o valor do patrimônio da coligada aumentar

ou diminuir, haverá, proporcionalmente, um aumento ou diminuição na conta de


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 33
Professora Andréa Silveira –2004

investimento da DORA. Essa situação somente não ocorre quando o PL da IDA for

negativo (assunto tratado mais adiante).

A diferença resultante da avaliação baseada no MEP deverá ser

reconhecida pela DORA como:

1. Investimentos quando corresponder:

a) a aumento do PL da IDA em decorrência de aumento de Capital (sem variação

de porcentagem em relação aos outros acionistas); e

b) a diminuição do PL da IDA em decorrência de distribuição de dividendos.

2. Receita ou Despesa Operacional quando corresponder:

a) a aumento ou diminuição do PL da IDA em decorrência da apuração de lucro

líquido ou prejuízo do período;

b) a aumento ou diminuição do PL da IDA em decorrência de ajustes de exercícios

anteriores;

c) a aumento ou diminuição do PL da IDA em decorrência de ganhos ou perdas

relativas reservas de capital;

d) a variação cambial de investimentos em coligadas e controlado no exterior.

3. Receita ou Despesa Não Operacional, quando corresponder:

a) a eventos que resultem na variação da porcentagem de participação no Capital

Social da IDA.
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 34
Professora Andréa Silveira –2004

4. Reserva de Reavaliação, quando corresponder:

a) a aumento ocorrido no PL por Reavaliação de Ativos na IDA, ressalvado o item

anterior.

5. Amortização do Ágio, quando corresponder:

a) a aumento ocorrido no PL da IDA por reavaliação dos ativos que lhe deram

origem.

2.4.1 Integralização de Capital

O aumento de capital é uma transação que acarreta em acréscimo no

patrimônio da IDA e, consequentemente, um acréscimo correspondente na conta de

Investimentos da DORA. Este tratamento se baseia no fato de que a ocorrência de

aumento de capital, quando realizada proporcionalmente por todos os acionistas,

diz respeito também a DORA. Neste caso a contabilização seria:

DÉBITO CRÉDITO

Investimentos X
a Disponível (ou Obrigações) X

2.4.2 Dividendos Distribuídos

Os dividendos pagos representam o retorno dos investimentos

realizados sendo, assim, entendidos como uma amortização da participação. Na

IDA representa uma redução do PL que deve ser acompanhada por uma redução

proporcional do investimento na empresa IDA.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 35
Professora Andréa Silveira –2004

Dentro da MEP, os lucros já são reconhecidos no momento de sua

geração pela IDA. Em decorrência, quando se efetivar a distribuição de tais lucros

como dividendos, devem ser registrados em caixa ou bancos e deduzidos da conta

de Investimentos. O mesmo procedimento deve ser feito no caso de dividendos

distribuídos relativos a resultado ainda não encerrado. Se por ocasião do

encerramento do balanço já for conhecido o valor dos Dividendos a serem pagos

pela IDA, a DORA deverá, então, reconhecer como Dividendos a Receber.

O lançamento contábil, portanto, é:

Na IDA:

DÉBITO CRÉDITO

Dividendos (Redutora do PL) X


a Dividendos a Pagar (Passivo) X

Na DORA (pelo reconhecimento):

DÉBITO CRÉDITO

Dividendos a Receber X
a Investimentos X

Na DORA (pelo recebimento):

DÉBITO CRÉDITO

Disponível X
a Dividendos a Receber X

2.4.3 Lucro ou Prejuízo

O acréscimo ou decréscimo na conta de Investimentos que

corresponder proporcionalmente ao lucro ou prejuízo da IDA no período será

registrado em contrapartida no resultado da DORA no grupo de Outras Receitas ou


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 36
Professora Andréa Silveira –2004

Despesas Operacionais, subgrupo de Lucros e Prejuízos de Participações em

Outras Sociedades, em conta específica. O lançamento contábil seria, portanto,

como segue:

a) Quando o ocorrer Lucro:

DÉBITO CRÉDITO

Investimentos X
a Lucro em Part. em Control./Colig. (Receita Operacional) X

b) Quando o ocorrer Prejuízo:

DÉBITO CRÉDITO

Prejuízo em Part. em Control./Colig. (Despesa Operacional) X


a Investimentos X

2.4.4 Ajustes de Exercícios Anteriores

A Lei das SAs determina que serão contabilizados diretamente na

conta de Lucros e Prejuízos Acumulados, sem transitar pela DRE, os Ajustes de

Exercícios Anteriores decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da

retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser

atribuídos a fatos subseqüentes. No entanto, os casos em que a IDA efetuar

ajustes relativos a exercícios anteriores a DORA deverá ajustar como acréscimo ou

redução da conta de Investimentos, tendo como contrapartida sua receita

operacional.

Exemplo; A empresa A adquire 100% das ações da empresa B e

apresenta os seguintes dados:


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 37
Professora Andréa Silveira –2004

Histórico Valor
Valor do Patrimônio Líquido de B em 31/12/x1 100.000,00
Valor do Investimento no Balanço da empresa A em 31/12/x1 100.000,00
Erro imputável ajustado pela empresa B em X2 relativo a X1 (20.000,00)
Lucro apurado por B em X2 50.000,00
Patrimônio Líquido de B em 31/12/X2 130.000,00
Equivalência Patrimonial a ser realizada por A em 31/12/X2 30.000,00

Contabilização:

DÉBITO CRÉDITO

Investimentos 30.000
a Lucro em Part. em Control./Colig. (Receita Operacional) 30.000

2.4.5 Reservas de Capital

Um dos outros tipos de acréscimo de patrimônio que podem ocorrer

nas IDAs são as doações ou subvenções recebidas para investimentos, as quais são

creditadas diretamente em Reservas de Capital. Para a DORA o registro é feito pelo

acréscimo proporcional na conta de Investimentos em contrapartida de Receita

Operacional:

DÉBITO CRÉDITO

Investimentos X
a Lucro em Part. em Control./Colig. (Receita Operacional) X

Se a IDA receber uma doação, para a DORA é uma receita; para a IDA

não o é, pois esse aumento não decorreu de suas operações. Para a DORA é uma

receita, pois representa um ganho derivado de seu investimento. Note-se que a Lei

no 6.404/76, em seu art. 248, item III, diz que o aumento do investimento será

registrado como resultado “se corresponder, comprovadamente, a ganhos ou perdas

efetivos”. Por isso, somente os aumentos de investimentos por reavaliação na IDA

não são receitas. O mesmo tratamento é dado a outros recursos recebidos que não
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 38
Professora Andréa Silveira –2004

transitem pelo Resultado, sendo creditados diretamente às Reservas de Capital na

IDA, tais como venda de partes beneficiárias, bônus de subscrição etc.

2.4.6 Variação Cambial de Investimento no exterior

No caso de empresas que realizam investimentos em empresas no

exterior, também a técnica de equivalência patrimonial é identicamente aplicada. A

distinção se faz pela necessidade das Demonstrações Financeiras da IDA já

estarem convertidas em moeda nacional. Ainda, antes da aplicação do MEP, a

DORA deverá ajustar o Patrimônio Líquido da IDA pelos: (a) critérios contábeis

adotados pela DORA em nosso país e (b) pelos resultados não realizados .

Conforme o Pronunciamento 21 do Ibracon (item 2) o ajuste dos

investimentos decorrentes da diferença entre o valor em moeda nacional e a

paridade cambial utilizada deverá ser ajustado à conta de investimentos, tendo como

contrapartida conta de resultado do exercício, à medida que corresponda a ganhos

ou perdas efetivos, relativamente (1) à participação da DORA no resultado do

exercício da coligada ou controlada e nos acréscimos ou diminuições patrimoniais

realizados na coligada ou controlada ou (2) à diferença entre o valor em moeda

nacional registrado na conta de investimento e a paridade cambial utilizada. Tais

ganhos ou perdas devem ser apresentados em destaque nas Demonstrações

Financeiras, em função de sua origem, sendo que o resultado da equivalência

patrimonial aplicável ao item (1) representa resultado operacional e o aplicável ao

item (2), resultado não operacional (ganhos e perdas de capital).


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 39
Professora Andréa Silveira –2004

O disposto pelo Ibracon para o item (2), contraria determinação da

CVM quanto a variação cambial de investimento em coligada e controlada no

exterior. O artigo 16, inciso I, alínea b da Instrução no 247/96 determina que a

variação cambial de investimento em coligada e controlada no exterior deverá ser

apropriada como Receita ou Despesas Operacional.

2.4.7 Variação na Porcentagem de Participação

No caso de aumentos de capital por subscrição, pode ocorrer que o

valor do aumento na conta de investimento, que será o da subscrição integralizada,

não corresponda ao valor proporcional do aumento de patrimônio da IDA. Nesse

caso, ocorrerá, durante o exercício, uma alteração na porcentagem de participação

da DORA no capital da IDA. Exemplos de situação onde isto ocorre:

a) a empresa DORA subscrever um percentual do aumento do capital maior que o

percentual anteriormente detido, ou seja, com diluição na participação dos outros

acionistas, pelo fato de eles não terem exercido seu direito de preferência;

b) houver situação inversa à da possibilidade anterior, pois a empresa DORA não

terá exercido seu direito na totalidade.

c) investimento em ações com direito somente a dividendo fixo e com limitações na

participação de lucros ou outras vantagens patrimoniais.

Nesses casos, o valor da equivalência patrimonial no final do exercício

deverá ser computado pela porcentagem de sua nova participação. Contudo, há

que se considerar que a variação da porcentagem gerará a mesma variação no valor

do investimento pela equivalência patrimonial. Esta diferença não é oriunda de


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 40
Professora Andréa Silveira –2004

lucros ou prejuízos contabilizados no exercício pela IDA, mas sim, um ganho ou

perda pela DORA em decorrência de aumento ou diminuição de sua participação

nas reservas e lucros anteriores.

Essa diferença deve ser classificada como receita ou despesa não

operacional. Esse aspecto e forma de tratamento são previstos no item II, do art. 16

da IN CVM no 247/96, e constam também do art. 428 do RIR (Decreto no 3.000/99),

que determina que tal valor não é tributável se ganho, nem dedutível, se perda.

Exemplo: Uma Empresa A tem 1.800 ações que representam 60% do total das

ações de uma Empresa B e em 31-12-X0. O valor do Patrimônio Líquido da

Empresa B naquela era de R$6.000 e composto de 3.000 ações. Considerando que

a Empresa A adota o MEP para avaliar o investimento na Empresa B, o valor deste

Investimento naquela data era de $ 3.600, ou seja, 60% de $6.000.

Considere, agora, que durante XI a Empresa B faça um aumento de

capital por subscrição de novas ações, sem ágio, no valor de $1.000, e que seja

totalmente subscrito pela Empresa A, já que os demais acionistas que detinham os

outros 40% não exerceram seu direito de preferência. Assim, o Capital da Empresa

B estaria agora com 4.000 ações, das quais 2.800 (1.800 + 1.000) pertencentes à

Empresa A, que passa, a ter 70% do Capital da B.

Patrimônio Líquido da Empresa B Participação de A


Em 31-12- Aumento em X1 Atual Anterior 60% Atual 70%
X0
Capital 3.000 1.000 4.000 1.800 2.800
Res de Capital 1.000 — 1.000 600 700
Res de Lucros 800 — 800 480 560
Lucros Acum 1.200 — 1.200 720 840
6.000 1.000 7.000 3.600 4.900
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 41
Professora Andréa Silveira –2004

Dessa forma, a conta de Investimentos na Empresa A, na equivalência

patrimonial, passa de um saldo de $ 3.600 para $ 4.900. O acréscimo de $ 1.300

corresponde a:

Aumento de capital subscrito contabilizado diretamente ao custo 1.000


Acréscimo nos investimentos pela maior participação (de 60% para 70%)
nas Reservas de Lucros existentes na B na data do aumento de Capital 300
(10% de $ 3.000)
Total 1.300

A parcela de $300, portanto, corresponde aos 10% de acréscimo na

participação acionária calculada sobre os lucros e reservas então existentes de que

a Empresa A se beneficiou em detrimento dos demais acionistas que não

subscreveram ações no aumento de capital. Esse valor tenderia a diminuir ou

poderia ser negativo, à medida que houvesse ágio na colocação das ações.

A Empresa A deve registrar os $300 a débito da conta Investimentos e

a crédito de Resultados não Operacionais, em conta do subgrupo Ganhos e Perdas

de Capital nos Investimentos, que poderia ser intitulada “Resultados não

Operacionais em Investimentos”. Essa receita de $300 não é tributável para fins de

Imposto de Renda em face da legislação já mencionada. Caso fosse inversa a

situação, ou seja, gerasse uma perda para a Empresa A, também seria registrada

numa conta semelhante à descrita, a crédito de Investimentos, mas não seria uma

despesa dedutível.

O caso de perda na DORA ocorreria, por exemplo, quando deixasse de

participar em aumento de capital que outros acionistas subscrevessem, se fosse

sem ágio ou com ágio inferior ao valor das reservas e lucros. Ocorreria ainda

quando a DORA subscrevesse tal aumento sem que outros acionistas o fizessem,

quando o preço das ações fosse com ágio superior ao valor proporcional dos lucros

e reservas existentes na data.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 42
Professora Andréa Silveira –2004

2.4.8 Reavaliação de Bens

Se a IDA efetuar e contabilizar uma reavaliação de seus bens, terá de

registrar esse acréscimo no patrimônio em conta específica de Reserva de

Reavaliação. Logicamente, a DORA deverá registrar o acréscimo proporcional na

conta de Investimentos, valor esse que, todavia, não deve transitar por Receita.

Paralelamente, este valor (proporcional a participação) também será tratado na

DORA, aumentando a conta de Investimentos e contrapartida de Reserva de

Reavaliação, em subconta específica que indique tratar-se de reavaliação de IDA.

Essa Reserva de Reavaliação deverá ser revertida para Lucro Acumulado na DORA

na mesma proporção da baixa dos ativos reavaliados na IDA.

DÉBITO CRÉDITO
Na reavaliação:
Investimentos X
a Reserva de Reavaliação –
Reavaliação de bens da coligada X X

Na baixa:
Reserva de Reavaliação –
Reavaliação de bens da coligada X X
a Lucros (prejuízos) Acumulados X

2.4.9 Ágio ou Deságio

Os investimentos, quando atendidos os requisitos para serem

avaliados pela equivalência patrimonial, têm sua avaliação pela DORA como o valor

patrimonial das ações ou quotas. Contudo, não necessariamente o valor pago pela

participação em uma empresa é aquele existente no Patrimônio Líquido da IDA.

Uma ação de uma empresa, tem três valores distintos: (a) valor nominal; (b) valor

patrimonial; e (c) valor de mercado. O primeiro é o valor original de emissão da


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 43
Professora Andréa Silveira –2004

ação. O segundo é determinado pelo quociente = PL/número de ações. O terceiro

é o valor efetivo de negociação da ação.

Quando uma empresa adquire participações em outras empresas,

normalmente, o valor pago não é igual ao valor nominal ou valor patrimonial. O valor

nominal somente é igual ao valor patrimonial e igual ao valor de negociação, por

ocasião de sua constituição. Exemplo: Uma empresa A constitui uma empresa B

com ações subscritas da seguinte forma:

Acionistas Ações Percentual


Quantidade Valor Unit Valor Total
Empresa A 4.000 10,00 40.000 80%
Outros Sócios 1.000 10,00 10.000 20%
Total 5.000 10,00 50.000 100%

Neste caso, a empresa A juntamente com outros sócios constituíram a

empresa B. Sendo assim, não há, por ocasião da constituição da empresa,

diferenciação entre os valores de emissão da ação (nominal), o valor patrimonial

(contábil) e o valor efetivamente pago (negociação).

A medida que a empresa dá continuidade às suas operações, seu

Patrimônio Líquido se distancia do valor de constituição (valor nominal) passando a

existir um valor Patrimonial para suas ações diferente do valor de emissão. Também

no momento da negociação de suas ações o valor pago, normalmente, é diferente

do valor patrimonial das ações. A diferença entre estes dois valores é chamado de

ágio (quando positiva) e deságio (quando negativa). Vejamos um exemplo: Uma

empresa C adquire da empresa A 50% das ações da empresa B:

Acionistas Ações (valor nominal) Percentual


Quantidade Valor Unit Valor Total
Empresa A 2.000 10,00 20.000 40%
Empresa C 2.000 10,00 20.000 40%
Outros Sócios 1.000 10,00 10.000 20%
Total 5.000 10,00 50.000 100%
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 44
Professora Andréa Silveira –2004

Contudo, considere que a empresa B tenha tido no período lucro de

R$15.000,00. Desta forma, o Patrimônio Líquido da empresa B passou de

R$50.000,00 para R$65.000,00. Esta modificação patrimonial dá para empresa B

um valor patrimonial de ação diferente do valor nominal. Veja:

Acionistas Ações (valor patrimonial) Percentual


Quantidade Valor Unit Valor Total
Empresa A 2.000 13,00 26.000 40%
Empresa C 2.000 13,00 26.000 40%
Outros Sócios 1.000 13,00 13.000 20%
Total 5.000 13,00 65.000 100%

Considere agora que, por ocasião da negociação, a empresa C tenha

pago $15,00 por cada ação. Isto quer dizer que a empresa C pagou $2,00 de ágio

por cada ação, totalizando $4.000,00. Se a empresa C tivesse pago, digamos,

R$10,00 teria pago um deságio de R$3,00 por ação. Em decorrência, podemos

definir ágio ou deságio como a diferença, respectivamente positiva ou negativa,

entre o valor pago e o valor patrimonial das ações.

2.4.9.1 Tipo de Ágio e Deságio

A CVM, em sua Instrução no 247/96, artigo 14, determina que o ágio ou

deságio computado por ocasião da aquisição ou subscrição do investimento deverá

ser contabilizado com indicação do fundamento econômico que o determinou.

A CVM prevê dois tipos de fundamento para justificar ágios e deságios:

a) diferença entre o valor contábil e o valor de mercado de ativos da IDA; e

b) diferença ente o valor pago e o valor de mercado dos ativos da IDA

O segundo caso é limitado pela CVM somente quando oriunda de:

a) expectativa de resultado futuro;

b) direito de exploração, concessão ou permissão delegados pelo Poder Público.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 45
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2.4.9.2 Contabilização do Ágio e Deságio

Ao comprar ações de uma empresa que serão avaliadas pelo MEP,

deve-se, já na ocasião da compra, segregar na Contabilidade o preço total pago em

duas subcontas distintas, ou seja, o valor do investimento, avaliado pelo MEP numa

subconta e o valor do ágio (ou deságio) em outra subconta. Estas são,

respectivamente, contas devedoras e credoras do grupo de Investimentos.

A subconta relativa ao ágio ou deságio deve figurar no próprio grupo de

Investimentos, e o somatório dessas subcontas constitui o valor contábil (valor

efetivamente pago) do investimento. Para permitir tal segregação contábil, o Plano

de Contas apresenta tais itens em contas distintas:

Investimentos

Participações Permanentes em Outras Sociedades

a) Avaliadas pelo MEP

1. Valor da Equivalência Patrimonial

2. Ágio na Aquisição de Investimentos

3. (-) Deságio na Aquisição de Investimentos

4. (-) Provisão para Perdas

Considerando o exemplo, a empresa C fará a seguinte contabilização:

DÉBITO CRÉDITO

Investimentos avaliados pela MEP 26.000


Ágio na Aquisição de Investimentos 4.000
a Disponível 30.000

Se, digamos, a empresa C tivesse pago o deságio de $3,00 por ação,

ou seja, pago $10,00 por um valor patrimonial de $13,00, teríamos:


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 46
Professora Andréa Silveira –2004

DÉBITO CRÉDITO

Investimentos pela MEP 26.000


(Deságio) na Aquisição de Investimentos (6.000)
a Disponível 20.000

2.4.9.3 Amortização do Ágio/Deságio

Como já mencionado, o ágio ou o deságio podem ser gerados pela

diferença entre valor contábil e valor de mercado ou pela diferença entre valor pago

e valor de mercado dos ativos da IDA.

No primeiro caso, a IN CVM 247/96 (parágrafo 1 do artigo 14) define

que o ágio ou deságio deverá ser amortizado na proporção em que o ativo for sendo

realizado na coligada e controlada, por depreciação, amortização, exaustão ou baixa

em decorrência de alienação ou perecimento desses bens ou do investimento.

Certamente, que a empresa DORA deverá manter controles para

permitir o acompanhamento da depreciação, em cada exercício, da variação dos

bens que geraram o ágio (ou deságio), para que se amortize o valor

correspondentemente. Também haverá necessidade de saber em que exercício

foram baixados, seja por venda seja por perecimento, para baixar também o saldo

do ágio (ou deságio) correspondente a tais bens.

Um procedimento aceitável que facilitaria esse trabalho é o de efetuar,

já na ocasião da compra, uma projeção da depreciação pelas taxas usadas pela

coligada ou controlada por classes de bens, determinando sua vida útil

remanescente, e aplicá-las aos ágios respectivos, projetando-se assim o valor da

amortização anual do ágio. Essa forma partiria do pressuposto de que a IDA

contabilizaria suas depreciações anualmente nas bases estabelecidas. Dessa


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 47
Professora Andréa Silveira –2004

forma, o controle posterior se limitaria às eventuais baixas dos bens, ocasião em que

o saldo do ágio respectivo seria amortizado integralmente.

É importante ressaltar que no caso de ágio relativo a bens que não

sofrem depreciação, como é o exemplo de Terrenos, não há amortização. O ágio

ou deságio somente deve ser baixado quando os bens forem vendidos pela IDA, ou

por baixa do investimento.

No caso do ágio ou deságio referir-se a estoques, este deverá ser

baixado no período que corresponda à venda de tais estoques pela IDA, o que

normalmente ocorre pouco tempo após a própria aquisição das ações.

Considere, ainda, o exemplo anterior, onde a empresa C pagou a

empresa A $4.000,00 de ágio no investimento em B.

DÉBITO CRÉDITO

Investimentos avaliados pela MEP 26.000


Ágio na Aquisição de Investimentos 4.000
a Disponível 30.000

Digamos que o valor do ágio, seja relativo a diferença entre valor de

mercado e valor contábil do imóvel sede da empresa B, sendo a diferença total em

$10.000. Se a empresa C participa em 40%, o proporcional do ágio ficou em $4.000.

. Consideremos, então, que ao final do exercício a empresa B depreciou

em 5% o imóvel. Desta forma, a empresa C fará a seguinte contabilização:

DÉBITO CRÉDITO

Amortização de Ágio em Investimentos (despesas operacional) 200


a Ágio na Aquisição de Investimentos 200

Temos ainda que ressaltar o caso onde a DORA tenha comprado as

ações da IDA e registrado um ágio do tipo que estamos tratando (por valor de

mercado de bens superior ao contábil) e, posteriormente, a coligada ou controlada


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 48
Professora Andréa Silveira –2004

contabilizar uma reavaliação. Nesse caso, a parcela proporcional da reavaliação da

coligada ou controlada que for adicionada à conta de Investimentos pela

equivalência patrimonial deve ser creditada contra a conta de ágio correspondente,

no que tange aos bens a que se refere o ágio e até o limite de seu saldo

(individualizado por bem).

Exemplo: Considere, ainda com base no exemplo anterior, que a

empresa B tenha reavaliado o imóvel sede. Neste caso, seu Patrimônio Líquido

aumentou em $10.000, passando de $65.000 para $75.000. A empresa C, por sua

vez, terá que efetuar o ajuste pelo MEP do 40% de sua participação:

DÉBITO CRÉDITO

Investimentos Avaliados pela MEP 4.000


a Reserva de Reavaliação de Controladas e Coligadas 4.000

Contudo, temos que lembrar que a empresa C já havia contabilizado

este valor como ágio. Neste caso, a empresa C deverá amortizar contabilizado:

DÉBITO CRÉDITO

Amortização de Ágio em Investimentos (Despesa Operacional) 4.000


a Ágio na Aquisição de Investimentos 4.000

No segundo caso, quando o ágio ou deságio for decorrente entre o

valor de mercado e o valor pago, a CVM tem a seguinte orientação:

a) quando decorrente de expectativa de resultado futuro a amortização deverá

ser no prazo, extensão ou proporção dos resultados projetados, ou pela baixa por

alienação ou perecimento do investimento, devendo os resultados projetados

serem objeto de verificação anual, a fim de que sejam revisados os critérios

utilizados para amortização ou registrada a baixa integral. Cabe ainda ressaltar


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 49
Professora Andréa Silveira –2004

que, a CVM determina que o prazo máximo para este caso não poderá

ultrapassar a 10 (dez) anos;

b) quando decorrente da aquisição do direito de exploração, concessão ou

permissão delegadas pelo Poder Público deverá ser amortizado no prazo

estimado ou contratado de utilização, de vigência ou de perda de substância

econômica, ou pela baixa por alienação ou perecimento do investimento.

A CVM ainda considera o caso quando o ágio e deságio não são

justificados pelo fundamento econômico:

a) ágio - deverá ser considerado como perda por ocasião da aquisição e

comentado em nota explicativa as razões de sua existência;

b) deságio - somente poderá ser amortizado por ocasião da baixa do

investimento;

O tratamento contábil neste segundo caso é equivalente ao primeiro,

sendo também tratado como receitas ou despesas operacionais.

2.4.10 Provisão para Perdas

Segundo o artigo 12 da Instrução CVM 247/96, a DORA deverá

constituir provisão para cobertura de:

1) Perdas Efetivas, em virtude de:

a) eventos que resultem em perdas não provisionadas pela IDA em suas

Demonstrações Financeiras;

b) responsabilidade formal ou operacional para cobertura de passivo a descoberto.

2) Perdas Potenciais, estimadas em virtude de:

a) tendência de perecimento do investimento;


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 50
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b) elevado risco de paralisação de operações de coligadas e controladas;

c) eventos que possam prever perda parcial ou total do valor contábil do

investimento ou do montante de créditos contra as coligadas e controladas; ou

d) cobertura de garantias, avais, fianças, hipotecas ou penhor concedidos em favor

de coligadas e controladas referentes a obrigações vencidas ou vincendas

quando caracterizada a incapacidade de pagamento pela IDA.

A Provisão para Perdas deverá ser apresentada no Ativo Permanente

deduzindo o valor do Investimento até o limite de seu valor contábil. Em caso de

excesso, deverá ser constituído provisão específica no passivo.

2.4.11 IDAs com Patrimônio Líquido Negativo

Já vimos nos itens anteriores que no Método de Equivalência

Patrimonial a conta de investimento representa a porcentagem de participação

acionária sobre o PL da IDA. Dessa forma, à medida que a IDA apura seu resultado,

este é reconhecido no mesmo período pela DORA, na proporção de sua

participação. Assim, à medida que a IDA apurar prejuízos diminuindo o seu

patrimônio, tais prejuízos devem ser proporcionalmente reconhecidos pela DORA.

Todavia, uma nova situação surge quando os prejuízos apurados pela controlada ou

coligada forem significativos a ponto de tornar negativo seu patrimônio líquido, ou

seja, a situação denominada de “passivo a descoberto”, pois passa a ter em seu

balanço mais passivos do que ativos, gerando o PL negativo.

Na situação comentada, a prática contábil mais adequada na DORA é

a de se registrar a equivalência patrimonial diminuindo o investimento até zerá-lo, ou

seja, não chegando a registrar um valor negativo de investimento. Essa prática


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 51
Professora Andréa Silveira –2004

decorre do fato de que, teoricamente, o valor máximo de perda aplicável à DORA é o

investimento total efetivado. Assim, quando o valor do investimento pela

equivalência patrimonial estiver zerado, a DORA terá reconhecido a totalidade do

investimento feito como perda. Não cabe, assim, registrar um ativo negativo, ou

seja, reconhecer sua participação na parte negativa do patrimônio líquido, na forma

tradicional de equivalência patrimonial.

Essa orientação é particularmente válida quando a IDA é uma coligada

e a DORA, tendo sua responsabilidade restrita ao capital integralizado, não pretende

assumir quaisquer novas responsabilidades em relação àquela coligada ou

controlada, mesmo que esteja com risco de descontinuidade.

2.4.12 Quando deixar de usa o MEP

Segundo a CVM, In 247/96 (artigo 6o ) deverá deixar de ser avaliado

pela MEP, o investimento em sociedades controladas e coligadas com efetiva e clara

evidência de perda de descontinuidade de suas operações ou no caso em que estas

estejam operando sob severas restrições a longo prazo que prejudiquem

significativamente a sua capacidade de transferir recursos para a DORA. Esta

determinação da CVM não traz prejuízos ao que já foi tratado sobre Provisão para

Perda, ou seja, quando mantidas as condições para constituição da provisão, a

DORA deverá fazê-la.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 52
Professora Andréa Silveira –2004

2.5 Resultados Não Realizados

O item I do art. 248 da Lei das Sociedades por Ações estabelece que,

no valor do patrimônio da IDA, não serão computados os resultados não realizados

decorrentes de negócios entre as empresas que participam entre si. O objetivo da

eliminação de lucros não realizados do patrimônio líquido da coligada ou controlada

deriva do fato de que realmente, somente se deve reconhecer lucro em operações

com terceiros, pois as vendas de bens de uma para outra empresa do mesmo grupo

não geram economicamente lucro, em termos de todo o grupo, a não ser quando

tais bens forem vendidos a terceiros.

Se uma Empresa B é controlada de uma DORA A e vende

mercadorias a A com lucro, ocorrerá que tais mercadorias serão registradas pela

DORA A como estoque ao preço de compra (que é de venda de B). Como a

controlada B contabiliza o lucro nessa transação no momento da venda, seu

patrimônio estará incluindo tal resultado. Todavia, enquanto aquelas mercadorias

permanecerem nos estoques da DORA A, considera-se o lucro registrado pela

Controlada B como não realizado com terceiros, para efeito do Método da

Equivalência Patrimonial. De fato, se nesse momento a DORA A registrar a

equivalência patrimonial sobre o lucro B, ocorrerá que a DORA A estará

reconhecendo um lucro de uma mercadoria que está em seu próprio estoque

(podendo também ocorrer a hipótese de prejuízo).

O mesmo problema ocorre no caso de vendas da Controlada B para

outras controladas ou coligadas da DORA A, pois nesse caso o conceito do conjunto

de empresas é de como se fossem uma só empresa com diversas filiais, onde não

haveria lucro nas transferências de bens. Essa situação ocorre com mais freqüência
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 53
Professora Andréa Silveira –2004

com o lucro nos estoques, e pode ocorrer com bens do imobilizado e com

investimentos, mas raramente com outros tipos de ativos.

2.5.1 Efeitos de Resultados não Realizados

A CVM, em sua Instrução no 247/96, define que, para efeito de

avaliação de investimentos pelo Método da Equivalência Patrimonial, ocorrem lucros

não realizados decorrentes de negócios com a DORA ou com outras coligadas e

controladas quando (§ 1o do art.9o):

"a) o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e

correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza

no Balanço Patrimonial da DORA; ou

b) o lucro estiver incluído no resultado de uma coligada e controlada e

correspondido por inclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza

no Balanço Patrimonial de outras coligadas e controladas.”

Também segundo a CVM não deverão ser eliminados:

a) os prejuízos decorrentes de transações com a DORA, coligadas e controladas no

cálculo da equivalência patrimonial, numa materialização do princípio contábil do

conservadorismo;

b) os lucros e os prejuízos, assim como as receitas e as despesas decorrentes de

negócios que tenham gerado, simultânea e integralmente, efeitos opostos nas

contas de resultado das coligadas e controladas;


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 54
Professora Andréa Silveira –2004

c) os lucros não realizados decorrentes de vendas da DORA para sua coligada ou

controlada. Esses lucros são eliminados apenas quando se tratar de consolidação

de balanços.

2.5.2 Como determinar os Resultados não Realizados

Nos casos de vendas de bens de uma para outra empresa, em que o

preço de venda é igual ao preço de custo, não há, logicamente, lucro não realizado a

eliminar do patrimônio da IDA. A preocupação e a origem do problema estão nas

transações, quando feitas a preços normais, como se fossem a terceiros, incluindo

lucros ou prejuízos. Tais transações, como já mencionado, podem envolver qualquer

tipo de bens que representam um ativo na compradora e podem ser:

a) estoques (mais comumente);

b) bens do imobilizado (menos comuns);

c) investimentos (menos comuns ainda);

d) outros ativos (raramente).

2.5.2.1 Lucro nos Estoques

No caso de vendas de mercadorias com lucro ou prejuízo, podem

ocorrer duas situações: (a) a empresa que comprou as mercadorias já as vendeu

para terceiros, ou seja, não tem, na data-base do balanço, nenhum saldo daquelas

mercadorias em estoque ou (b) a empresa que comprou as mercadorias tem saldo

total ou parcial daquelas mercadorias em estoque, na data do balanço.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 55
Professora Andréa Silveira –2004

No primeiro caso, em que não há estoque, logicamente não haverá

lucros nos estoques decorrentes das operações entre as sociedades. Assim, não há

eliminação a ser feita. Por exemplo:

A Controlada B vendeu à Controladora A, por $ 140.000, mercadorias

cujo custo para a controlada era de $ 100.000. A Controlada B registrou:

Vendas 140.000
Custos das vendas (100.000)
Lucro bruto 40.000

A Controladora A, por sua vez, no mesmo exercício, vendeu tais

mercadorias a terceiros por $ 160.000, que lhe haviam custado $ 140.000:

Vendas 160.000
Custos das vendas (140.000)
Lucro bruto 20.000

Observe em forma de tabela:

Histórico A B Consolidado
Venda 160.000 140.000 300.000
Custo 140.000 100.000 240.000
Lucro Bruto 20.000 40.000 60.000
Ganho na EP 40.000
Total 60.000

Nesse caso, não remanesceu lucro nos estoques a eliminar, nada

devendo, portanto, ser ajustado contra o patrimônio líquido da controlada na

aplicação da equivalência patrimonial. No caso em que há saldo de mercadorias

compradas da controlada ainda em estoque na data do Balanço, haverá lucro nos

estoques. Esse lucro nos estoques deverá ser eliminado, pois não representa um

lucro efetivamente realizado de operações com terceiros, pela controladora.

Contudo, para efeito de equivalência patrimonial, a preocupação com

lucros não realizados só existe em relação à venda de bens da IDA para a DORA e

somente no caso onde os estoques permanecem total ou parcialmente na DORA.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 56
Professora Andréa Silveira –2004

Para melhor entendimento, vamos manter nosso exemplo anterior, em

que a Controlada B vendeu à Controladora A, por $ 140.000, mercadorias que lhe

custaram $ 100.000. Todavia, agora vamos supor que a Controladora A tenha

vendido 50% dos estoques para terceiros, estando em estoque na data do Balanço a

totalidade dos $ 70.000:

1. Cálculo da margem de lucro


Preço de venda pela B 140.000
Custos das vendas na B (100.000)
Lucro bruto 40.000
Margem de lucro ((lucro bruto/ preço de venda)*100) 28,57%
2. Cálculo do lucro não realizado no estoque
Estoque total da Controladora A adquirido da empresa controlada 140.000
Menos: Vendido a terceiros 70.000
Saldo de estoque no Balanço 70.000
Lucro interno contido no estoque acima calculado pela margem de 28,57% = 20.000
Estoque sem lucro ou a preço de custo do grupo 50.000

Como vimos, a empresa A apresenta $20.000 contido nos estoques

que deverão ser eliminados para efeito de equivalência patrimonial na empresa B.

A Instrução CVM no 247/96 contempla a forma de cálculo (art. 9o, I e II):

primeiro aplica-se o percentual de participação sobre o patrimônio líquido da IDA

para, desse montante, subtraírem-se os lucros não realizados:

Patrimônio líquido da controlada B 1.000


Porcentagem de participação 90%
900
Menos: Lucros não realizados de operações intercompanhias (20)
Valor da equivalência patrimonial do investimento 880

Como se verifica, para apurar na data do Balanço o valor do lucro a

eliminar, basta aplicar sobre o saldo existente dessas mercadorias, na data do

Balanço, na DORA, o percentual de margem de lucro da IDA que o vendeu.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 57
Professora Andréa Silveira –2004

2.5.2.2 Lucro ou Prejuízo em Investimentos

Se uma empresa vende para outra do grupo uma participação

acionária numa terceira empresa e há lucro nessa transação, tal resultado deverá

ser eliminado, pois não representa um lucro efetivo realizado com terceiros.

Todavia, esta transação deverá ser cuidadosamente analisada, para determinar

como fazer a eliminação.

Suponha inicialmente que uma Controlada B tenha uma participação

acionária de 30% na Coligada C. Os demais 70% das ações da Coligada C

pertencem a outros acionistas fora do grupo. Suponha que a Controlada B resolva

vender essa participação na Coligada C para a Controladora A por $6.000.000,

tendo realizado um lucro de $2.000.000, por estar tal investimento registrado na

Controlada B na data da venda por $4.000.000. Esse lucro é derivado de o valor de

mercado do imobilizado de C ser superior ao valor registrado contabilmente.

Considere que ambas adotem o MEP. Assim, a Controladora A, que

adquiriu o investimento, teria registrado a compra como segue:

DÉBITO CRÉDITO

Investimento na Controlada C –
Valor da equivalência patrimonial 4.000.000
Ágio 2.000.000
a Bancos 6.000.000

A Controlada B, fez a baixa do investimento:

DÉBITO CRÉDITO

Bancos 6.000.000
a Investimentos na Coligada C – 4.000.000
a Receita não-operacional – Lucro na venda de investimentos 2.000.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 58
Professora Andréa Silveira –2004

Como notamos, o lucro na transação intercompanhia está no ativo da

controladora e como receita do ano na controlada. Tal valor deve ser eliminado do

PL da Controlada B na apuração da equivalência patrimonial pela Controladora A.

No exemplo dado, o valor total do lucro na transação é que seria

eliminado, pois foi transação do próprio ano, e a conta de ágio nada teve de

amortização. O valor do ajuste se alteraria à medida da amortização do ágio. Se a

Controladora A houvesse registrado o ágio de $ 2.000.000 numa conta de ativo para

amortizá-lo num período de cinco anos, o valor da eliminação a cada ano seria

diferente, pois, à medida que tal ativo fosse amortizado contra o resultado, o “lucro

nos ativos” iria reduzindo-se até chegar a zero, quando não haveria mais lucros nos

ativos a eliminar do Patrimônio Líquido.

Tomando esse mesmo exemplo, vamos verificar como seriam os

ajustes contra o Patrimônio Líquido, supondo que a transação de venda ocorreu no

final de X4 e que a Controladora A passou a amortizar o ágio de $ 2.000.000 em

cinco anos, ou seja, $ 400.000 por ano a partir de X5.

Assim, um quadro que demonstra tal ativo e sua amortização é:

NA CONTROLADORA A NA CONTROLADA B
Ágio Líquido Amortização Receita Lucros acumulados
(despesas do ano) (anos anteriores)

Em X4 2.000.000 — 2.000.000 —
Em X5 1.600.000 400.000 — 2.000.000
Em X6 1.200.000 400.000 — 2.000.000
Em X7 800.000 400.000 — 2.000.000
Em X8 400.000 400.000 — 2.000.000
Em X9 — 400.000 — 2.000.000
Em X0 — — — 2.000.000

Como verificamos, o lucro nos ativos vai-se reduzindo até chegar a

zero, e em X9 não há mais ajuste a fazer. Os ajustes ao Patrimônio Líquido da

Controlada B, relativos ao lucro não realizado no ativo Investimentos da

Controladora A, seriam, ano a ano, como segue:


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 59
Professora Andréa Silveira –2004

Em X4 2.000.000
Em X5 1.600.000
Em X6 1.200.000
Em X7 800.000
Em X8 400.000
Em X9 —

Em X9 não há mais lucro no ativo de A, não havendo mais ajuste a

fazer. Há que se lembrar os seguintes aspectos:

a) a realização, na situação exposta dá-se em função da depreciação, venda ou

baixa por obsolescência do imobilizado;

b) se o investimento for vendido a terceiros, antes da total amortização do ágio,

esse deverá ser integralmente amortizado (pelo saldo até então contabilizado) no

momento da venda.

2.5.2.3 Lucro ou Prejuízo em Ativo Imobilizado

O lucro remanescente no Ativo Imobilizado ocorre quando uma

empresa vende bens do Ativo Imobilizado a outra empresa do conjunto com lucro ou

prejuízo

Exemplo: A Controlada B vendeu um terreno à Controladora A por $ 10.000.000.

Esse terreno estava registrado na Controlada B pelo custo de $ 7.500.000. Assim,

registrou a venda, como segue:

DÉBITO CRÉDITO

Bancos 10.000.000
a Terrenos 7.500.000
a Lucro na venda de bens do imobilizado 2.500.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 60
Professora Andréa Silveira –2004

Por sua vez, a Controladora A registrou a aquisição, como segue:

DÉBITO CRÉDITO

Terrenos – Custo 10.000.000


a Bancos 10.000.000

Como terrenos não sofrem depreciação, o ajuste ao PL da Controlada

seria pelo valor total do lucro não realizado de $ 2.500.000. Por exemplo, se A

detém 70% de B e está com PL de $ 20.000.000, o valor de investimentos em A

seria: ($ 20.000.000 x 70%) - $ 2.500.000 = $ 11.500.000. Assim, o lucro não

realizado de $ 2.500.000 seria eliminado para que fosse reconhecido posteriormente

pela Empresa A por ocasião alienação do terreno ou do investimento.

2.6 Consolidação das Demonstrações Financeiras

2.6.1 Noções Preliminares

A consolidação das Demonstrações Financeiras foi uma das

importantes inovações introduzidas pela Lei das S.A.. Atualmente, as principais

regras de consolidação constam da Instrução CVM no 247/96.

A consolidação de balanços, como é mais conhecida, já é adotada em

muitos outros países há muitos anos, particularmente naqueles em que o sistema de

captação de recursos, por meio de emissão de ações ao público pelas Bolsas de

Valores, é usualmente adotado pelas empresas. Somente por meio dessa técnica

é que se pode realmente conhecer a posição financeira da empresa controladora

quando admitidos os impactos das demais empresas do grupo.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 61
Professora Andréa Silveira –2004

A leitura das DFs não consolidadas de uma empresa, que tenha

investimentos relevantes em outras, perde muito de sua significação por não

fornecerem elementos completos para o conhecimento e entendimento da situação

econômica-financeira de uma organização. Para efeito de consolidação deve

prevalecer o conceito de controle o que não abrange apenas o acionário, mas

também o da decisão em relação a políticas a serem seguidas pelas empresas, mais

conhecido como “influência sobre a administração” (tratado no item 2.3.2.5).

As diversas empresas de um mesmo grupo formam um conjunto de

atividades econômicas que, muitas vezes, são complementares umas das outras. É

dentro dessa visão e contexto que as Demonstrações Financeiras devem ser

analisadas, ou seja, representam o reflexo de um conjunto de atividades econômica

de um grupo empresarial; e isto só é conseguido se forem Demonstrações

Financeiras consolidadas, apesar de a adoção do método da equivalência

patrimonial para avaliação de investimento já produzir efeitos próximos aos da

consolidação quanto ao lucro líquido e ao patrimônio líquido.

2.6.2 Objetivo da Consolidação e quem deverá fazê-la

O objetivo da consolidação é apresentar aos leitores, principalmente

acionistas e credores, os resultados das operações e a posição econômica-

financeira da sociedade controladora e de suas controladas e coligadas, como se o

grupo fosse uma única empresa. Efetivamente, a análise individual das

Demonstrações Financeiras faz perder a visão do conjunto e, consequentemente, do

desempenho global do grupo. As inúmeras transações realizadas entre empresas

pertencentes a um mesmo grupo econômico necessitam ser eliminadas das


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 62
Professora Andréa Silveira –2004

demonstrações consolidadas, obtendo-se, assim, apenas os valores apurados em

função de operações efetuadas com terceiros alheios ao grupo.

Segundo o artigo 22 da IN 247/96/CVM, compreendem as

Demonstrações Financeiras Consolidadas os relatórios: Balanço Patrimonial,

Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração das Origens e Aplicações

de Recursos. Estes deverão ser complementados por Notas Explicativas e outros

quadros analíticos necessários para o esclarecimentos das situações.

A consolidação, de acordo com a Lei das SAs, é obrigatória para:

a) companhias abertas (art. 249) que tiverem mais de 30% de seu patrimônio líquido

representado por investimentos em controladas;

b) grupos empresariais que se constituírem formalmente em Grupo de sociedades

na forma do Capítulo XXI da Lei no 6.404/76, independentemente de serem ou

não companhias abertas. Será aplicável mesmo que a sociedade de comando

não seja S.A., tal como no caso de uma Limitada.

Deve-se entender como “investimentos em controladas”, nessa letra a

do art. 249, a soma algébrica dos valores contábeis na controladora, que

representam: valor de equivalência patrimonial no Balanço, ágios não amortizados,

saldos líquidos também dos deságios e provisões para perdas permanentes, saldos

esses referentes, todos, obviamente, às participações em sociedades controladas.

Apesar de a lei exigir a consolidação somente para as companhias

abertas cujos investimentos em controladas forem superiores a 30% em relação ao

PL da controladora, a Instrução CVM no 247/96 exige a consolidação para:

a) companhia aberta que possuir investimento em sociedades controladas, incluindo

as sociedades controladas em conjunto referidas no art. 32 desta instrução; e

b) sociedades no comando de grupo de sociedades que inclua companhia aberta.”


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 63
Professora Andréa Silveira –2004

Assim, a CVM inovou ao introduzir a consolidação (proporcional) para

um número maior de companhias abertas, incluindo as sociedades controladas em

conjunto, as quais também são denominadas de joint venture.

A Instrução CVM no 247/96 apresenta diversas inovações quanto aos

procedimentos a serem adotados pelas companhias abertas para a elaboração das

Demonstrações Financeiras consolidadas, destacando-se:

a) consolidação para todas as cias abertas com investimentos em controladas;

b) nova forma de eliminação dos Lucros Não Realizados, atribuídos estes lucros

exclusivamente à controladora;

c) vedação à eliminação de Prejuízos Não Realizados; e

d) consolidação proporcional de sociedades controladas em conjunto.

2.6.3 Controladas Não Consolidadas

Há, também, situações em que os quesitos anteriores são preenchidos,

mas não se devem incluir certas controladas na consolidação. O art. 23 da Instrução

CVM no 247/96 permite que as seguintes controladas sejam excluídas:

a) com efetivas e claras evidências de perda de continuidade e cujo patrimônio seja

avaliado ou não a valores de liquidação; ou

b) cuja venda por parte da DORA, em futuro próximo, tenha efetiva e clara

evidência de realização devidamente formalizada.”

O primeiro item refere-se às controladas que estão em processo de

concordata, falência ou em reorganização legal. Embora não esteja contida de

forma explícita na Instrução, torna-se necessário esclarecer que a simples mudança


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 64
Professora Andréa Silveira –2004

de ramo de atividade da controlada não caracteriza perda de continuidade, devendo

tal controlada continuar fazendo parte da consolidação.

De acordo com o § 1o do art. 23, a CVM poderá autorizar a exclusão de

uma ou mais sociedades controlada das Demonstrações Financeiras consolidadas

somente em casos especiais e mediante prévia solicitação. Tais casos referem-se

às sociedades controlada cuja inclusão não represente alteração relevante ou venha

distorcer a unidade econômica consolidada.

Para os investimentos excluídos da consolidação, o art. 23 § 2o,

determina que no Balanço Patrimonial consolidado o valor contábil dos

investimentos em controlada não consolidada deve ser evidenciado pelo Método de

Equivalência Patrimonial e o art. 31-I ainda exige a evidenciação em Nota Explicativa

das razões pelas quais foi realizada a exclusão de determinada controlada.

O art. 23 § 3o, da referida Instrução afirma que não será considerada

justificável a exclusão de controladas nas demonstrações consolidadas por serem

operações de natureza diversa das operações da DORA ou das demais controladas.

2.6.4 Técnicas de Consolidação

Como já comentado, o objetivo básico da consolidação é apresentar a

posição financeira e os resultados das operações das diversas empresas do grupo,

como se fossem uma única empresa. Assim, tendo em mãos as Demonstrações

Financeiras das empresas que serão consolidadas, a técnica básica é,

primeiramente, somar os saldos das contas. Exemplo: suponhamos a consolidação

de três empresas que tenham como Disponibilidade os valores:


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 65
Professora Andréa Silveira –2004

Empresa A 1.000
Empresa B 800
Empresa C 300
$ 2.100

Assim, o saldo consolidado do Disponível é o somatório do Disponível

das três empresas, que é $ 2.100. O mesmo seria feito para as demais contas do

Balanço, como Clientes, Estoques, Imobilizado, Contas a Pagar, Fornecedores etc.

2.6.4.1 Diferença na data de encerramento do Exercício

Pode ocorrer que a controladora encerre seu balanço em determinada

data, e que uma ou mais de suas controlada encerrem seus balanços em datas

diferentes. Logicamente, essa diferença não justifica a não-consolidação, pois a

controlada pode preparar Demonstrações Financeiras para fins de consolidação

para períodos coincidentes com o da controladora. Pode-se, em casos em que a

diferença não seja grande, adotar para consolidação as demonstrações da

controlada em seu próprio exercício social. A respeito desse problema, a Lei das

Sociedades por Ações (art. 250, § 4o) determina que: “as sociedades controladas,

cujo exercício social termine mais de sessenta dias antes da data do encerramento

do exercício da companhia, elaborarão com observância das normas desta lei,

demonstrações financeiras extraordinárias em data compreendida neste prazo.”

A CVM também menciona a defasagem de exercício e é mais restritiva.

Conforme o artigo 10 da In 247/96, as Demonstrações Financeiras da(s)

controlada(s) devem ser elaboradas na mesma data de encerramento do exercício

social da controladora. Entretanto, admite-se uma defasagem da data de

encerramento do exercício social entre a controladora e a(s) controlada(s) de até 60


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 66
Professora Andréa Silveira –2004

dias. Exemplo, se a data de encerramento de balanço da DORA é dia 31 de

dezembro, a data máxima de encerramento para as IDAs é de 31 de outubro.

O período de abrangência das Demonstrações Financeiras da

controlada deve ser idêntico ao da controladora, admitindo outro período nos casos

em que esse fato representar melhoria na qualidade informacional, sendo a

mudança evidenciada em nota explicativa. Neste caso, as controladas deverão

efetuar os necessários ajustes sobre eventos relevantes para que suas

demonstrações e das IDAs reflitam a real situação econômica e financeira na data

de encerramento das Demonstrações Financeiras da controladora. Portanto, a

permissão para incluir controladas com base em datas diferentes é aceitável, mas

deve-se atentar para o seguinte:

a) se o exercício social da controladora for de 12 meses, as demonstrações da

controladora também devem ser de 12 meses, ou seja, devemos procurar manter

uma uniformidade de períodos de um exercício para outro;

b) devemos esclarecer em Nota Explicativa que as Demonstrações Financeiras da

controlada estão sendo consolidadas com base em suas Demonstrações

Financeiras de data anterior esclarecendo o período da diferença;

c) devemos também, verificar se não ocorreram na controlada, nesse período,

eventos com efeitos relevantes nas demonstrações consolidadas. Se houver,

devem ser considerados na consolidação e esclarecidos em Notas Explicativas.

2.6.4.2 Uniformidade de Critérios Contábeis entre as Empresas Consolidadas

O fato de objetivo da consolidação ser a apresentação das DFs da

controladora e suas IDAs como se o grupo fosse uma única empresa, leva à
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 67
Professora Andréa Silveira –2004

conclusão de que é necessário que tais empresas tenham critérios contábeis

uniformes. Caso contrário, poderemos estar somando ativos, passivos, receitas e

despesas apuradas com critérios de avaliação e registro diferentes entre si.

Na consolidação, a uniformidade é de importância ainda maior,

principalmente quanto a classificação das contas do Balanço e do Resultado do

Exercício, para que os saldos consolidados representem valores da mesma

natureza. Por esse fato, é importante que a controladora, responsável pela

consolidação, adote o Manual de Diretrizes Contábeis do grupo, contemplando

Elenco de Contas Padronizado e a definição das Práticas Contábeis Uniformes a

serem seguidas por todas as empresas consolidadas.

O cuidado com a uniformidade é ainda maior com controladas que

operam no exterior, pois, no caso, seguem legislações específicas daqueles países,

estando mais sujeitas a divergências de critérios e requerendo um processo de

ajustamento às práticas contábeis do Brasil e da controladora antes da

consolidação, além, é claro, da conversão dos valores de outras moedas para a

moeda nacional.

2.6.5 Eliminações de Consolidação

A consolidação não é, todavia, simplesmente a soma dos saldos de

cada conta das diversas empresas. Há necessidade, também, de eliminar os saldos

existentes ou transações realizadas entre as empresas do grupo.

O art. 250 da Lei das SAs (Lei no 6.404/76), estabelece que serão

excluídas das Demonstrações Financeiras consolidadas os seguintes itens:

a) as participações de uma sociedade em outra;


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 68
Professora Andréa Silveira –2004

b) os saldos de quaisquer contas entre as sociedades;

c) as parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do

custo dos estoques e do ativo permanente que corresponderem a resultados,

ainda não realizados, de negócios entre as sociedades.

O artigo 24 da IN 247/96 da CVM ratifica os itens citados acima e ainda

complementa a necessidade de se excluir os encargos de tributos (inclusive o

diferido) correspondentes ao lucro não realizado, apresentados no Ativo Circulante

ou Ativo Realizável a Longo Prazo. Também cita o artigo 25 da mesma IN que a

participação dos acionistas não controladores (minoritários) deverá ser destacada

em grupo isolado no Balanço Patrimonial consolidado, figurando imediatamente

antes do Patrimônio Líquido.

2.6.5.1 Participações em Outras Sociedades

A participação acionária, representada pela conta Investimentos que

uma empresa tiver na outra, será, também, eliminada. O procedimento se dá pelo

expurgo dos investimentos contra as diversas contas do patrimônio da controlada

pelos valores proporcionais aos que a empresa de comando tiver da controlada. O

lançamento de eliminação, em linhas gerais, será:

DÉBITO CRÉDITO

Capital social $
Reservas de capital das controladas $
Reservas de lucros $
Lucros acumulados $
a Investimentos da controladora $
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 69
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2.6.5.2 Saldos de operações intercompanhias

Os saldos de Ativos e Passivos resultantes de transações entre as

empresas do grupo, deverão para efeito de consolidação serem eliminados. Os

casos mais comuns são:

a) Clientes – aparecem na empresa do grupo que vendeu mercadorias ou

prestou serviços a outra empresa do grupo. Logicamente, essa outra empresa terá

o mesmo saldo a pagar na conta Fornecedores. Dessa forma, o lançamento de

eliminação será:

DÉBITO CRÉDITO

Fornecedores (Empresa A) $
a Clientes (Empresa B) $

b) Contas Correntes – diversas operações podem normalmente ocorrer entre

empresas do grupo que são debitadas ou creditadas em conta corrente. Na data do

balanço, haverá um saldo devedor em uma empresa e um correspondente saldo

credor em outra; ambos deverão ser eliminados na consolidação, como segue:

DÉBITO CRÉDITO

Contas Correntes Credoras (Empresa A) $


a Contas Correntes Devedoras (Empresa B) $

2.6.5.3 Resultados Não Realizados

É estabelecido que as demonstrações consolidadas não devem incluir

lucros nas transações efetuadas entre as empresas do grupo. Um aspecto relevante

é que a CVM não permite a eliminação do prejuízo não realizado, apesar de a Lei no

6.404/76, referir-se aos resultados entre sociedades. A IN CVM no 247/96 refere-se


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 70
Professora Andréa Silveira –2004

apenas à eliminação do lucro não realizado para fins de consolidação e para

equivalência patrimonial. Esse tratamento atende aos objetivos da contabilidade no

que diz respeito ao princípio do conservadorismo, uma vez que os prejuízos não

realizados permanecem de maneira a evidenciar um resultado menos otimista para

os usuários da informação contábil. Alguns exemplos mais comuns são:

1. Receitas auferidas por uma sociedade de outra do conjunto, como:

a) juros cobrados;

b) comissões sobre vendas;

c) dividendos recebidos, se creditados à receita.

2. Lucros de operações de vendas entre as sociedades que ainda remanesçam

nos ativos da sociedade compradora dos bens.

2.6.7 Controle das Transações entre as Empresas do Grupo

Praticamente todas as operações realizadas entre as empresas

consolidadas, devem ser eliminadas para fins de consolidação. Para tanto, é

necessário, durante o ano, o controle dessas transações e dos saldos

intercompanhias, para permitir a apuração dos valores de vendas, juros, comissões

e outras receitas ocorridas durante o exercício entre as empresas.

Com relação aos saldos de balanço, também devem ser controlados à

parte e destacados para facilitar a consolidação, precisando também ser conciliados,

comparando-se os saldos de uma empresa com os que acusam as outras empresas.

Na data da consolidação, os eventuais itens de conciliação devem ser eliminados

por meio de sua contabilização pelas empresas, ou de ajustes em papéis de


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 71
Professora Andréa Silveira –2004

trabalho, mesmo nos casos de itens em trânsito, para que os saldos

intercompanhias fechem entre si.

Sumariando, temos as seguintes precauções a tomar:

1. desenvolver planos de contas e critérios de contabilização padronizados de forma

que todas as empresa a serem consolidadas adotem, tanto quanto possível,

critérios contábeis uniformes entre si e com a mesma classificação;

2. manter controle das transações entre as empresas do grupo;

3. manter controle dos saldos intercompanhias;

4. efetuar conciliações periódicas das contas intercompanhias e ajustá-las na data

da consolidação;

5. desenvolver os controles dos itens 1 e 2, contabilmente, criando-se contas

especificas nos planos de contas das diversas empresas;

2.6.7.1 Papéis de Trabalho

A consolidação pode ser feita de diversas formas, tais como:

1. usando-se papéis de trabalho manualmente elaborados ou processados

eletronicamente;

2. usando-se o Razão por conta extracontábeis para consolidação, em que se

lançam os saldos de cada empresa a ser consolidada e depois se registram todos

os lançamentos de eliminação de consolidação, chegando-se aos saldos

consolidados por conta.

Na elaboração desses modelos, assumimos como quatro as empresas

a serem consolidadas, ou seja, a controladora e três controlada, tendo sido


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 72
Professora Andréa Silveira –2004

reservada uma coluna para os saldos de cada empresa. Se houvesse mais

empresas, logicamente, haveria mais colunas.

Os modelos de papéis de trabalho são:

1. consolidação do Balanço – Ativo;

2. consolidação do Balanço – Passivo;

3. consolidação do Resultado do Exercício;

4. resumo dos lançamentos de eliminações na consolidação;

5. papéis da apuração, em detalhe das eliminações de consolidação.

A seguir vamos demonstrar um exemplo prático de Consolidação:

As Lojas Inglesas S.A, cujas ações são negociadas na bolsa de valores, têm 80% da

participação acionária das Lojas Monte Claro S.A. Ambas empresas, apresentaram

as demonstrações abaixo:

Balanço Patrimonial da Controladora em 31/12/20x2

ATIVO Passivo
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Caixa 55.000 Fornecedores 90.000
Clientes 115.000 Obrigações Tributárias 60.000
Estoques 160.000 Contas a Pagar 120.000
Títulos e Valores Mobiliários 140.000
Despesas Antecipadas 10.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Capital Social 500.000
Valores a Receber das Lojas Monte Claro 45.000 Reserva de Capital 250.000
ATIVO PERMANENTE Reserva de Lucros 50.000
INVESTIMENTOS Lucros Acumulados 80.000
Participações nas Lojas Monte Claro 400.000 Lucro Líquido de 20x2 320.000
ATIVO IMOBILIZADO
Terrenos 125.000
Edifícios 230.000
Máquinas 190.000
TOTAL 1.470.000 1.470.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 73
Professora Andréa Silveira –2004

Demonstração de Resultado da Sociedade Controladora

Período de 01/01/20x2 a 31/12/20x2

Contas Valores
Receitas Operacionais 540.000
Custo das Vendas (140.000)
Lucro Bruto 400.000
Despesas Operacionais (80.000)
Receita de Equivalência Patrimonial 120.000
Lucro Operacional 440.000
Contribuição Social (35.000)
Lucro antes do Imposto de Renda 405.000
Imposto de Renda (85.000)
Lucro Líquido 320.000

Balanço Patrimonial da Controlada em 31/12/20x2

ATIVO Passivo
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Caixa 30.000 Fornecedores 55.000
Clientes 90.000 Obrigações Tributárias 45.000
Estoques 85.000 Contas a Pagar 70.000
ATIVO PERMANENTE PASSIVO EX. LONGO PRAZO
IMOBILIZADO Valores a Pagar a Lojas Inglesas 45.000
Terrenos 135.000
Edifícios 160.000 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Móveis e Utensílios 130.000 Capital Social 300.000
Veículos 85.000 Reserva de Capital 50.000
Lucro Líquido de 20x2 150.000
TOTAL 715.000 TOTAL 715.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 74
Professora Andréa Silveira –2004

Demonstração de Resultado da Sociedade Controladora

Período de 01/01/20x2 a 31/12/20x2

Contas Valores
Receitas Operacionais 390.000
Custo das Vendas (90.000)
Lucro Bruto 300.000
Despesas Operacionais (60.000)
Lucro Operacional 240.000
Contribuição Social (25.000)
Lucro antes do Imposto de Renda 215.000
Imposto de Renda (65.000)
Lucro Líquido 150.000

Papel de Trabalho 1

PAPEL DE TRABALHO 1 - ATIVOS


Saldos
Consolidad
Controladora Controlada Ajustes os
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE D C
Caixa 55.000 30.000 85.000
Clientes 115.000 90.000 205.000
Estoques 160.000 85.000 245.000
Títulos e Valores Mobiliários 140.000 0 140.000
Despesas Antecipadas 10.000 0 10.000
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 0
Valores a Receber das Lojas Monte Claro 45.000 0 45.000 0
ATIVO PERMANENTE 0
INVESTIMENTOS 0
Participações nas Lojas Monte Claro 400.000 0 400.000 0
ATIVO IMOBILIZADO 0
Terrenos 125.000 135.000 260.000
Edifícios 230.000 160.000 390.000
Máquinas 190.000 0 190.000
Móveis 0 130.000 130.000
Veículos 0 85.000 85.000
TOTAL 1.470.000 715.000 0 445.000 1.740.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 75
Professora Andréa Silveira –2004

Papel de Trabalho 2

PAPEL DE TRABALHO 2 - PASSIVOS


Saldos
PASSIVO Controladora Ajustes Consolidados
PASSIVO CIRCULANTE D C
Fornecedores 90.000 55.000 145.000
Obrigações Tributárias 60.000 45.000 105.000
Contas a Pagar 120.000 70.000 190.000
0
PASSIVO EXIG. LONGO PRAZO 0
Valores a Pagar às Lojas Inglesas 0 45.000 45.000 0
0
PARTICIPAÇÕES MINORITÁRIAS 0 0 100.000 100.000
0
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.200.000 500.000 500.000 1.200.000
Capital Social 500.000 300.000 300.000 500.000
Reserva de Capital 250.000 50.000 50.000 250.000
Reserva de Lucros 50.000 0 0 50.000
Lucros Acumulados 80.000 0 0 80.000
Lucro Líquido de 20x2 320.000 150.000 150.000 320.000
0
Total 1.470.000 715.000 545.000 100.000 1.740.000

Papel de Trabalho 3

PAPEL DE TRABALHO 3 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO
01/01/X2 a 31/12/x2
Ajustes Saldo
Controladora Controlada D C Consolidado
Receitas Operacionais 540.000 390.000 930.000
Custo das Vendas (140.000) (90.000) (230.000)
Lucro Bruto 400.000 300.000 700.000
Despesas Operacionais (80.000) (60.000) (140.000)
Receita de Equivalência Patrimonial 120.000 0 120.000 0 0
Lucro Operacional 440.000 240.000 560.000
Contribuição Social (35.000) (25.000) (60.000)
Lucro Antes do IR 405.000 215.000 500.000
Imposto de Renda (85.000) (65.000) (150.000)
Lucro Líquido 320.000 150.000 350.000
Participação Minoritária 0 0 30.000 0 (30.000)
Lucro Consolidado 320.000 150.000 150.000 0 320.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 76
Professora Andréa Silveira –2004

Papel de Trabalho 4

RESUMO DOS LANÇAMENTOS DE ELIMINAÇÕES NA


CONSOLIDAÇÃO

NL Ref. PT Descrição do Lançamento Débito Crédito

1 - Saldos Intercompanhias
1 1 Valores a Receber de Monte Claro 45.000
1 2 Valores a Pagar as Lojas Inglesas 45.000
45.000 45.000
2 - Investimentos - 80%
2 1 Investimentos 400.000
2 3 Capital Social (300 * 80%) 240.000
2 3 Reserva de Capital (50*80%) 40.000
2 4 Receita de Equivalência Patrimonial 120.000
400.000 400.000
3 - Participações Minoritárias - 20%
3 3 Capital Social (300 * 20%) 60.000
3 3 Reserva de Capital (50*20%) 10.000
3 4 Participação Minoritária (DRE) 30.000
3 3 Participação Minoritária (BP) 100.000
100.000 100.000
TOTAL GERAL 545.000 545.000

Comentário sobre o PT 4

1. Nesse papel de trabalho, devem ser sumariados todos os lançamentos de

eliminações na consolidação, tais como os de investimentos em controladas

vendas e custos entre as companhias consolidadas, saldos de contas como

Clientes, Fornecedores, Contas Correntes, eliminações do lucro nos estoques

etc.
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 77
Professora Andréa Silveira –2004

2. Tais lançamentos seriam apurados individualmente em outros papéis de

trabalho e passados para esse resumo, para se ter um controle geral.

3. Desse resumo é que os lançamento seriam passados para os papéis de

consolidação do Balanço e da demonstração do resultado do exercício.

4. Para melhor controle e para facilitar as verificações e localização, os

lançamentos devem ser numerados em seqüência nessa folha e seus números

indicados também no Balanço e na demonstração de resultados.

A demonstração da evolução do patrimônio líquido consolidado, deve

ser preparada ao se fazer a consolidação (apesar de não ser obrigatória), como

forma de assegurar que os valores apurados na consolidação estão fechando entre

si. A movimentação inclui:

a) os saldos no fim e no início do exercício são extraídos dos balanços

consolidados;

b) o lucro líquido consolidado é o apurado na demonstração consolidada dos

Resultados do Exercício;

c) os dividendos distribuídos representam a soma destes, em cada empresa

consolidada, menos os internos ao próprio conjunto, que são eliminados.

Normalmente, a demonstração consolidação das mutações

patrimoniais é igual à demonstração das mutações do patrimônio líquido da

controladora, pois este usa a equivalência patrimonial. O mesmo ocorre com a

demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. Por essa razão, a CVM, em sua

Instrução no 247/96, art. 22, desobrigou as companhias abertas de sua publicação,

exigindo apenas a consolidação do Balanço Patrimonial, da Demonstração do


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 78
Professora Andréa Silveira –2004

Resultado do Exercício (DRE) e da Demonstração das Origens e Aplicações de

Recursos (DOAR), complementados por Notas Explicativas e outros quadros

analíticos necessários ao esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados

consolidados.

2.6.8 Lucros nas transações entre empresas dos grupo

As situações mais comuns onde aparecem resultados entre as

empresa do grupo são as receitas auferidas por uma sociedade de outra do

conjunto e a venda de ativos entre as sociedades que ainda permaneça na empresa

compradora. Como exemplo de receitas podemos citar: juros cobrados, comissões

sobre vendas e dividendos recebidos. E como venda de ativos temos os estoques e

ativos de natureza permanente.

2.6.8.1 Juros, comissões e outras receitas intercompanhias

Essas parcelas estão registradas como receitas em uma das empresas

e, por outro lado, como despesas em outra empresa do conjunto, e não representam

receitas e despesas efetivas com terceiros; portanto, a Demonstração Consolidada

dos Resultados do Exercício deve excluí-las

HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO


1. Para eliminar juros intercompanhias cobrados pela
controladora A da controlada B
Receitas financeiras – juros (A) $
a Despesas financeiras – juros (B) $

2. Para eliminar comissões sobre vendas cobradas pela


controladora A da controlada B
Receitas de comissões sobre vendas (A) $
a Despesas de vendas – comissões (B) $
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 79
Professora Andréa Silveira –2004

2.6.8.2 Dividendos

No caso dos dividendos registrados, é necessário verificar como a

sociedade DORA os contabilizou. Assim, se a empresa adotar o Método da

Equivalência Patrimonial para registrar seu investimento na controlada, o que deve

ser o normal, pois se trata de investimento relevante, os dividendos recebidos não

estarão em receita, e sim como redução da conta do investimento e, portanto, não

haverá eliminação a fazer na Demonstrações de Resultados do Exercício.

Por outro lado, se a empresa adotar o Método de Custo para

contabilizar os investimentos, tais dividendos estarão creditados em receita e

deverão ser eliminados debitando-se tal receita a crédito da apropriação de lucros

que foi feita pela sociedade que distribui os dividendos. Essa hipótese praticamente

só ocorrerá quando da inclusão, na consolidação, de empresas financeira ou

administrativamente dependentes, mesmo não controladas, por determinação da

CVM. Esse caso poderá ocorrer ainda se a controladora estiver fazendo a

consolidação para fins exclusivamente internos e incluir sociedade não controlada

da controladora, mas que pertença ao mesmo conjunto. Este é o caso de acionista

majoritário da controladora, que é o mesmo acionista majoritário dessa outra

sociedade.

2.6.8.3 Lucros nos Estoques

O tratamento e a fundamentação sobre os lucros nos estoques já estão

tratados no item 2.5.2.1 deste material. Considerando, ainda, o exemplo


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 80
Professora Andréa Silveira –2004

apresentado naquele item temos a seguinte eliminação na Demonstração do

Resultado do Exercício:

DÉBITO CRÉDITO

Vendas (Empresa B) 140.000


a Custo das mercadorias vendidas (Empresa A) 140.000

O custo das vendas, a ser aqui eliminado, é de $ 140.000, e não

simplesmente os $ 100.000 do custo para a controlada B, já que tal mercadoria foi

revendida a terceiros pela controladora A e dentro de seu custo de vendas há os $

40.000 de lucro da B na venda à A.

CONTAS CONTROLADORA A CONTROLADA B ELIMINAÇÕES DE SALDOS


CONSOLIDAÇÃO CONSOLIDADOS
Débito Crédito

Vendas 160.000 140.000 140.000 — 160.000


CMV
140.000 100.000 — 140.00 100.000
0

Lucro bruto 20.000 40.000 140.000 140.00 60.000


0

Verificamos aí que os saldos consolidados de vendas e custos das

mercadorias vendidas representam as efetivas operações com terceiros, pois as

vendas de $ 160.000 foram feitas pela controladora A com terceiros e o custo das

vendas de $ 100.000 representa o valor pago pela controlada B ao adquirir

mercadorias de terceiros. Neste caso, o lucro consolidado não sofreu alterações,

sendo a simples soma do lucro da A com a B, pois não remanesceu lucro nos

estoques a eliminar. No segundo caso, em que há saldo em estoque de

mercadorias compradas de sociedade do conjunto, na data da consolidação haverá

lucro nos estoques. Esse lucro nos estoques deverá ser eliminado, pois não

representa um lucro efetivamente realizado de operações com terceiros.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 81
Professora Andréa Silveira –2004

2.6.9 Diferenças entre o Lucro pela MEP e o Lucro Consolidado

O critério adotado pela Lei das Sociedades por Ações e pela CVM para

o Método da Equivalência Patrimonial, na avaliação dos investimentos, não

apresenta o mesmo lucro que é apurado na consolidação. De fato, há diferenças de

critérios, particularmente no que se refere à eliminação dos resultados não

realizados, pois:

a) na consolidação, a técnica utilizada é eliminar os lucros nos estoques (e no ativo

permanente) por seu valor total, mesmo que a controlada tenha acionistas

minoritários. A idéia é a de que, para tais minoritários, não interessa se as

vendas foram para terceiros ou se foram para outra empresa do grupo. Pelo

MEP, todavia, tais resultados não realizados são deduzidos extracontabilmente do

patrimônio líquido contábil da controlada, após a aplicação da porcentagem de

participação da DORA e, nessa técnica, elimina-se a parcela do resultado não

realizado correspondente à porcentagem de participação majoritária. Para os

demais sócios minoritários, o lucro é realizado e efetivo;

b) na consolidação, eliminam-se todos os lucros não realizados, sejam eles oriundos

de vendas da DORA para as controladas, sejam das controladas para a DORA ou

outras controladas. Pelo método da equivalência patrimonial, somente estes

últimos são eliminados e, se a DORA não fizer um ajuste complementar em sua

contabilidade (que é o que deve ser feito, apesar de não expressamente

mencionado na legislação), ocorrerá nova diferença. Dessa forma, a

consolidação deve ser preparada dentro de suas técnicas independentemente do


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 82
Professora Andréa Silveira –2004

fato de haver resultados finais divergentes dos apurados pelo método da

equivalência patrimonial.

2.6.10 Consolidação na Existência de Defasagem nas Datas dos Balanços

Nos tópicos anteriores, analisamos as eliminações de saldos de

balanço e de resultados intercompanhias e partimos da premissa da coincidência de

datas de encerramento das empresas incluídas na consolidação.

Todavia, apesar de não recomendável, é possível e aceitável que se

possam incluir na consolidação as demonstrações financeiras de uma controlada,

cuja data-base de encerramento seja anterior à da controladora. Essa defasagem é,

porém, aceitável somente quando for pequena a diferença de tempo, de sorte que

os efeitos nas Demonstrações Financeiras consolidadas não sejam significativos. O

§ 4o do art. 250 da Lei das Sociedades por Ações e o art. 24 da Instrução CVM no

247/96 permitem uma defasagem de até dois meses, mas sempre antes da data do

balanço da controladora, prazo esse igual ao concedido para fins de contabilização

dos investimentos pelo método da equivalência patrimonial.

Havendo a defasagem, devem ser tratadas as operações entre as

diversas sociedades e, não raro, são necessárias certas técnicas que tornam a

tarefa de consolidar extremamente complexa. Ex: se uma controladora A encerra

seu Balanço em 31-12 e sua controlada B o faz em 30-11, pode ter ocorrido uma

venda de mercadoria de A para B, durante dezembro, com os seguintes reflexos:

a) há uma receita e um lucro em A não correspondidos, por compra (em estoques ou

em custo das mercadorias vendidas), em B;


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 83
Professora Andréa Silveira –2004

b) há um provável valor a receber no ativo de A não correspondido por um passivo

em B (ou há um disponível talvez em duplicidade);

c) pode a sociedade B ter vendido ou não, em 31-12, esse produto, realizando ou

não o resultado registrado em A.

Neste caso, teria a empresa A de efetuar, na consolidação, um ajuste,

simplesmente eliminando a operação, para fazer desaparecer o valor a receber de

seu ativo, o lucro de seu patrimônio líquido e fazer voltar o produto a seu estoque.

Se a operação fosse inversa, isto é, durante dezembro a controlada B

tivesse vendido esse estoque para A, ocorreria:

a) se A ainda o tivesse em estoque, faria um ajuste na consolidação, creditando

Estoques e debitando Fornecedores, para eliminar a dupla contagem do

inventário de 30-11 de B com 31-12 de A, e a dívida intercompanhias;

b) se A já o tivesse vendido para terceiros, o lançamento também seria o mesmo,

para dar baixa do estoque em B em 30-11 e eliminar a dívida.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 84
Professora Andréa Silveira –2004

3 Cases e Exercícios

Exercício 1: Com base em cada situação abaixo, associe:

CT – Controlada CI – Controlada Indireta CL – Coligada EQ – Equiparadas

OT – Outros

1. (CL) A empresa Bergamine S.A adquiriu por R$12.000,00 participação

proporcional ao capital total de R$100.000,00 da empresa Delta Ltda. Este

investimento não dará a DORA poderes de controlar a IDA.

2. (EQ) A empresa Lótus S.A. investiu R$30.000,00 no capital social da empresa

Cavalcanti Empreendimentos S.A. O investimento foi feito totalmente em ações

ordinárias da IDA, sendo assim composto: R$280.000,00 – ações ordinárias e

R$620.000,00 – ações preferenciais.

3. (CT ) A empresa Dínamus S.A investiu R$105.000,00 em ações ordinárias no

capital social da empresa Mattos S.A. O capital total da IDA é de R$500.000,00,

sendo 40% de ações ordinárias e 60% de ações preferenciais.

4. (CI) Em relação ao item anterior, a empresa Mattos investiu R$100.000,00 na

empresa Central Materiais Cirúrgicos Ltda. esta empresa será totalmente

controlada pela empresa Mattos Ltda. Qual o tipo de participação da Dínamus

em relação a Central Materiais Cirúrgicos.

5. (CL) A empresa Azacruz investiu R$40.000,00 em ações preferenciais da

empresa Tutorial. O valor do capital social da IDA é de R$150.000,00. O

percentual de ações preferenciais é de 30%.

6. (OT) A empresa Lojas Inglesas S.A adquiriu por R$18.000,00 participação

proporcional no Capital Total de R$200.000,00 da empresa Soares Ltda. O

investimento foi em ações preferenciais.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 85
Professora Andréa Silveira –2004

7. (EQ) A empresa Brasis S.A. investiu R$30.000,00 no capital social da empresa

Martins Empreendimentos S.A. O investimento foi feito totalmente em ações

ordinárias da IDA, sendo assim composto: R$280.000,00 – ações ordinárias e

R$220.000,00 – ações preferenciais.

8. (CT ) A empresa CEDAC S.A investiu R$300.000,00 em ações ordinárias no

capital social da empresa Cromos Ltda. O capital total da IDA é de

R$1.000.000,00, sendo 40% de ações ordinárias e 60% de ações preferenciais.

9. (OT) Em relação a questão anterior, a empresa Cromos investiu R$150.000,00

em um novo negócio com um Capital Social de R$1.500.000,00. O percentual de

ações ordinárias é de 30%.

10. (CL) A empresa Monte Claro investiu R$80.000,00 em ações preferenciais da

empresa Tramontina. O valor do capital social é assim dividido: R$100.000,00 –

ações ordinárias e R$200.000,00 – ações preferenciais.

Exercício 2: Dê um exemplo para cada situação abaixo:

a) Empresa Controlada

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

b) Empresa Coligada

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 86
Professora Andréa Silveira –2004

c) Empresas Equiparadas à Coligada

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

d) Outras

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

e) Controle Indireto

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Exercício 3: A Magnus S.A. adquiriu em Bolsa de Valores 4% do Capital Social

da Trevo S.A em 15/10/x1 pela valor total de $130.000,00. Os administradores

da Holding S.A. têm intenção de alienar essas ações no início do exercício

social de X2, tendo em vista que existe perspectiva de valorização dessas

ações. Pergunta-se:

(a) Em que grupamento de contas essas ações devem ser classificadas no

balanço patrimonial da Holding S.A no encerramento do exercício de X1?

(b) Qual a metodologia de avaliação que deverá ser adotada?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 87
Professora Andréa Silveira –2004

Exercício 4: A Holding S.A adquiriu em 1/1/x1, 11% das ações do capital social

da Subsidiária S.A. pelo valor total de $1.100,00. O patrimônio líquido da

Subsidiária S.A teve a seguinte evolução nos exercícios sociais de X1 e X2:

Histórico Valor $
Saldo em 01/01/X1 10.000
Lucro apurado em X1 2.000
Dividendos declarados em 31/12/X1 e pagos em 5/5/X2 (2.500)
Saldos em 31/12/X1 9.500
Prejuízo apurado em 19X2 (300)
Saldo em 31/12/X2 9.200

Com base nos dados acima determine o valor do investimento na

Holding S/A para os exercícios sociais de X1 e X2, pelo Método de Custo e pelo

Método da Equivalência Patrimonial.

Método Valor do Investimento na IDA

Ano de XI Ano X2

Método de Custo

Método de Equivalência Patrimonial

Diferença Apurada

Exercício 5: A Empresa Alfa S/A, resolveu expandir suas atividades, tendo

constituído, em 30-11-X0, uma Controlada B, da qual detinha 100% das ações.

O total do investimento feito pela Empresa Alfa, em X0 (capital subscrito da B),

foi de 100.000 ações ao valor nominal de $2,00, totalizando $200.000.

Suponhamos que os resultados das operações da Cia. B para o período de X0

a X4 sejam como segue:


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 88
Professora Andréa Silveira –2004

X0 X1 X2 X3 X4
Lucro/Prejuízo (20.000) 30.000 45.000 40.000 52.000
Dividendos Distribuídos (80% a cada ano)
Integralização(100.000 ações) 200.000 30.000
Aumento de Capital (10.000 ações)

Com base nos dados acima, preencha a tabela abaixo e determine qual o

valor do investimento por ação em cada exercício:

X0 X1 X2 X3 X4

Método de custo

Método da equivalência patrimonial

Diferença não registrada na Empresa A:

No ano

Acumulada

Valor do investimento por ação:

Método de custo

Método da equivalência

Diferença percentual

Exercício 6: A Cia Kabon, cujo o patrimônio líquido é de $800.000,00, possui os

seguintes investimentos:

IDAs Valor Contábil do Participação no Tipo


Investimento Capital
A $13.000 20% Coligada
B $36.000 9% Não Coligada e Não Controlada
C $12.600 30% Controlada
D $81.000 6% Não Coligada e Não Controlada
E $84.000 14% Coligada
F $18.000 12% Coligada
Nota: A DORA Cia. Kabon, possui influência na administração da IDA F. Porém não

possui influência na administração de E.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 89
Professora Andréa Silveira –2004

Assim supondo que todas as empresas são companhias abertas e que

não há companhias equiparadas a coligadas, com base nas informações dadas,

indique e justifique quais os investimentos que deverão ser avaliados pelo Método

da Equivalência Patrimonial.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Exercício 7:

A Cia Holding constitui uma Subsidiária Integral em janeiro de X1 composta de

200.000 ações ao valor unitário de $4,00. Durante o período de X1, X2 e X3,

aconteceram as seguintes transações:

Data Ref. Transação Valor


Trans.
01/01/X1 1 Integralização de Capital da Cia Subsidiária em dinheiro $800.000,00
31/12/X1 2 Prejuízo apurado pela Cia Subsidiária no exercício de X1 $50.000,00
30/06/X2 3 Reavaliação de Bens da Cia Subsidiária $30.000,00
31/12/X2 4 Lucro apurado pela Cia Subsidiária no exercício de X2 $40.000,00
31/12/X2 5 Dividendos propostos pela Cia Subsidiária $10.000,00
01/01/X3 6 A Cia Holding vende 30% das ações da Cia Subsidiária para a
Empresa C pelo valor existente no Investimento nesta data
01/01/X3 7 Aumento de Capital pela Cia Holding para Cia Subsidiária (sem $500.000,00
participação da empresa C)
30/04/X3 8 Recebimento dos Dividendos Propostos $10.000,00
30/06/X3 9 Ajuste em LPA pela empresa Cia Subsidiária relativo a CMV $5.000,00
contabilizado a menor em exercícios anteriores
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 90
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30/09/X3 10 A Cia Subsidiária recebe doação de uma Entidade Filantrópica $10.000,00


31/12/X3 11 Lucro apurado pela Cia Subsdiária no exercício de X3 $15.000,00
31/12/X3 12 Dividendos propostos pela Cia Subsidiária $5.000,00

Com base nestas informações, contabilize as transações, preenchendo as

fichas de lançamento e o Razão Analítico e informe o saldo da conta de

Investimentos em 31/12/X3

Contabilização

Data Ref. Rubrica Contábil D C Valor


Trans. Lançamentos na DORA
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 91
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RAZÃO ANALÍTICO DA CONTA DE INVESTIMENTOS – 01/01/X2 a 31/12/X3


Data Ref. Histórico D C Saldo
Trans.

Memória de Cálculo do item 7


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 92
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Conferência da Equivalência Patrimonial

Exercício 8: Em 31/12/x2 os balancetes das empresas Montreal e Gama :

Contas Montreal Gama


Ativo Circulante 12.000 5.000
Ativo Realizável a Longo Prazo 27.600 -
Ativo Investimentos 20.400 -
Ativo Imobilizado 110.000 49.000
Passivo Circulante 25.000 15.000
Passivo Exigível a Longo Prazo 15.000 5.000
Capital 80.000 50.000
Reservas 10.000 1.000
Lucros e Prejuízos Acumulados 20.000 (14.000)
Despesas Operacionais 60.000 45.000
Receitas Operacionais 80.000 42.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 93
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Outras informações:

1. Para a apuração dos resultados de 20x2, das empresas, falta ainda apenas a

avaliação dos Investimentos Permanentes;

2. A empresa Montreal detinha 60% do capital da empresa Gama e constituía-se na

única participação societária da empresa;

Com base nestas informações responda:

1. O valor do Investimento na empresa Montreal em x2:

2. Contabilização do ajuste da equivalência patrimonial

Exercício 9: A Cia Petros adquiriu em 01/01/X1 70% das ações do capital social

da empresa Óleo S/A por $190.000,00. O Patrimônio Líquido da IDA teve a

seguinte evolução em X1 e X2:

Histórico Valor
Valor do PL em 1/01/X1 200.000
Lucro apurado em X1 40.000
Dividendos Propostos (12.000)
Prejuízo apurado em X2 (10.000)
Informações Adicionais:

a) Os valores contábeis e os respectivos valores de mercado dos ativos da IDA

eram, na data da aquisição:

ATIVO Valor Contábil Valor de Mercado

Mercadorias $130.000,00 $140.000

Imóvel $320.000,00 $370.000

b) Todas as mercadorias foram vendidas em X1;

c) A taxa de depreciação anual dos imóveis é de 5%;

d) O valor pago em excesso ao valor de mercado do ativos, não foi justificado.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 94
Professora Andréa Silveira –2004

Com base nestas informações determine:

a. O valor do ágio na DORA em 31/12/x2;

b. A contabilização das transações na empresa DORA.

c. O valor contábil do investimento na DORA em 31/12/x2;

Exercício 10: A empresa Alfa, controladora da empresa Gama, adquire, em X2,

mercadorias de sua controlada por $400.000,00. A empresa Gama vendeu

estas mercadorias, praticando uma política de preço de acrescentar um Mark

Up de 1,6 sobre seu custo. Ao final do exercício de X2, a empresa Alfa havia

vendido apenas 40% destas mercadorias. A alíquota do imposto de renda é de

15%. O valor do PL de Gama em 31 de dezembro de X2 era de $900.000,00 e a

participação de Alfa é de 80%. Em 31 dezembro de X1 o PL de Gama era de

$850.000,00 e não haviam LNR em Ativos da Alfa. Com base nestas

informações, determine o valor do investimento de Alfa em 31/12/X2 e indique

o valor do REP para X2.

Exercício 11: A empresa Alfa, controladora da empresa Gama, adquire à vista,

no início de X3 um Veículo de sua controlada por $40.000,00. Na empresa

Gama, o bem tinha como valor contábil, líquido de depreciação, $35.000,00. O

TVU restante do bem é de 5 anos e a alíquota do IR é de 15%. O valor do PL de

Gama em 31 de dezembro de X3 era de $950.000,00 e a participação de Alfa é

de 80%. O saldo do valor do investimento em Gama no balanço de Alfa em X2

era de $643.500. Com base nestas informações:


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 95
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1. contabilize a operação de compra do Veículo na empresa Alfa;

2. contabilize a operação de venda do Veículo na empresa Gama;

3. elabore a projeção de LNR para Alfa para os próximos anos;

4. determine o valor da Equivalência Patrimonial de Alfa em 31/12/X3; e

5. indique o valor do REP para X3.

Exercício 12: A empresa Monte Azul S/A, companhia aberta, adquiriu em

31/12/x2, 60.000 ações ordinárias do capital da empresa Galega S/A, pagando

por elas $8.000.000,00. A diferença de preço em relação ao valor patrimonial

da IDA foi devido ao valor de mercado atribuído a tecnologia do seu parque

industrial. Os equipamentos têm um TVU, na data da compra, de 5 anos.

Ficou ainda acordado que a empresa Monte Azul S/A, indicaria a diretoria

financeira da IDA. O PL da empresa Galega S/A em 31/12/x2 era de

$30.000.000,00 composto de 100.000 ações ordinárias e 200.000 ações

preferenciais, ambas com mesmo valor de negociação.

No início do exercício de X3 a IDA reavaliou seu imobilizado em

$7.000.000,00, atribuindo a estes um TVU de 10 anos. Em 01 de dezembro de

X3 IDA vendeu para a DORA mercadorias no valor de $500.000,00 com margem

de lucro de 30%. Durante o ano de X3 a IDA apurou um lucro de $1.200.000,00,

A alíquota de imposto de renda para estas empresas é de 25%. Também neste

exercício, propôs distribuição de 50% dos lucros para os acionistas.

Durante o ano de X4 a IDA apurou um prejuízo de $600.000,00,

vendeu estoques para a DORA no valor de $400.000,00, tendo um prejuízo

nesta operação de 18%.


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 96
Professora Andréa Silveira –2004

Em relação a DORA, o estoque adquirido de IDA permaneceu em

balanço, $40.000,00 em X3 e $100.000,00 em X4. Os estoques tem giro de 45

dias. O investimento em IDA é relevante em todos os exercícios.

Com base nestas informações, contabilize as transações e

informe o valor do Investimento em IDA em X2, X3, X4 e X5

RESPOSTA:

Data Ref. Rubrica Contábil D C Valor


Trans. Lançamentos na DORA
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 97
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Valor do Investimento :

Data Transaç Histórico Valor


ão
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 98
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Conferência da Equivalência Patrimonial

Exercício 13: Elabore a Consolidação do Balanço Patrimonial e da

Demonstração do Resultado do Exercício das três empresas: DORA, IDAB e

IDAC

BALANÇO PATRIMONIAL EMPRESA DORA S.A (Controladora)

Data 31/12/20x2

ATIVO R$1 PASSIVO R$1


ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Disponível 10.000 Fornecedores 3.000
Estoque Empresa IdaC 20.000 Contas a Pagar a IdaC 8.000
Contas a Pagar a IdaB 2.000
IR a Pagar 3.600
INVESTIMENTOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Participação B - 100% 10.000 Capital Social 16.800
Participação C - 80% 13.800 Lucro do Período 20.400

TOTAL 53.800 TOTAL 53.800


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 99
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DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO

Período de 01/01/x2 a 31/12/x2

Receitas Operacionais 50.000

Custo das Vendas (30.000)

Lucro Bruto 20.000

Despesas Operacionais (4.000)

Outras Receitas 2.000

Receita de Equivalência Patrimonial 6.000

Lucro Operacional 24.000

Lucro Antes do IR 24.000

Imposto de Renda 15% (3.600)

Lucro Líquido 20.400

BALANÇO PATRIMONIAL EMPRESA IDAB S.A (Controlada)


Data 31/12/20x2
ATIVO R$1 PASSIVO R$1
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Disponível 4.000 Fornecedores 2.000
Contas a Receber de DORA 2.000 Salários a Pagar 2.400
Estoques 5.000 Contas a Pagar a IdaC 3.000
Despesas Antecipadas 1.000 IR a Pagar 600

INVESTIMENTOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Imobilizado 6.000 Capital Social 6.600
Lucro do Período 3.400
TOTAL 18.000 TOTAL 18.000

Demonstração do Resultado do Exercício


Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 100
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Período de 01/01/x2 a 31/12/x2

Receitas Operacionais 15.000


Custo das Vendas (5.000)
Lucro Bruto 10.000
Despesas Operacionais (8.000)
Outras Receitas 2.000
Lucro Operacional 4.000
Lucro Antes do IR 4.000
Imposto de Renda 15% (600)
Lucro Líquido 3.400

BALANÇO PATRIMONIAL EMPRESA IDAC S.A (Controlada)


Data 31/12/20x2

ATIVO R$1 PASSIVO R$1


ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
Disponível 3.000 Fornecedores 4.177
Contas a Receber de DORA 8.000 Salários a Pagar 2.000
Contas a Receber de IDAB 3.000 IR a Pagar 2.823

INVESTIMENTOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Investimentos 12.000 Capital Social 14.000
Imobilizado 13.000 Lucro do Período 16.000

TOTAL 39.000 TOTAL 39.000

Demonstração do Resultado do Exercício


Período de 01/01/x2 a 31/12/x2
Receitas Operacionais 50.000
Custo das Vendas (20.000)
Lucro Bruto 30.000
Despesas Operacionais (15.000)
Outras Receitas 3.823
Lucro Operacional 18.823
Lucro Antes do IR 18.823
Imposto de Renda 15% (2.823)
Lucro Líquido 16.000
Método de Equivalência Patrimonial e Consolidação de Balanços 101
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4 Bibliografia recomendada

1. Almeida, Marcelo Cavalcanti, Contabilidade Avançada, Editora Atlas, SP, 1997

2. Ferrari, Ed Luiz, Contabilidade Geral, Editora Impetus, RJ, 2002.

3. Iudícibus, Sérgio e Marion, José Carlos, Dicionário de Termos de

Contabilidade, Editora Atlas, SP, 2001.

4. Iudícibus, Sérgio, Martins, Eliseu e Gelbcke Ernesto Rubens, Manual de

Contabilidade das Sociedades por Ações, Editora Altas, SP, 2000

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