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XIX ENCONTRO NACIONAL DE GEOGRAFIA AGRÁRIA, São Paulo, 2009, pp.

1-19
HISTÓRIA DE RESISTÊNCIA E LUTA DA MULHER CAMPONESA EM SERGIPE
Laiany Rose Souza Santos¹(IC)*
Sheila Caroline Souza Santos²(IC)
Antônio Vinícius Oliveira Gonçalves³ 1(IC)
¹Estudante do curso de Geografia pela Universidade Federal de Sergipe
*laiany001@hotmail.com
² Estudante de Geografia da Universidade Federal de Sergipe
³ Estudante de Comunicação Social: Jornalismo da Universidade Federal de Sergipe

RESUMO: A palavra mulher existe carregada de um contexto histórico, marcada pelo


machismo impregnado pela sociedade, tanto nos homens quanto nas mulheres. No
campo, a discussão da opressão de gênero, juntamente com a de classe torna-se vital.
O estudo pretende mostrar a força da organização feminina no campo, e a sua luta
cotidiana através da atual conjuntura, analisando o Movimento de trabalhadoras Rurais
de Sergipe e mostrando através de diversas autoras a dificuldade da luta de gênero na
história da luta de classes no Brasil.
Através de uma analise de um movimento concreto, inserido em seu contexto histórico,
pretende-se mostrar a importância da organização feminina, para conseguirmos chegar
a uma sociedade verdadeiramente igualitária.
Palavras-chaves: Mulher, movimento, camponesa.

RESUMEN: La palabra mujer existe cargada de um contexto historico, marcada por el


machismo impregnado por la sociedad, tanto en los hombres como en las mujeres. De
esta forma, la discusión de la opresión de género, juntamente con el debate de clase
en el campo, se vuelve vital. El estudio visa mostrar la fuerza de la organización
femenina en el campo y su lucha cotidiana a través de su actual coyuntura, analizando
el movimiento de mujeres trabajadoras rurales de Sergipe, y mostrando por medio de
diversas autoras la dificultad de la lucha de género en la historia de la lucha de clases
en Brasil. A través de un análisis de un movimiento concreto, inserido en su contexto
histórico, se visa mostrar la importancia de la organización femenina para que
consigamos llegar a una sociedad verdaderamente igualitaria.
Palabras claves: mujer, movimiento, campesina.

Introdução
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XIX ENGA, São Paulo, 2009 SANTOS, L. R. S. et. al.
Camponesa e mulher. A carga ideológica que trás o significado dessas palavras
e como o sistema tenta mascarar a sua realidade.
O Brasil segue a tradição monoteísta do catolicismo onde é colocado o poderio
de Deus como único e absoluto, reforçando a imagem de Deus como pai dos seres.
Como afirma Jarshel Dizer que Deus é pai, Deus é homem, é uma forma muito
eficaz de afirma o poder masculino. (Jashel, 2004; 5). A autora utiliza sabiamente desta
colocação para mostrar como a igreja esta no controle, colocando a mulher como
sendo fruto do homem e que deve se sujeitar a decisão por ele imposta, dessa maneira
consegue afirmar o poder masculino.
Os assuntos que diz respeito a individualidade da mulher são abordados pela
Igreja com uma conotação que lhes atribui valores morais e sociais, assim muitos deles
são tratados como questão pública. Dessa forma abre-se um precedente para que o
Estado Brasileiro, com influência Católica, possa legislar, normatizar e punir as
questões referentes a intimidade feminina. As religiões baseadas no Judaísmo
cumprem o papel de vetar as decisões referentes a mulher criando verdadeiros tabus,
como no caso do aborto ou mesmo da virgindade, fazendo com que a mulher tenha
que se relacionar com eles sozinha, assumindo muitas vezes uma sentimento de culpa
por ter praticado já que a posição da Igreja é colocar como pecado.
O papel do Estado confundiu-se com seu preceito constitucional que é a garantia
dos princípios fundamentais baseados na igualdade cumprindo o papel de agente
catalisador do sistema do capital, como conseqüência o processo de desigualdade
social e de gênero tornam-se características permanentes.
No campo se agrava essas questões, pois as políticas públicas destinadas a
esse são comprometidas ao interesse dos latifundiários além de imperar a moral dos
padrões conservadores da Igreja para maior controle, impõe a divisão do trabalho
dentro e fora de casa de maneira sexista.
A mulher inserida no campesinato enfrenta cotidianamente dupla opressão, pela
questão de classe social e de gênero, tornando uma verdadeira resistência e luta o ato
de organizar-se contra esse sistema opressor.

Contexto histórico
A afirmação de a mulher ter começado agora a assumir um papel como ser
social e agente transformador da história é muito contraditória.
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História de resistência e luta da mulher camponesa em Sergipe pp. 1-19

A formação da civilização conhecida hoje nasceu devido à intervenção direta da


mulher, que foi responsável pela descoberta das primeiras técnicas de plantio e
colheita, dando a possibilidade de instalação em um mesmo local.
Permitindo com que fossem criadas as primeiras sociedades. Através disso
observamos o importante papel da mulher desde a pré-história até os dias atuais,
apesar de que a partir do sistema do capital foi todo tempo oprimida pelos dogmas da
igreja que estão diretamente ligados a ele, como no caso da relação entre família e
propriedade privada, que pode ser notado a partir do parágrafo escrito pela autora
Joffily quando se refere à visão burguesa sobre a mulher.

Continua a ver na emancipação feminina um perigo para seus


interesses. E apega-se à velha moral que vê, na solidez da família, a
garantia de propriedade privada. (Joffily, 2004; 9)

A mulher se torna extensão da propriedade privada, por pertencer à instituição


de família condicionada a viver numa monogamia. Caso não assuma esse papel estará
sujeita a marginalização perante a sociedade.
A família se torna não só um dogma da Igreja, mas também um sustentáculo
para manutenção do sistema do capital para formar indivíduos que se adequem a viver
de maneira considerada regular na sociedade, sendo a educação formal um dos seus
principais instrumentos.
Dessa maneira o Estado Laico continua extinto e o atual servindo como um dos
elementos primordiais para a consolidação do capitalismo, que se utiliza dos principais
meios de comunicação de massas, que se encontram nas mãos da burguesia para
manipulação ideológica, colocando-se a questão da emancipação feminina como um
mero “modismo” que veio ocorrer dentro do sistema repressor e sexista existente,
tentando dessa forma esconder toda luta de gênero que ocorre em todas as esferas da
sociedade fundadas a partir das relações de classe.
A luta da mulher ainda que em todos os momentos ativa, não é transmitida
dentro da academia, das análises sociológicas, pesquisas sociais entre outros se
tornando invisível diante de um contexto social machista no qual presenciamos.
Importante destacar que além da importância histórica da mulher o papel dela
hoje não só é importante como fundamental, restringindo essa análise ao campo, nota-
se milhares de camponesas atuando em jornada dupla de trabalho, pois além de
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milhões de hectares de terra para semear, adubar e colher, são elas que efetuam as
tarefas domésticas além de cuidar do marido e dos filhos. No campo a mulher também
assume o papel de cuidar do orçamento da casa.
As diferenças sociais existentes não são nada sutis no que diz respeito à
educação, saúde, acesso a informação e cultura, dessa forma a mulher principalmente
a camponesa sofre com a opressão duplicada.

Visão da mulher no Brasil

A história Brasileira é contada de maneira machista e ao longo do tempo vem


sendo propagada de diversas maneiras, principalmente através da educação formal.
Um fato social que pode ser entendido através da perspectiva de Durkheim,
segundo ele pode se apresentar onde o fato externo considerado é transmitido pelos
educadores de maneira fixa ou não, acaba apresentando uma existência própria
independente das manifestações individuais que se possa ter, propagado assim
principalmente no ensino fundamental onde em sua maioria são professoras que direta
ou indiretamente transmitem além da história sexista, argumentos e atitudes que
fortalecem e dão continuidade ao machismo.
Dessa forma acaba sendo esquecido de ser contada a história de luta das
mulheres que se colocaram para defender essa pátria como no caso de Pagu, Patrícia
Galvão que foi uma ativista política engajada no Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Ela publicou a primeira obra brasileira que mostrava as mulheres à necessidade da
consciência de classe, chamada; Parque Industrial, e foi a primeira mulher a ser presa
por participar da luta revolucionária.
A história de Dada, Sérgia Ribeiro da Silva, que dedicou sua vida na luta através
do cangaço, era muito admirada pelos companheiros pela sua bravura e por ser forte e
bonita. Outras mulheres como Beth Lobo, lutaram dentro das cidades tentando levar as
mulheres camponesas e sindicalistas para a resistência contra o autoritarismo. Chegou
a escrever “Lutamos pela felicidade, pela igualdade social, pelo direito a liberdade, pela
beleza das flores e cores, pelo prazer e pelo amor, sem estabelecer hierarquias”.
Isso sem falar das mulheres negras dos quilombos que sofriam torturas intensas
quando eram pegas e ainda assim resistiam lutando pela liberdade. Tereza do
Quariterê se destaca nessa luta por ter assumido o posto de rainha e reinado por 27
anos, suicidou-se no último ato de protesto contra a destruição do seu quilombo, o
Quilombo Quariterê.
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História de resistência e luta da mulher camponesa em Sergipe pp. 1-19

E mulheres que hoje lutam para ampliar espaço na vida política fazendo a voz
feminina ecoar pelo país. Dentro das capitais já é marcante essa atuação, contudo no
campo a mulher tem se organizado fortemente contra a postura do coronelismo e
entrado de maneira mais sutil na política.
O que acontece dentro do contexto brasileiro é uma luta de classe, onde a
burguesia sendo a dominante mantém os grandes latifúndios que são utilizados para a
plantação de monoculturas extinguindo a riqueza da biodiversidade que o nosso país
tem, e os camponeses com seus pequenos lotes se tornam responsáveis por manter a
cesta básica de toda população.
Dessa forma a má distribuição do espaço agrário brasileiro se torna o principal
ponto de discussão, pois ele traria a possibilidade da real igualdade que promete a
Constituição de 1988 e também a quebra do capitalismo. O que não favoreceria aos
atuais donos do “poder”.
Um outro problema que surge a partir desse é que não há distribuição igualitária
de recursos para a agricultura, onde os avanços tecnológicos e os recursos naturais,
como por exemplo, a água, deveria chegar a todos, todavia poucos conseguem
manipular esses bens.
As mulheres camponesas do Brasil lutam por um novo projeto de agricultura
camponesa para o país, com a produção de alimentos saudáveis, se levarmos em
consideração que com o avanço da ciência os latifúndios têm direito ao acesso a
produção de transgênicos colocados na sociedade como experiência aos seres
humanos.
Lutam também por políticas públicas adequadas, com respeito ao ambiente, a
biodiversidade e a todas as formas de vida do planeta, na compreensão de que a luta
se faz nos espaços públicos e coletivos, mas que continua no privado e cotidiano,
todos os dias.

A relação cidade x campo e como a mulher se encontra dentro dessa discussão

O camponês é a base indispensável da reprodução social.


Foi a partir da industrialização que o desenvolvimento do capital tornou o mundo
mera mercadoria se expandindo com o desenvolvimento e expansão dos meios de
comunicação, estabelecendo uma nova organização espacial hierarquizada segundo
seus próprios conceitos.
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Essa expansão do capitalismo, nos moldes modernos, passa a atuar na relação
espaço-tempo, deixando de se restringir ao tempo trabalho e colocando-se presente
em todas as relações de tempo, dessa forma estaria presente na reprodução social.
Nesta lógica que o campo e a cidade relacionam-se não somente como
abastecedor um para o outro, mas na homogeneização dos seus costumes e
particularidades para suprir o sistema do capital com acumulação de lucro, tornando
mercadoria até mesmo o espaço de uso.
Para assegurar o desenvolvimento do próprio capital que tem que existir
relações não-capitalistas dentro dele. É nessa contradição que surge a luta de classes,
quando o sistema tenta dominar as relações dentro do campo e da cidade e deixa claro
o desenvolvimento desigual que ocorre, onde o mínimo exigido (seja a moradia nas
cidades, seja a terra para plantar e moradia no campo) não é contemplado a todos.

No campo o desenvolvimento avança reproduzindo relações


especificamente capitalistas implantando o trabalho assalariado sem
que as relações camponesas desaparecessem e sem que a totalidade
do trabalho no campo e da vida fosse submetida integralmente a
sujeição real do capital apesar do desenvolvimento da industrialização
da agricultura e da expansão das culturas para exportação no seio da
economia global. (Carlos, 2008; 2)

Relacionando essa discussão a questão da mulher percebe-se vários pontos a


serem trabalhados, contudo vamos nos prender somente a alguns pontos que julgamos
primordiais de dominação da lógica capitalista.
Primeiramente da produção de alimentos, onde a mulher camponesa além de
trabalhar em seus pequenos lotes, ou mesmo dentro dos latifúndios, com toda
problemática que irá ser trabalhada posteriormente dentro do quadro mais detalhado a
respeito de Sergipe, contudo bem resumidamente até mesmo o financiamento das
políticas públicas destinadas ao campo como o exemplo do PRONAF (Programa
Nacional de fortalecimento da Agricultura Familiar), não era direcionada as mulheres
somente depois de muita luta é que as camponesas conseguiram pedir os
financiamentos em seus nomes, elas ainda trabalham nas feiras livres vendendo sua
produção por um preço irrisório que garante apenas a sua sobrevivência.
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História de resistência e luta da mulher camponesa em Sergipe pp. 1-19

São também as camponesas que propiciam a sustentação do capitalismo ainda


que involuntariamente, por terem suas necessidades básicas sem serem supridas
recorrem a atitudes que não transformam a estrutura econômica. A relação da
camponesa com esse sistema vigente então é de não acumulação de lucro o que
favorece ao desenvolvimento dos latifundiários.
O capital na atual versão, o neoliberalismo, tenta assegurar-se passando para a
trabalhadora e o trabalhador a necessidade de submeter-se a ele numa ideologia de
dependência como explica Oliveira em

A ideologia capitalista procura mostrar que o produto criado é produto


do capital e não produto do trabalho, e que para o trabalhador garantir
sua sobrevivência, ele precisa, depende, do capital. (Oliveira, 1986; 63)

Assim as camponesas submetidas a essa ideologia vivem presa a necessidade


que o capital impõe de tornar sua força de trabalho mercadoria.
Outra relação muito importante que contempla a venda da força de trabalho é
para onde a mão de obra camponesa é destinada, ela não se prende a relação com a
cidade somente pela atuação nas feiras livres, como na maioria dos casos, as filhas
das camponesas trabalham nas cidades como empregadas domésticas cuidando do lar
de outras mulheres e muitas vezes até dos filhos para sustentar sua casa e seus filhos
que recebem menos atenção do que as crianças das patroas.
Existe uma luta constante tanto das mulheres do campo quanto da cidade em
busca do reconhecimento da sua identidade enquanto trabalhadora, pois dentro da
sociedade patriarcal na qual vivemos, ela se torna extensão do trabalho do homem,
uma ajudante, o que torna muito difícil a sua luta e reafirmando o que já foi colocado a
mulher camponesa ainda sofre duplicadamente por esse caráter machista ser bem
mais afirmado no campo.

A importância da organização da mulher

Dentro do contexto histórico que presenciamos com toda opressão que se


estabelece sob a mulher entende-se que a única forma de inverter essa situação é
através da organização feminina para seu fortalecimento individual e coletivo para partir
para o embate social.
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É diante dessa situação que surge a necessidade do seu reconhecimento
enquanto ser social que também participa na transformação da sociedade. Se
organizando que se abrem meios de discussão e objetivos comuns de lutas e ganham
força.
As relações sociais estruturadas com base em sistemas de dominação e
exploração se produzem e se reproduzem através de mecanismos materiais
e simbólicos que sustentam as desigualdades. A invisibilidade das mulheres
nas analises, como sujeito da produção e reprodução dessas desigualdades.
As mulheres não são invisíveis, elas são invisibilizadas pelos outros, ou seja,
não são reconhecidas como sujeitos ativos nos processos produtivos.
(SILVA, 2005; 8)

Analisando a estrutura social, vivemos numa sociedade patriarcal onde


permeiam valores de não-valorização da participação feminina dentro da construção da
sociedade, colocando até mesmo o trabalho assalariado da mulher como complemento
na renda familiar.
Foi no contexto da ditadura militar que os movimentos sociais ganharam força
para lutar pela mudança de estrutura da sociedade, e uma das principais pautas de luta
foi a reforma agrária, e a construção de uma sociedade realmente igualitária. Com esse
impulso que houve a formação de vários movimentos como no caso do MMTR-SE
(Movimento da Mulher Trabalhadora Rural de Sergipe) que se propõe a tentativa de
garantir a voz e as especificidades das mulheres nos espaços de decisão dando uma
resposta consistente ao vazio da autonomia e pertencimento político que vivenciam as
mulheres do campo.
Com a organização das mulheres é que consegue descobrir que tem algo em
comum, algo que junta, embora não as iguale, cada mulher tem sua especificidade
como todo ser humano é diferente um do outro. A partir dessas descobertas é que
entendem também o processo de desvantagens sociais, econômicas, políticas e
culturais relacionadas com o mundo e com o próximo, os homens.
Que essa distinção é um processo de construção social e não algo intrínseco ao
ser humano, precisa ser despertado para que haja mudança e é a partir desse fato que
as mulheres pautam sua luta.
À medida que começaram as discussões dentro do movimento percebiam-se as
dificuldades, os sonhos e os desafios das mulheres rurais muitas vezes diferentes
daqueles identificados pelos homens. Daí a necessidade de construir uma organização
com um forte componente político libertário, pois abala as relações de poder entre
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História de resistência e luta da mulher camponesa em Sergipe pp. 1-19

homens e mulheres, as relações de gênero. Esse movimento é pautado com muita


resistência e luta diante não só dos poderes governamentais e os donos de terra como
também com os próprios companheiros de luta, que muitas vezes questionam a livre
organização feminina, a qual é de papel fundamental para viver numa sociedade
verdadeiramente democrática onde todas as pessoas participem de fato, e de direito
das decisões na sociedade.
A organização feminina no campo tenta conquistar também sua identidade
enquanto trabalhadora para que possa gozar dos direitos trabalhistas e previdenciários,
o que é um processo, pois exige que esta se liberte dos padrões machistas de
concepção de ajudante para se afirmar enquanto trabalhadora.
Reconhecendo também que existe uma luta coletiva em torno de questões que a
cercam como no caso da ganância capitalista de tomada do campo através das suas
várias faces, como no caso principal que é a monocultura. Deixando muitas mulheres
sem lar, perdendo seus pequenos lotes que não tinham escrituras por serem mulheres.
Por isso é importante a organização da mulher contra a imposição do capital, e
percebemos isso através do poema da camponesa Nazaré Flor que também participa
na luta pela reforma agrária.

Esta luta não é fácil

Esta luta não é fácil,


Mas tem que acontecer:
A mulher organizada
Tem que chegar ao poder!

Vamos juntas, companheiras,


Vamos botar pra valer:
Vamos quebrar as correntes
Do machismo e do poder!

Sem a mulher neste mundo


Seria triste de mais:
Não nascia gente nova
E o mundo não tinha paz.
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A mulher nasceu pra ser


Pelo homem bem amada,
Ser amiga e companheira
Não pra ser discriminada!

Somos gente, somos força


Temos que ter igualdade –
Ao lado dos homens fortes
Transformar a sociedade!

Vamos conquistar o espaço


Que tem no mundo pra nós,
Chefiar os sindicatos
E na política ter voz!
(Nazaré Flor, 2002; 29)

A relação da mulher com as políticas públicas no campo

Na política de desenvolvimento rural não tem se integrado e alguns casos até


desconsiderado a mulher. No campo brasileiro o Ministério do Desenvolvimento Agrário
só foi discutir o ingresso da mulher na política pública do PRONAF em 2001 por
pressão do movimento feminista, pois até antes disso em nenhum momento o
programa foi pensado numa perspectiva de gênero atribuindo as particularidades que a
mulher tem.
Desconsiderando o fato da mulher enquanto camponesa ser uma trabalhadora
que tem contribuição na produção familiar, o programa entra em contradição até
mesmo nisso, quando se diz familiar e se refere à mulher como mera ajudante,
quebrando o eixo do próprio programa onde ela teria que ser considerada um membro
efetivo do modo social de produção.

A inclusão efetiva da mulher na linha de crédito do PRONAF seria uma


questão de justiça para com a trabalhadora rural que participa
ativamente da agricultura familiar. Esta mulher é responsável pela
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História de resistência e luta da mulher camponesa em Sergipe pp. 1-19

produção de alimentos gerada basicamente pela unidade agrícola


familiar. (Melo, 2004; 12)

Na portaria n° 121, de 22 de maio de 2001 do MDA, se diz entender que em


países onde a economia se encontra em transição a mulher tem menores
oportunidades, considerando a feminização da pobreza um sintoma dessa transição.
Sendo assim cita alguns aspectos do contexto brasileiro como, por exemplo, apenas
12% dos títulos são concedidos as mulheres no meio rural para basear a afirmação.
Assim o MDA passa a destinar 30% dos créditos do PRONAF para a mulher
atendendo a reivindicativa do Movimento de Trabalhadoras Rurais. Sabendo que a
mão-de-obra feminina é 50% do trabalho no campo, embora muitas vezes não sejam
contadas como trabalhadoras, o que é uma pauta de discussão e luta dentro do
movimento para que tenham acesso aos direitos trabalhistas.
Homens e mulheres têm necessidades diferentes que precisam ser avaliadas e
colocadas no planejamento do projeto para contemplar as suas particularidades, os
responsáveis pelo projeto na sua integra mostram que foi feito um trabalho em cima do
masculino, não com a intenção de proibir a participação da mulher, mas seguindo a
tradição machista do campo. O que de qualquer forma banaliza o trabalho da mulher.
O documento baixado pelo ministro, a Portaria 121, e publicado em Diário
Oficial, não teve tanta repercussão, pois o desconhecimento apresentado por muitas
mulheres sejam elas sindicalistas, agriculturas, representantes das instituições
governamentais e não governamentais deixa claro que apesar de o MDA ter dado
cotas para mulheres muitas delas não fazem uso por não serem esclarecidas quanto
aos seus direitos.
O Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais a nível nordeste sistematizaram
cartilhas para explicar para as camponesas o que é o PRONAF, pra que serve, o que é
necessário para ter acesso, como o exemplo da cartilha que utilizamos para elaboração
deste tópico “É a vez das Mulheres: crédito para as trabalhadoras rurais” elaborado em
maio de 2002, um ano depois de ser baixada a Portaria.
Orientando assim as camponesas enquanto trabalhadora a, caso utilizar do
crédito, saber administrá-lo corretamente, indicando a procurarem sindicatos para
manter relações e assim ser ajudada dentro da sua produção e a maneiras de produzir
que não agridam tanto a natureza, como é o caso de uma das pautas do MMTR-SE
que é a soberania alimentar e a utilização das técnicas da agroecolgia.
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Embora tenha sido trabalhado aqui somente o PRONAF existem outras
maneiras de créditos para o campo sejam eles oficiais como no caso deste trabalhado
ou mesmo do FNE - Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, segundo as
considerações de Romano, e que nenhum deles foi criado na perspectiva de analise de
gênero, e os não-oficiais que seguindo ainda o autor Romano é o MOC – Movimento
de Organização Comunitária, a COOPERE – Cooperativas de Créditos localizadas no
estado da Bahia, o CAATINGA – Centro de Acessória e Apoio a Trabalhadores Rurais
e Instituições Não-Governamentais Alternativas, a Casa da Mulher do Nordeste
localizada no estado de Pernambuco entre outras são exemplos de créditos diferentes
do que foi trabalhado neste artigo.

Movimento de mulheres trabalhadoras rurais de Sergipe: Construção e atuação

Lá pelos anos de 1964, aconteceu a luta pela terra, no povoado Santan dos
Frades, município de Pacatuba, SE. Nessa luta, os posseiros enfrentaram duros
momentos de perseguição. Durante toda a luta foi marcante a presença e coragem das
mulheres, mas, sobretudo nos momentos mais sofridos. Um dia quando as máquinas
chegaram para derrubar as casas, suas mulheres, depois de passarem momentos
rezando, decidiram deitar na frente das máquinas, dizendo: “Mesmo que a gente morra
não sairemos desta terra”.
O MMTR-SE teve início em 1991, por ocasião da comemoração do 08 de março,
promovido pela CPT, em Própria - SE, contando com o apoio da Diocese através da
CPT e de alguns sindicatos rurais, tendo a primeira dado acompanhamento ao
movimento por um bom período, até ser fundado o Centro Dom José Brandão de
Castro, parceiro do MMTR-SE até os dias atuais.
Um fator preponderante para o desenvolvimento dos movimentos sociais
naquele momento e que contribuiu para que o MMTR-SE surgisse e encontrasse força
para se estabelecer sua meta e buscar mecanismos que possibilitassem a libertação
da grande parte do povo latino-americano, submetido a condições de opressão, miséria
e não-cidadania, foi fundamental na dinamização dos movimentos sociais, inclusive
este. Foi a partir do momento em que a igreja se posicionava garantindo apoio moral,
transmitia às pessoas a garantia de que estas tinham direitos e deveres de lutar
enquanto membro da sociedade por dignidade e cidadania.
Ainda no início da década de 90 o MMTR-SE passou a fazer parte do MMTR-
NE. O movimento tem hoje uma coordenação estadual e está articulado em 04
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História de resistência e luta da mulher camponesa em Sergipe pp. 1-19

microrregiões assim denominadas: Sertão, Agreste, Praia e Centro-sul; destas


microrregiões fazem parte as seguintes cidades: sertão: Porto da Folha, Gararu, Itabi e
Graccho Cardoso; Agreste: Nossa Senhora de Lourdes, Canhoba, Própria, Malhada
dos Bois, Muribeca e São Francisco; Praia: Pacatuba, Brejo Grande, Ilha das Flores e
Neópolis; Centro-Sul: Salgado e Boquim.
Como podemos notar a partir do Mapa 01:

Mapa 01

FONTE: SEMINÁRIOS REGIONAL E ESTADUAL DE FORMAÇÃO,


Sergipe, Gênero, Identidade e Organização, necessidades e desafios.
Salgado: MMTR-SE, 2000.

Existe em Salgado, no povoado São Bento, um pequeno espaço dentro da sede


da associação, que foi cedido ao movimento.
O MMTR-SE apóia e trabalha os programas do MMTR-NE, por ter uma grande
preocupação com a formação de educadoras e lideranças, por querer que as
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trabalhadoras sejam documentadas, e por ver a necessidade da autonomia financeira
das trabalhadoras rurais.
O movimento em Sergipe fora iniciado com a distribuição de questionários para
as camponesas, com perguntas do tipo: quais temáticas gostariam de abordar, discutir
e questionar, para a partir de suas respostas, determinar o tema de seus primeiros
encontros.
“Mulher semente de vida” foi o primeiro tema definido a partir da respostas e
sugestões advindas da pesquisa. Este tema foi abordado através de uma pequena
cartilha muito simples, que explana como se dá o funcionamento do corpo e
desmistificando algumas idéias existentes no mundo rural, mostrando também que
existem leis que protegem a mulher mãe pré e pós-parto.
A cartilha é um dos instrumentos, mas utilizados pelo movimento, pois é
elaborada a partir de seus questionamentos, de suas necessidades, de forma simples e
que possibilita um melhor entendimento de todas. Nelas são discutidos temas como
gênero, violência, direitos da mulher, e do corpo feminino e masculino.
A questão do debate de gênero se fundamenta na principal pauta de discussão
do movimento, pois deixá-lo de lado seria desequilibrar o eixo que fundamenta a luta
das trabalhadoras rurais. É a partir desse tema que são feitos as cartilhas, guias
metodológicos para formação de agentes multiplicadoras e multiplicadores, livros e
estratégias de ação que sustentam o movimento. O desafio começou com a
explanação do conceito de gênero, diferenças entre sexo e gênero e o que são as
relações de gênero.
Reconhecer como se dão as relações de gênero foi o item propulsor do
movimento e que foram e são postas em questão para as trabalhadoras rurais. Sabe-
se que elas são construídas a partir de valores que a sociedade mantém,
estabelecendo diferenças entre feminino e masculino.
Em nossa sociedade valoriza-se a identidade masculina, tendo-a como figura
forte, protetora e que sustenta toda a família, em contra partida constata-se a
invisibilização do trabalho feminino, partindo da lógica de que não se reconhecem as
atividades realizadas por mulheres, seja o trabalho doméstico, ou tão pouco,
trabalhando fora de casa assalariadamente, sendo considerado apenas como
“complemento da renda familiar’.
Para o MMTR-SE, discutir gênero não é somente identificar que existem
relações de gênero, a partir daí é visto em quais aspectos da vida cotidiana como elas
se dão e como elas estão presentes na sexualidade, no trabalho, na identidade de
15
História de resistência e luta da mulher camponesa em Sergipe pp. 1-19

cada um, nas normas da sociedade, na política, etc.; esse conhecimento é necessário
para que se fundamentem a luta das trabalhadoras rurais no sentido de batalhar para
uma democratização das relações de gênero onde mulheres e homens possam e
devam ser reconhecidos com o mesmo valor.

A atuação do MMTR-SE juntamente com outros movimentos sociais

Os esforços do MMTR-SE se dirigem para dar visibilidade a essa condição de


múltipla exclusão, e para promover as condições de inserção principalmente das
trabalhadoras rurais em todos os espaços da vida em sociedade; assim, desde a
década de 90, o movimento além de desenvolver suas atividades locais, se articula
com outros movimentos sociais como a ASA, ANA, Rede LAC, Marcha das Margaridas,
Marcha Mundial das Mulheres, movimentos sindicais, associação de moradores, além
do próprio Movimento de Trabalhadoras Rurais organizado a nível regional de
nordeste, o MMTR-NE.
Embora o MMTR-SE ainda não seja registrado é uma questão de tempo para o
debate dos pontos colocados no estatuto, para que seja construído na integra por
mulheres que lutam e sonham, das quais o sistema vigente tem medo.
São essas mulheres que são capazes de modificar a estrutura social, pois ela
não só produz uma sociedade, mas a partir dela que a sociedade se reproduz, a
mulher tem a oportunidade de educar, ensinar, transformar e lutar.
Como exemplo se pode colocar a história de vida de Elizabete Teixeira, a qual
mesmo sem concluir o ensino primário, se posicionou desde cedo em favor da luta,
juntamente com seu companheiro, um negro trabalhador que não recebeu
consentimento da família para o casamento, teve 11 filhos. Mesmo ela cuidando da
casa e dos filhos em nenhum momento abandonou a luta, ia para as ruas fazer política,
conhecida como “uma mulher comunista que queria mandar nos homens”. Foi pressa
diversas vezes, e ainda hoje sonha com uma Reforma Agrária de verdade.
Em 2007 esteve presente no V Congresso Nacional do MST colocando sua
história de vida e luta como testemunho e exemplo de resistência e luta diante da
situação que nos é colocada, acreditando que é possível sim a transformação.
Embora o movimento tenha começado a se organizar de forma autônoma a
partir do ano 2000, pois até então era assessorado pelo CDJBC (Centro Dom José
Brandão de Castro), as militantes do movimento afirmam ter sido este o fator de
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identificação e envolvimento com a luta das trabalhadoras rurais, estando até hoje
resistindo e dando continuidade à batalha por mudança.
O movimento atualmente passa por algumas dificuldades financeiras que
impedem muitas vezes que o próprio grupo possa estar se reunindo frequentemente.
Suas pautas hoje em dia estão baseadas nas questões da segurança alimentar e da
agroecologia, na qual se fundamentam e se articulam para produzir doces, geléias, no
propósito de geração de renda não somente para o contexto familiar de cada uma,
como também para arrecadar fundos para manutenção do próprio movimento.
A contribuição da militante Maria Gisélia Ferreira foi de fundamental importância
para a realização deste trabalho, pois foi a partir dela que pudemos conhecer o MMTR-
SE/NE e que através de bate-papos e da sua boa vontade tivemos o acesso à algumas
das bibliografias utilizadas para a construção deste artigo.
Gisélia pertence ao grupo de base da região sertão, e reside no município de
Itabi no Povoado Mata Grande. Mãe de 9 filhos, trabalhadora rural, aposentada, é sócia
e dirigente tanto do MMTR a nível Sergipe quanto a nível Nordeste; participou em
algumas pesquisas de construção de análises sobre a realidade das camponesas em
seu estado, registradas em publicações do MMTR NE e SE.
A luta das Mulheres Trabalhadoras Rurais de Sergipe ocorre dentro de um
contexto geral, se envolvendo com também com outros movimentos sociais, como no
caso da participação com o MST dentro das Comissões de Mulheres na luta de gênero.
Na CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na
Agricultura, implantando também essa discussão e lutando pelos espaços femininos
dentro dos sindicatos, conseguindo implantar a política de cotas mínima de 30% de
mulheres dentro do movimento.
A Marcha das Margaridas é um ponto importantíssimo das lutas pelo
reconhecimento do direito das mulheres rurais. Nela, se reúnem todas as organizações
de mulheres do Brasil, num único grito por igualdade, justiça, paz e liberdade, desde o
ano de 2000. As mulheres de Sergipe participam ativamente desta marcha.
Com essa organização se faz valer a luta das mulheres brasileiras e sergipanas
que com muita resistência e luta, pautam seu cotidiano.

Considerações finais
Ideologicamente mulher representa um peso dentro da sociedade capitalista que
sabe que através da organização destas pode ser corrompida e desestruturada, e sabe
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História de resistência e luta da mulher camponesa em Sergipe pp. 1-19

que as camponesas têm força e vigor para lutar contra as opressões impostas a elas
duplicadamente durante um período longo da história.
Assim o fato de ser camponesa e mulher dentro de uma sociedade marcada
pelo machismo apoiado pela religião monoteísta já não pode mais ser mascarado,
confundido ou esvaziado. A mulher tem um papel de fundamental importância na
mudança da estrutura econômica, social, cultural e é através da organização que dá
força a essas mulheres de resistir no embate social tanto em espaços políticos quanto
dentro dos seus próprios lares.
O Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Sergipe é um exemplo de
organização feminina que através que conseguiu levar as camponesas a se unir para
discutir relações de gênero, direitos trabalhistas, opressões, e assuntos direcionados
ao feminino para que essas mulheres percebam que muitas outras passam pelas
mesmas problemáticas e a partir disso entendam que não são questões individuais e
que vai além da discussão somente de gênero, é também uma questão de classe
social e estrutura social.
Através da resistência e da luta é que a mulher garante sua afirmação enquanto
ser social e agente transformador da sociedade. Por isso é necessário que haja a
organização das mulheres para conseguirmos garantir uma sociedade realmente
igualitária.
Por meio desse debate é que afirmamos a palavra de ordem dos Trabalhadores
e Trabalhadoras Rurais: essa luta é nossa, essa luta é do povo, é só lutando que se faz
um Brasil novo. E chamando as companheiras e companheiros que não utilizem desse
estudo meramente como forma acadêmica, mas uma maneira de chamar para a luta,
nada adiantaria só relatarmos os fatos se nos esquecêssemos que somos agentes
transformadores dessa sociedade e que é nosso papel também resistir e lutar.

Referências

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