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Comunicag¢ao organizacional: conceitos e dimensées dos estudos e das praticas Margarida M. Krohling Kunsch + KUNSCH, MM. Krobling. Comunicacio omganizacional: conceitos ¢ dimensdes dos estudos ¢ das psiticss In: MARCHIORIMarlene. Faces da cultura e da comunicagiio organicacional So Caetano do Sul: Difissao Editora, 2006, pp.167-190. Resumo Na contemporaneidade, a comunicagéo orgenizacional tem ocupado espace selevante tanto no meio académico como no mundo corporativo. Esta valosizagio nfo ocorre por acaso. Um longo camino foi percorrido até aqui por agentes tento da acedemia, por meio de uma nova geragio de estudos e de produgéo de conhecimentos, quanto do mercado profissional, mediante a crescente ulilizagao das suas praticas Ha que se reconhecer sempre, que, de um Indo, a comunicagéo ¢ inerente a natureze das orgenizegées e, de outro, que ela passou @ asrumir nos ultimos tempos uma importincia estrategica, sendo incorparada de fato ne gestio des empresas. Pelavras-chave Comunicagéo organizacional; comunicagao humans, orgenizagdes, Brasil, préticas, estratégias, conceitos, ‘estudiosos, perspectives, dimensdes, A comunicagao humana e organizagées A comunicaro, em primeiro lugar, tem que ser entendida como parte inerente a natureza das organizagdes. Essas s4o formadas por pessoas que se comunicam entre sie que, por meio de processos interativos, viabilizam o sistema funcional para sobrevivéncia e consecugao dos objetivos organizacionais num contexto de diversidades ¢ de transacties complexas. Portanto, sem comunicayao as organizarées ndo existiriam, A organiza;ao é um fenémeno comunicacional continuo Hamesmo uma corrente de estudiosos que defende que a organizarao ¢ comunic: e que cla se auto-organiza com ae grapas a comunicarao. Diz conforme James Taylor (2005, p. 215): “As organizayGes se auto-organizam ¢ o fazem como resultado da dinamica da interapo local. A auto-organiza;o é um fenémeno comunicacional” Gary Kreps (1995) analisa a comunicarao como um processo de organizazéo. O processo comunicativo que ocorre no ambito organizacional onde se realizam as relagdes entre o sistema macro (estrutura social) ¢ o sistema micro (organizarao) € condicionado a uma série de fatores ou variveis, Esses fatores podem ser representados, por exemplo, pelos contextos sociais, politicos e econdmicos, pelas culturas, visdes de mundo dos integrantes em confluéncia com a cultura organizacional vigente, onde so compartilhados comportamentos ¢ universos cognitivos diferentes. ‘Neste contexto as organizagées no podem ser vistas e compreendidas como entidades que existem apenas para cumprir objetivos ou fins especificos, conforme apregoam autores funcionalistas como Etzioni (1980), entre outros! O fato de as orgenizagies serem compostas por pessoas que possuem os mais diferentes universos cognitivos e as mais diversas culturas e visdes de mundo implica por si s6 a complexidade que é pensar a comunicac&o nas organizagBes ou as organizaces como comunicagao Ou seja trata-se de trabalhar a comunicagéo nao de um ponto de vista meramente linear, mas de considerar, sobretudo, um processo relacional entre individuos, departamentos, unidades e organizaydes, Se anclisarmos profundamente esse aspecto relacional da comunicargo do dia- dia nas organizasées, interna e extemamente, perceberemos que elas sofrem interferéncias e condicionamentos vatiados, dentro de uma complexidade dificil até de ser diagnosticada, dados 0 volume os diferentes tipos de comunicagdes existentes, que atuam em distintos contextos socials. Quando fazemos referéncias aos contextos, aspectos relacionais etc, queremos enfatizar que a comunicaro organizacional tem que ser pensada numa perspectiva da dinémica da histéria contemporénea. Ou seja, segundo Jean-Frangois Chanlat (1999, p. 49), “os contextos so modos de leitura da situagéio. Sao as estruturas de interpretagéo, 0s esquemas cognitivos que cada pessoa possui utiliza para compreender os acontecimentos que ocorrem e, em particular, compreender 0 que nos interessa” [grifos nossos] Neste sentido, queremos lembrar que tudo 0 que ja foi pesquisado e andlisado sobre a evolugo das correntes dos estudos tedricos da comunicagao se aplica na pratica do processo comunicativo nas organizagées. Se fizermos um recorte, por exemplo, da “teoria da agulha hipodérmica” ou da “teoria da bala magica”?, para compreendermos 0 paradigma de Harold Lasswell, dos efeitos imediatos de reayo do ato comunicative na comunicayao de massa veremos que ele se aplica a realidade organizacional. 1 Pare maiores detalhes sobre of conceitos de orgenizagées ¢ institwisBes com base no pensamento de autores racionalistas (fins especificos) e organicistes (orgenismos sociais), consulter ‘Kunsch (2003, p 19-68). ? Pode-se consulter, por exemplo, Wolf (1987), entre outros estudiosos da teorias de comunicagio, As organizagdes em geral, como fontes emissoras de informagdes para seus mais diversos publicos, nao devem ter a iluséo de que todos os seus atos comunicativos causam os efeitos positivos desejados ou que séo automaticamente respondidos ¢ aceitos da forma como foram intencionados. E preciso levar em conta os aspectos relacionais, os contextos, os condicionamentos intemos e extemos, bem como a complexidade que permeia todo o proceso comunicativo. Dai a necessidade de ultrapassarmos a viséo meramente mecanicista da comunicag&o para uma viséo mais interpretativa e critica. Ha necessidade, portanto, de trabalharmos @ comunica; io nas organiza;des numa perspectiva muito mais interpretativa do que instrumental e a partir de uma visdo de mundo. Com base nas experiéncias tidas com organizagdes complexas ¢ com estudos realizados, James Taylor (2005, p.215) relata “que a comunicagao no é mais descrita como transmisséo de mensagens ou conhecimento, mas como uma atividade prética que tem como resultado a formagao de relacionamento” Assim, quando se fala em comunica;fo organizacional, temos que primeiramente pensar na comunica;ao humana e nas miltiplas perspectivas que permeiam o ato comunicativo no interior das organizapdes. Esse é a nosso ver o ponto de partida quando se analisa essa modalidade comunicacional. Em primeiro lugar temos que pensar na comunicagfo entre as pessoas ¢ que os seres humanos no vivem sem se comunicar. Gary Kreps (1995, p. 28), ao defender a comunicagéo como um processo de organiza;ao, enfatiza a importéncia da comunicayo humana nas rela;Ges das pessoas no ambiente orgenizacional, afirma ‘A comunicagio é um processo dintmico e continuo. E 0 processo que permite aos membros da organizagio teebelher juntos, coopersr e interpretar as necessidades ¢ as atividades sempre mutentes da organizesfo, A comunicagéo humans nfo comesa e nem termina As pessoas estéo envolvides constentemente com a comunicagio consigo mesmas e com outres, especialmente na vida da orgenizegio. A vida da orgmizegéo proporciona um sistema de mensegens especielmente rico e varieds. Os membros da organizagéo devem ser capezes de reconhecer ¢ interpreter grande variedade de mensagens disponiveis, pare que Ihes permitem responder de maeneisa epropriads a distinfas pessoas ¢ situagbes. Néo pode existir sem comunicar-se. A comunicagéo é uma ealidade inevitavel de pertinéncia a uma organizagio e da vide da em geral ‘Ao tratar de comunicarZo e organizardes, néo podemos, portanto, dissociar este agripamento de pessoas com o verdadeiro sentido da comunicarao humana que pressupée compreenséo ¢ colocagao de idéias em comum, Confomme J. R. Whitaker Penteado (1976, p. 1), a comunicayéo humana tem como grande objetive o entendimento entre as pessoas “Para que

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