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Carta de EXAME — Mais educação, por favor

Num momento propício a mudanças, o Brasil pode avançar na educação e deixar para trás
os números vergonhosos obtidos em testes internacionais como o Pisa

A poucos dias das eleições que vão definir quem governará o Brasil nos próximos quatro
anos, os candidatos dos diversos partidos aceleram o ritmo de divulgação de suas
promessas de campanha para atrair o maior número possível de eleitores ainda indecisos.
As propostas variam aqui e ali, mas em um ponto todos parecem concordar — sobre a
importância da educação. Nenhum candidato cometeria a loucura de propor o fechamento
de escolas ou um corte drástico de investimentos na área. Há quase um consenso de que
precisamos melhorar a educação no Brasil com urgência. Não deixa de ser um avanço.
Entre o discurso e a prática, porém, a distância ainda é grande. Conforme lembrou o
ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, em sua palestra
no EXAME Fórum 2018 — que discutiu os principais desafios do próximo presidente
para o Brasil dar um novo salto nas áreas de educação e economia —, costumamos
debater quem é a pessoa mais qualificada para ser o ministro da Fazenda, mas ninguém
discute quem será o titular do Ministério da Educação. Desde 2003, o Brasil teve dez
ministros da Educação. Em contraste, Singapura — o país com o melhor desempenho nos
últimos exames do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, o Pisa — teve 13
ministros da Educação desde que se tornou uma nação independente, em 1965. Por aqui,
diferentemente do que fez o país asiático, a educação não é uma política do Estado. Com
algumas exceções — que, felizmente, têm se multiplicado por diferentes regiões do país
—, as ações e os programas educacionais não têm continuidade, ficando à mercê de
mudanças no governo. É uma situação que não pode continuar. Já está mais do que
demonstrada a relação direta entre uma educação de qualidade e o grau de
desenvolvimento de um país. Outro benefício apontado por vários estudos é a estabilidade
política: países com taxas de escolaridade mais altas tendem a ter regimes democráticos
mais estáveis. E uma democracia forte e estável é o que desejamos num momento em que
o país vive uma das eleições mais conturbadas de sua história, com forte polarização,
ânimos exaltados e pobreza nos debates. O atentado contra o candidato Jair Bolsonaro,
esfaqueado durante uma manifestação em 6 de setembro, reflete o clima de nervos à flor
da pele que tomou conta do cenário político brasileiro. Foi um ato de violência que merece
repúdio e que, mais uma vez, põe à prova a jovem democracia brasileira. Após o atentado
contra Bolsonaro, as primeiras reações dos demais candidatos foram de moderação. Os
eleitores, de acordo com as primeiras pesquisas, mostraram também que não se deixaram
influenciar pelo ato de violência. Que continuem assim, pois um ato aparentemente
isolado não deve desviar o foco do que realmente interessa aos brasileiros: saber qual é o
candidato que tem o melhor projeto para o país, incluindo as propostas na área de
educação.
As belas praias da Califórnia podem sumir nas próximas décadas

A Califórnia pode perder até dois terços de suas praias até o final do século.
A quarta avaliação climática do governo estadual, divulgada nesta segunda-feira, detalha
o impacto cada vez mais perigoso da mudança climática, incluindo aumento do nível do
mar, temperaturas mais altas, perda de terras destruídas por incêndios florestais e falta
extrema de água. O relatório apresenta novos aspectos dos riscos enfrentados pelo Estado
e atualiza projeções sobre o impacto da mudança climática. Sem medidas significativas
para limitar as emissões de gases que causam o efeito estufa, a temperatura máxima do
dia, usando uma média anual, subirá de 3,1 a 4,9 graus até 2100. O impacto será sentido
muito antes disso. A água vinda da reserva de neve do Estado pode diminuir em dois
terços até 2050. A falta de água para a agricultura chegará a 16 por cento em algumas
áreas, o que reduz a umidade do solo. Este verão já deu uma prévia do que acontece com
florestas esturricadas pelo calor extremo. Comunidades com menos de 10.000 moradores
tendem a sofrer desproporcionalmente com o encarecimento e escassez de água. A seca
que atingiu o Estado entre 2012 e 2016 é considerada uma advertência meteorológica.
Com a mudança climática, florestas ficam mais vulneráveis a incêndios. Até 2100, pode
haver um salto de 50 por cento nos incêndios florestais considerados extremos e aumento
de 77 por cento na área média queimada, segundo o estudo. Conter incêndios e podar
florestas ajudaria a reduzir os danos projetados. Sistemas de infraestrutura de transporte
de combustível enfrentarão ameaças maiores com o passar dos anos e décadas, de acordo
com o relatório. Docas, terminais e refinarias correrão riscos maiores devido a enchentes
e ao aumento do nível do mar. Estradas e ferrovias usadas para transporte de gasolina e
petróleo também são mais vulneráveis a incêndios florestais. A intensificação do uso de
ar-condicionado aumentará a demanda por energia, especialmente no interior e na costa
sul do Estado. A infraestrutura de energia na região do delta dos rios Sacramento e San
Joaquin é suscetível no longo prazo à combinação de afundamento do solo e elevação do
nível do mar. As barreiras existentes podem ficar aquém dos padrões federais na metade
do século.

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