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Resumo: Esta pesquisa tem por alvo analisar o conceito divergente da infância primitiva e
contemporânea, as mudanças que o contexto histórico e social da modernidade teve sobre a infância e
como a criança era tida antes da “invenção” da infância. A metodologia utilizada nesta pesquisa foi
análise textual. Com base na análise realizada conclui-se que durante séculos a infância passou por
períodos de ausência ou que não tinha valorização até que ganha espaço na sociedade e ganha
importância na vida dos adultos. Assim observamos o quanto à infância mudou, talvez não da
forma que gostaríamos, mas sem dúvida os avanços são imensos, as instituições e as leis que
priorizam a criança comprovam este avanço.
1
Bolsista PIBIC e estudante do curso de Pedagogia-UFGD (moniqueamelia04@hotmail.com)
2
Docente do Curso de Pedagogia-UFGD (thaisesilva@ufgd.edu.br)
Voltando nosso olhar para a área da Educação encontramos a seguinte definição de
infância de acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI,
1998): que afirma “as crianças possuem uma natureza singular, que as caracterizam como seres
que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio”. Contudo nem sempre foi assim, o
conceito de infância que conhecemos é bem recente, a preocupação com a infância surge
somente a partir do século XIX. Como afirma Kramer:
Os estudos atuais sobre a infância ao conceituar a criança diz que esta não se resume a
ser alguém que não é, ou que se tornará. Reconhece-se o que é especifico da infância e acredita-
se na criança com voz, na criança sendo o indivíduo que pensa e fala.
A gênese desta forma de pensar está em Friedrich Froebel (1902) quando este cria o
“Kindergarten”, ou jardim-de-infância, que tinha por base atividades de caráter pedagógico e
educativo. Entretanto esta educação de “ponta” era destinada a elite, as crianças pobres eram
atendidas em entidades filantrópicas, assistencialistas e religiosas, que se baseavam em
conceitos de subserviência e dominação.
Notamos assim que a criança não era vista como sujeito social e histórico, como
entendemos hoje. As crianças são pessoas detentoras de direitos como deixar claro o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) de 1990. Segundo seu 3º artigo:
Ser criança é ter identidade e autonomia, é poder expressar suas emoções, suas
necessidade, é formar sua personalidade, é socializar-se em contato com a
multiplicidade de atores sociais, é expressar a compreensão do mundo pelas
linguagens gestuais, artísticas além da oral e escrita. Ser criança é ter direito à
educação, ao brincar, aos amigos, ao conhecimento, mas é principalmente, à
liberdade de escolha (KISHIMOTO, 1993, p.06)
Assim sabemos que as crianças produzem cultura e são produzidas na cultura que estão
inseridas. É por meio de sua cultura que as crianças atribuem significado as suas experiências.
Deste modo precisamos ter em mente que as crianças têm valores, hábitos, costumes
porque estão inseridos em uma determinada cultura. Assim precisamos respeitar essas
singularidades.
É preciso considerar a infância como uma condição da criança. O conjunto de
experiências vividas por elas em diferentes lugares históricos, geográficos e
sociais é muito mais do que uma representação feita por adultos sobre essa
fase da vida. É preciso conhecer as representações de infância e considerar as
crianças concretas, localizá-las nas relações sociais, etc., reconhecê-las como
produtoras de história (KUHLMANN JR, 1998, p.31).
Segundo Kramer (2003) devemos praticar uma ação pedagógica livre que leve em conta
a singularidade das ações infantis e reconheça o que é especifico da infância, o seu poder de
imaginação, a fantasia, a criança e a brincadeira.
É preciso lembrar que, todo espaço produzido pelo homem interfere no processo
educativo de quem o consome (LIMA, 1989). Então devemos primar na educação infantil pelo
direito às brincadeiras e sua produção cultural. Devemos garantir que as crianças sejam
atendidas nas suas necessidades, por ter acesso as instituições de educação, ter direito de
brincar, criar e aprender.
Assim estaremos agindo de acordo com a Constituição de 1988 que reconhece a
educação infantil como direito das crianças de 0 a 6 anos de idade; o Estatuto da Criança do
Adolescente (Lei n.8.609, de 1990), que afirma os direitos das crianças e as protege; a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, que reconhece a educação infantil como
primeira etapa da educação básica.
Considerações finais
Durante alguns séculos a infância passou períodos em que estava ausente ou não tinha
nenhuma valorização até aquele em que se torna parte da história, da sociedade e vai adquirindo
espaço e importância na vida dos indivíduos adultos. Deste modo podemos ver o quanto à
infância mudou, talvez não da forma como a que gostaríamos, mas sem sombra de dúvida os
avanços são imensos, as instituições e as leis que priorizam a criança comprovam este avanço.
Referências
______. Referencial curricular nacional para educação infantil. Brasília, DF: MEC, 1998.
CORDEIRO, Sandro da Silva; COELHO, Maria das Graças Pinto. Descortinando o conceito
de infância na história: do passado à contemporaneidade. Disponível em:
http://www.botucatu.com.br/portal/anexo/SandroSilvaCordeiro.pdf. Acesso em: 12 de Maio.
2016.