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COMENTÁRIO SOBRE DOIS PRINCÍPIOS DO CÓDIGO DE ÉTICA DOS

ASSISTENTES SOCIAIS E SOBRE A INFLUÊNCIA DESSES DOIS


PRINCÍPIOS NA GESTÂO ESCOLAR

Gabriel Irley da Silva Pinto

Irley_gabriel@hotmail.com

Tiago Soares de Souza

bombeirotiago2@gmail.com

Faculdade Multivix

INTRODUÇÂO

O Código de Ética dos Assistentes Sociais atual procurou adequar às


mudanças que ocorreram com a Resolução do CFESS nº 333/96. Esta
Resolução refletiu no Artigo 25 do Código de Ética, em consonante com o
decidido no XXV Encontro Nacional CFESS/CRESS em setembro de 1996, na
cidade de Fortaleza – Ceará. Lendo essa atualização, destacamos dois
princípios para tecer alguns comentários e discutir sobre o impacto deles na
gestão da escola. Vejamos então o que diz esses dois princípios:

VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo


de construção de uma nova ordem societária, sem dominação,
exploração de classe, etnia e gênero;

XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem


discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero,
etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de
gênero, idade e condição física.

(COMISSÃO DE COMUNICAÇÃO DO CFESS (Org),


24, 2011, Brasília.).

Sendo assim, primeiro procuraremos decifrar alguns termos obscuros


nos dois princípios fundamentais. Iremos também buscar a origem inspiradora
desses dois Princípios. Em seguida, e concluindo o trabalho, analisaremos a
influência nas ações do assistente social na gestão da escola ao seguir esses
Princípios.

UMA NOVA ORDEM SOCIENTÁRIA


O Princípio Fundamental VIII do Código de Ética do Assistente Social
deixa evidente ao usar a expressão ‘nova ordem societária’ que decidiu por um
projeto que produz profissionais comprometidos com a construção de uma
nova sociedade, uma nova ordem social. E que nova ordem social é essa?
Encontramos a resposta no próprio Princípio: Uma sociedade sem a
dominação ou a exploração de classes sociais – uma sociedade sem classes
sociais? Onde podemos buscar a inspiração para tal princípio? Fica claro aí
que a comissão do CFESS se inspirou nos ideais do filósofo Karl Marx para
redigir parte desse princípio. Mas além do conceito de exploração de classes
sociais, podemos observar também o conceito de opressão étnica e de gênero.
Discutimos aqui, mas não nos recordamos de Karl Marx mencionando esses
conceitos de exploração étnica e de gênero, não de maneira tão transparente
pelo menos. Então, de onde esses conceitos surgiram?

Para entender as origens desses novos conceitos devemos voltar


algumas décadas no passado. Em 2 de maio de 1968, na cidade francesa de
Nanterre, uma escola ameaçou expulsar um grupo de alunos que havia se
manifestado contra essa instituição. Estudantes da Universidade de Sorbonne,
em Paris, reagiram em apoio a esse grupo de alunos e iniciaram uma passeata
que foi reprimida pela polícia. No entanto, os estudantes resistiram e as ruas da
cidade de Paris viraram um campo de batalha. Isso provocou uma onda de
protestos envolvendo até os trabalhadores franceses, que entraram em greve
em apoio às manifestações. No ápice do movimento, dois terços dos
trabalhadores paralisaram o país. Os protestos somente teve fim quando o
governo aceitou convocar novas eleições. Esses protestos ficaram conhecidos
como o Movimento de Maio de 1968 e tornaram-se um símbolo da conversão
dos progressistas aos cânones da ‘revolução cultural’. Contudo, o solo desse
movimento foi arado um ano antes, do outro lado do Atlântico, na universidade
americana de Harvard. Lá, a revolução democrática, tão perfeitamente
preconizada por George Lukács, Antonio Gramsci e pelos autores da Escola de
Frankfurt, revirou o terreno onde seriam germinadas as sementes que iriam
eclodir nos alunos da mundialmente renomada Universidade de Sorbonne em
Paris.

Deixando de lado essa complexa ligação, é mais fácil perceber,


entretanto, que a partir de maio de 1968 houve um profundo esforço mundial
dos movimentos progressistas para modificar a cultura e a moralidade da
civilização, onde eram construídos os pilares que erguem o sistema econômico
capitalista, e que Karl Marx chamaria de superestruturas. Os agentes do
progresso, espalhados na grande mídia e nas instituições culturais,
promoveram uma mudança radical em todos os valores e símbolos
conservadores. E como não poderia deixar de ser, o sistema educacional não
poderia ficar de fora dessa revolução. E é aí onde encontramos os assistentes
sociais, os nossos agentes do progresso.
Por outro lado, há muito tempo foi percebido pelos autores marxistas
que o apelo da exploração de classe não atraia suficientemente uma força que
pudesse modificar a sociedade. Era preciso arrebanhar mais forças para o
exército da revolução. Então, depois de maio de 1968, o conceito marxista de
exploração e de dominação de classes se expandiu para a exploração étnica,
de gênero, de preferência sexual, de raças, de diferenças religiosas, etc..
Praticamente, todos os campos da vida humana e social passaram a ser
encarados sob a ótica da exploração de classes. Enfim, aí está a origem desse
novo conceito de exploração e de dominação que encontramos no VIII
Princípio Fundamental do Código de Ética dos Assistentes Sociais.

OS AGENTES DO PROGRESSO NA GESTÃO DA ESCOLA

Sendo assim, como tudo isso se relaciona com a gestão escolar? Como
encontramos no próprio Princípio, um dos objetivos do assistente social é
ajudar a construir uma nova sociedade. E como já foi explicada, essa nova
ordem social se fundamenta na revolução cultural após maio de 1968. Por isso,
os assistentes sociais gerem a escola orientando os professores e os
coordenadores de maneira que esses profissionais da educação não
desvinculem seus métodos pedagógicos do rumo dessa nova ordem societária.
Na gestão escolar, esses assistentes não só orientam os profissionais da
educação, como também trabalham juntamente aos pais dos alunos nas
famílias. Estes agentes do progresso operam como conselheiros de pais,
intervindo profundamente na educação familiar, e garantindo que os valores
transmitidos por essas famílias não se tornem empecilhos para os novos
valores progressistas dessa revolução mundial.

FALTOU A DISCRIMINAÇÃO POLÍTICA

No Princípio Fundamental XI, podemos perceber o combate a vários


tipos de discriminação. Encontramos nesse Princípio o combate à
discriminação de classe social, de gênero, de etnia, de religião, de
nacionalidade, de orientação sexual, de identidade de gênero, de idade e de
condição física. Porém, faltou o combate à discriminação política. Na sociedade
atual, há certas vertentes políticas com as quais uma pessoa é proibida de se
expressar em alguns meios. Isso não é saudável para democracia. Em uma
democracia plena, é preciso dá oportunidade para que as pessoas se
expressem em todas as suas vertentes políticas. Se realmente o Código de
Ética dos Assistentes Sociais visam, como é expresso no Princípio
Fundamental IV, o aprofundamento da democracia, é urgente inserir no
Princípio XI o combate à discriminação política das pessoas. Caso contrário,
corre-se o risco de se tornar um Código de Ética hipócrita.
REFERÊNCIA

SUPERINTERESSANTE, O que foi o Movimento de Maio de 68 na


França?. Disponível em: (https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-
o-movimento-de-maio-de-68-na-franca/). Acesso em: 19 set. 2018.

COMISSÃO DE COMUNICAÇÃO DO CFESS, Código de Ética do/a


Assistente Social Lei 8662/93. Brasília: CFESS, 2011.

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