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CARTILHA
DE
ECONOMIA DOMÉSTICA
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APRESENTAÇÃO
ENTENDENDO A QUESTÃO
O momento atual exige que cada um de nós adote medidas e mude compor-
tamentos para “driblar” os tempos difíceis, com muita criatividade, determinação
e participação de todos os membros da família.
Progresso, equilíbrio e perseverança fazem parte da nossa essência de mari-
nheiros. Por isso, sempre encontramos soluções para as nossas dificuldades. Nas
questões financeiras isso é observado com freqüência quando, para “safar” a difi-
culdade do momento, o indivíduo assume pequenas dívidas, junto a instituições
financeiras, que logo se avolumam, por meio do parcelamento do cartão de crédi-
to, ou da utilização de cheque especial, ou de títulos de crédito, como o cheque
pré-datado e outros.
Nesta altura, você deve estar perguntando: - o que querem que eu faça, se o
meu dinheiro não chega ao fim do mês?
É muito natural esse tipo de pergunta, pois todas as pessoas do mundo, per-
tencentes às mais diversas gerações, a fazem. Mas à ela deve-se somar uma outra:
- Será que, na história da humanidade, existiu alguma fase em que todas as pesso-
as foram atendidas em todas as suas necessidades financeiras?
Se o problema não é só do brasileiro, se não é somente seu, será que a diferença
fundamental não estaria no estilo de vida que cada um adota para si, ou seja, na forma
como cada um administra suas possibilidades e limitações?
Então, reflita e responda para si próprio as seguintes indagações:
- qual a solução que sempre adoto frente às minhas dificuldades financeiras? Que
efeitos ela provoca na minha vida e na da minha família? Sinto que a melhor solução é
a que me dá sensação de segurança e tranqüilidade, não é mesmo? Caso contrário, vi-
vendo fora das minhas possibilidades financeiras, sinto-me “estressado”, amplio men-
talmente o problema, fico mais vulnerável a doenças, perco a concentração, as idéias se
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embaralham, me desespero, e vejo logo que terei de assumir dívida nova para honrar a
atual, não é ? Ou será que aceito a inadimplência e as suas conseqüências legais e, co-
mo não posso fazer mais nada ..., entrego-me à bebida ou a outro vício qualquer ? Será
justo largar a família e deixá-la na casa de parentes, pensando assim em protegê-la das
possíveis pressões e da pouca assistência material?
Independentemente da conclusão a que se chega, no íntimo todos sabemos
que, para prevenir ou sair de uma situação de desequilíbrio financeiro ou, mesmo
havendo equilíbrio, para se melhorar o futuro, só existe um rumo: planejar e con-
trolar.
Esse é o objetivo desta cartilha. Os seus reais efeitos só serão percebidos
quando você incorporar hábitos novos ao seu dia-a-dia.
Lembre-se de um velho ditado que diz - “A diferença entre o possível e o
impossível está na vontade de cada um”. Portanto, não se deixe levar pelo desâ-
nimo. Reuna a família para a leitura dos exemplos e “dicas” aqui apresentados.
Neles você não encontrará nenhuma fórmula mágica, mas terá a indicação de pos-
síveis rumos que estão dando certo com muita gente.
Antes de mais nada, porém, recordemos o significado de algumas palavras e
expressões, comumente usadas em economia, úteis para o planejamento e o con-
trole em nossa casa.
ORÇAMENTO DOMÉSTICO
1.100,00
ALUGUEL 300,00
LUZ 20,00
GÁS 15,00
EDUCAÇÃO COLÉGIO 120,00
1 FILHO
ALIMENTAÇÃO BÁSICA: 200,00
ARROZ, FEIJÃO, CARNE, LEITE
AÇÚCAR, SAL ETC.
SUPÉRFLUO: 50,00
SORVETE, GULOSEIMAS, ETC.
VESTUÁRIO BÁSICA: 100,00
CAMISA, CALÇA, ROUPA ÍNTIMA
SUPÉRFLUO: 15,00
TAMANCO DA MODA
TRANSPORTE BÁSICA: 80,00
ÔNIBUS
METRÔ
SUPÉRFLUO: 30,00
TÁXI
LAZER NORMAL:
CINEMA (2XPOR MÊS) 64,00
PASSEIO
(1X POR MÊS) 60,00
VIAGENS
(1XPOR ANO)
EXAGERADO
CINEMA ( 4X POR MÊS) 64,00
PASSEIO (TODO FIM DE SEMA- 180,00
NA)
TOTAL 1.302,00 DÉFICIT DE
OU 202,00
948,00 SALDO DE
152,00 COM
CORTE DE
TODOS OS
SUPÉRFLUOS
OUTRAS DICAS
1. Sobre o aluguel :
a) pague suas contas no dia previsto.
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2. Sobre o condomínio :
a) participe das reuniões de condomínio: e
b) solicite diminuição das despesas gerais com luz, água, etc.
3. Sobre a luz :
a) a luz que você apaga, você não paga;
b) adote lâmpadas de menor consumo (watts);
c) adote luz fria, onde possível;
d) não aqueça água para o banho no verão;
e) não use aquecedor central para água;
f) gás é mais barato do que energia elétrica; e
g) não durma com a TV ligada.
4. Sobre o gás :
a) evite vazamentos.
5. Sobre o telefone :
a) prefira os horários de tarifa reduzida: e
b) crie o hábito, em toda a família, de falar pouco ao telefone.
6. Sobre a água :
a) uma vez por mês, feche o registro geral durante a noite e verifique se houve
vazamento comparando as leituras do hidrômetro, antes e depois, pela ma-
nhã.
7. Sobre a alimentação :
a) faça compras de produtos em promoção; e
b) não se deixe seduzir pelas embalagens.
8. Sobre a educação :
a) use livros de bibliotecas;
b) informe-se sobre bolsas de estudo; e
c) procure obter material escolar de “segunda mão”.
9. Sobre os transportes :
a) faça uso de transportes coletivos;
b) o carro com excesso de uso tende a ser o “barato que sai caro”; e
c) o combustível é um dos itens que mais pesa na conta de despesas de um au-
tomóvel.
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10. Sobre o vestuário :
a) não compre pela etiqueta;
b) evite a moda passageira; e
FINALMENTE
No final desta cartilha, apresentamos uma tabela como sugestão para o pla-
nejamento dos gastos e os controles que cada um deve adotar, de modo a evitar
despesas maiores do que as receitas. A esta tabela chamaremos da Tabela Finan-
ceira Mestra (TFM) (A TFM e o TFM são indispensáveis nas nossas vidas). Ela
deve ser preenchida mensalmente, de modo a se ter uma Tabela para cada mês.
Comece agora. Assim, por exemplo, no final do mês de setembro você completará
sua tabela com os valores reais (em R$) de suas receitas e despesas. Em seguida,
abrirá a nova Tabela, para o mês de outubro, com os valores previstos.
Arquive suas Tabelas e faça comparações.
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Tabela Financeira Mestra (TFM)
a) RECEITA Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Marido
Esposa
Outras
TOTAL (a)
b) DESPESA
Água
Alimentação
Aluguel ou
financiamento
Condomínio
Diversão
Educação
Extras
Gás
Luz
Medicamentos
Telefone
Transporte
Vestuário
TOTAL (b)
RESULTADO Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
SALDO AN-
TERIOR
TOTAL (a)
TOTAL (b)
SALDO FINAL
PROCURE FAZER COM QUE AS SUAS DESPESAS SEJAM, NO MÁXIMO, IGUAIS À SOMA DOS SEUS RENDIMENTOS
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